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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO PAULO MESTRADO PROFISSIONAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE ELISABETE VENTURINI TALIZIN AUTOCUIDADO, ESTILO DE VIDA, QUALIDADE DE VIDA E RELIGIOSIDADE DE UNIVERSITÁRIOS INGRESSANTES SÃO PAULO 2015

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO PAULO

MESTRADO PROFISSIONAL EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

ELISABETE VENTURINI TALIZIN

AUTOCUIDADO, ESTILO DE VIDA, QUALIDADE DE VIDA E RELIGIOSIDADE DE

UNIVERSITÁRIOS INGRESSANTES

SÃO PAULO

2015

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ELISABETE VENTURINI TALIZIN

AUTOCUIDADO, ESTILO DE VIDA, QUALIDADE DE VIDA E RELIGIOSIDAD E DE

UNIVERSITÁRIOS INGRESSANTES

Dissertação apresentada ao Centro

Universitário Adventista de São Paulo para

obtenção do Título de Mestre em Promoção da

Saúde.

Orientador: Ms. Leslie Andrews Portes

SÃO PAULO

2015

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DEDICATÓRIA

A minha querida e especial família:

meu esposo, DAVID; meus filhos, TIMÓTEO e SARAH;

meus pais, VINÍCIUS e SONIA,

pelo amor, carinho, apoio e compreensão.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pelo presente da vida e por Seu amor incondicional;

Ao professor Ms Leslie Andrews Portes pela exemplo de vida cristã, seu dinamismo

contagiante e orientações preciosas;

A professora Dra Natália Cristina de Oliveira Vargas e Silva pela concepção original

do projeto de pesquisa “Estilo de Vida de Universitários Ingressantes e Concluintes”;

Aos membros do Grupo de Pesquisa em Exercício Físico e Estilo de Vida (GEFEV):

Anselmo dos Santos, Brenda Laís de Oliveira, Daniela Garcia, Letícia Simões,

Jéssica de Castro, Mariane Moraes e Taianã Ribeiro pela ajuda na coleta dos dados;

Aos universitários ingressantes que participaram desse estudo;

Ao UNASP pela oportunidade de estudar nesta escola e concluir esse estudo.

Muito obrigado!

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil de universitários ingressantes em relação ao autocuidado (AC), qualidade de vida (QV), estilo de vida (EV), religiosidade/espiritualidade (R/E), e estabelecer relações entre esses aspectos. Trata-se de um estudo do tipo transversal e exploratório, com abordagem quantitativa. Estudantes ingressantes dos doze cursos de graduação de uma Instituição de Ensino Superior privada e confessional foram avaliados por meio de instrumentos on-line e consulta de enfermagem, quanto à AC, QV, EV e R/E. Os instrumentos foram: sociodemográfico, critério de classificação econômica, WHOQOL-Bref, Estilo de Vida FANTASTICO, Escala de Religiosidade da DUKE e roteiro para consulta de enfermagem adaptado de Hermida (2005). Foram realizadas análises descritivas e as diferentes prevalências foram avaliadas pelo teste exato de Fisher. Foram calculados os coeficientes de correlação de Pearson e o nível de significância estabelecido foi P<0,05. A idade média dos universitários ingressantes foi de 22,4 ± 7,5 anos. A maioria era do gênero feminino, estudava no período noturno e tinha renda mensal de até 2,5 salários-mínimos. A QV dos 249 ingressantes foi classificada como satisfatória, sendo que o pior domínio foi o ambiente. O EV dos 224 respondentes foi classificado como muito bom. A R/E de 248 alunos foi considerada elevada. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os gêneros em relação à QV, EV e R/E. Porém, os universitários do período diurno e dos cursos de Ciências da Saúde tiveram melhor percepção na QV, melhor EV e melhor R/E em relação aos do noturno e dos cursos de Ciências Exatas e Humanas, respectivamente. O AC dos 119 ingressantes avaliados mostrou-se adequado para a maioria (84%). As principais práticas positivas foram: 100% dos alunos não utilizavam drogas ilícitas, 99% não eram tabagistas, 90% não ingeriam bebidas alcoólicas, 82% faziam três ou mais refeições por dia, 81% estiveram em consulta odontológica no último ano, 80% ingeriam água filtrada ou mineral 77% estavam com a situação vacinal atualizada, 76% tinham cuidado adequado com as mãos e pés, 71% frequentemente tomavam o desjejum. As práticas negativas foram: 74% consumiam menos de 2.000 ml de água diariamente, 69% não utilizavam protetor solar, 64% dormiam menos de 7 horas por noite, 56% não praticavam atividade física regularmente. Em relação aos dados antropométricos e hemodinâmicos (n=119), a maioria era eutrófica, 14% tinham sobrepeso, 9% obesidade e 18% apresentavam circunferência da cintura elevada. Em 6% de todos os sujeitos verificou-se pressão arterial limítrofe e em 5% níveis pressóricos elevados. O AC correlacionou-se fraca, mas significantemente com a QV (r = 0,26, P = 0,013), com o EV (r = 0,26, P = 0,011) e com a R/E (r = -0,41, P < 0,001). A QV correlacionou-se moderadamente com o EV (r = 52, P < 0,001), mas fracamente com a R/E (r = -0,20, P = 0,051). A correlação entre EV e R/E foi fraca, embora significante (r = -0,32, P = 0,001).

Palavras-chave: Autocuidado; Qualidade de Vida; Estilo de Vida; Religiosidade/Espiritualidade; Universitários.

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ABSTRACT

The present study aimed to describe the profile of freshmen students in relation to self-care (SC), quality of life (QOL), lifestyle (LS), religiosity/spirituality (R/S), and to establish relationships between these aspects. It is a transversal exploratory study with a quantitative approach. Freshmen students from the twelve undergraduate courses of a private confessional university were evaluated by means of online instruments and nursing consultation, regarding SC, QOL, LS and R/S. The instruments were: economic classification criterion, socio-demographic, WHOQOL-Bref, FANTASTIC lifestyle, DUKE scale of Religiosity and script for nursing consultation adapted from Hermida (2005). Descriptive analyses were carried out and the different prevalences were evaluated by Fisher exact test. Pearson’s correlation coefficients were calculated and the established significance level was P<0.05. The average age of students was 22.4 ± 7.5 years. The majority of them were female, studying at night and with a monthly income up to 2.5 minimum wages. QOL of 249 freshmen was classified as satisfactory, and the worst domain was the environment. The LS of 224 respondents was rated as very good. R/S of 248 students was high. There were no statistically significant differences between genders regarding QOL, LS and R/S. However, students from daytime period and from Health Sciences courses had a better perception of QOL, better LS and best R/S when compared tothe night students and the exact sciences and humanities ones, respectively. SC of the 119 freshmen evaluated was suitable for most of them (84%). The main positive points were: 100% of students did not use illicit drugs, 99% were not smokers, 95% consumed filtered or mineral water, 90% did not ingest alcohol, 82% used to have three or more meals a day, 81% had a dentist appointment last year, 77% had an updated vaccine status, 76% had proper care with their hands and feet, 71% often took breakfast. The main negative points were: 74% consumed less than 2,000 ml of water daily, 69% did not use sunscreen, 64% used to sleep less than 7 hours per night, 56% did not engage in physical activity regularly. Regarding anthropometric and hemodynamic data (n = 119), the majority were eutrophic, 14% were overweight, 9% were obese and 18% presented high waist circumference. In 6% of all subjects borderline blood pressure was observed, and 5% of them had high blood pressure. SC correlated weakly, but significantly with QOL (r = 0.26, P = 0.013), LS (r = 0.26, P = 0.011) and R/S (r = -0.41, P < 0.001). QOL moderately correlated with LS (r = 52, P < 0.001), but weakly with R/S (r = -0.20, P = 0.051). The correlation between LS and R/S was weak, though significant (r = -0.32, P = 0.001).

Keywords: Self-care; Quality of life; Lifestyle; Religiosity/Spirituality; University

students.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Distribuição dos Universitários Ingressantes, segundo as variáveis sociodemográficas. São Paulo, 2015.........................................................................35

TABELA 2 – Qualidade de vida e seus domínios, Estilo de Vida e Religiosidade/Espiritualidade de universitários ingressantes, distribuídos por gênero. São Paulo, 2015.........................................................................................................36

TABELA 3 – Qualidade de vida e seus domínios, Estilo de Vida e Religiosidade/Espiritualidade de universitários ingressantes, distribuídos por turno de estudo e áreas dos cursos. São Paulo, 2015.............................................................37

TABELA 4 – Distribuição dos Universitários Ingressantes, segundo as variáveis sociodemográficas obtidos na consulta de enfermagem. São Paulo, 2015...............39

TABELA 5 – Antropometria, Hemodinâmica e Espirometria dos universitários ingressantes do gênero feminino. São Paulo, 2015...................................................40

TABELA 6 – Antropometria, Hemodinâmica e Espirometria dos universitários ingressantes do gênero masculino. São Paulo, 2015................................................41

TABELA 7 – Distribuição dos Universitários Ingressantes segundo o índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintura e valores da pressão arterial divididos em gêneros. São Paulo, 2015..........................................................................................42

TABELA 8 – Distribuição dos Universitários Ingressantes segundo o índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintura e valores da pressão arterial divididos em turnos e cursos. São Paulo, 2015..............................................................................42

TABELA 9 - Distribuição dos universitários ingressantes segundo os resultados do autocuidado, divididos em gêneros. São Paulo, 2015...............................................44

TABELA 10 - Distribuição dos universitários ingressantes segundo os resultados do autocuidado, divididos em turnos e cursos. São Paulo, 2015....................................45

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Escala de respostas para as escalas de avaliação, capacidade e

frequência (WHOQOL), São Paulo, 2015..................................................................29

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10

1.1 Teorias de Enfermagem ............................................................................. 10

1.2 Teoria de Enfermagem do Déficit do Autocuidado ..................................... 11

1.3 Autocuidado e Saúde ................................................................................. 13

1.4 Qualidade de Vida e Saúde........................................................................ 15

1.5 Estilo de Vida e Saúde ............................................................................... 16

1.6 Religiosidade/Espiritualidade e Saúde ....................................................... 17

1.7 A fase universitária e a Saúde .................................................................... 18

2 MÉTODO ....................................................................................................... 21

2.1 Tipo de estudo ............................................................................................ 21

2.2 Local de estudo .......................................................................................... 21

2.3 População e cálculo da amostra ................................................................ 21

2.4 Aspectos éticos .......................................................................................... 22

2.5 Critérios de inclusão e exclusão ................................................................. 22

2.6 Coleta de dados ......................................................................................... 22

2.6.1 Antropometria .......................................................................................... 23

2.6.2 Bioimpedância ......................................................................................... 24

2.6.3 Espirometria ............................................................................................ 25

2.6.4 Dados Hemodinâmicos ........................................................................... 25

2.6.5 Consulta de enfermagem ........................................................................ 26

2.7 Instrumentos para coleta de dados ............................................................ 26

2.7.1 Dados Sociodemográficos ....................................................................... 26

2.7.2 Critério de Classificação Econômica ....................................................... 27

2.7.3 Qualidade de vida ................................................................................... 27

2.7.4 Estilo de vida ........................................................................................... 29

2.7.5 Religiosidade/espiritualidade ................................................................... 30

2.7.6 Consulta de enfermagem ........................................................................ 31

2.7.7 Padrão Dietético ...................................................................................... 32

2.8 Análise estatística ...................................................................................... 33

3 RESULTADOS .............................................................................................. 34

4 DISCUSSÃO ................................................................................................. 47

4.1 Dados Sociodemográficos .......................................................................... 47

4.2 Qualidade de vida ...................................................................................... 47

4.3 Estilo de vida .............................................................................................. 50

4.4 Religiosidade/espiritualidade ...................................................................... 51

4.5 Consulta de Enfermagem ........................................................................... 52

4.5.1 Dados Sociodemográficos ....................................................................... 52

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4.5.2 Antropometria e hemodinâmica ............................................................... 54

4.5.3 Autocuidado ............................................................................................ 56

4.5.3.1 Uso de tabaco, álcool e drogas ............................................................ 58

4.5.3.2 Automedicação ..................................................................................... 59

4.5.3.3 Situação vacinal ................................................................................... 60

4.5.3.4 Sono ..................................................................................................... 60

4.5.3.5 Hábitos alimentares .............................................................................. 61

4.5.3.6 Hidratação ............................................................................................ 62

4.5.3.7 Atividade física ..................................................................................... 62

4.5.3.8 Consulta odontológica .......................................................................... 63

4.5.3.9 Exposição à luz solar e fotoproteção .................................................... 64

4.5.3.10 Higiene/Cuidado com mãos e pés ...................................................... 64

4.5.3.11 Relacionamento familiar e com amigos .............................................. 65

4.5.3.12 Sexualidade ........................................................................................ 66

4.6 Autocuidado, Qualidade de Vida, Estilo de Vida e Religiosidade/

Espiritualidade .................................................................................................. 66

5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 68

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 69

ANEXOS... ....................................................................................................... 88

ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa... .................................... 88

ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... ........................... 90

ANEXO C – Dados Sociodemográficos... ........................................................ 91

ANEXO D – Critério de Classificação Econômica Brasil... ............................... 92

ANEXO E – Qualidade de Vida ........................................................................ 93

ANEXO F – Estilo de Vida FANTASTICO... ..................................................... 99

ANEXO G – Escala de Religiosidade da DUKE ............................................... 101

ANEXO H – Consulta de Enfermagem ............................................................. 102

ANEXO I – Consulta de Enfermagem Adaptada .............................................. 109

ANEXO J – Padrão Dietético............................................................................ 116

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Teorias de Enfermagem

As Teorias de Enfermagem oferecem respaldo científico para as ações de

Enfermagem (BOUSSO; POLES; CRUZ, 2014). Pode-se citar como exemplos a

Teoria da Adaptação de Callista Roy, a Teoria Ambientalista de Florence Nightingale,

a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta, a Teoria do

Cuidado Cultural ou Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural de Madeleine

Leininger, a Teoria de Sistemas de Betty Neuman, a Teoria do Cuidado Transpessoal

de Jean Watson, a Teoria do Déficit do Autocuidado de Dorothea Orem, entre outras

(BRAGA; SILVA, 2011). Entre as várias Teorias de Enfermagem, a Teoria do Déficit

de Autocuidado de Orem se destaca por sua estreita relação com as definições mais

modernas de Saúde. Bircher (2005), por exemplo, definiu saúde como “estado

dinâmico de bem estar caracterizado pelos potenciais físico, mental e social, os quais

satisfazem as demandas da vida, proporcionalmente à idade, cultura e

responsabilidade pessoal”. Orem, define a Enfermagem como: “um serviço

especializado que se distingue dos outros serviços humanos com foco de atenção nas

pessoas com incapacidades para proverem a quantidade e a qualidade necessária de

cuidados de seu próprio funcionamento e desenvolvimento” (SANTOS; SARAT, 2008,

p.314). A relação entre a definição de Bircher e o conceito que Orem tinha de

Enfermagem parecem claras. A Teoria de Orem objetiva diagnosticar, sistematizar e

capacitar o indivíduo a cuidar de si mesmo e a definição de Bircher de Saúde inclui as

responsabilidades que o indivíduo tem para com sua Saúde.

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1.2 Teoria de Enfermagem do Déficit do Autocuidado de Orem

A Teoria de Enfermagem do Déficit de Autocuidado de Orem fundamenta-se

em três teorias: Teoria de Autocuidado, Teoria do Déficit do Autocuidado e Teoria do

Sistema de Enfermagem (OREM, 2006 apud BRAGA; SILVA, 2011). A Teoria do

Autocuidado trata com os motivos pelos quais o autocuidado é necessário para a

vida, saúde e bem-estar da pessoa. A Teoria do Déficit do Autocuidado é mais

abrangente que a anterior e busca explicar os motivos pelos quais a Enfermagem é

necessária para o processo cuidativo. Quando o indivíduo está em situação de déficit

de autocuidado, necessitando de ajuda e cuidado de Enfermagem, a Teoria do

Sistema de Enfermagem busca explicar a maneira pela qual as pessoas são

ajudadas pela Enfermagem. Cinco conceitos centrais e inter-relacionados

fundamentam as três teorias citadas e, por fim, a Teoria de Orem: 1) capacidade de

autocuidado, 2) ações de autocuidado, 3) demandas de autocuidado terapêutico, 4)

déficit de autocuidado e 5) capacitação em Enfermagem.

