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1 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO ADRIANA DOS SANTOS QUEIROZ RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COM PÚBLICO INTERNO: UM ESTUDO BASEADO NOS INDICADORES DO INSTITUTO ETHOS. FORTALEZA 2014

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ADRIANA DOS SANTOS QUEIROZ

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COM PÚBLICO INTERNO: UM

ESTUDO BASEADO NOS INDICADORES DO INSTITUTO ETHOS.

FORTALEZA

2014

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ADRIANA DOS SANTOS QUEIROZ

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COM PÚBLICO INTERNO: UM

ESTUDO BASEADO NOS INDICADORES DO INSTITUTO ETHOS.

Artigo científico submetido à aprovação da

Coordenação do Centro de Ensino Superior do

Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau

de Bacharel em Administração.

Orientador: Professor Ms. Luís Carlos Alencar

FORTALEZA

2014

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RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL COM PÚBLICO INTERNO: UM

ESTUDO BASEADO NOS INDICADORES DO INSTITUTO ETHOS

Adriana dos Santos Queiroz1

Luís Carlos Alencar2

RESUMO

Com o mercado cada vez mais competitivo as empresas tem procurado alternativas para se

sobressair à concorrência, algumas delas encontram na Responsabilidade Social um meio para

atingir tal objetivo. Com efeito, os consumidores passaram a cobrar das empresas

responsabilidade em relação aos seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas,

comunidade onde atuam e ao meio ambiente. Este trabalho em especial, da ênfase a dimensão

interna da Responsabilidade Social Empresarial. O objetivo do estudo é analisar as práticas

gerenciais das relações de trabalho com os funcionários na empresa Unicred, por meio da

avaliação dos indicadores propostos pelo Instituto Ethos, descrevendo as relações de Trabalho

no tocante a Responsabilidade Social Interna, na visão dos funcionários. A pesquisa é

descritiva, qualitativa e quantitativa, e a metodologia utilizada versa sobre estudo de caso da

empresa estudada. Os questionários aplicados foram construídos com base nos Indicadores do

Instituto Ethos, onde foi entrevistado a gerente de Recursos Humanos e aplicado questionário

fechado à 30 (trinta) funcionários da organização. Os resultados apontam que, na visão dos

funcionários, a empresa tem compromisso com o desenvolvimento da Responsabilidade

Social Interna.

Palavras-chave: Responsabilidade Social Empresarial; Público interno; relação de trabalho.

1 QUEIROZ, Adriana dos Santos; ALENCAR, Luís Carlos. Responsabilidade social empresarial

com público interno: um estudo baseado nos indicadores do instituto Ethos. Trabalho de

Conclusão de Curso (TCC). Curso de Bacharelado em Administração. Faculdade Cearense. Fortaleza,

2014. Graduada em administração de empresas pela Faculdade Cearense e autora do artigo. E-mail

[email protected] 2

Mestre em Administração de Empresas. Professor da Faculdade Cearense no curso de

Administração. Atuando como orientador do presente artigo. E-mail

[email protected].

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ABSTRACT

With the increasingly competitive market, companies have to look for alternatives to excel

competition, some have sought social responsibility a means to achieve this goal, as

consumers began to charge corporate responsibility towards their employees, customers,

suppliers, shareholders, the community in which they operate and the environment. This work

in particular back to the internal dimension of CSR. The objective of the study is to analyze

the management practices of labor relations with employees on company Unicred looking

through the evaluation of the indicators proposed by the Ethos Institute describe the

relationships Working with regard to Internal Social Responsibility in the company, in the

view of officials. The research is descriptive, qualitative and quantitative methodology and

case study deals with the company studied. The questionnaires were constructed based on the

indicators of the Ethos Institute, where they were interviewed human resources manager and

closed questionnaires applied to 30 employees of the organization, the results indicate that, in

the view of officials, the company is committed to the development of Social Responsibility

internal.

Keywords: Empresarial Social Responsibility; Workforce; working relationship.

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1 INTRODUÇÃO.

O conceito de Responsabilidade Social é bastante abrangente, já que, está relacionado

a diferentes ideias e por isso é descrito por vários autores de diferentes áreas do

conhecimento, como nas Ciências Sociais, na Economia, na Administração e Marketing,

apresentando assim muitas interpretações em relação a cada área profissional. Para alguns

autores a ideia de Responsabilidade Social representa uma obrigação legal, outros a traduzem

como um dever que impõe às empresas elevados padrões de comportamentos, outros veem

como contribuições caridosas ou ações voluntárias voltadas ao meio ambiente.

Algumas pesquisas sobre Responsabilidade Social Empresarial limitam-se em falar

primordialmente sobre práticas voltadas à comunidade e para o meio onde vivem, procurando

dar respostas a sociedade sobre seus comportamentos principalmente no tocante ao meio

ambiente. O tema vem ganhando cada vez mais espaços nas organizações, pois segundo

Ashley (2003), a Responsabilidade Social está surgindo como uma nova estratégia para

aumentar seus lucro e potencializar seu desenvolvimento diante de uma maior conscientização

e exigência dos consumidores por produtos e práticas que gerem melhoria para o meio

ambiente.

Segundo Dias (2012), a Responsabilidade Social Empresarial apresenta duas

dimensões, a interna e a externa, onde na dimensão interna as práticas responsáveis

socialmente estão voltadas para os trabalhadores e se referem a questões como os

investimentos realizados em recursos humanos, a saúde e a segurança do trabalho, já a

dimensão externa está voltada para práticas que defendem os interesses das comunidades e do

meio ambiente.

Este trabalho está voltado à dimensão interna da Responsabilidade Social

Empresarial, que se baseia essencialmente nas condições laborais e na qualidade de vida dos

empregados e de seus dependentes.

A pesquisa tem como base os indicadores proposto pelo instituto Ethos, que permite

fazer uma avaliação dos aspectos organizacionais a fim de obter um diagnóstico de suas

práticas. A utilização dos indicadores do Instituto Ethos para esta pesquisa se deu pela forte

credibilidade que o Instituto tem na inclusão do tema R.S.E em empresas instaladas em todo

país.

De acordo com o Instituto Ethos (2013), as mudanças no mundo do trabalho levam as

organizações a reforçar o engajamento de seus colaboradores e a planejar com eles políticas

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de remuneração e benefícios, pois esta forma de responsabilidade social é uma maneira eficaz

de engajamento, comprometimento e envolvimento dos seus funcionários com os processos

organizacionais.

