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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA Curso Técnico em Serviços Jurídicos GUSTAVO GONÇALES RODRIGUES RONALDO PEREIRA ROSANA BORGES MARQUES SERGIO AUGUSTO MEDEIROS TARCIZO FERNANDES DA SILVA FILHO UM ESTUDO SOBRE A UNIÃO ESTÁVEL E OS DIREITOS LEGAIS EM CASO DE SEPARAÇÃO Palmital - SP 2016

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA Curso Técnico em Serviços Jurídicos

GUSTAVO GONÇALES RODRIGUES RONALDO PEREIRA

ROSANA BORGES MARQUES SERGIO AUGUSTO MEDEIROS

TARCIZO FERNANDES DA SILVA FILHO

UM ESTUDO SOBRE A UNIÃO ESTÁVEL E OS DIREITOS LEGAIS EM CASO DE SEPARAÇÃO

Palmital - SP 2016

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GUSTAVO GONÇALES RODRIGUES

RONALDO PEREIRA ROSANA BORGES MARQUES SERGIO AUGUSTO MEDEIROS

TARCIZO FERNANDES DA SILVA FILHO

UM ESTUDO SOBRE A UNIÃO ESTÁVEL E OS DIREITOS LEGAIS EM CASO DE SEPARAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Serviços Jurídicos Orientadora: Professora Valdiza Maria do Nascimento Fadel

Palmital - SP 2016

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“Não são os laços de sangue, mas os compromissos

sentimentais que determinam o valor de uma família! ”

AUTOR DESCONHECIDO

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RESUMO

As formas de constituição de entidades familiares têm passado por transformações significativas ao longo dos anos, e a união estável passou a ser reconhecida pela legislação brasileira, bem como os direitos e deveres dos cônjuges, inclusive sobre as questões relacionadas a guarda dos filhos, o que antigamente não existia. Tendo em vista a importância do assunto, este trabalho aborda questões teóricas, legais e práticas, as quais podem orientar e sanar dúvidas da sociedade de uma forma geral. Tal estudo encontra-se organizado a partir de pesquisas bibliográficas e na legislação, que permitiram a compreensão sobre as peculiaridades da união estável. Além disso, foi feita uma pesquisa de campo junto a população palmitalense, a qual foi fundamental para identificar as principais dúvidas das pessoas, bem como os melhores canais de comunicação para divulgar informações sobre o assunto. A partir dos resultados foram criadas formas estratégicas para minimizar o problema, tais como divulgação de informações em artigo em jornal e em redes sociais.

Palavras chave: União. Estável. Informação. Legislação.

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ABSTRACT As forms of constitution of family entities passed through significant transformations in the long term, a single stage became recognized by the Brazilian legislation, as well as the rights and duties of the spouses, it did not exist. In view of this document, this paper addresses theoretical, legal and practical issues, such as how to guide and address society's doubts in general. This study was based on bibliographical research and legislation, which allowed an understanding of the peculiarities of the stable union. In addition, a field survey was carried out with a palm population, which was essential to identify the people's main doubts as well as the best communication channels to disseminate information about the contract. From the results, strategic ways were created to minimize the problem, such as the dissemination of information in newspaper articles and in social networks. Keywords: Union. Stable. Information. Legislation.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 06

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................... 08

2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE UNIÃO ESTÁVEL ........................... 08

2.2 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO E LEGISLAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL NO BRASIL…............................................................................................................

09

2.3 CASAMENTO X UNIÃO ESTÁVEL............................................................... 13

2.4 DIREITOS NA UNIÃO ESTÁVEL EM CASO DE SEPARAÇÃO.................. 14

2.5 CONTRATO DE NAMORO........................................................................... 18

2.6 DESAFIOS DA INFORMAÇÃO SOBRE A UNIÃO ESTÁVEL ...................... 19

3 RESULTADOS DAS PESQUISAS DE CAMPO ........................... 21

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 22

REFERÊNCIAS ................................................................................ 23

APÊNDICES ..................................................................................... 26

ANEXOS ........................................................................................... 31

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1 INTRODUÇÃO

A união estável sempre esteve presente na sociedade, haja vista que,

bastava a vida em comum para que existisse o casamento. Um dos primeiros

exemplos registrados é o de Adão e Eva, o qual é citado na bíblia no livro de

Gênesis. Entretanto, até há alguns anos esta forma de união não garantia ao casal

os mesmos direitos de uma união formal.

Com o tempo este tipo de relação foi se tornando mais comum na e

ganhando visibilidade, se tornando mais visível e relevante na visão jurídica, pois,

tendo em vista o número de conflitos decorrentes deste tipo de relacionamento,

ocorreu a regulamentação legal desta categoria de união no Brasil, passando a

definir de forma clara quais eram os direitos das partes envolvidas.

Contudo, mesmo estando previstos na lei, atualmente a falta de informação

da sociedade sobre o assunto é um grande problema, tendo em vista que os

cidadãos acabam não exercendo plenamente os seus direitos.

Neste sentido, espera-se que os resultados teóricos e práticos do presente

estudo possam trazer informações relevantes, e principalmente, que sejam fonte de

consulta e conscientização da população em geral, podendo contribuir positivamente

na solução de problemas decorrentes da união estável e também esclarecer que

esta é uma forma de relacionamento tão regulamentada quanto o casamento

tradicional.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral é oferecer informações sobre os direitos e deveres dos

casais conviventes em união estável.