Por capacidade de autocuidado deve-se entender aquilo que o indivíduo é

capaz de fazer por si e para si mesmo, e é influenciada por fatores condicionantes

como: idade, sexo, estado de desenvolvimento e de saúde, fatores socioculturais,

familiares e ambientais, padrões de vida, adequação e disponibilidade de recursos

(BRAGA; SILVA, 2011). Souza et al. (2010) propuseram um instrumento para avaliar

a capacidade de autocuidado de pacientes e indivíduos saudáveis. Esse instrumento

foi recentemente adaptado e validado para o português por Stacciarini (2012). As

ações de autocuidado incluem as práticas, as condutas ou as atividades que os

indivíduos realizam em benefício de si mesmos, com o intuito de manter a vida, a

saúde e a qualidade de vida. Esse conceito está intimamente relacionado à mais

atualizada definição de Estilo de Vida (WHO, 1998b), que será detalhada

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posteriormente. A demanda de autocuidado terapêutico tem que ver com as ações

requeridas de autocuidado, em situações específicas ou por períodos específicos de

tempo, no sentido de abranger ou atender os requisitos de autocuidado necessários

ao indivíduo. Em outras palavras, é o conjunto de ações necessárias para que sejam

atendidos os requisitos de autocuidado universais, de desenvolvimento e de desvio

de saúde. O déficit de autocuidado é o resultado dos dois conceitos anteriores. Se

o resultado das ações de autocuidado frente às demandas de autocuidado for

deficitário, surge a necessidade de ações no sentido de aumentar o conhecimento, as

habilidades e as experiências de autocuidado para nivelar ou superar as demandas

próprias do momento ou período de vida. A capacitação ou agência de autocuidado

tem que ver com as habilidades e capacitação dos profissionais que lidarão com os

indivíduos com déficits de autocuidado. Orem estabelece que o enfermeiro é o agente

oficialmente reconhecido para ajudar os indivíduos a adquirirem competências e para

o conhecimento e a prática do autocuidado (BRAGA; SILVA, 2011).

Orem estabeleceu também três requisitos de autocuidado, ou seja, ações com

o intuito de proverem o autocuidado necessário: 1) requisitos universais, 2) requisitos

de autocuidado de desenvolvimento e 3) requisitos de autocuidado no desvio da

saúde. Os requisitos universais, como o termo sugere, são comuns a todos os

indivíduos em todos os períodos da vida, e incluem: manutenção de uma inspiração

adequada, ingestão suficiente de água, ingestão suficiente de alimento de qualidade,

cuidados associados aos processos de eliminação, equilíbrio entre atividade e

repouso, equilíbrio entre estar só e a interação social, prevenção dos perigos à vida,

ao funcionamento e ao bem-estar, promoção do funcionamento e desenvolvimento do

ser humano, de acordo com seu potencial. Os requisitos de autocuidado de

desenvolvimento baseiam-se nos requisitos anteriores e tratam com os eventos ou

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situações novas que ocorrem na vida. Os requisitos de autocuidado no desvio da

saúde, como o termo esclarece, tem que ver com os cuidados necessários

relacionados à problemas de saúde identificados ou diagnosticados, com vistas à sua

plena recuperação ou controle (OREM, 2006 apud BRAGA; SILVA, 2011). O presente

estudo abrange a Teoria do Autocuidado e a Teoria do Déficit de Autocuidado,

buscando identificar e avaliar as ações de autocuidado e os requisitos universais,

relacionando-os ao Estilo de Vida, à Qualidade de Vida e à

Religiosidade/Espiritualidade de Ingressantes na Universidade.

1.3 Autocuidado e Saúde

Parece clara a relação entre a Teoria do Autocuidado e o sentido mais

moderno de Saúde, como o proposto por Bircher (2005). É intuitivo supor que se um

indivíduo exibir adequados requisitos universais de autocuidado exibirá adequado

Estilo de Vida e perceberá um nível satisfatório de Qualidade de Vida. Essas

possibilidades têm despertado grande interesse de pesquisa pela possibilidade de

novas abordagens com a finalidade de se reduzir as chances de adoecimento e de

incapacidades, sofrimento crônico e morte prematura (BRASIL, 2006). Embora se

admita que o indivíduo tem direito a uma vida plena e saudável, e que o Estado tem

obrigações em relação à promoção e proteção da saúde (SCLIAR, 2007), o presente

estudo baseia-se no pressuposto de que o indivíduo é o principal responsável pela

promoção de sua saúde, ou que, ao menos, pode fazer mais por sua saúde

(autocuidado) do que tem de fato realizado.

Nesse sentido, a Promoção da Saúde, entendida aqui como o processo de

capacitação pessoal e coletiva para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e de

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sua saúde (WHO, 1998b; BRASIL, 2002), visa preparar/capacitar o indivíduo/coletivo

para o autocuidado por intermédio de ações educativas (OLIVEIRA, 2011). Desta

forma, a promoção da Saúde representa estratégia promissora para enfrentar os

múltiplos desafios de Saúde (RIOS et al., 2007), especialmente entre os jovens. Nesse

sentido, a educação é indicada como recurso de excelência para a Promoção da

Saúde, a partir da autonomia para o autocuidado (OLIVEIRA, 2011). O termo

Prevenção de Doenças é definido aqui como as ações antecipadas, baseadas no

conhecimento da história natural da doença, a fim de interferir/impedir seu curso

(CZERESNIA; MACIEL; OVIEDO, 2013). Analisados com atenção, prevenção e

promoção são conceitos distintos. Pode-se prevenir listando uma série de itens e

atitudes que devem ser abandonados com vistas a impedir o desenvolvimento de

fatores de risco (prevenção primária), de doenças (prevenção secundária) e seus

agravos (prevenção terciária). Promover a saúde tem finalidades superiores. Visa

oferecer recursos para a adoção de comportamentos e hábitos (Estilo de Vida)

atrativos e responsáveis (autocuidado), que tenham impacto positivo e decisivo sobre

a saúde.

Partindo do pressuposto de que o autocuidado são as atividades e/ou ações

que os indivíduos iniciam e realizam em seu próprio benefício, visando a manutenção

da vida, saúde e bem-estar, compreensão essa, estreitamente relacionada aos

conceitos de Promoção da Saúde e de Estilo de Vida, essas ações deverão impactar

específica e integralmente o funcionamento e o desenvolvimento humano (BUB et al.,

2006). Interessantemente, os oito Requisitos Universais de Autocuidado

estabelecidos por Orem (OREM, 2006 apud BRAGA; SILVA, 2011) assemelham-se

muito à proposta Adventista do Sétimo Dia (ASD) de Estilo de Vida: 1) consumo de

água limpa, 2) busca por viver em local com ar puro, 3) adequada exposição à luz

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solar, 4) alimentação vegetariana, 5) adequada prática de exercícios físicos, 6) sono

e repouso adequados, 7) abstinência de drogas lícitas e ilícitas, como também do uso

racional de medicamentos, e 8) profunda e significativa vida espiritual (FRASER,

2003). Esta semelhança é relevante, visto que os participantes deste estudo são

acadêmicos de uma Instituição de Ensino Superior Confessional Adventista. Portanto,

tais medidas são, ao mesmo tempo, medidas de Estilo de Vida, Promoção da Saúde

e Autocuidado, e deverão afetar favoravelmente a Saúde.

1.4 Qualidade de Vida e Saúde

Na carta de Ottawa, de 1986, após a Primeira Conferência Internacional de

Promoção de Saúde, firmou-se a ideia de saúde como Qualidade de Vida, resultante

de complexo processo condicionado a diversos fatores, tais como justiça social,

ecossistema, renda e educação (CZERESNIA; MACIEL; OVIEDO, 2013). Na

Constituição Federal Brasileira (BRASIL, 2012, p.116), o artigo 196 evita discutir o

conceito de saúde, mas diz que:

“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem reduzir o risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde”.

Analisados com atenção, esses dois documentos não expressam com clareza a

responsabilidade individual com relação à Saúde. Ao contrário, colocam a maior parte

da responsabilidade pela saúde do indivíduo sobre os ombros do Estado. Isso quase

que exclui por completo o papel do indivíduo e de sua responsabilidade em promover

sua saúde. Além disso, estabelece Saúde como sinônimo de Qualidade de Vida, o

que é inapropriado. Com base apenas na definição da Organização Mundial da Saúde

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(OMS) (WHO, 1998), não é possível entender Qualidade de Vida como sinônimo de

Saúde. Qualidade de Vida é a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida,

no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais vive. Leva em consideração

seus objetivos, expectativas, padrões de vida e preocupações pessoais. A Qualidade

de Vida tem que ver com a percepção de bem estar físico, mental, psicológico e

emocional, educação, poder econômico, além de relacionamentos sociais

satisfatórios, como família e amigos, os quais afetam favorável ou desfavoravelmente

a Saúde. Nessa perspectiva é possível supor que a Saúde afete a Qualidade de Vida

e vice versa (WHO, 1998a).

1.5 Estilo de Vida e Saúde

Estilo de Vida é o conjunto de hábitos e costumes que são influenciados,

modificados, encorajados ou inibidos pelo prolongado processo de socialização

(WHO, 1998b; WHO, 2014). Esses hábitos e costumes incluem o uso de substâncias,

tais como álcool, fumo, chá ou café, hábitos dietéticos, de exercício e de sono, os

quais têm importantes implicações para a saúde e são frequentemente objeto de

investigações epidemiológicas. É consenso que o Estilo de Vida saudável tem enorme

impacto sobre a Saúde e redução da mortalidade. Por exemplo, em 2009, o Colégio

Americano de Medicina Preventiva (ACPM, 2009) divulgou documento demonstrando

convincente e amplamente que intervenções de Estilo de Vida podem tratar com

segurança diversas doenças, tais como obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia,

intolerância à glicose e diabetes, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares,

doenças reumáticas, todos os tipos de cânceres (ANAND et al., 2008, ACPM, 2009),

osteoporose, depressão, fibromialgia, síndrome da fadiga crônica, esclerose múltipla,

esteatose hepática não alcoólica, doença de Parkinson, demência e lombalgia

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crônica. Esses dados permitem afirmar que Estilo de Vida e Saúde estão

relacionados.

Recentemente, o Estilo de Vida ganhou ainda maior importância com os dados

divulgados pela OMS sobre as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) (WHO,

2010 e 2014). Nos anos de 2008 e 2009, por exemplo, mais de 63% de todos os óbitos

ocorreram por DCNT: aparelho circulatório, cânceres, aparelho respiratório e diabetes

mellitus. Os quatro principais fatores de risco para os óbitos relacionados a essas

doenças foram: tabagismo, dieta não saudável, sedentarismo e uso nocivo do álcool

(WHO, 2010). Em grande medida, esses resultados se devem à transição econômica,

rápida urbanização e inadequado Estilo de Vida do século XXI.

1.6 Religiosidade/Espiritualidade e Saúde

A religiosidade/espiritualidade (R/E) parece exercer positiva influência sobre a

Saúde física e a prevenção de doenças (GUIMARÃES; AVEZUM, 2007). No presente

estudo, trataremos religiosidade como a extensão na qual o indivíduo acredita, segue

e pratica uma determinada religião; e espiritualidade será entendida como os

aspectos relacionados ao significado da vida e à razão de viver, não limitados ao tipo

de crenças ou práticas religiosas (PANZINI et al., 2007). Vários achados têm

evidenciado associações entre R/E e atividade imunológica (LUTGENDORF et al.,

2004), saúde mental (MOREIRA-ALMEIDA; LOTUFO NETO; KOENIG, 2006),

doenças cardiovasculares e mortalidade (POWELL; SHAHABI; THORESEN, 2003).

Para Panzini et al. (2007), a espiritualidade é importante dimensão da Qualidade de

Vida, e Kanopack e McAuley (2012) sugerem que a espiritualidade pode

favoravelmente influenciar a Saúde e o bem-estar, especialmente a saúde mental.

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Esses autores indicaram que os indivíduos mais espirituais e fisicamente ativos

exibiam melhor Qualidade de Vida. Além disso, para White, Peters e Schim (2011) a

R/E, semelhantemente a outros fatores condicionantes da Teoria de Orem, também

pode afetar a capacidade e ações de autocuidado. Esses autores propõem a

integração de conceitos de R/E e autocuidado espiritual dentro da Teoria de Déficit do

Autocuidado.

1.7 A Fase Universitária e a Saúde

A fase universitária da vida representa um grande desafio de saúde pública,

não somente por envolver a fase jovem da vida, mas também por ser considerada

crítica para a promoção e manutenção da saúde. Adicione-se a isso o fato de que o

número de estudantes na educação superior brasileira tem aumentado a cada ano.

Em 2013, eram 7,3 milhões, distribuídos em 32 mil cursos de graduação, oferecidos

por 2,4 mil instituições de ensino superior, sendo 301 públicas e 2 mil particulares.

Quase 30% da população brasileira na faixa etária de 18 a 24 anos são universitários

e 74% do total de matrículas de graduação estão nas instituições de ensino privadas

(BRASIL, 2014a). Curiosamente, há poucos estudos disponíveis com a população

universitária a respeito da promoção da saúde e autocuidado (BRANDÃO et al., 2009;

SEBOLD; RADÜNZ; CARRARO, 2011; ESCOBAR; PICO, 2013). Segundo Santos et

al. (2014), o período universitário coincide com o período de transição da adolescência

para a vida adulta. É durante essa fase que a incorporação de hábitos nocivos à

saúde, como tabagismo, etilismo e sedentarismo, pode iniciar e/ou se estabelecer

definitivamente. O período de ingresso na universidade pode ser marcado por

aumento do nível de estresse e mudanças no estilo de vida (SERLACHIUS; HAMER;

WARDLE, 2007), visto que, para muitos, pode ser a primeira vez que vivem longe da

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família e do convívio social inicial (SANTOS et al., 2014). Este período da vida também

resulta em aumento de responsabilidades e afazeres, como horas de estudo,

atividades complementares, monitorias e iniciação científica (CARDOSO et al., 2009).

Por outro lado, tais indivíduos estão expostos a comportamentos e condutas de saúde

pouco saudáveis, como hábitos alimentares não recomendáveis à saúde, diminuição

das horas de sono e de atividade física, exposição ao tabaco, álcool e outras drogas

(GASPAROTTO et al., 2013b). Segundo Cota e Miranda (2006), as mudanças de

hábitos alimentares mais comuns entre universitários incluem omissões de refeições,

consumo de lanches rápidos, de “fast foods” e ingestão de refeições desiquilibradas

do ponto de vista nutricional.

Existem também evidências que estudantes universitários são mais suscetíveis

ao ganho de peso em seu primeiro ano na universidade (SERLACHIUS; HAMER;

WARDL, 2007). Moreira et al. (2013) estudou universitárias ingressantes e concluintes

do curso de Nutrição e verificou que em ambos os grupos o consumo de energia,

carboidratos, fibras, porções de frutas, verduras e legumes estava inadequado de

acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde. Em relação à prática de

atividades físicas entre os universitários, os resultados dos estudos diferem bastante.

A prevalência de sedentarismo foi de 70% entre universitários de Pernambuco

(FREITAS et al., 2013); de 30% entre universitários do Tocantins (RODRIGUES;

CHEICK, MAYER, 2008) e de 13,8% em universitários de Santa Catarina

(QUADROS et al., 2009). Vasconcelos et al. (2013) avaliaram a qualidade do sono de

universitários de uma Universidade pública no Ceará e verificaram que 95,2% dos

investigados apresentavam má qualidade do sono. Comportamentos de risco foram

encontrados em estudantes do curso de Educação Física, como uso de tabaco, álcool,

drogas lícitas e ilícitas, restrição de sono e relações sexuais desprotegidas (PALMA;

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ABREU; CUNHA, 2007). Franca e Colares (2008) encontraram resultados

semelhantes em universitários de cursos de Ciências da Saúde, tanto em

ingressantes como em concluintes. Os hábitos estabelecidos na fase universitária

podem afetar favorável ou desfavoravelmente a qualidade de vida das pessoas.