A pesquisa foi realizada na empresa Unicred, eleita como uma das melhores empresas

para se trabalhar, título recebido em 2013 publicado pela revista Exame. Onde teve como

proposta analisar as práticas de gestão no que tange, a Responsabilidade Social com público

interno.

O presente estudo tem como objetivo geral analisar, através da percepção dos

empregados, as práticas gerenciais em relação à Responsabilidade Social Empresarial com o

público interno, tendo como base o guia do Instituto Ethos de 2013 – última versão disponível

até o momento.

A pesquisa é descritiva e utilizou de estratégias metodológicas de cunho qualitativo e

quantitativo, no qual a metodologia utilizada versa sobre o estudo de caso da empresa

Unicred. Os questionários aplicados foram construídos com base nos sete indicadores

proposto pelo instituto supracitado. A coleta de dados deu-se através de entrevista com a

gerente de Recursos Humanos da empresa, somado a aplicação de um questionário fechado

aos 30 (trinta) funcionários da organização.

Cada variável foi analisada em cada um dos seus requisitos, separando e comparando

a percepção do gestor de RH com a dos trabalhadores. Os resultados da pesquisa apontam que

a Unicred é percebida por seus empregados como uma empresa que tem compromisso com o

desenvolvimento de Responsabilidade Social Interna, detalhes desse processo foi descrito

nessa pesquisa.

2 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL.

Quando se fala em Responsabilidade Social Empresarial, diversas formas de

pensamento sobre o tema podem surgir, para alguns autores ele está associado à ideia de

responsabilidade legal, outros denotam ao tema um significado de comportamento

socialmente responsável no sentido ético, outros ainda denotam ao significado da expressão

voltada especificamente ao meio ambiente, ou contribuições sociais voluntárias ou até mesmo

a uma causa específica. Porém, para o Instituto Ethos (2013), não importa o sentido que a

Responsabilidade Social Empresarial é empregada às empresas que incorporarem os

princípios e os aplicarem corretamente podem sentir e manter resultados bastante

significativos como: melhores resultados para seus acionistas, valoração da imagem

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institucional e da marca, maior lealdade do consumidor e fornecedor, maior capacidade de

recrutar, manter e desenvolver talentos, flexibilidade, capacidade de adaptação e longevidade:

O modo empresarial vê, na responsabilidade social, uma nova estratégia para

aumentar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento. Essa tendência decorre da

maior conscientização do consumidor e consequente procura dos produtos e práticas

que gerem melhoria para o meio ambiente ou a comunidade (ASHLEY, 2003, p.3)

A prática de Responsabilidade Social Empresarial não se limita ao meio ambiente e as

práticas voltadas ao consumidor e a comunidade onde atua. Segundo Melo Neto e Froes

(2004), a Responsabilidade Social Empresarial (R.S.E) compreende duas dimensões: a interna

e a externa. A Responsabilidade Social Empresarial externa apresenta como escopo a

comunidade e as consequências das ações de uma organização sobre o meio ambiente, seus

parceiros de negócios e o meio em que estão inseridas. Já a Responsabilidade Social Interna

está voltada para o universo interno da organização, relaciona-se com os trabalhadores e, a

todas as partes afetadas pela empresa, influenciando na motivação dos colaboradores e de

seus dependentes, de forma que se bem desenvolvida pode construir um ambiente favorável

para o trabalho, propiciar o bem-estar dos empregados, aumentar suas performances,

ocasionando, assim, elevados níveis de produtividade e consequentemente um melhor

comprometimento por partes dos envolvidos na empresa, podendo levar ao alcance de

grandiosos resultados.

Segundo o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2013), o conceito

teórico de Responsabilidade Social originou-se em meados de 1950, quando a literatura

formal sobre Responsabilidade Social Corporativa aparece nos Estados Unidos e na Europa. A

preocupação dos pesquisadores daquela década era com a excessiva autonomia dos negócios e

consequentemente, o poder destes na sociedade, não tendo responsabilidade pelas

consequências negativas de suas atividades, como por exemplo, a degradação ambiental, a

exploração do trabalho, o abuso econômico e a concorrência desleal. Para compensar os

impactos negativos da atuação destas empresas, empresários viram a necessidades de se

envolveram em atividades sociais para beneficiar a comunidade, fora do âmbito dos negócios

das empresas, como uma obrigação moral.

Sobre isso Reinaldo Dias (2012) diz que:

O desenvolvimento da responsabilidade social se insere no contexto criado por essas

novas demandas sociais. Uma das características da crise social no final do século

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passado é que as grandes empresas, que estavam muito mais permeáveis e

influenciadas pelas denúncias dos movimentos sociais, necessitavam responder a

essas demandas sociais e, por isso, optavam por atuar e desenvolver novos arranjos

entre as responsabilidades tradicionais em relação aos acionistas e as

responsabilidades sociais e ambientais vinculadas a um novo papel de agentes

sociais protagonistas no desenvolvimento econômico e na melhoria da qualidade de

vida das sociedades de um modo geral (DIAS, 2012, p.10)

Para Reis e Medeiros (2007), a existência de uma consciência empresarial responsável

é fundamental para que haja possibilidades de engajamento de todos no processo de

desenvolvimento, objetivando a preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a

promoção dos direitos humanos e a construção de uma sociedade economicamente próspera e

socialmente justa.

De acordo com Tenório (2006), a Responsabilidade Social Empresarial é um assunto

controverso, novo e dinâmico, abrangendo, em uma ótica bastante simplificada, desde a

obtenção do retorno financeiro pelos acionistas até, em uma visão mais complexa, a inserção

de práticas sociais no planejamento estratégico das corporações.

A Responsabilidade Social é o compromisso que uma organização deve ter para com

a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetam positivamente, de

modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo proativamente e

coerentemente, no que tange, a seu papel específico na sociedade e a sua prestação

de contas com ela. (ASHLEY 2003, p.6).

Para Rabelo e Silva (2011), a Responsabilidade Social é um instrumento de gestão que

permite a empresa desenvolver práticas que intencionam atenuar os efeitos que suas ações

ocasionam sobre o meio ambiente, a economia, a comunidade, entre outros fatores.

Jaramillo e Ángel (1996, apud ASHLEY, et al., 2003, p.7), definiram que

“Responsabilidade Social pode ser também o compromisso que a empresa tem com o

desenvolvimento, bem-estar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas

famílias e comunidade em geral”.

