centro de pesquisa em ciÊncias da saÚde · possibilidades de exercício para idosos é o método...
TRANSCRIPT
CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde
LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS
Londrina 2014
Londrina
2014
CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde
LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS
Londrina
2014
APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS
Relatório Técnico apresentado ao Centro de
Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade
Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre Profissional
em Exercício Físico na Promoção da Saúde.
Orientador: Profª. Drª. Deise Aparecida de Almeida
Pires Oliveira.
LAÍS CAMPOS DE OLIVEIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS
Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, conferido e aprovado pela Banca Examinadora:
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Profª. Deise A. de Almeida Pires Oliveira
Universidade Norte do Paraná
___________________________________
Prof. Rubens Alexandre da Silva Júnior
Universidade Norte do Paraná
____________________________________
Prof. Fábio Antônio Néia Martini
Universidade Estadual do Norte do Paraná
____________________________________
Prof. Dartagnan Pinto Guedes
Coordenador do Mestrado Profissional
Londrina,10 de Julho de 2014.
OLIVEIRA, Laís Campos. Aplicação do método Pilates em idosos. 83 folhas. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2014.
RESUMO O processo de envelhecimento possui características tipicamente relacionadas a declínios de diversas ordens. Quanto aos aspectos físicos, algumas capacidades requeridas para a realização de atividades do cotidiano, como equilíbrio postural, força muscular e flexibilidade podem ser afetadas. Para atenuar a perda progressiva destas capacidades, a prática de exercícios físicos tem sido recomendada. Uma das possibilidades de exercício para idosos é o método Pilates. Essa técnica tem se mostrado um meio eficaz para reverter declínios relacionados a perda de equilíbrio, da força e da flexibilidade em idosos. Todavia, a literatura carece de livros que possam auxiliar profissionais das áreas da saúde que trabalhem com o método. Além disso, tendo em vista a grande variação de exercícios que a técnica oferece, existe a necessidade de abordar aqueles mais específicos para idosos iniciantes no método. Desta forma, o objetivo do presente relatório técnico, é apresentar uma proposta, de elaboração de um livro, que contemple tópicos sobre a aplicação de Pilates em idosos. O desenvolvimento do livro consta dos seguintes itens: introdução; referencial teórico; avaliação física e funcional em idosos; local e equipamentos para a prática do Pilates; controle da intensidade de esforço nos exercícios de Pilates; protocolo de exercícios de Pilates para idosos; principais resultados de intervenções com o método Pilates em idosos. Na introdução são apresentadas considerações iniciais, de forma a instigar a curiosidade do leitor. Na sequência, o referêncial teórico apresentará, com base na literatura científica atual, características físicas relacionadas ao processo de envelhecimento, a importância do exercício físico, como também, o método Pilates, como uma possibilidade de exercício nesta fase da vida. No tópico relacionado a avaliação física e funcional em idosos, são apresentados testes validados e tradicionalmente usados na literatura. O item seguinte, diz respeito ao local e equipamentos para a prática do Pilates; neste, o livro apresenta as características quanto ao tamanho da sala e os principais equipamentos. Sobre o controle da intensidade de esforço nos exercícios de Pilates, uma proposta de percepção de esforço será enfatizada, além de uma ficha para controle da progressão da carga. Quanto ao protocolo de exercícios de Pilates para idosos, o livro apresenta uma sequência de 20 exercícios de nível básico, envolvendo alongamentos e fortalecimentos para os principais grupos musculares, com a descrição detalhada de cada movimento, ilustrações da execução e do grupo muscular envolvido. Por fim, na abordagem referente aos resuldados de intervenções com Pilates em idosos, foi realizada uma pesquisa em bases de dados, quanto à ensaios clínicos randomizados. A proposta de livro apresentada pelo presente relatório técnico, possibilitará aplicação prática direta, aos profissionais da área do exercício físico relacionado à promoção da saúde, uma vez que contemplará variáveis referentes a um protocolo de exercícios para uma parcela da população, em que os profissionais estão cada vez mais atentos aos cuidados, porém, carecem de literatura específica para este fim. Palavras-chave: Exercício. Idoso. Saúde. Funcionalidade. Pilates.
OLIVEIRA, Laís Campos de Oliveira. Application of the Pilates method in elderly. 83 sheets. Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina. 2014.
ABSTRACT The aging process has characteristics typically related to declines of various orders. As to the physical aspects, some capabilities required to perform daily activities such as postural balance, muscle strength and flexibility may be affected. To mitigate the progressive loss of these capacities, physical exercise has been recommended. One possible exercise for seniors is the Pilates method. This technique has been shown to be an effective means to reverse declines related to loss of balance, strength and flexibility in the elderly. However, the literature lacks books that can assist health professionals in working with the method. Moreover, in view of the wide variation of exercises that the technique offers, there is a need to address those more specific to older beginners in the method. Thus, the objective of this technical report is to present a proposal to compile a book that covers topics about the application of Pilates in the elderly. The development of the book consists of the following items: introduction; theoretical framework; physical and functional assessment in elderly; Local and equipment for the practice of Pilates; control of exercise intensity in Pilates exercises; protocol Pilates exercises for seniors; main results of interventions with the Pilates method in the elderly. Initial considerations in the introduction, are presented in order to instigate the curiosity of the reader. Following the theoretical reference shall, based on the current scientific literature, physical characteristics related to the aging process, the importance of exercise as well, the Pilates method of exercise as a possibility at this stage of life. Validated tests are presented and traditionally used in the literature related topic physical and functional assessment in the elderly. The next item relates to the place and equipment for the practice of Pilates; this, the book presents the characteristics as the size of the room and the main equipment. On the control of exercise intensity in Pilates exercises, a proposal of perceived exertion will be emphasized, as well as a plug for controlling the progression of the load. The protocol of Pilates exercises for seniors, the book presents a series of 20 exercises basic level, involving stretching and invigoration for the major muscle groups, with a detailed description of each motion graphics implementation and involved muscle group. Finally, the approach regarding the results interventions with Pilates in the elderly, a survey was conducted in databases, as the randomized clinical trials. The book proposal presented in this technical report, enable direct practical application, the professionals of the exercise related health promotion area, since it will include variables related to an exercise protocol for a portion of the population, in which professionals are increasingly attentive care, but lack specific literature for this purpose. Keywords: Exercise. Elderly. Health. Functionality. Pilates.
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
2. REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................ 9
2.1. ENVELHECIMENTO................................................................................................... 9
2.1.1. Benefícios do Exercício Físico para Idosos ..................................................... 11
2.2. O MÉTODO PILATES .............................................................................................. 13
2.2.1. Pilates para Idosos .......................................................................................... 16
3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 18
3.1. COMPOSIÇÃO DO LIVRO ......................................................................................... 18
3.1.1. Referencial Teórico do Livro ............................................................................ 20
3.1.2. Avaliação Física e Funcional em Idosos ......................................................... 20
3.1.3. Local e Equipamentos para Prática do Pilates ................................................ 21
3.1.4. Controle da Intensidade de Esforço nos Exercícios de Pilates ....................... 22
3.1.5. Protocolo de Exercícios de Pilates para Idosos .............................................. 23
3.1.6. Principais Resultados de Intervenções com o método Pilates em idosos ....... 24
3.2. APLICAÇÃO NA ÁREA DO EXERCÍCIO FÍSICO RELACIONADO Á PROMOÇÃO DA SAÚDE ..... 25
4. CONCLUSÃO E ESBOÇO DO LIVRO ................................................................. 27
REFERÊNCIAS DO RELATÓRIO TÉCNICO ...................................................... ..105
APÊNDICE A – Trabalho Apresentado em Evento Científico .................................110
APÊNDICE B – Primeiro Artigo Científico ...............................................................111
ANEXO A – Certificado de Apresentação de Trabalho em Evento Científico .........118
ANEXO B – Capítulo de Livro .................................................................................119
ANEXO C – Segundo Artigo Científico ...................................................................136
ANEXO D – Termo de Autorização de uso de Imagem ..........................................158
ANEXO E – Aprovação Ética do Estudo .................................................................159
7
1. INTRODUÇÃO
O número de pessoas idosas, com o passar do tempo, cresce no
Brasil e no mundo. Especificamente no Brasil (onde se considera idoso, pessoas de
60 anos e mais), atualmente mais de 12,6% da população estão nesta fase da vida,
com uma projeção de aumento para 26,7% no ano de 20601; isso ocorre, devido a
vários fatores, como por exemplo, a baixa taxa de fecundidade e pelo aumento da
expectativa de vida. Deste modo, as áreas da saúde estão mais atentas aos
cuidados com os idosos, buscando um envelhecimento saudável e independente2,3.
O envelhecimento é um processo biológico que influencia as
mudanças corporais, tanto físicas como psicológicas, devido ao declínio das funções
fisiológicas que ocorrem de forma diferente em cada pessoa. Para atenuar estes
fatores, o exercício físico atua aumentando a expectativa de vida e diminuindo as
condições incapacitantes e as doenças crônicas; auxiliando os idosos a manterem
suas atividades diárias, melhorando o equilíbrio postural, a força muscular e a
flexibilidade, podendo ainda refletir na qualidade de vida3.
Tendo em vista as possibilidades de prática de exercícios físicos
para idosos, alguns são pouco investigados, como é o caso do método Pilates.
Levando em consideração, a especificidade da técnica, que apresenta uma grande
diversidade de exercícios; torna-se fundamental a escolha destes, de forma a
considerar fatores como, o equilíbrio postural, o desenvolvimento da força muscular
e da flexibilidade, tipicamente prejudicados com os declínios físicos do
envelhecimento. A técnica Pilates tem sido usada visando o fortalecimento de todos
os grupos musculares do corpo, o aumento da flexibilidade, a melhora da
coordenação motora, da postura e do equilíbrio, tendo como foco principal o
fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna3,4.
Uma vez que a técnica possui muitas possibilidades de exercícios,
torna-se fundamental selecionar, aqueles mais adequados a cada praticante, de
acordo com o seu condicionamento físico e/ou suas limitações funcionais, o que
diminui as chances de ocorrer algum tipo de lesão5. No entanto, pouco se sabe
sobre a aplicação desta técnica em idosos6 e sobre a seleção de exercícios mais
adequados para essa população, que possam influenciar na melhora da força, do
equilíbrio e da flexibilidade, assim como, a forma com que estas variáveis refletem
na qualidade de vida.
8
Levando-se em consideração estas variáveis, o objetivo do presente
relatório técnico, é apresentar como ocorreu o desenvolvimento de um livro, no qual
consta uma proposta de intervenção com o método Pilates em idosos, de forma a
auxiliar os profissionais da área do exercício físico para a promoção da saúde, como
aqueles formados em Educação Física e Fisioterapia, que atuam com esta técnica
na população idosa.
Este relatório segue a seguinte sequência: contextualização quanto
ao processo de envelhecimento, benefícios do exercício físico para idosos e o
método Pilates como possibilidade de exercício; posteriormente na seção
desenvolvimento é delineada a confecção do livro. Este por sua vez consta de
informações, sobre alterações que normalmente ocorrem durante o processo de
envelhecimento e como o exercício físico pode contribuir para atenuar tais
inferências. Na sequência é apresentado o método Pilates e como esta técnica,
pode ser uma possibilidade de exercício físico nesta fase da vida. São abordados
em seguida os equipamentos para a prática do Pilates, assim como uma sugestão
para controle da intensidade do esforço e registro do treinamento. Um protocolo de
exercícios é sugerido, visando principalmente desenvolver as capacidades físicas
equilíbrio postural, força muscular e flexibilidade de idosos. Por fim, é descrito as
evidências científicas de intervenções que utilizaram o método Pilates em pessoas
idosas.
Tendo em vista a carência de materiais que auxiliem profissionais
que trabalham com o método Pilates, o livro apresentado contribuirá com a literatura
sobre a temática, uma vez que os exercícios constantes na referida produção
técnica, orientará os profissionais passo a passo quanto à forma correta de
execução dos movimentos.
9
2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1. ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um processo natural que ocorre no organismo
dos seres vivos, sendo definido como uma perda progressiva da função biológica
após o organismo ter atingido a sua competência máxima de reprodução. Esse
processo ocorre de forma diferente em cada pessoa, dependendo de fatores
biológicos (intrínsecos), assim como, de fatores ambientais (extrínsecos). De
maneira geral, atualmente a população mundial apresenta uma maior expectativa de
vida, sendo que no passado, poucas pessoas passavam pela experiência de
chegarem à fase idosa1,4,7.
O número de pessoas idosas vem crescendo no Brasil e no mundo,
devido a vários fatores, como a baixa taxa de fecundidade, melhora das condições
de saúde, vacinas, campanhas antitabagistas, cura de doenças, dentre outras.
Mesmo com a diminuição da taxa de mortalidade, o envelhecimento leva ao acúmulo
de incapacidades e doenças, que limitam algumas funções normais do corpo. Nessa
fase é comum ocorrer algumas doenças crônicas degenerativas, como as artrites,
sarcopenia, diminuição na densidade mineral óssea e como consequência a perda
de capacidades funcionais, como o equilíbrio7,8.
Essas disfunções caminham de forma contrária a longevidade,
sendo esta apresentada como uma característica multifatorial, influenciada por
fatores biológicos, ambientais e psicossociais. Para melhorar a funcionalidade e
buscar uma vida longeva, é fundamental considerar muitas vezes os efeitos
prejudiciais da vida sedentária, que algumas pessoas idosas apresentam. Com isso,
as áreas relacionadas à saúde, estão mais atentas aos cuidados com os idosos,
buscando um envelhecimento com mais qualidade de vida, possibilitando que estas
pessoas realizem de forma independente suas atividades do cotidiano6-8.
Dentre as capacidades físicas que podem prejudicar a realização
destas atividades, está o equilíbrio postural. O equilíbrio postural é uma das
capacidades físicas básicas, mais importantes para o indivíduo conseguir realizar os
movimentos diários de forma independente, como permanecer de pé, andar, correr e
pular. É considerado uma capacidade complexa, baseado na interação do processo
sensório-motor dinâmico, que envolve a recepção e integração de estímulos
10
sensoriais, o planejamento e a execução de movimentos, para assim, controlar a
base de sustentação sobre os membros inferiores9,10.
Além do equilíbrio, a força muscular se mostra como um fator
determinante para a realização de tarefas do cotidiano. Esta é definida como a
capacidade máxima que um indivíduo possui para vencer uma resistência, como por
exemplo, ao levantar um peso. O fortalecimento muscular auxilia o músculo a
aumentar o nível de força, para distintos tipos de ações, que visam responder com
eficácia às diferentes tarefas motoras impostas ao sujeito no dia a dia. Assim, a
disfunção dessa capacidade, por parte do indivíduo, dificulta a realização de
respostas motoras eficazes, podendo colocar a pessoa em risco de quedas11.
O Colégio Americano de Medicina do Esporte recomenda que idosos
realizem pelo menos dois dias da semana de exercícios resistidos, entre 8 a 10
exercícios que trabalhem os grandes grupos musculares, realizando de uma a três
séries de 8 a 12 repetições, em uma escala moderada de esforço. Contribuindo
dessa forma, para a promoção da saúde e maior independencia12.
Outra capacidade importante, relacionada a uma maior
independência das atividades de vida diária, de idosos, é a flexibilidade. Entendida
como a capacidade do corpo em realizar movimentos, com apropriada amplitude;
quando se trabalhada essa capacidade física, é possível, aumentar a qualidade e a
quantidade de movimentos corporais, favorecendo dessa forma, o alinhamento
postural, diminuindo os riscos de lesões e aumentando a mobilidade corporal
durante as atividades diárias13.
Os exercícios que promovem o aumento da flexibilidade são
eficazes para melhorar os diferentes aspectos da marcha. Desta forma, podem ser
utilizados como um meio eficaz para melhorar algumas mudanças fisiológicas,
relacionadas à idade, que possam estar prejudicando a realização das atividades
diárias14.
A junção destes aspectos (equilíbrio, força e flexibilidade) pode
influenciar a qualidade de vida do idoso. Esta é definida como a percepção do
indivíduo de sua posição na vida, no sistema de valor em que vivem na relação aos
seus objetivos, no contexto cultural, nas suas expectativas, padrões e
preocupações15.
É um conceito que aborda de forma extensiva, variáveis como:
saúde, estado psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças,
11
relações pessoais e recursos no ambiente. Entre os vários aspectos que determinam
a qualidade de vida, um item importante é a independência, pois esta é considerada
um sinal de bom funcionamento na vida cotidiana, sem o auxílio de outras pessoas,
e pode ser associada, com a manutenção de um nível adequado de aptidão física15.
Uma forma de obter saúde e independência é através da prática de
exercícios físicos, o que possibilita o aumento da expectativa de vida, tendo em vista
que diminui as condições incapacitantes e as doenças crônico-degenerativas. Sendo
capaz de auxiliar os idosos a manterem suas atividades da vida diária, melhorando o
equilíbrio postural, a resistência muscular e óssea, além da flexibilidade. Estes
fatores consequentemente podem influenciar na melhora da qualidade de vida6-16.
2.1.1. Benefícios do Exercício Físico para Idosos
O exercício físico é benéfico em todas as idades e para a população
idosa, pode atuar de forma a amenizar declínios típicos do processo de
envelhecimento. Como a velhice traz diminuição funcional às pessoas, a prática de
exercício físico, principalmente os quais possibilitem o trabalho de resistência
muscular, tem sido utilizada como uma alternativa na melhora, ou preservação da
massa muscular e dos níveis de força17-19.
Os diferentes tipos de exercícios físicos, como os que possibilitam o
trabalho de sobrecarga, ou aqueles que trabalham a aptidão cardiorrespiratória, são
importantes para os vários sistemas, tanto o musculoesquelético, quanto o
cardiovascular, os quais dispõem de efeitos positivos, podendo atuar de forma
preventiva, ou ainda servindo como um importante coadjuvante, no tratamento
medicamentoso19.
Os exercícios físicos auxiliam no tratamento de osteoartrites,
osteoporose, obesidade, entre outros, reduzindo a gordura corporal, fortalecendo os
ossos, aumentando a força e a resistência muscular, além da flexibilidade,
diminuindo as incapacidades18-21.
Para a melhora do equilíbrio, diferentes formas de exercícios físicos
vêm sendo investigadas em idosos. Um estudo realizado por Lee e Cho22 com 24
mulheres idosas, verificou que atividades realizadas normalmente para
condicionamento aeróbio, como a bicicleta ergométrica e a esteira, são capazes de
possibilitar melhora na marcha e no equilíbrio dinâmico em idosas saudáveis,
12
quando realizados durante 20 minutos, três vezes por semana, durante oito
semanas.
Exercícios específicos, desenvolvidos para proporcionar efeitos
positivos no equilíbrio de idosos, também estão sendo investigados. Shin e An23
identificaram que um protocolo de exercícios para treinamento de equilíbrio,
realizados por 45 minutos, duas vezes por semana, com 20 mulheres idosas,
durante seis semanas, possibilitou a melhora do equilíbrio e consequentemente a
diminuição do risco de quedas.
A melhora do equilíbrio postural de idosos tem sido relacionada
ainda, com o treinamento de fortalecimento muscular. Lee e Park24 observaram
melhora significativa da força muscular e do equilíbrio em 30 idosos que realizaram
treinamento tradicional, com o uso de pesos, por 12 semanas, visando o
fortalecimento muscular de membros inferiores.
Zhuang et al25 verificaram os efeitos do treinamento combinado de
exercícios de força e de equilíbrio, realizados três vezes na semana, por 60 minutos,
durante 12 semanas, em 28 idosos de ambos os sexos, o que promoveu a melhora
do condicionamento físico e a prevenção de quedas nessa população.
Han et al13 examinaram os efeitos agudo, após cinco minutos de
exercícios de alongamento estático da musculatura flexora plantar de 25 idosos de
ambos os sexos, antes de uma caminhada de 10 metros, e verificaram que em
relação ao equilíbrio e a marcha não houve resultados negativos após o curto
período de tempo de alongamento.
Hariprasad et al26 analisaram os efeitos da intervenção com yoga
sobre a qualidade de vida e a qualidade do sono em 62 idosos de ambos os sexos,
residentes em lares de idosos. Os exercícios eram realizados diariamente, por 60
minutos, durante seis meses e como resultados, os voluntários apresentaram efeitos
benéficos sobre a saúde física, psicológica, relações sociais e meio ambiente
relacionados à qualidade de vida, além da melhora significativa na pontuação total
em relação à qualidade do sono.
Uma prática de exercício físico, que recentemente vem sendo
investigada por seus benefícios, em diversas populações, é o método Pilates21,27;
esses exercícios podem ser realizados em equipamentos, próprios para a prática do
método, ou no solo, com o uso de acessórios, como bola e faixas elásticas, atuando
na melhora do equilíbrio, da força muscular e da flexibilidade5. Esta técnica,
13
realizada de forma sistemática, pode ser uma opção para o desenvolvimento das
capacidades citadas, contribuindo para a manutenção ou melhora da autonomia
funcional de idosos.
2.2. O MÉTODO PILATES
Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha em 1883. Durante
toda a sua infância, apresentou saúde frágil, sofrendo com doenças como febre
reumática, raquitismo, asma e bronquite. Pilates encontrou na prática de exercícios
físicos, uma forma para melhorar sua condição de saúde. Praticou esqui, mergulho,
ginástica e boxe. Quando adulto chegou a ser boxeador profissional e artista de
circo, além de instrutor de defesa pessoal, da polícia civil inglesa. Foi um autodidata,
que se aprofundou nos conhecimentos de medicina tradicional chinesa, anatomia e
fisiologia humana, além de princípios da yoga, das artes marciais e dos movimentos
dos animais28.
Durante o período da Primeira Guerra Mundial, vivendo na
Inglaterra, Pilates foi considerado estrangeiro inimigo, sendo levado para um campo
de concentração com outros alemães. Atuando como enfermeiro no local, ajudava
na recuperação dos feridos em guerra. Ao retirar as molas das camas hospitalares e
adaptá-las de forma a criar resistência, possibilitou a realização de exercícios de
fortalecimento muscular aos feridos, antes mesmo deles poderem se levantar do
leito. Esta foi à base que Pilates utilizou para criar os equipamentos, que até hoje
são utilizados para a prática do seu método, que usa a resistência de molas para a
realização dos exercícios28.
Com o fim da guerra, Pilates retornou para a Alemanha onde treinou
a força policial da cidade de Hamburgo. Em 1926 emigrou para os Estados Unidos e
fundou com sua esposa, um local para a prática do método de treinamento físico
que havia criado. Neste local, treinou principalmente atletas da dança, até a sua
morte em 1967. Pilates nominou a técnica de Contrologia. O nome fazia referência, a
necessidade de um controle harmonioso, entre corpo e mente, para a realização dos
exercícios29.
Pilates escreveu apenas duas obras, a primeira em 193430 e a
segunda em 194531, que posteriormente foram republicadas em um único volume32.
Nestas o autor preocupou-se principalmente, com as condições relacionadas a uma
14
boa postura e a importância do equilíbrio entre corpo e mente (controle consciente
dos movimentos do corpo). Escritos em uma época, em que havia poucos
conhecimentos científicos, Pilates amparou-se nos estudos sobre anatomia e
fisiologia, assim como nas suas observações dos movimentos dos animais. Utilizou
ainda, do conhecimento popular e citou os filósofos gregos, para teorizar sobre a
harmonia entre corpo e mente.
Muitos dos conceitos trabalhados no método Pilates foram
transmitidos somente posteriormente, pelos primeiros praticantes que tiveram
contato direto com Joseph Pilates. Os seis princípios básicos, que são a base para a
prática do método, é um exemplo disso. De acordo com Gallagher e Kryzanowska29,
os seis princípios são: concentração, controle, centro, fluidez, precisão e respiração.
Os autores descrevem que a concentração, refere-se ao movimento
consciente durante a realização dos exercícios, de forma a prestar atenção, em cada
passo do movimento realizado, solicitando a combinação correta de músculos. Para
o princípio denominado controle, faz-se necessário que os movimentos sejam
realizados de forma ritmada, sem trancos ou solavancos. Com relação ao centro,
denominado muitas vezes de power house (casa de força), refere-se ao
fortalecimento e ativação constante, dos músculos localizados no centro do corpo,
como os abdominais, a região lombar, pélvica e glútea, responsáveis por sustentar
de forma adequada o tronco na realização dos exercícios. Já o princípio da fluidez,
diz respeito à realização do movimento de forma suave e uniforme, realizado a partir
do centro para a extremidade do corpo. A precisão refere-se principalmente, a
realização de uma amplitude adequada do movimento, sem que haja
compensações, evitando lesões. O último princípio, a respiração, é enfatizado como
forma de auxiliar na coordenação dos movimentos executados, contração dos
músculos do centro e na concentração.
Estes princípios devem ser respeitados em todos os exercícios, que
podem ser realizados tanto no solo, como também usando equipamentos. A prática
no solo é executada usando-se apenas um colchonete. Nesta modalidade o peso
corporal do próprio praticante oferece a resistência na realização dos movimentos.
Já para a prática com o uso dos equipamentos, a maioria dos exercícios depende da
resistência de molas, com diferentes intensidades. Os equipamentos usados para a
prática são: Reformer Universal, Cadillac, as Cadeiras, os Barris, Wall Unit,
15
Guillotine, Ped-o-pull e acessórios, como o Magic Circle e halteres. Os exercícios
são subdivididos em níveis de habilidades, que vão do básico ao avançado28.
Atualmente novos conceitos, advindos de outras modalidades de
exercícios físicos, foram incorporados ao método, que recebeu o nome de seu
criador. Com isso, tornou-se comum o uso de outros acessórios para a prática do
Pilates, como bola Suíça, Bosu, faixa elástica e tornozeleira.
Os programas de Pilates vêm sendo ministrados por profissionais da
Fisioterapia (conforme a resolução de número 386/2011, do Conselho Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional) e da Educação Física (conforme a resolução de
201/2010, do Conselho Federal de Educação Física), em programas de reabilitação
e condicionamento físico respectivamente. Pessoas de todas as idades e níveis de
condicionamento físico podem praticar os exercícios, que são adaptados às
condições do executante. Recentemente cresceu o número de praticantes do
método, o que tem fomentado mais pesquisas sobre a eficácia deste nas diversas
condições patológicas, como também, no condicionamento físico de pessoas de
diversas faixas etárias33.
O Pilates é um método que trabalha com exercícios de
fortalecimento e alongamento muscular, para todos os músculos do corpo de forma
global, dando maior especificidade à musculatura relacionada à estabilização lombo-
pélvica5. O conceito inicial misturava elementos de ginástica, artes marciais, yoga e
dança, focando o relacionamento entre corpo e mente. Mais recentemente, novos
elementos foram incorporados ao método e agora, tem sido direcionado tanto para o
condicionamento físico, como para programas de reabilitação19-27.
A técnica pretende melhorar a flexibilidade geral do corpo e buscar a
saúde através do fortalecimento muscular, principalmente do "centro de força"
(abdominais, diafragma, assoalho pélvico, quadrado lombar e paravertebrais) que
são os músculos estabilizadores da coluna. Assim pode-se obter a melhora da
postura, aumento da força muscular e flexibilidade, diminuindo problemas
musculoesqueléticos, dentre outros27,34.
