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CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO GERAL
ALEX THIESEN
PROPOSTA DE UM SITEMA DE CLASSIFICAÇÃO E PREVISÃO DE DEMANDA PARA O CONTROLE DE ESTOQUE DA EMPRESA SORVETES DA BARRA
São José
2007
ALEX THIESEN
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM SITEMA DE CLASSIFICAÇÃO E
PREVISÃO DA DEMANDA DO ESTOQUE NA EMPRESA SORVETES DA BARRA
Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação – apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí.
Professor Orientador: Profº Jairo César Ramos Vieira
São José 2007
ALEX THIESEN
PROPOSTA DE UM SITEMA DE CLASSIFICAÇÃO E PREVISÃO
DE DEMANDA PARA O CONTROLE DE ESTOQUE
DA EMPRESA SORVETES DA BARRA
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação [Marketing, Finanças, Serviços ou Comércio Exterior] da Universidade do Vale do Itajaí, em [dia, mês e ano – constante da ata de aprovação].
Prof. ª MSc. Luciana Merlin Univali – CE São José Coordenador (a) do Curso
Banca Examinadora:
Profº Jairo César Ramos Vieira Univali – CE São José Professor Orientador
Prof. Rosalbo Ferreira Univali – CE São José Membro
Prof. Marcio Bittencourt Univali – CE São José Membro
Dedico este trabalho ao meu pai Sérgio Luiz Thiesen,
à minha mãe Zeneide M.Thiesen.Dedico também a
minha namorada Francieli Martins Ramos, que muito
contribuiu para que este trabalho se tornasse realidade.
5
“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”.
Ganhdi
6
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo propor melhorias no sistema de previsão de demanda e
controle do estoque da empresa Sorvetes DA BARRA, com o intuito de agilizar o processo de
compras da empresa, bem como de evitar a falta ou excesso de mercadorias em estoque. A
metodologia adotada visa melhor analisar os processos relativos ao controle de estoques
existentes na empresa, com finalidade descritiva e exploratória. O trabalho também se
constitui como um estudo de caso, já que analisa características específicas da empresa. Por
meio da análise dos fatos reais, na classificação ABC descobriu-se a importância de cada
produto dentro do grupo sorvetes. Foi decidido classificar o grupo sorvetes por itens, para
poder fazer testes de previsão de demanda dos principais itens deste grupo no caso sorvetes
sabor de morango e leite condensado. Foram testados vários modelos de previsão de
demanda, através de series temporais sendo os que mais se identificaram com as
características do grupo analisado foi à média móvel. Com a média móvel de dois períodos
obteve-se a previsão para julho de 2007, o item 01 do grupo sorvete sabor de morango sua
demanda foi de 10 unidades e o item 02 do grupo sorvete sabor de leite condensado com 10
unidades. A demanda dos principais itens deste grupo demonstrou sofrer flutuações
acentuadas especialmente em épocas de maior calor do ano, neste caso deve-se elevar um
pouco o seu nível de segurança apontados na previsão a fim de obter quantidades ideais para
suprir a demanda.
Palavras-chave: classificação, estoque e previsão de demanda.
7
ABSTRACT
This work has as objective to consider improvements in the system of forecast of demand and control of the
supply of the company Ices cream OF the BAR, with intention to speed the process of purchases of the company,
as well as preventing the lack or excess of merchandises in supply. The adopted methodology better aims at to
analyze the relative processes to the control of existing supplies in the company, with descriptive and exploratory
purpose. The work also consists as a case study, since it analyzes specific characteristics of the company. By
means of the analysis of the real facts, in the ABC classification importance of each product of the group was
uncovered inside it ices cream. He was determined to classify the group ices cream for item, to be able to make
tests of forecast of demand of the main item of this group in the case ices cream flavor of strawberry and
condensed milk. Some models of demand forecast had been tested, through secular series being the ones that
more had been identified with the characteristics of the analyzed group were to the mobile average.
Word-key: classification, supply and forecast of demand.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01: Sistema de Revisão Periodica .................................................................................21
Figura 02: Dente de serra com tempo de reposição X ponto do pedido...................................23
Figura 03:Gráfico da curva ABC..............................................................................................26
Figura 04: Ornograma da empresa Sorvetes Da Barra .............................................................40
Gráficos 01: Curva ABC dos grupos em estoques ...................................................................43
Gráficos 02: Custos dos grupos em estoques............................................................................44
Gráficos 03: Vendas do item 01 do grupo sabor de sorvete de Morango.................................46
Gráficos 04:Modelo linear variavel ..........................................................................................47
Gráficos 05: Modelo Potencia ..................................................................................................48
Gráficos 06:Modelo Média Movél dos Periodos......................................................................49
Gráficos 07:Modelo Média Tres Periodos ...............................................................................50
Gráficos 08: Vendas do item 02 do grupo sabor de sorvete de Leite Condensado ..................49
Gráficos 09:Modelo Logaritmo................................................................................................52
Gráficos 10:Poliominal de segunda ordem...............................................................................53
Gráficos 11:Modelo Média Movél Simples de quatro periodos ..............................................54
Gráficos 12:Modelo Média Movél dois periodos.....................................................................55
9
LISTA DE TABELAS
Quadro 01: Custo de Estoque dos Itens....................................................................................19
Quadro 02: Formula para Cãlculo de ponto de pedido.............................................................22
Quadro 03: Classificaçãom da Criticidade dos itens ................................................................27
Tabela 01: Relatório de Vendas................................................................................................35
Tabela 02: Vendas dos Grupos referentes a Junho de 2006 a Junho 2007...............................42
Tabela 03: Vendas dos dois primeiros grupos referentes de Julho2005 a Junho2006..............48
Tabela 04: Vendas dos dois primeiros grupos referentes de Julho2005 a Junho2007..............45
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃOERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO...................................................................................................................12
1.1 SITUAÇÃO – PROBLEMA..............................................................................ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.13
1.2
OBJETIVOS......................................................................................................................ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.14
1.2.1. Objetivo Geral................................................................................................Erro!
