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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL JOSÉ EMILIO DE OMENA AMORIM ANDRÉ VAZ FERREIRA ACIOLI A IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: Sistema de Manta Asfáltica MACEIÓ-AL 2018

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  • CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

    JOSÉ EMILIO DE OMENA AMORIM ANDRÉ VAZ FERREIRA ACIOLI

    A IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

    Sistema de Manta Asfáltica

    MACEIÓ-AL 2018

  • JOSÉ EMILIO DE OMENA AMORIM ANDRÉ VAZ FERREIRA ACIOLI

    A IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

    Sistema de Manta Asfáltica

    Trabalho para conclusão do curso de engenharia civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Sérgio Venancio da Silva.

    Maceió – AL 2018

  • JOSÉ EMILIO DE OMENA AMORIM ANDRÉ VAZ FERREIRA ACIOLI

    A IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

    Sistema de Manta Asfáltica

    Trabalho para conclusão do curso de engenharia civil do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação do professor Sérgio Venancio da Silva.

    APROVADO EM: ___/___/___

    ________________________________________

    Sérgio Venancio da Silva

    Orientador

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________________________

    Maycon Sullivan Examinador interno

    ____________________________________________ Rafael Lins Loureiro Examinador externo

  • A IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

    Sistema de Manta Asfáltica

    THE IMPORTANCE OF WATERPROOFING IN CIVIL CONSTRUCTION: Asphalt

    Blanket System

    José Emilio de Omena Amorim Graduando do Curso de Engenharia Civil

    [email protected] André Vaz Ferreira Acioli

    Graduanda do Curso de Engenharia Civil [email protected]

    Sérgio Venancio da Silva

    Mestre em Química

    [email protected]

    RESUMO

    A impermeabilização é uma etapa muito importante na construção civil, uma vez que a incorreta execução, sem o devido cuidado, pode resultar em patologias provenientes de agentes vinculados a fenômenos naturais como: chuvas, umidade e ventos. Nos últimos anos este panorama parece estar em mudança, com a criação, inclusive, da ABNT NBR 9575 – Impermeabilização: Seleção e Projeto de Impermeabilização de 2003. Cada vez mais os projetos e detalhamentos de impermeabilização vêm sendo solicitados nas construções. Neste trabalho apresentam-se os mais diversos tipos de impermeabilização, os possíveis métodos a serem utilizados e as corretas técnicas de execução. Além de possíveis soluções de projeto a serem adotadas. Para uma melhor exemplificação dos efeitos da impermeabilização, foi utilizado um estudo de caso numa obra do município de Maceió, no bairro da Ponta Verde, com o intuito de observação às falhas na execução e no superveniente acarretamento de patologias, onde foi realizada uma análise com o objetivo de solucionar os problemas e comparar com o orçamento inicial para saber o quanto foi onerado. Após o estudo, chegou-se a um consenso em que a má execução ou a falta de impermeabilização pode acarretar inestimável prejuízo a qualidade da obra, além de diminuir o tempo de vida útil da construção.

    PALAVRAS – CHAVE: Impermeabilização. Manifestações patológicas. Umidade

    ABSTRACT

    Waterproofing is a very important step in civil construction, since incorrect execution, without due care, can result in pathologies coming from agents linked to natural phenomena such as rainfall, humidity and winds. In recent years, this panorama seems to be changing, with the creation, even, of ABNT NBR 9575 - Waterproofing Selection and Waterproofing Project of 2003. More and more waterproofing projects and details are being requested in buildings. This work presents the most diverse types of waterproofing, the possible methods to be used and the correct execution techniques. In addition to possible design solutions to be adopted. In order to better exemplify the effects of waterproofing, a case study was used in a project in the municipality of Maceió, in the Ponta Verde neighborhood, in order to observe the faults in the execution and in the supervenient entailment of pathologies, where an analysis was carried out with the objective of solving the problems and compare with the initial budget to know how much was burdened. After the study, a consensus was reached that poor execution or lack of waterproofing can cause invaluable damage to the quality of the work, as well as shortening the useful life of the construction.

    KEYWORDS: Waterproofing. Pathological manifestations. Moisture

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Custo da impermeabilização X data da execução .................................... 12

    Figura 2 - Atuação dos fluídos em edificação ........................................................... 13

    Figura 3 - Carbonatação .......................................................................................... 16

    Figura 4 - Corrosão de armadura exposta ................................................................ 17

    Figura 5 - Ação Biológica ........................................................................................ 18

    Figura 6 - Manta asfáltica aderida ............................................................................ 25

    Figura 7 - Manta asfáltica aluminizada ..................................................................... 27

    Figura 8 - Manta asfáltica ardosiada ........................................................................ 28

    Figura 9 - Aplicação do primer ................................................................................. 29

    Figura 10 - Teste de estanqueidade ......................................................................... 30

    Figura 11 - Água empoçada ..................................................................................... 32

    Figura 12 - Descolamento da manta ........................................................................ 32

    Figura 13 - Perfuração ............................................................................................. 33

    file:///C:/Users/Sony%20Vaio/Desktop/Artigo%20Engenharia.docx%23_Toc529378556file:///C:/Users/Sony%20Vaio/Desktop/Artigo%20Engenharia.docx%23_Toc529378557

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Classificação dos principais sistemas de impermeabilização .............................. 21

    Tabela 2 Classificação das mantas asfálticas ......................................................................... 24

    file:///C:/Users/Sony%20Vaio/Desktop/Artigo%20Engenharia.docx%23_Toc529378598

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

    1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 9

    1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 9

    1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 10

    1.3 METODOLOGIA ................................................................................................ 10

    2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................... 11

    2.1 DEFINIÇÕES DE IMPERMEABILIZAÇÃO ......................................................... 11

    2.2 ATUAÇÃO DA UMIDADE NAS ESTRUTURAS ................................................. 12

    2.3 PATOLOGIAS E SUAS MANIFESTAÇÕES ....................................................... 14

    2.4 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO .............................................................. 18