O presente estudo se justifica porque, até o momento, são escassos os dados

relativos às características de Autocuidado, Estilo de Vida, Qualidade de Vida,

Religiosidade/Espiritualidade e Saúde da população universitária ingressante. O foco

no Autocuidado e suas relações com o Estilo de Vida, Qualidade de Vida e

Religiosidade/Espiritualidade é inédito. Os hábitos cultivados na fase da juventude têm

impacto na futura ocorrência de doenças (VON AH et al., 2004) e na Qualidade de

Vida. As universidades são espaços estratégicos para a Promoção da Saúde por sua

contribuição potencial à saúde de grupos populacionais específicos (MELO;

MOYSES; MOYSES, 2010).

Os objetivos do presente estudo foram descrever o perfil de universitários

ingressantes em uma instituição de ensino superior privada e confessional em relação

ao Autocuidado, Estilo de Vida, Qualidade de Vida, Religiosidade/Espiritualidade e

estabelecer relações entre esses aspectos.

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2 MÉTODO

2.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo do tipo transversal e exploratório, com abordagem

quantitativa. Esta dissertação é um recorte de um estudo multidisciplinar intitulado

“Estilo de Vida de Universitários Ingressantes e Concluintes”.

2.2 Local de Estudo

Esse estudo foi realizado no Centro Universitário Adventista de São Paulo

(UNASP – Campus São Paulo), uma instituição de ensino superior, confessional e

privada, localizada na zona sul da cidade de São Paulo. O UNASP é dividido em

quatro Campi, todos no Estado de São Paulo: São Paulo, Engenheiro Coelho,

Hortolândia e Virtual, contando, atualmente, com 10.500 alunos divididos em 25

cursos.

2.3 População e Cálculo da Amostra

A população desse estudo foi composta por estudantes ingressantes dos 12

cursos de graduação do Campus São Paulo. Os cursos de graduação oferecidos pela

Instituição no período diurno são: Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia; os

cursos do período noturno são: Administração, Análise de Sistemas, Ciências da

Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Educação Física, Matemática

e Pedagogia. O número total de estudantes ingressantes no primeiro semestre de

2014 foi de 600. Realizou-se o cálculo amostral com erro tolerável de 5%, resultando

em 240 indivíduos.

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2.4 Aspectos Éticos

Este estudo está em conformidade com a resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde (http://conselho.saude.gov.br) e com a declaração de Helsinki

(http://www.wma.net/en/30publications/10policies/b3/), e foi aprovado em 08/11/2013

pelo Comitê de Ética e Pesquisa do UNASP, parecer n° 451.174 (ANEXO A).

2.5 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram convidados a participar do estudo os estudantes de ambos os sexos,

ingressantes do ensino superior, matriculados no primeiro semestre de 2014. Foram

incluídos os que concordaram em participar do estudo e o manifestaram por meio da

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B), enviado

eletronicamente por meio de sistema de pesquisa eletrônica “E-surv”

(https://esurv.org), via e-mail pessoal. Foram excluídos os alunos que faziam

adaptações e dependências em disciplinas do primeiro semestre.

2.6 Coleta de Dados

No início do primeiro semestre letivo de 2014, no mês de fevereiro, foi solicitada

à secretaria do ensino superior da instituição a relação dos nomes e e-mails dos

alunos ingressantes. Em seguida, foi realizado o cadastro de todos no banco de dados

“e-surv”. Após esse cadastro, foi enviado por e-mail o convite e o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Também foi feito convite geral em todas as turmas

de ingressantes. Entre os meses de fevereiro e abril de 2014, foram enviados e-mails

para os alunos ingressantes que manifestaram desejo em participar do estudo,

contendo links que os direcionavam aos instrumentos para a coleta de dados. Os

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instrumentos foram preenchidos online e armazenados no banco de dados “e-surv”

nos formatos pdf e Excel.

Os estudantes que preencheram os instrumentos foram convidados a participar

de uma avaliação presencial que ocorreu nas dependências do Laboratório de

Fisiologia do Exercício (LAFEX), na Policlínica do UNASP – São Paulo. As avaliações

foram previamente agendadas (dia e horário) e ocorreram nos meses de maio e junho

de 2014. Os participantes tiveram a opção de escolher entre o período da manhã, da

tarde e da noite, de segunda-feira a quinta-feira, e também foram atendidos em alguns

domingos.

A avaliação presencial compreendeu os seguintes exames: medidas

antropométricas, bioimpedância, espirometria, preenchimento do questionário de

padrão dietético, aferição dos sinais vitais e consulta de enfermagem. A avaliação

antropométrica e dos sinais vitais foi realizada por seis acadêmicos não ingressantes

do UNASP, sendo dois do curso de Enfermagem, um de Fisioterapia, dois da

Educação Física e um da Nutrição. Os acadêmicos que participaram da coleta de

dados foram previamente treinados e supervisionados pela pesquisadora e por seu

orientador. A consulta de enfermagem foi realizada por uma enfermeira (EVT) e por

uma acadêmica de Enfermagem que cursava o 9° semestre. A acadêmica de

Enfermagem foi previamente capacitada para a realização da consulta de

enfermagem e coleta de dados.

2.6.1 Antropometria

O peso corporal (kg) foi medido uma única vez, em local reservado, com os

participantes descalços e com roupas leves, em balança digital Filizola, graduada em

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0,1kg. A estatura (cm) foi medida apenas uma vez, por meio de estadiômetro

graduado em 0,1cm. Os estudantes foram orientados a se posicionarem eretos,

imóveis, com os braços ao longo do corpo, a cabeça posicionada segundo o plano de

Frankfurt, e os pés unidos. A estatura foi determinada após inspiração máxima. A partir

do peso corporal e da estatura foi calculado o índice de massa corpórea (IMC, kg/m2),

e os resultados classificados da seguinte maneira (WHO, 2010): abaixo de 18 kg/m2:

baixo peso para a estatura, de 18 a 25 kg/m2: eutrófico, acima de 25 kg/m2:

sobrepeso e, acima de 30 kg/m2: obesidade. A medida da circunferência da cintura

(CC, cm) foi realizada com fita métrica inextensível, com os estudantes em posição

ereta. O local de medida foi no ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista

ilíaca. Foram considerados CC adequada: <80cm (Feminino) e <94cm (Masculino) e

risco elevado: ≥80cm (Feminino) e ≥94cm (Masculino) (WHO, 2010).

2.6.2 Bioimpedância

A bioimpedância ou impedância bioelétrica (BIA) foi realizada por meio de

equipamento tetrapolar após 10 minutos de descanso em decúbito dorsal (Heyward,

2002). Foi utilizado o monitor Biodynamics, modelo 450, que emite corrente elétrica

de baixa intensidade (800 µA) e alta frequência (50 KHz). As variáveis obtidas foram

o percentual de gordura, a massa magra, a taxa de água corporal, o percentual de

água corporal, o percentual de água na massa magra, a biorresistência e a reactância.

2.6.3 Espirometria

A função pulmonar foi determinada por meio de fluxômetro KOKO da

“Pulmonary Data Service Instrumentation Inc.” (Louisville, Colorado), conectado a um

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microcomputador. As condições ambientais de temperatura, pressão e saturação com

vapor d’água (ATPS) foram determinadas a cada avaliação e registradas no software

fornecido pelo fabricante, segundo recomendado (MILLER et al., 2005). As seguintes

variáveis foram analisadas: capacidade vital forçada (CVF, litros), volume expiratório

forçado em 1 segundo (VEF1, litros), relação de VEF1/CVF (%) e pico expiratório

forçado (PEF, litros/segundo). Também foram medidas as pressões inspiratórias (PI

máx, cmH2O) e expiratórias (PE máx, cmH2O) máximas, por meio de

manovacuômetro (modelo Ger-Ar, Brasil), segundo descrito em Zanchet, Viegas e

Lima (2005). As PI e PE máximas foram medidas 3 vezes e o melhor resultado

utilizado para as análises.

2.6.4 Dados Hemodinâmicos

Os sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca, saturação de oxigênio)

foram aferidos após 10 minutos de repouso em decúbito dorsal horizontal, como

recomendado (SBC/SBH/SBN, 2010). A frequência cardíaca (FC) e a saturação

periférica de oxigênio (SpO2) foram determinadas por meio de oxímetro posicionado

na polpa do dedo anular (Nonin Onyx, modelo 9500). A pressão arterial (PA) foi

determinada em tomada única, no membro superior esquerdo, com o sujeito em

decúbito dorsal, utilizando-se esfigmomanômetro digital (OMRON, modelo HEM 791,

com bolsa de borracha 12 x 23 cm). Foram considerados os seguintes parâmetros:

Pressão arterial ótima (<120 por <80mmHg); normal (<130 por <85mmHg); limítrofe

(130-139 por 85-89mmHg); hipertensão (≥140 por ≥90mmHg) (SBC/SBH/SBN,

2010).

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2.6.5 Consulta de Enfermagem

A consulta de enfermagem foi realizada em local reservado, com duração

média de 30 minutos. Foram realizados entrevista e exame físico, utilizando

instrumento adaptado de Hermida (2005), que tem como referencial teórico a Teoria

do Autocuidado. Para o exame físico foram utilizadas as técnicas de inspeção,

palpação e ausculta. O instrumento foi composto por perguntas abertas e fechadas

para avaliar os seguintes aspectos: antecedentes pessoais e familiares, padrões de

sono, exercícios físicos, hábitos, alimentação, hidratação, eliminações, sexualidade,

relacionamento familiar e social, espiritualidade, atividade diária e exame físico geral.

2.7 Instrumentos para a Coleta de Dados

2.7.1 Dados Sociodemográficos

Foram coletados dados sociodemográficos (ANEXO C), como sexo, idade,

naturalidade, nacionalidade, nome do curso e tipo de residência no período

universitário.

2.7.2 Critério de Classificação Econômica Brasil

O nível econômico foi avaliado por meio de instrumento elaborado pela

Associação Nacional de Empresas de Pesquisa (ANEP) que tem a finalidade de

estimar o poder de compra individual e familiar, caracterizando os participantes em

classes econômicas e não em classes sociais (ANEXO D). A pontuação é atribuída

com base na posse e quantidade de bens e grau de instrução do chefe da família. Os

bens avaliados são os seguintes: televisão, rádio, banheiro, automóvel, empregada

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mensalista, máquina de lavar, videocassete ou DVD, geladeira, freezer (independente

ou parte da geladeira duplex). Quanto maior a quantidade desses bens, maior a

pontuação. O grau de instrução do chefe da família foi dividido em cinco categorias:

analfabeto e fundamental I incompleto; fundamental I completo e II incompleto;

fundamental II completo e médio incompleto; médio completo e superior incompleto;

superior completo. Quanto maior o grau de instrução do chefe da família, maior a

pontuação. As classes econômicas foram divididas em: A1 (42-46 pontos), A2 (35-41

pontos), B1 (29-34 pontos), B2 (23-28 pontos), C1 (18-22 pontos), C2 (14-17 pontos),

D (8-13 pontos), E (0-7 pontos). Segundo a ANEP (2013), as classes D e E devem ser

unidas para a estimativa e construção de amostras. A justificativa para isso é o

tamanho reduzido da classe E, que inviabiliza a leitura dos resultados obtidos.

2.7.3 Qualidade de Vida

A qualidade de vida foi avaliada pelo Questionário desenvolvido pela

Organização Mundial da Saúde (The WHOQOL Group, 1998), formato abreviado

(WHOQOL-bref, ANEXO E). Esse instrumento está disponível em 20 idiomas

diferentes, tendo sido validado em português por Fleck et al. (2000).

O WHOQOL-bref é composto por 26 questões no formato escala de Likert. As

primeiras duas perguntas avaliam a qualidade de vida geral, sendo a pergunta 1 a

percepção da qualidade de vida e a pergunta 2 a satisfação com a saúde. As demais

24 perguntas avaliam 24 facetas diferentes e estão distribuídas em quatro domínios:

físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Cada domínio produziu um

escore médio que foi obtido somando-se o resultado de cada faceta dividido pelo

número de facetas do domínio. O escore de cada domínio foi assim interpretado:

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necessita melhorar: de 1 a 2,9, regular: de 3 a 3,9, boa: de 4 a 4,9 e muito boa: 5.

Posteriormente, para a devida comparação com os resultados do WHOQOL 100, os

domínios foram transformados em uma escala que variou de 0% a 100%. Quanto

maior a porcentagem melhor a qualidade de vida. As equações para a transformação

foram as seguintes:

Após a obtenção do escore percentual de cada domínio, um escore médio foi

calculado, somando-se os escores de cada domínio, dividido por 4. O resultado foi um

escore geral de qualidade de vida.

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Adicionalmente, com base na Escala de Respostas para as Escalas de

Avaliação, Capacidade e Frequência do WHOQOL (Figura 1), que divide os 100

pontos possíveis da avaliação global de Qualidade de Vida em cinco categorias,

utilizamos outra distribuição, ainda com base em cinco quintis, da seguinte maneira:

zero a 19,9 pontos: muito insatisfatória, de 20 a 39,9: insatisfatória, de 40 a 59,9: nem

insatisfatória nem satisfatória, de 60 a 79,9: satisfatória, e de 80 a 100: muito

satisfatória.

Figura 1: Escala de respostas para as escalas de avaliação, capacidade e frequência.

Fonte: WHO, 1998: http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/whoqol2.html#4.

2.7.4 Estilo de Vida

O estilo de vida foi avaliado utilizando-se o questionário “Estilo de Vida

FANTASTICO” (ANEXO F), que foi traduzido e validado para o português por Añes,

Reis e Petroski. (2008). Esse instrumento é auto-administrado e considera o

comportamento dos indivíduos nos últimos meses, permitindo associação entre estilo

de vida e saúde. O instrumento compreende 25 questões distribuídas em nove

Escala 0%

(âncora)

25% 50% 75% 100%

(âncora)

“QoL” muito

insatisfeito

Insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito

satisfeito

Avaliação muito

ruim

Ruim nem ruim nem

bom

bom muito bom

muito

infeliz

Infeliz nem feliz nem

infeliz

feliz muito feliz

Capacidade nada muito pouco médio muito completamente

Frequência nunca Raramente às vezes repetidamente sempre

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domínios: família e amigos, atividade física, nutrição, cigarro e drogas, álcool,

sono, cinto de segurança, estresse e sexo seguro, tipo de comportamento,

introspecção e trabalho. As perguntas estão dispostas na forma de escala de Likert,

com cinco alternativas, sendo que a alternativa da esquerda é sempre a de menor

valor. A codificação das perguntas foi realizada por pontos: (0) para a primeira coluna,

(1) para a segunda coluna, (2) para a terceira coluna, (3) para a quarta coluna e (4)

para a quinta coluna. A soma de todos os pontos permitiu chegar ao escore total que

classifica os indivíduos em cinco categorias segundo o estilo de vida: excelente (85 a

100 pontos), muito bom (70 a 84 pontos), bom (55 a 69 pontos), regular (35 a 54

pontos) e necessita melhorar (0 a 34 pontos).

2.7.5 Religiosidade/Espiritualidade

Os estudantes responderam à Escala de Religiosidade da Duke University

(DUREL – Duke Religious Index), desenvolvida por Koenig, Meador e Parkerson

(1997). Esse instrumento (ANEXO G) é composto por cinco questões fechadas que

identificam três das dimensões de religiosidade mais relacionadas à saúde

(MOREIRA-ALMEIDA et al., 2008): religiosidade organizacional (RO),

religiosidade não-organizacional (RNO) e religiosidade intrínseca (RI). As

perguntas estão dispostas na forma de escala de Likert, com seis alternativas nas

questões 1 e 2 e cinco alternativas nas questões 3 a 5. Em relação à pontuação do

instrumento, quanto menor, maior a religiosidade. A pontuação mínima possível é de

5 pontos e a máxima de 27 pontos. A validade dessa escala foi feita por Lucchetti et

al. (2012) e, posteriormente, Taunay et al. (2012) validou com uma amostra de

estudantes universitários. A RO se refere à frequência aos encontros religiosos, a

RNO à frequência às atividades religiosas privadas e a RI à busca de internalização e

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vivência plena da religiosidade como principal objetivo do indivíduo. Utilizamos a RO

e RNO para estimar a religiosidade e a RI para a espiritualidade.