Constituem objetivos específicos:

A). Realizar levantamento conceitual em legislação, obras, artigos e na

internet para que seja possível ampliar o conhecimento sobre o assunto;

B). Organizar pesquisas de campo para verificar o conhecimento dos casais

e da população em geral com relação aos direitos e deveres previstos em Lei;

C). Redigir um artigo específico a fim de informar a sociedade sobre o

assunto.

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D). Elaborar panfletos informativos que possam ser consultados pela

população.

1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Primeiramente, foi realizada uma pesquisa teórica em obras e artigos

científicos sobre união estável para ampliar o conhecimento do leitor sobre o tema.

Também foi feita uma pesquisa documental na legislação brasileira vigente. O

resultado dessas pesquisas foi organizado na fundamentação teórica. Após isso, foi

elaborada uma pesquisa de campo, questionando as dúvidas dos casais e demais

interessados no assunto abordado, com uma amostra de 100 pessoas. Tais

pesquisas foram direcionadas por meio de um questionário misto (APÊNDICE A).

Finalmente, após uma análise criteriosa dos resultados teóricos e práticos, foram

cumpridas as seguintes etapas para oferecer informação a população:

1° etapa: Redigir um artigo informativo (APÊNDICE B) para a população,

com destino a publicação no Jornal da Comarca com sede na cidade de Palmital/SP;

2°etapa: Criar panfletos (APÊNDICE C) para a distribuição em pontos

estratégicos na cidade de Palmital/SP, e também em redes sociais.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são apresentados conceitos pertinentes ao tema, os quais

foram propostos por autores específicos, tais como, Azevedo, Brugioni, Camargo,

Cunha, Dias, Diniz, Gaiotto, Grisard, Ishida, Kataiama, Lopes, Medeiros, Mendonça,

Monteiro, Nascimento, Oliveira, Pereira, Rosa, Shoemblack, Sousa, Tartuce e

Tavares.

2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE UNIÃO ESTÁVEL

A entidade familiar é a consequência de uma união duradoura, sendo assim

munidos de direitos e deveres. No campo jurídico ela estabelece segurança e

proteção; A união estável é constitucional tornando se legal em virtude da lei, seus

respectivos deveres é fornecido pelo código civil consolidando variados artigos,

entretanto essas informações são precárias de esclarecimentos e os desafios na

procura de direitos de uma união estável, acaba ocasionando muitas dúvidas e

questionamentos sobre tal assunto.

Existem diversos conceitos que o tema união estável contempla, os quais

devem ser conhecidos de forma detalhada para que seja possível desenvolver maior

compreensão.

O casamento e a união estável se diferenciam completamente, todavia o

cidadão se torna vulnerável por não conhecer seus direitos previstos em lei, e assim

acaba cometendo equívocos na escolha do modelo de entidade familiar. Neste

sentido, Rosa (2015, p. 56 a 57), afirma que: União Estável é um modelo de entidade familiar, com contornos e efeitos jurídicos totalmente distintos de outra entidade familiar que é o casamento. Ao cidadão, por sua vez, é dado o direito de escolher qual entidades familiares desejam formar, e ao fazer essa escolha, deve ou deveria estar ciente as diferenças entre elas. O que se observa hoje é que, do ponto de vista social, não raras vezes casamento de união estável são considerados a mesma coisa.

Segundo Gaiotto (2013), por via da legislação o conceito de união estável, é

indefinido e assim se torna função da doutrina e jurisprudência estruturar todo

conceito que obtém, é valido lembrar que esse conceito não é especificamente

apenas o que é uma união estável, mas também é indicador de quais relações

podem ser caracterizadas como tal.

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Convém ressaltar, que a convivência tem que se manter pública, ou seja

deve-se haver testemunhas do relacionamento configurando assim a união estável,

não havendo a necessidade de morar sobre o mesmo teto para concluir-se o

concubinato. Afirma-se que não se deve praticar o adultério e nem relações com

parentes, sempre visando o bem do casal para que o mesmo construa um vínculo

duradouro. Em verdade, Villaça (2000, p 01), afirma que: A convivência não adulterina nem incestuosa, duradoura, pública e contínua, de um homem e de uma mulher, sem vínculo matrimonial, convivendo como se casados fossem, sob o mesmo teto ou não, constituindo, assim, sua família de fato.

Vale ressaltar que não é necessário o matrimonio para que se obtenha a

união estável, sendo assim, basta os conviventes manterem um relacionamento

afetivo como se casado fossem para que eles garantam seus direitos perante a

Constituição da República Federativa do Brasil, assim: “ Ruggiero define a união

estável como a ligação entre o homem e a mulher, sem casamento”. (MONTEIRO

apud RUGGIERO, 1999, p. 30).

Com base no que foi citado acima é possível compreender que a união

estável é uma relação afetiva que não aplica o tradicionalismo, ela é uma união não

formalizada no papel, como o casamento que é realizado seguindo normas jurídicas.

Conclui – se assim, que este novo modo de entidade familiar atende as

necessidades dos casais, se enquadrando nos tempos atuais, tornando assim um

modelo que certamente evidenciará as futuras uniões matrimoniais.

2.2 HISTÓRICO, EVOLUÇÃO E LEGISLAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL NO BRASIL

Existem muitos pontos importantes sobre a união estável na legislação

brasileira a serem apresentados e discutidos. O primeiro ponto parte da questão da

definição da entidade familiar, o que de acordo o Art. 1.723 da Lei 10406, de 10 de

janeiro de 2002: É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. (BRASIL, 2002, p. 139).