    2.5 NORMALIZAÇÃO .............................................................................................. 19

    2.6 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO ............................................................. 20

    2.7 MANTA ASFÁLTICA .......................................................................................... 22

    2.7.1 Manta Asfáltica Aderida ............................................................................... 24

    2.7.2 Manta Asfáltica Flutuante ............................................................................. 26

    2.7.3 Manta Asfáltica Aluminizada ........................................................................ 26

    2.7.4 Manta Asfáltica Ardosiada ........................................................................... 27

    2.9 MANUTENÇÃO E PREVENÇÃO ....................................................................... 28

    3 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 31

    3.1 FALHAS OCORRIDAS....................................................................................... 31

    3.1.1 Regularização .............................................................................................. 31

    3.1.2 Descolamento .............................................................................................. 32

    3.1.3 Perfuração ................................................................................................... 32

    3.1.4 Teste de Estanqueidade .............................................................................. 33

    4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 34

    5 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 35

  • 9

    1 INTRODUÇÃO

    Nos dias atuais é sabido que o mercado da construção civil oferece muitas

    opções à disposição dos clientes, onde cada vez mais esses procuram

    empreendimentos que ofereçam uma maior qualidade na sua execução. Nesse

    sentido, um fator crucial para qualquer tipo de obra é a impermeabilização, que

    consiste na técnica de aplicação de produtos específicos para proteger as diversas

    áreas de um imóvel contra ação de águas que podem danificar a qualidade e

    durabilidade da obra, como por exemplo, a ação das chuvas, lavagens, dentre

    outras.

    A impermeabilização executada durante a obra é mais fácil e econômica do

    que a posterior reparação de um serviço mal executado, pois, na constatação da

    umidade presente em qualquer local, pode tornar os ambientes insalubres e com

    aspecto desagradável, apresentando eflorescências, manchas, bolores, oxidação

    das armaduras, etc, tornando mais complicado o seu reparo.

    Deste modo iremos abordar nessa monografia um estudo de caso sobre

    manta asfáltica, um dos tipos de impermeabilização mais usado no Brasil,

    abordando suas vantagens e desvantagens frente aos seus concorrentes.

    De fato, nada é rígido e imutável na construção. A impermeabilização carrega

    o estigma de mistério, provocado principalmente pela grande gama de produtos e

    sistemas que são oferecidos, com características e custos diversos, quer seja pela

    sofisticação da argumentação técnica, para compelir os que não têm conhecimento,

    a ter a imagem de uma solução difícil que confunde os leigos e motiva as pessoas a

    fugirem da impermeabilização (CUNHA; NEUMANN, 1979, p. 15).

    O principal intuito deste trabalho é colaborar com o estudo de patologias

    devido à falta de impermeabilização na construção civil e descrever os principais

    sistemas impermeabilizantes disponíveis, destacando a utilização das mantas

    asfálticas.

    1.2 OBJETIVOS

    1.2.1 Objetivo Geral

  • 10

    O objetivo geral desta pesquisa visa demostrar a importância da

    impermeabilização em qualquer tipo de estrutura com ênfase no sistema de manta

    asfáltica.

    1.2.2 Objetivos Específicos

    • Realizar uma pesquisa bibliográfica para obtenção de dados e procedimentos

    correto na execução da impermeabilização;

    • Analisar uma construção observando seus erros.

    1.3 METODOLOGIA

    O estudo será uma revisão bibliográfica para encontrar os principais

    problemas gerados da construção civil na área da impermeabilização, e na

    sequência descrever os principais métodos de impermeabilizantes presentes no

    mercado, enfatizando a utilização da manta asfáltica.

    Conforme Bervian e Cervo (2005, p. 60):

    A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências publicadas em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema.

    No estudo de caso será realizada uma análise sobre a impermeabilização

    numa obra no município de Maceió, bairro da Ponta Verde.

    Segundo Yin (2005), o uso do estudo de caso é adequado quando se

    pretende investigar o como e o porquê de um conjunto de eventos contemporâneos.

    O autor assevera que o estudo de caso é uma investigação empírica que permite o

    estudo de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real,

    especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão

    claramente definidos.

  • 11

    2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

    2.1 DEFINIÇÕES DE IMPERMEABILIZAÇÃO

    Segundo a NBR 9575/2003, impermeabilização é o produto resultante de um

    conjunto de componentes e serviços que objetivam proteger as construções contra a ação

    de fluídos, de vapores e da umidade.

    A impermeabilização é muito importante para a duração das construções, pois os

    poluentes do ar e a água podem causar danos irreversíveis na estrutura e grandes prejuízos

    financeiros. Assim a impermeabilização é importantíssima para a segurança da edificação e

    do usuário.

    Existem no Brasil diversos produtos impermeabilizantes, de diversas qualidades e

    diferentes desempenhos, suas características devem ser estudadas para permitir a melhor

    escolha para um adequado sistema de impermeabilização.

    Deve-se sempre procurar conhecer todos os parâmetros técnicos e ações

    físicas e químicas envolvidas no processo para a escolha adequada do sistema

    impermeabilizante.

    A NBR 9575/2010 define o projeto de impermeabilização como um conjunto

    de informações gráficas e descritivas que definem as características de todos os

    sistemas de impermeabilização empregados em uma dada construção, de forma a

    orientar inequivocamente a produção deles.

    O projeto de impermeabilização é constituído de três etapas, as quais serão

    analisadas a seguir: estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo. Se o

    projeto básico for elaborado corretamente, o projeto executivo tratará dos detalhes

    da impermeabilização.