Segundo Bertolla34 o trabalho com este método também visa
movimentar o corpo de forma consciente, tendo como base seis princípios:
concentração, respiração, controle, centralização, fluidez e precisão. Ao trabalhar
todos os conceitos do método, torna-se diferencial a prática dos exercícios, tendo
16
em vista que proporciona o trabalho com exercícios musculares de baixo impacto,
fortalecimento global, contração isotônica e isométrica e alongamento dinâmico.
O sistema básico inclui um programa de exercícios que fortalece a
musculatura abdominal e paravertebral, bem como os de flexibilidade da coluna,
além de exercícios para os diversos segmentos corporais, como os membros
inferiores e superiores27-35.
Particularmente em idosos, que apresentam declínios fisiológicos
típicos do envelhecimento, os estudos com a técnica, direcionados para esta
população, tem investigado principalmente, como o método pode atenuar déficits
relacionados às variáveis da autonomia funcional, como equilíbrio postural, força e
flexibilidade, assim como, a forma com que estas variáveis, podem refletir na
qualidade de vida.
2.2.1. Pilates para Idosos
O processo de envelhecimento envolve uma série de alterações
degenerativas e podem levar a perdas consideráveis de autonomia pessoal e na
qualidade de vida para os idosos. Segundo Rodrigues et al36 as limitações funcionais
afetam a capacidade de cada indivíduo, para realizar suas atividades e apresentam
desafios diretos para o bem-estar e para a qualidade de vida.
Para atenuar esses problemas, a prática de exercícios físicos é
fundamental e o método Pilates torna-se uma opção relevante, podendo melhorar a
consciência corporal e a coordenação motora37. Uma vez que usa exercícios que
fortalecem a musculatura central do corpo (músculos estabilizadores da coluna),
com poucas repetições de movimentos, proporciona menor risco de lesões, podendo
ser uma técnica que auxilia na prevenção e tratamento de distúrbios geriátricos36-39.
Appell et al39 tinham por objetivo identificar os efeitos do Pilates no
equilíbrio postural de 19 idosos. Para isto, formou dois grupos de voluntários, um de
treinamento com Pilates, que realizou principalmente exercícios estabilizadores do
tronco e da cintura pélvica, e um grupo controle, que continuou a realizar suas
atividades rotineiras (exercícios de flexibilidade, fortalecimento e aeróbico). Ambos
os grupos, realizaram as atividades duas vezes na semana, por 60 minutos, ao
longo de 10 semanas. Os autores verificaram melhora significativa sobre o equilíbrio
estático e dinâmico, apenas no grupo que realizou os exercícios de Pilates.
17
Bird e Caiu37 avaliaram os efeitos positivos a longo prazo dos
exercícios do método Pilates, em relação ao equilíbrio e a força muscular em idosos.
Participaram 30 idosos da comunidade, com mais de 69 anos. O estudo teve
duração de cinco semanas. Foram realizadas avaliações iniciais, pós-intervenção
(quinta semana) e após 12 meses do início do estudo, possibilitando identificar
diferenças significativas sobre as variáveis observadas, após a quinta semana de
intervenção. Ao final da pesquisa (após 12 meses), as melhoras observadas foram
mantidas em todos os participantes, sendo observado um aumento maior dos
benefícios, nos participantes que continuaram o treinamento de Pilates ao longo do
ano.
Irez et al38 analisou a melhora do equilíbrio dinâmico, da flexibilidade,
do tempo de reação e da força muscular em mulheres idosas, através do
treinamento com o método Pilates. Participaram da pesquisa, 60 idosas saudáveis e
sedentárias, que foram subdivididas em grupo experimental e controle. O grupo
experimental realizou Pilates, três vezes na semana, por 12 semanas, as sessões
eram de 60 minutos e o grupo controle não realizou nenhuma atividade física. Os
resultados mostraram que houve melhora significativa em relação ao equilíbrio
dinâmico, a flexibilidade, o tempo de reação, a força muscular, diminuindo assim, as
quedas das mulheres idosas que realizaram Pilates.
Rodrigues et al36 avaliou os efeitos do método Pilates sobre a
autonomia pessoal, equilíbrio e qualidade de vida de mulheres idosas saudáveis.
Foram selecionadas 27 voluntárias as quais realizavam exercícios, duas vezes por
semana, durante oito semanas (grupo experimental). O grupo controle era formado
por 25 voluntárias que não realizaram nenhuma atividade. Os resultados
demonstraram que houve diferenças significativas pós-teste no grupo de Pilates, em
relação a todas as variáveis pesquisadas.
18
3. DESENVOLVIMENTO
Nesta seção do relatório, consta a produção técnica, em que são
descritas informações de formatação do material e os itens que compõe o livro, com
explicações detalhadas sobre a importância de cada tópico e sub-tópicos que
integraram o documento final.
3.1. COMPOSIÇÃO DO LIVRO
O livro seguirá as normas de publicação da editora Phorte, que se
encontra disponível no site www.phorte.com.br: título (mais cinco sugestões de
títulos para o mercado); autores; filiação científica dos autores; prefaciais; texto
(introdução e capítulos) e pós-texto.
No mesmo, constam os seguintes tópicos:
1. Introdução: Nesse item são expostos dados em relação ao
número crescente de idosos no Brasil e no mundo, como as
áreas ligadas à saúde estão envolvidas em tratamentos e
prevenções, para que os idosos tenham um envelhecimento mais
saudável e independente. Sendo a prática regular de exercícios
físicos importante para a manutenção da saúde e consequente
melhoria da qualidade de vida. Por existirem diversas opções de
exercícios físicos, uma opção para tal, é o uso dos exercícios do
método Pilates para essa população. O principal objetivo deste
tópico no livro é instigar a curiosidade do leitor, para que o
mesmo se motive a adentrar nos demais tópicos;
2. Envelhecimento: Este tópico explica o processo do
envelhecimento, como os fatores genéticos e ambientais que
influenciam no curso da vida e os declínios tipicamente
encontrados em idosos;
3. Exercício físico para idosos: Leva em consideração a importância
da prática de exercícios físicos, para os vários sistemas do corpo
em processo de envelhecimento, principalmente quanto aos
aspectos físicos;
19
4. Método Pilates e os benefícios para idosos: Apresenta os
princípios para a realização dessa técnica. Logo em seguida é
descrito sobre as capacidades físicas mais afetadas em idosos e
como o método Pilates pode contribuir com o desenvolvimento
dessas capacidades;
5. Avaliação física e funcional em idosos: Neste tópico são
apresentadas possibilidades de avaliações específicas para
idosos, quanto aos domínios: equilíbrio postural, força e
resistência muscular e flexibilidade;
6. Local e equipamentos para a prática do Pilates: Neste item
comenta-se sobre o espaço físico necessário para a prática do
Pilates; os equipamentos utilizados e informa ainda, sobre a
composição, utilização e benefícios de cada aparelho;
7. Controle da intensidade de esforço nos exercícios de Pilates: É
apresentada uma tabela de percepção de esforço, como
sugestão para que os profissionais possam progredir os
exercícios com idosos. Também é apresentada uma sugestão de
ficha para registro do treinamento de Pilates;
8. Protocolo de exercícios de Pilates para idosos: Levando em
consideração as capacidades físicas mais comprometidas nos
idosos, é exposto um protocolo constando de 20 exercícios de
Pilates para idosos iniciantes do método. Este protocolo consta
das seguintes subdivisões – a) exercícios de alongamentos
iniciais; b) fortalecimentos de membros inferiores; c)
fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral; d)
fortalecimento de membros superiores; e) alongamentos finais.
São expostos separadamente cada item, e todos apresentam
imagens de uma idosa executando o movimento inicial do
exercício e outra imagem em relação à execução do mesmo. Em
cada exercício selecionado é apresentado: nome original do
exercício, equipamento utilizado, descrição do exercício, grupo
muscular alvo, posição inicial, respiração inicial, execução,
respiração final, movimento final e sugestão;
20
9. Principais resultados de intervenções com o método Pilates em
idosos: Nesse item são apresentadas evidências científicas,
quanto à prática do método Pilates em idosos. Para isso, uma
tabela com cinco estudos (ensaios clínicos randomizados),
demonstra os métodos e os principais resultados encontrados em
cada trabalho;
10. Considerações Finais: São expostas considerações sobre a
importância dos tópicos abordados e a necessidade de mais
estudos sobre a temática;
11. Referências: Apresenta as referências bibliográficas utilizadas
durante todo o texto do livro.
As principais seções do livro são a seguir descritas, com as
justificativas referentes à sua importância, para a composição da produção técnica e
a forma com que foram elaboradas.
3.1.1. Referencial Teórico do Livro
Para seleção do referencial teórico do livro, optou-se principalmente
por artigos científicos publicados nos últimos cinco anos, em revistas científicas
indexadas. São incluídos ainda livros cujos autores são referência quanto ao método
Pilates. Optou-se como sequência para o material, o tema envelhecimento, seguido
dos subtemas exercício físico para idosos e método Pilates: os benefícios para
idosos.
O intuito desta seção no livro é suscitar no leitor a importância da
prática do exercício físico, mais especificamente o método Pilates, para atenuar os
declínios comumente relacionados ao envelhecimento.
3.1.2. Avaliação Física e Funcional em Idosos
É explicitado no livro, que antes de iniciar qualquer intervenção, o
profissional deverá realizar uma anamnese completa do indivíduo, de forma a
recordar o estado clínico do mesmo. A anamnese deve conter principalmente,
questões referentes à existência de doenças diagnosticadas, realizações de
21
cirurgias, problemas visuais, usam de medicamentos, presença de labirintite,
limitações funcionais para a realização de algum movimento, uso de próteses e
presença de dor em alguma região do corpo.
A avaliação física e funcional é explicitada na forma de tabela, na
qual constam os testes relacionados a capacidades físicas de idosos, como força
muscular, equilíbrio postural e flexibilidade. Todos os testes são incluídos nas
referências do livro, para busca por parte do leitor.
3.1.3. Local e Equipamentos para a Prática do Pilates
No livro consta que o local de aplicação dos exercícios do método
Pilates, deve ser bem iluminado e arejado, com temperatura controlada e espaço
físico que possibilite a alocação dos equipamentos, assim como, espaço para o
trânsito dos praticantes e do profissional. Recomenda-se uma sala com no mínimo
30 m2, com solo forrado com material confortável e térmico, como o Etileno Acetato
de Vinila (Ethylene Vinyl Acetate - EVA).
Para a realização dos exercícios é indicado o uso de roupas que não
restrinjam a amplitude de movimento. Desta forma, o uso de camisetas de algodão
ou poliéster e o uso de shorts ou calça de lycra ou elastano são os mais indicados.
Na prática do método Pilates não existe a necessidade do uso de calçado ou alguma
proteção especial para os pés. A prática pode ser feita descalça ou com uso de
meias contendo solado antiderrapante.
Quanto aos equipamentos, os mesmos foram originalmente
desenvolvidos por Joseph Pilates, que criou nove aparelhos para a prática do seu
método, que são: Cadillac Trapézio, Reformer Universal, Cadeira Combo, Ladder
Barrel, Wall Unit, Meia Lua, Step Barrel, Guilhotina e Ped-o-Pull28. O presente livro
se reportou a todos os equipamentos, apresentando uma descrição e imagem de
cada aparelho. Porém, na sugestão de protocolo de exercícios de Pilates para
idosos (próximo subtítulo a ser apresentado) aparecem apenas os quatro
equipamentos mais utilizados (presentes na maioria dos locais que oferecem a
técnica e também na maior parte das pesquisas com o método), que são: Cadillac
Trapézio, Reformer Universal, Cadeira Combo e Ladder Barrel36. Na sequência é
apresentada uma breve descrição destes quatro aparelhos, justificando a escolha de
cada um para a prática de Pilates por pessoas idosas.
22
O Cadillac Trapézio possibilita fácil acesso para pessoas idosas,
uma vez que o mesmo encontra-se a 60 cm do solo, facilitando o posicionamento do
praticante no assento. Tendo em vista, as diversas possibilidades de
posicionamentos das molas de resistências, torna-se possível facilmente modificar a
intensidade de esforço conforme o nível da praticante. Os exercícios neste
equipamento, no que diz respeito a pessoas idosas, podem ser executados
principalmente em decúbito dorsal.
Assim como o Cadillac Trapézio, a Cadeira Combo encontra-se a 60
cm do solo, facilitando dessa forma o acesso de idosos ao equipamento. Este
aparelho fornece a possibilidade de execução de exercícios em vários planos, mas
principalmente, quanto ao fortalecimento de membros inferiores, no plano sentado,
que são executados em um grau de dificuldade condizente com a maior parte dos
indivíduos com mais de 60 anos. A resistência oferecida pelas quatro molas e os 16
encaixes, em que as mesmas podem ser acopladas, possibilitam combinações para
atender as diferentes intensidades de esforço, apresentadas pelos praticantes.
O equipamento Reformer Universal, por ser caracterizado por um
deslizamento de uma prancha de madeira posicionada sobre roldanas, possibilita a
realização de exercícios em diversas combinações. Para idosos, as melhores
posições são com o executante posicionado em pé fora do aparelho, ou sobre o
equipamento, na posição deitada (em decúbito dorsal e lateral) e sentado, em
exercícios de alongamento e/ou fortalecimento. A resistência de esforço é oferecida
por cinco molas que dificultam o deslizamento da prancha de madeira.
Diferente dos outros aparelhos citados, o Ladder Barrel não possui a
resistência de molas. Deste modo, para pessoas idosas, o equipamento pode ser
utilizado principalmente para realização de exercícios de alongamento corporal,
como para o quadríceps, isquiostibiais, glúteo, oblíquo do abdome, além de grupos
musculares da cadeia anterior do tronco, como reto do abdome e peitoral.
3.1.4. Controle da Intensidade de Esforço nos Exercícios de Pilates
Para a realização dos exercícios de Pilates em pessoas idosas, é
sugerido na produção técnica posições básicas, que podem ser executadas de
maneira a não prejudicar o sistema musculoesquelético do executante. Além disso,
23
o protocolo de exercícios contempla alongamentos e fortalecimentos para os
principais grupos musculares.
Optou-se no livro por respeitar a forma com que o Pilates é
tradicionalmente trabalhado, com uma série para cada exercício e no máximo 10
repetições. Em relação à frequência, o ideal é a participação em no mínimo duas
sessões semanais, em dias não consecutivos, em sessões de 60 minutos de
duração (como vem sendo demonstrado por estudos, que fazem parte do último
tópico do livro, que está relacionado a evidências científicas)36,38,40-42.
Sobre o controle de intensidade da carga de trabalho, a mesma é
sugerida, de forma a respeitar a individualidade de cada praticante, que pode ser
relatada pela percepção de esforço43. Uma forma de controlar a progressão dessa
variável é através do registro em uma ficha individual de treinamento, que também é
sugerida no livro. Em que toda vez que o profissional modificar a intensidade do
esforço, a nova carga deve ser imediatamente anotada.
3.1.5. Protocolo de Exercícios de Pilates para Idosos
O livro evidencia que o método Pilates deve ser aplicado por
profissionais capacitados, com formação direcionada a prescrição do exercício
físico, como aqueles formados em Educação Física e Fisioterapia. Uma vez que os
conhecimentos sobre a técnica atualmente são pouco abordados durante a
formação (graduação) das duas áreas, recomenda-se aos profissionais, a realização
de um curso específico que contemple a base para a aplicação do método Pilates.
Para o livro, respeitou-se uma sequência de exercícios que
envolvem alongamentos iniciais, fortalecimento de membros inferiores,
fortalecimento da musculatura abdominal e paravertebral, fortalecimento de
membros superiores e alongamentos finais, como tem sido trabalhado na prática e
na pesquisa clínica40-42.
Em cada exercício é descrito o nome original em língua inglesa, o
equipamento utilizado, a descrição do exercício, o grupo muscular alvo, a posição
inicial, respiração inicial, execução, respiração final, movimento final e sugestões.
Além destas informações inclui para cada exercício, três imagens, referentes à
posição inicial no equipamento, execução e quanto ao grupo muscular alvo.
24
A sequência é escolhida na expectativa de ofertar ao leitor um passo
a passo de cada exercício, de uma forma didática e sequencial, com ilustrações que
reportem a execução correta de cada movimento, como também o grupo muscular,
possibilitando a melhor escolha para cada caso.
3.1.6. Principais Resultados de Intervenções com o Método Pilates em Idosos
Nesta seção, o livro apresenta evidências científicas quanto à prática
do método Pilates em idosos. Para esta etapa, foi realizada uma busca referente aos
últimos cinco anos (entre 2009 e 2014), em periódicos indexados nas seguintes
bases de dados eletrônicas: SPORTDiscus, PubMed (MEDLINE) e LILACS. O termo
de busca utilizado nas bases foi “pilates”. O mesmo foi usado separadamente e em
conjunto com os seguintes descritores: idoso, envelhecimento, exercício, força,
sarcopenia, equilíbrio e flexibilidade, assim como os seus termos equivalentes em
língua inglesa. Duplicatas entre as buscas foram removidas.
Para ser incluído o artigo precisava: 1) ter sido publicado em uma
revista com revisão por pares; 2) ter utilizado como forma de exercício físico o
método Pilates; 3) possuir no protocolo de avaliação ao menos uma medida
relacionada à autonomia funcional, como força ou resistência muscular, flexibilidade,
agilidade, equilíbrio postural ou aptidão cardiorrespiratória; 4) atender a requisitos
mínimos de um estudo experimental verdadeiro (randomização com formação de
grupo controle); 5) atender a requisitos mínimos relativos às informações sobre o
desenvolvimento do estudo (como a frequência com que ocorriam as intervenções e
a duração da mesma).
Para seleção foi levado em consideração primeiramente o título.
Quando este apresentava potencial inclusão, os resumos eram lidos. Ao ser
observado um artigo em potencial, a leitura na íntegra dos artigos foram realizadas.
A avaliação dos artigos foi feita por dois avaliadores independentes. Na sequência
estes se reuniram para averiguar se existiam divergências quanto aos textos
selecionados, de modo que estas foram sanadas por consenso. Em casos em que a
divergência permanecia, um terceiro avaliador foi requisitado.
Atenderam aos critérios de inclusão cinco estudos36,38, 40-42. Optou-se
no livro pela descrição dos estudos na forma de tabela, contendo os autores,
número de sujeitos (voluntários), sexo, quantos grupos continham o estudo, a idade
25
média dos participantes, a frequência e tempo de cada sessão, o protocolo de
avaliação e o desempenho funcional (comparação pré e pós-intervenção). Todos os
resultados são descritos no livro de maneira didática, para facilitar o entendimento
por parte do leitor.
3.2. APLICAÇÃO NA ÁREA DO EXERCÍCIO FÍSICO RELACIONADO À PROMOÇÃO DA SAÚDE
Sobre a aplicação da produção técnica (livro) na área do exercício
físico relacionado à promoção da saúde, destaca-se o fato, de existirem escassos
materiais referentes à aplicação do exercício Pilates. Quando a área é
especificamente relacionada ao envelhecimento, a situação é ainda mais crítica.
Atualmente os cursos de graduação das áreas do exercício físico
relacionado à promoção da saúde, normalmente não possuem uma disciplina
específica que aborde sobre a aplicação do método Pilates. A temática
envelhecimento, nem sempre é estudada de forma complexa nestes cursos. Desta
forma, a proposta de produção técnica apresentada pelo presente relatório, vem a
contribuir com a lacuna atualmente existente na literatura, sobre a aplicação do
método Pilates em idosos.
Uma vez que todo material foi confeccionado tomando-se como
base, as pesquisas científicas existentes sobre a temática, o profissional ao usufruir
do livro, encontrará informações atuais e confiáveis sobre o tema em questão,
podendo compreender de forma pontual e organizada, como a técnica pode
possibilitar o desenvolvimento de capacidades físicas imprescindíveis para a pessoa
idosa.
Apesar de não ser o foco principal da produção técnica em questão,
um tópico específico sobre avaliação física e funcional do idoso é abordado,
contemplando testes que podem ser aplicados em indivíduos que se encontram na
terceira idade, envolvendo principalmente as variáveis referentes ao equilíbrio
postural, à força/resistência muscular e flexibilidade.
São abordadas no livro ainda, questões elementares como tamanho
ideal mínimo, para uma sala de Pilates, tipo mais adequado de piso e os principais
equipamentos que um local deve apresentar, de forma a fornecer uma prática
segura do método para pessoas idosas.
26
Outro fator relevante, diz respeito à forma com que o Pilates é
ministrado. O controle da carga costumeiramente é realizado por meio de
percepções do próprio profissional, levando em consideração possíveis
compensações articulares por parte do executante3,5,27.
É apresentada no livro, uma proposta de percepção de esforço43,
que possibilitará uma evolução mais concisa da carga, para idosos que praticarem
Pilates. Da mesma forma, o registro do treinamento contribui com a evolução das
intervenções, quanto às capacidades físicas, relacionadas ao desenvolvimento do
equilíbrio postural, da força muscular e da flexibilidade.
Outra contribuição relevante do livro é à explicação detalhada
quanto à execução do movimento, uma vez que os materiais disponíveis atualmente
no mercado editorial, normalmente não fornecem informações minuciosas sobre a
maneira com que os exercícios devem ser executados, como a forma correta da
respiração, posicionamento do praticante antes, durante e ao final do movimento,
além das ilustrações que favorecem o entendimento sobre este posicionamento e os
principais grupos musculares envolvidos no exercício.
Uma tabela contendo os principais ensaios clínicos randomizados e
controlados foi incluída36,38,40-42, de forma a possibilitar ao leitor, acesso a
informações quanto a prática com base em evidências. Desta forma, espera-se que
o presente material auxilie de maneira didática e prática, profissionais que atuam
com o método Pilates, para que estes possam atender a demanda crescente de
idosos na prática deste exercício físico, quanto à promoção da saúde.
27
4. CONCLUSÃO E ESBOÇO DO LIVRO
Esse livro poderá auxiliar os profissionais da área do exercício físico
na promoção da saúde, como aqueles graduados em Educação Física e
Fisioterapia, tendo como intuito a melhora na qualidade dos serviços, quanto à
intervenção dos exercícios físicos referentes à técnica de Pilates. O mesmo sugere
exercícios, que possam promover força, equilíbrio e flexibilidade a terceira idade e
os detalha passo a passo. Assim, poderá haver uma chance maior de sucesso na
intervenção, quando o foco estiver direcionado para estas variáveis, tão importantes
para uma maior independência e uma melhor qualidade de vida dos idosos.
A limitação desse trabalho foi em relação ao número de exercícios
selecionados, que contempla apenas uma sugestão de exercícios básicos, uma vez
que após um determinado período de tempo (que varia de acordo com a resposta de
cada praticante), os exercícios poderão evoluir. Outro fator é que em uma sessão de
Pilates, podem ser realizados mais de 20 exercícios, dependendo do nível em que
se encontra o praticante.
Sugere-se em trabalhos futuros a realização de um protocolo com
maior número de exercícios, que contemple a passagem de níveis de execução,
como por exemplo, dos exercícios básicos para os intermediários, de forma a
possibilitar aos profissionais que atuam com o método, uma sequência de
progressão para idosos praticantes da técnica.
A seguir é apresentado o livro, de acordo com as normas de
submissão da editora Phorte.
28
Título:
APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM IDOSOS
Sugestões de títulos:
MÉTODO PILATES PARA IDOSOS
MÉTODO PILATES EM EQUIPAMENTOS PARA IDOSOS
APLICAÇÃO DO MÉTODO PILATES EM EQUIPAMENTOS
PARA IDOSOS
MÉTODO PILATES - ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E
INDEPENDENTE
MÉTODO PILATES PARA SAÚDE DE IDOSOS
Laís Campos de Oliveira
Graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP),
Jacarezinho, Paraná (2009). Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica pela
Universidade Gama Filho (UGF), Rio de Janeiro (2012). Mestre em Exercício Físico na
Promoção da Saúde – Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Atualmente atua como
docente do curso de graduação em Fisioterapia na Universidade Estadual do Norte do Paraná
(UENP).
Deise Aparecida de Almeida Pires-Oliveira
Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário Claretiano, Batatais, São Paulo (1989).
Especialista em Gerontologia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU, 1997). Mestre
em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB, 2001). Doutora em Engenharia
Biomédica pela Universidade Vale do Paraíba (UNIVAP, 2008). Atualmente atua como
docente nas graduações de Fisioterapia e Educação Física da Universidade Norte do Paraná
(UNOPAR) e nos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciências da Reabilitação
(Mestrado associado UEL/UNOPAR) e Mestrado Profissional em Exercício Físico na
Promoção da Saúde (UNOPAR).
29
Dedicatória:
Esse livro é dedicado aos profissionais da área da saúde, que atuam com o método Pilates e
que assim como nós, se dedicam, buscando proporcionar mais saúde e independência aos
idosos; e sabem, que acima de tudo, a prática de exercício físico para tal finalidade é
fundamental. Conhecendo os benefícios dos exercícios de Pilates, a seleção dos exercícios,
mais indicados para idosos, tendo como objetivo, manutenção ou melhora da força, equilíbrio
e flexibilidade (capacidades físicas prejudicadas no processo de envelhecimento) torna-se
fundamental para propiciar benefícios físicos e emocionais á essa população. Dessa forma,
esperamos que essa obra colabore com a melhora da assistência á saúde de nossos idosos.
Agradecimentos:
Agradeço a Deus por essa dádiva. Ao meu querido marido, que tanto colaborou para a
construção dessa obra, seu amor me fortalece. A minha orientadora Deise, que acreditou e se
dedicou comigo nesse livro. A toda minha família, pelas orações; e a minha colaboradora
amiga Roseli.
Laís C. Oliveira
Obrigada Senhor, por nos proporcionar esta Obra e principalmente a Laís que diante de sua
eficiência e dedicação pode almejar vôos mais altos, com a publicação deste livro. Obrigada a
todas as pessoas que puderam sonhar conosco e ver a concretização deste sonho!
Deise A. A. Pires-Oliveira
Epígrafe:
“É preciso chegar ativo à terceira idade, não lamentar o envelhecimento, mas encará-lo como
uma celebração da sabedoria” - Alexandre Kalache.
Prefácio:
Prefaciar esta obra é motivo de muito orgulho. Acompanhei o desenvolvimento do
material, desde o início, quando surgiu, por parte das autoras, a ideia de elaborar um manual,
que pudesse auxiliar profissionais ligados à prescrição do exercício físico, que trabalhassem
com o método Pilates.
O trabalho ganhou uma proporção maior do que inicialmente era esperado; e
contemplou aspectos elementares para o profissional que atua ou pretende atuar com o
30
método Pilates em indivíduos idosos. Este livro descreve as possibilidades de execução dos
exercícios (no solo ou com equipamentos), a necessidade de se respeitar os seis princípios
básicos, além de abordar o método como uma possibilidade de exercício físico na terceira
idade. As autoras especificaram algumas limitações que tipicamente acometem indivíduos
idosos, argumentando como o Pilates é capaz de contribuir, para que tais eventos sejam
revertidos, ou atenuados.