Indicador não definido.14
1.2.2. Objetivos Específicos.....................................................................................Erro!
Indicador não definido.14
1.3
JUSTIFICATIVA..............................................................................................................ERRO!
INDICADOR NÃO DEFINIDO.15
2 FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA.....................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.16
2.1 ADMINISTRAÇÃO DE
MATERIAS..........................................................................................176
2.2 ESTOQUE:PRINCIPIOS E
FUNDAMENTOS..............................................................................ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.17
2.3 CONTROLE DE ESTOQUE.......................................................................................................18
2.3.1. Função do controle de estoque .......................................................................................18
2.3.2. Princípios básicos para o controle de estoque.................................................................19
2.4 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUES...............................................................................20
2.4.1. Método das “duas gavetas”............................................................................................20.
2.4.2. Método da reposição periódica.......................................................................................21
11
2.4.3. Método do ponto de pedido............................................................................................22
2.5 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS................................................................................23
2.5.1. Classificação de Pareto ou curva ABC”.........................................................................25
2.5.2. Classificação Quanto à Criticidade................................................................................27
2.6 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA...............................................................................27.
2.6.1. Métodos qualitativos......................................................................................................28
2.6.2. Métodos Quantitativos causais: regressões....................................................................28
2.6.3. Séries Temporais: médias móveis simples, ponderadas e exponenciais........................29
2.6.3.1 Média Móvel Simples...................................................................................................29
2.6.3.2 Média Móvel Ponderada.............................................................................................. 29
2.6.3.3 Média Móvel Exponencial............................................................................................30
2.6.4 Séries Temporais: componente de tendência...................................................................30
2.6.5. Sazonalidade...................................................................................................................31
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO.......................................................................................32
3.1 TIPOLOGIA DO ESTUDO.............................................................................................32
3.2 DESCRIÇÃO DE ÁREA................................................................................................ 33
3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS.................................................................................34
3.4 ANALISE DOS DADOS.................................................................................................36
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO..............................................37
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA............................................................................37
4.1.1 A ORGANIZAÇÃO.....................................................................................................37
4.1.2 Percepção do Proprietário.............................................................................................38
4.1.3 HISTORICO.................................................................................................................40
4.1.4 ORGANOGRAMA.......................................................................................................40
4.2 CONTROLE DE ESTOQUE...........................................................................................41
4.2.1 CLASSIFCAÇÃO ABC DOS ITENS DE ESTOQUE..................................................42
12
4.3 PREVISÃO DE DEMANDA DOS PRINCIPAIS ITENS DE ESTOQUE......................45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................56
6 REFERENCIAS................................................................................................................57
7 APENDISE.........................................................................................................................58
13
1 INTRODUÇÃO
Atualmente as empresas necessitam de uma boa administração de materiais para que
consigam alcançar a eficiência tendo produtos disponíveis no momento exato, na quantidade
certa e na qualidade desejada, objetivando assim, manter o equilíbrio entre estoque e
consumo, ao mesmo tempo em que, diminui seus custos com armazenagem e otimiza seus
custos com compras feitas através de lotes.
O controle e planejamento dos produtos em estoque numa organização podem
proporcionar a satisfação do cliente, que busca a qualidade no fornecimento de produtos e
serviços. Dessa forma é necessário que sempre haja disponível os produtos na quantidade
certa e na qualidade desejada, objetivando assim, manter o equilíbrio entre estoque e demanda
ao mesmo tempo em que diminui seus custos com armazenagem desnecessária.
No ramo das indústrias produtoras de sorvetes a competitividade torna-se muito
visível devido ao fato dos produtos serem de fácil fabricação e possuir um baixo custo de
produção, tornando o negócio atraente. Ainda assim o Brasil possui potencial para
crescimento.
O Brasil ainda tem índices baixos de consumo, cerca de 1,8 litros por pessoa por ano. Para dar uma idéia do quanto esse número é pequeno, nos Estados Unidos o consumo chega a 26 litros e na Europa em geral, a média é de 15 litros. O consumo nos países nórdicos, onde a temperatura é baixa a maior parte do ano, prova que quando existe o hábito alimentar o clima não interfere no consumo; na Suécia são vendidos 13,6 litros per capita e na Noruega, 12,8 litros (NUTRINEWS,2000).