Camargo (2016), propõe que a união estável é uma relação não oficial que

ainda é presente em muitos casais brasileiros mesmo com toda a praticidade em se

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oficializar e se desfazer um casamento, ela é predominante, e isso ocorre pela falta

de informação existente.

Caio Mário da Silva Pereira (2007, p. 15), define família como sendo: O conjunto de pessoas que descendem de tronco ancestral comum. Em sentido estrito a família e considerada o conjunto de pessoas unidas pelo laço do casamento e da filiação. Durante séculos foi ela um organismo extenso e hierarquizado, mais sob a influência da lei da evolução, retraiu-se, para se limitar a paz e filhos.

Com as diversas mudanças de cultura que vem ocorrendo, o casamento

como é conhecido teve seus princípios abalados e a sociedade tem saído cada vez

mais dos princípios legais impostos pela religião e culturas passadas. Com o

decorrer dessas mudanças, casais vem cada vez mais constituindo família sem o

reconhecimento dos Estados fazendo assim, a Constituição Federal ter que rever

seus Princípios.

Já Schoembakla e Lima (2016, p. 25) Enfatiza que a união estável vem sendo cada vez mais procurada na hora de se formar uma família, isolando qualquer tipo de oficialização em meio ao campo jurídico, esse fato se dá pela rapidez do processo, mas muitos casais que vão à procura de uma união estável, estão desfamiliarizado com seus direitos, assim imunes a proteção do Estado por não terem uma união oficializado pelo Estado

Sobre o assunto, Katayama (2010, p. 10) afirma que: No aspecto social da união estável, o conceito família vem sofrendo mudanças ao longo do tempo, esse aspecto vem deixando de lado a ideia constitucional que uma família era legitimada mediante ao casamento Civil. Decreto n 181, de 24 de janeiro de 1890. Antes o termo União Estável chamava se comunhão de leito referente ao Código civil, mas este termo gerava preconceito assim a lei alterou se o nome para União Estável.

Assim, apesar das uniões afetivas extramatrimoniais sempre terem existido

na história da humanidade, durante muito tempo permaneceu às margens da

regulamentação jurídica, tendo o Brasil seguido essa mesma tendência. O legislador

nacional, ao elaborar o Código Civil de 1916, praticamente ignorou as famílias

extramatrimoniais e, nas poucas referências que fez ao concubinato, assim o fez

com o intuito exclusivo de proteger as famílias oriundas do casamento. A realidade

sociológica não mais passível de marginalização pluralismo político e no princípio da

dignidade da pessoa humana, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226,

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§3º, finalmente, erigiu o concubinato ao status de entidade familiar, ao tempo em

que adotou a nomenclatura união estável para designá-la. (NASCIMENTO, 2013).

Para Dias (2009, p.41): A Constituição Federal, rastreando os fatos da vida, viu a necessidade de reconhecera existência de outras entidades familiares, além das constituídas pelo casamento. Assim, enlaçou no conceito de família e emprestou especial proteção a união estável e a comunidade formada por qualquer dos pais com seus descendentes, que começou a ser chamada de família monoparental.

A lei 8.971, de dezembro de 1994, estabeleceu que o casal formado a partir

de uma união informal só teria direitos equivalentes aos de um casamento formal se

permanecessem juntos por um prazo mínimo de cinco anos, caso não houvesse

filho em comum. O prazo de cinco anos adotado vinha ratificar atributos muito

usados em tribunais que seguia uma lógica jurídica estabelecida na legislação

previdenciária e tributarias. Sendo este, portanto um requisito objetivo e inflexível. A

revogação deste prazo veio com a edição da lei n 9.278 de 1996 que, levando em

conta que a estabilidade de uma nova união está mais ligada à intenção do casal, do

que propriamente o prazo fixado em lei. (BRASIL, 2002).

Contudo, o legislador percebeu que ainda havia falhas e preconceito, então

foi criada a lei 9.278 de maio de 1996, a qual visou priorizar o concubinato com as

mesmas formalidades de um casamento, já definindo sua natureza jurídica como

contrato. Retirou-lhe assim seu romantismo e interferiu na vontade particular do

cidadão, quando já se fala em privatização do Direito de Família. Enquanto o

casamento é um contrato.

Sobre o assunto, Campos (1990, p. 17), que:

Determinante, por si mesmo, de efeitos jurídicos que se impõem aos cônjuges, a união de fato é um estado, cujo conteúdo e duração está dependente da vontade dos concubinos - de cada um deles.

Assim, o legislador desprezou o fato natural, espontâneo, alternativo, que

sempre foi o concubinato para querer reduzi-lo a um acerto prévio de vontades. Em

sua previsão, imaginou um homem solteiro propondo a uma mulher uma convivência

duradoura, com objetivo de constituir uma família, assegurando respeito, assistência

moral e material, comunhão parcial de bens e garantias, em caso de rescisão do

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contrato. Eis uma união estável que com o decurso do tempo, pode ser convertida

em casamento.

Contudo, os concubinos arcarão com alguns deveres, tais como da

dissolução da convivência, a terminologia usada foi a mais técnica possível:

rescisão. Não bastou dizer "dissolvida a união estável"; precisou torná-la mais

explícita, mais técnica: "dissolvida a união estável por rescisão".