2.7.6 Consulta de enfermagem

Foi utilizado como roteiro para a consulta de enfermagem o instrumento

(ANEXO H), composto por entrevista e exame físico, elaborado e validado por

Hermida (2005). Foram realizadas algumas adaptações ao instrumento original por se

tratar de um instrumento para avaliação de pacientes hospitalizados, e no presente

estudo foi feita avaliação dos participantes em nível ambulatorial (ANEXO I). O

instrumento para a entrevista foi composto pelos seguintes itens: fatores pessoais e

condicionantes básicos, requisitos de autocuidado desenvolvimentais,

antecedentes pessoais e familiares e requisitos de autocuidado universais

(padrões de sono e repouso, exercícios físicos, hábitos, padrões nutricionais e

hidratação, atividade diária, participação ou dependência familiar, relacionamento

familiar, espiritualidade, segurança emocional e higiene pessoal).

No instrumento para o exame físico foram registrados os principais achados e

anormalidades do referido exame. Os itens referiam-se à identificação dos requisitos

de autocuidado universais: sinais vitais, sistema neurológico, cabeça, pescoço,

sistema respiratório, tórax, pulmão, sistema cardiovascular, nutrição, hidratação,

eliminações, abdome, genitália, deambulação, mobilidade, extremidades, dorso e

competências para o autocuidado. Foram excluídos os itens: histórico da patologia

atual (pertencente à entrevista) e competência para o autocuidado e procedimentos

(pertencente ao exame físico), por se tratarem de itens relacionados apenas a

pacientes hospitalizados.

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Para facilitar a análise dos dados foram selecionados 16 itens considerados

importantes na avaliação do autocuidado e baseados nos requisitos universais: 1)

situação vacinal atualizada, 2) automedicação, 3) dormir mais de 7 horas por noite, 4)

não usar tabaco, 5) não usar álcool, 6) não usar drogas ilícitas, 7) fazer três ou mais

refeições por dia, 8) ingerir o desjejum, 9) consumir frutas, legumes e verduras

diariamente, 10) ingerir no mínimo 2.000ml de água diariamente, 11) consumir água

filtrada ou mineral, 12) praticar atividade física regularmente, 13) se expor à luz solar

frequentemente, 14) usar protetor solar frequentemente, 15) ter ido à consulta

odontológica no último ano e 16) ter um cuidado adequado com as mãos e pés. Os

ingressantes que possuíam entre 16 e 13 práticas de autocuidado foram considerados

“muito bom”, entre 12 e 9 “adequado”, entre 8 e 5 “regular” e entre 4 e 0 “necessita

melhorar”.

2.7.7 Padrão dietético

Adicionalmente, buscou-se identificar o padrão dietético por meio de um

formulário que apresenta três opções de frequência (nunca ou raramente, 1 a 3 vezes

por semana, 1 vez por semana ou mais) de consumo de 5 produtos específicos: carne

vermelha, carne de aves, peixe, ovos e leite. Os participantes foram agrupados em 3

padrões dietéticos distintos: vegetarianos (aqueles que assinalaram não consumir ou

consumir raramente qualquer dos produtos alimentares supracitados),

ovolactovegetarianos (aqueles que consumiam leite e/ou ovos, mas nunca ou

raramente os três tipos de carne) e onívoros (aqueles que consumiam carne vermelha,

aves ou peixes 1 a 3 vezes por mês ou mais).

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2.8 Análise Estatística

As análises foram conduzidas por meio do software GraphPad Prism versão

6.0 para Windows (GraphPad Software, San Diego, California, USA,

www.graphpad.com) e pelo SPSS versão 22 para Windows (IBM Corporation,

Armonk, NY, USA). Inicialmente foram realizadas análises descritivas para identificar

as características demográficas e clínicas dos universitários. Os participantes da

pesquisa foram separados por gênero (masculino e feminino), turno (diurno e noturno)

e cursos (Ciências da Saúde e Ciências Humanas e Exatas). A normalidade das

variáveis foi testada pelo método de D’Agostino e Pearson. Métodos paramétricos e

não-paramétricos foram empregados para as variáveis numéricas e categóricas,

respectivamente, segundo o resultado do teste de normalidade. As diferentes

prevalências encontradas foram avaliadas por meio do teste exato de Fisher (qui-

quadrado, 2). Foram calculados os coeficientes de correlação de Spearman. Em

todos os casos, valores de P < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes.

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3 RESULTADOS

Preencheram o instrumento sociodemográfico (Tabela 1) 255 alunos, sendo

69% do gênero feminino, 52% com idades até 19 anos e a idade média de 22,4 ± 7,5

anos. Sessenta porcento deles moravam com a família, 60% estudavam no período

noturno e a maior representação foi do curso de psicologia (21%). Quanto à

classificação econômica, 35% dos sujeitos eram das classes B1 e B2, e 62% eram

das classes C1, C2, D e E, com renda familiar média bruta mensal estimada em até

dois e meio salários mínimos (ABEP, 2014). Ainda em relação às classes econômicas,

não houve diferença estatisticamente significante entre os gêneros, porém, a

pontuação do critério de classificação econômica foi significantemente superior entre

os estudantes do período Diurno (21,8±7,3) em relação ao Noturno (19,8±6,7) e entre

os estudantes dos cursos de Ciências da Saúde (21,4±7,5) em relação aos cursos de

Ciências Exatas e Humanas (19,7±6,4). Apesar dessa diferença de pontuação, não

houve diferença na classificação econômica, pois a pontuação entre 18 a 22 pontos

se refere à classe econômica C1.

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Tabela 1: Distribuição dos Universitários Ingressantes, segundo as variáveis sociodemográficas. São Paulo, 2015.

Variáveis (n = 255) n %

Gênero Masculino Feminino

78

177

31 69

Idade ≤19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos

132 91 21 10

52 36 8 4

Curso Administração Anál. Sistema C. Computação C. Biológicas C. Contábeis Ed. Física Enfermagem Fisioterapia Matemática Nutrição Pedagogia Psicologia

23 13 9 21 19 29 23 8 13 19 25 53

9 5 3 8 8 11 9 3 5 8 10 21

Turno Diurno Noturno

103 152

40 60

Residência Morava com a família Morava no internato Morava com amigos

154 80 21

60 32 8

Classe Econômica A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E

1 5

30 61 71 43 41 3

1 2 11 24 28 17 16 1

As Tabelas 2 e 3 resumem os dados de Qualidade de Vida, Estilo de Vida e

Religiosidade/Espiritualidade (R/E) dos participantes que responderam a esses

instrumentos.

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Em relação à Qualidade de Vida, 249 participantes (98% do total)

responderam ao WHOQOL-bref e segundo o escore geral a maioria deles foi

classificada como tendo uma qualidade de vida satisfatória (0% apresentou qualidade

de vida muito insatisfatória, 3% insatisfatória, 38% nem insatisfatória nem satisfatória,

53% satisfatória e apenas 6% apresentaram qualidade de vida muito satisfatória). O

escore geral não diferiu significantemente entre os gêneros, mas foi significantemente

superior (P < 0,05) nos estudantes do período diurno em relação aos do noturno. Os

domínios físico e social foram os que alcançaram os maiores resultados, enquanto

que os domínios psicológico e ambiente apresentaram os menores escores (P < 0,05).

Adicionalmente, os estudantes das Ciências da Saúde exibiram escores

significantemente superiores aos dos cursos de Ciências Exatas e Humanas nos

domínios físico, psicológico, ambiente e qualidade de vida geral (P < 0,001).

Tabela 2: Qualidade de vida e seus domínios, Estilo de Vida e Religiosidade/Espiritualidade de universitários ingressantes, distribuídos por gênero. São Paulo, 2015.

Domínios Todos Feminino Masculino Significância

Qualidade de Vida

Geral (n = 249) 61,4 ± 11,9 61,2 ± 11,5 61,9 ± 12,8 NS

Físico 66,8 ± 14,0 65,9 ± 13,5 68,7 ± 14,8 NS

Psicológico 64,1 ± 14,5 63,4 ± 14,3 65,6 ± 14,9 NS

Social 66,0 ± 18,1 67,1 ± 17,9 63,9 ± 18,3 NS

Ambiente 48,8 ± 13,6 48,4 ± 13,2 49,4 ± 14,5 NS

Estilo de Vida (FANTÁSTICO)

Geral (n = 224) 70,8 ± 10,0 71,0 ± 9,6 70,4 ± 10,7 NS

Religiosidade/Espiritualidade (DUREL)

Geral (n = 248) 9,4 ± 4,3 9,2 ± 4,3 9,9 ± 4,3 NS

Valores médios ± desvios-padrão.

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Tabela 3: Qualidade de vida e seus domínios, Estilo de Vida e Religiosidade/Espiritualidade de universitários ingressantes, distribuídos por turno de estudo e áreas dos cursos. São Paulo, 2015.

Domínios Diurno Noturno Ciências da Saúde

Ciências Exatas/Humanas

Qualidade de Vida

Geral (n = 249) 63,3 ± 10,6 60,3 ± 12,4* 63,3 ± 10,7 60,3 ± 12,4*

Físico 68,8 ± 12,4 65,8 ± 14,8 68,8 ± 12,4 65,8 ± 14,8

Psicológico 67,7 ± 17,7 63,4 ± 15,2* 67,7 ± 17,7 63,4 ± 15,2*

Social 67,7 ± 17,7 65,2 ± 18,3 67,7 ± 17,7 65,2 ± 18,3

Ambiente 51,6 ± 12,5 46,9 ± 14,1** 51,6 ± 12,5 46,9 ± 14,1**

Estilo de Vida (FANTÁSTICO)

Geral (n = 224) 72,9 ± 9,6 69,4 ±10,0** 73,0 ± 9,5 68,7 ± 9,9***

Religiosidade/Espiritualidade (DUREL)

Geral (n = 248) 8,5 ± 3,5 10,0 ± 4,7** 8,7 ± 3,6 10,1 ± 4,8*

Valores médios ± desvios-padrão. *P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001: comparações entre os períodos e entre as áreas.

Os resultados a respeito do Estilo de Vida, segundo o questionário

FANTASTICO (Tabela 2), indicaram que, dos 224 estudantes respondentes (88% do

total), 17 (7%) foram classificados como tendo “Excelente” Estilo de Vida, 109 (48%)

“Muito Bom”, 85 (38%) “Bom”, 13 (5%) “Regular” e nenhum estudante foi classificado

como “Necessita Melhorar” seu Estilo de Vida (de zero a 34 pontos). Os estudantes

do período diurno exibiram escores de Estilo de Vida significantemente superiores em

relação aos do noturno (P < 0,01) (Tabela 3). Adicionalmente, os estudantes das

Ciências da Saúde exibiram resultados de Estilo de Vida significantemente superiores

aos dos cursos de Ciências Exatas e Humanas (P < 0,001).

Em relação à religiosidade/espiritualidade (Tabelas 2 e 3), dos 248 alunos

avaliados (97% do total), não foram identificadas diferenças significantes nas

comparações entre os gêneros, contudo, os estudantes do período diurno e dos

cursos de Ciências da Saúde exibiram religiosidade/espiritualidade significantemente

superior aos do noturno e de Ciências Humanas e Exatas, respectivamente (P < 0,05).

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Os dados obtidos através da consulta de enfermagem foram divididos em três

partes: características sociodemográficas, dados antropométricos, hemodinâmicos e

espirométricos, e autocuidado.

Compareceram à consulta de enfermagem 119 sujeitos (47% do total), dos

quais 84% eram solteiros, 55% eram naturais da região sudeste e 49% se

autodeclaravam pardos. Em relação ao trabalho remunerado, 63% conciliavam o

estudo com o trabalho, sendo que 76% do gênero masculino, 73% dos estudantes do

noturno e 76% dos estudantes de Humanas/Exatas. Em relação à preferência

religiosa, a maioria (74%) referiu ser evangélica ou protestante, sendo 66% ASD e 8%

de outras denominações, e 17% católicos. Essas prevalências se justificam visto ser

uma instituição confessional Adventista. A prevalência de ASD e evangélicos

alcançou, respectivamente, 85% e 82%, no período diurno e nos Cursos de Ciências

da Saúde, enquanto que no período noturno e nos Cursos de Ciências Exatas e

Humanas 66% e 68%, respectivamente. Quanto ao tipo de assistência médica

utilizada, 62% se diziam usuários do SUS. A Tabela 4 resume essas informações.

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Tabela 4. Distribuição dos Universitários Ingressantes, segundo as variáveis sociodemográficas obtidas na consulta de enfermagem. São Paulo, 2015.

Variáveis (n=119) n %

Etnia/cor Branco Pardo Negro Amarelo

38 58 13 10

32 49 11 8

Estado Civil Solteiro Casado Divorciado União Estável

100 17 2 0

84 14 2 0

Naturalidade/regiões Sudeste Nordeste Norte Centro-Oeste Sul

66 26 20 4 3

55 22 17 3 3

Preferência religiosa Adventista (ASD) Católico Evangélico Espírita Não possui

79 20 10 1 9

66 17 8 1 8

Trabalho remunerado Sim Não

75 44

63 37

Horas de trabalho semanais (n=75) Até 20 horas De 21 a 40 horas Mais de 40 horas

9 58 8

12 77 11

Tipo de assistência médica SUS Convênio SUS e Convênio SUS e Particular

74 33 10 2

62 28 8 2

Os resultados antropométricos, hemodinâmicos e espirométricos estão

descritos nas Tabela 5 (gênero feminino) e Tabela 6 (gênero masculino).

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Tabela 5: Antropometria, Hemodinâmica e Espirometria dos universitários ingressantes do gênero feminino. São Paulo, 2015.

Domínios Todas Diurno Noturno C. Saúde C. Exatas/ Humanas

Idade 22,9 ± 7,2 21,8 ± 6,9 24,2 ± 7,4* 21,7 ± 6,6 24,7 ± 7,7*

Estatura 161,3 ± 5,6 160,7 ± 6,4 162,0 ± 5,0 160,9 ± 6,0 162,0 ± 4,9

Peso 62,9 ± 15,0 60,7 ± 11,4 65,2 ± 18,2 60,6 ± 11,3 66,0 ± 18,8

IMC 23,9 ± 4,8 23,4 ± 3,4 24,6 ± 6,1 23,3 ± 3,6 24,8 ± 6,2

CC 75,2 ± 10,5 73,6 ± 7,8 76,8 ± 13,0 73,4 ± 8,4 77,4 ± 12,9

%G 28,6 ± 5,8 28,7 ± 4,6 28,5 ± 7,0 28,4 ± 4,9 28,9 ± 7,1

MM 44,0 ± 7,0 42,9 ± 6,4 45,3 ± 7,5 43,0 ± 6,3 45,5 ± 7,8

FC 73 ± 11 75 ± 11 71 ± 11 75 ± 11 70 ± 11

PAS 107 ± 11 104 ± 11 110 ± 10** 104 ± 11 110 ± 10**

PAD 71 ± 8 70 ± 8 73 ± 7* 70 ± 8 74 ± 7**

CVF 3,6 ± 0,6 3,5 ± 0,6 3,7 ± 0,4 3,5 ± 0,6 3,7 ± 0,5*

VEF1 3,1 ± 0,5 3,0 ± 0,5 3,2 ± 0,4 3,0 ± 0,5 3,2 ± 0,4

VEF1/CVF 0,88 ± 0,06 0,87 ± 0,06 0,88 ± 0,06 0,88 ± 0,07 0,87 ± 0,06

Valores médios ± desvios-padrão. *P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001: comparações entre os períodos e entre as áreas.