Esses dados mostram que o ramo de sorvete no Brasil tem muito para expandir, pois
os países citados possuem um inverno muito mais intenso que o do Brasil. Nosso país possui
a maior parte do território com clima tropical e conseqüentemente um inverno ameno,
propiciando o consumo de sorvetes.
A empresa sorvetes Da Barra foi fundada em dezembro de 1983, é uma empresa
familiar que possui quatro colaboradores. Atua na comercialização e fabricação de picolés e
sorvetes, concentra sua atividade produtiva de setembro a abril.
14
1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA
A empresa Sorvetes DA BARRA localizada na cidade de Palhoça trabalha na
produção, venda e revenda de sorvetes e picolés, produzidos pela própria empresa. A
organização já sofreu algumas vezes com a falta de alguns sabores de sorvetes e picolés, pelo
fato de o controle de estoques não ter sido feito de modo correto e a demanda do dia ser maior
que o estoque existente para aquele dia. A classificação é feita de acordo com os volumes
vendidos, ou seja, se produz mais de alguns sabores que de outros variando de acordo
demanda que é consumida no decorrer da semana.
O observador detectou a necessidade de se implantar uma classificação de materiais
adequados a um controle dos níveis de reposição do estoque, para os produtos que a empresa
produz e comercializa, a fim de facilitar o reconhecimento das necessidades de produção, e de
uma melhor reposição do estoque de produtos acabados. Alem de descobrir o melhor método
de previsão de demanda dos produtos acabados a ser aplicado na empresa.
Desta maneira, percebe-se a importância de se ter um bom controle de estoques, de
forma a ter seus produtos no momento certo e na hora desejada pelo cliente, ou seja, não
deixar faltar produtos solicitados, como também manter um nível mínimo aceitável de estoque
evitado com isso que parte do capital da empresa fique parado quando deveria ser utilizado
em atividades que venham a trazer mais lucro à organização, sem se esquecer de atender às
necessidades presentes de todos os clientes.
Qual o sistema mais adequado para a classificação e a previsão de demanda, visando o
controle de estoque da empresa Sorvetes Da Barra?
15
1.2 OBJETIVOS
Neste item serão abordados o objetivo geral e os objetivos específicos, levantando
pontos a serem entendidos durante a pesquisa e buscando fazer com que os mesmos tragam
um bom índice de utilidade tanto para o acadêmico, quanto para a empresa em estudo.
Os propostos para o desenvolvimento do presente do trabalho serão apresentados a
seguir.
1.2.1 Objetivo geral
Propor um sistema de classificação e de previsão de demanda para o controle de
estoque na empresa Sorvetes DA BARRA.
1.2.2 Objetivos específicos
- Descrever o sistema de controle de estoque utilizado pela a empresa Sorvetes DA
BARRA.
- Identificar a partir da descrição do sistema, os elementos necessários para a
classificação do estoque e a previsão de demanda.
- Desenvolver um sistema de classificação adequada para os produtos, utilizando o
modelo da “curva ABC”.
- Aplicar técnicas de previsão de demanda, baseada em modelos de series temporais.
16
1.3 JUSTIFICATIVA
O trabalho visa proporcionar a melhoria no controle do estoque da empresa, tendo
em vista um melhor planejamento, organização dos materiais, redução de custos e até
mesmo a satisfação do cliente no que diz respeito ao fornecimento de mercadorias.
Com as evoluções tecnológicas, humanas e sociais, as pessoas estão exigindo e
cobrando muito das organizações no que diz respeito à organização e controle de seus
produtos, pois a era da informação vem contribuindo cada vez mais para este
comportamento.
Desta forma, para se manter no mercado competitivo em que nos encontramos, se
faz necessário o conhecimento dos processos internos e externos, e de como, eles afetam
os clientes tanto de forma positiva como também de forma negativa.
A empresa Sorvetes DA BARRA não tem um modelo de classificação e previsão
de demanda do estoque bem definido, mas pretende buscar modelos de classificação de
estoque que façam com que a empresa se torne competitiva neste mercado turbulento,
sejam eles de ordem administrativa, de pessoas ou de estratégia. Já se têm falado sobre a
necessidade de melhoria no sistema de controle dos materiais na empresa.
Para o pesquisador, este trabalho tem o objetivo de proporcionar um
conhecimento mais aprofundando sobre o controle de materiais e sobre a previsão de
demanda dos sorvetes comercializados pela empresa, podendo ser uma oportunidade para
crescimento profissional, não se limitando apenas à empresa onde o trabalho será
realizado, bem como sendo um conhecimento indispensável para um bom gerenciamento
como administrador futuramente.
Justifica-se desta forma o desenvolvimento do presente trabalho, como uma forma
de obter conhecimentos a serem utilizados durante a carreira profissional.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capitulo serão abordados os assuntos relacionados com os fundamentos do
trabalho, apresentando conceitos de autores que servirão para embasar o trabalho a ser
desenvolvido.