Dias (2012, p. 54), aponta seis características distintas gerais da RS, que têm validade

para qualquer tipo de organização, vejamos;

a) Adaptabilidade: as politicas de RS devem estar adaptadas ao contexto e à realidade

da região onde opera a empresa, ou seja, um modelo de RS que considere as

particularidades do entorno no qual a empresa desenvolve suas atividades, as

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particularidades da natureza do negócio e o âmbito geográfico onde opera.

b) Transparência: ao assumirem a Responsabilidade Social, as empresas já pressupõem

não só a vontade de sua implantação de forma integral, como também a disposição de

adotarem grupos, internos e externos, o trabalho que realizam os diferentes âmbitos da

atividade empresarial. Ao adotarem esses procedimentos, as organizações darão

credibilidade à RS.

c) Criação de valor: a RS deve contribuir para gerar valor para todos os stakeholders3,

que repercutirá na melhoria da empresa a médio e longo prazo. A gestão da RS tem

que levar em consideração a viabilidade econômica da empresa a curto e longo prazo.

d) Transversalidade e integração: as politicas de RS devem envolver todos os níveis da

empresa, e em todas as regiões onde desenvolva atividades e sobre todos os processos

produtivos. Todos os grupos de interesse que são afetados pelas atividades da empresa

devem se considerados na aplicação das politicas de RS.

e) Âmbito interno e externo: a RS procura fazer com que as empresas sejam

economicamente rentáveis, respeitem o meio ambiente e sejam socialmente

responsáveis no âmbito interno como no externo, levando em consideração os diversos

grupos de interesse (funcionários, clientes, acionistas, fornecedores, grupos

ambientalistas, defensores dos direitos humanos, etc.).

f) Envolvimento dos trabalhadores: promovendo a aprendizagem e a formação,

melhoramento a organização do trabalho, garantindo à igualdade de oportunidade e a

inclusão social, com o objetivo de melhorar a competitividade, a geração de emprego e

as condições de trabalho e contribuir a um desenvolvimento sustentável.

3 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL INTERNA.

A Responsabilidade Social Empresarial não está voltada apenas para o meio ambiente,

para práticas envolvendo a responsabilidade com a natureza. O tema é bem mais abrangente

visto que, a Responsabilidade Social antes de ser externa ela começa primeiro no meio

interno.

Segundo Pena (2007), as principais práticas de Responsabilidade Social interna são:

programas de remuneração e participação nos lucros; conservação dos direitos trabalhistas;

gestão participativa; investimento no bem-estar dos funcionários e seus dependentes; respeito

3 O termo Stakeholder, significa público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que fez um

investimento ou tem ações ou interesse em uma empresa, negócio ou indústria.

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aos direitos humanos, assistência médica, odontológica, social, alimentar e de transporte;

investimentos na capacitação do corpo funcional; gerenciamento do ambiente e das

condições de trabalho, que engloba aspectos como jornada de trabalho, organização do

trabalho, materiais e equipamentos, segurança e saúde do empregado.

Para Dias (2012), vários são os benefícios tidos pela organização na adoção de uma

estratégia de Responsabilidade Social na dimensão interna, tal como: fidelidade do pessoal à

empresa, melhoria na motivação e na produtividade do trabalho, aumento na qualificação e

capacidade dos trabalhadores, maior envolvimento dos funcionários, maior potencial de

inovação, incremento da eficiência dos processos produtivos e diminuição dos custos, maior

capacidade de adaptação diante das mudanças e gestão de crises, melhoria da

competitividade.

Melo Neto e Froes (1999), também defendem que a Responsabilidade Social interna

influencia na motivação dos colaboradores e de seus dependentes, de forma a construir um

ambiente favorável para o trabalho, propiciar o bem-estar dos empregados, aumentar suas

performances, ocasionando, assim, elevados níveis de produtividade priorizando as áreas de

salários e benefícios, assistência médica, social, odontológica e de educação, e apresenta

como propósito maior conquistar melhor retorno de produtividade para seus acionistas. Deste

modo, algumas organizações estão ampliando suas práticas internas para o grupo de

colaboradores de organizações terceirizadas, parceiras, fornecedores e contratadas.

Na dimensão interna da Responsabilidade Social empresarial, também estão

envolvidos temas relacionados ao modelo de gestão participativa e de reconhecimento de seus

empregados, promovendo comunicações transparentes, motivando-os para um melhor

desempenho por parte dos envolvidos.

Frederick Herzberg em 1959, no livro “The Motivation to Work” (Motivação para o

Trabalho), descreveu a teoria dos dois fatores (Higiênicos e Motivacionais), que teve como

objetivo a identificação dos elementos que causam a satisfação e insatisfação dos empregados

no ambiente de trabalho.

De acordo com Herzberg, os fatores Higiênicos, também chamados de fatores

extrínsecos, são aqueles que estão relacionados ao ambiente da empresa bem como todas as

condições físicas do ambiente de trabalho, incluindo também salário, benefícios sociais,

políticas da organização, clima organizacional, oportunidades de crescimento, dentre outros.

Para o autor, estes fatores são suficientes apenas para evitar que as pessoas fiquem

desmotivadas, como também e evitar a insatisfação dos funcionários. Com efeito, a ausência

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desses elementos pode causar desmotivação, contudo, a presença dos mesmos não é vista

como um elemento motivador propriamente.

Já os fatores motivacionais, também chamados de fatores intrínsecos, referem-se às

tarefas e ao cargo ocupado e refletem diretamente na produtividade do trabalhador, estão

referidos ao conteúdo do cargo, ao crescimento profissional, desenvolvimento e

aprimoramento de habilidades, responsabilidade do cargo ocupado, autorealização em

cumprir as tarefas designadas, o reconhecimento de seu trabalho, a liberdade de decidir como

executar o trabalho, o uso pleno de habilidades pessoais e a definição de metas e objetivos

relacionados. Para Herzberg (1959), a presença desses elementos produz motivação, enquanto

a ausência não produz satisfação. Em resumo, para que os funcionários possam ser motivados

de forma eficiente é necessário que estejam presentes no ambiente de trabalho tanto fatores

higiênicos quanto fatores motivacionais.