Mesmo não sendo o objetivo primário da obra, testes físicos e funcionais de fácil
aplicação e baixo custo são apresentados. Outro aspecto relevante, diz respeito a uma proposta
de controle da intensidade do esforço durante a realização dos exercícios, com registro que
visa o acompanhamento/evolução do treinamento. Fato este de suma importância, uma vez
que na prática profissional, normalmente este controle não é realizado.
Os equipamentos utilizados para a prática do método, desenvolvidos pelo criador da
técnica, Joseph Hubertus Pilates são apresentados. Em seguida, as autoras sugerem um
protocolo de exercícios para idosos iniciantes no método, com explicações detalhadas sobre a
execução correta de cada movimento, como posicionamento do idoso no equipamento,
respiração e grupo muscular envolvido, além de sugestões, que contemplam possibilidades de
adaptação do movimento.
Não obstante, as autoras dedicaram uma sessão para descrever evidências científicas
sobre a temática, em que são apresentados estudos com o método Pilates na população idosa,
de forma a demonstrar a real capacidade da técnica, nesta fase da vida.
Todos estes aspectos abordados pela obra são reflexos das vivências profissionais das
autoras, que vem se dedicando nos últimos anos, aos estudos relacionados ao método Pilates,
ou na compreensão do exercício físico para a promoção da saúde de pessoas idosas.
A experiência em Pilates, adquirida pela autora Laís C. Oliveira durante a atuação
prática com o método e ministrando cursos de certificação profissional, fica nesta obra
evidenciada. De outro lado, a experiência científica e acadêmica da autora Deise A. A. Pires-
Oliveira, possibilitou o rigor metodológico exigido para a confecção deste material. Esta
combinação, aliada a uma escrita técnica e sucinta, garantem a obra, contribuição ímpar para
as áreas do conhecimento relacionadas a prescrição do exercício físico em idosos.
Prof. Ms. Raphael Gonçalves de Oliveira
Graduado e Mestre em Educação Física. Doutorando em Ciências da Reabilitação. Professor
do curso de Educação Física da UENP. Ministra cursos de certificação em Pilates. Autor de
vários artigos científicos sobre o método Pilates.
31
SUMÁRIO
Introdução ....................................................................................................................................
1. Envelhecimento .......................................................................................................................
1.1. Exercício físico para idosos ..................................................................................................
1.2. Método Pilates: os benefícios para idosos ............................................................................
2. Avaliação Física e Funcional em Idosos .................................................................................
3. Local e Equipamentos para a Prática do Pilates ......................................................................
4. Controle da Intensidade de Esforço nos Exercícios de Pilates ................................................
5. Protocolo de Exercícios de Pilates para Idosos .......................................................................
5.1. Exercícios de Alongamentos Iniciais ...................................................................................
5.2. Exercícios de Fortalecimento de Membros Inferiores (MMII) ............................................
5.3. Exercícios de Fortalecimento da Musculatura Flexora e Extensora do Tronco ...................
5.4. Exercícios de Fortalecimento de Membros Superiores (MMSS) .........................................
5.5. Exercícios de Alongamentos Finais .....................................................................................
6. Principais Resultados de Intervenções com o Método Pilates em Idosas ...............................
Considerações Finais ...................................................................................................................
Referências ..................................................................................................................................
32
INTRODUÇÃO
Atualmente um processo que chama a atenção, em diversas áreas do conhecimento é o
envelhecimento da população. Este fenômeno vem ocorrendo no mundo todo, o que tem
levado ao aumento do número de idosos. No Brasil, enquanto a proporção de crianças vem
diminuindo, a de pessoas com mais de 65 anos passou de 5,1% em 1991 a 5,8% em 2000,
chegando a 7,2% em 20101. Um indivíduo é considerado idoso (ou pertencente à terceira
idade) nos países em desenvolvimento (como é o caso do Brasil), após os 60 anos de idade,
sendo que em países desenvolvidos a faixa etária de referência é os 65 anos2.
O número de idosos tende a crescer ainda mais, principalmente devido à baixa taxa de
fecundidade, como também, pelo aumento da expectativa de vida1. Todavia, mesmo com a
diminuição da taxa de mortalidade, o envelhecimento tipicamente leva ao acúmulo de
incapacidades e doenças, que limitam algumas funções normais do corpo. Nessa fase é
comum ocorrer algumas doenças crônico-degenerativas, como as artrites, sarcopenia e
diminuição na densidade mineral óssea3.
Para atenuar os fatores de declínio das funções fisiológicas, de forma a possibilitar
melhor saúde e independência para pessoas idosas, os exercícios físicos podem ser uma opção
importante, contribuindo com o aumento da expectativa de vida, além da diminuição de
condições incapacitantes e das doenças crônicas. A prática de exercícios físicos poderá
proporcionar aos idosos, manterem suas atividades diárias com autonomia, uma vez que é
capaz de contribuir com diversos fatores, como a melhora da força muscular (Figura 1), do
equilíbrio e da flexibilidade.
Figura 1. Exercício de fortalecimento muscular com a
utilização da bola suíça. Fonte: Própria.
33
Neste período da vida, preservar a saúde e atenuar o déficit dessas capacidades (força,
equilíbrio e flexibilidade), torna-se importante para que o idoso possa realizar com
independência as atividades do seu cotidiano, contribuindo com sua qualidade de vida4.
Várias são as possibilidades de prática de exercícios físicos para idosos, no entanto,
algumas são pouco investigadas, como é o caso do método Pilates. Nesta técnica, busca-se o
fortalecimento muscular e o alongamento de todos os segmentos corporais, visando aumento
da força muscular e da flexibilidade, melhora da coordenação motora, postura e equilíbrio,
tendo como foco principal, o fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna5,6.
Os exercícios de Pilates podem ser realizados em duas modalidades, no solo,
conhecido como Mat Pilates (Figura 2), ou com o uso de equipamentos, denominado Studio
Pilates (Figura 3).
Na primeira modalidade, apenas o peso corporal do próprio praticante, oferece a
resistência nos movimentos, ou o uso de acessórios, como a bola suíça e/ou faixas elásticas,
por exemplo, (Figura 4). Na segunda modalidade, são utilizados equipamentos específicos
para a realização dos exercícios, os quais, na sua maioria, utilizam de molas de progressão de
carga, que atuam como uma resistência, ou como auxílio no movimento (Figura 5).
Figura 2. Espaço para a prática de
Pilates solo (Mat Pilates).
Fonte: Própria.
Figura 3. Espaço para a prática de
Pilates em equipamentos (Studio
Pilates). Fonte: Própria.
34
Tendo em vista que o método Pilates possui muitas possibilidades de exercícios, é
possível selecionar os mais adequados a cada participante, de acordo com o seu
condicionamento físico e suas limitações funcionais, o que diminui as chances de ocorrer
algum tipo de lesão7. No entanto, pouco se sabe sobre a aplicação desta técnica em idosos8.
Deste modo, existe uma necessidade de subsídio para a prática profissional, quanto a
aplicação do método Pilates em pessoas idosas, de forma a orientar sobre possibilidades de
exercícios, para indivíduos nesta faixa etária, que sejam iniciantes no método.
Visando contribuir com o preenchimento desta lacuna, o presente livro realizará no
primeiro capítulo, uma breve descrição sobre o processo de envelhecimento e como o
exercício físico, será capaz de auxiliar nesta fase da vida; descrevendo ainda, de que forma o
Pilates poderá contribuir, para atenuar declínios físicos e funcionais, como força e resistência
muscular, equilíbrio postural e flexibilidade.
No segundo capítulo serão apresentados alguns testes físicos e funcionais, como
sugestão para avaliar as capacidades físicas citadas. A seguir, no capítulo três, serão descritas
questões, sobre o local para aplicação do método e os principais equipamentos utilizados para
a sua prática. No quarto capítulo, será apresentada uma sugestão quanto ao controle da
intensidade da carga de trabalho, além de uma tabela para registro do treinamento. O quinto
capítulo ilustrará uma proposta de exercícios, na qual serão contemplados, aqueles visando
alongamento e fortalecimento muscular, para os principais segmentos corporais (membros
inferiores e superiores, flexores e extensores do tronco).
Figura 5. Exercício de fortalecimento dos
membros inferiores no aparelho Reformer
Universal. Fonte: Própria.
Figura 4. Exercício de fortalecimento
com o peso do próprio corpo, utilizando
um acessório (Magic Circle). Fonte:
35
Por fim, no sexto capítulo, será apresentada ao leitor, uma tabela contendo a revisão de
artigos atuais, que observaram a influência do método Pilates em grupos de idosos, e os
principais resultados encontrados em cada estudo.
36
1. ENVELHECIMENTO
O envelhecimento é um processo natural que ocorre no organismo dos seres vivos, e é
definido como uma perda progressiva da função biológica, após o organismo ter atingido a
sua competência máxima de reprodução. Esse processo ocorre de forma diferente em cada
pessoa, porém, de maneira geral, a população mundial apresenta uma maior expectativa de
vida, quando no passado era privilégio de poucos a experiência de chegarem à fase idosa4,9.
Com isso, as áreas relacionadas à saúde, estão mais atentas aos cuidados com os
idosos, buscando um envelhecimento com melhor qualidade de vida, que atue na saúde física
e emocional, possibilitando que estas pessoas, realizem de forma independente suas atividades
do cotidiano10.
Uma forma de obter saúde e independência, é através da prática de exercícios físicos,
o que possibilita o aumento da expectativa de vida, tendo em vista que ocorre a diminuição
das condições incapacitantes e das doenças crônico-degenerativas. O exercício é capaz de
contribuir para que os idosos possam manter suas atividades da vida diária de forma
independente, uma vez que possibilita a melhora da mobilidade articular, da resistência
muscular e óssea, além do equilíbrio postural. Estes fatores consequentemente evitam a
incidência de quedas, podendo dessa forma, influenciar na melhora da qualidade de vida3,9
(Figura 6).
Figura 6. Capacidades físicas e condições impactantes sobre a qualidade de
vida proporcionada pela prática do exercício físico.
37
1.1. EXERCÍCIO FÍSICO PARA IDOSOS
A prática regular de exercício físico pode ser benéfica em todas as idades. Para a
população idosa, pode atuar de forma a amenizar, os declínios relacionados a vários aspectos,
como os de ordem física. Uma vez que a velhice traz diminuição funcional às pessoas, a
prática de exercício físico, principalmente os quais possibilitem o trabalho de resistência
muscular, tem sido utilizado como uma alternativa na melhora, ou preservação da massa
muscular e dos níveis de força11-13.
Os exercícios físicos são importantes para vários sistemas, tanto para o
musculoesquelético, quanto para o cardiovascular, os quais dispõem de efeitos positivos,
podendo atuar de forma preventiva, ou ainda servindo como um importante coadjuvante no
tratamento medicamentoso. Exercícios físicos auxiliam no tratamento de osteoartrites,
osteoporose, obesidade, entre outros, reduzindo a gordura corporal, fortalecendo os ossos,
aumentando a força e a resistência muscular, consequentemente auxilia na diminuição das
incapacidades12-15.
Realizar exercícios com regularidade, pode trazer benefícios tanto para os aspectos
físicos, quanto emocionais. Uma prática, que recentemente vem sendo investigada por seus
benefícios, em diversas populações, é o método Pilates15,16; esses exercícios, quando
realizados de forma sistemática, pode ser uma opção para o desenvolvimento de capacidades
físicas, como força/resistência muscular e flexibilidade, contribuindo com a melhora do
equilíbrio postural e da autonomia funcional em idosos.
1.2. MÉTODO PILATES: OS BENEFÍCIOS PARA IDOSOS
O método Pilates surgiu inicialmente com o nome de contrologia (controle
harmonioso, entre corpo e mente) durante o período da Primeira Guerra Mundial, idealizado
pelo alemão Joseph Hubertus Pilates (Figura 7), que se utilizava da técnica para reabilitar
soldados de guerra17,18.
38
Joseph Pilates durante a execução de todos os exercícios teve como foco, a ativação
constante dos músculos localizados na região central do corpo (estabilizadores da coluna).
Estes músculos formam um conjunto que tem a função de estabilizar e manter a postura.
Fazem parte desse grupo, os músculos: oblíquos (interno e externo), o transverso do abdômen,
os multífidos, o reto abdominal, os glúteos, o quadrado lombar e os músculos do assoalho
pélvico (Figura 8).
Figura 7. Joseph Hubertus Pilates em 1937, com 57 anos. (1880 - 1967).
Fonte: Gallagher; Kryzanowska, 2000, p.8.
39
Figura 8. Músculos estabilizadores da coluna.
Para fortalecer, alongar e relaxar o corpo, Joseph Pilates criou e/ou adaptou aparelhos
(Reformer Universal, Cadillac Trapézio, as Cadeiras, os Barris, Wall Unit, Guillotine e o Ped-
o-pull) e acessórios (como o Magic Circle e halteres) para a prática de seu método17.
Atualmente, outros acessórios, foram incorporados a técnica, como a bola suíça, faixas
elásticas, meia bola (BOSU), rolo e tornozeleiras (Figura 9).
Figura 9. Acessórios para prática de Pilates. Fonte: Própria.
A técnica enfatiza a necessidade de seguir seis princípios básicos: concentração,
controle, centralização, fluidez, respiração e precisão18. Estes princípios devem ser
respeitados durante a execução de todos os movimentos (Figura 10).
40
Figura 10. Os seis princípios básicos para a prática do método Pilates.
Os programas de Pilates vêm sendo ministrados por profissionais da Fisioterapia e da
Educação Física, em programas de reabilitação e condicionamento físico respectivamente.
Pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico podem praticar os exercícios,
que são adaptados as condições do executante. Recentemente cresceu o número de praticantes
do método, o que tem fomentado mais pesquisas sobre a eficácia deste, nas diversas
condições patológicas, como também, no condicionamento físico de pessoas de diversas
faixas etárias19. Particularmente em idosos, que apresentam declínios fisiológicos típicos do
envelhecimento, a técnica tem sido investigada, principalmente como forma de atenuar
41
déficits relacionados à força muscular, equilíbrio postural e flexibilidade, assim como, o
reflexo destas variáveis sobre a qualidade de vida.
O método Pilates pode ser uma opção de exercício físico na terceira idade, pois, atua
com o fortalecimento muscular, através do trabalho resistido e com os exercícios de
alongamento dinâmico (Figura 11), sendo essas duas capacidades consideradas as principais
características do método. A técnica proporciona uma maior percepção dos movimentos,
contribuindo com o equilíbrio corporal, aliviando os níveis de estresse, possibilitando a
melhora da qualidade de vida8.
Tradicionalmente, o Pilates oferece um atendimento personalizado, o que para os
idosos é de importância ímpar, devido à maior atenção que pode ser dispensada neste tipo de
atendimento (Figura 12). Os exercícios são selecionados de acordo com as possíveis
limitações, nível de condicionado e objetivos relatados. Sendo possível adequar o programa
de treinamento, sempre que necessário, atendendo cada idoso de forma individual20.
Figura 11. Exercício de alongamento na Cadeira
(equipamento do método Pilates). Fonte: Própria.
42
O trabalho de resistência, possibilitado pelas molas no Pilates (Figura 13), pode
melhorar a condição funcional do idoso, contribuindo para que ele realize os esforços da vida
diária com mais segurança, disposição e facilidade, evitando as quedas. As quedas podem
gerar graves consequências físicas e psicológicas; e com isso, o medo de cair novamente. Para
os idosos, as quedas representam a principal causa de morte acidental, podendo ser evitado
através da prática de exercícios de resistência muscular, como por exemplo, o método
Pilates21.
Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte, a prática regular de
treinamento de força ou resistido, pode oferecer melhorias na aptidão física e na saúde de
indivíduos idosos, bem como auxiliar na prevenção ou no tratamento de doenças crônicas não
Figura 12. Exercício de alongamento e relaxamento com as orientações do
instrutor (atendimento personalizado). Fonte: Própria.
Figura 13. Exercício de fortalecimento no aparelho
Reformer. Fonte: Própria.
43
transmissíveis, tais como: hipertensão arterial sistêmica, diabete mellitus, obesidade,
osteoporose, dentre outas. Para um envelhecimento saudável e independente, é necessária a
prática de exercícios resistidos, de forma progressiva e que trabalhem grandes grupos
musculares, sendo executados pelo menos dois dias na semana, com intensidade moderada22.
Tendo em vista as recomendações citadas, o método Pilates por trabalhar o fortalecimento
muscular dos principais grupos musculares, pode ser uma opção de prática de exercício físico
sistematizado.
Além do fortalecimento, que possibilita o aumento da força muscular, outra variável
em que o Pilates tem demonstrado efeitos, é o equilíbrio postural (Figura 14). Dentre as
diversas alterações, que ocorrem no processo de envelhecimento, os distúrbios relacionados
ao equilíbrio são os mais alarmantes, tendo em vista que ocasionam um alto índice de quedas
e estas, são consideradas a principal causa de morte acidental em pessoas com 60 anos ou
mais. As quedas podem ocorrer por disfunções no sistema visual, auditivo, nervoso ou
musculoesquelético e podem ainda, ser relacionadas com mais de uma disfunção dos sistemas
corporais. Quanto mais fatores de risco, maiores as chances de queda. Fatores relacionados ao
meio ambiente, também podem influenciar, como por exemplo, a iluminação do local, o tipo
de calçado, entre outros23.
Como consequência, as quedas podem levar à perda da autonomia e independência,
para a realização de atividades básicas da vida diária e com isso, a sensação de incapacidade e
Figura 14. Exercício de equilíbrio na bola
suíça. Fonte: Própria.
44
de fragilidade, que aumentam o medo de cair novamente, gerando um ciclo desfavorável à
saúde24.
Uma das opções para a melhora do equilíbrio está relacionada à prática de exercícios
sistematizados, tendo em vista que estes agregam à utilização de informações proprioceptivas
(vestibulares e visuais) mais efetivas, favorecendo a utilização das respostas motoras mais
eficazes, pois, a prática melhora a capacidade de processamento neural dos idosos24.
Os exercícios de Pilates possibilitam o treino de equilíbrio, melhorando a habilidade
das articulações do corpo, de forma a retornarem ao seu estágio inicial, em um tempo mais
rápido, após a realização de um movimento que provoca instabilidade. Pode melhorar ainda a
autonomia pessoal e a confiança, a marcha e a disposição para a realização das tarefas diárias.
Consequentemente, estes fatores, refletem na melhora da qualidade de vida25.
Outra variável, em que o método Pilates oferece resultados em pessoas idosas é a
flexibilidade. Exercícios de alongamento, normalmente são realizados no início e no final das
sessões (Figura 15). Além disso, outros exercícios que a pesar da prioridade ser o
fortalecimento, acabam por exigir concomitantemente o alongamento dos tecidos envolvidos.
Diferentemente do alongamento estático, em que a posição é sustentada por um
período de tempo, no método Pilates o alongamento é realizado de forma dinâmica, através de
repetições, como nos exercícios de fortalecimento. No entanto a literatura não tem investigado
as diferenças entre as duas formas de alongamento.
Um estudo realizado com 60 idosas, apontou que 12 semanas de intervenção com
Pilates, realizadas três vezes por semana, é capaz de promover melhora significativa da
Figura 15. Exercício de alongamento no aparelho Ladder
Barrel. Fonte: Própria.
45
flexibilidade, contribuindo com fatores importantes relacionados à autonomia funcional e
independência para a realização de atividades do cotidiano26.
Exercícios de Pilates tem possibilitado o desenvolvimento de um agregado de
variáveis importantes (força, equilíbrio e flexibilidade), que refletem na saúde e qualidade de
vida de idosos, fazendo com que melhorem a execução de tarefas simples, como as atividades
básicas e instrumentais da vida diária25.
46
2. AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL EM IDOSOS
Antes de iniciar qualquer intervenção, o profissional deverá realizar uma anamnese
completa do indivíduo, de forma a recordar o estado clínico do mesmo. Essa anamnese deve
conter principalmente, questões referentes à existência de doenças diagnosticadas, realização
de cirurgias, problemas visuais, uso de medicamentos, presença de labirintite, limitação
funcional para a realização de algum movimento, uso de próteses e presença de dor em
alguma região do corpo.
É recomendado também, que o profissional verifique se o idoso necessita de um
exame clínico mais específico, antes de se engajar na prática de um exercício físico. Um dos
instrumentos mais utilizados para este fim é o Questionário de Prontidão para Atividade
Física (PAR-Q)27. Este instrumento possui sete questões sobre possíveis sintomas ou doenças
pré-existentes, com possibilidade de resposta afirmativa ou negativa. Em caso de resposta
afirmativa para uma ou mais perguntas, o profissional deverá indicar ao avaliado que procure
um médico, antes de iniciar o programa de condicionamento físico.
Após estes procedimentos, uma avaliação física e funcional poderá contribuir com o
direcionamento da prescrição dos exercícios. A mesma deve ser realizada periodicamente (a
cada três meses, por exemplo), como forma de acompanhamento, da evolução do cliente. Não
é objetivo deste livro, descrever de maneira detalhada, aspectos relacionados à avaliação
física e funcional de idosos. No entanto, as tabelas 1 e 2 trazem alguns testes funcionais
relacionados a avaliação de componentes referentes ao equilíbrio postural, força/resistência
muscular e flexibilidade de idosos. Cada teste é referenciado com seus respectivos autores,
para que o leitor possa localizar na seção de referências bibliográficas a publicação original,
que descreve o protocolo de execução do teste. Foram escolhidos testes que não requerem
equipamentos de alto custo.
47
Tabela 1. Avaliações físicas e funcionais utilizadas com idosos
Testes Autores Descrição Variável Analisada
Equipamento necessário
Sentar e levantar da cadeira 5 vezes.
Guralnik et al28
Força e Resistência Muscular
Força de membros inferiores.
Cadeira com aproximadamente 40 cm de altura e cronômetro.
Sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos.
Rikli e Jones29
Força e Resistência Muscular
Resistência de membros inferiores.
Cadeira com aproximadamente 40 cm de altura e cronômetro.
Flexões de cotovelo em 30 segundos com haltere de 2,5 Kg.
Rikli e Jones29
Força e Resistência Muscular
Resistência de membros superiores.
Cronômetro e halter de 2,5 kg.
Colocar um peso de 5Kg sobre a mesa.
Tiedemann et al30
Força e Resistência Muscular
Força de membros superiores, inferiores e tronco.
Halter de 5 kg e uma mesa.
Timed Up and Go.
Podsiadlo e Richardson31
Equilíbrio Postural e Agilidade
Equilíbrio e mobilidade funcional.
Cadeira com aproximadamente 40 cm de altura, cone e cronômetro.
Teste de equilíbrio de BERG.
Berg e Norman32
Equilíbrio Postural e Agilidade
Equilíbrio estático e dinâmico.
Banco (aprox. 20 cm de altura), caneta, régua, cronômetro, cadeira com descanso de braço, cadeira sem descanso de braço.
Levantar-se da cadeira e locomover-se.
Osness et al33 Equilíbrio Postural e Agilidade
Equilíbrio dinâmico e agilidade.
Cadeira (aprox. 40 cm de altura), cronômetro e dois cones.
Caminhada de 10 metros.
Spilã et al34 Equilíbrio Postural e Agilidade
Equilíbrio dinâmico e agilidade
Dois cones e um cronômetro.
48
Tabela 1. Continuação
Testes Autores Descrição Variável Analisada
Equipamento necessário
Teste de equilíbrio estático unipodal
Greene35 Equilíbrio Postural e Agilidade
Equilíbrio estático.
Marcação na parede a aproximadamente 2 metros de distância e cronômetro.
Sentar e alcançar
Wells e Dillon36
Flexibilidade Flexibilidade da cadeia posterior.
Banco de Wells.
Teste com Flexímetro
Achour Júnior37
Flexibilidade Teste de flexibilidade para as principais articulações.
Flexímetro.
49
3. LOCAL E EQUIPAMENTOS PARA A PRÁTICA DO PILATES
O local de aplicação dos exercícios do método Pilates, deve ser bem iluminado e
arejado, com temperatura controlada e espaço físico que possibilite a alocação dos
equipamentos, assim como, espaço para o trânsito dos praticantes e do profissional.
Recomenda-se uma sala com no mínimo 30 m2, com solo forrado com material confortável e
térmico, como o Etileno Acetato de Vinila (Ethylene Vinyl Acetate - EVA).
A sala deve possuir um banco, para que o idoso possa sentar para retirar ou colocar
seu calçado, além de um armário ou nichos, que sirvam de suporte para os pertences pessoais.
Sugere-se aos profissionais, consultar a Vigilância Sanitária Local, para que todas as normas
quanto a vestiários e banheiros, inclusive adaptados para pessoas deficientes, possam ser
respeitadas.
Quanto aos equipamentos, os mesmos foram originalmente desenvolvidos por Joseph
Pilates, que criou nove aparelhos para a prática do seu método, que são: Cadillac Trapézio,
Reformer Universal, Cadeira, Ladder Barrel, Wall Unit, Mini Barrel (Meia Lua), Spine
Corrector (Step Barrel), Guilhotina e Ped-o-Pull. O presente livro, irá se reportar na
sequência, a todos os equipamentos, apresentando uma descrição e imagem de cada aparelho.
Porém, na sugestão de protocolo de exercícios de Pilates para idosos (quinto capítulo do
livro), aparecerão apenas os quatro equipamentos mais utilizados (presentes na maioria dos
locais que oferecem a técnica e também, na maior parte das pesquisas com o método), que
são: Cadillac Trapézio, Reformer Universal, Cadeira e Ladder Barrel.
Cadillac Trapézio: Possui dois pares de molas longas, sendo um de intensidade forte
(vermelha) e outro fraco (azul), como também, dois pares de molas curtas, também de
intensidade forte (verde) e fraco (amarela), além de duas molas curtas extra forte, para
utilização da alça do trapézio; apresenta ainda uma barra torre, que pode ser ajustada em
diferentes alturas e um trapézio móvel, que desliza nas barras horizontais. Acessórios como
uma barra de madeira, alças de mãos e pés, podem ser acoplados às molas. O banco do
equipamento possui aproximadamente 60 cm de altura, favorecendo o posicionamento para
exercícios sentados, ou deitados em decúbito dorsal, ventral e lateral (Figura 16).
50
Figura 16. Equipamento Cadillac Trapézio. Fonte: Própria.
Reformer Universal: Constituído por cinco molas, as quais são duas fortes (verdes), duas
médias (azuis) e uma fraca (amarela), que alteram a resistência do carrinho (prancha de
madeira que desliza sobre roldanas). Cordas que se acoplam em alças de mãos ou pés,
possibilitam exercícios de fortalecimento. Possui ainda uma barra horizontal, que pode ser
usada para apoio de mãos e pés (Figura 17).
Figura 17. Equipamento Reformer Universal. Fonte: Própria.
51
Cadeira: Também conhecida como Cadeira Combo, possui quatro molas extra forte, que são
presas aos pedais e podem ser usadas juntas ou separadas, em várias alturas, dependendo do
objetivo do exercício. Também conta com duas barras laterais utilizadas para apoio das mãos.