2.1 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
A administração de materiais nos dias de hoje vem sendo tratada pelos gestores como
uma importante ferramenta para auxiliá-los nas tomadas de decisões nas empresas, pelo fato
de os estoques imobilizarem grande parte do capital de giro das empresas.
De muitas formas, a administração de materiais é o inverso da distribuição física de
materiais. Trata-se do fluxo de produtos para a empresa ao invés de partir da mesma. Muitas
atividades da administração de materiais são compartilhadas com a distribuição física.
Entretanto, existem algumas diferenças que são a chave da boa administração do fluxo de
suprimento. Essas diferenças enfocam principalmente o modo pelos quais os fluxos são
iniciados e sincronizados e a seleção das fontes do fornecimento. Tendo como objetivo o de
colocar o material certo, no local de operação certo, no instante correto e em condição de
utilização a um custo mínimo. (BALLOU, 1993).
Conforme Francischine e Gurgel, (2002, p.5) a administração de materiais pode ser
definida como “atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e
econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a
entrega do produto determinado pelo cliente”.
“Tratar adequadamente do abastecimento, do planejamento e do reaproveitamento de
materiais contribui para a melhoria do resultado de qualquer organização”. (FRANCISCHINI;
GURGEL, 2002, p. 2).
O conhecimento dos processos internos de uma organização pode ajudar a torná-la
mais competitiva, otimizando o tempo e alcançando melhores objetivos. Sendo que a
administração de materiais é considerada uma ferramenta que pode ser utilizada por qualquer
organização de qualquer área. (VIANA, 2002).
18
2.2 ESTOQUE
Há um grande interesse das organizações quando o assunto é o aumento de suas
vendas. E quando se fala em fatores que possam prejudicar esses interesses expectativas e
necessidades dos clientes, não se pode deixar de levar em consideração a falta de produtos em
estoque, a preocupação é relevante, já que sabemos que o estoque é um item de extrema
importância dentro das organizações, pois o excesso ou falta deste, afetam diretamente nas
receitas da empresa e na boa ou má percepção da clientela.
De acordo com Francischini e Gurgel (2002, p.81) “Define-se estoque como
quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por
algum intervalo de tempo”.
“A administração de estoques é responsável pelo planejamento e controle de estoque,
desde o estágio de matéria-prima até o produto acabado a ser entregue aos clientes”.
(ARNOLD, 1999, p.265).
Um eficiente gerenciamento de estoques reflete diretamente nos recursos financeiros
obtidos pela empresa ao longo de seu exercício, sendo assim a aplicação de instrumentos
baseados em técnicas que permitam a avaliação dos processos utilizados para alcance das
metas estipuladas. Dessa forma, podem afirmar que manter em níveis economicamente
satisfatórios o atendimento às necessidades em material de qualquer empresa constitui seu
mais amplo objetivo (VIANA, 2002, p. 107).
No entender de Chiavenato (1991, p.68),
“Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda – no processo de comercialização em empresas comerciais – e entre as etapas de compra, transformação e venda – no processo de produção em empresas industriais. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa”.
Neste contexto é possível verificar a importância que os estoques têm em uma
empresa, e mais importante que isto é ter o controle sobre ele. Por meio deste controle é
possível obter grandes ganhos e qualidade nos serviços prestados.
19
2.3 CONTROLE DE ESTOQUES
O controle é um elemento essencial em todos os processos de desenvolvimento,
planejamento e administração das empresas.
Segundo Francischini e Gurgel (2002, p.81) “define-se estoque como quaisquer
quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum
intervalo de tempo”.
Para Stevenson (2001) e Slack et al (1997), o estoque é a acumulação de bens de uma
empresa. No entanto, esses bens fazem parte do processo produtivo ou da atividade em que a
empresa está inserida.
O controle de estoque também tem o objetivo de planejar, controlar e replanejar o
material armazenado na empresa, buscando controlar os desperdícios com estoques, com a
finalidade de não prejudicar o capital de giro da empresa, que acaba ficando parado em forma
de estoque deixando de ser utilizados na atividade fim da empresa.
2.3.1 Função do controle de estoque
O principal objetivo do controle de estoques é descobrir e manter o nível ótimo de
investimento em estoques. Para a gerência é preciso evitar que seus estoques sejam
insuficientes provocando assim perda de vendas, mas também não se pode ter estoque em
excesso introduzindo assim custos desnecessários e riscos de obsolescência, um ótimo nível
de estoque é estar entre esses dois extremos tendo em vista atender as necessidades da
empresa.
O controle de estoque tem grande importância para rentabilidade da empresa. É por
meio dele que se absorve o capital que poderia ser mais bem investido de outras maneiras,
desviam fundos que poderiam ser aplicados em outros investimentos e têm o mesmo custo de
capital que qualquer outro projeto de investimento para a empresa. (CHING, 2001)
Na compreensão de Messias (1989, p.111), “muitas empresas aplicam mensalmente
enormes quantias em materiais pagando juros e despesas financeiras, desembolsando parte do
capital próprio, quando uma política inteligente de estoques poderia evitar estes dispêndios”.