Com esse tratamento e previsão, fixou as seguintes consequências para a

dissolução da convivência prevista no art. 6º do Projeto de Lei nº 1.888, de 19 de

novembro de 1991. Alterada para a lei ordinária nº 9.278, de 10 de maio de 1996. Dever de prestar alimentos por um dos conviventes ao que dela necessitar; b) divisão dos bens, conforme dispõe a lei ora examinada ou conforme estipulado em contrato escrito. Em caso de morte, ao sobrevivente será assegurado direito real de habitação, enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família. (BRASIL, 1991, p. 01)

O art.226 da lei 9.278, de 10 de maio de 1996 dispõe que: “Para efeito da

proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como

entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. (BRASIL,

1996, p. 01) Pode-se caracterizar a união estável como a união de homem e mulher fora do matrimonio, de caráter estável, mais ou menos prolongada para o fim da satisfação sexual, assistência mutua dos filhos comuns e que implica uma presumida fidelidade. (RODRIGUES, 2006, p. 287).

Os direitos de família especificadamente encontram-se disciplinados no

Código Civil de 2002 em sua parte especial. Respectivamente no livro IV que versa

sobre do direito de família, e conforme art.: 1.511 da lei 10.406, de janeiro de 2002: No título I - Do direito pessoal, tratando do casamento, suas capacidades, impedimentos, causas suspensivas, processo de habilitação, celebração do casamento, das provas do casamento, invalidade, eficácia, dissolução da sociedade e do vínculo conjugal, da proteção aos filhos, da filiação, reconhecimento dos filhos, adoção, do poder familiar, do exercício, suspensão e extinção do poder familiar. Título II – do direito patrimonial, tratando sobre o regime de bens entre os cônjuges (pacto nupcial, do regime de comunhão parcial, do regime de comunhão universal, do regime de participação final nos aquestos, do regime de separação de bens), do usufruto e da administração dos bens de filhos menores, dos alimentos e do bem de família. Título III- Da união estável. Título IV – Da tutela e curatela, dispondo sobre a tutela, tutores, dos incapazes

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de exercer a tutela, da escusa dos tutores, do exercício da tutela, dos bens do tutelado. (BRASIL, 2002, p. 119).

Desta forma, é possível perceber que a legislação brasileira vem tratando a

União Estável como um assunto sério a ser discutido e seguido, conforme a

necessidade das famílias que não seguem a união tradicional. Cabe ao Estado dar

proteção a Tais família e guia-los sobre seus Direitos e Deveres para que se

obtenha uma sociedade Harmoniosa e de Igualdade.

2.3 CASAMENTO X UNIÃO ESTÁVEL

É fundamental evidenciar as principais diferenças das formas de

constituição familiar reconhecidas pela legislação brasileira.

Sobre o assunto, Tavares (2011, p.01), afirma que: Tanto o casamento como a união estável são entidades familiares, na conformidade do que diz o artigo 226 da Constituição Federal. Então, elas têm o mesmo status, e uma relação é tão importante quanto a outra.

No mesmo sentido, Cunha (2016, p.01), ratifica que: É muito saudável que as diferentes formas de constituição de família preservem suas peculiaridades, sem que isto signifique a superioridade de uma sobre a outra. A diferença hoje entre o casamento civil e a união estável restou fundamentalmente em que o cônjuge é herdeiro necessário e o companheiro não o é.

Entretanto, as diferenças encontradas na união estável perante o casamento

são basicamente na formação, extinção e nos efeitos pós morte, ou seja, na parte de

como se forma, como se extingue e nos efeitos após a morte é quando existe

diferenças. Em outras palavras, duas pessoas que passam a viver juntas, formando

uma entidade familiar, isso é suficiente para que exista a união estável. A lei não

exige formalidade nenhuma, bastando a simples comprovação de convivência

familiar. Já o casamento é um ato formal que tem a necessidade de vários

procedimentos jurídicos, diferenciando claramente da união estável. Formalidades.

Assim, a extinção da união da estável se diferencia de o casamento no fato dos

companheiros terem que comprovar a separação e o meio mais comum é através de

testemunhas. Só é necessário provar que, nos planos dos fatos, não existe mais a

união, pois o simples fato da desconfiguração da entidade familiar já basta para a

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mesma ser extinta, diferente do casamento que é necessário o divórcio. (TAVARES,

2011).

Na união estável, por sua vez, não existem os mesmos direitos sucessórios

pós morte que o casamento, nela os companheiros vão atingir somente os bens

adquiridos onerosamente na vigência da união estável e os mesmos não são

considerados herdeiros necessários. Os herdeiros necessários são aqueles que têm

direito a parte legítima da herança: os descendentes (filho, neto, bisneto) os

ascendentes (pai, avô, bisavô) e o cônjuge. A parte legítima equivale a 50% dos

bens do testador, do qual os herdeiros necessários não podem ser privados.

Conforme o art. 1.846 do Código Civil, “Pertence aos herdeiros necessários, de

pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima”. (BRASIL,

2002, p. 150).

Por isso, no caso da união estável, a pessoa tem direito aos bens se não

houver um testamento que tire os direitos sucessórios.

Convém ressaltar um fato importante que diferencia o casamento da união

estável, que seria o estado civil da pessoa, na união estável o casal não tem a

mesma segurança jurídica, pois o estado civil de casado é adquirido apenas após

o casamento civil, eles terão estado civil de solteiro, divorciado, separado ou viúvo,

assim: “Você não pode atribuir um estado civil a uma relação que não tem

formalidade”. (TAVARES, 2011, p.03).