Dias (2012), expõem que, em termos sociais, as práticas que afetam os trabalhadores

e se referem a questões como investimentos em Recursos Humanos, a saúde e a segurança dos

trabalhadores e a gestão de adaptação à mudanças. Para o autor a gestão da R.S.E deve levar

em consideração o compromisso que a empresa tem com seus stakeholders, e dentre eles os

empregados são citados como uns dos agentes mais importante para a organização, que deve

desenvolver um comportamento apresentado no quadro seguinte:

Quadro 1: Compromisso que a empresa deve ter com seus empregados na gestão de R.S.E

Gerar condições para

que flua o talento

coletivo

Realizando uma politica inovadora que converta as pessoas que integram a

empresa no seu principal ativo, numa das mais importantes vantagens

competitivas.

Melhoria das condições

de trabalho

Estabelecer um compromisso transparente com a melhoria das condições

de trabalho, com o desenvolvimento profissional e com o seu bem-estar;

indo além do respeito pela legislação pertinente que regula as relações

trabalhistas no que se refere à contratação, segurança e saúde no posto de

trabalho; deste modo, ficará demonstrando que a empresa valoriza as

pessoas e que leva em consideração sua contribuição para o sucesso do

negócio.

Aumentar o

envolvimento dos

trabalhadores com a

empresa

Isso permite à organização obter algo mais dos funcionários, que pode

surgir na forma de ideias, maior compromisso e lealdade, que no seu

conjunto aumentará a eficiência. As empresas são basicamente

organizações humanas que dependem de uma rede social e de relações

internas e externas vitais para sua existência, e que lhes permitirá levar a

prosperidade para toda a sociedade. De como são administradas essas

relações no ambiente de trabalho dependerá o êxito da empresa.

Formação Fomentar e facilitar a formação profissional contínua.

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Comunicação -

informação

Proporcionar a todos os funcionários da empresa e aos seus representantes

a informação adequada, completa, transparente e compreensível que

necessitem sobre a organização, o posto de trabalho e a relação de trabalho

existente, bem como, sobre seus direitos e deveres, o sistema de gestão de

RS e os seus resultados.

Processo de contratação

Adotar padrões justos de recrutamento e seleção de novos empregados,

sem discriminação de qualquer tipo (gênero, raça, etnia, religião ou

qualquer outra), levando em consideração somente sua capacidade para

realizar o trabalho oferecido.

Fonte: Adaptado de DIAS, REINALDO. Responsabilidade social: fundamentos e gestão, 2012, p.76.

Para isso, o RH das organizações recebem um papel especificamente relevante, pois o

RH deverá buscar meios para oferecer aos seus funcionários capacitação adequada, um

ambiente propício para o bom desenvolvimento do trabalho promovendo políticas de

reconhecimento, engajamento e de socialização através de uma cultura participativa, dinâmica

e criativa, onde cada funcionário possa se sentir como uma importante parte do sucesso da

organização como um todo. Assim, poderá ter como aspectos positivos a centralização na

mobilização dos envolvidos na aquisição, retenção e desenvolvimento de novas competências

humanas.

O aumento da produtividade pode ser o maior retorno obtido pela empresa em todo

este processo de gestão dos investimentos sociais no seu público interno. A produtividade do

trabalho aumenta como decorrência da maior satisfação, motivação e capacitação dos seus

empregados.

4 INDICADORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL VOLTADO

AO PÚBLICO INTERNO.

Segundo Vergara; Branco (2001), o desenvolvimento profissional e o compromisso

com a capacitação de seus empregados é um grande ponto de destaque em uma empresa

socialmente responsável. Pois, além da empresa agir conscientemente, no sentido de

estabelecer a seus empregados melhores condições de saúde, segurança e ambiente de

trabalho, também procura comprometer-se com o futuro deles, em relação a aposentadoria,

adotando programas de previdência complementar.

As organizações não estão limitando-se apenas a oferecer os chamados benefícios

básicos, aqueles que são obrigatórios por lei, estão constantemente à procura de motivar seus

funcionários oferecendo planos de benefícios que estão intimamente relacionados com a

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gradativa conscientização da responsabilidade social das organizações, ganhando os dois

lados, tanto as empresas por manter seus funcionários motivados e consequentemente

melhores resultados, como também os funcionários, que com maior ganho proporcionará

melhoria em sua qualidade de vida e de seus familiares.

Em relação a isso Dias (2012), discorre que:

[...] a RS deve ser entendida como elemento fundamental na estratégia empresarial,

deve ser concebida como um elemento permanente desta. Para que isso ocorra, deve

haver uma mudança de mentalidade no ambiente empresarial, incorporando de vez a

ideia de que as organizações formam uma comunidade de pessoas que atuam para a

atingir um objetivo comum. (DIAS, 2012, p 19).

Para Melo Neto e Froes (2004), empregados e seus dependentes, como agentes sociais,

desempenham papéis dentro e fora da empresa. São promotores da Responsabilidade Social

Corporativa ao trabalharem como voluntários em programas sociais, ao difundirem valores

éticos em suas relações com os diversos públicos da empresa, ao assumirem comportamentos

sociais responsáveis em seu cotidiano de vida e de trabalho, ainda para os autores uma

empresa exerce plenamente sua Responsabilidade Social quando possui uma gestão eficaz de

RS tanto com relação ao seu público interno, quanto ao externo e ainda participa ativamente

da comunidade.

O Instituto Ethos de Responsabilidade Social, criado em 1998, busca disseminar a

prática da RSE, através de mobilização e sensibilização nas empresas, ajudando a gerir seus

negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma

sociedade justa e sustentável como também a implementar políticas e práticas com critérios

éticos. Atualmente conta com 667 empresas associadas, onde participam de uma série de

atividades que as ajudam a compreender e incorporar a RSE no seu dia a dia. As empresas

interessadas pelo tema contam com acesso a fóruns de discussão, reuniões, palestras e

debates, bem como, a um banco de dados que vem reunindo práticas empresariais socialmente

responsáveis de excelência. Têm acesso, ainda, as publicações de apoio à implementação de

políticas e práticas de Responsabilidade Social Empresarial. (Ethos 2014)

Corroborando com isso Froes et al (1999), diz que:

Uma empresa socialmente responsável, ela deve investir no bem-estar dos seus

funcionários e dependentes e num ambiente de trabalho saudável, além de promover

comunicações transparentes, dar retorno aos acionistas, assegurar sinergia com seus

parceiros e garantir a satisfação dos seus clientes e/ou consumidores. (MELO

NETO; FROES, 1999 p. 84)