20
Para melhor entender a necessidade de um controle de estoque adequado, podemos
citar o fator dos custos relacionados aos estoques, que podem ser classificados em três
grandes categorias: Custos diretamente proporcionais aos estoques; inversamente
proporcionais aos estoques e independentes da quantidade estocada.
Os custos diretamente proporcionais ocorrem quando os custos crescem com o aumento da quantidade média estocada. Por exemplo, quanto maior o estoque, maior o custo investido. Do mesmo modo, quanto maior a quantidade de itens armazenados, maior a área necessária e maior o custo de aluguel.
Os custos inversamente proporcionais são os custos ou fatores de custos que diminuem com o aumento do estoque médio, isto é, quanto mais elevados os custos médios, menores serão tais custos (ou vice-versa). São denominados custos de obtenção, no caso de itens comprados, e custos de preparação, no caso de itens fabricados internamente.
Os custos independentes são aqueles que independem do estoque médio mantido pela empresa, como, por
exemplo, o custo do aluguel de um galpão. Ele geralmente é um valor fixo,
independente da quantidade estocada.
Quadro 01: Custo de estoque dos itens.
Fonte: Adaptada de Martins e Alt. (2000, p.141).
2.3.2 Princípios básicos para o controle de estoque
Conforme Dias (1995 p.25), para organizar um setor de controle de estoque,
inicialmente precisa-se estudar suas principais funções, que são:
• Determinar o que deve permanecer em estoque – número de itens;
• Determinar quando deve reabastecer o estoque – prioridade;
• Determinar a quantidade de estoque que será necessário para um período pré-determinado;
• Acionar o departamento de compras para executar a aquisição de estoque;
• Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades;
• Controlar o estoque em termos de quantidade e valor e fornecer informações sobre sua posição;
• Manter inventários periódicos para a avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados;
• Identificar e retirar do estoque itens danificados.
Há diversos aspectos a serem especificados antes de se montar um sistema de
controle de estoques como, verificar os diferentes tipos de estoque existentes nas empresas, os
pontos de vista quanto ao nível adequado de estoque que deve ser mantido para atender as
necessidades da empresa, como também, a relação entre nível de estoque e capital necessário
envolvido (DIAS, 1995).
21
2.4 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUE
2.4.1 Método das “duas gavetas”
Este método é considerado um dos mais simples para o controle de estoques. É
recomendável a sua aplicação nos itens de classe C nos estoques. È utilizado por muitas
organizações comerciais de pequeno porte por sua simplicidade e fácil controle, e empresas
que tem numerosos itens de baixo valor em estoque.
Para Dias (1995) O estoque que inicia o processo é armazenado em duas caixas ou
gavetas. A caixa A tem uma quantidade de material suficiente para atender ao consumo
durante o tempo de reposição, mais o estoque de segurança, com isso não se deixa que falte
este tipo de produto.
A caixa B possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período. As
requisições de material que chegam ao almoxarifado são atendidas pelo estoque da caixa B.
Quando esse estoque chega a ficar vazio, isso significa que deverá ser providenciada uma
reposição de material, pedido de compra. Para não interromper o ciclo de atendimento, passa-
se a atender às requisições pelo estoque da caixa A nesse intervalo, deverá ser recebido o
material comprado quando a caixa B foi a esvaziada; deve então completar a caixa A e o saldo
completar a caixa B, voltando a consumir o estoque da caixa B.
Segundo Arnold (1999) O sistema duas gavetas é um modo simples de manter o
controle de itens do grupo C. Como estes itens são de pequeno valor, é melhor despender a
mínima quantidade de tempo e dinheiro para seu controle. Não se esquecendo que, eles
realmente precisam ser controlados e a alguém deve ser atribuída à tarefa de garantir sua
compra, quando o estoque de reserva é atingido, um pedido seja emitido.
“Há variações desse sistema, como o sistema de etiqueta vermelha, em que uma etiqueta é colocada no estoque em um ponto igual ao ponto de pedido. As livrarias freqüentemente utilizam esse sistema. Uma etiqueta ou cartão é colocado em um livro que esta numa pilha, numa posição equivalente à do ponto de pedido. Quando um cliente leva esse livro até o caixa, a loja é prontamente notificada de que é preciso fazer um novo pedido para aquele livro”. (ARNOLD 1999, p. 334)
Por se tratar de um sistema de reposição bem simples, para algumas organizações
podem ser ineficazes, principalmente organizações que possuem muitos itens em sua pauta de
estoque. O sistema de revisão periódica é mais complexo e pode satisfazer melhor a
necessidade de organizações que tenham um maior número de produtos em estoque.
22
2.4.2 Método da reposição periódica
No entender de Dias (1995), por esse sistema o material é reposto periodicamente em
ciclos de tempo iguais, chamados períodos de revisão. A quantidade pedida será a necessidade
da demanda do próximo período. Considera-se também um estoque mínimo ou de segurança.
E ele deve ser dimensionado de forma que previna o consumo acima do normal e os atrasos
de entrega durante o período de revisão e tempo de reposição.