Neste sentido é possível compreender que as diferenças entre o

casamento e a união estável são poucas, mas que são devidamente configuradas

na legislação, devendo os casais buscarem informações que possam esclarecer

todas as dúvidas antes da composição da entidade familiar, seja ela por meio da

união estável ou do casamento formal.

2.4 DIREITOS NA UNIÃO ESTÁVEL EM CASO DE SEPARAÇÃO

Um direito que os casais caracterizados em união estável têm é o de regime

de bens, se os mesmos não expuserem à vontade em contrato, o regime que passa

a vigorar será o da comunhão parcial de bens, é possível realizar a estipulação do

regime de bens que o casal adotará para a união estável desde que sejam aceitas

por ambas as partes.

Assim, Mendonça (2015, p.01), afirma que: “O regime da comunhão parcial

de bens será aquele que vigorará na hipótese de os futuros cônjuges não se

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manifestarem de forma diversa. E isso também se aplica às uniões estáveis, caso os

companheiros abstenham-se de eleger outro regime”.

Quando uma união estável chega ao fim é preciso dividir todos os bens

adquiridos de forma amigável igual o casamento, não chegando a um acordo entre

os concumbinos é preciso fazer de forma judicial procurando o poder judiciário ou

então de forma extrajudicial procurando um cartório de notas. No caso se tiver bens

adquiridos juntos, filhos menores ou dependentes é preciso fazer a separação de

forma judicial, ficara estabelecido guarda dos filhos, parte de cada um dos bens.

Sobre o assunto, Pereira (2001, p. 126), explica que: Como qualquer outra relação amorosa, a união estável pode também ter o seu término final e, de forma pacífica e madura, de marcar-se consensualmente sobre todos os pontos da separação: Bens, guarda/visita de filhos (convivência familiar), alimentos e até mesmo o sobrenome da companheira.

Já o direito a sucessão causa mortis tem como pressuposto a morte do autor

da herança e a vocação hereditária. É entendido como herança, todo o conjunto dos

bens deixados pelo falecido, considerados na totalidade para efeitos legais como

bem imóvel até que seja realizada a partilha. O direito das sucessões é garantia

constitucional, fundamentado no direito de propriedade.

Tem origem nos mais remotos tempos, e está ligado à ideia de comunidade

da família. O ato de suceder é direito da personalidade, como afirma Diniz (2009, p.

078): Quanto ao sentido amplo, o termo sucessão aplica-se a todos os modos de aquisição de domínio, indicando o ato pelo qual alguém sucede a outrem, investindo-se, no todo ou em parte, nos direitos que lhe pertenciam. Trata-se da sucessão inter vivos. Já no sentido restrito a sucessão é a transferência, total ou parcial, de herança, por morte de alguém, a um ou mais herdeiros. É a sucessão causa mortis que, no conceito subjetivo, é o direito por força do qual alguém recolhe os bens da herança, e, no conceito objetivo, indica a universalidade dos bens do de cujus, que ficaram com seus direitos e encargo.

Já o Direito de mútua assistência entre os conviventes. A legislação

brasileira assegura o direito recíproco dos companheiros aos alimentos. Na hipótese

de dissolução da união estável, o convivente terá direito, além da partilha dos bens

comuns, a alimentos, desde que comprove suas necessidades e as possibilidades

do parceiro. Cessa, todavia, tal direito, com o casamento, a união estável ou o

concubinato do credor. Perderá também o direito aos alimentos o credor que tiver

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“procedimento indigno em relação ao devedor” Conforme o art.1.694 da lei da lei

10.406, de 10 de janeiro de 2002: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia (BRASIL, 2002, p. 98).

A lei prevê que só será atribuída assistência mutua caso comprovado

necessidade em juízo, pois ainda será dever do companheiro prestar assistência

moral e social em caso de Doenças, desemprego, problemas psicológicos. Contudo,

se o dever de fidelidade estiver sido violado, o requerido perdera seu direito,

comprovado tal ato de despeito com o próximo.

Ainda, o Estado exige que um companheiro tenha lealdade com o outro

durante a vigência de união estável, buscando sempre agir de boa-fé, sobre pena de

sanções civis e legais. Sobre o Assunto, o doutrinador Euclides de Oliveira (2003, p.

103) afirma que: ‘‘Para os companheiros aplica se o dever de lealdade, símile ao

dever de fidelidade’’.

Ainda a lei visa também a proteção do menor em caso de separação, pois

este não deverá ser prejudicado de forma alguma em relação a separação dos

conjugues, pois, ocorrido a separação não sessara o direito e deveres dos pais em

relação ao menor. Já que no que tange ao Poder familiar, o doutrinador ISHIDA

(2006, p. 30). Afirma: O Poder Familiar é o conjunto de direitos e deveres com o escopo de proteção dos filhos. Significa Conjunto, pois é uma reunião, uma junção tanto de direitos como de deveres dos pais. Diz ainda deveres, pois, os pais possuem uma obrigação em relação aos filhos.

Conforme o art. 1.634, da lei 13.058, de 22 de dezembro de 2014: Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - Dirigir-lhes a criação e a educação; II - Exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; III - Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; IV - Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior;

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V- Conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para outro Município; VI - Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; VII -Representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; VIII - Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; IX - Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. (BRASIL, 2014, p. 157).