Os pedais são transpassados por uma barra, podendo desta forma serem usados de maneira
independente, quando a barra é retirada (Figura 18).
Figura 18. Equipamento Cadeira. Fonte: Própria.
Ladder Barrel: Possui um espaldar com três barras fixas e uma barra móvel. É utilizado
principalmente para a execução de exercícios abdominais, alongamentos e mobilização da
coluna vertebral, com o peso do próprio corpo, uma vez que não faz uso de molas (Figura 19).
Figura 19. Equipamento Ladder Barrel. Fonte: Própria.
52
Wall Unit: Possui dois pares de molas longas, sendo um de intensidade forte (vermelha) e
outro fraco (azul), como também, dois pares de molas curtas, também de intensidade forte
(verde) e fraco (amarela). Acessórios como uma barra de madeira, alças de mãos e pés,
podem ser acoplados às molas. O Wall Unit permite a execução de uma grande parte dos
exercícios, que podem ser realizados no Cadillac, porém, o banco deste equipamento fica
mais próximo ao solo (aproximadamente 20 cm), favorecendo a subida para execução de
exercícios na posição em pé (Figura 20).
Figura 20. Equipamento Wall Unit. Fonte: Própria.
Spine Corrector: Esse aparelho também é conhecido como Step Barrel. É utilizado
principalmente para trabalhos que envolvem o movimento do tronco (relacionados à postura e
fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna). É um equipamento pequeno, que não
utiliza molas e sua forma assemelha-se muito a de um apito. O Step Barrel é por vezes
utilizado, em associação com o trabalho de solo (Mat Pilates), podendo substituir
parcialmente alguns exercícios realizados no Ladder Barrel (Figura 21).
Figura 21. Equipamento Spine Corrector. Fonte: Própria.
53
Mini Barrel: É também conhecido como Meia Lua ou Arc Barrel. Este equipamento não faz
uso de molas, sendo utilizado principalmente, para trabalho postural e fortalecimento dos
músculos estabilizadores da coluna. Diferentemente do Step Barrel, a Meia Lua contém
somente uma curva como estrutura física, o que para algumas pessoas é essencial,
dependendo do grau de retificação ou da pouca mobilidade da coluna vertebral (Figura 22).
Figura 22. Equipamento Mini Barrel. Fonte: Própria.
Ped-o-Pull: Este equipamento apresenta uma base de madeira, uma torre em formato de “T”,
duas argolas para a fixação das molas e um par de alças de mão. Os movimentos realizados
neste aparelho podem auxiliar na melhora da postura e do equilíbrio, uma vez que fica sob
responsabilidade do executante, estabilizar o equipamento. Dificilmente o Ped-o-Pull é
encontrado nos estabelecimentos que ministram sessões de Pilates, tendo em vista que poucas
empresas fabricam o mesmo (Figura 23).
Figura 23. Equipamento Ped-o-Pull. Fonte: Própria.
54
Guilhotina: É um equipamento, que assim como o Ped-o-Pull, também é difícil de ser
encontrado, por ser comercializado por poucas empresas. Apresenta molas, além de alças de
mão e de pé, para a realização de exercícios de tronco, membros inferiores e superiores.
(Figura 24).
Figura 24. Equipamento Guilhotina. Fonte: Própria.
55
4. CONTROLE DA INTENSIDADE DE ESFORÇO NOS
EXERCÍCIOS DE PILATES
O controle da intensidade do esforço, durante as sessões de Pilates tipicamente são
realizados de maneira muito subjetiva, como pela percepção do profissional, quando da
execução de movimentos compensatórios por parte do praticante. Este livro mostrará uma
proposta para determinação do nível de esforço, conforme descrições verbais através do uso
da escala de Borg CR1038: carga leve (Borg ≤ 2), carga moderada (Borg > 2 - <5), carga
pesada (Borg ≥ 5 - <7) e próximo da carga máxima (Borg ≥ 7) (Tabela 3).
Tabela 3. Escala da percepção de esforço proposta por Borg
0 Nenhum
0,5 Muito, muito leve (Apenas perceptível)
1 Muito leve
2 Leve (Ligeiro)
3 Moderado
4 Pouco intenso
5 Intenso (Pesado)
6
7 Muito intenso
8
9
10 Muito, muito intenso (Quase máximo)
• Máximo
*Adaptada de Borg38.
Em se tratando de pessoas idosas, iniciante no método Pilates, recomenda-se que o
nível de esforço, durante as sessões seja moderado (Borg entre 3 e 4). Todas as vezes que o
praticante relatar que a carga esteja leve, o profissional ao alterar a intensidade do exercício,
deverá imediatamente anotar a nova carga utilizada, em uma ficha individual, utilizada para
registro do treinamento (Tabela 4). A modificação da carga nos equipamentos de Pilates pode
ocorrer de quatro formas: alterando o posicionamento da mola no equipamento; substituindo a
56
mola por outra com maior resistência; modificando o posicionamento do executante no
equipamento; ou adaptando a execução do movimento.
Tabela 4. Sugestão de Ficha individual para registro do treinamento de Pilates
Nome:
Idade: Peso: Altura: IMC:
Data de Início: Frequência Semanal:
Exercícios Série Repetições Carga
Observações:
57
5. PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS DE PILATES PARA IDOSOS
Será apresentada neste capítulo, uma sequência de exercícios, como sugestão para
aplicação em idosos iniciantes no método Pilates. O profissional deverá orientar o idoso, que
para a realização dos exercícios, é indicado o uso de roupas que não restrinjam a amplitude de
movimento. No Pilates não existe a necessidade do uso de calçado, ou alguma proteção
especial para os pés. A prática pode ser feita descalça, ou com uso de meias contendo solado
antiderrapante.
Os seis princípios do método devem ser cobrados durante todos os movimentos. Como
sugestão, poderá ser realizada uma série de dez repetições para todos os exercícios. Em
relação à frequência, o ideal é a participação em no mínimo duas sessões semanais, em dias
não consecutivos, com cada sessão durando aproximadamente 60 minutos.
Para a aplicação do método Pilates, os profissionais deverão ter formação em áreas
relacionadas à prescrição do exercício físico, como aqueles graduados em Educação Física e
Fisioterapia. Uma vez que os conhecimentos sobre a técnica, atualmente são poucos
abordados durante os cursos de formação (graduação) das duas áreas, é recomendado aos
profissionais, à realização de um curso específico, que contemple a base para a aplicação do
método Pilates.
Os exercícios a seguir, respeitarão a seguinte sequência: alongamentos iniciais,
fortalecimento de membros inferiores, fortalecimento da musculatura flexora e extensora do
tronco, fortalecimento de membros superiores e alongamentos finais. Em cada exercício será
descrito o nome original em língua inglesa, o equipamento utilizado, a descrição do exercício,
o grupo muscular alvo, a posição inicial, respiração inicial, execução, respiração final,
movimento final e sugestão. Além destas informações, cada exercício possui três imagens,
referentes à posição inicial do idoso no equipamento, execução do movimento e uma
ilustração indicando o principal grupo muscular solicitado. Foram utilizados os equipamentos
mais comuns para a prática do método: Cadillac Trapézio, Reformer Universal, Cadeira e
Ladder Barrel.
58
5.1. EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTOS INICIAIS
1- Spine Stretch:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de alongamento da cadeia posterior.
Grupo muscular alvo: Posteriores da coxa.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com as mãos
segurando a “barra torre” do aparelho. Os joelhos deverão permanecer
estendidos durante todo o movimento e os pés deverão ficar apoiados
nas barras laterais do equipamento. A coluna ficará ereta, os ombros
posteriorizados e as escápulas aduzidas.
59
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna, se preparando para a execução do exercício e durante a expiração, realizará uma
flexão do tronco.
Execução: Durante a flexão do tronco, deverá mobilizar a coluna, desde a região cervical até a
região lombar, em sua amplitude máxima de movimento, projetando a barra torre para frente.
Respiração final: O idoso deverá inspirar pelo nariz, no momento da amplitude máxima de
flexão do tronco e durante a expiração realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, deverá mobilizar a coluna, desde a
região lombar até a cervical, finalizando o exercício com a coluna ereta, sem tencionar a
região do trapézio.
Sugestão: Caso haja encurtamento da cadeia posterior, uma caixa mini (acessório do Pilates)
poderá ser utilizada em cima do Cadillac, na qual o idoso permanecerá durante todo o
movimento sentado sobre a mesma, favorecendo o alinhamento da coluna.
60
2- Mermaid:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de alongamento da cadeia lateral do tronco.
Grupo muscular alvo: Oblíquos.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos
flexionados a 90 graus e os membros inferiores, a partir do joelho, para
fora do aparelho. Uma das mãos deverá segurar a “barra torre” do
equipamento, mantendo o cotovelo em extensão. A coluna deverá ficar
ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas. O membro
superior contralateral ficará sem apoio, na altura do outro braço, que
segura a barra.
61
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará uma latero-flexão do tronco.
Execução: Durante a mobilização da coluna, em direção a sua amplitude máxima, deverá
direcionar o movimento para o lado da “barra torre”, mantendo o alinhamento da região
cervical, seguindo o prolongamento de toda coluna vertebral.
Respiração final: No momento da amplitude máxima de latero-flexão do tronco, o idoso irá
inspirar pelo nariz e durante a expiração, deverá realizar o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, a coluna será mobilizada, com o
exercício sendo finalizado, assim que a coluna adquire a posição ereta, com os braços
estendidos na altura dos ombros.
Sugestão: Orientar para que durante todo o movimento de flexão-lateral, a região glútea fique
em contato direto com o banco do Cadillac, para um maior aproveitamento do alongamento
da cadeia lateral do tronco.
62
3- Stretching Knee:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de alongamento da cadeia posterior do tronco.
Grupo muscular alvo: Eretores da coluna.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer ajoelhado, com o tronco
elevado, segurando com as mãos a “barra torre” do aparelho,
mantendo os membros superiores com extensão de cotovelo. A
coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas
aduzidas.
63
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, deverá realizar uma flexão do tronco, projetando a barra torre
do equipamento para frente.
Execução: Durante a flexão do tronco, irá mobilizar a coluna desde a cervical até a lombar,
mantendo a coluna ereta na posição de “mesa”, permanecendo com as mãos na “barra torre” e
os cotovelos estendidos durante todo o movimento.
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de alongamento da
cadeia posterior, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizar o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá mobilizar a coluna, desde a lombar
até a cervical, finalizando o exercício com a coluna ereta e os cotovelos sempre estendidos,
com as mãos segurando a “barra torre”.
Sugestão: Para deixar o exercício mais confortável e para maior proteção articular, poderá ser
colocado travesseiros/almofadas na região dos joelhos. Na posição final, para melhor
alinhamento da coluna, o idoso poderá ser orientado, para que os braços sejam estendidos na
altura das orelhas.
64
5.2. EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DOS MEMBROS INFERIORES
(MMII)
4- Footwork Double Leg Pumps Toes:
Equipamento: Cadeira.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do joelho.
Grupo muscular alvo: Quadríceps.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos
flexionados e os pés apoiados no pedal da cadeira. As mãos deverão
segurar as “barras laterais” do aparelho, mantendo os membros
superiores em semi-flexão de cotovelo. A coluna deverá ficar ereta,
os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.
65
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará a extensão dos joelhos.
Execução: O movimento de extensão, deverá ocorrer, até que os pedais toquem a base da
cadeira. A coluna deverá ser mantida ereta, os glúteos apoiados no banco e as mãos apoiadas
nas “barras laterais” do equipamento.
Respiração final: No momento da amplitude máxima permitida pelo movimento, o idoso
deverá inspirar pelo nariz e durante a expiração, deverá realizar o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá flexionar os joelhos até a posição
inicial, finalizando o exercício com a coluna ereta e as mãos apoiadas nas “barras laterais” da
cadeira.
Sugestão: Orientar o executante a manter, durante todo o movimento de extensão dos joelhos,
a região glútea em contato direto com o banco da Cadeira. Caso haja desconforto na região
dos pés, poderá ser colocado, travesseiros/almofadas nos pedais para maior proteção.
66
5- Pumping One Leg:
Equipamento: Cadeira.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do joelho.
Grupo muscular alvo: Quadríceps.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com o joelho
flexionado e o pé apoiado no pedal da cadeira; o membro inferior
contralateral permanecerá em extensão, sem apoio. As mãos deverão
segurar as “barras laterais” do aparelho, mantendo os membros
superiores em semi-flexão de cotovelo. A coluna deverá ficar ereta,
os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.
67
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará a extensão do joelho (membro inferior que apoia-se
no pedal).
Execução: A extensão do joelho do membro inferior que apoia-se no pedal, deverá ocorrer até
que os pedais toquem a base da cadeira. O membro inferior contralateral permanecerá em
extensão, sem apoio, durante todo o movimento. A coluna deverá ficar sempre ereta, os
glúteos apoiados no banco e as mãos apoiadas nas “barras laterais” do equipamento.
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima permitida pelo
movimento, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizar o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, o joelho será fletido. A posição do
tronco, cabeça e mãos, permaneceram inalteradas durante o movimento. Posteriormente o
mesmo movimento deve ser realizado com o membro inferior contralateral.
Sugestão: Orientar o executante a manter, durante todo o movimento de extensão dos joelhos,
a região glútea em contato direto com o banco da Cadeira e o membro contralateral suspenso.
Caso haja desconforto na região dos pés, poderá ser colocado, travesseiros/almofadas nos
pedais para maior proteção.
68
6- Pump One Leg Front:
Equipamento: Cadeira.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do joelho.
Grupo muscular alvo: Quadríceps.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé, na frente da
Cadeira, com um dos membros inferiores em 90 graus de flexão do
joelho e o pé, apoiado no pedal do equipamento. O outro membro
inferior deverá ficar em extensão, apoiado no solo. Os membros
superiores ficarão em extensão de cotovelo, na altura dos ombros e
sem apoio; a coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados e as
escápulas aduzidas.
69
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, deverá realizar a extensão do joelho, do membro inferior que
apoia-se no pedal.
Execução: A extensão do joelho deverá ocorrer até que o pedal toque a base da cadeira. O
idoso deverá manter a coluna ereta e o membro inferior contralateral ficará estendido, durante
todo movimento, em contato com o solo. Os membros superiores ficarão com os cotovelos em
extensão, na altura dos ombros e sem apoio.
Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima de extensão do joelho,
permitida pelo exercício, inspirar pelo nariz e durante a expiração, retornar à posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, irá flexionar novamente o joelho, até
um ângulo de aproximadamente 90 graus, finalizando o exercício com a coluna e os membros
superiores mantidos sempre na mesma posição.
Sugestão: Orientar o executante a manter os membros superiores a aproximadamente 90° de
flexão do ombro, sem apoio. Caso haja desconforto na região dos pés, poderá ser colocado,
travesseiros/almofadas nos pedais, para maior proteção.
70
7- Achilles Stretch:
Equipamento: Cadeira.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos flexores do tornozelo.
Grupo muscular alvo: Tríceps Sural.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé, em frente à
Cadeira, com um dos membros inferiores em extensão e apoiado no
solo; o membro inferior contralateral, ficará com o joelho em flexão
(apoiado do banco do aparelho) e o antepé apoiado no pedal da
Cadeira. Os membros superiores deverão estar em extensão de
cotovelo e com as mãos, apoiadas no banco do aparelho. A coluna
deverá ficar ligeiramente inclinada, os ombros posteriorizados e as
escápulas aduzidas.
71
Respiração inicial: O idoso Deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura
estabilizadora da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de plantiflexão do
tornozelo.
Execução: Durante o movimento de plantiflexão, o idoso irá manter a postura inicial,
permitindo apenas o movimento da articulação do tornozelo até a sua amplitude máxima.
Respiração final: No momento da amplitude máxima de plantiflexão do tornozelo, o idoso
deverá inspirar pelo nariz e durante a expiração, retornará a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno à posição inicial, irá ocorrer o movimento de dorsiflexão
do tornozelo, finalizando o exercício com o restante do corpo, na mesma postura do início do
exercício.
Sugestão: Orientar o executante, que caso haja desconforto na região dos pés, ou joelho,
poderá ser colocado, travesseiros/almofadas sob os mesmos, para maior proteção.
72
8- Leg Series Supine Lowers:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do quadril e
flexores do joelho.
Grupo muscular alvo: Glúteos e posteriores da coxa.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com os
braços estendidos ao lado do corpo, a coluna ereta, os ombros
posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os joelhos deverão
permanecer estendidos durante todo o movimento e o quadril, deverá
ficar inicialmente em um ângulo de aproximadamente 90 graus de
flexão. As alças de pé estarão encaixadas no mediopé.
73
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, deverá realizar o movimento de extensão do quadril.
Execução: Durante a extensão do quadril, irá aproximar os membros inferiores do banco do
equipamento, consequentemente, a mola que está acoplada ao Cadillac será estendida. Os
joelhos devem permanecer em extensão e as pernas unidas.
Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima de extensão do quadril,
inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno até a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá manter os membros inferiores com
os joelhos sempre em extensão, retornando a angulação do quadril até aproximadamente 90
graus.
Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior ou dor na região lombar,
poderá ser diminuída a amplitude de movimento, durante a posição inicial e final do
exercício, respectivamente.
74
9- Leg Series Supine Circles:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos extensores do quadril e
flexores do joelho.
Grupo muscular alvo: Glúteos e posteriores da coxa.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com os
braços estendidos ao longo do corpo, a coluna ereta, os ombros
posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os joelhos deverão
permanecer estendidos durante todo o movimento e o quadril deverá
ficar em um ângulo aproximado de 90 graus. As alças de pé ficarão
posicionadas na região do mediopé.
75
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de extensão do quadril.
Execução: Durante o movimento de extensão do quadril, ao mesmo tempo é realizado
também, os movimentos de abdução, seguido de uma adução dos membros inferiores
(semicírculos com os membros inferiores). A primeira fase do movimento encerra-se com os
membros inferiores unidos e próximos ao banco do Cadillac, sem que ocorra flexão do joelho.
Respiração final: O idoso no momento da amplitude máxima de extensão do quadril, irá
inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno à posição inicial o idoso deverá realizar uma flexão do
quadril, ao mesmo tempo que realiza uma abdução e adução dos membros inferiores, com os
joelhos estendidos (semicírculo com os membros inferiores). Os joelhos deverão permanecer
em extensão e o quadril realizará uma flexão até um ângulo de aproximadamente 90 graus, na
finalização do movimento.
Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior ou dor na região lombar,
poderá ser orientado a diminuir a amplitude de movimento, durante a posição inicial e final do
exercício, respectivamente.
76
5.3. EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA FLEXORA E EXTENSORA DO TRONCO
10- Sit Up:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do
tronco.
Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com a
cabeça apoiada sobre uma caixa grande (acessório do Pilates) e as
mãos apoiadas na “barra torre” do aparelho, com os cotovelos
estendidos. A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados, as
escápulas aduzidas, os joelhos deverão permanecer flexionados e os
pés apoiados no banco do Cadillac.
77
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco.
Execução: Durante a flexão do tronco, irá mobilizar toda a coluna, desde a cervical até a
lombar, mantendo o apoio das mãos na “barra torre”, buscando ficar com apoio na região do
sacro.
Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima do movimento de flexão
do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração, retornará à posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o idoso irá mobilizar a coluna,
encaixando cada vértebra por vez no aparelho, começando pelo encaixe das vértebras
lombares e finalizando com as vértebras cervicais.
Sugestão: Para executantes com fraqueza na região abdominal, poderão ser colocadas molas
de intensidade forte, afixadas na barra superior do aparelho e na “barra torre” do Cadillac. Em
casos de dor na coluna lombar, poderá ser colocado um travesseiro nesta região.
78
11- Sit Up One Leg:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do
tronco.
Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com a
cabeça apoiada sobre uma caixa grande (acessório do Pilates), as
mãos apoiadas na “barra torre” do aparelho e os cotovelos estendidos.
A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados, as escápulas
aduzidas, os joelhos deverão permanecer flexionados e os pés
apoiados no banco do Cadillac.
79
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco, com elevação de
uma das pernas.
Execução: O idoso deverá mobilizar a coluna desde a cervical até a lombar, mantendo o apoio
das mãos na “barra torre” e os cotovelos estendidos, buscando ficar com apoio na região do
sacro. Ao mesmo tempo que realiza a flexão do tronco, o joelho de um dos membros
inferiores é estendido, ficando sem apoio. No final da flexão do tronco, a coluna deverá ficar
ereta e os membros superiores próximos à altura das orelhas.
Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima do movimento de flexão
do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizar o retorno a posição inicial em
decúbito dorsal.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o idoso irá mobilizar a coluna, das
vertebras lombares às cervicais, até que a cabeça apoie no aparelho. Ao mesmo tempo em que
retorna o tronco, o membro inferior que encontrava-se com o joelho estendido será fletido, até
que o pé toque o banco.
Sugestão: Para executantes com fraqueza na região abdominal, poderão ser colocadas molas
de intensidade forte, afixadas na barra superior do aparelho e na “barra torre”, para auxiliarem
no movimento. Em casos de dor lombar, poderá ser colocado um travesseiro nesta região,
visando proteger e diminuir a pressão sobre a mesma.
80
12- The Hundred:
Equipamento: Cadillac Trapézio.
Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do tronco.
Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com
os braços estendidos e as mãos apoiadas nas alças, que estarão
acopladas nas molas, e estas, diretamente nas barras laterais do
Cadillac. A coluna deverá estar ereta, os ombros posteriorizados, as
escápulas aduzidas; o quadril e os joelhos deverão permanecer
flexionados em um ângulo de aproximadamente 90 graus.
81
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz, contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco, extensão do
quadril e joelhos.
Execução: Durante a flexão de tronco, o idoso deverá buscar desencostar as escápulas do
banco, mantendo o apoio das mãos nas alças do aparelho e os cotovelos estendidos (o ombro
realizará extensão até que fique próximo ao banco do equipamento); ficará em parte com
apoio da coluna torácica e com total apoio da coluna lombar. Ao mesmo tempo em que ocorre
a flexão do tronco e extensão do ombro, os membros inferiores realizarão uma extensão de
joelho e quadril, de forma que estes fiquem a aproximadamente 45 graus, em relação ao banco
do Cadillac.
Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima do movimento de flexão
do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o idoso irá apoiar as escápulas e a
cabeça no banco, flexionando ao mesmo tempo os joelhos e o quadril até um ângulo
aproximado de 90 graus. O ombro será flexionado até a posição inicial.
Sugestão: Para idosos com fraqueza na região abdominal, o exercício poderá ser executado
sem a utilização das molas, ou seja, apenas com o peso do próprio corpo. Em casos de dor
lombar, poderá ser colocado um travesseiro nesta região, para proteger e diminuir a pressão
sobre a mesma.
82
13- Trunk Up:
Equipamento: Cadillac Trapézio
Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do tronco.
Grupo muscular alvo: Reto do Abdômen e oblíquos.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal, com os
cotovelos estendidos e as mãos apoiadas na barra de madeira do
equipamento, que estará acoplada nas molas e estas, diretamente nas
barras laterais do Cadillac. A coluna deverá estar ereta, os ombros
posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os joelhos deverão
permanecer flexionados e os pés apoiados no banco do aparelho.
83
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de flexão do tronco.
Execução: Durante o movimento de flexão do tronco, o idoso deverá desencostar a cabeça e
as escápulas do banco, mantendo o apoio das mãos na barra do aparelho, ficando em parte,
com apoio da coluna torácica e com total apoio da região lombar. Os membros inferiores
permanecerão em flexão de joelhos, com os pés apoiados no banco do aparelho. Os cotovelos
permanecerão estendidos o tempo todo. Ao mesmo tempo que o tronco realiza a flexão, os
ombros executam uma extensão, de forma que a barra se aproxime do quadril.
Respiração final: O idoso deverá no momento da amplitude máxima de flexão do tronco,
inspirar pelo nariz e durante a expiração realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá apoiar as escápulas e a cabeça no
aparelho, mantendo os joelhos flexionados e pés apoiados no banco do Cadillac. Os ombros
realizarão uma flexão até a posição inicial.
Sugestão: Para executantes com fraqueza na região abdominal, poderão ser colocadas molas
de intensidade fraca (azuis). E em casos de dor lombar, poderá ser colocado um travesseiro
nesta região da coluna, para proteger e diminuir a pressão sobre a mesma.
84
14- Body Extension:
Equipamento: Cadillac Trapézio
Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura extensora do
tronco.
Grupo muscular alvo: Eretores da coluna.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito ventral, com
os cotovelos flexionados no banco e as mãos apoiadas na “barra torre”
do equipamento. A coluna deverá ficar ereta, os ombros
posteriorizados e as escápulas aduzidas. Os membros inferiores
deverão permanecer estendidos e a ponta dos pés apoiados no banco do
Cadillac.
85
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará o movimento de extensão do tronco.
Execução: Durante a extensão de tronco irá desencostar a cabeça e a região peitoral do banco,
mantendo o apoio das mãos na “barra torre” do aparelho, estendendo os cotovelos e deixando
os braços próximos à altura das orelhas. Os membros inferiores não se movimentarão.
Respiração inicial: O idoso deverá no momento da extensão máxima do tronco, inspirar pelo
nariz e durante a expiração, retornará a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá flexionar os cotovelos abaixando o
tronco, até que a região peitoral e posteriormente o rosto encoste no equipamento.
Sugestão: Para executantes com fraqueza na região paravertebral, poderá ser colocado molas
de intensidade forte, afixadas na barra superior do aparelho e na “barra torre”, para auxiliarem
na realização do movimento.
86
5.4. EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DOS MEMBROS SUPERIORES (MMSS)
15- Arms Pulling:
Equipamento: Reformer Universal.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos adutores das escápulas.
Grupo muscular alvo: Rombóides, grande dorsal e trapézio.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos
flexionados em cima da prancha de madeira do Reformer (posição de
“índio”). Os membros superiores ficarão com os cotovelos em
extensão, próximos à altura dos ombros, as mãos deverão ficar com
as palmas para baixo, segurando a alça do aparelho. A coluna deverá
ficar ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.
87
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará uma flexão dos cotovelos.
Execução: A adução das escápulas será realizada até que os cotovelos formem um ângulo de
aproximadamente 90 graus, mantendo-se as mãos e os cotovelos elevados, próximo à altura
dos ombros.
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima do movimento, inspirar
pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição final irá estender os cotovelos novamente,
finalizando o exercício com a coluna ereta e os membros superiores próximos à altura dos
ombros.
Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior, ou dos músculos adutores
dos membros inferiores, poderá ser colocada uma caixa pequena (acessório do Pilates), em
cima do Reformer, para que o executante sente sobre ela, favorecendo assim, o alinhamento
da coluna.
88
16- Arms Bíceps:
Equipamento: Reformer Universal
Descrição: Exercício de fortalecimento da musculatura flexora do cotovelo e do ombro.
Grupo muscular alvo: Bíceps Braquial e deltóide.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer sentado, com os joelhos
flexionados em cima da prancha de madeira do Reformer (posição de
“índio”). Os braços deverão ficar em extensão, próximos à altura dos
ombros, com as palmas da mão voltadas para cima, segurando a alça
do aparelho. A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados e
as escápulas aduzidas.