Segundo Martins (2000), reposição periódica ou intervalo padrão consiste em um
sistema que depois de decorrido um certo intervalo de tempo pré-estabelecido, por exemplo, 6
meses, um novo pedido para um certo item de estoque é emitido. Para saber a quantidade que
deve ser comprado na data da emissão do pedido, verifica-se a quantidade ainda disponível
em estoque, comprando entre o estoque mínimo e o estoque máximo.
Conforme Arnold (1999, p. 336), A Figura 01 a seguir mostra que os intervalos de
revisão (t1, t2, t3) são iguais e que Q1, Q2, Q3 não são necessariamente iguais. Assim, o
período de revisão é fico e permite-se que a quantidade do pedido varie. A quantidade
disponível somada à quantidade pedida deve ser suficiente para durar até que a próxima
remessa seja recebida. Assim, a quantidade disponível mais a quantidade pedida devem ser
iguais à soma da demanda durante o lead time mais a demanda durante o período de revisão,
mais o estoque de segurança.
Figura 01: Sistema de revisão periódica: unidade em estoque versus tempo.
Fonte: ARNOLD (1999, p. 336).
23
Os sistemas de reposição de estoques são ferramentas muito importantes para que a
políticas estabelecidas no controle de estoque possam atender as expectativas da organização,
criando margens de segurança ao gestor de estoque possibilitando maior eficiência neste
processo.
2.4.3 Método do ponto de pedido
O ponto de pedido é a quantidade de item de estoque que ao ser atingido requer a
análise para ressuprimento do item, sendo fundamental para a manutenção do estoque, pois
ele é que determinará quando o pedido de compra será efetuado para que não haja faltas de
material.
Ponto de pedido é quantidade de peças que se tem em estoque, garantindo o processo
produtivo para que não sofra problemas de continuidade, enquanto aguarda-se a chegada do
lote de compra, durante o tempo de reposição. Isso quer dizer que quando um determinado
item de estoque atinge seu ponto de pedido, deve-se fazer o ressuprimento de seu estoque,
colocando-se um pedido de compra. (POZO, 2002, p. 59).
Conforme Dias (1995, p. 58), o tempo pode ser dividido em três partes:
a. Emissão do pedido – tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela empresa até chegar ao fornecedor;
b. Preparação do pedido – tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixa-los em condições a serem transportados;
c. Transporte – tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados.
Desta forma, o ponto de pedido deve ser calculado da maneira apresentada na Quadro
02, a seguir.
Quadro 02: Fórmula para cálculo de ponto de Pedido.
Fonte: Adaptada de Pozo (2002, p. 59).
PP = (C x TR) + ES
LEGENDA
PP – Ponto de Pedido
C – Consumo Normal da Peça
TR – Tempo de Reposição
ES – Estoque Mínimo
24
A Figura 02 abaixo, demonstra a representação gráfica do tempo de reposição, versos o ponto
de pedido.
Figura 02: Dente de Serra com tempo de reposição X ponto do pedido.
Fonte: Dias (1995, p. 58)
O ponto de pedido para as organizações é fundamental para sua gestão de estoque,
sendo que existem alguns sistemas de reposição que auxiliam no momento do pedido, onde
possibilitam saber a quantidade correta a ser adquirida conforme a necessidade da
organização.
2.5 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS
Uma atividade muito importante na administração dos recursos patrimoniais é a
classificação de materiais, sendo indispensável para se obter um controle de estoque eficaz.
Este processo envolve identificação, codificação e catalogação dos materiais pertencentes à
empresa, sendo importante para a organização dos produtos. Um produto deve ser cadastrado,
e classificado de maneira clara que possibilite achar o que se procura, no momento certo, sem
desperdício de tempo, sem que gere confusão e que seja de fácil identificação, de forma que
não comprometa a qualidade do serviço prestado.
25
Para Messias (1983), para fazer um controle de estoques eficiente é necessário que
haja uma classificação para todos os itens que constam no estoque. A classificação de
materiais inclui as etapas de identificação e codificação dos itens no estoque.
A classificação é o processo de aglutinação de materiais por características semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa. Assim, o sistema classificatório pode servir também, dependendo da situação, de processo de seleção para identificar e decidir prioridades. Viana (2002, p.51
Conforme Francischini e Gurgel (2002, p. 117) A existência de um número de itens,
gerou a necessidade de se estabelecer uma linguagem simbólica para representar as
características do material. Com decorrência desse processo de classificação de materiais,
surgiram as facilidades de se transformar essa informação em catálogos, que associam as
características técnicas de cada material com o seu código representativo.
Classificar um material, então, é agrupá-lo segundo a sua forma, dimensão, peso, tipo,
e uso etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, o produto não poderá ser
classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A
classificação, ainda deve ser feita de maneira que cada gênero de material ocupe seu
respectivo local. Por exemplo: produtos químicos poderão estragar produtos alimentícios se
estiverem próximos entre si. Classificar material, em outras palavras significa ordená-lo
segundo critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, contudo causar
confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. (DIAS, 1995, p. 177)
Segundo Viana, (2002), os principais atributos para classificação de materiais são os
seguintes:
a) Abrangência: Deve se tratar de uma gama de características em vez de reunir apenas materiais para serem classificados.
b) Flexibilidade: Deve permitir interfaces entre diversos tipos de classificação, de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento de estoques.
c) Praticidade: A classificação deve ser direita e simples.