Assim, fica claro que a legislação visa proibir quaisquer a designações

discriminatórias relativas a filiação, principalmente voltada a proteger o menor,

perante ao ornamento jurídico em relação aos seus direitos, independente se vindo

da relação ou por adoção. O art. 226, da Carta Magna, de 1988 afirma: Os filhos, havidos ou não da relação do Casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibindo qualquer discriminação relativa à filiação. Contudo quando se aplica a separação. Impõe-se esclarecer desde logo que quando for feita referência a expressão separação, não se está falando apenas em separação judicial litigiosa, mas sim em qualquer espécie de rompimento de vínculo estabelecido no âmbito de entidade familiar. Tanto poderá ser uma separação, quanto um divórcio direto ou uma dissolução de união estável, pois em todas estas situações a questão da guarda dos filhos menores aparece e precisa ser regulamentada em estrito atendimento ao interesse da prole. (BRASIL, 1988, p. 94).

Atualmente, o Art. 1.583 da lei n°10.406, de 10 de janeiro de 2002, dispõe

que: A guarda será unilateral ou compartilhada, acrescendo que a guarda unilateral é a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (primeira hipótese) e compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. O termo guarda compartilhada ou guarda conjunta de menores (‘joint custody’, em inglês) refere-se à possibilidade de os filhos de pais separados serem assistidos por ambos os pais.

Grisard (2009), complementa que o envolvimento dos pais na vida de seus

filhos independente do modelo de custódia, seja ela compartilhada, alternada ou

unilateral é essencial para a formação da personalidade dos filhos, ter pais

presentes é fundamental, pois os filhos precisam de pais e não de visitantes.

Muitas vezes é esquecido que aquele que detém a guarda também deve ser

responsável pelo sustento do filho.

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Conforme dispõe o artigo 1.703 da lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002: Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos. Exercendo pai e mãe atividade laboral remunerada, ambos devem contribuir, na medida de suas possibilidades, para o sustento da prole comum. De uma forma simplificada, pode-se exemplificar a situação imaginando que as despesas da prole atinjam o um valor específico, o qual, em princípio deveria ser dividido por metade para cada genitor; no entanto, se a remuneração de um é o dobro da remuneração do outro, parece justificada uma divisão 30% a 70% das despesas como forma de ambos participarem e compensarem-se as desigualdades de remuneração. (BRASIL, 2002, p. 98)

Nesse sentido, leciona Tartuce (2014, p. 47- 48), afirma que: A solidariedade social é reconhecida como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil pelo art. 3º, inc. I, da Constituição Federal de 1988, no sentido de buscar a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Por razões óbvias, esse princípio acaba repercutindo nas relações familiares, já que a solidariedade deve existir nesses relacionamentos pessoais. Isso justifica, entre outros, o pagamento dos alimentos no caso de sua necessidade, nos termos do art. 1.694 do atual Código Civil.

Os direitos referentes à família, agora são cogeridos pelo casal, sendo as

possíveis divergências que venham a ter, serem encaminhadas pelo juiz, conforme

determina a legislação.

Neste sentido, o Estado reconhece o impacto da união estável, e cada vez

mais vem se preparando sobre este conceito de união, a fim de trazer harmonia e

paz, com normas a serem seguidas para que se possa garantir o direito do conjugue

perante a sociedade. Estas garantias se encontram no corpo do Código Civil vigente

o qual dedica o cap. III especialmente para entidade familiar.

2.5 CONTRATO DE NAMORO

Uma forma de união estável muito comum na sociedade atual é o namoro,

que também pode implicar o cumprimento de direitos legais entre as partes

envolvidas neste tipo de relacionamento.

Das muitas definições que trazem para a palavra namoro, Housaiss (1999,

p. 1993), dicionário da língua portuguesa, cita que: “o namoro é a aproximação física

e psíquica entre duas pessoas em um relacionamento fundamentado na atração

recíproca, que aspira continuidade para o futuro”.

Segundo esta definição, namoro é uma relação entre duas pessoas, atraídas

fisicamente e psicologicamente, com a intenção de continuidade no relacionamento.

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Já o contrato de namoro, é uma forma encontrada por casais, para

assegurar que ambos estão em um relacionamento sem entidade familiar, e não

querem sofrer nenhum aborrecimento futuro, confundindo-se com a união estável e

se utilizando dos direitos da mesma.

De acordo com Brugioni (2013, p 08.): O que se busca é que nos casos em que há um simples namoro com uma certa convivência sem a intenção de união estável, esta não se configure a ponto de um dos companheiros pleitear metade dos bens adquiridos na constância da relação ou até mesmo alimentos e herança futuros.

O objetivo do contrato de namoro é garantir que nenhuma das partes possa

alegar união estável, e usufruir do direito de partilha de bens, alimentos e herança,

no caso do término da relação.

Portanto, namoro não se configura uma entidade familiar, apenas por ter

um certo convívio, logo, o contrato de namoro, assegura que as partes não sofram

problemas futuros no término do relacionamento, se uma das partes alegar união

estável e solicitar usufruir dos direitos de partilha de bens, de herança e até mesmo

de alimentos, como explica Duarte apud Colégio Notarial do Brasil (2016, p.1): O contrato serve como mais uma prova dentro do conjunto que vai caracterizar o que é e o que não é união estável. O que é redigido depende da vontade das partes. O ponto principal é a ausência de finalidade de constituir família. Também pode ficar estabelecida a vontade de morar ou não sob o mesmo teto.