89
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará uma flexão do cotovelo.
Execução: Durante a flexão de cotovelo, o idoso irá manter os membros superiores altos
(próximos à altura dos ombros), enquanto aproxima as mãos da cabeça, buscando não
movimentar os cotovelos durante o exercício.
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de flexão do cotovelo,
inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, irá realizar uma extensão dos cotovelos,
finalizando o exercício com a coluna ereta e os braços estendidos na altura dos ombros.
Sugestão: Para executantes com encurtamento da cadeia posterior, ou dos músculos adutores
dos membros inferiores, poderá ser colocado uma caixa pequena (acessório do Pilates), em
cima do Reformer, para que o executante sente sobre ela, favorecendo assim, o alinhamento
da coluna.
90
17- Arms Triceps:
Equipamento: Reformer Universal.
Descrição: Exercício de fortalecimento dos músculos extensores do cotovelo.
Grupo muscular alvo: Tríceps Braquial.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em decúbito dorsal sobre
o banco do Reformer, com os joelhos e o quadril flexionados a 90
graus. Os braços ficarão paralelos ao corpo, com os cotovelos em
flexão (90 graus) e apoiados sobre o equipamento. As mãos deverão
segurar a alça do aparelho, a coluna deverá ficar ereta, os ombros
posteriorizados, as escápulas aduzidas.
91
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará uma extensão dos cotovelos.
Execução: Durante a extensão dos cotovelos, deverá levar as mãos próximas à altura dos
quadris, mantendo estes em 90 graus de flexão, assim como a articulação do joelho.
Respiração final: O idoso, no momento da amplitude máxima de extensão do cotovelo, deverá
inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá realizar uma flexão dos cotovelos,
finalizando o exercício com a coluna sempre ereta e os cotovelos em aproximadamente 90
graus, não alterando o posicionamento de quadril e joelhos em nenhum momento.
Sugestão: Caso o executante sinta desconforto na região lombar, poderá ser orientado a
aproximar os joelhos do tronco, aumentando o apoio desta região, possibilitando a diminuição
do incomodo.
92
5.5. EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTOS FINAIS
18- Front Splits:
Equipamento: Reformer Universal.
Descrição: Exercício de alongamento dos flexores do quadril.
Grupo muscular alvo: Iliopsoas.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé ao lado do
aparelho, com o joelho apoiado sobre a prancha de madeira, e o pé
apoiado no encosto de ombro; o membro inferior contralateral ficará
com apoio no solo, em extensão de joelho. Os braços deverão ficar
com os cotovelos em extensão, com as mãos apoiadas na barra do
equipamento. A coluna deverá ficar ereta, os ombros posteriorizados
e as escápulas aduzidas.
93
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará a extensão máxima do quadril, do membro inferior
que está sobre o aparelho.
Execução: Durante a extensão do quadril, o idoso irá realizar com o membro inferior
contralateral, uma flexão do joelho, ao mesmo tempo em que ocorre o deslizamento da
prancha de madeira. Os cotovelos permanecerão em extensão, com apoio das mãos na barra
do equipamento. A coluna ficará sempre ereta.
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de extensão do quadril,
inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá flexionar novamente o quadril da
perna que está sobre o equipamento. O joelho do membro contralateral (cujo pé está apoiado
no chão) será estendido.
Sugestão: Para maior proteção da articulação do joelho, do membro que fica sobre o aparelho,
poderá ser colocado um travesseiro/almofada, entre o banco do equipamento e o joelho do
executante.
94
19- Stretching the Chain Posterior:
Equipamento: Reformer Universal.
Descrição: Exercício de alongamento da cadeia posterior.
Grupo muscular alvo: Posteriores da coxa.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé na frente do
aparelho, com os joelhos em extensão e os pés apoiados no solo. Os
braços ficarão em extensão e as mãos, deverão apoiar a prancha de
madeira do equipamento. A coluna deverá ficar em flexão, os ombros
posteriorizados e as escápulas aduzidas.
95
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, realizará a flexão máxima do tronco.
Execução: Durante a flexão do tronco irá empurrar a prancha móvel do aparelho com as
mãos, mantendo os membros superiores com os cotovelos estendidos, assim como, os
membros inferiores com os joelhos em extensão. A região do quadril deverá permanecer
imóvel durante todo movimento.
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima de flexão do tronco,
inspirar pelo nariz e durante a expiração, realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial irá finalizar o exercício com a coluna
ainda flexionada, porém, sem que haja tensão da musculatura posterior da coxa, mantendo os
cotovelos e joelhos em extensão.
Sugestão: Para um melhor alongamento da cadeia posterior, o executante poderá ser orientado
a posicionar as orelhas entre os braços, durante a fase final do exercício, o que auxiliaria o
alongamento também da coluna cervical e consequentemente, um alongamento mais intenso
de toda cadeia posterior.
96
20- Stretch Back and Forward:
Equipamento: Ladder Barrel.
Descrição: Exercício de alongamento da cadeia anterior e posterior.
Grupo muscular alvo: Flexores do tronco, peitoral e posteriores da
coxa.
Posição inicial: O idoso deverá permanecer em pé, apoiando a região
dos glúteos no estofado do equipamento, os joelhos deverão estar em
extensão e os pés apoiados no solo. Os braços deverão ficar em
extensão, na altura dos ombros aproximadamente, com as mãos
segurando o bastão de madeira do aparelho. A coluna deverá ficar
ereta, os ombros posteriorizados e as escápulas aduzidas.
97
Respiração inicial: O idoso deverá inspirar pelo nariz contraindo a musculatura estabilizadora
da coluna e durante a expiração, irá realizar uma mobilização da coluna em extensão.
Execução: Durante a mobilização da coluna em extensão, o executante irá apoiar
primeiramente a região lombar no equipamento, finalizando com o apoio da região cervical,
alongando a musculatura da cadeia anterior do corpo. Durante a mobilização, os membros
inferiores realizarão uma semi-flexão de joelhos, para melhor apoio da coluna no
equipamento. O idoso deverá no momento de maior amplitude, inspirar e durante a expiração,
retornar a posição inicial, mobilizando a coluna desde a cervical até a lombar.
No segundo movimento, deverá inspirar e na expiração, mobilizar a coluna desde a cervical
até a lombar, realizando o movimento de flexão da coluna, tentando aproximar o bastão do
solo. Os joelhos deverão ficar em extensão nessa segunda fase do exercício.
98
Respiração final: O idoso deverá, no momento da amplitude máxima
de flexão do tronco, inspirar pelo nariz e durante a expiração,
realizará o retorno a posição inicial.
Movimento final: Durante o retorno a posição inicial, o executante irá
estender a coluna novamente, mobilizando desde a lombar até a
cervical, finalizando o exercício com a coluna ereta, mantendo os
braços sempre estendidos, até que a mão se aproxime da altura dos
ombros.
Sugestão: Para maior segurança do executante, o equipamento
Ladder Barrel poderá ser apoiado em uma parede, para que este, não
se movimente durante a execução do exercício.
99
6. PRINCIPAIS RESULTADOS DE INTERVENÇÕES COM O MÉTODO PILATES EM IDOSOS
Na sequência (tabelas 5 e 6) serão apresentados estudos recentes, de forma a ilustrar
algumas evidências sobre a aplicação do método Pilates na população idosa. A sequência está
organizada com a apresentação dos autores, características dos sujeitos, frequência e tempo de
prática, avaliações que foram realizadas e os resultados significativos encontrados pelos
autores.
Tabela 5. Resumos de ensaios clínicos que utilizaram o Pilates na população idosa
Autores n° de sujeitos; sexo; idade;
grupo
Frequência e tempo
Protocolo de Avaliação
Conclusões
Rodrigues et al.26
52 mulheres; média de 66 anos; Grupo 1 - Pilates em equipamentos e bola. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.
Intervenção de 60 minutos, 2x por semana, durante 8 semanas.
Caminhada de 10m; sentar e levantar da cadeira 5x; levantar da cadeira e circundar um cone; levantar da posição de decúbito ventral; vestir e tirar uma camiseta; teste de Tinetti.
Os resultados foram significativos apenas no grupo que realizou Pilates, para os testes de: caminhada de 10 metros, Levantar da posição de decúbito ventral e no teste de Tinetti.
Fourie et al.39
50 mulheres; média de 65 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.
Intervenção de 60 minutos, 3x por semana, durante 8 semanas.
Flexões de cotovelo em 30 seg. com halter (2,5Kg); sentar e levantar de uma cadeira em 30 seg.; sentar e levantar de uma cadeira até a fadiga.
Os resultados foram significativos em todos os testes apenas no grupo que realizou Pilates.
100
Tabela 5. Continuação
Autores n° de sujeitos; sexo; idade;
grupo
Frequência e tempo
Protocolo de Avaliação
Conclusões
Gildenhuys et al.40
50 mulheres; média de 65 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.
Intervenção de 60 minutos, 3x por semana, durante 8 semanas.
Sentar e levantar da cadeira 5x; levantar da cadeira e circundar o cone; levantar-se da posição sentada; colocar um peso de 5Kg sobre a mesa; caminhada de 6 min.
No grupo Pilates não houve resultados para: caminhada de 6 min.; No grupo controle houve resultado para: levantar da cadeira e circundar um cone; colocar um peso de 5Kg sobre a mesa.
Irez et al.27 60 mulheres; média de 75 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - não realizou nenhuma atividade.
Intervenção de 60 minutos, 3x por semana, durante 12 semanas.
Equilíbrio dinâmico na plataforma de medição; sentar e alcançar; tempo de reação; força em flexão, adução e abdução do quadril; nº de quedas.
Os resultados foram significativos em todos os testes apenas no grupo que realizou Pilates.
Plachy, Kovách e Bognár41
42 mulheres; média de 75 anos; Grupo 1 - Pilates solo. Grupo 2 - Pilates solo e hidroginástica. Grupo 3 - não realizou nenhuma atividade.
Intervenção de 60 minutos, 3x na semana, durante 24 semanas.
Caminhada de 6 min.; sentar e levantar de uma cadeira em 30 seg.; amplitude de movimento em flexão do ombro, quadril, coluna lombar, tóraco-lombar e lateral do tronco
Os resultados foram significativos em todos os testes para os grupos intervenções 1 e 2.
101
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse livro poderá auxiliar os profissionais da área do exercício físico, como aqueles
graduados em Educação Física e Fisioterapia, tendo como intuito a melhora na qualidade dos
serviços, quanto à intervenção com o método Pilates na população idosa. O mesmo estabelece
referencial teórico sólido, baseado em pesquisas recentes com o método, envolvendo questões
relativas ao envelhecimento e como o Pilates pode contribuir com variáveis referentes aos
aspectos físicos e funcionais de idosos.
O controle da intensidade da carga foi neste material estabelecido, uma vez que é
fundamental para que aja maior chance de sucesso nas intervenções, além de possibilitar
resultados em menor tempo, diminuindo ainda o risco de lesões. Os exercícios sugeridos são
capazes de promover força, equilíbrio e flexibilidade a terceira idade e estão detalhados passo
a passo. Os mesmos foram selecionados com base em pesquisas com o método e na
experiência prática de uma das autoras, tanto com relação a intervenções clínicas, quanto
ministrando cursos do método Pilates.
Espera-se que novos estudos possam surgir, de forma a contribuir com a literatura
referente ao método Pilates, que atualmente ainda é escassa. Especificamente em relação a
técnica, direcionada a população idosa, a situação é ainda mais crítica. Uma vez que o
envelhecimento populacional é uma realidade, sugere-se a realização de outros estudos, que
possam contribuir com a temática apresentada no presente livro.
102
REFERÊNCIAS
1. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diminui a proporção de jovens e aumenta a de idosos. IBGE: Brasil. 2010; Disponível em: <www.ibge.gov.br> [2014 mar 23]. 2. OMS. Organización Mundial de la Salud. El envejecimiento de la población. OMS: 2012; Disponível em: <http://www.who.int> [2014 abr 01]. 3. Kemmler W, Von Stengel S, Bebenek M, Engelke K, Hentschke C, Kalender WA. Exercise and fractures in postmenopausal women: 12-year results of the Erlangen Fitness and Osteoporosis Prevention Study (EFOPS). Osteop Inter. 2012; 23(4):1267-76. 4. Hosseini SS, Asl AK, Rostamkhany H. The effect of strength and core stabilization training on physical fitness factors among elderly people. World Appl Sci J. 2012;16(4):479-84. 5. Appell IPC, Pérez VR, Nascimento MM, Coriolano HJA. The Pilates method to improve body balance in the elderly. Arch Exerc Health Dis. 2012;3(3):188-93. 6. Newell D, Shead V, Sloane L. Changes in gait and balance parameters in elderly subjects attending as 8 week supervised Pilates programme. J Bodywork Mov Ther. 2012;16(4):549-54. 7. Luz MA, Costa LOP, Fuhro FF, Manzoni ACT, Oliveira NTB, Cabral CMN. Effectiveness of mat Pilates or equipment-based Pilates in patients with chronic non-specific low back pain: a protocol of a randomised controlled Trial. BMC Musc Dis. 2013;9(1):14-6. 8. Rodrigues BGS, Cader AS, Torres NVOB, Oliveira EM, Dantas EHM. Autonomia funcional de idosas praticantes de Pilates. Fisioter Pesqui. 2010;17(4):300-5. 9. Farooqui T, Farooqui AA. Aging: An important factor for the pathogenesis of neurodegenerative diseases. Mechanisms Ageing Devel. 2009;130(1): 203–15. 10. Irvine AB, Gelatt V, Seeley JR, Macfarlane P, Gau JM. Web-based Intervention to Promote Physical Activity by Sedentary Older Adults: Randomized Controlled Trial. J Med Internet Res. 2013;15(2):1-15. 11. Hilde L; Torstveit M. K; Anderssen S. A. Traditional versus functional strength training: effects on muscle strength and power in the elderly. J Aging Phys Act. 2013;21(1):51-70. 12. Stewart V. H; Saunders D. H; Greig C. A. Responsiveness of muscle size and strength to physical training in very elderly people: A systematic review. Scand J Med Sci Sports. 2013;24. 13. Solberg P. A; Kvammeb N. H; Raastad T; Ommundsena Y; Tomtenb S. E; Halvaria H, Lolandc NW, Hallénb J. Effects of different types of exercise on muscle mass, strength, function and well-being in elderly. Eur J Sport Sci. 2013;13(1):112-25.
103
14. Regterschot G. R; Folkersma M; Zhang W; Baldus H; Stevens M; Zijlstra W. Sensitivity of sensor-based sit-to-stand peak power to the effects of training leg strength, leg power and balance in older adults. Gait Posture. 2014;39(1):303-7. 15. Hasselgren L; Olsson L. L; Nyberg L. Is leg muscle strength correlated with functional balance and mobility among inpatients in geriatric rehabilitation? Arch Gerontol Geriatr. 2011;52(3):220-5. 16. Pérez V. S. C; Haas A. N; Wolff S. S. Analysis of activities in the daily lives of older adults exposed to the Pilates Method. J Bodywork Mov Ther. 2013;17. 17. Panelli C, De Marco A. Método Pilates de condicionamento do corpo: um programa para toda a vida. 2 ed. São Paulo: Phorte Editora; 2009. 18. Gallagher SP, Kryzanowska R. The Pilates method of body conditioning. Philadelphia: Bain Bridge Books; 2000. 19. Di Lorenzo CE. Pilates: what is it? Should it be used in rehabilitation? Sports Health. 2011;3(4):352-61. 20. Reis LA, Mascarenhas CHM, Lyra JE. Avaliação da qualidade de vida em idosos praticantes e não praticantes do método Pilates. Ciênc Des. 2011;4(1):38-51. 21. Lojudice LR. Quedas de idosos institucionalizados: ocorrências e fatores associados. Rev Bras Geriatria Gerontol. 2010;13(3):403-12. 22. Carvalho JAM, Marega M. Manual de atividade física para prevenção de doenças. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012. 23. De Andrea S, Lucenteforte E, Bravi F, Foschi R, La Vecchia C, Negri E. Risk Factors for Falls in Community-dwelling Older People: A Systematic Review and Meta-analysis. Epidemiology. 2010;21(1):658-68. 24. Martins RM, Dascal JB, Marques I. Equilíbrio postural em idosos praticantes de hidroginástica e karatê. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2013;16(1):61-9. 25. Rodrigues BGS, Cader AS, Torres NVOB, Oliveira EM, Dantas EHM. Pilates method in personal autonomy, static balance and quality of life of elderly females. J Bodyw Mov Ther. 2010;14(2):195-202. 26. Irez GB, Ozdemir RA, Evin R, Irez SG, Korkusuz F. Integrating pilates exercise into an exercise program for 65+ year-old women to reduce falls. J Sports Sci Med. 2011;10(1):105-11. 27. Luz LGO, Maranhão Neto GA, Farinatti PTV. Validade do questionário de prontidão para a atividade física (PAR-Q) em idosos. Rev Bras Cine Des Hum. 2007;9(4):366-71. 28. Guralnik M, Simonsick EM, Ferrucci L, Glynn RJ, Berkman LF, Blazer DG, et al. A short physical performance battery assessing lower-extremity function: association with self-
104
reported disability and prediction of mortality and nursing home admission. J Gerontol. 1994;49(2):85-94. 29. Rikli R, Jones CJ. Senior Fitness Manual. Champaign, IL:Human Kinetics. 2001. 30. Tiedemann A, Shimada H, Sherrington C, Murray S, Lord S. The comparative ability of eight functional mobility tests for predicting falls in community-dwelling older people. J Age Ageing. 2008;37(4):430-35. 31. Podsiadlo D; Richardson S. The Timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39(2):142-8. 32. Berg K. O; Norman K. E. Functional assessment of balance and gait. Clin Geriatr Med. 1996;12(4):705-23. 33. Osness W, Adrian M, Clark B, Hoeger W, Raab D, Wiswell R. avaliação da aptidão funcional para adultos com mais de 60 anos. Aliança Americana para Saúde, Educação Física, Recreação e Dança. Reston; 1990. 34. Spilã S, Multanen J, Kallinen M, Era P, Suominen H. Effects of strength and endurance training on isometric muscle strength and walking speed in elderly women. Acta Physiol Scand. 1996;156:457-64. 35. Greene LS, Willians HG, Macera CA, Carter JS. Identificar as dimensões da capacidade funcional física (motor) em idosos saudáveis. J Saúde do Idoso. 1993, 5 (2):163-78. 36. Wells KF, Dillon E. The sit and reach: a test of bank and leg flexibility. Res Q Exerc Sport. 1952;23(1):115-8. 37. Achour A. J. Avaliando a flexibilidade: flexímeter. Londrina: Midiograf, 1997. 38. Borg GAV. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc. 1982;14(5):377-81.
39. Fourie M, Gildenhuys GM, Shaw I, Shaw BS, Toriola AL, Goon DT. Effects of a mat Pilates programme on muscular strength and endurance in elderly women. Afr J Phys Health Education Recreation Dance. 2012;18(2):299-307.
40. Gildenhuys GM, Fourie M, Shaw I, Shaw BS, Toriola AL, Witthuhn J. Evaluation of Pilates training on agility, functional mobility and cardiorespiratory fitness in elderly women. Afr J Phys Health Education Recreation Dance. 2013;19(2):505-12.
41. Plachy JK, Kovách MV, Bognár J. Improving flexibility and endurance of elderly women through a six-month training programme. Hum Mov. 2012;13(1):p.22-7.
105
REFERÊNCIAS DO RELATÓRIO TÉCNICO
1. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diminui a proporção de
jovens e aumenta a de idosos. IBGE: Brasil. 2010; Disponível em:
<www.ibge.gov.br> [2014 mar 23].
2. Gomes I, Nogueira EL, Engroff P, Ely LS, Schwanke CHA, Carli GAD, Resende
TL. The multidimensional study of the elderly in the Family health strategy in Porto
Alegre, Brazil (EMI - SUS). Pan Am J Aging Res. 2013;1(1):20-24.
3. Irvine AB, Gelatt V, Seeley JR, Macfarlane P, Gau JM. Web-based Intervention to
Promote Physical Activity by Sedentary Older Adults: Randomized Controlled Trial. J
Med Internet Res. 2013;15(2):1-15.
4. Newell D, Shead V, Sloane L. Changes in gait and balance parameters in elderly
subjects attending as 8 week supervised Pilates programme. J Bodywork Mov Ther.
2012;16(4):549-54.
5. Luz MA, Costa LOP, Fuhro FF, Manzoni ACT, Oliveira NTB, Cabral CMN.
Effectiveness of mat Pilates or equipment-based Pilates in patients with chronic non-
specific low back pain:a protocolo a randomised controlled Trial. BMC Musc Dis.
2013;9(1):14-6.
6. Rodrigues BGS, Cader AS, Torres NVOB, Oliveira EM, Dantas EHM. Autonomia
funcional de idosas praticantes de Pilates. Fisioter Pesqui. 2010;17(4):300-5.
7. Farooqui T, Farooqui AA. Aging: An important factor for the pathogenesis of
neurodegenerative diseases. Mechanisms Ageing Devel. 2009;130(1):203–15.
8. Kemmler W, Von SS, Bebenek M, Engelke K, Hentschke C, Kalender WA.
Exercise and fractures in postmenopausal women: 12-year results of the Erlangen
Fitness and Osteoporosis Prevention Study (EFOPS). Osteop Inter. 2012;
23(4):1267-76.
106
9. Kwon YH, Choi YW, Nam SH, Lee MH. The Influence of Time of Day on Static and
Dynamic Postural Control in Normal Adults. J Phys Ther Sci. 2014; 26(3):409-12.
10. Forte R, Boreham CA, De Vito G, Ditroilo M, Pesce C. Measures of static postural
control moderate the association of strength and power with functional dynamic
balance. Aging Clin Exp Res. 2014; 1-9.
11. Barros CC, Caldas CP, Batista LA. Influência do treinamento da potência
muscular sobre a capacidade de execução de tarefas motoras em mulheres
idosas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2013; 16(3): 603-13.
12. American College of Sports Medicine Position Stand. Exercise and physical
activity for older adults. Med Sci Sports Exerc. 1998; 30:992-1008.
13. Han MJ, Yuk GC, Hwangbo G, Suh SR, kim SG. Acute Effects of 5 Min of Plantar
Flexor Static Stretching on Balance and Gait in the Elderly. J Phys Ther Sci.
2014;26:131-33.
14. Seco J, Abecia LC, Echevarría E, Barbero I, Torres-Unda, Rodriguez V, Calvo JI.
A long-term physical activity training program increases strength and flexibility, and
improves balance in older adults. Rehabil Nurs. 2013; 38(1):37-47.
15. Sławińska T, Posłuszny P, Rożek K. The relationship between physical fitness
and quality of life in adults and the elderly. Hum Mov. 2013;14(3):200-04.
16. Botero JP, Shiguemoto GE, Prestes J, Marin CT, Prado WL, Pontes CS, Guerra
RL, Ferreia FC, Baldissera V, Perez SE. Effects of long-term periodized resistance
training on body composition, leptin, resistin and muscle strength in elderly post-
menopausal women. J Sports Med Phys Fitness. 2013;53(3):289-94.
17. Hilde L, Torstveit MK, Anderssen SA. Traditional versus functional strength
training: effects on muscle strength and power in the elderly. J Aging Phys Act.
2013;21(1):51-70.
107
18. Stewart VH, Saunders DH, Greig CA. Responsiveness of muscle size and
strength to physical training in very elderly people: A systematic review. Scand J Med
Sci Sports. 2013;24.
19. Solberg PA, Kvammeb NH, Raastad T, Ommundsena Y, Tomtenb SE, Halvaria
H, Lolandc NW, Hallénb J. Effects of different types of exercise on muscle mass,
strength, function and well-being in elderly. Eur J Sport Sci. 2013;13(1):112-25.
20. Regterschot GR, Folkersma M, Zhang W, Baldus H, Stevens M, Zijlstra W.
Sensitivity of sensor-based sit-to-stand peak power to the effects of training leg
strength, leg power and balance in older adults. Gait Posture. 2014;39(1):303-7.
21. Hasselgren L, Olsson LL, Nyberg L. Is leg muscle strength correlated with
functional balance and mobility among inpatients in geriatric rehabilitation? Arch
Gerontol Geriatr. 2011;52(3):220-5.
22. Lee CW, Cho GH. Effect of stationary cycle exercise on gait and balance of
elderly women. J Phys Ther Sci. 2014;26(3):431-3.
23. Shin SS, An DH. The Effect of Motor Dual-task Balance Training on Balance and
Gait of Elderly Women. J Phys Ther Sci. 2014;26(3):359-61.
24. Lee IH, Park SY. Balance improvement by strength training for the elderly. J Phys
Ther Sci. 2013 Dec;25(12):1591-3.
25. Zhuang J, Huang L, Wu Y, Zhang Y. The effectiveness of a combined exercise
intervention on physical fitness factors related to falls in community-dwelling older
adults. Clin Interv Aging. 2014;9:131-40.
26. Hariprasad VR, Sivakumar PT, Koparde V, Varambally S, Thirthalli J, Varghese
M, Basavaraddi IV, Gangadhar BN. Effects of yoga intervention on sleep and quality-
of-life in elderly: A randomized controlled trial. Indian J Psychiatry. 2013; 55(3):364-
68.
108
27. Pérez VSC, Haas AN, Wolff SS. Analysis of activities in the daily lives of older
adults exposed to the Pilates Method. J Bodywork Mov Ther. 2013;17.
28. Panelli C, De Marco A. Método Pilates de condicionamento do corpo: um
programa para toda a vida. 2ª ed. São Paulo: Phorte Editora; 2009.
29. Gallagher S, Kryzanowska R. The Pilates method of body conditioning.
Philadelphia: Bain Bridge Books; 1999.
30. Pilates JH. Your health. New York: Presentation Dynamics; 1998.
31. Pilates JH, MILLER WJ. Return to life trough contrology. New York: Presentation
Dynamics; 1998.
32. Pilates JH. The complete writings of Joseph H. Pilates: Return to life through
contrology and your health. In: Sean P, Gallagher PT, Kryzanowska R, editors.
Philadelphia: Bain Bridge Books; 2000.
33. Di Lorenzo CE. Pilates: what is it? Should it be used in rehabilitation? Sports
Health. 2011;3(4):352-61.
34. Bertolla F, Baron B M, Leal Junior ECP, Oltramar JD. Efeito de um programa de
treinamento utilizando o método Pilates® na flexibilidade de atletas juvenis de futsal.
Rev Bras Med Esporte. 2007;13(4):198-202.
35. Trevisol FC, Silva F. Aula inicial de pilates promove efeito agudo na flexibilidade
da musculatura isquiotibial. Rev Bras Presc Fisiol Exer. 2009;3(14):161-70.
109
36. Rodrigues BGS, Cader SA, Torres NVOB, Oliveira EM, Dantas EHM. Pilates
method in personal autonomy, static balance and quality of life of elderly females.
Bodywork Mov Ther. 2010;14:195-202.
37. Bird M, Caiu J. Pilates Exercise Has Positive Long Term Effects on the Aged-
Related Decline in Balance and Strength in Older, Community Dwelling Men and
Women. J Aging Phys Act. 2013.