A classificação de materiais está ligada a outros fatores que são muito importantes
para uma gestão correta dos materiais. Logo abaixo, serão relacionados estes fatores.
26
2.5.1 Classificação de Pareto ou Curva ABC
Um estoque geralmente é formado por materiais com mais ou menos valores
expressivos financeiramente. Devido a estas diferenças surge a necessidade de classificar de
maneira diferente os materiais, de forma adequada, evitando problemas de desperdício de
receita e tempo.
Na compreensão de Pozo (2002, p.86), a curva ABC é extremamente vantajosa,
porque permite reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela
controla mais rigidamente os itens da classe A e, mais superficialmente os da classe C de
acordo com sua importância.
Para Viana (2002), é um método cujo fundamento é aplicável a quaisquer situações em
que seja possível estabelecer prioridades, como uma tarefa a cumprir mais importante que
outra, uma obrigação mais significativa que outra, de modo que a soma de algumas partes
dessas tarefas ou obrigações de importância elevada representa, provavelmente uma grande
parcela das obrigações totais. Depois de ordenada pela importância relativa, as classes da
curva ABC podem ser definidas como o grupo de itens mais importante, B, grupo de itens em
situação intermediaria entre a classe A e C; C grupo de itens menos importantes que
justificam pouca atenção (VIANA, 2002, p.64).
Segundo Moreira (1998), o método de classificação ABC de estoques consiste em
separar em três grupos, ABC, classificando-os de acordo com seus valores, e dando maior
importância de controle aos materiais de maior valor monetário. A região A identifica um
pequeno número de itens que são responsáveis pela maior porcentagem acumulada dos
investimentos da empresa; a região B determina um número intermediário de itens e a região
C corresponde a uma pequena parte dos investimentos e uma grande parte de volume. Deve
ser controlado com menos rigor relativo que os itens das classes ou regiões anteriores
(MOREIRA, 1998, p.325).
27
A Figura 03, a seguir mostra como a curva ABC é definida:
Figura 03: Gráfico da Curva ABC
Fonte: ARMOLD (1999, p. 287).
O maior controle dos itens da Classe A, é justificado por serem eles responsáveis por
altos custos anuais de consumo e também por se tratarem de itens de um elevado investimento
em estoques. Nesta classe deve-se fazer pedidos freqüentemente e seu estoque de segurança
deve ser baixo. Os da classe C são extremamente os contrários seus custo de aquisição anual é
relativamente baixo, desta maneira há poucos pedidos e seu estoque de segurança é alto. No
entanto os da classe B requerem uma média rigorosa em seu controle e seus valores são
relativamente intermediários.
28
2.5.2 Classificação Quanto à Criticidade
Na visão de Gasnier (2002, p.41), “Da mesma forma que a classificação ABC,
também se pode segmentar os itens em estoque baseado no critério do impacto resultante da
falta, agregando mais informações para as rotinas de planejamento, reposição e
gerenciamento”. Este processo envolvera um grande julgamento técnico conforme o quadro
03 a seguir:
Urgente São itens que precisam ser reabastecidos tão cedo quanto possível, pois
seus dados encontram-se zerados ou inferiores ao estoque de segurança.
Emergência São itens que se encontra com o saldo zerado, nulo ou insuficiente, e que
estão sendo requeridos naquela ocasião para processos críticos. Como por
exemplo: uma intervenção cirúrgica em um hospital.
Quadro 03: Classificação da criticidade dos itens.
Fonte: Adaptada de Gasnier (2002, p.42).
2.6 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA
A previsão de estoques é destinada a fornecer subsídios adequados para um bom
planejamento das necessidades dos produtos. Estas previsões estabelecem estimativas futuras
dos produtos comercializados pela empresa. Define, portanto, quais produtos, quanto desses
produtos e quando serão comprados pelos clientes.
Segundo Dias (1995) Todo início dos estoques está pautada na previsão do consumo
do material. A previsão de consumo ou demanda estabelece estimativas que devem ser
levadas em conta para futuras de compras dos produtos que servem de matéria-prima e os
produtos acabados comercializados pelas empresas.
Para Gonçalves (2004, p.13) “De uma maneira geral a literatura tem classificado os
modelos de previsão em dois grandes grupos: métodos quantitativos e métodos qualitativos”.
29
Estas permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo de demanda dos
produtos acabados.
2.6.1 Métodos qualitativos
De acordo com Arnold (1999), são projeções baseadas no discernimento, na intuição e
em opiniões informadas. Por sua natureza, são subjetivas, pois se baseia nas experiências e no
ponto de vista de cada um a respeito do fato. Elas são utilizadas para prever tendências gerais
dos negócios e demanda potencial para uma grande família de produtos para um determinado
período de tempo. As técnicas qualitativas são raramente adequadas às previsões de produção
e estoques que estão geralmente associadas à demanda de itens finais particulares.