Neste sentido, o contrato de namoro assegura que o relacionamento

amoroso (namoro) não se configure união estável, evitando que ambas as partes

possam usufruir dos direitos da mesma, porém, o contrato de namoro ainda é pouco

conhecido pela sociedade, assim como a União Estável.

2.6 DESAFIOS DA INFORMAÇÃO SOBRE A UNIÃO ESTÁVEL

Apesar dos direitos provenientes de uma união estável estarem previstos na

legislação brasileira, muitos casais ainda os desconhecem, o que pode ser atribuído

a uma série de fatores, dos quais é possível destacar as recentes mudanças na

legislação, questões culturais e falta de divulgação.

No Brasil, o número de uniões estáveis já supera a marca de 36,4% do

total dos tipos de relacionamentos. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, apontam que mais de um terço dos casais optou por

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manter uma união estável ao realizar o tradicional casamento civil ou religioso.

Este estudo ainda mostra que a união sem formalização é mais frequente em

classes sociais mais baixas, representando 48,9% das ligações na população com

rendimento de até meio salário mínimo, e entre brasileiros de até 39 anos. Conforme

o rendimento do casal aumenta, a representatividade da união estável consensual

diminui. (IBGE, 2010).

Apesar da realidade apresentada no Brasil, a ausência de informação que

demonstra ser existente, nada mais é que lacunas presente no âmbito jurisdicional.

Isso acaba atrapalhando todo o processo, pois sem uma norma especifica caberá

um doutrinador julgar tais atos legais que acarretará em mais demoras no sistema

judiciário.

Medeiros (2014), afirma que nesse fato observamos que a união estável,

mesmo definido pela doutrina e jurisprudência, ainda falta esclarecimentos,

necessitando da criação de leis para especificar mais a união, em outras palavras se

essa criação fosse realizada aumentariam os níveis de facilidade na hora do

entendimento e do fornecimento de informações.

É preciso ressaltar que a falta de esclarecimento está relacionada com o

campo jurisdicional que se ausentou em detalhar a união estável causando a

ausência de compreensão do fato e na demora dos processos. Isto porque há pouca

informação sobre a união estável, sendo necessário a criação de leis para

especificar com clareza quando se configura a união estável, tendo em vista que

isso dificulta na compreensão do fato e na celeridade do processo.

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3 RESULTADOS DAS PESQUISAS DE CAMPO

Após a realização da pesquisa de campo é possível fazer algumas

considerações sobre a visão da sociedade acerca das formas de constituição

familiar existentes no Brasil atualmente, e que a união estável ainda é cercada de

mistério e dúvidas.

De acordo com a coleta de dados nota-se que a maioria das pessoas sabe o

significado da união estável, mas tem muitas dúvidas em relação a contrato feito em

cartório, regime de bens, direito sucessório e dissolução. Algumas pessoas

afirmaram buscaram a união estável e não o casamento formal por falta de recursos

financeiros para custear uma oficialização.

Foi possível visualizar que as pessoas acreditam que a união estável tem os

mesmos direitos que o casamento formal, mas desconhecem suas particularidades

e diferenças previstas na legislação.

Ainda, um fato curioso foi que muitas pessoas apontaram encontrar

dificuldades para obter informações sobre o assunto e acreditam que a internet,

jornal e panfletos serias ótimos canais de comunicação para divulgar o assunto.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em função de questões culturais, sociais e econômicas a sociedade de uma

forma geral mudou a forma de enxergar os relacionamentos, que passaram a ser

constituídos sob uma ótica mais flexível para atender as necessidades da realidade

em que os casais estão inseridos. O casamento formal, por exemplo, deixou de ser

visto como a única forma de entidade familiar, e a união estável, que sempre esteve

presente na sociedade, passou a ser reconhecida no campo jurídico.

Após a realização do presente estudo foi possível identificar sob uma visão

conceitual e legal, que a forma de constituição familiar passou e continua passando

por um processo lento de transformação, o qual vem sendo reconhecido e

regulamentado pela legislação brasileira. Esse reconhecimento se torna

fundamental, visto que resguarda os direitos e deveres das partes envolvidas,

inclusive com relação a guarda dos filhos.

Por outro lado, a pesquisa de campo apontou que a falta de informação é

um grande problema na sociedade atual, visto que muitas pessoas desconhecem as

diferenças e semelhanças entre a união estável e o casamento tradicional, como o

regime de bens, por exemplo.

Atingindo o objetivo proposto inicialmente, o presente trabalho contempla

informações pertinentes ao assunto, as quais podem ser consultadas pela

população em geral para sanar as dúvidas mais frequentes.

Assim, os estudos sobre o assunto não são esgotados por meio deste

trabalho de conclusão de curso, sendo este um ponto inicial para pesquisas

posteriores.

Finalmente, fica claro que, apesar da União Estável ser prevista em lei,

ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas, para melhor especificar sobre

seus direitos e também quando se configura este tipo de relacionamento.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo:

Assunto Abordado: Dúvidas encontradas pela população em uma relação de união

estável:

1 - Você sabe o que é uma união estável?

( ) SIM

( ) NÃO

2 – Sobre união estável, qual dos assuntos a seguir você tem dúvidas?