38. Irez GB, Ozdemir RA, Evin R, Irez SG, Korkusuz F. Integrating Pilates exercise
into an exercise program for 65+ year-old women to reduce falls. J Sports Sci Med.
2011;10(1):105-11.
39. Appell IPC, Pérez VR, Nascimento MM, Coriolano HJA. The Pilates method to
improve body balance in the elderly. Arch Exerc Health Dis. 2012;3(3):188-93.
40. Fourie M, Gildenhuys GM, Shaw I, Shaw BS, Toriola AL, Goon DT. Effects of a
mat Pilates programme on muscular strength and endurance in elderly women. Afr J
Phys Health Education Recreation Dance. 2012;18(2):299-307.
41. Gildenhuys GM, Fourie M, Shaw I, Shaw BS, Toriola AL, Witthuhn J. Evaluation
of Pilates training on agility, functional mobility and cardiorespiratory fitness in elderly
women. Afr J Phys Health Education Recreation Dance. 2013;19(2):505-12.
42. Plachy JK, Kovách MV, Bognár J. Improving flexibility and endurance of elderly
women through a six-month training programme. Hum Mov. 2012;13(1):p.22-7.
43. Borg GAV. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc.
1982;14(5):377-81.
110
APÊNDICE A – Trabalho Apresentado em Evento Científico
ANÁLISE DA FORÇA ISOCINÉTICA DE IDOSAS APÓS 12 SEMANAS DE INTERVENÇÃO DO MÉTODO PILATES Laís Campos de OLIVEIRA, Deise Aparecida de Almeida PIRES-OLIVEIRA Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, Londrina, Paraná, Brasil. [email protected] Introdução: Idosos apresentam declínios típicos devido ao processo natural de envelhecimento, como por exemplo, diminuição da força muscular. Uma das formas para atenuar este problema, é a prática regular de exercícios físicos. O método Pilates é uma possibilidade de exercício, que necessita ser melhor investigada, principalmente para algumas variáveis, como na força muscular de membros inferiores. Objetivos: Verificar a força isocinética dos extensores e flexores do joelho, em idosas saudáveis submetidas a 12 semanas de treinamento de Pilates. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa experimental, com 32 idosas, subdivididas aleatoriamente em grupo experimental (GE, 63,6±1,02 anos) e controle (GC, 64,2±0,80 anos). As avaliações ocorreram pré e pós-intervenção. Um dinamômetro isocinético (Biodex System 4.0) foi utilizado na velocidade de 60 graus por segundo (60°/s), para o membro inferior dominante, nos movimentos de extensão e flexão do joelho (concêntrico/concêntrico), considerando-se o pico de torque (Nm). Para as intervenções no GE foram selecionados 20 exercícios de Pilates em equipamentos, envolvendo os principais segmentos corporais, todos com uma série de 10 repetições. O GC realizou 20 exercícios de alongamento estático, para os principais grupos musculares do corpo, em três séries de 20 segundos. Ambos os grupos realizaram 12 semanas de intervenção, duas vezes por semana, com 60 minutos de duração cada sessão. Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro Wilk, seguido da análise de variância para medidas repetidas (ANOVA two way) (p<0,05). Resultados: Os grupos não apresentaram diferenças significativas pré-intervenção (intergrupos). Em todos os testes realizados houve diferença significativa para o GE, pré e pós-intervenção (intragrupos). Na comparação pós-intervenção (intergrupos), o GE apresentou valores estatisticamente superiores, quando comparado ao GC. A tabela 1 ilustra os resultados: Tabela 1. Pico de torque (Nm), para o movimento de extensão e flexão do joelho em 60°/s, do membro inferior dominante. GE (n=16) GC (n=16) p - intergrupos
Extensão do joelho Pré-intervenção 80,51±16,56 81,89±18,19 0,7828 Pós-intervenção 101,16±14,11 81,96±19,60 <0,0001 p – intragrupos <0,0001 0,9687 Flexão do joelho Pré-intervenção 37,49±10,24 38,66±8,21 0,7099 Pós-intervenção 52,2±9,51 36,92±10,74 <0,0001 p – intragrupos <0,0001 0,5855
Conclusões: O método Pílates possibilitou a melhora da força isocinética de idosas saudáveis, submetidas a 12 semanas de treinamento. Palavras-chave: idoso, exercício, força muscular.
Oliveira LC, Oliveira DAAP. Análise da força isocinética de idosas após 12 semanas de
intervenção do método Pilates. V Congresso de Ciência do Desporto e IV Seminário
Internacional de Ciência do Desporto. Campinas, Brasil: Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Educação Física. 2014.
119
ANEXO B - Capítulo de Livro.
Previsão de publicação em 2015 no livro: “Exercício Físico na
Promoção da Saúde”, organizado por Denilson C. Teixeira e Márcia R. A. Lourenço.
Pilates e Autonomia Funcional de Idosos
Introdução
O crescimento da população idosa é um fenômeno que vem ocorrendo no
mundo todo. No Brasil, enquanto a proporção de crianças vem diminuindo, a de
pessoas com mais de 65 anos passou de 5,1% em 1991, para 5,8% em 2000,
chegando a 7,2% em 2010. Dentre estes, 67,7% apresentaram prevalência de pelo
menos uma deficiência, contra 7,5% em crianças de zero a 14 anos, ou 24,9% da
população entre 15 a 64 anos1.
Este aumento na população idosa, somado a fragilidade que estas pessoas
podem apresentar, faz crescer a preocupação por parte dos profissionais da área da
saúde, em investigar condições que possam favorecer um envelhecimento
saudável2-4.
Para que isto ocorra, vários aspectos devem ser observados, como os de
domínio físico, cognitivo e afetivo5,6. Mesmo sabendo que estes aspectos estão
relacionados, no presente texto, iremos nos ater ao domínio físico, mais
especificamente sobre as capacidades físicas: força e resistência muscular,
equilíbrio postural, flexibilidade, agilidade e aptidão cardiorrespiratória; discutindo a
influência destas, na autonomia funcional do idoso. Quando comprometidas, estas
variáveis podem influenciar significativamente no desenvolvimento das atividades do
cotidiano, refletindo negativamente na qualidade de vida7.
Uma forma para atenuar os declínios físicos próprios do envelhecimento, é a
participação regular em programas de exercício físico, principalmente quando este é
aplicado de forma sistematizada. Programas de treinamento físico são capazes de
proporcionar melhoras, em capacidades físicas imprescindíveis, para o
desenvolvimento ou manutenção da autonomia funcional de idosos8, porém,
algumas modalidades de exercício, são ainda pouco conhecidas quanto aos seus
potenciais efeitos.
120
O método Pilates, é uma forma de exercício físico, que atualmente passou a
ser mais investigado. A técnica não é nova (foi criada no período da Primeira Guerra
Mundial), todavia, apenas recentemente começou a ser mais conhecida e praticada
mundialmente, tanto em programas de condicionamento físico, como para
reabilitação9. Deste modo, o presente texto, terá como objetivo, realizar uma
discussão, acerca do conhecimento até aqui apresentado pela literatura, sobre o
método Pilates para pessoas idosas, com foco em variáveis de domínio físico,
relacionadas à autonomia funcional.
Para tal, dividiremos este capítulo na seguinte sequência: a) delineamento da
forma, com que os manuscritos foram selecionados, para compor este texto; b)
apresentação do método Pilates, com uma breve explanação sobre o seu
surgimento e desenvolvimento, assim como, das principais características que
envolvem a sua prática; c) discussão sobre os componentes de domínio físico,
referentes à autonomia funcional de idosos, amparados por pesquisas que se
utilizaram do Pilates, como forma de exercício físico.
Seleção dos Manuscritos
Livros sobre a temática encontrados em bibliotecas de Instituições de Ensino
Superior, foram utilizados na descrição da história e desenvolvimento do método
Pilates, assim como, artigos científicos disponibilizados na base de dados PubMed
(MEDLINE). Para discutir sobre a autonomia funcional de idosos, foram pesquisados
artigos nas seguintes bases de dados: SPORTDiscus, PubMed (MEDLINE) e
LILACS. Não houve filtro na pesquisa relacionado às datas das publicações. Foi
utilizada nas buscas a palavra-chave “pilates”, associada aos seguintes descritores
em língua inglesa (e seus equivalentes em língua portuguesa): elderly, aging, aged,
seniors, exercise, strength, sarcopenia, balance, flexibility, functional autonomy,
personal autonomy, activities of daily living.
Para serem incluídos nesta revisão os artigos precisavam: 1) terem sido
publicados em uma revista com revisão por pares; 2) ter utilizado como forma de
exercício físico o método Pilates; 3) possuir no protocolo de avaliação ao menos
uma medida relacionada à autonomia funcional, como força ou resistência muscular,
flexibilidade, agilidade, equilíbrio postural ou aptidão cardiorrespiratória; 4) atender a
requisitos mínimos de um estudo experimental verdadeiro (randomização com
formação de grupo controle); 5) atender a requisitos mínimos relativos às
121
informações sobre o desenvolvimento do estudo (como a frequência com que
ocorriam as intervenções e a duração da mesma).
História e desenvolvimento do método Pilates
Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha em 1883. Durante toda a sua
infância, apresentou saúde frágil, sofrendo com doenças como febre reumática,
raquitismo, asma e bronquite. Pilates encontrou na prática de exercícios físicos, uma
forma para melhorar sua condição de saúde. Praticou esqui, mergulho, ginástica e
boxe. Quando adulto chegou a ser boxeador profissional e artista de circo, além de
instrutor de defesa pessoal, da polícia civil inglesa. Foi um autodidata, que se
aprofundou nos conhecimentos de medicina tradicional chinesa, anatomia e
fisiologia humana, além de princípios da yoga, das artes marciais e dos movimentos
dos animais10.
Durante o período da Primeira Guerra Mundial, vivendo na Inglaterra, Pilates
foi considerado estrangeiro inimigo, sendo levado para um campo de concentração
com outros alemães. Atuando como enfermeiro no local, ajudava na recuperação
dos feridos em guerra. Ao retirar as molas das camas hospitalares e adaptá-las de
forma a criar resistência, possibilitou a realização de exercícios de fortalecimento
muscular aos feridos, antes mesmo deles poderem se levantar do leito. Esta foi à
base que Pilates utilizou para criar os equipamentos, que até hoje são utilizados
para a prática do seu método, que usa a resistência de molas para a realização dos
exercícios10.
Com o fim da guerra, Pilates retornou para a Alemanha onde treinou a força
policial da cidade de Hamburgo. Em 1926 emigrou para os Estados Unidos e fundou
com sua esposa, um local para a prática do método de treinamento físico que havia
criado. Neste local, treinou principalmente atletas da dança, até a sua morte em
1967. Pilates nominou a técnica de Contrologia. O nome fazia referência, a
necessidade de um controle harmonioso, entre corpo e mente, para a realização dos
exercícios11.
Pilates escreveu apenas duas obras, a primeira em 193412 e a segunda em
194513, que posteriormente foram republicadas em um único volume14. Nestas o
autor preocupou-se principalmente, com as condições relacionadas a uma boa
postura e a importância do equilíbrio entre corpo e mente (controle consciente dos
movimentos do corpo). Escritos em uma época, em que havia poucos
122
conhecimentos científicos, Pilates amparou-se nos estudos sobre anatomia e
fisiologia, assim como nas suas observações dos movimentos dos animais. Utilizou
ainda, do conhecimento popular e citou os filósofos gregos, para teorizar sobre a
harmonia entre corpo e mente.
Muitos dos conceitos trabalhados no método Pilates foram transmitidos
somente posteriormente, pelos primeiros praticantes que tiveram contato direto com
Joseph Pilates. Os seis princípios básicos, que são a base para a prática do método,
é um exemplo disso. De acordo com Gallagher e Kryzanowska11, os seis princípios
são: concentração, controle, centro, fluidez, precisão e respiração.
Os autores descrevem que a concentração, refere-se ao movimento
consciente durante a realização dos exercícios, de forma a prestar atenção, em cada
passo do movimento realizado, solicitando a combinação correta de músculos. Para
o princípio denominado controle, faz-se necessário que os movimentos sejam
realizados de forma ritmada, sem trancos ou solavancos. Com relação ao centro,
denominado muitas vezes de power house (casa de força), refere-se ao
fortalecimento e ativação constante, dos músculos localizados no centro do corpo,
como os abdominais, a região lombar, pélvica e glútea, responsáveis por sustentar
de forma adequada o tronco na realização dos exercícios. Já o princípio da fluidez,
diz respeito à realização do movimento de forma suave e uniforme, realizado a partir
do centro para a extremidade do corpo. A precisão refere-se principalmente, a
realização de uma amplitude adequada do movimento, sem que haja
compensações, evitando lesões. O último princípio, a respiração, é enfatizado como
forma de auxiliar na coordenação dos movimentos executados, contração dos
músculos do centro e na concentração.
Estes princípios devem ser respeitados em todos os exercícios, que podem
ser realizados tanto no solo, como também usando equipamentos. A prática no solo
é executada usando-se apenas um colchonete. Nesta modalidade o peso corporal
do próprio praticante oferece a resistência na realização dos movimentos. Já para a
prática com o uso dos equipamentos, a maioria dos exercícios depende da
resistência de molas, com diferentes intensidades. Os equipamentos usados para a
prática são: Reformer Universal, Cadillac, as Cadeiras, os Barris, Wall Unit,
Guillotine, Ped-o-pull e acessórios, como o Magic Circle e halteres. Os exercícios
são subdivididos em níveis de habilidades, que vão do básico ao avançado10.
123
Atualmente novos conceitos, advindos de outras modalidades de exercícios
físicos, foram incorporados ao método, que recebeu o nome de seu criador. Com
isso, tornou-se comum o uso de outros acessórios para a prática do Pilates, como
bola Suíça, Bosu, faixa elástica e tornozeleira.
Os programas de Pilates vêm sendo ministrados por profissionais da
fisioterapia e da Educação Física, em programas de reabilitação e condicionamento
físico respectivamente. Pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento
físico podem praticar os exercícios, que são adaptados às condições do executante.
Recentemente cresceu o número de praticantes do método, o que tem fomentado
mais pesquisas sobre a eficácia deste nas diversas condições patológicas, como
também, no condicionamento físico de pessoas de diversas faixas etárias9.
Particularmente em idosos, que apresentam declínios fisiológicos típicos do
envelhecimento, a técnica tem sido investigada, principalmente como forma de
atenuar déficits relacionados às variáveis da autonomia funcional.
Pilates na autonomia funcional de idosos
Para este tópico, os textos apresentados pelas bases de dados foram
analisados primeiramente quanto ao título e resumo. Posteriormente, para aqueles
que necessitaram de maior avaliação, o texto foi lido na íntegra. Após a leitura dos
trabalhos, seis foram incluídos nesta revisão, uma vez que faziam referência aos
domínios que nos interessavam (variáveis relacionadas à autonomia funcional de
idosos) e utilizaram o método experimental do tipo verdadeiro (Figura 1).
124
Figura 1: Fluxograma da revisão de literatura
Dentre os estudos selecionados, dois15,16 fizeram uso de um protocolo
desenvolvido especialmente para análise da autonomia funcional do idoso. Outra
pesquisa verificou a força e a resistência muscular17. O restante fez uso de um
conjunto de testes, selecionados para averiguar domínios relacionados à autonomia
funcional. Um estudo associou testes de força muscular, agilidade e aptidão
cardiorrespiratória18. Irez et al.19 verificaram equilíbrio postural, flexibilidade, tempo
de reação, força e incidência de quedas. Outra pesquisa observou a amplitude de
movimento de vários seguimentos, aptidão cardiorrespiratória e resistência
muscular20. As tabelas 1 e 2 mostram os detalhes de cada estudo.
Estudos que necessitaram maior avaliação
(n=11)
Estratégia de Busca:
SPORTDiscus: 77
PubMed (MEDLINE): 28
LILACS: 30
Total: (n=135)
Estudos com potencial inclusão
(n=130)
Estudos excluídos:
Duplicados (n=5)
Estudos incluídos na revisão
(n=6)
Estudos excluídos:
Leitura do Resumo (n=119)
Estudos excluídos:
Leitura do texto (n=5)
125
Tabela 1. Estudos (n = 6) que analisaram componentes da autonomia funcional em idosas submetidas à intervenção com Pilates. n° do estudo; Autor
n° de voluntárias; grupo; média de idade e desvio padrão
Tipo de treino; duração; frequência; tempo da sessão
Protocolo de Avaliação relacionado à autonomia funcional
Resultados pré e pós-intervenção
1; Rodrigues et al.15
52; INT(27), CON(25); 60-78 (66±4)
Pilates em equipamentos e bola; 8 semanas; 2x/sem.; 60 minutos.
C10m; LPS; LCLC; LPDV; VTC.
Significativo para o grupo intervenção nos testes de: C10m (p<0,001); LPS (p=0,006); LCLC (p<0,01); LPDV (p<0,001); VTC (p<0,009).
2; Rodrigues et al.16
52; INT(27), CON(25); 60-78 (66±4)
Pilates em equipamentos e bola; 8 semanas; 2x/sem.; 60 minutos.
C10m; LPS; LCLC; LPDV; VTC; TT.
Significativo para o grupo intervenção nos testes de: C10m (p<0,001); LPDV (INT: p<0,001); VTC (INT: p<0,056); TT (INT: p=0,009).
3; Fourie et al.17
50; INT(25), CON(25); >60 (65,72±4,89)
Pilates solo; 8 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.
FCH; SL30s; SL. Significativo para o grupo intervenção nos testes de: FCH (p<0,000); SL30s (p<0,000); SL (p<0,000). E significativo para o grupo controle nos testes de: FCH (p=0,028); SL30s (p=0,031).
4; Gildenhuys et al.18
50; INT(25), CON(25); >60 (65,72±4,89)
Pilates solo; 8 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.
LPS; LPS1; LCLC; P5; C6min
Significativo para o grupo intervenção nos testes de: LPS (p<0,000); LPS1 (p=0,000); LCLC (p<0,000); P5 (p<0,000). E significativo para o grupo controle nos testes de: LCLC (p<0,000); P5 (p<0,000).
126
Tabela 2. Continuação. Autor n° de
voluntárias; grupo; média de idade e desvio padrão
Tipo de treino; duração; frequência; tempo da sessão
Protocolo de Avaliação relacionado à autonomia funcional
Resultados pré e pós-intervenção
5; Irez et al.19
60; INT(30), CON(30); >65 (75,4±6,2)
Pilates solo (4 sem.), Pilates com faixas elásticas (4 sem.) e Pilates na bola (4 sem.); 12 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.
PM; SA; TR; FF; FAD; FAB; NQ.
Significativo para o grupo intervenção nos testes de: PM (p<0,05); SA (p<0,05); TR (p<0,05); FF (p<0,05); FAD (p<0,05); FAB (p<0,05); NQ (p<0,05).
6; Plachy, Kovách e Bognár20
42; INT1(15), INT2(15), CON(12); >65 (75,4±6,2)
Pilates solo (INT1), Pilates solo e Hidroginástica (INT2); 24 semanas; 3x/sem.; 60 minutos.
C6min; SL30s; OD; Q; CL; TL; LTD.
Significativo para o grupo intervenção 1 e 2 nos testes de: C6min (p<0,05); SL30s (p<0,05); OD (p<0,05); Q (p<0,05); CL (p<0,05); TL (p<0,05); LTD (p<0,05).
C10m: caminhada de 10 metros, LPS: sentar e levantar da cadeira 5 vezes, LCLC: levantar da cadeira e circundar um cone; LPDV: levantar da posição de
decúbito ventral, VTC: vestir e tirar uma camiseta, TT: teste de Tinetti (equilíbrio estático), GGT: teste Gleichgewichtstest (equilíbrio estático e dinâmico),
FCH: Flexões de cotovelo em 30 segundos com haltere de 2,5Kg, SL30s: sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos, SL: sentar e levantar de uma
cadeira até a fadiga, LPS1: levantar-se da posição sentada 1 vez, P5: colocar um peso de 5Kg sobre a mesa, C6min: caminhada de 6 minutos, PM: equilíbrio
dinâmico na plataforma de medição, SA: sentar e alcançar, TR: tempo de reação, FF: força em flexão do quadril, FAD: força em adução do quadril, FAB:
força em abdução do quadril, ND: número de quedas, OD: amplitude de movimento em flexão do ombro direito, Q: amplitude de movimento em flexão do
quadril, CL: amplitude de movimento em flexão da coluna lombar, TL: amplitude de movimento em flexão da coluna tóraco-lombar, LTD: amplitude de
movimento em flexão lateral do tronco direito, p<0,05: diferença significativa na comparação pré e pós-intervenção.
127
Os estudos realizados por Rodrigues et al.15 e Rodrigues et al.16 (estudos
número 1 e 2 respectivamente) verificaram a autonomia funcional de 52 idosas
submetidas aos exercícios de Pilates em equipamentos e com o uso de uma bola
Suíça, durante oito semanas, duas vezes por semana. Em ambos os trabalhos, as
idosas foram randomizadas em grupo Pilates e controle. Todas foram submetidas a
uma bateria de testes funcionais (caminhada de 10m, levantar-se da posição
sentada, levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa, levantar-se da posição de
decúbito ventral e vestir e tirar uma camiseta), pré e pós-intervenção. Em um dos
estudos16 também foi realizado um teste de equilíbrio estático (Tinetti). Ao contrário
do grupo controle, o grupo intervenção apresentou uma melhora significativa para a
maioria dos testes aplicados. Os autores concluíram que a prática de Pilates pode
contribuir significativamente para a autonomia funcional de mulheres idosas.
A bateria de testes em questão foi validada para a população idosa21,22 como
uma alternativa para mensurar a autonomia funcional, uma vez que os testes exigem
velocidade, força e agilidade em tarefas próximas das executadas no cotidiano.
Estes testes compõem o protocolo denominado “Grupo de Desenvolvimento Latino-
Americano para a Maturidade” (GDLAM). Como o Pilates se propõe a não
segmentar os grupos musculares na realização dos exercícios, mas sim trabalhar de
forma global9, o protocolo em questão pode ser uma alternativa importante, na
verificação dos efeitos de diferentes protocolos de intervenção do método, sobre a
autonomia funcional de idosos.
Ambos os estudos fizeram uso de uma bola Suíça, além de equipamentos
para a realização dos exercícios, o que possibilita um melhor ajuste de carga, uma
vez que as molas, usadas nestes equipamentos possuem diferentes intensidades de
resistência. Uma pesquisa que se utilizou apenas de exercícios executados no solo,
também identificou melhoras significativas para a maioria dos componentes do
GDLAM23, contribuindo para a melhora da autonomia funcional das idosas avaliadas.
Por se tratar de exercícios que foram realizados apenas com a resistência do próprio
corpo, torna-se uma alternativa importante nos casos em que equipamentos, não
estão disponíveis.
No estudo de Fourie et al.17 (estudo número 3) o objetivo foi identificar os
efeitos do método Pilates sobre a força e a resistência muscular de mulheres idosas.
Cinquenta idosas foram distribuídas aleatoriamente em grupo experimental e
128
controle. O primeiro grupo participou de sessões de Pilates solo, durante oito
semanas, três vezes por semana, enquanto o grupo controle não participou de
nenhuma intervenção. Foram mensuradas pré e pós-intervenção, força muscular de
membros superiores (flexões de cotovelo em 30 segundos com haltere de 2,5Kg),
força muscular de membros inferiores (sentar e levantar de uma cadeira em 30
segundos) e resistência muscular de membros inferiores (sentar e levantar de uma
cadeira até a fadiga). Os resultados demonstraram melhora significativa para força
muscular de membros superiores e inferiores em ambos os grupos e para
resistência de membros inferiores no grupo intervenção. Os autores concluíram que
oito semanas de Pilates é capaz de produzir força e resistência muscular em
mulheres idosas.
Este estudo utilizou testes de força tanto para membros superiores, quanto
para membros inferiores, além de um teste de resistência para os membros
inferiores. Para os dois primeiros testes, houve também melhora significativa no
grupo controle, o que mostra a necessidade, de interpretarmos com cautela os
resultados. Talvez possa ter havido viés durante o procedimento de avaliação,
mesmo os autores declarando que o avaliador foi cegado. Um acompanhamento do
grupo controle, de forma a verificar se nenhuma prática de exercício físico estava
sendo realizada, pode não ter sido realizada. Uma questão que também não pode
ser desconsiderada é o fato de terem sido realizados apenas testes de força e
resistência muscular. Variáveis como, velocidade de deslocamento, equilíbrio
postural, agilidade ou amplitude de movimento articular, por exemplo, são elementos
importantes para a autonomia funcional7. Isso limita extrapolações quanto aos
potenciais efeitos do protocolo aplicado, sobre a temática deste texto.
Ainda não existe consenso na literatura sobre o quanto exercícios de Pilates
podem ser eficazes, na melhora da força e resistência muscular de pessoas
saudáveis. Uma revisão de literatura encontrou evidência moderada para aumento
desta capacidade física em praticantes saudáveis de Pilates24. Melo et al.25
identificaram variáveis importantes a serem consideradas na prescrição dos
exercícios de força e resistência muscular na prática de Pilates, como o
posicionamento das molas que proporcionam resistência, os diferentes torques de
resistência que estas ocasionam (variando de acordo com a cor das molas), assim
129
como, as mudanças no torque de resistência, de acordo com a amplitude de
movimento realizada.
Gildenhuys et al.18 (estudo número 4) verificaram os efeitos do treinamento de
Pilates na agilidade, mobilidade funcional e aptidão cardiorrespiratória de mulheres
idosas. Para isso, 50 voluntárias foram aleatoriamente separadas em grupo
experimental e controle. Enquanto o grupo controle não realizou qualquer
intervenção, o grupo experimental participou de 24 sessões de exercícios
progressivos de Pilates realizados no solo, durante oito semanas. Os autores
identificaram que o grupo experimental melhorou significativamente a agilidade e a
mobilidade funcional mensurados por uma bateria de testes (levantar-se da posição
sentada cinco vezes, levantar-se da posição sentada uma vez, levantar-se da
cadeira e locomover-se, colocar um peso de 5kg sobre a mesa e caminhada de seis
minutos). Houve melhora significativa para todas as variáveis no grupo intervenção,
com exceção para a aptidão cardiorrespiratória. No grupo controle houve melhora
significativa nos testes: levantar da cadeira e locomover-se; e colocar um peso de
5Kg sobre a mesa. Os autores concluíram que o protocolo foi capaz de beneficiar a
mobilidade funcional e agilidade de idosos, porém, formas adicionais de exercício
devem ser utilizadas como complemento do Pilates para melhora da aptidão
cardiovascular.
Assim como no estudo anterior, os resultados devem ser interpretados com
cautela, uma vez que o grupo controle apresentou melhora significativa para duas
variáveis, deixando dúvidas quanto ao risco de viés na pesquisa, ou a melhora ter
ocorrido ao acaso. A bateria de testes escolhida contempla variáveis físicas
importantes para a autonomia funcional do idoso, como força de membros inferiores
e superiores, agilidade e aptidão cardiorrespiratória.