    Segundo Righi (2009) na figura 1 podemos visualizar a grande importância

    dos projetos de impermeabilização e a sua execução dentro do prazo, devido ao alto

    custo agregado para realizar as correções das suas patologias como infiltrações, por

    exemplo.

  • 12

    Fonte: Adaptado de Righi (2009, p. 17)

    2.2 ATUAÇÃO DA UMIDADE NAS ESTRUTURAS

    A água é um dos maiores causadores de patologias na construção, esses

    problemas geram defeitos bastante graves e de difíceis soluções, tais como:

    a) Prejuízos financeiros;

    b) Danos em materiais e bens que estão presentes dentro do imóvel;

    c) Além do estresse e desconforto aos usuários, a umidade pode afetar a

    saúde, como por exemplo, desenvolver doenças respiratórias;

    d) Prejuízos na funcionalidade da edificação.

    O sistema de impermeabilização é de grande necessidade para garantir uma

    maior durabilidade das edificações e, segundo Soares (2014), a água pode

    ocasionar problemas como infiltrações, umidade e vazamentos, tornando as

    construções totalmente condenáveis, principalmente pelo ocasionamento de

    implicações aos moradores, causando desconfortos e problemas de saúde. Num

    outro ponto, além dos problemas suscitados, essas patologias causam a

    depreciação da edificação.

    Figura 1 - Custo da impermeabilização X data da execução

  • 13

    Verçoza (1991), por sua vez, entende que a umidade trata-se de um fator

    complexo em grande parte das patologias na construção civil, determinando que sua

    existência pode causar vários efeitos negativos, como a predominância de mofo,

    bolores, perda de rebocos e pinturas e até casos mais graves, como a ocorrência

    de problemas estruturais.

    Num outro ponto, destaca-se a observância de que, em lugares onde existe

    grande concentração de chuva, existe uma menor conservação das construções e

    edificações. Isso se dá devido aos efeitos negativos advindos do contato da água

    com os materiais presentes nas construções, fazendo com que o entendimento da

    impermeabilização seja uma preocupação frequente na execução das obras da

    engenharia civil.

    Nesse sentido, diversas são as formas de ação da água nas edificações e,

    sabendo qual é o tipo específico na causa da infiltração, deve-se escolher a melhor

    forma de como poderá ocorrer a impermeabilização.

    De acordo com a figura 2, observa-se como uma edificação pode sofrer com

    todos os problemas referentes à atuação dos fluidos:

    Fonte: Schornardier (2009, p. 22)

    Figura 2 - Atuação dos fluídos em edificação

  • 14

    A presença de umidade na construção pode ser causada por diferentes

    mecanismos, que estão descritos abaixo:

    a) Umidade de Infiltração: A água passa da área externa para a área interna

    através das fissuras, trincas, aberturas ou falhas de interfaces entre os elementos

    (por exemplo, quando existe uma vedação insuficiente em caixilhos), com isso,

    como resultado surge a infiltração causando a umidade (LERSCH, 2003).

    b) Umidade ascensional: Em uma construção esse tipo de umidade está

    relacionada ao contato de algum elemento como, por exemplo, tijolos, concretos

    porosos, etc., com a presença do solo úmido, esse fenômeno pode ser sazonal ou

    frequente em solos que tem presença de lençóis freáticos superficiais. A umidade

    ocorre através de uma ação chamada capilaridade, no qual pequenos vasos

    capilares, espaços ou poros permitem que a água suba até encontrar o seu

    equilíbrio com a força da gravidade (SOUZA, 2008).

    c) Umidade por condensação: É produzida pela falta de entrada de ar no

    ambiente, quando o vapor da água existente no interior de um local (sala, cozinha,

    dormitórios, etc.) entra em contato com superfícies mais frias como vidros, metais,

    paredes e outros, formando pequenas gotas de água (SOUZA, 2008).

    d) Umidade de obra: É a umidade presente em uma edificação após a

    finalização das atividades da obra, no qual a água que está presente internamente e

    tende a desaparecer gradualmente, tendo como exemplo a ocorrência do excesso

    de água na argamassa de reboco, e esta água é infiltrada para a parte interna da

    alvenaria, com isso resulta em um aumento do tempo para a cura prevista do reboco

    entrar em equilíbrio com o ambiente (QUERUZ, 2007).

    e) Umidade acidental: É a umidade causada por problemas nas tubulações de

    rede pluvial, esgoto, água potável, gás, etc., gerando infiltrações. Em construções

    mais antigas deve-se tratar com grande importância as manutenções preventivas,

    para não haver a possibilidade do surgimento de vazamentos devido o tempo de

    vida desses materiais já ter sido excedido (VERÇOZA, 1991).

    2.3 PATOLOGIAS E SUAS MANIFESTAÇÕES

  • 15

    De acordo com Righi (2009) as patologias de impermeabilização podem ser

    entendidas como os efeitos resultantes das falhas causadas por uma má execução

    do processo impermeabilizante.

    No Brasil, Yoshimoto (1986 apud Oliveira 2015) concluem que a maior

    parcela de patologias presentes está associada à umidade; as origens destas

    patologias são devidas a deficiência de projetos ou má execução de obras e também

    sobre o cuidado quanto os pequenos detalhes construtivos.

    Segundo Moraes (2002), dividem-se as origens das patologias de

    impermeabilização em quatro grupos:

    a) Concepção do projeto: as origens das patologias associadas a projetos

    podem ser pela ausência do próprio projeto, especificação inadequada de materiais,

    falta de dimensionamento, previsão do número de coletores pluviais para

    escoamento d’água, interferência de outros projetos na impermeabilização, falta de

    previsão de desnível junto à soleira, em função da planta baixa do terraço

    apresentar apenas uma cota indicando o nível da área externa, ausência do

    isolamento térmico;

    b) Defeitos devido à qualidade dos materiais: ocorrem defeitos pela má

    qualidade dos materiais porque os técnicos não seguem corretamente as normas,

    utilizando materiais inadequados, adulterados, não tem controle de qualidade. A

    utilização de materiais inadequados pode trazer consequências para a edificação,

    como, danos à construção, danos a estrutura, danos funcionais, danos à saúde dos

    usuários, danos aos bens internos do imóvel, descrédito ao seguimento da

    impermeabilização, ações na justiça, desvalorização do imóvel, necessidade de

    recuperação estrutural;

    c) Defeitos devido à execução: Podem ser ocasionados devido a dois

    pontos principais: falhas na execução, devido a um procedimento executivo

    inadequado, e a qualidade dos materiais. As principais causas dessas patologias

    são: Falta de argamassa de regularização que ocasiona a perfuração da

    impermeabilização; Não arredondamento de cantos e arestas; Execução da

    impermeabilização sobre a base úmida, no caso de aplicações de soluções

    asfálticas, comprometendo a aderência e podendo gerar bolhas que ocasionarão

    deslocamento e rupturas da camada de impermeabilização; Execução da

  • 16

    impermeabilização sobre base empoeirada, comprometendo a aderência; Juntas

    travadas por tábuas ou pedras, com cantos cortantes que podem agredir a

    impermeabilização; Uso de camadas grossas na aplicação da emulsão asfáltica,

    para economia de tempo, dificultando a cura da emulsão; Falhas em emendas;

    Perfuração de mantas pela ação de sapatos com areia, carrinhos entre outros.

    Nesse sentido, são patologias da impermeabilização:

    a) Carbonatação: A Carbonatação do concreto, que ocorre em concretos

    porosos ou com baixo cobrimento das armaduras reduz a alcalinidade do concreto,

    tendo como consequência a destruição da capa da armadura, permitindo o início do

    processo de corrosão, quando em presença de água, oxigênio e diferença de

    potencial da armadura (OLIVEIRA, 2015).

    Segundo o autor, caso haja a percolação da água no interior do concreto, há

    o surgimento de eflorescências na superfície, ocasionadas pela lixiviação do

    hidróxido de cálcio, presentes nos poros do concreto, até a superfície e

    posteriormente, a reação entre o hidróxido de cálcio com o gás carbônico formará o

    carbonato de cálcio, conforme a figura 3 abaixo:

    Figura 3 - Carbonatação

    Fonte: Autor (2018)

    Este fenômeno é conhecido como eflorescência, sendo uma formação de sais

    nas superfícies dos elementos, intensificando o processo de corrosão da armadura,

    consequentemente o desplacamento do cobrimento da região afetada.

    b) Corrosão: A corrosão ocorre quando superfícies constantemente úmidas

    de materiais de construção abrigam colônias de bactérias, mofos, algas, que

    possuem metabolismo ativo. Essas superfícies afetadas são mantidas

  • 17

    permanentemente úmidas pelos organismos e por precipitação de produtos

    metabólicos podendo chegar inclusive a gerar uma salinização adicional do material.

    Pascoal (2011, p.23).

    É considerada como uma das piores manifestações patológica que pode

    afetar uma estrutura, por culpa de uma má impermeabilização. Além da má

    impermeabilização uma série de fatores pode servir para acelerar esse processo tais

    como, alta porosidade do concreto, falto de cobrimento, má cura do concreto,

    segregação do concreto, dentre outros.

    A respectiva patologia ocasiona a troça de seção de aço resistente por óxido

    de ferro hidratado, ou seja, a diminuição da capacidade resistente da armadura pela

    diminuição da área de aço, que podem acarretar a Perda de aderência entre o aço e

    o concreto; Desagregação da camada de concreto envolvente da armadura,

    ocasionado pela pressão exercida do óxido sobre o concreto, na ordem de 15 MPa,

    sendo suficiente para fraturar o concreto; Fissuração devido a continuidade do

    processo de desagregação do concreto (SOUZA; RIPPER, 2009).

    Figura 4 - Corrosão de armadura exposta

    Fonte: Oliveira (2015, p. 56)

    c) Ação Biológica: De acordo com Oliveira (2015, p. 56) a ação biológica se

    dá através da presença de fungos vegetais, plantas cujas raízes, penetram as

    fissuras, aberturas ou aderem ao substrato úmido, ocasionando o escurecimento da

  • 18

    região afetada e posteriormente a desagregação, nas alvenarias, e corrosão da

    estrutura interna devido à ação das enzimas ácidas.

    Figura 5 - Ação Biológica

    Fonte: Autor (2018)

    2.4 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

    A impermeabilização é uma etapa dentro da construção indispensável para

    que se tenha uma construção duradoura e segura, por isso necessita de projeto

    especifico assim como um projeto de instalação elétrica, arquitetônico, etc.,

    garantindo que sua execução seja feita de maneira correta. Este projeto deve conter

    detalhadamente os produtos a serem usados e a forma de execução de cada

    método utilizado.

    A NBR 9575/2010 define o projeto de impermeabilização como um conjunto

    de informações gráficas e descritivas que definem as características de todos os

    sistemas de impermeabilização empregados em uma dada construção, de forma a

    orientar inequivocamente a produção deles.

    O projeto de impermeabilização é constituído de três etapas, as quais serão

    analisadas a seguir: estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo. Se o

    projeto básico for elaborado corretamente, o projeto executivo tratará dos detalhes

    da impermeabilização.

    A contratação tardia gera problemas na compatibilização ente os sistemas

    orçados. Sem o projeto em mãos, a construtora pode prever um custo abaixo do

    necessário.

  • 19

    É na concepção do projeto onde se originam os mais diferentes tipos de

    patologias e erros em construções. Nesta fase, o estudo em conjunto dos diversos

    projetos básicos e executivos diminuem o risco de problemas futuros.

    O primeiro passo é a contratação de um profissional habilitado para

    desenvolver o projeto. Este deverá entrar na fase do projeto básico, analisando os

    diversos projetos envolvidos (arquitetura, estrutura, instalações, paisagismo, etc.). A

    partir desta análise deverá identificar as áreas a serem impermeabilizadas e o tipo

    de sistema empregado.

    Este projeto deve garantir a estanqueidade e primar pela qualidade e

    desempenho, garantindo a vida útil solicitada pelo sistema a ser utilizado.

    Segundo a NBR 9575/2010 estanqueidade é a propriedade de um elemento

    (ou de um conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de

    fluidos de si. A sua determinação está associada a uma pressão-limite de utilização

    (a que relaciona com as condições de exposição do elemento ao fluido).

    Segundo Vieira (2008) a impermeabilização deve ser projetada para:

    a) Evitar a passagem indesejada dos fluidos nas construções, pelas partes

    que precisam de impermeabilização, podendo usar outros tipos de sistemas

    construtivos desde que desempenhem as mesmas condições de impermeabilidade;

    b) Proteger as estruturas, elementos construtivos que estejam expostos ao

    tempo, assim prevenindo-os contra os agentes agressivos presentes na atmosfera,

    como por exemplo, gases e chuva;

    c) Proteger o meio ambiente de possíveis vazamentos ou contaminações;

    d) Garantir a salubridade do local, proporcionando conforto aos usuários.

    2.5 NORMATIZAÇÃO

    No Brasil, a impermeabilização ganhou especial impulso para a sua

    normalização com as primeiras obras do Metrô da cidade de São Paulo, que se

    iniciaram em 1968. A partir de então, iniciaram-se as reuniões para criar as primeiras

    normas brasileiras de impermeabilização na ABNT - Associação Brasileira de

    Normas Técnicas.

  • 20

    A publicação da primeira Norma Brasileira de Impermeabilização aconteceu

    em 1975, mesmo ano da fundação do IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização,

    instituto responsável pela disseminação da importância da impermeabilização na

    construção, que prossegue até os dias de hoje.

    Um projeto de construção civil contempla diversos projetos tais como

    hidráulica, elétrica, acabamento e deve contemplar igualmente um projeto de

    impermeabilização. O profissional encarregado de planejar a impermeabilização

    deve desenvolvê-lo em total conformidade com os aspectos normativos da ABNT –

    Associação Brasileira de Normas Técnicas.

    Desde o dia 17 de outubro de 2010 entrou em vigor, a nova norma ABNT

    NBR 9575:2010, que estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção

    e projeto de impermeabilização. A nova norma estabelece requisitos mínimos de

    proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como os requisitos de

    salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a

    estanqueidade das partes construtivas que a requeiram.

    As normas que relatam sobre impermeabilização são:

    NBR 9575 - Elaboração de Projetos;

    NBR 9686 - Solução Asfáltica Empregada como Imprimação;

    NBR 9952 - Mantas asfálticas com Armadura;

    NBR 279/9574 - Execução;

    NBR 9689 - Materiais e Sistemas;

    NBR 15.575/2013 - Norma de desempenho.

    2.6 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

    Os sistemas impermeabilizantes são classificados quanto as suas

    características de aderência, flexibilidade, composição e pelo método de sua

    aplicação.

    As classificações existentes para os materiais impermeabilizantes conforme

    referências normativas e especialistas da área estão listados abaixo:

  • 21

    a) Aderência: São classificados de acordo com a aderência entre a

    impermeabilização e o substrato, quando fixados por fusão do material

    impermeabilizante ou colagem de adesivos, e pela sua ausência da fixação ao

    substrato.

    Quanto à aderência ao substrato, os sistemas de impermeabilização, segundo

    MORAES (2002) podem ser classificados como:

    • Aderido: Quando o impermeabilizante é fixado totalmente ao substrato, seja

    ela por asfalto quente ou maçarico, colagem com adesivos ou fusão do

    próprio material;

    • Semi-aderido: Quando a aderência está localizada em apenas alguns pontos

    do edifício, como ralos e sacadas;

    • Flutuante: Quando o impermeabilizante está totalmente solto encima do

    substrato, são utilizadas em locais onde a estrutura sobre grandes

    deformações.

    b) Flexibilidade: Usualmente, as fabricantes como Denver e Viapol,

    classificam os impermeabilizantes em três grupos: rígidos, semi-rígidos e flexíveis.

    c) Método de execução: Podem ser considerados em relação ao processo

    de execução em tipos realizados in loco (grande parcela dos impermeabilizantes) e

    pré-fabricados (manta asfáltica, por exemplo).

    d) Material: Segundo Oliveira (2015) os sistemas de impermeabilização

    podem ser classificados de acordo com a composição do material como:

    argamassas, cristalizantes, asfálticos e poliméricos.

    Assim, são apresentadas na tabela 1 as informações relacionadas aos

    diferentes tipos de classificação dos sistemas de impermeabilização, mais comuns:

    Tabela 1 - Classificação dos principais sistemas de impermeabilização

    CLASSIFICAÇÃO QUANTO

    SISTEMAS DE

    IMPERMEABILIZAÇÃO à

    aderência

    à flexibilidade

    ao método

    de execuçã

    o

    ao material

    com argamassas impermeáveis

    Aderente Rígido in loco argamassa

    com argamassas poliméricas Aderente Rígido in loco argamass

  • 22

    a

    com bloqueadores hidráulicos

    Aderente Rígido in loco cristalizante

    com cimento de pega ultrarápida Aderente Rígido in loco asfáltico

    com membranas asfálticas Aderente flexível in loco asfáltico

    com mantas asfálticas aderente ou

    independente

    flexível pré-

    moldado polimérico

    com membrana acrílica Aderente flexível in loco polimérico

    com membrana de poliuretano

    Aderente flexível in loco polimérico

    com membrana polimérica Aderente flexível in loco polimérico

    Fonte: Oliveira (2015, p. 25)

    2.7 MANTA ASFÁLTICA

    Segundo Soares (2014), a vedação de trincas ou rachaduras é o caso de

    mais difícil solução, por levar em conta que na maioria dos casos as trincas ou

    rachaduras ainda não existem no momento da impermeabilização. Por mais elástico

    que seja o produto, uma membrana delgada e aderida não acompanha o movimento

    e se rompe, porém, uma manta não aderida ao suporte dará melhor desempenho,

    pois os esforços não serão a ela transmitidos.

    Como um dos sistemas mais propagados no Brasil, a manta asfáltica é feita

    basicamente de material asfáltico modificado adicionado de elastômeros,

    plastômeros ou polímeros que garantem a maior durabilidade e elasticidade, armado

    com diversos tipos de materiais tendo como os mais comuns, filme polietileno,

    borracha, poliéster e fibras de vidro. Cada um desses materiais tem suas próprias

    características, podendo ser alterado mediante necessidade da obra, como

  • 23

    resistência a perfuração, ou menor custo, ou maior resistência ao puncionamento,

    ou outras características (FIBERSALS, 2017).

    As mantas asfálticas são fabricadas a base de asfalto modificado com

    polímeros e armados com estruturantes especiais, e a sua qualidade necessita

    desses dois componentes.

    Existem várias opções de mantas com características bem diferentes. Para

    escolher bem, é necessário estudar detidamente estas características e o

    desempenho que a manta vai ter na obra.

    De acordo com a NBR 9952/2007, os tipos de asfalto a serem utilizados nas mantas

    são os seguintes:

    a) Elastoméricas: São mantas elastoméricas quando ocorre a adição de elastômeros

    na massa. Geralmente é utilizado o SBS (estireno=butadieno=estireno) ou outro polímero

    que venha a potencializar a resistência à tração e alongamento do produto, oferecendo

    memória elástica, qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda a manta,

    reduzindo os riscos de falhas localizadas na impermeabilização;

    b) Plastoméricas: São mantas plastoméricas quando ocorre a ação de plastômeros a

    massa. Usualmente é utilizado o APP (polipropileno atático) ou outro polímero que venha a

    potencializar a resistência à tração e alongamento do produto, oferecendo memória elástica,

    qualidades que se apresentam de forma homogênea por toda a manta, reduzindo os riscos

    de falhas localizadas na impermeabilização;

    c) Oxidado: São mantas de asfalto oxidado, policondensado, ou com a adição de

    uma mistura genérica de polímeros.

    A mesma norma classifica as mantas asfálticas, em relação ao estruturante interno,

    nos seguintes tipos:

    a) Filme de polietileno: Segundo Ceudes (2010), é apenas um estruturante interno,

    que mantêm a manta coesa. Pode ser usado somente em locais onde não deve haver

    praticamente nenhum requisito de tração longitudinal ou transversal. Caso contraria, a

    manta acaba se rompendo;

    b) Véu de fibra de vidro: É classificada em norma como do Tipo II, oferecendo uma

    razoável resistência à tração, mas é muito pouco resistente à flexão e a cisalhamento;

    c) Não tecido de poliéster: Classificada em norma como do Tipo III, é uma lâmina de

    fibras prensadas de poliéster chamadas de “não-tecido” de poliéster. São as mais

    resistentes.

    As mantas asfálticas podem ter acabamento superficial dos seguintes tipos, por

    exemplo, granular, geotêxtil, metálico, polietileno, areia de baixa granulometria, plástico

    metalizado NBR 9952, (2007).

  • 24

    Segundo a NBR 9952 (2007), são classificadas de acordo com a tração e

    alongamento em tipos I, II, III e IV, e a flexibilidade a baixa temperatura em classes A, B e C,

    conforme indicado na tabela 2.

    Há, também as diferentes espessuras, sendo elas de 3mm, 4mm e 5mm. As de 5mm

    são as mais raras e de menor utilização.

    Fonte: NBR 9952/2007

    2.7.1 Manta Asfáltica Aderida

    Entre os métodos existentes, esse é considerado o mais comum, podendo ser

    feito de duas formas: aderência com asfalto ou aderência com maçarico. Na primeira

    forma, o asfalto oxidado é aplicado na superfície regularizada e logo em seguida

    com o asfalto ainda quente e diluído é colocado a manta, a vantagem de se utilizar o

    asfalto quente, são:

    • Asfalto tem características auto-nivelantes (corrigi irregularidades do

    substrato);

    • Manta fica totalmente assentada e aderida ao mesmo;

    • Asfalto usado como ponto de ligação entre o substrato e a manta funciona

    como um berço amortecedor da mesma, protegendo-a de possíveis sacrifícios

    provenientes de deficiências do substrato;

    Desvantagens:

    • Risco de acidentes;

    Tabela 2 Classificação das mantas asfálticas

  • 25

    • Maior número de funcionários;

    Na segunda forma, é aplicado primeiro uma ou duas camadas de primer

    asfáltico (o qual é o elemento de ligação entre o substrato e as mantas pré-

    fabricadas de asfalto). Depois de seco, inicia-se a aplicação da manta com o

    maçarico, iniciando pelo lado mais baixo da superfície, para que as emendas

    obedeçam ao sentido de escoamento. A maioria das marcas indica 10cm como

    medida de sobreposição das mantas. Sendo que estas emendas devem ser

    biseladas. (Oliveira, 2015).

    Vantagens:

    • Trabalho mais limpo;

    • Menos risco de acidentes;

    • Número reduzido de funcionários;

    • Rapidez na aplicação;

    Desvantagens:

    • Necessidade de substrato muito bem regularizado;

    • Aplicação de primer asfáltico;

    Locais de aplicação – lajes externas, térreo, lajes de coberturas, jardins,

    varandas descobertas, piscinas e espelhos d’águas.

    Figura 6 - Manta asfáltica aderida

    Fonte: Autor (2018)

  • 26

    2.7.2 Manta Asfáltica Flutuante

    Nesse sistema a manta é completamente desligada do substrato, e é aplicado

    de forma a envelopar a estrutura, sem aderir a base.

    Segundo Rocha (2016, p. 44), que cita diversos autores, há controvérsias

    sobre este sistema.

    Para Cunha e Neumann (1979, p. 29-30, apud ROCHA, 2016, p. 44), “os

    opositores do sistema não aderido muitas vezes o condenam pelo fato de nele ser

    difícil a localização de eventuais pontos de infiltração.

    Porém, as mantas no sistema aderido não são isentas de problemas na

    identificação de pontos de entrada de água, pois quando são aderidas a uma

    camada de argamassa regularizadora, geralmente não formam um corpo monolítico

    com a laje. A água pode infiltrar entre a argamassa e o concreto da estrutura, e

    assim o ponto de problema de estanqueidade não coincide com o ponto de entrada

    da água.

    Locais de aplicação – superfícies planas e que sofrem grandes deformações.

    2.7.3 Manta Asfáltica Aluminizada

    O conforto térmico sempre foi uma preocupação em todos tipos de obra,

    partindo desse principio a manta aluminizada recebe esse nome por conter um filme

    de alumínio com alta resistência a raios UV numa de suas faces, implica-se num

    ótimo isolante térmico, pois ele consegue refletir até 93% dos raios solares, além de

    reduzir o ruído de impacto de chuva.

    Elas podem ser aplicadas em lajes planas ou inclinadas, telhados e

    coberturas em geral, além de marquises e canaletas. Quanto ao telhado, podem ser

    instaladas tanto sob as telhas quando sobre elas.

    Se instaladas sobre o telhado, servem como um eficiente refletor para a

    radiação solar, pois o alumínio serve como uma espécie de espelhado para o

    material.

  • 27

    Se instalada sob o telhado, não possui o benefício da refletância, porém sua

    vida útil é bem maior por não ficar exposta ao tempo e às intempéries.

    Figura 7 - Manta asfáltica aluminizada

    Fonte: Autor (2018)

    2.7.4 Manta Asfáltica Ardosiada

    Manta asfáltica produzida a partir da modificação física do asfalto com

    polímeros que conferem à manta asfáltica excelente desempenho quanto à

    flexibilidade, durabilidade e resistência, em altas e baixas temperaturas, garantindo

    assim a perfeita impermeabilidade da área onde foi utilizada.

    É estruturada com não tecido de filamentos contínuos de poliéster

    previamente estabilizado. Possui na face externa pequenas escamas de ardósia

    natural ou grânulos minerais que protegem a manta do intemperismo e

    proporcionam um exclusivo acabamento superficial.

    Locais de aplicação – Lajes de cobertura exposta sem transito, coberturas

    abobadas, marquises, sheds e cúpulas.

  • 28

    Figura 8 - Manta asfáltica ardosiada

    Fonte: Autor (2018)

    2.9 MANUTENÇÃO E PREVENÇÃO

    Para uma correta aplicação da manta asfáltica é necessário realizar seguir

    procedimentos que influenciam diretamente no seu desempenho. As mantas

    asfálticas devem atender à norma brasileira NBR-9952/07 da ABNT.

    É importante levar em conta as dimensões da área a ser impermeabilizada e

    tipo de estrutura, de modo a permitir a escolha do tipo de manta mais adequado

    para cada caso.

    Basicamente, a aplicação da manta asfáltica pode ser feita por colagem com

    asfalto quente ou a maçarico.

    • Etapas de execução;

    • Regularização da superfície;

    Após limpeza adequada da superfície e preparação das mestras, executa-se

    a regularização com argamassa de cimento e areia, traço 1:3. A mesma deverá

    apresentar caimento de 1% nas áreas externas e 0,5% nas áreas internas. A

    superfície a ser regularizada deve ser molhada previamente com água.

    • Imprimação;

  • 29

    Após regularizar a superfície, deve-se aguardar a secagem (no mínimo 48

    horas) e, em seguida, fazer a imprimação da área utilizando primer fornecido pelo

    fabricante com consumo aproximado de 0,5 l/m².

    Figura 9 - Aplicação do primer

    Fonte: Autor (2018)

    • Aplicação de manta aderida com asfalto;

    Nesse caso é dispensável o uso do primer, deve-se fixar a manta asfáltica

    aderida com asfalto oxidado a quente (3 kg/m²). Nas emendas, as mantas deverão

    ser sobrepostas em 10 cm.

    • Aplicação de manta asfáltica aderida a maçarico;

    Após a completa secagem do primer, colar a manta com o uso de maçarico.

    As emendas deverão ter sobreposição de 10 cm. No caso de aplicação de manta

    dupla, essas deverão ser aplicadas no mesmo sentido, com emendas defasadas.

    • Teste de lâmina d'água;

    Impermeabilização - Seleção e Projeto, após a conclusão da

    impermeabilização, deve-se fazer o teste de lâmina d'água, por um período de 72

    horas, para posterior verificação da estanqueidade da impermeabilização (NBR 9575

    – 2003).

  • 30

    Figura 10 - Teste de estanqueidade

    Fonte: Autor (2018)

    • Laje que não haverá trânsito de pessoas ou veículos;

    Aplicar usando os mesmos procedimentos a manta asfáltica aluminizada, que

    não necessita de uma camada de proteção mecânica.

    • Trânsito normal;

    Nesse caso, executa-se uma argamassa de cimento e areia com traço 1:4.

    Deverá ser prevista a execução de juntas longitudinais (mínimo 1,50 m x 1,50 m) e

    transversais na argamassa.

    • Trânsito pesado;

    Executa-se uma camada de concreto, com espessura mínima de 7 cm,

    estruturada com tela soldada. Deverá ser prevista a execução de juntas de retração

    (quadros com dimensão mínima de 4 m x 4 m) e dilatação (perimetrais).

  • 31

    3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Como estudo de caso, utilizamos uma obra situada na cidade de Maceió, no

    bairro Ponta Verde, onde foi executada a impermeabilização na laje de cobertura

    com manta asfáltica aluminizada.

    Pudemos acompanhar a obra desde o início até a entrega ao cliente, onde se

    pode observar os erros que foram cometidos ao executar, bem como suas

    consequências.

    Depois de uma análise, foi constatado os principais erros cometidos na obra:

    • Regularização mal feita em cima do substrato;

    • Descolamento do transpasse, que teve uma soldagem imperfeita;

    • Perfuração da manta após o seu assentamento;

    • Não realização do teste de estanqueidade, que poderia prever futuros.

    O uso da manta da impermeabilização com manta asfáltica aluminizada, teve

    como escolha pelo fato da laje ser totalmente exposta ao sol e sem trânsito,

    pensando dessa forma, a mesma chega a refletir 93% dos raios UV, assim sendo

    muito útil para o melhor conforto térmico do ambiente.

    3.1 FALHAS OCORRIDAS

    3.1.1 Regularização

    Antes de realizar a impermeabilização com manta asfáltica, no procedimento,

    tem como primeiro passo a realização de uma regularização em cima do substrato

    com caimento para os ralos e meia-cana nas quinas, que eliminam os cantos vivos,

    e foi justamente nesse primeiro passo que já ocorreu o erro, o cimentado feito, não

    ficou com o caimento necessário assim fazendo com que a água ficasse

    “empoçada”, tendo que ser feito uma nova regularização em cima da manta

    asfáltica, tento como prejuízo o valor da regularização e a perda do benefício da

    manta aluminizada em refletir os raios U.V.

  • 32

    Figura 11 - Água empoçada

    Fonte: Autor (2018)

    3.1.2 Descolamento

    No segundo erro, ocorreu o descolamento lateral da manta, onde existia

    alvenaria. No procedimento correto, explica que nas laterais onde existe alvenaria, a

    manta deve subir cerca de 20 cm e depois a execução de uma proteção mecânica

    para não ter risco de a água conseguir infiltrar por trás da manta, para solucionar

    esse problema teve que ser feito uma nova manta em cima da manta asfáltica

    existente.

    Figura 12 - Descolamento da manta

    Fonte: Autor (2018)

    3.1.3 Perfuração

  • 33

    Terceiro erro na hora da execução foi a perfuração da manta asfáltica para

    passagem de tubulação de ar condicionado, o que deveria ter sido feita antes da

    realização da impermeabilização ou ter sido feita uma preparação para a passagem

    de tubulações, este erro ocorreu simultâneo ao de descolamento da manta, que por

    estes dois motivos foi refeita toda manta asfáltica.

    Figura 13 - Perfuração

    Fonte: Autor (2018)

    3.1.4 Teste de Estanqueidade

    Além dos erros supramencionados, deveria ter sido realizado um teste de

    estanqueidade após o termino da impermeabilização, onde ficaria com água

    acumulada por 72 horas assim mostrando todos os erros que poderiam ter ocorrido

    na obra.

  • 34

    4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O objetivo deste estudo foi apresentar aos interessados da área, as

    consequências que a umidade trás para a construção civil, manifestando suas

    patologias, transmitindo um pouco de conhecimento das possíveis causas dos

    problemas e indicando as técnicas descritas nas normas para suas soluções.

    A presença de água na edificação é inevitável e é um fator originador de

    várias patologias na edificação, porém é possível impedir sua ação através de

    medidas preventivas, ou seja, impermeabilização bem executada antes dos

    problemas surgirem; A ausência de manutenção pode, muitas vezes, agravar

    quadros patológicos eliminando, na maioria dos casos, a possibilidade de reformas,

    restando como única alternativa a reconstituição total do componente onde atua o

    agente patológico.

    No estudo de caso, um problema que ficou evidente é a falta de um projeto de

    impermeabilização feita através de um responsável técnico adequado. Devido à falta

    de projeto e conhecimento, notou-se que houve alguns erros na execução dos

    serviços.

  • 35

    5 REFERÊNCIAS

    ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. Rio de Janeiro: 2012.

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    2014.

    ________.NBR 7200: Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento. Rio de Janeiro: 1998.

    ________.NBR 9574: Execução de impermeabilização. Rio de Janeiro: 2008

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    LERSCH, M. I. Contribuição para a identificação dos principais fatores e mecanismos de degradação em edificações do Patrimônio Cultural de Porto Alegre. Dissertação de PósGraduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003.

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  • 36

    SOARES, F. F. A importância do projeto de impermeabilização em obras de construção civil. Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil. Universidade

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    SOUZA, F. M. Patologias ocasionadas pela umidade nas edificações. Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil. Escola de Engenharia da UFMG. Belo Horizonte, 2008.

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