Dentre os participantes do gênero feminino foram encontradas diferenças

estatisticamente significantes. As estudantes do período noturno e dos cursos de

Ciências Exatas e Humanas eram significantemente mais velhas e exibiam valores de

pressão arterial sistólica e diastólica significantemente maior (P < 0,05 e P <0,01) que

as do período diurno e dos cursos de Ciências da Saúde, respectivamente.

Adicionalmente, as estudantes dos cursos de Ciências Exatas e Humanas tinham uma

capacidade vital forçada significantemente maior que as estudantes dos cursos

Ciências da Saúde (P < 0,05). Entre o gênero masculino não foram encontradas

diferenças estatisticamente significantes nas comparações entre os estudantes de

diferentes turnos de estudo e nem entre as diferentes áreas de estudo.

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Tabela 6. Antropometria, Hemodinâmica e Espirometria dos universitários ingressantes do gênero masculino. São Paulo, 2015.

Domínios Todos Diurno Noturno C. Saúde C. Exata/ Humanas

Idade 20,6 ±3,4 20,6 ± 2,6 20,2 ± 3,4 21,2 ± 3,7 20,0 ± 2,9

Estatura 175,0 ± 7,6 176,0 ± 5,5 174,4 ± 7,7 175,4 ± 7,2 174,6 ± 8,0

Peso 69,1 ± 11,3 69,0 ± 7,9 69,6 ± 13,1 70,3 ± 10,5 68,1 ± 12,2

IMC 22,6 ± 3,4 22,3 ± 2,9 22,8 ± 3,6 22,9 ± 2,9 22,3 ± 3,8

CC 77,2 ± 8,1 76,2 ± 5,9 77,5 ± 9,3 77,6 ± 6,9 76,9 ± 0,1

%G 13,9 ± 5,6 15,4 ± 4,6 13,2 ± 6,3 14,9 ± 4,4 13,1 ± 6,5

MM 59,1 ± 7,5 58,2 ± 5,6 59,8 ± 8,1 59,6 ± 7,4 58,6 ± 7,6

FC 70 ± 13 67 ± 11 71 ± 15 66 ± 11 73 ± 14

PAS 121 ± 13 121 ± 15 121 ± 12 122 ± 14 120 ± 11

PAD 73 ± 8 73 ± 8 72 ± 8 74 ± 8 71 ± 9

CVF 4,9 ± 0,8 4,8 ± 0,7 4,9 ± 0,7 4,9 ± 0,7 4,9 ± 0,8

VEF1 4,1 ± 0,5 4,0 ± 0,6 4,2 ± 0,5 4,1 ± 0,6 4,2 ± 0,5

VEF1/CVF 0,85 ± 0,07 0,84 ± 0,08 0,85 ± 0,07 0,83 ± 0,07 0,87 ± 0,08

Valores médios ± desvios-padrão.

As Tabelas 7 e 8 resumem os resultados do IMC, circunferência da

cintura e pressão arterial. Verificou-se que 11% dos alunos do gênero feminino e 20%

dos alunos do gênero masculino exibiam sobrepeso, e 13% das moças e 2% dos

rapazes exibiam obesidade. A circunferência da cintura apresentou-se elevada em

18% dos participantes, sendo que 24% deles do gênero feminino e 5% do gênero

masculino. Essa diferença foi estatisticamente significante (P<0,01), mostrando que

mais moças que rapazes apresentavam CC elevada. Em 6% de todos os indivíduos

verificou-se pressão arterial limítrofe, sendo 15% no gênero masculino e 1% no gênero

feminino. Adicionalmente, 5% dos sujeitos apresentaram níveis pressóricos elevados,

10% dos homens e 3% das mulheres.

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Tabela 7. Distribuição dos Universitários Ingressantes segundo o índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintura e valores da pressão arterial, divididos por gênero. São Paulo, 2015.

Variáveis Total (n = 119)

Masculino (n = 41)

Feminino (n = 78)

Signif.

IMC < 18,5 kg/m2 18,5 a 24,9 kg/m2 25,0 a 29,9 kg/m2 > 30 kg/m2

5 (4%)

86 (73%) 17 (14%) 11 (9%)

3 (7%)

29 (71%) 8 (20%) 1 (2%)

2 (3%)

57 (73%) 9 (11%)

10 (13%)

0,01

Circunferência da Cintura Adequada Risco Elevado

98 (82%) 21 (18%)

39 (95%)

2 (5%)

59 (76%) 19 (24%)

<0,01

Pressão Arterial Ótima Normal Limítrofe Hipertensão

86 (61%) 20 (17%)

7 (6%) 6 (5%)

19 (46%) 12 (29%) 6 (15%) 4 (10%)

67 (86%) 8 (10%) 1 (1%) 2 (3%)

NS

C. Cintura: adequada <80cm (Feminino) e <94cm (Masculino) C. Cintura: risco elevado ≥80cm (Feminino) e ≥94cm (Masculino) Pressão arterial: ótima (<120 por 80 mmHg); normal (<130 por 85 mmHg); limítrofe (130 a 139 por 85 a 89 mmHg); hipertensão (≥140 por 90 mmHg)

Tabela 8. Distribuição dos Universitários Ingressantes segundo o índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintura e valores da pressão arterial, divididos por turnos e cursos. São Paulo, 2015.

Variáveis Diurno (n = 55)

Noturno (n = 64)

C. Saúde (n = 65)

C.Exatas/ Humanas (n = 54)

Signif.

IMC < 18,5 kg/m2 18,5 a 24,9 kg/m2 25,0 a 29,9 kg/m2 > 30 kg/m2

0 (0%)

42 (76%) 11 (20%) 2 (4%)

5 (8%)

44 (69%) 6 (9%)

9 (14%)

1 (2%)

47 (72%) 14 (21%) 3 (5%)

4 (7%)

39 (72%) 3 (6%)

8 (15%)

NS

Circunferência da Cintura Adequada Risco Elevado

46 (83%) 9 (16%)

52 (81%) 12 (19%)

55 (85%) 10 (15%)

44 (81%) 10 (19%)

NS

Pressão Arterial Ótima Normal Limítrofe Hipertensão

46 (83%) 5 (9,0%) 2 (4%) 2 (4%)

40 (63%) 16 (25%)

4 (6%) 4 (6%)

51 (78%) 7 (11%) 4 (6%) 3 (5%)

35 (64%) 13 (24%)

3 (6%) 3 (6%)

NS

C. Cintura: adequada <80cm (Feminino) e <94cm (Masculino) C. Cintura: risco elevado ≥80cm (Feminino) e ≥94cm (Masculino) Pressão arterial: ótima (<120 por 80 mmHg); normal (<130 por 85 mmHg); limítrofe (130 a 139 por 85 a 89 mmHg); hipertensão (≥140 por 90 mmHg)

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Os resultados referentes ao autocuidado encontram-se descritos nas Tabelas

9 e 10. A maioria dos ingressantes (66%) apresentou nove a doze práticas de

autocuidado, configurando um autocuidado adequado, 18% apresentou de 13 a 16

práticas, 15% de 5 a 8 e 1% de 0 a 4. As principais práticas de autocuidado positivas

foram: 100% dos sujeitos não utilizavam drogas ilícitas, 99% não eram tabagistas,

90% não ingeriam bebidas alcoólicas, 82% faziam três ou mais refeições por dia, 81%

estiveram em consulta odontológica no último ano, 80% ingeriam água filtrada ou

mineral, 77% estavam com a situação vacinal atualizada, 76% tinham cuidado

adequado com as mãos e pés, 71% frequentemente tomavam o desjejum. As

principais práticas de autocuidado negativas foram: 74% consumiam menos de 2.000

ml de água diariamente, 69% não utilizavam protetor solar, 64% dormiam menos de 7

horas por noite (6,3 ± 1,2 horas), 56% não praticavam atividade física regularmente (3

vezes ou mais na semana).

Nos resultados do autocuidado houve diferenças estatisticamente significantes

entre os gêneros, turnos e cursos. Os alunos do gênero masculino referiram ser mais

ativos fisicamente, se automedicavam com mais frequência, ingeriam mais água

filtrada ou mineral e em quantidades mais próximas do ideal em relação ao gênero

feminino. Já as moças utilizavam mais fotoproteção, foram mais frequentes à consulta

odontológica no último ano, e possuíam maior cuidado com as mãos e pés quando

comparadas com os rapazes. Os do período noturno referiam ingerir o desjejum mais

frequentemente que os do diurno e os do diurno apresentaram com mais frequência

cuidado adequado com as mãos e pés em relação aos alunos do período noturno. Os

universitários dos cursos de Ciências da Saúde referiram se expor à luz solar mais

frequentemente que os dos cursos de Ciências Humanas/Exatas. As outras variáveis

não diferiram estatisticamente entre os gêneros, turnos e cursos.

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Tabela 9. Distribuição dos universitários ingressantes segundo os resultados do autocuidado, divididos por gênero. São Paulo, 2015.

Variáveis Todos n=119 Sim/Não (%)

Masculino n=41 Sim/Não (%)

Feminino n=78 Sim / Não (%)

Situação vacinal atualizada

92/27 (77/23) 29/12 (71/29) 63/15 (81/19)

Automedicavam-se

63/56 (53/47) 28/13 (68/32) 35/43 (45/55)*

Dormiam mais de 7 horas por noite

46/76 (36/64) 10/31 (24/76) 33/45 (42/58)

Praticavam atividade física 3 vezes/ semana

52/67 (44/56) 24/17 (59/41) 28/50 (36/64)*

Não eram tabagistas 118/1 (99/1) 41/0 (100/0) 77/1(99/1)

Não ingeriam bebidas alcoólicas

107/10 (90/10) 35/6 (85/15) 72/4 (92/8)

Não usavam drogas ilícitas

119/0 (100/0) 41/0 (100/0) 78/0 (100/0)

Frequentemente se expunham a luz solar

68/51 (57/43) 22/19 (54/46) 46/32 (59/41)

Usavam protetor solar

37/82 (32/69) 3/37(10/90) 33/45 (42/58)***

Faziam 3 ou mais refeições diárias

98/21 (82/18) 34/7 (83/17) 64/14 (82/18)

Frequentemente ingeriam o desjejum

84/35 (71/29) 31/10 (76/24) 53/25 (68/32)

Consumiam FVL diariamente

60/59 (50/50) 23/18 (56/44) 37/41 (47/53)

Consumiam 2.000ml ou mais de água/dia

31/88 (26/74) 17/24 (41/59) 14/64 (18/82)**

Consumiam água filtrada/mineral

95/24 (80/20) 37/4 (90/10) 58/20 (74/26)*

Consulta odontológica há menos de 1ano

96/23 (81/19) 28/13 (68/32) 68/10 (87/13)*

Cuidado adequado mãos e pés

91/24 (76/24) 26/15 (63/37) 65/13 (83/17)*

*P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001

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Tabela 10. Distribuição dos universitários ingressantes segundo os resultados do autocuidado, divididos por turnos e cursos. São Paulo, 2015.

Variáveis Diurno n=55 Sim/Não (%)

Noturno n=64 Sim/Não (%)

C. Saúde n=65

Sim/Não (%)

C. Exatas e Humanas n=54 Sim / Não (%)

Situação vacinal atualizada

42/13 (76/24) 50/14 (78/22) 50/15 (77/23) 42/12 (78/22)

Automedicavam-se

24/31 (44/56)

39/24 (61/39) 31/34 (48/52) 32/22 (59/41)

Dormiam mais de 7 horas

24/31 (44/56) 19/45 (30/70) 27/38 (42/58) 16/38 (30/70)

Praticavam atividade física 3 vezes/semana

26/29 (47/53) 26/38 (41/59) 32/33 (49/51) 19/32 (37/63)

Não eram tabagistas

55/0 (100/0) 63/1 (98/2) 65/0 (100/0) 53/1 (98/2)

Não ingerem bebidas alcoólicas

51/4 (93/7) 56/8 (88/12) 59/6 (91/9) 47/7 (87/13)

Não usavam drogas ilícitas

55/0 (100/0) 64/0 (100/0) 65/0 (100/0) 54/0 (100/0)

Frequentemente se expunham a luz solar

33/18 (67/33) 31/33 (48/52) 44/21 (68/32) 24/30 (44/56)*

Usavam protetor solar

15/40 (27/73) 22/42 (34/66) 18/47 (28/72) 19/35 (35/65)

Faziam 3 ou mais refeições diárias

42/13 (76/24) 56/8 (88/12) 50/15 (77/23) 48/6 (89/11)

Frequentemente ingeriam o desjejum

33/22 (60/40) 51/13 (80/20)* 41/24 (63/37) 43/11 (80/20)

Consumiam FVL diariamente

30/25 (55/45) 30/34 (47/53) 35/30 (54/46) 25/29 (46/54)

Consumiam 2.000ml ou mais de água/dia

10/45 (18/82) 21/43 (33/67) 14/41 (22/78) 17/37 (31/69)

Consumiam água filtrada/mineral

42/13 (76/24) 53/11 (83/17) 51/14 (78/22) 44/10 (81/19)

Consulta odontológica há menos de 1ano

46/9 (84/16) 50/14 (78/22) 56/9 (86/14) 40/14 (74/26)

Cuidado adequado mãos e pés

49/6 (89/11) 45/19 (70/30)* 54/11 (83/17) 37/17 (69/31)

*P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001

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Ainda na consulta de enfermagem foram identificados alguns fatores que

podem contribuir ou interferir no autocuidado: 94% dos ingressantes possuíam ótimo

ou bom relacionamento com os amigos na faculdade, 91% possuíam ótimo ou bom

relacionamento familiar, 58% referiram sonolência diurna, 49% referiram dismenorreia

(gênero feminino), 34% referiu que a frequência intestinal era inferior a uma vez por

dia, 28% apresentavam cefaleia frequente, 25% eram ativos sexualmente. Em relação

ao padrão dietético, 77% eram onívoros, 20% ovolactovegetarianos e 3%

vegetarianos.

Finalmente, foram calculados os coeficientes de correlação (r) entre as

variáveis estudadas. O autocuidado correlacionou-se fraca, mas significantemente

com a Qualidade de Vida (r = 0,26, P = 0,013), com o Estilo de Vida (r = 0,26, P =

0,011) e com a Religiosidade/Espiritualidade (r = -0,41, P < 0,001). A Qualidade de

Vida correlacionou-se moderadamente com o Estilo de Vida (r = 0,52, P < 0,001), mas

fracamente com a classe socioeconômica (r = 0,33, P = 0,002) e com a

Religiosidade/Espiritualidade (r = -0,20, P = 0,051). Finalmente, a correlação entre

Estilo de Vida e Religiosidade/Espiritualidade foi fraca, mas significante (r = -0,32, P =

0,001).

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4 DISCUSSÃO

4.1 Dados sociodemográficos

No presente estudo, 69% dos ingressantes eram do gênero feminino. Este

resultado é um pouco acima (54,7%) dos dados do Censo da Educação Superior e

esta diferença pode estar relacionada aos cursos oferecidos pela Instituição, que têm

tradicionalmente maiores representações do gênero feminino, como os cursos de

Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia e Psicologia (BRASIL, 2014a).

Mais da metade (52%) dos estudantes ingressantes tinham até 19 anos, (média

de 22,4 ± 7,5 anos). A idade média foi um pouco superior à de outros estudos com

estudantes ingressantes: 20,5 anos (SANTOS et al., 2014), 20,2 anos (QUADROS et

al., 2009) e 19,8 anos (PAIXÃO; DIAS; PRADO, 2010).

Em relação ao turno, 60% dos sujeitos estudavam no período noturno,

resultados muito semelhantes (63%) aos do Censo brasileiro (BRASIL, 2014a).

Com respeito às classes econômicas, 62% dos ingressantes eram das classes

C1, C2, D e E, com renda familiar média bruta mensal estimada em até dois e meio

salários mínimos, valores inferiores aos do estudo de Santos et al. (2014), com

universitários ingressantes de uma instituição privada no Paraná, cuja renda familiar

média ficou entre 2 e 5 salários mínimos.

4.2 Qualidade de Vida

A percepção geral de Qualidade de Vida dos universitários alcançou 61,4 ±

11,9 pontos, que pode ser classificada como sendo “satisfatória”. Esses resultados

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foram inferiores quando comparados aos de outros estudos com universitários que

utilizaram o mesmo instrumento, como Cieslak et al. (2012) com universitários no

Paraná (74,7 ± 13,5 pontos - masculino e 69,4 ± 13,9 pontos - feminino), Costa et al.

(2008) com universitários de Psicologia no Rio Grande do Sul (aproximadamente 70

pontos) e Eurich e Kluthcovsky (2008) com ingressantes de Enfermagem no Paraná

(pouco mais de 68 pontos). Os resultados desses três estudos estariam classificados

como satisfatórios segundo a mesma escala. Também Baumann, Karavdic e Chau

(2013) com estudantes da União Europeia encontraram escores superiores nos

domínios: psicológico (72,3 ± 14,3), social (71,9 ± 19,7) e ambiente (72,5 ± 13,8). O

escore de QV geral e o domínio físico não constavam do estudo. Os resultados do

presente estudo sugerem que a QV pode estar relacionada às classes econômicas,

visto que a maioria dos sujeitos tem um limitado poder aquisitivo. Neste sentido,

avaliando-se a questão 12 do WHOQOL-bref, sobre ter dinheiro suficiente para

satisfazer suas necessidades, 45% responderam que não possuíam dinheiro ou

possuíam muito pouco para satisfazer suas necessidades.

Com respeito ao gênero, ambos não diferiram em relação à QV (Tabela 2).

Resultados semelhantes foram encontrados por Mendes Netto et al. (2012) com

universitários da área de saúde no Nordeste. Por outro lado, Hidalgo-Rasmussem,

Lopéz e San Martim (2013), com universitários do México, encontraram escores mais

elevados entre os estudantes do gênero masculino.

Adicionalmente, foram claras as diferenças entre os turnos e as áreas dos

cursos (Tabela 3). Os menores escores de QV ocorreram entre os estudantes do turno

noturno e os das áreas de Exatas e Humanas. Embora admitamos a existência de

muitas causas, o fato de os cursos de Exatas e Humanas ocorrerem no período

noturno deve ter exercido o maior impacto. Infelizmente, não foram encontrados

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estudos que permitissem comparações ou que oferecessem outras explicações para

essas diferenças.

O domínio ambiente foi o que exibiu os menores escores. Esse domínio diz

respeito à percepção de fatores externos, alheios à vontade, especialmente os

relacionados a políticas públicas, como acesso aos serviços de saúde, transporte,

segurança, oportunidades de lazer, condições de moradia e renda para satisfazer

suas necessidades, ou seja, bem relacionado com condições socioeconômicas. Outra

explicação para o baixo resultado no domínio ambiente pode ser a região onde se

localiza o Campus (Capão Redondo) e a moradia dos familiares (provavelmente no

entorno do Campus). A periferia da zona sul de São Paulo se caracteriza por

problemas urbanos muito conhecidos, tais como a violência, urbanização sem

planejamento, poluição, falta de opções de lazer, serviços deficientes de transporte

coletivo e de saúde.

Vários autores de estudos nacionais têm verificado também baixos escores no

domínio ambiente (COSTA et al., 2008; EURICH; KLUTHCOSKY, 2008; CIESLAK et

al., 2012; MENDES NETTO et al., 2012). Para Cieslak et al. (2012), os baixos valores

no domínio ambiente representam uma situação preocupante, pois estão diretamente

relacionados às políticas públicas e comprometem as necessidades de recursos e

interesses dos sujeitos. Curiosamente, dados diferentes foram encontrados no estudo

de Heidari et al. (2014), com estudantes de Medicina do Irã, um país com grandes

agitações sociais e políticas. Os domínios psicológico e ambiental exibiram altos

escores, contra os baixos escores nos domínios físico e social.

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4.3 Estilo de Vida

O resultado geral de Estilo de vida dos universitários ingressantes do presente

estudo pode ser classificado como “muito bom” (70,8 ± 10,0 pontos), segundo Añez

et al. (2008). Resultados semelhantes foram encontrados por outros autores, tais

como Santos et al. (2014), com universitários do Paraná, Leite e Santos (2011), com

universitários de São Paulo, Adaya et al. (2013), com universitários do México. Além

disso, nenhum dos estudantes foi classificado como “necessitando melhorar”,

diferentemente do relatado por Pacheco et al. (2014), com universitários do Paraná

(5,3%) e Silva et al. (2012) com acadêmicos de um curso de Educação Física em

Sergipe (3,3%). Adicionalmente, as três questões com menores escores também

ocorreram no estudo de Santos el al. (2014): questão 4 (prática de atividade física

moderada), questão 5 (dieta balanceada) e questão 20 (comportamento

apressado). Essas parecem ser características de EV comuns a universitários e a

adultos em fase produtiva, independentemente do gênero (Tabela 2).

Por outro lado, os estudantes do período diurno exibiram escores

estatisticamente mais elevados que os do noturno (Tabela 3). Quadros et al. (2009),

com universitários de Santa Catarina, apontaram maior sedentarismo entre os

estudantes do período noturno. Fontes e Viana (2009), com universitários da Paraíba,

justificaram que os estudantes dos cursos noturnos realizavam outras atividades,

especialmente trabalho com pouca exigência de esforço físico. Ringoni et al. (2012),

em universitários do curso de Educação Física do período noturno no Paraná,

sugerem que as principais barreiras para a adoção de um EV ativo são a jornada de

trabalho e a jornada de estudo extensas.

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Finalmente, verificou-se, no presente estudo, que os alunos dos cursos de

Ciências da Saúde tiveram escores superiores de EV em relação aos cursos de

Ciências Exatas e Humanas.

4.4 Religiosidade/Espiritualidade

Religiosidade e espiritualidade são conceitos distintos (LUCCHETTI;

LUCCHETTI; KOENIG, 2011), embora relacionados. O DUREL permite estimar os

dois aspectos. Os resultados apontaram que os ingressantes do presente estudo

possuíam elevada R/E (9,4 ± 4,3 pontos), visto que 5 pontos seria a máxima R/E

possível (MOREIRA-ALMEIDA et al., 2008). Esse resultado deve estar relacionado

aos valores e crenças pessoais que os estudantes adquiriram antes de ingressar na

universidade, visto que passaram pouco tempo na Instituição atual para que se

justifique este resultado.

Não foram encontradas diferenças significantes entre os gêneros, mas os

estudantes do período diurno e dos cursos de Ciências da Saúde possuíam os

escores mais elevados de R/E. Pillon et al. (2010), avaliaram a R/E de estudantes de

Enfermagem de uma Universidade não confessional em Minas Gerais e encontraram

baixos valores. Por outro lado, Costa et al. (2008) notaram moderado bem-estar

espiritual de universitários de Psicologia do Paraná, de uma universidade não

confessional. Infelizmente ambos os estudos (PILLON et al., 2010; COSTA et al.,

2008) não se utilizaram do DUREL, dificultando comparações mais detalhadas. No

único estudo que se utilizou de uma amostra de universitários (TAUNAY et al., 2012),

os autores não ofereceram os resultados de R/E do DUREL.

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4.5 Consulta de Enfermagem

Nem todos os estudantes que responderam aos instrumentos de QV, EV e R/E

compareceram ao laboratório para a consulta de enfermagem, durante as quais

foram avaliadas as características de AC. Isso se justifica pela facilidade em

preencher os instrumentos on-line.

A consulta de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro,

regulamentada pela lei do exercício profissional n° 7.498, de 25 de junho de 1986.

Segundo Oliveira et al. (2012), a consulta de enfermagem oferece muitas vantagens

na assistência prestada: facilita a promoção da saúde, o diagnóstico e o tratamento

precoces, além da prevenção de situações evitáveis. Por isso inserimos a consulta de

enfermagem neste estudo, para usá-la como instrumento de detecção dos

componentes do AC, identificando os pontos positivos e os déficits.

4.5.1 Dados Sociodemográficos

As características sociodemográficas dos estudantes que participaram da

consulta de enfermagem não diferiram daquelas dos que responderam os dados on-

line já foram discutidos. Comparando-se os dados do presente estudo com os da

Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (IBGE, 2014) na região sudeste,

verificaram-se importantes diferenças na proporção de pardos (36% versus 49%) e de

brancos (54% versus 32%). Declararam-se solteiros 84% dos participantes,

semelhantemente ao estudo de Santos et al. (2014) com universitários no Paraná

(84,2%) e com a Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (IBGE, 2014) no Brasil,

considerando a faixa etária entre 20 a 24 anos (87,8%).

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A maioria dos respondentes se disse evangélica ou protestante (74%) e 17%

eram católicos. Essas proporções se justificam visto ser uma instituição confessional

Adventista. A proporção de evangélicos foi ainda maior no período diurno (85%) e nos

Cursos de Ciências da Saúde (82%), comparados ao período noturno (66%) e aos

Cursos de Ciências Exatas e Humanas (68%). É possível que essas diferenças

tenham afetado os indicadores de QV, EV, R/E e de AC.

A maioria dos avaliados tinha trabalho remunerado e conciliava suas atividades

com o estudo (63%). As horas dispensadas ao trabalho explicam a dificuldade de

aproveitar o tempo com lazer, como referido na QV e até podem comprometer a

prática de atividades físicas (EV). Esses resultados contrastam com dados de

estudantes de Universidades Públicas. Por exemplo, 91,3% dos estudantes da

Universidade Estadual de Pernambuco não trabalhavam (PAIXÃO; DIAS; PRADO,

2010), 65,2% dos da Universidade Federal do Ceará (VASCONCELOS et al., 2013),

60,5% dos matriculados na Universidade Federal da Paraíba (FONTES; VIANNA,

2009).

A maioria dos participantes deste estudo eram usuários do Sistema Único de

Saúde (SUS), resultado esse em acordo com a alta prevalência de estudantes das

classes econômicas C, D e E. Dados bem diferentes foram encontrados no estudo de

Shuelter-Trevisol et al. (2011), com universitários de Medicina e Direito de Santa

Catarina, onde apenas 7,5% utilizavam o SUS e a maioria possuía convênio médico

ou pagavam assistência médica particular. Nesse estudo a maioria dos universitários

(70%) possuía renda familiar de 10 ou mais salários mínimos.

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4.5.2 Antropometria e Hemodinâmica

IMC maior que 25 kg/m2, circunferência da cintura superior a 80 cm e 94 cm

para mulheres e homens, respectivamente, valores da pressão arterial superiores a

130 por 85 mmHg são fatores de risco para as DCNT. Há indicações de que esses

aspectos são altamente prevalentes na população adulta brasileira (SCHMIDT et al.,

2011; VICTORA et al., 2011).

Em relação ao IMC, mais de 75% dos estudantes foi considerada eutrófica,

semelhantemente ao verificado por Mendes Netto et al. (2012), com universitários da

área da saúde do nordeste, por Santos et al. (2013), com ingressantes do Paraná, e

por Paixão, Dias e Prado (2010), com ingressantes de Recife. Contudo, 23% deles

exibiam sobrepeso ou obesidade, sendo que os homens exibiram maior prevalência

de sobrepeso, e as mulheres, obesidade (P = 0,01). Outros autores verificaram valores

muito semelhantes: Silva e Petroski (2011), com calouros de uma Universidade em

Santa Catarina (16%), Correia, Cavalcante e Santos (2010), com universitários do

litoral de São Paulo (24,4%), e Vasconcelos et al. (2013), com universitários do Ceará

(32,4%). Segundo estimativas da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para

Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (BRASIL, 2014d), na população brasileira

de 20 a 24 anos, a prevalência de sobrepeso é de 24,4% para o sexo feminino e 34,6%

para o sexo masculino, enquanto que a prevalência de obesidade é de 4,4% e 8,1%,

respectivamente. O excesso de peso é um fator de risco para outras DCNT e está

diretamente associado ao modo de viver da sociedade moderna, especialmente ao

padrão alimentar e sedentarismo, e tem se revelado como um novo desafio para a

saúde pública (BRASIL, 2014c). Existem também evidências que estudantes

universitários são mais suscetíveis ao ganho de peso em seu primeiro ano na

universidade devido ao estresse (SERLACHIUS; HAMER; WARDLE, 2007), embora

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Gasparotto et al. (2013), com universitários no Paraná, não tenham observado

modificações expressivas de IMC entre calouros (23,2 kg/m2) e formandos (23,5

kg/m2).

A circunferência da cintura (CC) é um indicador de adiposidade corporal central

e tem relação direta com o risco de morbimortalidade (BRASIL, 2014c). No presente

estudo, 95% dos homens tiveram medidas abaixo de 94 cm e 76% das mulheres

abaixo de 80 cm, considerados adequados pela OMS (WHO, 2010b), diferença

estatisticamente significante (P < 0,01). No estudo de Gasparotto et al. (2013b), com

universitários do Paraná, 89,6% dos homens e 90,6% das mulheres tinham a

circunferência da cintura adequada. Por outro lado, resultados preocupantes foram

divulgados por Mascena et al. (2012), com universitários da Paraíba, pois apenas

44,7% das mulheres e 36,9% dos homens tinham circunferências dentro da

normalidade. Essas diferenças tornam difícil a interpretação dos dados e indicam a

necessidade de mais estudos.

A hipertensão arterial é considerada um dos principais fatores de risco

modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública (SBC/SBH/SBN,

2010). Encontramos apenas 5% dos participantes com níveis pressóricos elevados,

sendo 10% entre os homens e 3% entre as mulheres. Esses resultados são

sistematicamente inferiores aos encontrados (9,2%) com ingressantes no Paraná

(GASPAROTTO et al., 2013b), com universitários (9,7%) do Piauí (MARTINS et al.,

2010), com universitários (11,1%) do litoral de São Paulo (CORREIA; CAVALCANTE;

SANTOS, 2010) e com universitários (15,8%) da Paraíba (MASCENA et al., 2012). A

característica comum encontrada nos estudantes com níveis pressóricos elevados foi

a etnia. Quatro deles eram negros e um deles pardo, evidenciando que a hipertensão

é duas vezes mais prevalente em indivíduos de cor não-branca (SBC/SBH/SBN,

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2010). Além disso, esses participantes eram mais velhos (30,2 ± 6,9 anos), dois deles

com IMC acima de 30 kg/m2 e elevada circunferência da cintura (108 cm – sexo

masculino; 112 cm – sexo feminino), associações bem conhecidas (SBC/SBH/SBN,

2010). Apenas um deles tinha hipertensão arterial diagnosticada e fazia tratamento

medicamentoso, os demais foram orientados a aferirem a pressão arterial em outras

ocasiões e se necessário procurarem assistência médica.

4.5.3 Autocuidado

No geral, a prática do AC foi adequada entre os universitários aqui estudados

e, em algumas práticas, houve diferenças estatisticamente significantes entre os

gêneros. Os ingressantes de ambos os gêneros priorizavam práticas de AC diferentes,

os do gênero masculino referiram ser mais ativos fisicamente, se automedicavam com

mais frequência, ingeriam mais água filtrada ou mineral e em quantidades mais

próximas do ideal, e as do gênero feminino utilizavam mais fotoproteção, foram mais

frequentemente à consulta odontológica no último ano e possuíam maior cuidado com

as mãos e pés. Do mesmo modo, algumas práticas do AC foram estatisticamente

diferentes entre os estudantes dos períodos diurno e noturno, cursos de Ciências da

Saúde e de Ciências Humanas e Exatas. Os do período noturno referiram ingerir o

desjejum mais frequentemente e os do diurno exibiam mais cuidado adequado com

as mãos e pés. Os dos cursos de Ciências da Saúde referiram se expor à luz solar

mais frequentemente.

Exercer o autocuidado é um desafio especialmente na fase universitária. A

totalidade dos sujeitos exercia o autocuidado de maneira independente, porém

necessitava, de acordo com a Teoria do Déficit de Autocuidado, de apoio-educação

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em diversos aspectos. Foram selecionados 16 itens considerados importantes na

avaliação do autocuidado e baseados nos requisitos universais: 1) situação vacinal

atualizada, 2) automedicação, 3) dormir mais de 7 horas por noite, 4) não usar tabaco,

5) não usar álcool, 6) não usar drogas ilícitas, 7) fazer três ou mais refeições por dia,

8) ingerir o desjejum, 9) consumir frutas, legumes e verduras diariamente, 10) ingerir

no mínimo 2.000ml de água diariamente, 11) consumir água filtrada ou mineral, 12)

praticar atividade física regularmente, 13) se expor à luz solar frequentemente, 14)

usar protetor solar frequentemente, 15) ter ido à consulta odontológica no último ano

e 16) ter um cuidado adequado com as mãos e pés. Poucos estudos sobre o

autocuidado com universitários foram encontrados e todos os estudos encontrados

estavam relacionados com a área de enfermagem.

Escobar e Pico (2013), com universitários na Colômbia, avaliaram a prática do

AC por meio de um instrumento com os seguintes itens: 1) escovação dos dentes, 2)

banho diário, 3) consultas médicas e odontológicas, 4) automedicação, 5) utilização

de protetor solar e 6) autoexame corporal para detecção de mudanças físicas, e

verificaram que a maioria tinha práticas saudáveis de autocuidado, como no presente

estudo. No estudo de Sebold, Radünz e Carraro (2011), com acadêmicos de

Enfermagem de Santa Catarina, os estudantes reconheciam a importância de cuidar

de si mesmos e tinham conhecimentos sobre hábitos saudáveis, porém exibiam

grandes dificuldades em manter esses hábitos. Em relação às dificuldades, no estudo

de Brandão et al. (2009), com acadêmicos de Enfermagem no Rio de Janeiro, o maior

responsável pelo descuido consigo mesmo foi o tempo, considerado insuficiente para

a realização das ações relativas ao AC. Já no estudo de Santos e Radünz (2011), com

acadêmicas de enfermagem de Santa Catarina, os resultados apontaram que o ato

de não se cuidar estava intimamente relacionado ao aumento do estresse. Para essas

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autoras, o reconhecimento das relações entre estresse, estudo e saúde é um passo

fundamental para a promoção da saúde. A seguir, discutiremos as questões

individuais referentes às práticas do autocuidado avaliadas e alguns aspectos que o

influenciam.

4.5.3.1 Uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas

A prevalência de tabagismo no presente estudo foi de 1%. Esse valor é

significativamente inferior ao encontrado por Gasparotto et al. (2013), com

universitários do Paraná (11,4%), por Correia, Cavalcante e Santos (2010), com

universitários em Santos (10%) e por Mascena et al. (2012), com universitários na

Paraíba (6,4%). No estudo de Martínez et al. (2012), com universitários no Chile, a

prevalência de tabagismo foi de 28,3%.

Em relação ao consumo de álcool, encontramos prevalência de 10%, valor

muito inferior ao verificado por Faria, Gandolfi e Moura. (2014), Andrade et al. (2012),

Gasparotto et al. (2013b) e Pillon et al. (2010): 40%, 60,5%, 64,8% e 75%,

respectivamente. Esses dados são significativos, pois os resultados divulgados por

Andrade et al. (2012) se referem a universitários de 27 capitais brasileiras. Prevalência

ainda maior foi encontrada por Martínez et al. (2012), superior a 79%.

Sobre o consumo de drogas ilícitas, verificamos que 100% dos sujeitos

afirmaram não fazer uso dessas substâncias atualmente. Os dados disponíveis

indicam prevalência de consumo de maconha de 2% com universitários de Brasília

(FARIA; GANDOLFI; MOURA, 2014) e 9,1% com universitários de 27 capitais

brasileiras (ANDRADE et al., 2012), enquanto que o uso de inalantes foi de 7,8%

(FARIA; GANDOLFI; MOURA, 2014) e 2,9% (ANDRADE et al., 2012). As possíveis

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razões para essas enormes diferenças entre os estudos são os valores pessoais e

religiosos dos estudantes.

4.5.3.2 Automedicação

A automedicação é o uso e seleção de medicamentos pelo próprio indivíduo

para o tratamento de doenças ou sintomas, e é considerado um componente do AC

(WHO, 1998a). O ideal seria utilizar os medicamentos apenas quando imprescindíveis

e recomendados por um profissional habilitado. Neste estudo, 53% dos estudantes se

automedicavam, e os do gênero masculino se automedicavam mais. Em outros

estudos com universitários foram encontradas as seguintes proporções de

automedicação: 72,5% (SCHUELTER-TREVISOL et al., 2011), 65,5% (AQUINO;

BARROS; SILVA, 2010), 38,8% (SOUZA et al., 2011), 37% (GALATO; MADALENA;

PEREIRA, 2012). De todos os medicamentos citados no presente estudo, 42% eram

analgésicos, 16% analgésicos com relaxante muscular e 14% antiespasmódicos. Um

dos motivos para essa prática pode estar relacionado à frequência de sensação

dolorosa referida pelos sujeitos (cefaleia e dismenorreia). Em outros estudos

(GALATO, MADALENA; PEREIRA, 2012; SOUZA et al 2011; SCHUELTER-

TREVISOL et al, 2011; AQUINO; BARROS; SILVA, 2010) o medicamento mais

utilizado foram os analgésicos, corroborando com os achados desse estudo. Outro

motivo para a prática da automedicação pode estar relacionada à dificuldade em

acessar os serviços de saúde. Apenas 25% dos estudantes estão satisfeitos ou muitos

satisfeitos com esse item segundo as respostas da QV.

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4.5.3.3 Situação vacinal

A maioria dos participantes (77%) deste estudo referiu estar com a condição

vacinal atualizada. Em outros estudos com universitários da área da saúde foram

encontradas as seguintes prevalências: 65,4% com estudantes de Medicina em Minas

Gerais (CHEHUEN NETO et al., 2010), 94,7% (vacina contra Difteria e Tétano) e

87,3% (vacina contra Hepatite B) com estudantes de Enfermagem no interior de São

Paulo (CANALLI; MORIYA; HAYASHIDA, 2011). A condição vacinal desatualizada

pode representar risco para a saúde, especialmente para os alunos dos cursos da

área da saúde, devido ao risco de exposição a material biológico potencialmente

contaminado.

4.5.3.4 Sono

Em relação ao sono normal, sabe-se que o mesmo apresenta variações

conforme a faixa etária (SBS, 2003). Neste estudo, a maioria dos participantes (64%)

referiu dormir menos de 7 horas por dia, abaixo da média para adultos que, segundo

a Sociedade Brasileira do Sono (2003), deve ser de 7 a 8 horas por dia. Em outros

estudos com universitários, a média de horas de sono foi de 6,1 horas (BENAVENTE

et al., 2014); 7,6 ±1,4 horas (MARTINI et al., 2012); 7,9 ± 1,3 horas (KABRITA;

HAJJAR-MUÇA; DUFFY, 2014). Adicionalmente, no presente estudo, mais da metade

(58%) dos estudantes referiram sonolência diurna. Com estudantes de Medicina do

Acre, a prevalência de sonolência diurna foi de 31% (RIBEIRO; SILVA; OLIVEIRA,

2014). Esses achados podem estar associados com o grande número de estudantes

trabalhadores e com a sobrecarga de atividades. Para Mesquita e Reimão (2010) uma

das causas da má qualidade do sono está relacionada ao hábito de acessar o

computador das 19 às 24 horas.

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O sono também é um importante componente da percepção da QV. A

insatisfação com o sono foi apontada por 41% dos participantes deste estudo. Os

resultados do FANTASTICO mostraram que 64% dos alunos, algumas vezes,

raramente e quase nunca dormiam bem e se sentiam descansados, adicionando peso

aos dados do WHOQOL. Segundo o estudo de Araújo e Almondes (2012), com

universitários do Rio Grande do Norte, os estudantes do noturno são mais sonolentos

e possuíam pior qualidade de sono, o que não foi constatado no presente estudo.

4.5.3.5 Hábitos alimentares

A OMS recomenda o consumo de 400 g/dia de frutas, legumes e verduras

(FLV), o que equivale a cinco ou mais porções. O consumo de FLV está associado a

menor número de DCNT (WHO, 2004). Neste estudo, 50% dos participantes referiram

ingerir FLV diariamente. Esses resultados foram superiores aos encontrados por

outros: 14,8% (RAMALHO; DALAMARIA; SOUZA, 2012), 22% (AL-OTAIBI, 2013),

40% (frutas diariamente) e 51,7% (verduras diariamente) (RATNER et al., 2012).

Ainda no presente estudo, a maioria dos estudantes (82%) fazia três ou mais refeições

ao dia. Resultado semelhante (92,6%) foi encontrado no estudo de Cota e Miranda

(2006), com universitários de Minas Gerais. Além disso, a maioria dos estudantes

(71%) consumia o desjejum regularmente, e os do período noturno consumiam mais

frequentemente que os do período diurno. Resultados inferiores a esses (53%) foram

encontrados com universitários no Chile (RATNER et al., 2012). Não ter o hábito de

consumir o desjejum esteve significantemente associado ao excesso de peso em

adolescentes em Minas Gerais (BISPO et al., 2013) e à obesidade abdominal em

escolares em Santa Catarina (HÖFELMANN; MOMM, 2014). Contudo, tal associação

não foi encontrada no presente estudo. Adicionalmente, verificamos que uma das

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menores pontuações das questões individuais do instrumento de EV foi referente aos

hábitos alimentares (apenas 33% referiram que consumiam uma alimentação

balanceada quase sempre ou com relativa frequência).

4.5.3.6 Hidratação

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014c), a

quantidade diária de água para o consumo do ser humano é afetada por vários fatores,

tais como, a idade, o peso, a atividade física, o clima e a temperatura do ambiente. A

European Food Safety Authority (EFSA, 2010) recomenda a ingestão de 2.000 ml ao

dia para as mulheres adultas e 2.500 ml para homens adultos. O valor de 2.000 ml foi

usado como referência para ambos os sexos e verificamos que 74% não ingeriam o

recomendado. Resultados semelhantes foram encontradas em outros estudos: 85,2%

(COTA; MIRANDA, 2006) e 80,17% (JAIME et al., 2009). Adicionalmente, os homens

relataram ingerir quantidades de água mais próximos da recomendação. A ingestão

de água em quantidades inferiores ao recomendado pode estar associada ao risco de

constipação intestinal. Neste estudo, 34% dos sujeitos referiram evacuar menos de

uma vez ao dia. Ademais, os homens ingeriam mais água mineral ou filtrada. Não

foram encontrados outros estudos a respeito da quantidade e qualidade da água

ingerida por universitários.

4.5.3.7 Atividade física

Vários estudos têm associado a prática regular de exercício físico a muitos

benefícios, como a redução da pressão arterial (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004),

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redução do peso e prevenção da obesidade (MATSUDO; MATSUDO, 2006), melhora

da função imunológica (ROSA; VAISBERG, 2002), da função cognitiva (ANTUNES et

al., 2006), do estado emocional (MORAES et al., 2007), e até diminuição da

dismenorreia (QUINTANA et al., 2010). Segundo o Colégio Americano de Medicina

Esportiva e a Associação Americana de Cardiologia (HASKELL et al., 2007), a

recomendação para adultos saudáveis é realizar exercício físico de intensidade

moderada e do tipo aeróbio por um período mínimo de 30 minutos, 5 dias por semana,

ou realizar atividade aeróbia de intensidade vigorosa por um mínimo de 20 minutos, 3

dias por semana. No presente estudo, 47% dos sujeitos praticavam atividade física

regular, sendo que os homens (59%) eram mais ativos que as mulheres (36%). As

proporções de indivíduos fisicamente ativos, em outros estudos, foram: 71,1%

(masculino) e 53,7% (feminino) (CIESLAK et al., 2012), e 41% (masculino) e 22,4%

(feminino) (LIMA et al., 2014). Resultados similares em relação ao gênero e prática de

atividade física foram encontrados por outros autores (LIMA et al., 2014;

GASPAROTTO et al., 2013b; CIESLAK et al., 2012; MIELKE et al., 2010). O

instrumento de EV também apontou que 55% dos sujeitos praticavam atividade física

vigorosa.

4.5.3.8 Consulta odontológica

Segundo Escobar e Pico (2013), as consultas médicas e odontológicas

periódicas se constituem oportunidades para identificar problemas e rever alguns

comportamentos do EV. Neste estudo, 81% dos sujeitos referiram ter passado por

consulta odontológica no último ano. Resultados semelhantes (76%) foram

encontrados com universitários na Colômbia (ESCOBAR; PICO, 2013). As mulheres

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referiram ter passado por consulta odontológica mais frequentemente que os homens.

Não foram encontrados estudos que compararam homens e mulheres.

4.5.3.9 Exposição à luz solar e fotoproteção

Em relação à exposição solar, um pouco mais da metade dos sujeitos (57%)

referiram expor-se frequentemente e os estudantes dos cursos de Ciências da Saúde

se expunham mais que os demais. Resultados similares (54,8%) foram encontrados

entre os universitários do Piauí (DIDIER; BRUM; AERTS, 2014). Em relação ao uso

de protetor solar, no presente estudo, apenas 32% referiram usá-lo frequentemente e

as mulheres usavam com mais frequência, como notado por Castilho, Leite e Sousa

(2010) e Didier, Brum e Aerts (2014). Baixas proporções de uso (<25%) foram

encontradas entre universitários de Brasília (CASTILHO; LEITE; SOUSA, 2010). Já

entre universitários no Piauí (DIDIER; BRUM; AERTS, 2014) a proporção de uso foi

de 45,2%.

4.5.3.10 Higiene/Cuidado com mãos e pés

Os ingressantes possuíam uma boa higiene corporal, porém, ao se inspecionar

as mãos e pés foram encontradas algumas deficiências. Foi considerado o cuidado

adequado com as mãos e pés quando os participantes apresentavam boa higiene, as

unhas estavam com aparência normal, não estavam roídas e não havia lesões

interdigitais. Os resultados apontaram que 76% dos estudantes apresentavam

cuidados adequados com as mãos e pés e, entre as mulheres, este número foi

superior. Ademais, entre os estudantes do período diurno os cuidados também foram

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superiores. Não foram encontrados estudos referentes a esse aspecto do AC,

somente em relação ao banho diário, e os autores não observaram diferenças entre

os gêneros (ESCOBAR; PICO, 2013).

4.5.3.11 Relacionamento familiar e com amigos

Os familiares são aqueles com os quais mantemos um vínculo baseado na

intimidade e nas relações intergeracionais (DESSEN, 2010) e são descritos como

modelos profissionais, fontes de apoio e encorajamento que auxiliam na superação

de barreiras, e fontes privilegiadas de informações sobre o mundo do trabalho

(BARDAGI; HUTZ, 2008). No presente estudo, 91% dos estudantes referiu um ótimo

ou bom relacionamento familiar. Resultados parcialmente semelhantes foram

encontrados com universitários no Rio Grande do Sul, onde a maioria referiu ter apoio

familiar e emocional (TEIXEIRA; CASTRO; PICCOLO, 2007). Segundo esses autores,

o apoio emocional recebido pode contribuir para a adaptação à universidade e ao

bem-estar emocional. Com respeito ao relacionamento com os amigos, segundo

Souza e Duarte (2013) as amizades contribuem para o bem-estar subjetivo,

considerado também como avaliação subjetiva da QV. Neste estudo, 94% dos

participantes referiu possuir amizades na faculdade, e essas foram classificadas como

ótimas ou boas. Apesar desses positivos resultados, não encontramos estreita

concordância entre o referido presencialmente e o informado por meio dos

instrumentos de QV (67%) e EV (63%), nos quais se diziam satisfeitos ou muito

satisfeitos com o apoio dos amigos.

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4.5.3.12 Sexualidade

A sexualidade é uma característica inerente do ser humano e sua prática está

relacionada a valores e práticas sociais individuais e da sociedade (MELO; SANTANA,

2005). Em relação à atividade sexual, no presente estudo, uma parcela pequena dos

estudantes (25%) referiu ser sexualmente ativo. Resultados bem diferentes foram

encontrados em outros estudos: 50% das estudantes de 18 a 20 anos e 70% das de

21 a 24 anos (MOSER; REGIANNI; URBANETZ, 2007) e 55,7% (AQUINO; BRITO,

2012) eram sexualmente ativas. No estudo de Moser, Regianni e Urbanetz (2007),

foram encontradas associações entre a abstinência sexual e a frequência a culto

religioso, resultados parcialmente similares ao do presente estudo. É possível que

nossos resultados se relacionem aos valores pessoais e religiosos dos estudantes.