Diferentemente do estudo anterior17, além das variáveis força e resistência
muscular, houve uma preocupação em mensurar também as variáveis agilidade e
aptidão cardiorrespiratória. Outros estudos15,23 também identificaram melhora
significativa para força, resistência muscular e agilidade de idosos submetidos aos
exercícios de Pilates, tanto na prática de solo, como com o uso de equipamentos.
Quanto a aptidão cardiorrespiratória, Gildenhuys et al.18 não encontraram resultados
significativos. Uma vez que os exercícios de Pilates foram projetados para a melhora
de variáveis relacionadas à flexibilidade, equilíbrio, agilidade, força e resistência
130
muscular26 alterações na aptidão cardiorrespiratória podem não ocorrer em
praticantes da técnica.
Em um estudo realizado por Irez et al.19 (estudo número 5) 60 idosas foram
aleatoriamente subdivididas em grupo controle, que continuou com suas atividades
diárias habituais e grupo Pilates, que foi submetido a 12 semanas de treinamento,
três vezes por semana. Durante as quatro primeiras semanas os exercícios foram
realizados no solo. Nas quatro semanas seguintes, os exercícios foram executados
com a resistência de faixa elástica e nas últimas quatro semanas, o treinamento foi
realizado com bola Suíça. As avaliações consistiram em testes de equilíbrio
dinâmico em uma plataforma de medição, flexibilidade mensurada pelo teste de
sentar e alcançar, tempo de reação (pressionar um botão) com estímulo luminoso e
sonoro, além de testes subjetivos de força muscular em flexão, adução e abdução
do quadril. O registro do número de quedas também foi realizado. Os autores
identificaram melhora significativa para todos os testes apenas no grupo intervenção,
assim como na redução do número de quedas. Os mesmos concluíram que os
exercícios Pilates é eficaz na melhora do equilíbrio dinâmico, flexibilidade, tempo de
reação e força muscular de idosas, contribuindo para a diminuição do risco de
quedas.
Este estudo optou por uma bateria de testes importantes para identificar
variáveis relacionadas ao equilíbrio de idosos, o que reflete diretamente no índice de
quedas. Outras pesquisas têm observado um potencial efeito dos exercícios de
Pilates no equilíbrio postural de idosos, acarretando na diminuição do risco de
quedas27-29.
Appell et al.27 verificaram que idosos submetidos a duas sessões semanais de
Pilates, durante 10 semanas, apresentaram melhoras significativas no equilíbrio,
quando comparados a idosos submetidos a atividades físicas recreativas. O estudo
“cross-over” de Bird, Hill e Fell28 também identificou melhora significativa em um
grupo de idosos praticantes de Pilates, após seis semanas de intervenção, com duas
sessões semanais, apesar de não ter identificado esta mesma melhora na segunda
etapa da pesquisa. Newell, Shead e Sloane29 observaram que apenas uma sessão
semanal de Pilates, por oito semanas já foi suficiente para a melhora do equilíbrio
postural de idosos, com consequente redução do risco de quedas.
131
No estudo de Plachy, Kovách e Bognár20 (estudo número 6) o objetivo foi
verificar os efeitos de seis meses de intervenção com Pilates na autonomia funcional
de mulheres idosas. Quarenta e duas voluntárias foram aleatoriamente distribuídas
em três grupos: o primeiro realizou Pilates três vezes por semana; o segundo duas
sessões de hidroginástica e uma de Pilates; e o terceiro grupo não recebeu
intervenção. Avaliações pré e pós-intervenção foram realizadas para as seguintes
amplitudes de movimento em flexão: ombro direito, quadril, coluna lombar, coluna
tóraco-lombar e lateral do tronco direito. Caminhada de seis minutos para avaliar a
aptidão cardiorrespiratória e teste de sentar e levantar de uma cadeira em 30
segundos, para verificar a resistência muscular de membros inferiores. Foram
encontradas melhoras significativas em todos os testes nos grupos que receberam
intervenção. Os autores concluíram que um programa de seis meses de exercícios
de Pilates ou combinado entre Pilates e hidroginástica são capazes de beneficiar a
autonomia funcional de idosas.
Assim como no estudo anterior, que verificou a flexibilidade da cadeia
posterior, os autores encontraram melhora significativa para a amplitude de
movimento em vários segmentos. Uma das principais características dos exercícios
de Pilates é o aumento da flexibilidade26, que demonstrou em um estudo de revisão
com pessoas saudáveis, uma forte evidência para melhora24.
A resistência muscular de membros inferiores também apresentou uma
diferença significativa, corroborando com os dados do estudo discutido
anteriormente17. Todavia, nos chama a atenção, a melhora apresentada pelo grupo
que participou das intervenções com Pilates, quanto à aptidão cardiorrespiratória,
uma vez que esta forma de exercício físico, não possui como característica o
trabalho cardiovascular, divergindo do estudo discutido anteriormente18.
Para a melhora da aptidão cardiorrespiratória, exercícios de condicionamento
aeróbio sozinhos30, ou associados ao treinamento de resistência31, podem
apresentar efeito significativo em idosos. Estudos tem demonstrado ainda, que o
treino de resistência isolado, também pode propiciar mudanças na condição
cardiorrespiratória de idosos32,33. Deste modo, outros estudos precisam ser
realizados, de forma a demonstrar os efeitos do método Pilates, na condição
cardiorrespiratória de idosos.
132
Considerações Finais
O método Pilates é uma forma de exercício físico originária da Primeira
Guerra Mundial, que vem ganhando adeptos no mundo todo, atendendo praticantes
de diversas faixas etárias, inclusive idosos. Os estudos que observaram os efeitos
da técnica, na melhora da autonomia funcional de idosos utilizaram de diferentes
tipos de avaliação e protocolos de intervenção. Pilates tanto aplicado no solo, como
também, com o uso de equipamentos específicos, parece possuir um bom potencial
para a melhora da autonomia funcional do idoso, principalmente em capacidades
físicas como força e resistência muscular, equilíbrio, flexibilidade e agilidade. Porém,
mais estudos precisam ser realizados para demonstrar os efeitos do método, sobre a
aptidão cardiorrespiratória de pessoas idosas.
Referências
1. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diminui a proporção de
jovens e aumenta a de idosos. IBGE: Brasil. 2010; Disponível em:
<www.ibge.gov.br> [2014 jan 23].
2. Haber D. Health promotion and aging: practical applications for health
professionals. 5rd ed. New York: Springer Publishing Company Inc.; 2013.
3. Heller T, Sorensen A. Promoting healthy aging in adults with developmental
disabilities. Dev Disabil Res Rev. 2013;18(1):22-30.
4. Cassab AK. The accelerated aging of the population in Brazil. Soins Gerontol.
2013;(100):32-3.
5. Rouch I, Anterion CT, Dauphinot V, Kerleroux J, Roche F, Barthelemy JC, et al.
Cognitive complaints, neuropsychological performance and affective disorders in
elderly community residents. Defi Rehabil. 2008;30(23):1794-802.
6. Cooper R, Huisman M, Kuh D, Deeg DJ. Do Positive Psychological Characteristics
Modify the Associations of Physical Performance With Functional Decline and
133
Institutionalization? Findings From the Longitudinal Aging Study Amsterdam. J
Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2011;66(4):468-77.
7. Sławińska T, Posłuszny P, Rożek K. The Relationship Between Physical Fitness
and Quality of Life in Adults and the Elderly. Hum Mov. 2013;14(3):200-4.
8. Seco J, Abecia LC, Echevarría E, Barbero I, Torres-Unda J, Rodriguez V, et al. A
long-term physical activity training program increases strength and flexibility, and
improves balance in older adults. Rehabil Nurs. 2013;38(1):37-47.
9. Di Lorenzo CE. Pilates: what is it? Should it be used in rehabilitation? Sports
Health. 2011;3(4):352-61.
10. Panelli C, De Marco A. Método Pilates de condicionamento do corpo: um
programa para toda a vida. 2ª ed. São Paulo: Phorte Editora; 2009.
11. Gallagher S, Kryzanowska R. The Pilates method of body conditioning.
Philadelphia: Bain Bridge Books; 1999.
12. Pilates JH. Your health. New York: Presentation Dynamics; 1998.
13. Pilates JH, MILLER WJ. Return to life trough contrology. New York: Presentation
Dynamics; 1998.
14. Pilates JH. The complete writings of Joseph H. Pilates: Return to life through
contrology and your health. In: Sean P, Gallagher PT, Kryzanowska R, editors.
Philadelphia: Bain Bridge Books; 2000.
15. Rodrigues BGS, Cader AS, Torres NVOB, Oliveira EM, Dantas EHM. Autonomia
funcional praticantes de Pilates. Fisioter Pesq. 2010;17(4):300-5.
134
16. Rodrigues BGS, Cader AS, Torres NVOB, Oliveira EM, Dantas EHM. Pilates
method in personal autonomy, static balance and quality of life of elderly females. J
Bodyw Mov Ther. 2010;14(2):195-202.
17. Fourie M, Gildenhuys GM, Shaw I, Shaw BS, Toriola AL, Goon DT. Effects of a
mat Pilates programme on muscular strength and endurance in elderly women. Afr J
Phys Health Education Recreation Dance. 2012;18(2):299-307.
18. Gildenhuys GM, Fourie M, Shaw I, Shaw BS, Toriola AL, Witthuhn J. Evaluation
of Pilates training on agility, functional mobility and cardiorespiratory fitness in elderly
women. Afr J Phys Health Education Recreation Dance. 2013;19(2):505-12.
19. Irez GB, Ozdemir RA, Evin R, Irez SG, Korkusuz F. Integrating Pilates exercise
into an exercise program for 65+ year-old women to reduce falls. J Sports Sci Med.
2011;10(1):105-11.
20. Plachy JK, Kovách MV, Bognár J. Improving flexibility and endurance of elderly
women through a six-month training programme. Hum Mov. 2012;13(1):p.22-7.
21. Dantas EHM, Vale RGS, Pernambuco CS. Protocolo GDLAM de avaliação da
autonomia funcional. Fit Perform J. 2004;3(3):175-83.
22. Vale RGS, Pernambuco CS, Novaes JS, Dantas EHM. Teste de autonomia
funcional: vestir e tirar uma camiseta (VTC). Rev Bras Cienc Mov. 2006;14(3):71-8.
23. Oliveira LC, Oliveira RF, Oliveira RG, Ganzella AC, Oliveira DAAP. Efeitos do
método Pilates na autonomia funcional de idosas fisicamente ativas. Ter Man.
2013;11(53):395-400.
24. Cruz-Ferreira A, Fernandes J, Laranjo L, Bernardo L M, Silva A. A systematic
review of the effects of pilates method of exercise in healthy people. Arch Phys Med
Rehabil. 2011;92(12):2071-81.
135
25. Melo MO, Gomes LE, Silva YO, Bonezi A, Loss JF. Assessment of resistance
torque and resultant muscular force during Pilates hip extension exercise and its
implications to prescription and progression. Rev Bras Fisioter. 2011;15(1):23-30.
26. Kloubec J. Pilates: how does it work and who needs it? Muscles Ligaments
Tendons J. 2011;29;1(2):61-6.
27. Appell IPC, Pérez VR, Nascimento MM, Coriolano HJA. The Pilates Method to
Improve Body Balance in the Elderly. Arch Exerc Health Dis. 2012;3(3):188-93.
28. Bird ML, Hill KD, Fell JW. A randomized controlled study investigating static and
dynamic balance in older adults after training with Pilates. Arch Phys Med Rehabil.
2012;93(1):43-9.
29. Newell D, Shead V, Sloane L. Changes in gait and balance parameters in elderly
subjects attending an 8-week supervised Pilates programme. J Bodyw Mov Ther.
2012;16(4):549-54.
30. Nascimento RJ, Santos ML, Ramires JB, Barbosa RVB; Oliveira AJJV, Borges
GF. Aptidão cardiorrespiratória em idosas participantes de um centro de convivência
na Cidade de Coari, Estado do Amazonas, Brasil. Rev Pan-Amaz Saúde.
2011;2(2):19-26.
31. Locks RR, Ribas DIR, Wachholz PA, Gomes ARS. Efeitos do treinamento
aeróbio e resistido nas respostas cardiovasculares de idosos ativos. Fisioter Mov.
2012;25(3):541-50.
32. Buzzachera CF, Elsangedy HM, Krinski K, Colombo H, Campos W, Silva SG.
Efeitos do treinamento de força com pesos livres sobre os componentes da aptidão
funcional em mulheres idosas. Rev Educ Fis. 2008;19(2):195-203.
33. Silva NL, Farinatti PTV. Influência do exercício contra-resistência sobre o
consumo de oxigênio e a frequência cardíaca de idosas. Motri. 2012;8(2):659-66.
136
ANEXO C – Segundo Artigo Científico
Nome do periódico: Journal of Aging and Physical Activity (ISSN: 1063-8652)
AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA DOS EXTENSORES E FLEXORES DO JOELHO EM
IDOSAS SUBMETIDAS AO MÉTODO PILATES: UM ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO E CONTROLADO
Resumo
Contexto: Com o aumento da população idosa, cresce a preocupação em
considerar fatores, que possam contribuir com um envelhecimento saudável. A força
muscular dos membros inferiores possibilita uma maior independência em pessoas
idosas.
Objetivo: Verificar os efeitos do método Pilates na força muscular isocinética dos
extensores e flexores do joelho em mulheres idosas saudáveis.
Método: Trinta e duas idosas foram subdivididas aleatoriamente em dois grupos.
Grupo Experimental (GE, n=16, 63,62±1,02 anos) e Grupo Controle (GC, n=16,
64,21±0,80). Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho foi realizada a
60°/s e 180°/s, pré e pós-intervenção, considerando-se o pico de torque (N.m) e o
trabalho total (J). O GE participou de sessões de Pilates e o GC participou de
sessões alongamento estático, duas vezes por semana, durante 12 semanas. Para
verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro Wilk, seguido da
análise de variância para medidas repetidas (ANOVA two way) (p<0,05).
Resultados: A comparação intergrupos não demonstrou diferença significativa pré-
intervenção. Na comparação intragrupos foi possível identificar diferença
estatisticamente significativa apenas para o GE, em todos os testes realizados,
comparando-se os momentos pré e pós-intervenção. Para o momento pós-
intervenção (intergrupos) todos os testes realizados mostraram diferença
significativa a favor do GE, com exceção do movimento de flexão do joelho esquerdo
a 180°/s no J (p=0,1391).
Conclusão: A força muscular isocinética dos extensores e flexores do joelho de
mulheres idosas melhorou significativamente após 12 semanas de intervenção com
Pilates.
Palavras-chave: idoso; exercício; força muscular.
137
Introdução
O número de idosos tem aumentado consideravelmente no mundo1,2, tendo
como expectativa de vida ao nascer, uma média de crescimento de
aproximadamente três anos a cada década3. No Brasil estima-se que por volta do
ano de 2025, a população idosa será de aproximadamente 30 milhões4,5.
Esse crescimento faz com que aumente a preocupação dos profissionais da
área da saúde, em contribuir para uma velhice saudável e independente, de forma a
preservar ou melhorar a autonomia funcional destas pessoas, para que assim,
possam envelhecer com qualidade de vida6-8.
Um processo que ocorre nesta fase da vida e pode comprometer um
envelhecimento saudável é a sarcopenia, que leva a perda de força muscular, o que
pode contribuir com a ocorrência de fatores como: osteoporose, quedas, fraturas e
limitações funcionais9-12.
Exercícios físicos, que possibilitem o trabalho de resistência muscular, têm
sido utilizados como um meio eficaz na melhora ou preservação da massa muscular
e dos níveis de força13-16. Algumas formas de exercícios proporcionam a melhora da
força e da resistência muscular, sendo capazes de garantir com que os idosos
preservem e melhorem a autonomia funcional, de forma a executarem de forma
independente suas atividades de vida diária17,18.
Uma prática de exercício físico, que recentemente vem sendo investigada em
diversas populações, é o método Pilates19-23; esses exercícios podem ser realizados
em equipamentos, próprios para a prática deste método, ou no solo, com o uso de
acessórios, como bola e faixas elásticas22. Esta técnica, realizada de forma
sistemática, pode ser uma opção para o desenvolvimento da força e da resistência
muscular, contribuindo para a manutenção ou melhora da autonomia funcional de
idosos19,23-25.
Tradicionalmente, em cada sessão de Pilates, são realizados exercícios de
alongamento e fortalecimento muscular, para os principais segmentos corporais
(membros inferiores e superiores, flexores e extensores do tronco). No entanto, as
pesquisas com o método, têm focado principalmente nos efeitos sobre a
flexibilidade, fortalecimento dos músculos responsáveis pela estabilização da coluna,
postura e respiração21. Existindo desta forma, uma carência de estudos, que tenham
verificado os efeitos desta técnica, na força muscular dos membros inferiores; sendo
138
que o aumento da força de extensores e flexores do joelho é importante para a
melhora do equilíbrio e a diminuição do risco de quedas, favorecendo uma maior
independência durante as atividades de vida diária de idosos17,18.
Uma vez que o Pilates possibilita o treinamento de resistência, de todos os
principais grupos musculares do corpo, a hipótese é que a técnica possa contribuir,
com o aumento da força de músculos importantes localizados nos membros
inferiores, como os extensores e flexores do joelho. Sabendo da importância do
fortalecimento destes, para a população idosa, o objetivo deste estudo, foi analisar
os efeitos de um protocolo de exercícios do método Pilates, realizados em
equipamentos, sobre a força muscular isocinética dos músculos extensores e
flexores do joelho, em mulheres idosas saudáveis.
Métodos
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
envolvendo seres humanos da Universidade Norte do Paraná (Brasil), sob o
protocolo 513.001 e caracteriza-se como um ensaio clínico randomizado e
controlado, com idosas residentes na comunidade da cidade de Jacarezinho, estado
do Paraná, no Brasil. O tamanho da amostra foi determinado utilizando-se como
base de cálculo, o pico de torque isocinético apresentado por estudo anterior26.
Levando-se em consideração um erro de 20% e valor de α em 0,05, portanto,
identificou-se a necessidade de 16 participantes em cada grupo.
Os critérios de inclusão foram: a) idade > que 60 anos; b) sexo feminino; c)
capacidade para realizar atividades da vida diária sem auxílio (AVDs e AIVDs); d)
índice de massa corporal (IMC) dentro dos parâmetros normais para a faixa etária
(entre 22 e 27 Kg/m2)27; e) apresentação de atestado médico indicando aptidão para
a prática de exercícios físicos; f) não estarem praticando nenhum tipo de exercício
físico nos últimos seis meses; g) concordarem em não praticar outro tipo de
exercício físico durante a pesquisa.
Os critérios de exclusão foram: a) déficit cognitivo <19 de acordo com o Mini
Exame do Estado Mental (MEEM)28; b) limitações funcionais para deambular ou o
uso de dispositivos de apoio (bengala, andador e muletas); c) resposta afirmativa em
qualquer pergunta, de um questionário para identificar comorbidades relacionadas a
139
problemas visuais graves, osteoartrose de joelhos ou de quadril, cirurgias
ortopédicas de quadril, joelhos ou tornozelos.
Das idosas que atenderam aos critérios de inclusão/exclusão, 32 foram
incluídas na pesquisa. Todas foram devidamente informadas sobre os objetivos e
metodologia do estudo e posteriormente assinaram termo de consentimento livre e
esclarecido.
Logo após a seleção inicial, as voluntárias foram submetidas à avaliação da
força muscular isocinética dos músculos extensores e flexores do joelho, a 60 e 180
graus por segundo (60°/s e 180°/s). Posteriormente, o processo de randomização
ocorreu por meio de uma tabela de números aleatórios, gerados por computador,
que distribuiu as voluntárias em dois grupos (experimental e controle), com 16
integrantes cada. O grupo experimental (GE) realizou exercícios de Pilates,
enquanto o grupo controle (GC) realizou exercícios de alongamento estático. Em
ambos os grupos foram escolhidos 20 exercícios contemplando os principais
segmentos corporais (membros inferiores, superiores, flexores e extensores do
tronco), em sessões de 60 minutos, duas vezes por semana, durante 12 semanas;
foi respeitado no mínimo dois dias de intervalo entre as sessões. Após as
intervenções, as idosas foram reavaliadas pelo mesmo avaliador que já havia
realizado a avaliação pré-intervenção. A figura 1 ilustra a sequência dos eventos.
140
Figura 1. Diagrama demonstrando o desenvolvimento do estudo.
Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho
O teste de força muscular, dos extensores e flexores do joelho foi realizado,
com o dinamômetro isocinético Biodex System 4.0 (Biodex Medical Systems, Shirley,
NY, EUA), antes e após o período de intervenção.
Antecedendo ao teste, o aparelho foi calibrado seguindo as normas do
fabricante. O aquecimento foi realizado em uma bicicleta ergométrica vertical, com
carga leve (25 watts) e velocidade confortável (40 rotações por minuto), durante
cinco minutos. Na sequência, o avaliador explicou detalhadamente os
Randomização
(n=16) (n=16)
Atendimento aos critérios de inclusão/exclusão
(n=32)
Semana 0
Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho a 60°/s e 180°/s.
Semana 12
Avaliação isocinética dos extensores e flexores do joelho a 60°/s e 180°/s.
(n=16) (n=16)
Grupo Experimental
• 20 exercícios do
método Pilates.
• Sessões de 60 minutos,
duas vezes por
semana, durante 12
semanas.
Grupo Controle
• 20 exercícios de
alongamento estático.
• Sessões de 60
minutos, duas vezes
por semana, durante
12 semanas.
141
procedimentos do teste e posicionou as voluntárias no assento do equipamento,
com o ângulo da cadeira a 120 graus de flexão.
O eixo de rotação do braço do dinamômetro foi alinhado com o epicôndilo
lateral do fêmur do membro inferior direito (MID), relatado por todas como de
preferência. O local da aplicação da força foi posicionado, aproximadamente, dois
centímetros do maléolo medial. Foram fixados cintos no tronco, pelve e coxa, a fim
de evitar movimentos compensatórios29. Após uma breve familiarização com o
equipamento e com a amplitude de movimento realizada durante o teste, a
voluntária realizou a extensão e a flexão do joelho (concêntrico/concêntrico) na
velocidade de 60°/s, partindo de uma posição em que a articulação do joelho se
encontrava em 90 graus de flexão. Foram realizadas três séries de cinco repetições,
com 30 segundos de descanso entre as séries30. Em seguida o teste foi realizado
seguindo o mesmo protocolo, na velocidade de 180°/s. O mesmo procedimento foi
posteriormente repetido no membro inferior esquerdo (MIE). As variáveis
consideradas para o estudo foram o pico de torque (PT) e o trabalho total (TT),
expressos em newtons por metro (N.m) e joules (J) respectivamente.
As voluntárias foram instruídas a realizar a máxima força de contração
voluntária dos extensores do joelho, seguido imediatamente pela contração máxima
dos flexores do joelho de forma contínua. Durante o teste foram usadas palavras de
incentivo, como “mais força” e “mais forte”.
Protocolo de Intervenção rever comentário abaixo 21, este comentário esta
indo e voltando e você não o retirou
Grupo Experimental
As intervenções realizadas pelo GE constaram de 24 sessões de Pilates
realizadas duas vezes por semana, durante 12 semanas. Cada intervenção teve
duração de 60 minutos. As duas primeiras sessões foram utilizadas para
familiarização das voluntárias com o Pilates, explicação e execução correta de cada
movimento, assim como, para maior entendimento dos princípios do método.
Os equipamentos utilizados para a realização dos exercícios foram: Cadeira
Combo, Cadillac Trapézio, Reformer Universal e Ladder Barrel, todos da linha de
equipamentos do Instituto São Paulo (Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São
142
Paulo, Brasil), registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA,
Brasil).
Foram selecionados para a presente pesquisa, 20 exercícios de
fortalecimento e alongamento para os principais segmentos corporais (membros
inferiores, superiores, flexores e extensores do tronco). A sequência de realização
dos exercícios, os equipamentos utilizados e o nome tradicional de cada exercício do
método Pilates, foram respectivamente: alongamentos iniciais no Cadillac Trapézio
(Spine Stretch, Mermaid, Stretching Knee), fortalecimento dos membros inferiores na
Cadeira Combo (Footwork Double Leg Pumps Toes, Pumping One Leg, Pump One
Leg Front, Achilles Stretch) e no Cadillac Trapézio (Leg Series Supine Lowers, Leg
Series Supine Circles), fortalecimento dos músculos flexores e extensores do tronco
no Cadillac Trapézio (Sit Up, Sit Up One Leg, The Hundred, Trunk Up, Body
Extension), fortalecimento dos membros superiores no Reformer Universal (Arms
Pulling, Arms Biceps, Arms Triceps), alongamentos finais no Reformer Universal
(Front Splits, Stretching the Chain Posterior) e no Ladder Barrel (Stretch Back and
Forward).
Todos os exercícios foram realizados em uma série de dez repetições. A
intensidade das molas foi alterada, conforme a evolução da força das voluntárias
durante cada exercício, mantendo-se o número de repetições e série. Para
determinar o nível de esforço e consequentemente à evolução das cargas, foram
utilizadas descrições verbais de acordo com a escala de Borg CR1031: carga leve
(Borg ≤ 2), carga moderada (Borg > 2 - <5), carga pesada (Borg ≥ 5 - <7) e próximo
da carga máxima (Borg ≥ 7). O nível de esforço mantido durante as sessões foi
moderado (Borg entre 3 e 4). Todas as vezes que a intensidade do exercício foi
alterada, a nova carga utilizada era imediatamente anotada em uma ficha individual,
utilizada para registro do treinamento.
Os exercícios foram selecionados na tentativa de melhorar a força muscular
dos principais segmentos corporais, porém, foi dada maior ênfase nos membros
inferiores. As voluntárias foram orientadas sobre os princípios do método (Centro,
Controle, Concentração, Fluidez, Precisão e Respiração) que precisavam ser
respeitados na execução de cada exercício32.
As intervenções foram ministradas por uma profissional com certificação em
Pilates e experiência com o método.
143
Grupo Controle
Este grupo, durante as 12 semanas de intervenção, não realizou exercícios
de fortalecimento muscular, apenas exercícios de alongamento estático, em 24
sessões com duração de 60 minutos, realizadas duas vezes por semana. Vinte
exercícios foram realizados para as seguintes regiões do corpo: cervical e membros
superiores (trapézio superior, escalenos, esternocleidomastoideos, flexores e
extensores de punho e dedos, deltóide, tríceps e peitoral), alongamentos de cadeia
lateral e de membros inferiores (oblíquos, quadrado lombar, isquiotibiais, adutores,
glúteos, abdutores e tríceps sural).
Os exercícios foram realizados de forma ativa, com três séries, mantidos por
30 segundos cada, tendo um minuto de descanso entre as séries. As voluntárias
permaneceram sentadas em colchonetes de Etileno Acetato de Vinila (Ethylene Vinyl
Acetate - EVA), deitadas em decúbito dorsal ou em pé, dependendo do exercício de
alongamento que foi executado.
Todas as intervenções foram ministradas por um profissional capacitado.