( ) Contrato Feito em Cartório

( ) Regime de Bens

( ) Direito Sucessório (herdeiros)

( ) Dissolução (separação do casal)

3 - Na sua opinião qual é o real motivo de um casal buscar a união estável e não o

casamento tradicional?

( ) Recursos financeiras para custear uma oficialização formal

( ) Falta de tempo

( ) Benefícios e vantagens adquiridos por quem assume uma relação familiar

(Planos de Saúde, Inscrição para aquisição de casas populares, etc.)

( ) Outros

Cite se desejar: _________________________________________________

4 – Na sua opinião, qual dificuldade a população encontra para se informar sobre os

direitos legais na união estável?

( ) Falta de divulgação

( ) Falta de interesse sobre o assunto por parte dos casais

( ) Outros

Cite se desejar: _________________________________________________

5 - Você acha que uma relação de união de estável tem os mesmos direitos de um

casamento formal?

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( ) SIM

( ) NÃO

6 - Por qual canal de comunicação você gostaria de obter informações sobre os

direitos legais na união estável?

( ) Panfletos

( ) Internet (redes sociais)

( ) Jornal Local

( ) Outros

Cite se desejar: _________________________________________________

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APÊNDICE B - Artigo informativo para a população, com destino a publicação no

Jornal da Comarca com sede na cidade de Palmital/SP:

Segundo dados do IBGE (2010), mais de 1/3 dos casais brasileiros vivem

em união estável. Entretanto, por não possuírem conhecimento sobre as diretrizes

legais deste tipo de união, muitos desses casais deixam de exercer seus direitos.

Atualmente a união estável é reconhecida como constituição familiar,

diferenciando-se do casamento civil em alguns aspectos, tais como a formação, o

processo de separação e os efeitos sucessórios pós-morte. Na questão da

formação, a união estável distingue-se basicamente pelo fato de o casal apresentar

características de uma relação duradoura com objetivo de constituição familiar. Já o

casamento é um ato formal por meio de uma celebração feita por um juiz de paz ou

de direito, gerando uma certidão de casamento.

Sobre o processo de separação, na primeira forma de união só é necessário

provar que não existe mais relacionamento entre o casal. Entretanto, se houver

discussão sobre questões patrimoniais, pensão alimentícia ou em relação a filhos

menores, deverá ser ajuizada uma ação declaratória de reconhecimento e

dissolução de união estável perante o poder judiciário ou cartório de notas.

Enquanto no caso do casamento o divórcio pode ser feito por escritura pública em

um tabelionato de notas, e em caso de filhos menores, o mesmo tem que ser extinto

perante o poder judiciário, na presença de um juiz de direito, através de um

processo judicial inclusive com a participação do Ministério Público.

Por fim, nos efeitos sucessórios pós-morte, o que diferencia os dois casos é

que na união estável o (a) companheiro (a) concorre com o herdeiro, ou seja, ele

tem 50% de sua parte de meeiro (a), mais a porcentagem que vai ser dividida entre

os herdeiros, enquanto no casamento o cônjuge tem 50% da herança sendo

somente meeiro, dependo do regime de bens.

Tendo em vista a importância do assunto, foi realizada uma pesquisa na

Escola Técnica Estadual Professor Mario Antônio Verza, localizada na cidade de

Palmital-SP, por meio da qual foi constatado que para muitos a união estável é

cercada de mistério, e a principal dúvida está relacionada ao regime de bens que se

adota na união estável, o qual pode ser escolhido pelo casal. Vale ressaltar que se

essa escolha não for feita voluntariamente, é adotado o regime de comunhão parcial

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de bens, que se trata daquele que todos os bens adquiridos após a data da união

serão comuns ao casal.

Conclui-se que a união estável é um modelo de entidade familiar tão

importante quanto o casamento civil, por isso não deve ser marginalizada pela

sociedade, visto que é uma forma de constituição familiar devidamente

regulamentada pela legislação.

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APÊNDICE C – Panfleto para a distribuição em pontos estratégicos na cidade de

Palmital/SP, e também em redes sociais:

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ANEXOS

ANEXO A – LEI Nº 9.278, DE 10 DE MAIO DE 1996. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faz saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura,

pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de

constituição de família. Art. 2° São direitos e deveres iguais dos conviventes: I - respeito e consideração mútuos; II - assistência moral e material recíproca; III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns. Art. 3° (VETADO) Art. 4° (VETADO) Art. 5° Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os

conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados

fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em

condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito. § 1° Cessa a presunção do caput deste artigo se a aquisição patrimonial

ocorrer com o produto de bens adquiridos anteriormente ao início da união. § 2° A administração do patrimônio comum dos conviventes compete a

ambos, salvo estipulação contrária em contrato escrito. Art. 6° (VETADO) Art. 7° Dissolvida a união estável por rescisão, a assistência material

prevista nesta Lei será prestada por um dos conviventes ao que dela necessitar, a

título de alimentos. Parágrafo único. Dissolvida a união estável por morte de um dos

conviventes, o sobrevivente terá direito real de habitação, enquanto viver ou não

constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência

da família. Art. 8° Os conviventes poderão, de comum acordo e a qualquer tempo,

requerer a conversão da união estável em casamento, por requerimento ao Oficial

do Registro Civil da Circunscrição de seu domicílio.

Page 33: CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA … · Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários

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Art. 9° Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da

Vara de Família, assegurado o segredo de justiça. Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 10 de maio de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO