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Centro de Estudos da União Europeia (CEUNEUROP) Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Av. Dias da Silva, 165 – 3004-512 COIMBRA – PORTUGAL e-mail: [email protected] Alfredo Marques CRESCIMENTO, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE. Problemas de desempenho da economia Portuguesa DOCUMENTO DE TRABALHO/DISCUSSION PAPER Nº 11 Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo, electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia, xerocópia ou gravação, sem autorização PRÉVIA. COIMBRA — 2002 Impresso na Secção de Textos da FEUC

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Centro de Estudos da União Europeia (CEUNEUROP) Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Av. Dias da Silva, 165 – 3004-512 COIMBRA – PORTUGAL e-mail: [email protected]

Alfredo Marques

CRESCIMENTO, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE. Problemas de desempenho da economia Portuguesa

DOCUMENTO DE TRABALHO/DISCUSSION PAPER Nº 11

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo, electrónico, mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia, xerocópia ou gravação, sem autorização PRÉVIA.

COIMBRA — 2002

Impresso na Secção de Textos da FEUC

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* Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Crescimento, produtividade e competitividade

Problemas de desempenho da economia portuguesa

Autor: Alfredo Marques*

Introdução A economia portuguesa cresceu menos nos anos 90, no que respeita ao PIB e ao PIB/habitante, do que na década anterior. Embora essa tenha sido também a tendência registada na maior parte dos outros países europeus, a verdade é que a desaceleração verificada em Portugal foi superior à da União no seu conjunto, fazendo diminuir o diferencial positivo que se tem verificado na taxa de crescimento portuguesa em relação à taxa média europeia. Em virtude de este diferencial se ter mantido, apesar de tudo, positivo, continuou a verificar-se, nos anos 90, convergência do PIB/habitante, em PPC, em relação à média comunitária correspondente. Esta convergência iria, contudo, abrandar, e quase desaparecer, no final da década, paralelamente ao quase alinhamento da taxa de crescimento do PIB e do PIB/habitante pela taxa de crescimento média da União. Para explicar a quebra do crescimento verificada em Portugal tem sido avançada a tese do “esgotamento” do modelo em que este crescimento vinha assentando desde o passado. Embora tal asserção apareça associada a aspectos muito diversos, e por vezes de carácter puramente sectorial, da realidade económica, é útil, contudo, testar a sua pertinência em relação a duas variáveis fundamentais da economia e com relevância geral: a produtividade e a competitividade. A primeira, porque constitui um factor decisivo do crescimento do nível de vida em qualquer país; a segunda, porque constitui uma condição igualmente essencial desse crescimento em economias muito abertas ao exterior, como a portuguesa. 1. Crescimento Na análise do crescimento do PIB e do PIB/habitante importa, sobretudo, considerar a evolução em termos tendenciais, isto é, num período de tempo relativamente longo, de modo a eliminar as flutuações conjunturais ligadas à fase do ciclo em que a economia se encontra num dado momento. Tal forma de abordagem é particularmente importante quando se trata de efectuar comparações internacionais, pois as evoluções conjunturais dos diferentes países não se encontram inteiramente sincronizadas umas em relação às outras. Assim, como se vê no Quadro 1 e no Gráfico 1, a economia portuguesa tem mantido, desde os anos 60, em termos tendenciais, diferenciais de crescimento do PIB positivos em relação à média da União, mas estes diferenciais têm diminuído, primeiro, dos anos 70 para os anos 80, depois, desta década para a seguinte. A trajectória do crescimento nos anos 90, para além de fazer aparecer essa redução do diferencial, apresenta ainda, na segunda metade da década, uma outra característica que, embora não sendo inédita no crescimento português, contraria, contudo, uma regra que se vinha verificando aproximadamente desde os anos 60. De facto, no longo prazo, como se pode ver no Gráfico 1, os períodos em que o diferencial diminui são, em geral, aqueles em que as taxas de crescimento de Portugal e da EU também diminuem. Ora, na segunda metade dos anos 90, estas taxas encontram-se a aumentar e, apesar disso, o diferencial reduz-se. Neste mesmo período, como mostra o Quadro 1, a Irlanda conhecia uma evolução relativa em sentido inverso, distanciando-se fortemente da média.

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No que respeita à convergência do PIB/habitante português em relação à média europeia, como mostram o mesmo Quadro 1 e o Gráfico 2, tal convergência, em termos de PPC, foi mais forte nos anos 90 do que na década anterior, manifestando, contudo, uma clara tendência para o abrandamento nos anos mais recentes. Os reduzidos valores dos diferenciais de crescimento do PIB verificados no final dos anos 90 acabaram, assim, por se reflectir no abrandamento da convergência registado nesta última fase. A trajectória de crescimento descrita, com estas consequências negativas já visíveis em termos de convergência do nível de vida e com os traços singulares que parece apresentar, carece, sem dúvida, de uma análise aprofundada. Importa, assim, procurar identificar com a maior exactidão possível os factores determinantes desta evolução, indagando em particular no domínio da produtividade, em virtude do papel decisivo desta variável no que respeita ao crescimento do PIB e do nível de vida. 2. Produtividade O PIB/habitante, em nível absoluto e em taxa de crescimento, pode ser decomposto como indicado a seguir, na caixa. O rácio L/D reflecte a estrutura etária da população e evolui de modo largamente autónomo em relação à acção dos poderes públicos. Os elementos A/L (taxa de actividade), E/L (taxa de emprego), E/A (1 – taxa de desemprego) e H/E (número de horas de trabalho por pessoa empregada) reflectem o grau de utilização da força de trabalho potencialmente disponível (população em idade activa). Os rácios Y/E, na decomposição (1), e Y/H, na decomposição (2), constituem indicadores de produtividade do trabalho. Todas estas variáveis têm, assimelas, com excepção (relativa) dpúblicas. De um lado, encontrtraduzindo o grau de utilização produtivo, do outro, encontra-slinguagem de teoria do crescim

(1) Y/D = L/D ×

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Onde: Y =

D = L = A = E = H =

(2) Y/D = L/D ×

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Decomposição do PIB/habitante

E/L × Y/E)

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PIB População total População em idade activa (15-64 anos) População activa (empregados + desempregados) Número de pessoas empregadas (empregados) Número total de horas de trabalho realizadas

A/L × E/A × H/E × Y/H

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, influência na evolução do PIB/habitante e sobre todas a primeira, é possível actuar por intermédio das políticas a-se um conjunto de factores de natureza quantitativa e da força de trabalho que é possível incorporar no processo e um factor de carácter qualitativo (produtividade). Em ento económico, designa-se por crescimento extensivo o

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que assenta no primeiro conjunto de factores e por crescimento intensivo o que se baseia no segundo. É óbvio que o potencial de crescimento económico pela via intensiva é muito superior ao da via extensiva, pois esta última confronta-se com a rigidez da evolução demográfica depois de atingido o grau máximo de utilização da força de trabalho potencialmente disponível. No que respeita à situação portuguesa em relação a estes dois conjuntos de factores, pode dizer-se que existe um problema em relação a cada um deles, embora de intensidades diferentes. Assim, no que se refere à taxa de emprego (E/L), existe, desde logo, um problema da EU no seu conjunto quando comparada com os EUA e com o Japão. De facto, como mostra o Quadro 2, a taxa média de emprego na EU é consideravelmente inferior à daqueles dois países, o que contribui em grande parte para explicar o também menor nível médio de vida na Europa. É certo que, como se vê no Quadro 3, a situação de Portugal neste capítulo tem-se mantido, desde os anos 60, consideravelmente melhor do que a média europeia e do que a situação de outros países da EU com os quais é mais pertinente compará-la. Porém, em relação aos USA e ao Japão, a taxa de emprego em Portugal continua a ser muito baixa, o que mostra que existe no país um potencial de crescimento do PIB/habitante significativo a explorar por esta via. Esse potencial pode ser identificado com maior rigor no Quadro 4, onde aparece a contribuição dada por cada um dos factores atrás referidos para o crescimento do PIB/habitante nos anos 90. Pode ver-se, em primeiro lugar, que a componente demográfica “autónoma” (L/D) deu um contributo positivo (+0,3 %) para este crescimento no período em questão. Pode verificar-se, por outro lado, que o contributo da taxa de emprego (E/L) foi igualmente positivo (+0,4 %). Contudo, decompondo esta taxa nos elementos A/L (taxa de actividade) e E/A (diferença da taxa de desemprego para a unidade), constata-se que esse contributo resultou unicamente deste último elemento, pois enquanto ele aumentou de +0,7%, a taxa de actividade diminuiu de –0,3%. Noutros termos, a evolução positiva registada na taxa de emprego resultou da redução da taxa de desemprego. Considerando as variáveis anteriores e o número de horas trabalhadas por pessoa empregada, H/E (que diminuiu de –0,6 %), o impacto total da utilização da força de trabalho (última coluna do Quadro 4) foi, assim, de +0,2 %. Atendendo a que, no final dos anos 90, se atingiu praticamente o pleno emprego na economia portuguesa, pode concluir-se, abstraindo da componente demográfica “autónoma”, que o potencial de crescimento extensivo que resta explorar em Portugal se encontra presentemente na taxa de actividade. No que respeita à produtividade, como mostra o mesmo Quadro 4, ela constituiu a principal fonte do crescimento no período em questão, sendo porém a sua contribuição mais elevada na versão PIB/número total de horas trabalhadas (Y/H) do que na versão PIB/número de pessoas empregadas (Y/E), devido à quebra registada (-0,6 %) no número de horas trabalhadas por pessoa empregada (H/E). Importa, contudo, observar a evolução da produtividade num período mais longo, a fim de averiguar até que ponto esta evolução poderá explicar a quebra do ritmo de crescimento do PIB nos anos 90 atrás descrita. Assim, pode ver-se no Quadro 5 que, na versão PIB/pessoa empregada, a produtividade manteve em Portugal um ritmo de crescimento elevado e um diferencial positivo neste crescimento, em relação à média europeia, desde o início dos anos 60 até finais dos anos 80. Na segunda metade desta última década, registou também, na versão PIB/hora de trabalho, uma taxa de crescimento relativamente alta e um diferencial positivo apreciável em relação à média. Este ritmo de crescimento abrandou, porém, visivelmente, na primeira

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metade dos anos 90 (nas duas versões referidas), em contraste com a aceleração verificada, no mesmo período, na Espanha (igualmente nas duas versões) e na Irlanda (na versão PIB/hora de trabalho), assim como com a aceleração, embora ligeira, também verificada na EU no seu conjunto. A segunda metade dos anos 90, por sua vez, veio confirmar e acentuar a quebra registada em Portugal no que respeita à taxa de crescimento do PIB/pessoa empregada, embora, ao contrário, tenha havido uma ligeira recuperação do crescimento respeitante ao PIB/hora de trabalho1. Ao mesmo tempo, a EU registou globalmente, neste último período, uma quebra do crescimento da variável em questão (nas suas duas versões), enquanto a Irlanda confirmava a sua descolagem, em relação ao conjunto, especialmente no que respeita ao PIB/hora de trabalho. Numa análise de conjunto, verifica-se, assim, que Portugal continua a manter, nos anos 90 e até ao final da década, um diferencial de crescimento da produtividade positivo em relação à média europeia. Contudo, tal performance, em especial no que diz respeito à segunda metade desta década, não pode considerar-se um indicador de sucesso, por três razões principais. Em primeiro lugar, porque a própria EU, em termos globais, conheceu nesta segunda metade da década uma quebra do ritmo de crescimento da variável em questão (nas suas duas versões) e, como mostra o Quadro 6, foi ultrapassada, pela primeira vez desde os anos 60, pelos USA em tal crescimento. Em segundo lugar, porque a comparação mais relevante não é a que diz respeito à média, mas sim a que se refere a países com um problema similar de recuperação do atraso; nesta perspectiva, constata-se que o processo de convergência da economia portuguesa na variável em questão começou a atrasar-se, desde o início dos anos 90, especialmente em relação à Irlanda. Por último, porque, entre as duas versões da produtividade referidas (PIB/pessoa empregada e PIB/hora de trabalho), embora qualquer uma delas constitua um indicador de eficiência produtiva e o desempenho da economia portuguesa tenha ainda sido apreciável, ao longo de toda a década, no que respeita a esta última, a primeira (onde as performances foram bastante medíocres) acaba por ser mais relevante, pois, numa perspectiva de custos de produção e de competitividade, o que conta, em termos de remuneração do factor trabalho, é o trabalhador (e não o número de horas trabalhadas). Na versão PIB/pessoa empregada, o crescimento registado no longo prazo (1960-1999) deixou, assim, o país no final deste período, no que respeita ao nível desta variável, como pode ver-se no Quadro 7, muito longe ainda não só da média geral europeia, mas também dos outros países mais atrasados da EU, incluindo a Grécia e a parte menos desenvolvida da Espanha (Objectivo 1). Tendo em conta a importância decisiva da variável em questão, como foi sublinhado acima, quer directamente em relação ao nível de vida, quer no que respeita à competitividade, e considerando a evolução recente descrita, deve considerar-se residir aqui actualmente um problema central e agudo da economia portuguesa. Importa, por conseguinte, no quadro geral dos factores susceptíveis de determinar o nível de produtividade duma economia, identificar os pontos de maior fraqueza em Portugal. Estes factores podem agrupar-se em cinco categorias2: investimento em capital físico; qualificação dos recursos humanos; tecnologia; organização; e processo de destruição criadora. 1 A disparidade entre as duas evoluções no mesmo período resulta da diminuição registada no número de horas trabalhadas por pessoa empregada, a qual, entre 1996 e 1999, se cifrou em aproximadamente –1,2% em média anual (Cf. Banco de Portugal, Relatório do Conselho de Administração 1999, p. 128). 2 OCDE, Managing National Innovation Systems, 1999, pp. 17-20.

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No domínio do investimento em capital físico (equipamentos e edifícios), como se vê no Quadro 8, Portugal tem mantido, desde os anos 60, um ritmo de acumulação deste capital (crescimento do stock) dos mais elevados no contexto europeu. Tal resulta, para além da circunstância de ter partido de um nível mais baixo do que a maioria dos outros países, do facto de ter realizado duradouramente taxas de investimento (percentagem da formação bruta de capital fixo em relação ao PIB) que, como mostra o Quadro 9, são das mais elevadas a nível mundial (a par do Japão). A intensidade capitalística do seu PIB (quantidade de capital físico por unidade produzida) é, assim (Quadro 8), também das mais elevadas. Subdividindo este capital em equipamentos e edifícios, Portugal é ainda, no contexto da EU e em relação aos USA e Japão, como se vê no Quadro 10, dos países em que o peso relativo dos equipamentos é maior nesse conjunto. Contudo, a produtividade total dos factores, que “explica” a parte do crescimento do PIB não imputável ao aumento da quantidade de capital físico (utilizado) e do número de trabalhadores (ou de horas trabalhadas), exprimindo, por conseguinte, o contributo para esse crescimento dado pelos outros factores de produção (nomeadamente, os factores imateriais – ver nota do Quadro 11), depois de ter conhecido nos anos 60 e na segunda metade dos anos 80 um crescimento também dos mais elevados, como mostra o Quadro 11, passou a evoluir, nos anos 90, a um ritmo claramente inferior à média europeia, em especial na segunda metade da década. O contraste, a este respeito, é particularmente visível em relação à Irlanda, que já se vinha destacando da média, pela positiva, desde os anos 80 e acentuou esse afastamento nos anos 90, em particular na segunda metade da década (quando Portugal seguia o caminho inverso). Para compreender tal alteração importa ter em conta dois factos. O primeiro deles pode observar-se no mesmo Quadro 11: vê-se aí claramente que os períodos em que o crescimento da produtividade total dos factores foi mais elevado em Portugal (1961-73 e 1986-90) foram os do aprofundamento da sua integração económica em relação ao exterior (EFTA e CEE, respectivamente). Esta correspondência sugere que, no conjunto dos factores susceptíveis de contribuir para o aumento desta produtividade (ver nota do Quadro 11), as economias de escala resultantes do alargamento dos mercados e - provavelmente com menor impacto - a alteração da estrutura produtiva e das formas de organização relacionada com o reforço da especialização produtiva, devem ter constituído as principais fontes do crescimento desta produtividade nos dois períodos em questão. O segundo facto a ter em conta é o de que, nos anos 90, tanto na EU como nos USA, passou a haver uma menor dependência do que anteriormente entre a taxa de crescimento do PIB e o ritmo de acumulação de capital físico. Em contrapartida, a evolução do PIB passou a depender mais fortemente de factores de carácter imaterial (qualificação dos recursos humanos, tecnologia, organização, ...) 3. A própria relação entre investimento em capital físico e crescimento do PIB, que, apesar do seu afrouxamento geral nos anos 90, se revela mais forte nos USA do que na EU, parece dever-se nos USA, em grande medida, ao peso elevado e crescente aí representado, no total do investimento físico, pelos equipamentos relacionados com os factores de produção imateriais (em particular, os equipamentos informáticos)4.

3 Segundo um estudo empírico de M. Peneder (2000), utilizado pela Comissão Europeia no relatório CCE (1999 a) e publicado recentemente em P. Buigues et al. (2000), os factores que, nos anos 90, mais contribuíram para o crescimento da produtividade do trabalho, nos USA, Japão e EU, foram, em primeiro lugar, o trabalho altamente qualificado, seguido pelo investimento em capital físico e pela I&D. 4 Cf. CCE (1999 a).

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Estes dois factos parecem, assim, dar um sentido preciso, e razão de ser, às teses do “esgotamento” do “modelo” de crescimento português atrás referidas. De facto, as condições em que assentou este crescimento revelam-se exauridas em dois aspectos essenciais: por um lado, desapareceram os efeitos do impulso inicial dado pela adesão à CEE; por outro, tornou-se pouco eficiente continuar a investir em factores materiais segundo o padrão do passado. O problema actual da produtividade portuguesa parece, claramente, residir nos factores de produção de carácter imaterial, sejam eles incorporados no investimento material ou autónomos em relação a este investimento. No que respeita à qualificação dos recursos humanos (um dos principais factores imateriais), um dos indicadores mais reveladores neste domínio é a percentagem de força de trabalho com um diploma de ensino superior. Como mostra o Quadro 12, esta percentagem é, em Portugal, de pouco mais de metade da média europeia, de menos de 1/3 do índice mais alto da EU (o da Holanda) e de pouco mais de ¼ do valor relativo aos USA. Ora, este factor tem um carácter vital, pois condiciona os restantes factores imateriais; ou seja, é um elevado nível de qualificação dos recursos humanos que, por um lado, permite exprimir por parte das empresas a necessidade de inovação (em geral) e, por outro, assegura a eficácia da sua absorção. No que concerne à tecnologia, o problema não reside apenas na I&D (no sentido formal), mas no investimento imaterial em sentido mais lato. De facto, como se afirma no estudo da OCDE já citado (ver footnote 2), «a produção de bens e serviços está a tornar-se mais intensiva em conhecimento, mas não necessariamente em I&D», sendo as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) das componentes mais importantes desse conhecimento5. Importa, assim, prestar atenção não só à inovação gerada no interior da empresa e incorporada na sua própria produção, mas também (e até principalmente) às transferências de tecnologia entre empresas e entre centros de saber e empresas, pois a aquisição de tecnologia no exterior da empresa tornou-se o principal meio de acesso a novas competências. O impacto de tais transferências, por outro lado, é particularmente forte no sector dos serviços, pois este sector (em especial no segmento das TIC) tornou-se o mais activo de todos os sectores como gerador e utilizador de novas tecnologias. Os dados disponíveis neste domínio são porventura dos mais reveladores acerca do elevado défice de produtividade existente na economia portuguesa. Assim, no que se refere à I&D, como se pode ver no Quadro 12, não só o total das despesas neste domínio (públicas e privadas), reportadas ao PIB, é insignificante quando comparado com os países da EU mais bem colocados ou com os USA ou Japão, como a percentagem desta I&D financiada pelas empresas quase não apresenta expressão estatística. Ora, esta última é a parcela da I&D que mais directamente corresponde à inovação, pois uma boa parte da I&D financiada pelo Estado não chega a incorporar-se no processo produtivo. Esta fraquíssima actividade inovadora das empresas portuguesas é ainda ilustrada (no mesmo Quadro 12) quer pela muito baixa percentagem de despesas de inovação no volume de vendas, quer pela também muito baixa percentagem de PME (em particular) com inovação interna6.

5 As despesas em TIC representaram, em 1999, 5,8% do PIB na EU, 7,3% nos USA e 5% no Japão (CCE, 2000b). 6 Note-se que nos USA, segundo dados da National Science Foundation (2000), a partir da segunda metade dos anos 90, o esforço de I&D (despesas de I&D em percentagem do volume de vendas) passou a ser mais

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No capítulo da organização, onde, pela própria natureza deste factor, é difícil abordar o problema em termos globais, pode utilizar-se como indicador agregado indirecto a percentagem de licenciados na força de trabalho, pois a introdução de novos e mais eficientes métodos de organização do trabalho e de gestão da empresa (ao nível das diferentes funções ou departamentos desta última) requer necessariamente elevadas qualificações dos recursos humanos. A organização, por sua vez, constitui uma condicionante da inovação tecnológica, pois esta requer frequentemente novas soluções organizacionais. Assim, o baixo valor registado por aquele indicador em Portugal (como se viu acima) constitui um obstáculo, simultaneamente, à organização e à inovação tecnológica. Por último, no que respeita ao processo de destruição criadora, uma das suas manifestações mais importantes reside no ritmo de criação de novas empresas, em particular de PME de base tecnológica. Este movimento tem-se traduzido nos países mais avançados por uma substancial alteração global da estrutura produtiva da economia, passando as actividades de maior intensidade tecnológica, em particular no sector dos serviços, a ter um peso relativo maior nesta estrutura. Como estas novas actividades têm índices de produtividade mais elevados do que as restantes, este processo, a par da irrigação das actividades pré-existentes com novas tecnologias e outras formas de inovação, é gerador de aumentos globais de produtividade na economia. Os dados disponíveis mostram que, em Portugal, este movimento se tem desenrolado de forma muito lenta, pois, como mostra o Quadro 12, a percentagem de emprego nas actividades de alta tecnologia (quer na indústria, quer nos serviços) permanece muito baixa. São igualmente reveladores os dados do Quadro 13 (embora se refiram apenas à indústria transformadora), onde se apresenta o peso relativo das diferentes actividades em função do nível de qualificação da mão-de-obra. Pode verificar-se que na indústria portuguesa as actividades que requerem elevadas qualificações representam apenas 6% do total, contra 26% na Irlanda, 17% na EU em média, 18% nos USA e 15% no Japão. Pode ainda ver-se que continua a haver uma forte distorção a favor das actividades com níveis de qualificações mais baixos. A propósito da relação entre estrutura produtiva e produtividade, merece ainda uma atenção particular o conjunto de actividades constituído pelos serviços às empresas (business services) (ver no Quadro 14 uma lista indicativa das actividades em questão), pois estes serviços, por um lado, figuram entre as actividades com os índices de produtividade mais elevados de toda a economia (Quadro 15) e, por outro, constituem para a grande maioria das empresas a fonte directa dos factores imateriais de inovação e o veículo que leva até elas estes factores. Atendendo, porém, a que este conjunto de actividades (tal como definido no Quadro 14) é ainda um tanto heterogéneo, importa considerar neste conjunto, muito especialmente, os serviços com uma função «estratégica» na inovação: software informático, serviços para processamento de informação, assistência em matéria de tecnologia, marketing, organização e recursos humanos7. A existência de uma vasta oferta deste último tipo de serviços constitui, deste modo, uma condição sine qua non da realização da inovação no conjunto da economia. Os dados disponíveis (Quadro 16), mostram que as actividades de prestação de serviços às empresas, no seu elevado (e com a diferença em progressão constante) nas PME (empresas com menos de 500 empregados) do que nas empresas de maior dimensão. 7 OECD (1999b).

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conjunto (uma vez que não existem dados apenas para os serviços de carácter estratégico), têm, em termos comparativos, uma fraquíssima expressão quantitativa em Portugal. 3. Competitividade A competitividade pode definir-se, em termos sintéticos, como a capacidade para manter as posições já existentes nos mercados ou para conquistar novas quotas de mercado. Assim, em economias muito abertas ao exterior (isto é, em que as exportações e as importações têm um peso elevado no PIB), esta variável merece uma atenção particular, pois estas economias estão mais expostas à concorrência internacional nos dois palcos em que as suas empresas actuam (mercado doméstico e mercados externos). Para avaliar o desempenho competitivo da economia portuguesa importa, deste modo, ter em conta, antes de mais, por um lado, a evolução da quota detida pelas exportações nacionais no mercado externo (total mundial), por outro, a evolução da taxa de penetração das importações no mercado doméstico. Como mostram os dados disponíveis8, a economia portuguesa tem claramente perdido competitividade nos últimos dois ou três anos, pois perde quota no exterior desde 1998 (depois de ter tido um ganho já sem expressão em 1997), ao mesmo tempo que a taxa de penetração das importações continua a aumentar a um ritmo considerável. Um outro indicador revelador a este respeito é o saldo comercial (bens e serviços). Este saldo, em percentagem do PIB, como mostra o Quadro 17, depois de ter atingido, em meados dos anos 90, os valores mais baixos da década, tem-se degradado progressivamente desde aí. Considerando a forte dependência da competitividade em relação aos custos de produção e o grande peso representado pelo factor trabalho neste custos, importa averiguar, em particular, a incidência da evolução dos custos da mão-de-obra nas perdas de competitividade referidas. Um indicador especialmente revelador a este respeito é o utilizado no Quadro 18. Trata-se do custo unitário do trabalho (relação entre o salário anual por trabalhador e a produtividade na sua versão PIB/trabalhador) em relação ao mesmo custo nos países parceiros e/ou concorrentes comerciais. Como se vê no quadro referido, enquanto a Espanha e a Irlanda tiveram ganhos de competitividade-custo ao longo dos anos 90, em Portugal regista-se uma forte perda desta competitividade logo no início da década, a qual, tendo embora sido parcialmente compensada em alguns dos anos seguintes, vai acabar por manter-se no final da década. Tendo em conta a rigidez dos salários à baixa, pode, assim, concluir-se que a evolução da produtividade da economia portuguesa registada nos anos 90 teve efeitos penalizadores da competitividade. A propósito da relação produtividade-competitividade, importa presentemente em Portugal prestar uma atenção especial a um factor particular com forte incidência directa nestas duas variáveis - o investimento directo estrangeiro (IDE), pela evolução desfavorável que tem registado nos últimos anos. De facto, depois de Portugal se ter tornado no final dos anos 80 e primeiros anos da década seguinte, entre os países mais atrasados da EU, o mais atractivo em relação a este investimento, não tem cessado, desde aí 9, de perder capacidade de atracção, em termos relativos, sendo esta perda particularmente acentuada em 1999, em que o peso dos fluxos de IDE (incluindo lucros reinvestidos) no PIB representou pouco mais de 1/10 do que representava em 1990. Em consequência disso, o stock acumulado de IDE recebido em % do PIB, como mostra o Quadro 19, pouco tem aumentado nos últimos 8 Banco de Portugal, Relatório do Conselho de Administração 1999, pp. 104-105. 9 Ver Banco de Portugal, ibidem, p.158.

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anos, em contraste com a Espanha e, sobretudo, com a Irlanda. Ora, este tipo de investimento tem um papel fundamental e insubstituível numa economia como a portuguesa, pois é um poderoso veículo de inovação no que respeita aos factores de produção e contribui positivamente para a alteração da estrutura produtiva, quer directamente pelas novas actividades que introduz na economia, quer indirectamente pelos seus possíveis efeitos indutores de crescimento (ou nascimento) noutros sectores (efeito de cluster)10. Para além disso, gera ainda outros efeitos positivos ao nível da qualidade do produto, da imagem externa do país, etc.. Importa, a este propósito, ter presente que existe uma forte concorrência entre países e entre regiões, quer no contexto europeu, quer a nível mundial, para captar IDE e que a actractividade dos locais de implantação continua a repousar em grande medida nos apoios financeiros concedidos localmente. De facto, como mostram os Quadros 20, 21 e 22, os incentivos atingem níveis consideravelmente elevados, mesmo nos países com as melhores dotações noutros factores de atracção e onde as empresas, em consequência disso, beneficiam de elevadas economias externas, ou seja, os países mais desenvolvidos. 4. Conclusões de política económica As constatações efectuadas ao longo da análise anterior mostram que existe, em Portugal, um importante papel a desempenhar pelas políticas públicas de carácter estrutural, pois as variáveis analisadas que têm registado uma evolução mais desfavorável apresentam, em geral, uma elevada sensibilidade a estas políticas. Tendo em conta as políticas estruturais postas em prática no âmbito do QCA III, parece justificar-se, de um modo geral, um reforço da selectividade destas políticas, assim como um enfoque especial na inovação (nas suas diferentes dimensões). Sucintamente, tais constatações sugerem, entre outras, as seguintes orientações prioritárias: - Reforçar ainda mais do que já foi feito na passagem do QCA II para o QCA III a

discriminação positiva do investimento imaterial em geral, em detrimento dos factores de carácter material. Para tal, poderá justificar-se a autonomização e agilização dos incentivos a esse tipo de investimento, com uma dotação orçamental substancial, dando assim um sinal ainda mais claro aos agentes económicos;

- Privilegiar, no que respeita aos incentivos ao investimento material, o investimento que incorpora ou determina mais inovação (nos seus diferentes aspectos);

- Introduzir incentivos específicos aos investimentos de elevada intensidade tecnológica, em qualquer sector e, em particular, à criação de PME de base tecnológica;

- Introduzir igualmente apoios específicos à criação ou desenvolvimento de actividades de serviços às empresas com carácter estratégico (acção do lado da oferta), assim como à aquisição destes serviços pelas empresas (acção do lado da procura);

- Reforçar a política de atracção de IDE, especialmente com vista à criação de novas actividades, e reequacionar esta política tendo em conta, nomeadamente, o forte crescimento recente do IDE a nível internacional no sector dos serviços de alta tecnologia.

10 A Autoeuropa é disso um bom exemplo.

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11

Quadro 1

Crescimento do PIB e do PIB/habitante em Portugal e noutros países Diferença (+) em p.p. entre a taxa de crescimento média anual

nacional do PIB a preços de mercado de 1995 e a UE15 1961-70 1971-80 1981-90 1991-00 1996 1997 1998 1999 2000

(1) 2001 (1)

Port. 1,5 1,7 0,8 0,5 1,6 1,0 0,8 0,6 0,2 0,4 Irl. - 0,7 1,7 1,2 4,6 6,1 8,2 6,2 6 4,1 3,1

Esp. 2,4 0,5 0,6 0,4 0,7 1,3 1,3 1,4 0,4 0,3 PIB/habitante em PPC a preços correntes EU15 = 100 1960 1970 1980 1991 1991

(2) 1996 1997 1998 1999 2000

(1) 2001 (1)

Port. 40,1 50,4 55,4 63,1 64,4 70,1 73,4 74,8 75,7 75,7 76,1 Irl. 62,2 61,2 65,5 74,7 76,3 92,9 101,6 107,0 111,4 114,3 117,4

Esp. 59,1 72,9 72,7 79,2 80,9 79,1 79,4 80,4 81,6 82,1 82,3 (1) Previsão. (2) Após a inclusão da Alemanha oriental. Fonte : CCE (2000 a).

Quadro 2 PIB/habitante e taxa de emprego na Tríade - 1999

PIB/habitante (*) 1000 PPC

PIB/habitante (*) taxa média anual de

crescimento 1989-99

Taxa de emprego (**)

EU 19,1 1,6 63,4 USA 29,5 2,1 81,7 Japão 21,1 1,4 76,3 (*) Preços de mercado de 1995. (**) Relação entre o número de pessoas efectivamente empregadas (com idade de 15 a 64 anos) e o número de pessoas em idade activa (15-64 anos). Fonte : CCE (2000b).

Quadro 3 Taxa de emprego em Portugal e na EU (*)

1961-73 1974-85 1986-90 1991-95 1996-99 (**) Portugal 68,0 64,3 65,8 66,2 66,2 Espanha 64,4 55,6 50,9 51,6 53,6 Irlanda 65,4 58,0 53,0 54,0 59,9 EU –15 64,4 61,2 60,0 60,3 60,4 (*) Relação entre o número de pessoas efectivamente empregadas (com idade de 15 a 64 anos) e o número de pessoas em idade activa (15-64 anos). (**) Média das taxas anuais. Fonte : CCE (2000 a).

Quadro 4 Crescimento do PIB/habitante e das suas componentes em Portugal

Taxa média anual, 1990-97 Y/D L/D E/L Y/E A/L E/A H/E Y/H PIB/

habitante Popul. em

idade activa/ População

total

Número de empregados/

Popul. em idade activa

PIB/ Número de empregados

População activa/

Popul. em Idade activa

Número de empregados/ População

activa

Total horas trabalhadas/ Número de empregados

PIB/ Total horas trabalhadas

Impacto total da utilização da força de

trabalho

= a+b+c

= a+d+e+f+g

a b =

d+e

c D e f g = a+d+e+f

2,4 0,3 0,4 1,7 -0,3 0,7 -0,6 2,2 0,2 Fonte : Scarpetta et al. (2000).

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Quadro 5

Crescimento da produtividade do trabalho em Portugal e na EU (taxa média anual) 1961-

1973 (*)

1974- 1985 (*)

1986- 1990 (*)

1991-1995 (*)

1996-1999 (*)

1985- 1990 (**)

1990- 1994 (**)

1994- 1998 (**)

Portugal 6,6 2,6 4,4 2,3 1,4 3,4 2,7 3,1 Espanha 6,5 3,4 1,2 1,8 0,7 1,0 3,0 0,2 Irlanda 4,3 3,7 3,5 2,6 3,8 2,8 3,9 5,7 EU-15 4,4 2,0 1,8 2,0 1,3 2,0 2,1 1,9 (*) PIB real por pessoa empregada. (**) PIB real por hora de trabalho. Fonte : CCE (1999c); CCE (2000 a).

Quadro 6

Crescimento da produtividade do trabalho (*) na Tríade (taxa média anual) 1960-75 1975-85 1985-90 1990-95 1995-99 EU 3,9 2,2 1,7 1,9 1,3 USA 1,9 1,2 1,0 1,3 2,2 Japão 7,0 3,0 3,6 0,7 1,0 (*) PIB real por pessoa empregada. Fonte : CCE (2000b).

Quadro 7

Nível de produtividade (*) (EU = 100) 1988 1993 1996

Portugal 54 60 66 Espanha (Objectivo 1) 84 88 87

Irlanda 83 100 105 Grécia 67 71 72

(*) PIB real por pessoa empregada. Fonte : CCE (1999b).

Quadro 8 Acumulação de capital físico (equipamentos e edifícios)

Crescimento do stock de capital líquido (real) Intensidade capitalística da produção (*) 1961-73 1974-85 1986-90 1991-95 1996-99

(**) 1961-73 1974-85 1986-90 1991-95 1996-99

(**) Portugal 7,0 5,5 4,4 4,2 4,5 3,1 3,8 4,3 4,6 4,9 Espanha 5,5 4,0 3,9 3,6 3,5 2,5 2,9 3,0 3,3 3,4 Irlanda 4,9 4,8 2,5 2,2 4,5 3,1 3,4 3,5 3,2 2,6 EU 15 4,7 2,9 2,5 2,2 2,1 3,0 3,2 3,2 3,3 3,3

(*) Rácio capital líquido/PIB real. (**) Média das taxas anuais. Fonte : CCE (2000a).

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Quadro 9 Taxa de investimento (*)

1970-79 1980-89 1990-98 1995 1996 1997 1998 1999 (**) Bélgica 20,3 16,4 18,8 18,4 18,3 18,7 19,0 19,3

Dinamarca 26,4 19,9 20,1 20,3 20,6 22,0 22,8 23,0 Alemanha 25,3 22,0 22,0 22,0 21,4 21,0 20,6 20,6

Grécia 30,0 22,5 22,9 21,5 22,8 24,2 25,6 27,4 Espanha 22,8 19,7 22,5 22,1 21,8 22,1 23,3 24,4 França 23,1 20,0 19,5 19,1 18,7 18,3 18,5 18,8 Irlanda 23,8 20,9 16,1 15,2 16,0 16,0 16,0 16,3 Itália 23,5 19,8 18,5 17,8 17,8 17,6 18,0 18,2

Luxemburgo 25,5 22,2 26,1 25,0 23,9 24,9 25,8 25,8 Holanda 24,2 20,4 20,2 19,8 20,2 20,8 20,9 20,7 Áustria 23,9 21,5 24,0 24,3 24,4 24,5 25,1 25,6 Portugal 29,3 25,9 28,7 27,9 28,6 30,9 32,3 33,4 Finlândia 30,7 27,2 20,5 17,6 18,4 19,9 20,5 21,1

Suécia 20,5 18,6 17,1 16,2 16,6 15,5 16,5 16,9 R U 19,2 18,3 19,3 18,6 19,0 19,5 20,5 20,9

EU 15 23,4 20,4 20,3 19,8 19,7 19,7 20,0 20,3 USA 17,2 17,3 17,6 17,8 18,6 19,3 20,4 20,7 Japão 30,2 27,9 30,3 29,7 31,3 30,0 28,1 27,0

(*) Percentagem da formação bruta de capital fixo em relação ao PIB. (**) Média das taxas anuais. Ano de 1999: estimativa. Fonte : CCE (1999 a), p. 42.

Quadro 10 Peso relativo do investimento em equipamento (*)

1970 1980 1990 1995 1996 1997 1998 Bélgica 38,5 29,7 47,0 40,1 42,1 41,0 41,2 Dinamarca 31,8 36,7 44,3 44,9 48,3 43,2 43,3 Alemanha 38,1 38,0 46,0 35,7 37,0 38,7 41,8 Grécia 31,4 27,4 35,0 38,6 38,8 37,8 37,6 Espanha 39,5 33,3 33,1 29,6 31,1 33,3 34,2 França 34,8 34,1 39,7 40,1 41,1 40,9 42,2 Irlanda 46,8 49,3 45,5 40,9 37,0 33,8 31,5 Itália 36,4 47,0 49,2 51,4 51,3 51,9 53,4 Holanda 39,4 33,5 44,7 42,4 42,9 42,9 43,9 Áustria 47,3 40,8 42,6 36,9 36,6 36,8 36,6 Portugal n.d. 51,0 50,4 47,9 46,5 45,5 46,6 Finlândia 35,0 34,4 34,8 39,4 40,5 38,8 39,3 Suécia 30,6 37,5 42,6 52,9 53,3 56,9 58,2 R U 47,6 46,3 42,3 47,7 48,8 48,6 48,2 EU15 excl. L n.d. 35,5 43,2 42,7 43,4 43,7 45,2 USA 39,4 42,1 44,4 48,3 48,4 48,6 49,4 Japão 43,3 32,6 39,8 35,5 37,6 42,8 39,8 (*) Percentagem representada pelo equipamento no total do investimento em capital fixo (equipamento e edifícios) Fonte : CCE (1999 a), p. 44.

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Quadro 11

Crescimento da produtividade total dos factores (*) - Taxa média anual 1961-73 1974-85 1986-90 1991-95 1996-99 (**)

Portugal 4,4 0,7 3,3 0,8 0,6 Espanha 4,9 1,6 1,0 0,5 0,5 Irlanda 2,6 2,0 2,9 2,5 4,2

Alemanha 2,3 0,9 1,7 1,2 0,9 França 3,1 1,0 1,6 0,6 1,2

Reino Unido 2,0 0,9 1,3 1,4 0,9 Suécia 2,3 0,5 0,8 1,7 1,8 EU 15 2,9 1,0 1,4 1,0 0,9

(*) A produtividade total dos factores (PTF), também designada por factor residual, “explica” a parte da taxa de crescimento do PIB não imputável ao aumento dos factores físicos (quantidade de equipamentos e número de trabalhadores ou de horas trabalhadas). A PTF exprime, deste modo, o contributo para o crescimento dado pelo conjunto de todos os outros factores (qualificação dos recursos humanos, tecnologia, organização, economias de escala, especialização produtiva, alteração da estrutura produtiva, etc. (Cf. Madison (1995). (**) Média das taxas anuais. Fonte : CCE (2000a).

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Quadro 12 Indicadores de inovação (1996 a 1999, segundo o indicador)

Indicador EU B DK D EL E F IRL I L NL A P FIN S UK US JP Percentagem de licenciados em

Ciência e Tecnologia 37 26 32 48 38 32 31 39 32 30 33 28 58 47 37

% de trabalhadores com diploma de ensino superior

13 11 15 13 12 13 10 11 8 11 23 6 7 12 13 13 26

% de emprego na indústria transform. de alta tecnologia

7,7 7,2 6,8 11,0 2,4 5,5 7,0 7,4 7,5 1,6 4,8 6,5 3,5 7,2 8,6 7,8

% de emprego nos serviços de alta tecnologia

3,0 3,5 4,2 2,6 1,5 1,9 3,6 2,4 2,6 2,5 3,3 2,5 1,4 4,6 4,4 3,7

Despesas estatais de I&D em % do PIB

0,70 0,42 0,72 0,82 0,22 0,36 0,90 0,32 0,53 0,83 0,72 0,44 0,90 0,97 0,58 0,78 0,59

Despesas de I&D das empresas em % do PIB

1,20 1,31 1,26 1,53 0,13 0,49 1,38 1,03 0,55 1,11 0,83 0,14 2,06 2,77 1,21 2,04 2,18

Patentes de alta tecnologia por habitante

15 13 19 24 0,3 2 16 1 4 2 27 9 0,0 70 42 15 20 9

% de PME com inovação interna

44 29 59 59 36 62 44 25 51 59 22 27 45 36

% de PME que participam em inovação em cooperação

11 9 37 15 5 12 23 5 10 15 13 5 20 28 16

Despesas de inovação em % das vendas

3,7 2,1 4,8 4,1 1,8 3,9 3,3 2,6 3,8 3,5 1,7 4,3 7,0 3,2

Capital de risco em % do PIB

0,06 0,16 0,02 0,06 0,01 0,02 0,07 0,08 0,02 0,11 0,01 0,01 0,05 0,15 0,10

Capitalização dos novos mercados em % do PIB

3,4 0,1 3,7 17,5 4,7 0,4 1,1 0,3 0,5 0,2 2,3 31,2 1,5

Vendas de “produtos novos no mercado” em % do total

6,5 2,6 5,1 3,8 9,5 7,9 8,4 13,5 6,6 5,6 7,2 7,3 6,9 6,7

Utilizadores de Internet por cada 100 habitantes

14,9 13,7 28,2 19,4 7,1 7,2 9,7 11,8 8,7 17,4 19,0 10,5 7,0 32,3 41,4 21,0 39,8 14,5

Mercados de TIC em % do PIB

5,0 5,1 5,5 4,5 4,4 3,9 5,0 5,7 4,1 5,9 4,3 4,9 5,3 6,5 6,4 7,6 4,4

Alteração (%) do peso dos sectores de alta tecnologia

9 -19 -36 4 -15 -12 -7 150 86 -9 1 -7

Fonte : CCE (2000d).

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17

Quadro 13 Classificação das actividades económicas (indústria transformadora) em função do nível de qualificação da mão-de-obra - % do VAB - 1997

Qualificação baixa Qualificação média Trabalho manual

Qualificação média Trabalho intelectual

Qualificação alta

Bélgica 36,4 20,7 31,2 11,7 Dinamarca 35 19,5 23,5 22,1 Alemanha 24 27,3 30,7 18,4

Grécia 50,8 12,7 29,7 6,8 Espanha 40,3 25,5 24,4 9,8 França 29,2 21,4 32,9 16,6 Irlanda 28,4 6,2 39,1 26,4 Itália 35,9 19,2 26,9 18,1

Holanda 33,6 14,7 39,9 11,9 Áustria 33,0 22,8 31,8 12,3 Portugal 52,5 19,0 22,7 5,8 Finlândia 23,4 15,3 46,3 15,1

Suécia 19,1 24,6 38,0 18,3 Reino Unido 32,1 17,9 32,8 17,3

UE15 30,4 21,8 31,1 16,8 USA 25,5 17,4 38,9 18,2 Japão 29,2 21,7 33,7 15,5

Fonte : WIFO, in CCE (1999 a), p.60.

Quadro 14 Identificação das actividades de prestação de serviços às empresas

Classificação NACE Serviços Actividades mais importantes 72.1 - 6

Informáticos - Consultoria em equipamento - Consultoria de programação - Processamento de dados - Actividades de bancos de

dados 74.11 74.12 74.14

Profissionais

- Actividades jurídicas - Actividades de contabilidade e

consultoria fiscal - Consultoria de gestão

74.13 74.4

Marketing - Estudos de mercado - Publicidade

74.2 74.3

Técnicos

- Actividades de arquitectura - Actividades de engenharia - Ensaios e análises técnicas

71.1 71.21-23 71.31-33

Aluguer

- Aluguer de equipamentos de transporte e para a construção

- Aluguer de máquinas de escritório, incluindo computadores

74.5 Selecção de pessoal - Selecção e colocação de pessoal 74.6 74.7

Operacionais - Actividades de segurança - Actividades de limpeza industrial

74.81-84

Outros

- Actividades de secretariado e tradução

- Actividades de embalagem - Feiras e exposições

Fonte : CCE (1998).

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18

Quadro 15 Produtividade relativa (*) dos diferentes ramos de actividade - 1994

Agricultura Indústria transforma

dora

Serviços (total)

Comércio a retalho e hotelaria

Transp. e comunicaç

ões

Banca e seguros

Serviços às empresas

Serviços de proxim. e à comunid.

Administração pública

Europa(**)

0,64 1,26 1,04 0,72 0,89 0,83 2,00 0,83 0,71

USA 0,77 1,36 0,96 0,80 0,62 2,16 1,85 1,00 0,69 (*) Em relação à média da economia. (**) Dez países da EU. Fonte: OCDE, in Rubalcaba-Bermejo (1999).

Quadro 16 Peso das actividades de prestação de serviços às empresas (business services)

(início dos anos 90) Emprego

% do total Valor acrescentado

% do total Portugal n.d. 5,7 Espanha 5,1 10,7 Grécia n.d. 8,2 França 8,2 18,0

Alemanha (ocidental) 9,8 14,2 Holanda 9,3 16,4

Reino Unido 9,3 19,5 EU-15 8,5 15,3 USA 10,4 19,2

Fonte : OCDE e Eurostat, in Rubalcaba-Bermejo (1999), p. 44.

Quadro 17 Saldo da balança comercial (bens e serviços) - % do PIB

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 -8,0 -9,0 -9,8 -10,3 -6,9 -7,6 -7,0 -7,3 -8,5 -9,4 -11,1

Fonte : Banco de Portugal, Relatório do Conselho de Administração (diversos números)

Quadro 18 Evolução dos custos salariais unitários nominais (*) (conjunto da economia)

em relação a um conjunto de países industrializados (**) - USD: 1991=100 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Portugal 110,9 106,6 104,3 108,1 109,6 108,0 108,1 109,7 Espanha 101,2 91,5 85,4 86,2 87,9 84,2 85,2 84,3 Irlanda 104,1 101,1 100,9 97,3 97,8 98,6 92,9 91,4

(*) Relação entre o salário anual por trabalhador e a produtividade na sua versão PIB/trabalhador. (**) A comparação é efectuada com os outros países de um conjunto de 22 países industrializados. Fonte : CCE (2000 a).

Quadro 19 Peso do IDE recebido do exterior

Fluxos em % da FBCF 1985 - 95 1996 1997 1998

Portugal 7,7 5,3 8,8 10,1 Espanha 9,1 5,6 5,8 9,0 Irlanda 9,2 19,1 16,9 45,0

Stock em % do PIB 1985 1990 1995 1998

Portugal 16,0 14,1 16,8 20,8 Espanha 5,4 13,4 19,1 21,5 Irlanda 24,5 12,2 18,6 32,7

Fonte : UNCTAD (2000).

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Quadro 20

Grandes projectos (IDE e outros) notificados à Comissão Europeia nos anos 90 (até 1997) a b c d e

Investidor País de investimento

Localização do investimento

Sector de actividade

Montante do investimento

(Milhões de euros)

Montante de auxílio

(Milhões de euros)

Intensidade de auxílio (%)

b/a

Número de empregos criados

Auxílio por emprego (euros)

b/d

Bosch França Mondeville Calvados-Caen

Electronic equipm. for cars

68 4 6 540 7 407

Kimberly Clark França Toul/VSE Meurthe-et-Mos.

Hygienic Paper (Prem Tissue)

184 31 17 250 124 000

Mitsubishi Alemanha Aachen, NRW Semiconductors 488 56 11 488 114 754 Siemens Alemanha Dresden, Saxónia Semiconductors 1 380 231 17 1 200 192 500

Leuna 2000 Alemanha Leuna Saxónia-Anhalt

Oil-Refinery 2 350 704 30 2 500 281 600

Italgrani Itália Naples Mezzogiorno

Food Processing 509 288 57 910 316 484

Texas Instrum. Itália Mezzogiorno Semiconductors 1 055 603 57 400 1 507 500 Piaggio Itália Mezzogiorno Scooters, Motor-

cycles (parts) 371 200 54 1 312 152 439

TDK Luxemburgo Bascharage Cons Electronics (magn Tapes)

131 28 21 600 46 667

FMC Ind Chem. Holanda Delfzijl Groningen

Hydrogen Peroxide

53 13 25 113 115 044

Frima Holanda Harlingen Friesland

Salt 115 15 13 60 250 000

Cofap Portugal Cantanhede Motor Vehicle Parts (Pistons)

84 28 33 935 29 947

Ford Portugal Palmela Electronic Equipm. for cars

94 50 53 1 700 29 412

DuPont Espanha Astúrias Chemicals (Speciality Fibres)

750 225 30 230 642 857

Sony RU Bridgend Wales

Consumer Electronics (TVs)

183 1 1 482 2 075

Hualon RU Irlanda do Norte Textiles (Cotton and Polyester)

207 80 39 1 800 44 444

Fonte: Crombez e Sleuwagen (1997).

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Quadro 21 Grandes projectos (IDE e outros) notificados à Comissão Europeia em 1999 e 2000

a b c d e Data Investido

r País de

investim. e locali- zação

Sector de actividade

Montante de invest. (Milhões

euros)

Montante de auxílio (Milhões de euros)

Intensidade de

auxílio (%) b/a

Número de

empregos criados

Auxílio por

emprego (euros)

b/d 1999 Rockwool

Peninsular S A

Espanha Caparroso Navarra

Mineral Wood

64,7 15,2 23,5 107 142 056

1999 Marina di Stabia S P A

Itália Castellmare

di Stabia Campania

Rent or Purchase of Mooring for Recreational

Craft

71,3 50,6 70,1 141 358 865

1999 Benfil SRL

Itália Airola

Campania

Cotton Weaving

49,6 37,4 75,4 154 242 857

1999 Tessival Sud SRL

Itália Airola

Campania

Cotton-type Weaving Market

80,1 65,9 82,3 400 164 800

1999 Nuove Industrie Molisane

SRLU

Itália Isernia Molise

Cement 65,9 15,1 22,9 87 173 201

1999 Futura Filati SRL

Itália Manfredon ia, Foggia

Cotton Thread

59,3 44 74,2 157 280 166

1999 Cotonificio di

Capitanata SRL

Itália Manfredon ia, Foggia

Cotton Dying and Finishing

20 12 60 70 171 429

1999

Villa Romana

SRL

Itália Campania

Hotels and Motels with Restaurant

54,8 38,4 70,1 219 175 297

1999 Solar Tech SRL

Itália Manfredon ia, Foggia

Photovoltaic Moduls

56,1 42,8 76,3 280 152 815

1999 BASF Schwarzheide GMbH

Alemanha Branden

burg

Fungicide Active

Substances

112,5 39,4 35,3 257 153 191

1999 Glaverbel Kavalas

AE

Grécia Macedónia Oriental

Float Glass Market

86 41,5 48,3 202 205 644

2000 Sachsische Faserwerke Pirna AG

Alemanha Sachsen

Wood Pulp

265,9 93,1 35,0 438 212 455

2000 Pilkington/Interpane

França Lorraine

Raw Float Glass; Lami Nated Buil ding Glass

164,7 21,0 12,8 245 85 796

2000 Motorola Ltd

RU Escócia

Integrated Circuits for

Mobile Phones

1 923 (*)

144,5 7,5 1350 107 057

(*) £ 1200 milhões (1 euro = 0,6241 £ em 29.12.00). Fonte : CCE.

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Quadro 22

Incentivos ao investimento (IDE) na indústria automóvel Data Investidor País de investimento Montante de incentivo

por emprego – US dollars 190 Honda USA 4 000

Início dos anos 80 Nissan USA 17 000 1984 Mazda-Ford USA 14 000

Meados dos anos 80 GM Saturn USA 27 000 Meados dos anos 80 Mitsubishi-Chrysler USA 35 000 Meados dos anos 80 Toyota USA 50 000 Meados dos anos 80 Fuji-Isuzu USA 51 000 Início dos anos 90 Mercedes Benz USA 168 000

1992 Ford-Volkswagen Portugal 265 000 1995 Volkswagen Brasil 54 000 – 94 000 1996 Renault Brasil 133 000 1996 Merceds Benz Brasil 340 000 1997 Volkswagen Alemanha 180 000 1997 Ford Índia 200 000 - 420 000

Fonte : Oman (2000), p. 80.

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Gráfico 1 Taxa de crescimento do PIB em Portugal e na UE15 a preços de mercado de 1995

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99

Diferencial UE15 Portugal

Fonte : CCE (2000a).

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Gráfico 2

PIB/habitante a preços correntes em PPC - UE15 = 100

Fonte : CCE (2000a).

0

20

40

60

80

100

120

140

80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 91 92 93 94 95 96 97 98 99 2000

Irlanda Espanha Portugal

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Bibliografia - Atkinson, R. D. e Court, R. H. (1998), The New Economy Index: Umderstanding

America’ Economic Transformation, Progressive Policy Institute, Washington. - Banco de Portugal (1998), Suplemento ao Boletim Estatístico, Nº 2, Dezembro. - Banco de Portugal, Relatório do Conselho de Administração (diversos números). - Buigues, P.; Jacquemin, A.; Marchipont, J.-F. (ed.) (2000), Competitiveness and the

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prestados às empresas para o desempenho industrial: um enquadramento comum. - CCE (1999a), The Competitiveness of European Industry – 1999 Report. - CCE (1999b), Sixth Periodic Report on the Social and Economic Situation and

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Europa. - CCE (2000f), Benchmarking Enterprise Policy – First Results from the Scoreboard. - Conselho Europeu (2000), Conclusões da Presidência, 23-24 de Março, Lisboa. - Crombez, C. e Sleuwaegen, L. (1997), Ex Post Evaluation of the Effects of the Draft

Multisectoral Framework on Regional Aid for Large Investment Projects, Estudo efectuado para a Comissão Europeia.

- ECOFIN (2000), Report by the Economic Policy Committee to ECOFIN on “Structural

Indicators”. - EUROSTAT (2000), Structural Indicators: Definitions, Data Sources, Data

Availability, Doc. Eurostat/D2/SBS/IPS/Dez. 00. - Madison, A. (1995), Monitoring the World Economy, OECD.

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- McFetridge, D. G. (1995), La compétitivité: notions et mesure, Universidade Carleton (Canadá), Document hors-série Nº 5, Abril.

- National Science Foundation (USA) (2000), Science and Engineering Indicators. - OECD (1999 a), Managing National Innovation Systems. - OECD (1999b), Strategic Business Services. - OECD (2000), The Service Economy. - Oman, Ch. (2000), Policy Competition for Foreig Direct Investment: A Study of

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Industries, in Buigues et al., 2000. - Rubalcaba-Bermejo, L. (1999), Business Services in European Industry: Growth,

Employment and Competitiveness, Comissão Europeia (DG III). - Scarpetta, S.; Bassanini, A.; Pilat, D; Schreyer, P. (2000), Economic Growth in the

OECD Area: Recent Trends at the Aggregate and Sectoral Level, OECD, Economics Department Working Papers, Nº 248.

- Swiss Management School IMD (2000), The Worl Competitiveness Yearbook. - The Fraser Institute (2000), Economic Freedom of the World. - UNCTAD (2000), World Investment Report 2000. - World Economic Forum (2000), Global Competitiveness Report.

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Lista de documentos de trabalho publicados pelo Centro de Estudos da União Europeia(CEUNEUROP)

Ano 2000 Alfredo Marques - Elias Soukiazis (2000). “Per capita income convergence across countries and across regions in the European Union. Some new evidence”. Documento de trabalho Nº1, Janeiro. Elias Soukiazis(2000). “What have we learnt about convergence in Europe? Some theoretical and empirical considerations”. Documento de trabalho Nº2, Março. Elias Soukiazis(2000). “ Are living standards converging in the EU? Empirical evidence from time series analysis”. Documento de trabalho Nº3, Março. Elias Soukiazis(2000). “Productivity convergence in the EU. Evidence from cross-section and time-series analyses”. Documento de trabalho Nº4, Março. Rogério Leitão(2000). “ A jurisdicionalização da política de defesa do sector têxtil da economia portuguesa no seio da Comunidade Europeia: ambiguidades e contradições”. Documento de trabalho Nº5, Julho. Pedro Cerqueira(2000). “ Assimetria de choques entre Portugal e a União Europeia”. Documento de trabalho Nº6, Dezembro. Ano 2001 Helena Marques(2001). “A Nova Geografia Económica na Perspectiva de Krugman: Uma Aplicação às Regiões Europeias”. Documento de trabalho Nº7, Janeiro. Isabel Marques(2001). “Fundamentos Teóricos da Política Industrial Europeia”. Documento de trabalho Nº8, Março. Sara Rute Sousa(2001). “O Alargamento da União Europeia aos Países da Europa Central e Oriental: Um Desafio para a Política Regional Comunitária”. Documento de trabalho Nº9, Maio.

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Ano 2002 Elias Soukiazis e Vitor Martinho(2002). “Polarização versus Aglomeração: Fenómenos iguais, Mecanismos diferentes”. Documento de trabalho Nº10, Fevereiro. Alfredo Marques(2002). “Crescimento, Produtividade e Competitividade. Problemas de desempenho da economia Portuguesa” . Documento de trabalho Nº 11, Abril.