Análise Estatística
Foi realizada análise descritiva dos dados, expressas na forma de média e
desvio padrão. Para verificar se existiam diferenças entre os grupos, quanto às
características físicas iniciais (idade, peso, altura e IMC), no momento pré-
intervenção, foi utilizado o teste U Mann Whitney. A verificação da normalidade dos
dados ocorreu por meio do teste Shapiro Wilk. Como não foi rejeitada hipótese de
distribuição normal, aplicou-se análise de variância para medidas repetidas (ANOVA
two way), seguido do teste post hoc de Tukey, para verificar as comparações intra e
intergrupos, nos diferentes momentos do estudo. O intervalo de confiança admitido
em todos os testes foi de 95% (p<0,05). Os dados foram tratados no programa
SPSS 20.0 (SPSS Corp., Chicago, IL, EUA).
Resultados
As características físicas iniciais das voluntárias não apresentaram diferença
estatisticamente significativa. A idade variou entre 60 e 65 anos, o peso corporal
144
entre 54,2 e 69 Kg, a altura entre 155 e 174 cm e o IMC entre 22,6 e 26,8 Kg/m2
(tabela 1).
Tabela1. Média, desvio padrão e valor alfa (p) das características físicas iniciais (momento pré-
intervenção) no grupo experimental e controle.
Momento pré GE (n=16) GC (n=16) p
Idade (anos) 63,62±1,02 64,21±0,80 0,1240
Peso (Kg) 64,56±2,06 64,71±2,58 0,8516
Altura (cm) 161,93±4,56 160,71±4,93 0,7552
IMC (Kg/m2) 24,71±1,36 25,08±1,26 0,4669
Legenda: IMC – índice de massa corporal.
Quanto à força isocinética dos extensores do joelho a 60°/s e 180°/s (tabela
2), no momento pré-intervenção, os grupos não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas (intergrupos). Na comparação intragrupos (momentos
pré e pós-intervenção), o grupo experimental apresentou melhora significativa para
todas as variáveis (N.m – MID – 60°/s = 25,65%; N.m – MIE – 60°/s = 17,37%; J –
MID – 60°/s = 22,21%; J – MIE – 60°/s = 20,31%; N.m – MID – 180°/s = 48,4%; N.m
– MIE – 180°/s = 42,96%; J – MID – 180°/s = 13,67%; J – MIE – 180°/s = 15,5%), ao
contrário do grupo controle. Para o momento pós-intervenção (intergrupos) houve
diferença significativa em todas as variáveis a favor do grupo experimental.
145
Tabela 2. Pico de torque (Nm.) e trabalho total (J) para o movimento de extensão do joelho, em 60°/s
e 180°/s, do membro inferior direito e esquerdo.
GE
(n=16)
GC
(n=16)
p
Intergrupos
N.m - MID - 60°/s
Pré-Intervenção 80,51±16,56 81,89±18,19 0,7828
Pós-Intervenção 101,16±14,11 81,96±19,60 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,9687
N.m - MIE - 60°/s
Pré-Intervenção 82,97±17,10 82,71±18,32 0,9514
Pós-Intervenção 97,38±17,99 84,85±22,21 0,0157**
p - intragrupos 0,0060* 0,6655
J - MID - 60°/s
Pré-Intervenção 384,58±88,37 384,8±78,08 0,9935
Pós-Intervenção 470,01±48,78 385,18±92,09 0,0026**
p - intragrupos 0,0025* 0,9875
J - MIE - 60°/s
Pré-Intervenção 392,87±101,65 390,22±70,29 0,9248
Pós-Intervenção 472,68±122,25 382,35±88,37 0,0023**
p - intragrupos 0,0064* 0,7788
N.m - MID - 180°/s
Pré-Intervenção 53,1±9,05 53,86±10,46 0,7811
Pós-Intervenção 78,8±7,38 53,16±11,85 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,7864
N.m - MIE - 180°/s
Pré-Intervenção 54,91±8,75 55,04±11,19 0,9629
Pós-Intervenção 78,5±6,26 53,42±13,09 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,5402
J - MID - 180°/s
Pré-Intervenção 275,84±65,21 276,07±54,91 0,9893
Pós-Intervenção 313,56±37,66 271,54±54,85 0,0128**
p - intragrupos 0,0247* 0,7789
J - MIE - 180°/s
Pré-Intervenção 286,37±57,74 287,03±58,31 0,9639
Pós-Intervenção 330,75±44,85 281,25±45,21 0,0013**
p - intragrupos 0,0036* 0,6894
Legenda: MID – membro inferior direito; MIE – membro inferior esquerdo; 60°/s – velocidade angular a 60 graus
por segundo; 180°/s – velocidade angular a 180 graus por segundo; * diferença significativa (p<0,05) intragrupos
comparada com momento pré-intervenção; ** diferença significativa (p<0,05) intergrupos no momento pós-
intervenção.
146
A avaliação isocinética da musculatura flexora do joelho (tabela 3), não
apresentou diferença estatística no momento pré-intervenção na comparação
intergrupos, em ambas as velocidades testadas (60°/s e 180°/s). Para a comparação
pré e pós-intervenção intragrupos, somente o grupo experimental apresentou
melhora significativa da força muscular em todos os testes realizados (N.m – MID –
60°/s = 39,24%; N.m – MIE – 60°/s = 45,96%; J – MID – 60°/s = 37%; J – MIE –
60°/s = 31,95%; N.m – MID – 180°/s = 52,43%; N.m – MIE – 180°/s = 64,69%; J –
MID – 180°/s = 33,05%; J – MIE – 180°/s = 27,12%). Na comparação pós-
intervenção (intergrupos), não houve diferença significativa a favor do grupo
experimental apenas para uma variável (J – MIE – 180°/s).
147
Tabela 3. Pico de torque (N.m) e trabalho total (J) para o movimento de flexão do joelho, em 60°/s e
180°/s, do membro inferior direito e esquerdo.
GE
(n=16)
GC
(n=16)
p
Intergrupos
N.m - MID - 60°/s
Pré-Intervenção 37,49±10,24 38,66±8,21 0,7099
Pós-Intervenção 52,2±9,51 36,92±10,74 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,5855
N.m - MIE - 60°/s
Pré-Intervenção 41,01±9,86 40,93±11,15 0,9806
Pós-Intervenção 59,86±8,68 41,85±14,30 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,8096
J - MID - 60°/s
Pré-Intervenção 198,9±49,84 189,32±38,47 0,5546
Pós-Intervenção 272,49±50,12 191,23±51,77 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,9053
J - MIE - 60°/s
Pré-Intervenção 208,13±53,94 208,02±40,72 0,9949
Pós-Intervenção 274,63±40,35 211,02±58,20 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,8561
N.m - MID - 180°/s
Pré-Intervenção 29,85±7,16 30,32±5,98 0,8237
Pós-Intervenção 45,50±5,71 30,94±6,67 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,7731
N.m - MIE - 180°/s
Pré-Intervenção 32,48±4,90 31,62±6,80 0,9629
Pós-Intervenção 53,49±4,73 32,82±9,14 <0,0001**
p - intragrupos <0,0001* 0,5812
J - MID - 180°/s
Pré-Intervenção 139,96±50,25 140,86±36,98 0,9519
Pós-Intervenção 186,21±57,14 142,19±32,00 0,0045**
p - intragrupos 0,0030* 0,9240
J - MIE - 180°/s
Pré-Intervenção 150,97±49,32 153,56±38,16 0,8595
Pós-Intervenção 191,91±39,05 170,03±51,46 0,1391
p - intragrupos 0,0072* 0,2622
Legenda: MID – membro inferior direito; MIE – membro inferior esquerdo; 60°/s – velocidade angular a 60 graus
por segundo; 180°/s – velocidade angular a 180 graus por segundo; * diferença significativa (p<0,05) intragrupos
comparada com momento pré-intervenção; ** diferença significativa (p<0,05) intergrupos no momento pós-
intervenção.
148
Discussão
O método Pilates vem sendo cada vez mais escolhido, como forma de
exercício físico pela população, o que reforça a necessidade de ser melhor
investigado32. As pesquisas com a técnica têm focado principalmente, nas seguintes
variáveis: flexibilidade, força muscular dos estabilizadores da coluna vertebral,
melhora da postura e do equilíbrio21,23,24. O método preconiza o desenvolvimento
global e harmonioso dos principais segmentos corporais32, no entanto, pouco se tem
pesquisado, sobre os efeitos do Pilates, na força muscular dos membros inferiores.
Para a realização de tarefas do cotidiano, o fortalecimento dos membros
inferiores se torna fundamental, principalmente em idosos, contribuindo com o
equilíbrio postural e diminuição da incidência de quedas17,18. A perda de massa
muscular, associada ao processo de envelhecimento (sarcopenia) é a principal
responsável, pela diminuição da força muscular em idosos9-12, de forma que
exercícios físicos, de fortalecimento muscular são os principais aliados na atenuação
deste processo13,15,16.
Vários estudos14-16,33 têm verificado os efeitos do exercício físico na melhora
da força dos membros inferiores na população idosa, quando submetida
principalmente ao treinamento de resistência muscular tradicional, com o uso de
pesos, ou mesmo ao treinamento funcional, no qual exige-se um conjunto de fatores,
como força muscular, flexibilidade, equilíbrio postural, aptidão cardiorrespiratória,
dentre outras.
A presente pesquisa buscou verificar os efeitos do método Pilates, sobre a
força muscular dos extensores e flexores do joelho, em idosas saudáveis, dessa
forma, foi possível constatar nos resultados do presente estudo, que para todas as
variáveis houve melhora significativa (p<0,05), da força isocinética dos extensores e
flexores do joelho para o GE, comparando-se as avaliações pré e pós-intervenção
(intragupos), o que não ocorreu com o GC. Esta melhora apresentada pelo primeiro
grupo (GE) pode ser explicada, por uma maior capacidade de produção de torque,
durante o movimento articular do joelho, que ocorreu em todos os movimentos
analisados (extensão e flexão a 60°/s e 180°/s). As alterações verificadas podem ser
justificadas, pelos exercícios de Pilates (principalmente aqueles voltados para o
fortalecimento dos membros inferiores), selecionados para o protocolo do presente
estudo (Footwork Double Leg Pumps Toes, Pumping One Leg, Pump One Leg Front,
149
Achilles Stretch – realizados no equipamento Cadeira Combo – Leg Series Supine
Lowers, Leg Series Supine Circles – realizados no equipamento Cadillac Trapézio).
Uma vez que a técnica possibilita uma grande variedade de exercícios, o
profissional, durante as sessões de Pilates, deve dar especial atenção, para as
prioridades apresentadas por cada praticante, principalmente no que diz respeito à
escolha dos exercícios.
Outro fator importante, que deve ser destacado, é a preocupação com a
evolução da carga. Em programas cujo objetivo, é verificar os efeitos do treinamento
sobre a melhora da força muscular, controlar a intensidade do esforço, se torna
fundamental34,35. Pesquisas19,22,23 que utilizam o método Pilates como forma de
exercício, tipicamente deixa a critério do profissional que ministra a técnica, a
percepção subjetiva para a evolução da carga, como pela verificação de possíveis
compensações (erro na execução do movimento), por parte do executante. Para o
presente estudo, foram realizadas anotações em uma ficha individual de
treinamento, que orientou a evolução da carga, através de descrições verbais,
conforme a proposta de Borg CR1031, o que possibilitou um controle mais rigoroso
desta variável. Isso também pode ter contribuído, com a melhora significativa da
força muscular, dos extensores e flexores do joelho, das idosas pertencentes ao GE.
Na presente pesquisa, a evolução da carga, ocorreu pela mudança do
posicionamento da mola no equipamento, ou na impossibilidade disso, através da
troca da mola, por outra com maior resistência. Melo et al.36 demonstraram que o
torque de resistência proporcionado pelas molas durante os movimentos, pode variar
dependendo destes dois fatores (posicionamento destas no equipamento ou nível de
resistência oferecido pelas mesmas). O torque de resistência se altera ainda,
durante a execução do movimento, conforme a mola se alonga, oferecendo
diferentes tensões ao longo do mesmo movimento. Fatores que devem ser
considerados, na prescrição e evolução dos protocolos de intervenção de Pilates,
com o uso de equipamentos.
Estudos37-39 que avaliaram a força isocinética dos extensores e/ou flexores do
joelho, em idosos saudáveis, submetidos a alguma forma de exercício físico, na
maioria dos trabalhos, foi verificado ou comparado os efeitos do treinamento
resistido, tradicionalmente realizado com o uso de pesos; demonstrando a
150
efetividade desta forma de exercício, para a melhora da força dos músculos
envolvidos na tarefa de extensão e flexão do joelho.
No estudo de Carvalho et al.37 foi comparado o treinamento combinado
envolvendo exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio e treinamento aeróbio, com a
mesma forma de treino, associada a exercícios resistidos, duas vezes na semana,
durante 24 semanas. Somente o grupo que realizou as duas formas de treino
alcançou melhora significativa dos extensores e flexores do joelho (60°/s e 180°/s),
para a maioria das variáveis avaliadas.
Romero-Arenas et al.38 compararam um treinamento em circuito de alta
resistência, com treinamento tradicional de força, realizados duas vezes por semana,
durante 12 semanas. Os dois tipos de treinamento possibilitaram melhora
significativa na força isocinética dos extensores e flexores do joelho (90°/s e 270°/s).
De acordo com Van Roie et al.39 tanto o treinamento com pesos de baixa
resistência, quanto o de alta resistência, podem possibilitar melhora significativa da
força isocinética dos extensores do joelho a 180°/s (para a velocidade de 60°/s não
houve diferença significativa), após 12 semanas de treinamento, realizados três
vezes por semana.
Estes estudos37-39 mostraram a importância do treino de resistência muscular,
principalmente dos que fazem uso do treinamento tradicional de força, com o uso de
pesos, sobre a força muscular dos extensores e flexores do joelho em indivíduos
idosos. Para o presente estudo foi testada uma forma de treinamento de resistência
muscular, não tradicional (método Pilates), que faz uso da resistência de molas, para
a maioria dos exercícios executados em equipamentos. Dos vinte exercícios que
integraram o protocolo de intervenção para o GE, 70% foram destinados para o
fortalecimento muscular e destes, 42,86% especificamente para os membros
inferiores. Esta prioridade possibilitou um aumento médio de 33,59%, para o PT e
17,92%, no TT da musculatura extensora do joelho (p<0,05). Quanto aos flexores do
joelho, o aumento foi ainda maior, com uma média de 50,58% no PT e 32,28% para
o TT, demonstrando que o treinamento de Pilates, pode ser uma alternativa, como
treino resistido para idosos, visando aumento da força muscular da região avaliada.
Os trabalhos de Carvalho et al.37 e Van Roie et al.39 que também fizeram uso
das velocidades angulares de 60°/s e 180°/s, encontraram uma média relacionada
151
aos aumentos percentuais, pré e pós-intervenção (nos grupos experimentais) para o
PT, inferiores aos encontrados nesta pesquisa.
Poucos estudos investigaram a força isocinética dos extensores e flexores do
joelho, em programas de exercícios que não fizeram uso do treinamento tradicional
de força, utilizando pesos, ou derivados desta forma de treinamento. Na pesquisa de
Misic et al.26, foi verificada a força isocinética de idosos (60°/s e 120°/s) submetidos
a 10 meses de intervenção com exercícios de resistência cardiovascular,
comparados com outro grupo, que realizou treino de flexibilidade, força e equilíbrio.
Os autores identificaram melhora significativa para o PT dos extensores e flexores
do joelho em ambos os grupos. Em outra pesquisa desenvolvida por Carlson, Koch e
Lawrence33 foi avaliada a força isocinética de idosos submetidos a oito semanas de
treinamento, desenvolvido especificamente com o intuito de melhorar a força
muscular global, flexibilidade e equilíbrio, denominado Flo-Dynamics Movement
System© (FDMS), derivado do Tai Chi. Os resultados demonstraram aumento
significativo da força, dos extensores e flexores do joelho (direito e esquerdo) a
60º/s, assim como dos flexores do joelho esquerdo, a 180°/s.
Nos resultados da presente pesquisa, quanto ao valor do PT, em nenhuma
variável da velocidade angular de 60°/s, ocorreu uma diferença maior que 10%,
quando comparada com os resultados destes estudos26,33. Para o movimento de
extensão e flexão do joelho, respectivamente, a porcentagem média de aumento foi
de 26% e 51% para o primeiro estudo26; e 16,6% e 42,45 para o segundo33,
enquanto as idosas da presente pesquisa apresentaram 21,48% e 42,6%. Somente
a pesquisa de Carlson, Koch e Lawrence33 testou o PT em 180°/s. Os autores
encontraram uma média de 3,58% para o movimento de extensão do joelho e
19,84% na flexão, enquanto o presente estudo obteve respectivamente, 45,68% e
58,56%, ou seja, uma diferença percentual de aproximadamente 40%, para as duas
variáveis, a favor deste estudo.
Outras pesquisas, que se utilizem de formas alternativas de exercício físico
com idosos precisam ser realizadas, contribuindo com a discussão sobre
possibilidades de fortalecimento para a musculatura extensora e flexora do joelho.
No caso do Pilates, especial atenção precisa ser dada, na escolha dos exercícios e a
fatores que podem influenciar na carga de trabalho. Neste estudo foi avaliada
especificamente a melhora da força muscular dos extensores e flexores do joelho,
152
contudo, o protocolo de intervenção constava de exercícios para os principais
segmentos corporais, como tradicionalmente é trabalhado na prática clínica. Isso
indica, que os exercícios de Pilates, podem contribuir significativamente, com a
melhora da força dos grupos musculares, envolvidos no movimento de extensão e
flexão do joelho, em mulheres idosas saudáveis. O que ocorreu, mesmo mantendo-
se um protocolo tradicional, em que exercícios de alongamento e fortalecimento,
para os principais segmentos corporais são considerados. Uma vez que idosos
apresentam características como sarcopenia e consequentemente diminuição da
força muscular9-12, os exercícios de Pilates podem ser uma alternativa, para atenuar
estes efeitos.
Conclusão
Pilates em equipamentos é capaz de melhorar a força muscular isocinética,
da musculatura extensora e flexora do joelho, de mulheres idosas saudáveis,
quando submetidas a 12 semanas de intervenção, podendo ser considerado na
prescrição de exercícios para tal finalidade, dentro da população pesquisada.
Referências Bibliográficas
1. Christensen K, Doblhammer G, Rau R, Vaupel JW. Ageing population: the
challenges ahead. The Lancet. 2009;374(9696):1196-208.
2. Gomes I, Nogueira EL, Engroff P, Ely LS, Schwanke CHA, Carli GAD, Resende
TL. The multidimensional study of the elderly in the Family health strategy in Porto
Alegre, Brazil (EMI - SUS). Pan Am J Aging Res. 2013;1(1):20-24.
3. Jagger C, Matthews R, Lindesay J, Robinson T, Croft P, Brayne C. The effect of
dementia trends and treatments on longevity and disability: a simulation model based
on the MRC Cognitive Function and Ageing Study (MRC CFAS). Age Ageing.
2009;38(3):319-25.
4. Figueiredo CF, Assis MG, Silva SLA, Dias RC, Mancini MC. Functional and
cognitive changes in community-dwelling elderly: Longitudinal study. Braz J Phys
Ther. 2013;17(3):297-306.
153
5. Rocha LM, Miró A, Schneider RH, Silva, IG, Schwanke CHA. An overview about
geriatrics and aging in Brazil. Neurol Psychiatr Geriatr.2010;10(59):220-24.
6. Akishita M, Ishii S, Kojima T, Kozaki K, Kuzuya M, Arai H, Arai H, Eto M,
Takahashi R, Endo H, Horie S, Ezawa K, Kawai S, Takehisa Y, Mikami H, Takegawa
S, Morita A, Kamata M, Ouchi Y, Toba K. Priorities of health care outcomes for the
elderly. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(7):479-84.
7. Oeseburg B, Hilberts R, Luten TA, Etten AVM, Slaets JPJ, Roodbol PF.
Interprofessional education in primary care for the elderly: a pilot study. BMC Med
Educ. 2013;13:161.
8. Siewert U, Fendrich K, Markus MRP, Baumeister SE, Doblhammer-Reiter G,
Scholz RD, Hoffmann W. Future outpatient health-care utilization in an ageing
population: projections up to the year 2020 based on the study of health in
Pomerania(SHIP). J Public Health. 2013;21(3):289-96.
9. Bijlsma AY, Meskers CGM, Ling CHY, Narici M, Kurrle SE, Cameron ID, Maier AB.
Defining sarcopenia: the impact of different diagnostic criteria on the prevalence of
sarcopenia in a large middle aged cohort. Age. 2013;35(3):871-81.
10. Landi F, Liperoti R, Fusco D, Mastropaolo S, Quattrociocchi D, Proia A, Tosato
M, Bernabel R, Onder G. Sarcopenia and Mortality among Older Nursing Home
Residents. J Am Med Dir Assoc. 2012;13(2):121-26.
11. Carter CS, Marzetti E, Leeuwenburgh C, Manini T, Foster TC, Groban L,
Scarpace PJ, Morgan D. Usefulness of Preclinical Models for Assessing the Efficacy
of Late-Life Interventions for Sarcopenia. J Gerontol A Biol Sci Med Sci.
2012;67(1):17-27.
154
12. Sayer AA, Robinson SM, Patel HP, Shavlakadze T, Cooper C. Grounds MD.
New horizons in the pathogenesis, diagnosisand management of sarcopenia. Age
Ageing. 2013;42(2):145-50.
13. Botero JP, Shiguemoto GE, Prestes J, Marin CT, Prado WL, Pontes CS, Guerra
RL, Ferreia FC, Baldissera V, Perez SE. Effects of long-term periodized resistance
training on body composition, leptin, resistin and muscle strength in elderly post-
menopausal women. J Sports Med Phys Fitness. 2013;53(3):289-94.
14. Hilde L, Torstveit MK, Anderssen SA. Traditional versus functional strength
training: effects on muscle strength and power in the elderly. J Aging Phys Act.
2013;21(1):51-70.
15. Stewart VH, Saunders DH, Greig CA. Responsiveness of muscle size and
strength to physical training in very elderly people: A systematic review. Scand J Med
Sci Sports. 2013;24.
16. Solberg PA, Kvammeb NH, Raastad T, Ommundsena Y, Tomtenb SE, Halvaria
H, Lolandc NW, Hallénb J. Effects of different types of exercise on muscle mass,
strength, function and well-being in elderly. Eur J Sport Sci. 2013;13(1):112-25.
17. Regterschot GR, Folkersma M, Zhang W, Baldus H, Stevens M, Zijlstra W.
Sensitivity of sensor-based sit-to-stand peak power to the effects of training leg
strength, leg power and balance in older adults. Gait Posture. 2014;39(1):303-7.
155
18. Hasselgren L, Olsson LL, Nyberg L. Is leg muscle strength correlated with
functional balance and mobility among inpatients in geriatric rehabilitation? Arch
Gerontol Geriatr. 2011;52(3):220-5.
19. Pérez VSC, Haas AN, Wolff SS. Analysis of activities in the daily lives of older
adults exposed to the Pilates Method. J Bodywork Mov Ther. 2013;17.
20. Vieira FT, Faria LM, Wittmann JI, Teixeira W, Nogueira LAC. The influence of
Pilates method in quality of life of practitioners. J Bodywork Mov Ther.
2013;17(4):483-87.
21. Wells C, Kolt GS, Bialocerkowski A. Defining Pilates exercise: A systematic
review. Complement Ther Med. 2012;20(4):253-62.
22. Luz MA, Costa LOP, Fuhro FF, Manzoni ACT, Oliveira NTB, Cabral CMN.
Effectiveness of mat Pilates or equipment-based Pilates exercises in patients with
chronic nonspecific low back pain: a randomized controlled trial. Phys Ther. 2014;16.
23. Appell IPC, Pérez VR, Nascimento MM, Coriolano HJA. The Pilates Method to
Improve Body Balance in the Elderly. Arch Exerc Health Dis. 2012;3(3):188-93.
24. Mokhtari M, Nezakatalhossaini M, Esfarjani F. The Effect of 12-Week Pilates
Exercises on Depression and Balance Associated with Falling in the Elderly.
Procedia Soc Behav Sci. 2013;70(25):1714-23.
25. Granacher U, Gollhofer A, Hortobágyi T, Kressig RW, Muehlbauer T. The
Importance of Trunk Muscle Strength for Balance, Functional Performance, and Fall
Prevention in Seniors: A Systematic Review. Sports Med. 2013;43(7):627-41.
26. Misic MM, Valentine RJ, Rosengren KS, Woods JA, Evans EM. Impact of training
modality on strength and physical function in older adults. Gerontology.
2009;55(4):411-6.
156
27. Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care.
1994;21:55-67.
28. Hughes MA, Duncan PW, Rose DK, Chandler JM, Studenski SA. The relationship
of postural sway to sensorimotor function, functional performance, and disability in
the elderly. Arch Phys Med Rehabil. 1996;77:567-72.
29. Stumbo TA, Merriam S, Nies K, Smith A, Spurgeon D, Weir JP. The effect of
hand-grip stabilization on isokinetic torque at the knee. J Strength Cond Res
2001;15(3):372-7.
30. Bottaro M, Russo AF, Oliveira RJ. The effects of rest interval on quadriceps
torque during an isokinetic testing protocol in elderly. J Sports Sci Med 2005;4:285-
90.
31. Borg GAV. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc.
1982;14(5):377-81.
32. Di Lorenzo CE. Pilates: what is it? Should it be used in rehabilitation? Sports
Health. 2011;3(4):352-61.
33. Carlson LA, Koch AJ, Lawrence M. Influence of the Flo-Dynamics Movement
System intervention on measures of performance in older persons. Clin Interv Aging.
2013;8:905-11.
34. Loturco I, Ugrinowitsch C, Roschel H, Tricoli V, González-Badillo JJ. Training at
the optimum power zone produces similar performance improvements to traditional
strength training. J Sports Sci Med. 2013;12(1):109-15.
35. Locks RR, Costa TC, Koppe S, Yamaguti AM, Garcia MC, Gomes AR. Effects of
strength and flexibility training on functional performance of healthy older people.
Braz J Phys Ther. 2012;16(3):184-90.
157
36. Melo MO, Gomes LE, Silva YO, Bonezi A, Loss JF. Assessment of resistance
torque and resultant muscular force during Pilates hip extension exercise and its
implications to prescription and progression. Braz J Phys Ther. 2011;15(1):23-30.
37. Carvalho J, Marques E, Soares JM, Mota J. Isokinetic strength benefits after 24
weeks of multicomponent exercise training and combined exercise training in older
adults. Aging Clin Exp Res. 2010;22(1):63-9.
38. Romero-Arenas S, Blazevich AJ, Martínez-Pascual M, Pérez-Gómez J, Luque
AJ, López-Román FJ, Alcaraz PE. Effects of high-resistance circuit training in an
elderly population. Exp Gerontol. 2013;48(3):334-40.
39. Van Roie E, Delecluse C, Coudyzer W, Boonen S, Bautmans I. Strength training
at high versus low external resistance in older adults: effects on muscle volume,
muscle strength, and force-velocity characteristics. Exp Gerontol. 2013;48(11):1351-
61.