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A implementação de práticas de RSE podem ser realizadas por meios das ferramentas

de gestão - indicadores ETHOS. Os indicadores abrangem temas como: Relação de trabalho,

Desenvolvimento Humano, Benefícios e Treinamento, Saúde e Segurança no Trabalho e

Qualidade de vida. Vejamos os indicadores:

Relação com empregados (efetivos, terceirizados, temporários ou parciais);

Relação com os sindicatos;

Remuneração e benefícios;

Compromisso com o desenvolvimento profissional;

Comportamento frente a Demissões e Empregabilidade;

Saúde e Segurança dos Trabalhadores;

Condições de Trabalho, Qualidade de Vida e Jornada de Trabalho;

Cada indicador proposto pelo Instituto Ethos tem como finalidade específica avaliar

como as empresas se comportam em tais situações possibilitando o desenvolvimento de um

método de avaliação crítico e construtivo. Aqui destacaremos e definiremos os objetivos para

avaliação de cada ponto a ser utilizado em nossa pesquisa.

Vale salientar que os indicadores proposto pelo Instituto Ethos são ferramentas

oferecidas de maneira gratuita, na qual visa apoiar as empresas na incorporação da

Sustentabilidade e da Responsabilidade Social Empresarial em suas estratégias de negócio, de

modo que esse venha a ser sustentável e responsável.

Quadro 2: Análise dos indicadores do Instituto Ethos

Tema: Práticas de Trabalho

Subtema Indicador Pontos a serem analisados

Relações de trabalho

Relação com empregados

(efetivos, terceirizados,

temporários ou parciais)

Mantém relação contratual

dentro dos parâmetros legais de

coresponsabilidade pelo

cumprimento de obrigações

trabalhistas e previdenciárias e

das condições de saúde e

segurança; Monitora

periodicamente o cumprimentos

desses requisitos estabelecidos;

Oferecem ao trabalhador

terceirizado as mesmas

condições de saúde e segurança

e o acesso aos benefícios

básicos desfrutados pelos

empregados regulares, como

transporte, alimentação, creche,

ambulatório, etc.

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Relação com os sindicatos

A empresa cumpre as

convenções coletivas das

categorias às quais pertencem

seus empregados e permite a

filiação e o envolvimento deles

com os sindicatos sem exercer

qualquer tipo de pressão ou

represália; A empresa incorpora

às suas decisões estratégicas

assuntos relevantes para os

sindicatos e os engaja em

decisões que tratam da

reestruturação, expansão ou

redução de suas atividades; A

empresa permite a atuação dos

sindicatos no local do trabalho e

elege uma pessoa como

responsável pelo

estabelecimento da relação do

sindicato com os gestores e pela

manutenção de canais de

comunicação entre eles.

Desenvolvimento humano,

Benefícios e Treinamento

Remuneração e benefícios

Busca superar os pisos salariais

firmados com os sindicatos;

Trata os empregados como

recursos, e sua política de

estímulos inclui boa

remuneração e investimento em

desenvolvimento profissional de

acordo com plano de carreira,

levando em conta habilidades

necessárias para seu

desempenho atual; Trata

funcionários como sócios e

estabelece mecanismos para que

seus representantes participem

da formulação de politicas de

remuneração e benefícios,

desenvolvimento profissional e

mobilidade interna.

Compromisso com o

desenvolvimento profissional

Mantém atividades de

treinamento e capacitação

contínua considerando a

aplicabilidade na função atual

do trabalhador; Oferece a todos

os níveis hierárquicos

capacitação contínua e bolsas de

estudo para a aquisição de

conhecimentos universais,

independentes da aplicabilidade

na função atual do trabalhador.

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Comportamento frente as

demissões e empregabilidade

Segue a legislação em vigor e

fornece ao demitido orientações

em relação aos procedimentos

necessários. Caso haja

necessidades de redução de

pessoal, procura analisar

alternativas de contenção e

redução de despesas para evitar

demissões em massa; Possui

politicas de processos

demissionais para que as

decisões sejam tomadas com

base em avaliações profissionais

em impessoais e dá acesso às

informações que balizaram o

processo para permitir o

crescimento profissional da

pessoa demitida. Oferece

serviços de recolocação e

manutenção de benefícios por

tempo determinado ao

trabalhador demitido sem junta

causa.

Saúde e Segurança no

trabalho e Qualidade de

vida

Saúde e segurança dos

trabalhadores

Tem planos de metas para

alcançar ou superar os padrões

de excelência em saúde,

segurança e condições de

trabalho em seu setor;

Desenvolve campanhas

regulares de conscientização e

oferece acesso a informações

relevantes sobre saúde,

segurança e condições de

trabalho; Pesquisa o nível de

satisfação dos empregados em

relação ao tema, evidenciando

as áreas críticas;

Condições de Trabalho,

Qualidade de Vida e Jornada de

Trabalho

A empresa cumpre suas

obrigações legais e toma

iniciativas com o objetivo de

melhorar as condições de

trabalho e a qualidade de vida

dos empregados; Investe em

práticas contínuas de incentivo à

qualidade de vida dos

empregados e lhes oferece

treinamentos profissionais;

Desenvolve programas de ou

campanhas regulares de

conscientização sobre a

qualidade de vida e realiza

pesquisas para medir o nível de

satisfação dos trabalhadores;

Fonte: www.ethos.org.br/indicadores acesso em 15 de Março de 2014. Adaptado pela Autora.

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Para a instituição, o funcionário é um dos mais importantes stakeholders da empresa.

Atuar de forma socialmente responsável com o público interno, significa mais do que

respeitar os direitos garantidos pela legislação. Isso é imprescindível, mas também é

necessário investir no seu desenvolvimento pessoal e profissional, assim como oferecer

sucessivas melhorias nas suas condições de trabalho. É preciso ainda respeitar as culturas

locais e manter um relacionamento ético e responsável com as minorias e com as instituições

que representam seus interesses (ETHOS, 2014).

5 METODOLOGIA DA PESQUISA.

Como já dito, o presente artigo tem como objetivo analisar as práticas gerenciais de

Responsabilidade Social Interna, na visão dos empregados, nas quais foram analisadas a

relação de trabalho, o desenvolvimento humanos, benefícios e treinamentos, saúde, segurança

do trabalho e qualidade de vida.

A pesquisa é descritiva, visto que se torna mais adequada a este tipo de proposta, pois

de acordo Andrade (2005, p 124), “a pesquisa descritiva compreende os fatos observados,

registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o autor interfira nele”.

A pesquisa pode ser classificada quanto à natureza em qualitativa e quantitativa, sendo

possível a presença destas duas formas, classificando-se em quali-quantitativa. Para Malhotra

(2006, p.154) “a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do

problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados, e normalmente,

aplica alguma forma de análise estatística”.

O método quantitativo é muito utilizado no desenvolvimento de pesquisas

descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre

variáveis, assim como investigação da relação de causalidade entre os

fenômenos: causa e efeito (OLIVEIRA, 2002, p.115).

Para a coleta de dados foi realizada entrevista semi-estruturada com a gerente de

recursos humanos, além da coleta de dados a partir de análise documental dos regulamentos,

normas de conduta, códigos de ética empresariais, jornais e boletins disponível pela empresa

pesquisada (técnica qualitativa).

Segundo Martins e Lintz (2009), a abordagem qualitativa possibilita compreender e

classificar processos dinâmicos experimentados por determinados grupos sociais. Esse tipo de

método tem características não estruturadas ou semiestruturadas, que permite revelar

percepções, crenças, relações e sentidos nos comportamentos do sujeito.

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Para Leite (2008, p.100), a pesquisa qualitativa é decorrente “de pesquisas teóricas,

pesquisas exploratórias, documentais e outras que possuem caráter de investigação lógica ou

histórica”.

Para os funcionários, foi aplicado um questionário com 26 perguntas fechadas,

elaborado de acordo com os indicadores proposto pelo Instituto Ethos, tendo como alternativa

de resposta “sim”,“não”, “não sei” e “prefiro não responder” aplicados a 30 funcionários da

empresa escolhido aleatoriamente (técnica quantitativa).

Segundo Malhotra (2005, p. 228), “questionário é um conjunto formalizado de

perguntas para obter informações do entrevistado e deve traduzir a informação desejada em

um conjunto de perguntas específicas”.

A empresa estudada, a Unicred é uma Cooperativa de economia e crédito mútuo dos

profissionais da saúde e de pequenos empresários, microempresários ou

microempreendedores das regiões centro e leste do estado do Ceará. Foi constituída em

fevereiro de 1993 e tem como objetivo, oferecer consultoria financeira aos seus cooperados,

além de prestar serviços inerentes às demais instituições financeiras. Dirigida por médicos

através de uma Diretoria Executiva, um Conselho de Administração e Conselho Fiscal, eleitos

pelos cooperados, têm em seu quadro de funcionários, profissionais da área financeira, sendo

fiscalizada pelo Banco Central do Brasil. Tendo sua área de atuação em 106 municípios do

Ceará.

A pesquisa foi realizada em uma das filiais de Fortaleza – Ceará, onde concentra-se o

maior número de empregados com aproximadamente 70 funcionários. Na pesquisa foram

ouvidos 30 funcionários correspondendo 21% do total. Dentre os entrevistados 18 foram

homens e 12 mulheres, com faixa etária entre 20 a 55 anos. Também foi ouvida a gerente de

RH da empresa. Cabe salientar que cada variável foi analisada em cada um dos seus requisitos

separando e comparando a visão dos trabalhadores e do gestor.

De acordo com manual de ética e Responsabilidade Social da empresa, o

compromisso com a RS, ou cidadania corporativa, é uma forma de atuar com ética na relação

entre a cooperativa e os fornecedores, cooperados, funcionários, meio ambiente, governo,

comunidade e toda a sociedade envolvida nessa relação. Assim, são consideradas tanto as

ações internas como externas e o conceito de Responsabilidade Social passa a ser um

elemento de uma noção mais ampla que é o desenvolvimento sustentável. Foi através desta

responsabilidade consciente que levou a empresa pesquisada a receber no ano de 2013, como

dito anteriormente, o título de “Melhores Empresas para Trabalhar”, publicado anualmente

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pela Revista Exame. Nesse sentido, a hipótese levantada inicialmente é de que, de acordo com

a percepção de seus próprios empregados, esta empresa provavelmente atenderia a grande

parte das variáveis de RSE propostas pelo Instituto Ethos.

6 ANALISE DOS RESULTADOS.

6.1 Relação com empregados (efetivos, terceirizados, temporários ou parciais)

Segundo a gerente de RH a empresa se preocupa no pleno cumprimento de suas

obrigações trabalhistas e previdenciárias e das condições de saúde e segurança de todos os

seus funcionários, sendo este assunto tratado com muito cuidado e seriedade pela empresa,

oferecendo a todos, tanto efetivos, terceirizados ou temporários as mesmas condições de

saúde e segurança e o acesso aos benefícios básicos desfrutados pelos empregados regulares,

como transporte, alimentação, segurança dentre outros.

Afirma também que as políticas de remuneração, benefícios, participações nos lucros

da empresa e bonificações são bem clara para todos os empregados, procurando sempre

mantê-los bem informados com relação ao assunto. Diante da resposta da gestora de RH,

foram perguntados aos funcionários se eles se sentem valorizados quanto ao compromisso da

empresa com suas obrigações trabalhistas e se sua politica de remuneração e benefícios são

bem claras, conforme coleta de dados podemos visualizar o seguinte gráfico (Gráfico 1).

Gráfico 1: Percentual de opiniões dos empregados com relação a valorização do seu trabalho.

Na visão dos funcionários 79% se diz valorizados com relação ao seu trabalho pela

empresa, 10% não se sentem valorizados, 4% não souberam responder e 7% preferiram não

responder. Assim, conclui-se que, a empresa oferece as mesmas condições de trabalho tanto

para funcionários quanto para terceirizados, se preocupando também em cumprir

rigorosamente as obrigações trabalhistas e previdenciárias, fornecendo para eles informações

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no que compete seus interesses como políticas de remuneração, benefícios, participações nos

lucros da empresa e procurando sempre mantê-los bem informados com relação ao assunto.

Percebe-se que, diante disso os empregados se sentem realmente valorizados no seu trabalho,

sendo levados em consideração seus sentimentos com relação ao que pensam.

6.2 Relação com os sindicatos.

Para o gestor a relação com os sindicatos é bastante tranquila, não tendo, na visão da

gestão nenhum problema no que se refere às exigências do sindicato, pois eles sempre

procuram, quando necessário, se reunir para ouvir sugestões e negociar reivindicações. Disse

ainda que, não impede e nem restringe que seus funcionários filiem-se ao sindicato. Porém,

não estabelece um canal direto para comunicações. Desse modo, as informações são passadas

de acordo com a necessidade. Segundo o gestor de RH, poucos são os funcionários filiados ao

sindicato. Foi perguntado aos funcionários se eles recebem informações fornecidas pelo

sindicato, e a resposta está apresentada conforme mostra o gráfico 2.

Gráfico 2: Percentual dos entrevistados relacionado ao recebimento de informações pelo sindicato.

Após análise é possível dizer que, 67% dos funcionários não recebem informações

sindicais, 23% recebe informações, 7% não sabem e 3% preferiram não responder por não ter

interesse nos assuntos do sindicato. Conclui-se que, a empresa procura manter bom

relacionamento com o sindicato, procurando sempre atender suas exigências, permiti também

que seus funcionários filiem-se a instituição sem restrições. Entretanto, podemos perceber que

muitos funcionários não são filiados e nem mostram interesse em participar dos eventos

promovidos pela instituição. Um ponto negativo, uma vez que, os funcionários não recebem

informações fornecidas pelo sindicato que dizem respeito aos interesses de seus trabalhadores.

6.3 Remuneração e benefícios.

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De acordo com o gestor, a empresa sempre procurar fornecer bons benefícios aos seus

empregados de acordo com suas necessidades, busca ouvir suas opiniões e sugestões a fim de,

medir o grau de satisfação dos seus empregados, sendo os benefícios abrangentes também aos

seus familiares, diz ainda que, a empresa procura pagar acima dos pisos salariais valorizando

seus funcionários por meio da remuneração e pelo plano de carreira. Para os funcionários,

foram perguntados se os mesmos se sentem satisfeitos com relação à remuneração e

benefícios oferecidos pela empresa e se ela leva em consideração suas opiniões e sugestões,

em relação a essa pergunta o resultado está conforme mostra o gráfico 3.

Gráfico 03: Percentual de empregados que acham que suas opiniões e sugestões são levadas em consideração.

Com base no gráfico 3, 77% dos funcionários responderam que sim (a empresa leva

em consideração suas opiniões e sugestões), 13% responderam que não e 10% preferiram não

responder. Assim, com estes dados podemos concluir que a empresa busca oferecer bons

salários e benefícios de acordo com as necessidades dos funcionários, onde são levadas em

consideração suas opiniões e sugestões na formulação de políticas de remuneração e de

benefícios, mostrando-se satisfeitos, tendo em vista que, seus familiares também são

beneficiados.

6.4 Compromisso com o desenvolvimento profissional.

De acordo com a gerente de RH a capacitação e o aperfeiçoamento são ofertados a

todos que necessitarem e/ou desejarem, desde o início de suas atividades quando entram na

empresa. Periodicamente, os funcionários passam por programas de reciclagem. Para a

empresa o oferecimento de bolsas e cursos externo funcionam como incentivos a capacitação

tanto para as atividades exercidas na empresa, quanto para o crescimento e desenvolvimento

profissional e pessoal de cada um. Esse trabalho é exercido como muita seriedade pois a

empresa se preocupa com o desenvolvimento e crescimento de seus funcionários. Na visão

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dos funcionários, 83% responderam que receberam treinamentos para as tarefas

desempenhadas atualmente, 14% responderam que não receberam treinamentos e 3%

preferiram não responder.

Gráfico 04: Percentual de opiniões com relação ao recebimento de treinamentos para as tarefas exercidas.

Quando perguntados se de alguma forma utilizaram ou ainda utilizam as bolsas de

estudos oferecidas pela empresa, 50% responderam que sim, 27% responderam que não e

23% preferiram não responder.

Gráfico 05: Percentual de funcionários que utilizam ou já utilizaram bolsas de estudo oferecido pela empresa.

Com base nas respostas obtidas, é possível concluir que a empresa investe na

educação, capacitação e desenvolvimento dos seus funcionários, com oferecimento de bolsas

de estudos a cursos externos que estimulam o desenvolvimento profissional, além das

atividades atuais. Contudo, é perceptível o pouco interesse por partes dos empregados, uma

vez que, a metade dos funcionários entrevistados não usufrui do benefício oferecido. Assim,

para a gestora de RH “a resistência dos funcionários ainda é um obstáculo a ser vencido, mais

com muito incentivo e informações vamos mudar esta estatística”.

6.5 Comportamento frente a Demissões e Empregabilidade.

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Segundo a gestora de RH a empresa sempre busca evitar demissões, mais caso haja

necessidades de redução de pessoal, procura analisar outras alternativas de contenção, fato este

confirmado pelos dados de tempo de empresa dos funcionários que variam entre 2 a 15 anos de

empresa. Para muitos a Unicred foi seu primeiro emprego. Para a gestora a empresa segue a legislação

em vigor e fornece orientações em relação aos procedimentos necessários tanto para demissões como

para empregabilidade. A empresa não oferece serviços de recolocação e manutenção de

benefícios por tempo determinado ao trabalhador demitido sem junta causa. O gráfico 6

apresenta o percentual corresponde das opiniões dos empregados com relação a política de

demissões.

Gráfico 06: Percentual de opiniões dos empregados com relação a política de demissões.

Na visão dos funcionários, 53% responderam que as políticas demissionais da empresa

são claras, para 10% as políticas não são claras, 20% não sabem e 17% preferiram não

responder. Conclui-se que, apesar de a empresa não apresentar um nível de rotatividade alta

(procurando sempre alternativas viáveis aos funcionários do que a demissão), ela poderia

prestar melhor atendimento aos funcionários demitidos, procurando também esclarecer

melhor as políticas demissionais e em caso de demissão, quais são os critérios que ela leva em

consideração.

6.6 Saúde e Segurança dos Trabalhadores.

Regularmente a empresa desenvolve campanhas de conscientização sobre saúde,

segurança e condições de trabalho. Para a gestora de RH “é muito importante que nossos

funcionários trabalhem em um ambiente em perfeitas condições para o bom desenvolvimento

de suas atividades, pois, afinal é aqui que eles passam o maior tempo do seu dia”. Na empresa

existe a Comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA, com representantes eleitos pelos

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próprios funcionários. Com relação a isso, o gráfico 7 mostra o percentual corresponde a

opinião dos empregados frente a programas de redução de riscos oferecidos pela empresa.

Gráfico 07: Percentual de opinião dos empregados frente a programas de redução de riscos oferecidos pela

empresa.

Na opinião dos funcionários 80%, dizem que a empresa desenvolve programas que

têm como objetivo a redução de riscos e melhoria nas condições de trabalho e se sentem

bastante satisfeitos com os programas oferecidos pela empresa, 10% dizem que não, 3% não

sabem e 7% preferiram não responder. Com efeito, percebe-se que, a empresa tem

preocupação com a saúde de seus trabalhadores oferecendo um ambiente com ótimas

condições de trabalho, desenvolve campanhas regulares de conscientização e oferece acesso a

informações relevantes sobre saúde, segurança e condições de trabalho.

6.7 Condições de Trabalho, Qualidade de Vida e Jornada de Trabalho.

Para a empresa a qualidade de vida dos empregados dentro e fora da empresa é um

fator de grande preocupação, pensando nisso a empresa busca constantemente, organizar

campanhas que visam à melhoria da qualidade de vida dos empregados, oferecendo auxílio

academia para todos que queiram praticar algum tipo de exercício físico, respeitando sempre a

jornada de trabalho de todos. Além disso, oferece também programas de ginástica laboral,

massagem para evitar o estresse e diversas atividades ao longo da jornada de trabalho a fim de fazer

com que os funcionários se movimentem evitando uma série de riscos causados pelo fato de passarem

o dia sentados. O gráfico 8 aponta o percentual do grau de satisfação dos empregados com relação as

condições de trabalho, qualidade de vida e jornada de trabalho oferecidos pela empresa.

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Gráfico 08: Percentual do grau de satisfação dos empregados com relação as condições de trabalho, qualidade

de vida e jornada de trabalho oferecidos pela empresa.

Informações confirmadas pelos funcionários onde 93%, dizem se sentir satisfeitos com as

campanhas oferecidas pela empresa e com a preocupação dela em relação às condições de trabalho,

qualidade de vida e jornada de trabalho oferecidos aos empregados, e apenas 7%, não se sentem

satisfeitos. Desse modo, podemos concluir que a empresa se preocupa com a qualidade de vida

dos empregados, além das condições oferecidas por ela para o bom desempenho das

atividades dos funcionários, procurando respeitar a jornada de trabalho, estimulando o

exercício físico como a ginástica laboral, auxilio academia, oferecendo também massagens

para todos os empregados no horário de trabalho a fim de evitar estresse.

7 CONCLUSÃO

Tanto na visão dos trabalhadores quanto do gestor de RH apresentam convergências

em vários aspectos importantes da pesquisa. A pesquisa procurou analisar se os funcionários e

a empresa tinham as mesmas percepções no que se refere a Responsabilidade Social com o

púbico interno. Assim a pesquisa evidenciou que, no que diz respeito a relação com

empregados (sejam eles efetivos, terceirizados ou temporários), a empresa oferece as mesmas

condições de trabalho se preocupando também em cumprir rigorosamente as obrigações

trabalhistas e previdenciárias, fornecendo para eles informações no que compete seus

interesses como; políticas de remuneração, benefícios, participações nos lucros da empresa e

procurando sempre mantê-los bem informados com relação ao assunto, percebe-se que diante

disso os empregados se sentem realmente valorizados no seu trabalho, sendo levados em

consideração seus sentimentos com relação ao que pensam.

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Quanto à participação dos funcionários ao sindicato a empresa procura manter bom

relacionamento com o sindicato, compartilhando com seus representantes as informações

necessárias à tomada de decisões que dizem respeito aos interesses de seus trabalhadores. Um

ponto negativo é a falta de comunicação direta da empresa com o sindicato, com efeito, os

funcionários não recebem informações fornecidas pela instituição no que dizem respeito aos

seus interesses.

Em termos de remuneração e benefícios, a empresa oferece bons benefícios aos seus

empregados buscando sempre saber quais as suas necessidades, busca ouvir suas opiniões e

sugestões, a fim de medir o grau de satisfação dos seus empregados, sendo os benefícios

abrangentes também a seus familiares, ponto positivo para a empresa já que os funcionários

mostram-se satisfeitos com os benefícios oferecidos.

Com relação ao compromisso com o desenvolvimento profissional conclui-se que a

empresa investe na educação, capacitação e desenvolvimento dos seus funcionários, com

oferecimento de bolsas de estudos a cursos externos que estimulam o desenvolvimento

profissional além das atividades atuais, porém há um descontentamento por parte da gestora

de RH, que afirma haver resistência dos funcionários – obstáculo a ser vencido.

No que diz respeito ao comportamento frente a demissões e empregabilidade, apesar

de a empresa não apresentar um nível de rotatividade alta, procurando sempre alternativas

viáveis aos funcionários do que a demissão, ela poderia prestar melhor atendimento aos

funcionários demitidos, procurar também esclarecer melhor as políticas demissionais e em

caso de demissão, quais os critérios que ela leva em consideração.

Quanto a saúde, segurança dos trabalhadores, condições de trabalho, qualidade de vida

e jornada de trabalho, conclui-se que a empresa se preocupa com a qualidade de vida dos

empregados, além das condições oferecidas por ela para o bom desempenho das suas

atividades, procurando respeitar a jornada de trabalho, estimulando o exercício físico como a

ginástica laboral, auxilio academia, oferecendo também massagens para todos os empregados

no horário de trabalho, a fim de evitar possíveis estresses.

Assim, conclui-se que a Unicred é percebida por seus empregados como uma empresa

que tem compromisso com o desenvolvimento de Responsabilidade Social Interna, e que o

faz de forma extremamente participativa, levando em consideração as opiniões e sugestões

dos seus funcionários na busca por constantes melhorias.

Porém, embora este estudo apresente limites, tendo em vista que, a classificação do

Instituto Ethos é bem mais abrangente, acreditamos que, parcialmente, uma conclusão possa

abranger a todas as organizações: ouvir os empregados, a partir de suas demandas e

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necessidades, é imprescindível na prática Responsabilidade Social com o público interno,

prática que deve ser aplicada por aquelas empresas que tenham interesse em seguir este

caminho.

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http://www.rh.com.br/Portal/Responsabilidade_Social/Artigo

http://indicadores.ethos.org.br/Simulador