4.6 Autocuidado, Qualidade de Vida, Estilo de Vida e R/E

Os objetivos do presente estudo foram descrever o perfil de universitários

ingressantes em uma instituição de ensino superior privada e confessional em relação

ao Autocuidado (AC), Estilo de Vida (EV), Qualidade de Vida (QV),

Religiosidade/Espiritualidade (R/E) e estabelecer relações entre esses aspectos. Os

perfis de AC, QV, EV e R/E foram satisfatórios. Notou-se fracas correlações entre AC

e QV (r = 0,26), EV (r = 0,26) e moderada correlação com a R/E (r = -0,41). Esses

resultados indicam que as ações de AC se correlacionam à QV, ao EV e à R/E, mas

que essas associações não são tão fortes quanto se esperava. Não foram

encontrados estudos que fizeram associações semelhantes.

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Também se verificou moderada associação entre QV e EV (r = 0,52), mas fraca

associação com a classe socioeconômica (r = 0,33) e com a R/E (r = -0,20). No estudo

de Costa et al. (2008), com estudantes de psicologia, os autores notaram positiva e

moderada correlação entre o bem-estar existencial (espiritual) e todos os domínios da

QV. Semelhantemente, no estudo de Bolghan-Abadi, Ghofrani e Abde-Khodaei (2014)

com universitários do Irã, foi observada relação entre espiritualidade e QV.

Adicionalmente, a associação entre EV e R/E também foi fraca (r = -0,32),

embora significante. Silva et al. (2013), estudaram universitários do curso de

Enfermagem em Minas Gerais e notaram associações entre baixo bem-estar espiritual

e ausência de prática religiosa ao abuso de álcool, que é um componente do EV e AC,

sugerindo associação entre aspectos da R/E e EV.

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5 CONCLUSÃO

A maioria dos ingressantes possuía adequadas práticas de autocuidado, mas

algumas dessas práticas diferiram significantemente entre os gêneros, turnos e

cursos. As principais práticas positivas foram: 100% dos sujeitos não utilizavam

drogas ilícitas, 99% não eram tabagistas, 90% não ingeriam bebidas alcoólicas, 82%

faziam três ou mais refeições por dia, 81% estiveram em consulta odontológica no

último ano, 80% ingeriam água filtrada ou mineral, 77% estavam com a situação

vacinal atualizada, 76% tinham cuidado adequado com as mãos e pés, 71%

frequentemente tomavam o desjejum. As práticas negativos que merecem atenção:

74% consumiam menos de 2.000 ml de água diariamente, 69% não utilizavam protetor

solar frequentemente, 64% dormiam menos de 7 horas por noite, 56% não praticavam

atividade física regularmente (3 vezes ou mais na semana). A Qualidade de Vida dos

ingressantes foi considerada satisfatória e o Estilo de Vida “muito bom”. A

religiosidade/espiritualidade foi considerada elevada. Universitários do período diurno

e dos cursos de Ciências da Saúde exibiram melhores percepções de Qualidade de

Vida, melhor Estilo de Vida e Religiosidade/Espiritualidade que seus pares.

Merecem destaque ainda os seguintes achados: a maioria dos estudantes era

eutrófica, entretanto 14% apresentavam sobrepeso e 9% obesidade, com 18%

exibindo elevada circunferência da cintura. Em 6% de todos os participantes verificou-

se pressão arterial limítrofe e 5% apresentaram níveis pressóricos elevados.

O autocuidado correlacionou-se fracamente com a Qualidade de Vida, com o

Estilo de Vida e com a Religiosidade/Espiritualidade.

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86

VICTORA, C. G.; BARRETO, M. L.; LEAL, M. C.; MONTEIRO, C. A.; SCHMIDT, M. I.;

PAIM, J.; BASTOS, F. I.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; TRAVASSOS, C.; REICHENHEIM,

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88

ANEXOS

ANEXO A - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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90

ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,___________________________________________________________

concordo em participar da pesquisa “Estilo de vida de universitários ingressantes e

concluintes”, cujo objetivo é caracterizar o estilo de vida e a saúde de estudantes

universitários ingressantes e concluintes.

Reconheço que os resultados desta pesquisa poderão contribuir para que se

tenha mais conhecimento sobre as mudanças promovidas no estilo de vida dos

universitários pelas instituições adventistas de ensino.

Fui informado de que minha identidade, assim como minhas informações, serão

mantidas em sigilo, e que posso desistir de participar a qualquer momento.

Minha participação será voluntária e não-remunerada, e envolve a realização

de uma consulta de enfermagem (entrevista e exame físico), um teste de esforço, uma

avaliação pulmonar, exames de sangue, medidas físicas, testes de força e o

preenchimento de questionários. Estou ciente de que posso sentir dor muscular leve

após a realização dos testes de força e de esforço, e que a coleta de sangue pode

deixar o local dolorido e com pequeno hematoma.

Qualquer informação adicional poderá ser obtida com os pesquisadores:

Elisabete Venturini Talizin: 98723-0435 / [email protected]

Leslie Andrews Portes: 2128-6366 / [email protected]

ou através do Comitê de Ética em Pesquisa do Unasp, pelo telefone 2128-6224 ou e-

mail [email protected] (parecer do Comitê de Ética em Pesquisa: caae:

13295313.7.0000.5377).

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91

ANEXO C - DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

1. Sexo:

( ) masculino

( ) feminino

2. Idade: _______ anos

3. Naturalidade: ___________________

4. Nacionalidade: __________________

5. Quanto a sua escolaridade superior:

( ) sou ingressante na Universidade

( ) estou no último semestre na Universidade

6. Quanto ao curso:

( ) Administração

( ) Análise de sistemas

( ) Ciências Biológicas

( ) Ciências Contábeis

( ) Ciência da Computação

( ) Educação Física

( ) Enfermagem

( ) Fisioterapia

( ) Matemática

( ) Nutrição

( ) Pedagogia

( ) Psicologia

7. Quanto a sua residência no período universitário:

( ) Moro ou morarei na universidade

( ) Moro ou morarei com amigos

( ) Moro ou morarei com a família

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ANEXO D – Critério de Classificação Econômica Brasil

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93

ANEXO E – Qualidade de Vida (WHOQOL-bref)

Instruções:

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de

vida, saúde e outras áreas da sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se

você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha

entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá

ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações.

Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as

duas últimas semanas. Você deve circular o número que melhor corresponde ao que

você pensa.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe

parecer a melhor resposta.

1) Como você avaliaria a sua qualidade de vida?

muito ruim ruim nem ruim

nem boa

boa muito boa

1 2 3 4 5

2) Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas

duas últimas semanas.

3) Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você

precisa?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

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94

4) O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

5) O quanto você aproveita a vida?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

6) Em que medida você acha que sua vida tem sentido?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

7) O quanto você consegue se concentrar?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

8) Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

9) Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?

nada muito pouco mais ou menos bastante extremamente

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou

era capaz de fazer certas coisas nas duas últimas semanas.

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95

10) Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia?

nada muito pouco médio muito completamente

1 2 3 4 5

11) Você é capaz de aceitar sua aparência física?

nada muito pouco médio muito completamente

1 2 3 4 5

12) Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

nada muito pouco médio muito completamente

1 2 3 4 5

13) Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?

nada muito pouco médio muito completamente

1 2 3 4 5

14) Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer?

nada muito pouco médio muito completamente

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a

respeito de vários aspectos de sua vida nas duas últimas semanas.

15) Quão bem você é capaz de se locomover?

muito mal mal nem mal

nem bem

bem muito bem

1 2 3 4 5

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96

16) Quão satisfeito(a) você está com seu sono?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

17) Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades

do seu dia-a-dia?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

18) Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade para o trabalho?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

19) Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

20) Quão satisfeito(a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas)?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

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97

21) Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

22) Quão satisfeito(a) você está com o apoio que recebe dos seus amigos?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

23) Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

24) Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

25) Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de transporte?

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

1 2 3 4 5

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98

26) Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como mau humor,

desespero, ansiedade, depressão?

nunca algumas

vezes

frequentemente muito fre-

quentemente

sempre

1 2 3 4 5

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ANEXO F – ESTILO DE VIDA FANTASTICO

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100

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101

ANEXO G – ESCALA DE RELIGIOSIDADE DA DUKE

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102

ANEXO H – CONSULTA DE ENFERMAGEM Entrevista de Enfermagem

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104

Exame Físico de Enfermagem

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109

ANEXO I – CONSULTA DE ENFERMAGEM ADAPTADA Entrevista

1. Identificação

Nome: ______________________________ Sexo: Masc Fem

Idade:_______ Nasc.___/___/____ Raça: _________________ Estado Civil: __________

Nacionalidade: __________________Naturalidade: ______________________________

Estudante: Ingressante Concluinte Curso: ______________________

2. Antecedentes pessoais

Doenças: HAS Diabetes Dça Cardiopulmonar

Câncer Dça Renal Dça Neurológica

Outras: ___________________________________________________

Alergias: __________________________________________________

Cirurgias: Não Sim, quais: ____________________________________

Hospitalização: Não Sim, motivo: _____________________________

__________________________________________________________________________

Medicamento uso regular: Não Sim, quais:

__________________________________________________________________________

Medicamentos sem prescrição ou fitoterápicos: Não Sim

Quais:______________________________________________________

Imunizações: Completa: Dupla Adulto, Hepatite B, Tríplice Viral

Incompleta: _________________________________

Não sabe/ não lembra

Assistência médica: SUS Convênio

3. Antecedentes familiares

Causa de morte de pais/irmãos: ____________________________________

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110

Dças na família: HAS Diabetes Câncer

Obesidade Cardiopatia Nefropatia

Dça mental Dça neurológica

Outras: _____________________________________________

4. Requisitos de autocuidado universais

A. Padrões de sono e repouso

Horas de sono diário: ________________

Dorme durante o dia: Raramente Frequentemente

Problemas: Dificuldade de iniciar o sono

Dificuldade de manter o sono

Ronco Apneia do sono

Sonolência diurna Outros: _____________________

Medica/os p/ induzir o sono: Não Sim, quais: ___________________

________________________________________________________________________

B. Exercícios físicos

Pratica exercício regularmente (2-3 vezes/sem/30’): Não Sim

Tipo de exercício: __________________________________________________________

C. Hábitos

Tabaco: Não Ex-fumante Sim, n° cigarros/dia ____________

Álcool: Não Sim, frequência_____________ tipo:____________

Deixou de ingerir bebida alcoólica

Drogas: Não Sim, frequência _____________ tipo: ____________

Pratica atividades ao ar livre/ exposição ao sol:

Raramente Frequentemente

Uso de protetor solar: Não Sim

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111

D. Tipo de alimentação

Onívoro Ovolactovegetariano Vegetariano

Número de refeições diárias: ____________________

Toma café da manhã Frequentemente Raramente

Consumo de frutas/ verduras e vegetais:

Diariamente Quase todos os dias 2 vezes/semana

Raramente Nunca

E. Hidratação

Consumo diário de água: ______ ml

Tipo de água: filtrada mineral galão torneira

F. Eliminação urinária

adequada disúria hematúria poliúria

Outras queixas: ___________________________________________________________

G. Eliminação intestinal

Frequência: ____________________________________________________

Características das fezes: pastosas endurecidas diarreia

Uso de laxantes: não sim, quais: _______________________________

Queixas: _________________________________________________________________

H. Sexualidade

Vida sexual ativa: Não Sim Possui filhos: Não Sim

Método contraceptivo: _______________________________________________

Uso de preservativo: Sim Não, motivo: ____________________

I. Genitália

Edema prurido lesão secreção

Data última menstruação: ________________________

Ciclo menstrual regular irregular

Dismenorréia não sim, intensidade (0-10): ______

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112

Coleta de Papanicolaou nunca sim, data: __________________

I. Relacionamento familiar/social

Reside com: família internato amigos sozinho

Classificação do relacionamento familiar:

ótimo bom regular ruim péssimo

Possui amigos na Faculdade: sim não

Classificação do relacionamento com amigos:

ótimo bom regular ruim péssimo

J. Espiritualidade

Religião: Adventista Católico Evangélico

Outra: ________________________________________________________________

Praticante Não praticante

Tempo de batismo ou conversão: _____________________________________________

K. Atividade diária

Estuda Período: matutino noturno

Trabalha, horas semanais: _______________________________________________

Outros: ______________________________________________________________

J. Segurança emocional (demonstra)

nervosismo tensão facial tagarelice

inquietação tranquilidade retraimento social

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113

Exame Físico

1. Sinais vitais

PA: ________________ Pulso: ________ SpO2: __________

Estatura: _______________ Peso: ___________ IMC: _________________

Circunferência da cintura: _______________________

Dor (intensidade 0-10/ localização): ___________________________________

2. Sistema neurológico/ cabeça e pescoço

A. Condições pupilares

Tamanho: normal midríase miose

Simetria: isocórica anisocórica

Reação à luz: positiva negativa

B. Alterações visuais

Diminuição da acuidade ptose palpebral visão turva

Uso de óculos edema palpebral diplopia

C. Alterações auditivas

Diminuição da acuidade surdez

Zumbido uso de prótese

D. Condições da fala e comunicação

Sem dificuldade com dificuldade

E. Aspecto geral da face

Corado hipocorado descorado ictérico rubor

F. Cavidade oral

Prótese dentária parcial total

Halitose hiperemia gengiva lesão/afta

Higiene boa deficiente

Última consulta odontológica: _______________________________________________

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114

G. Linfonodos cabeça e pescoço

Impalpáveis palpáveis ______________________________________

H. Cabeça, face, unhas, queixas

Couro cabeludo: higiene adequada higiene deficiente caspa

Face: acne cicatrizes ____________________________

Cefaleia: Não Sim, frequência: ________________________

Unhas: bem cuidadas mal cuidadas roídas

3. Sistema Respiratório e Cardiovascular

A. Padrão respiratório

Eupneico dispneico taquipneico bradipneico

B. Tórax, expansão torácica, lesões, cicatrizes, queixas

Simétrico assimétrico

Respiração Profunda Respiração superficial

Lesões e cicatrizes ___________________________________________

Queixas ___________________________________________________

C. Ausculta pulmonar e cardíaca

AP Murmúrios vesiculares Roncos Sibilos

AC Bulha rítmica normofonética 2T Sopros

D. Perfusão periférica

MMSS adequada diminuída

MMII adequada diminuída

E. Pulsos periféricos

MMSS palpáveis impalpáveis cheio filiforme

MMII palpáveis impalpáveis cheio filiforme

F. Coloração da pele

Rósea hipocorada hiperemia cianótica ictérica

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115

G. Temperatura da pele

Aquecida fria

H. Hidratação da pele

Adequada seca úmida sudoreica

4. Abdome e MMII

A. Abdome

plano escavado globoso distendido

Palpação indolor dolorido

Simétrico assimétrico

Ruídos Hidroaéreos presente ausente

Lesões e cicatrizes: _____________________________________________________

Queixas: ______________________________________________________________

B. MMII

Edema varizes lesões interdigitais cicatrizes

Queixas: ______________________________________________________________

5. Higiene pessoal

limpo sujo descuidado mal vestido

6. Observações Data___/____/________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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ANEXO J – PADRÃO DIETÉTICO

Quais são seus hábitos dietéticos? Marque um X na opção correspondente. Você consome...

Carne Vermelha Aves Peixe Ovos Leite Nunca ou

Rara-mente

1 a 3 vezes por

mês

1 vez por semana ou mais

Nunca ou Rara-

mente

1 a 3 vezes por

mês

1 vez por semana ou mais

Nunca ou Rara-

mente

1 a 3 vezes por

mês

1 vez por semana ou mais

Nunca ou Rara-

mente

1 a 3 vezes por

mês

1 vez por semana ou mais

Nunca ou Rara-

mente

1 a 3 vezes por

mês

1 vez por

semana ou mais