Para prever a demanda de produtos novos, no qual não há histórico deste item em
particular, é comum aplicar técnicas de pesquisa de mercado e de analogia histórica. A
pesquisa de mercado tem o objetivo de determinar opiniões e intenções dos consumidores. A
analogia histórica baseia-se na análise comparativa do lançamento tendo em vista o
crescimento de produtos semelhantes no mercado. Também pode ser feitos testes de mercado
com o produto.
Existem outros modelos de previsão qualitativa, como o método delphi, que traz uma
série de peritos que trazem opiniões sobre o que provavelmente irá acontecer. (ARNOLD,
1999).
2.6.2 Métodos Quantitativos causais: regressões
Este método é útil para previsões de longo prazo na maioria das ocorrências é para
planejamento agregado. A principal restrição em utilizar este método é considerar que os
dados do passado e as projeções futuras devem estar próximos da linha reta. Ela pode ser
utilizada tanto para séries temporais como pra previsão de relacionamentos causais. Uma
medida do grau de ajuste entre dados e a linha de regressão pode ser determinada calculando-
se o erro-padrão da estimativa (DAVIS, 2001).
Conforme Davis (2001, p.228), “Esta técnica é utilizada para definir um
relacionamento funcional entre duas ou mais variáveis correlacionadas. Este relacionamento
30
geralmente é desenvolvido através de um dado observado no qual um parâmetro (a variável
independente) é usado para predizer outro (a variável dependente). Este relacionamento entre
as duas variáveis é traçado por uma linha reta”.
2.6.3 Séries Temporais: médias móveis simples, ponderadas e exponenciais.
A seguir descrevem-se os métodos das séries temporais através das médias móveis
simples, ponderadas e exponenciais.
2.6.3.1 Média Móvel Simples
Para Davis (2001), A média móvel simples é a média de um dado número de períodos
que é atualizada, substituindo os dados do período anterior pelos dados do período mais
recente para que se possa obter a média.
Conforme Dias (1995), a previsão gerada por esse modelo é geralmente
menor que valores ocorridos se o padrão de consumo for crescente.
Inversamente, será maior se ele for decrescente. Ele ainda coloca algumas
desvantagens: As médias móveis podem gerar movimentos cíclicos,
existentes nos dados originais; as observações mais antigas têm mesmo
peso que as atuais, isto é, 1/n; e; Exige a manutenção de um número muito
grande de dados. E algumas vantagens: Admite processamento manual e;
Simplicidade e facilidade de implantação;
2.6.3.2 Média Móvel Ponderada
Este é uma variação do modelo anterior, sendo que os períodos mais próximos
recebem um peso maior com relação aos períodos anteriores.
Segundo Pozo (2002, p.51), a previsão para o próximo período é obtida através da
ponderação dada a cada período, sem do os mais próximos recebem um peso maior e
reduzindo aos mais distantes. A soma das ponderações deve ser de 100%, essas variações têm
como regra geral um peso de 40 a 60% para o período mais recente e para o último período de
31
5%. Sendo esta função exercida pela sensibilidade do administrador em relação as variáveis e
mudanças de mercado. Tal modelo pode eliminar algumas fragilidades dos modelos
anteriores.
2.6.3.3 Média Móvel Exponencial
Este além de valorizar os dados mais recentes, tem um menor uso das informações
passadas. Segundo Dias (1993, p.39) apenas três fatores são necessários para gerar a previsão
do próximo período: A previsão do último período; O consumo ocorrido no último período;
Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes. Este
modelo atribui parte da diferença do consumo atual e previsto a uma mudança de tendência e
o restante a causas aleatórias, que geralmente são eliminados as reações exageradas dos
valores aleatórios.
“Nesse método, a previsão do próximo período é obtida mediante a
ponderação dada ao último período, e teremos que utilizar também
a previsão do último período. Este procura eliminar variações
exageradas que ocorrem em períodos anteriores. É um modelo
simples de usar e necessita de poucos dados acumulados e é auto-
adaptável podendo ser corrigido de acordo com o volume de
vendas” Pozo (2002, p.53).
2.6.4 Séries Temporais: componente de tendência
Nesta técnica o consumo médio aumenta ou diminui com o decorrer do tempo, e é
influenciado por fatores culturais, ambientais, conjunturais e econômicos, possibilitando
desvios de demanda tanto positivas quanto negativas.
De acordo com Viana (2002, p.110), o consumo com tendência crescente, caracteriza-
se pelo crescimento vegetativo da utilização de materiais, de forma crescente e ordenada. O
consumo com tendência decrescente caracteriza-se pelo decréscimo da utilização
anteriormente definida e perfeitamente regular sendo inverso ao demonstrado anteriormente.
32
A projeção por tendência ajusta a linha matemática dos dados pontuais e os projeta
para o futuro.
2.6.5 Sazonalidade
A demanda segue padrões cíclicos, geralmente decorrentes de variações climáticas
(por exemplo: verão, inverno) ou convenções humanas (exemplo: dia das mães, natal, dia dos
pais, etc.). Podendo existir variações nas compras nesse determinado período.
Conforme Viana (2002, p.112), o consumo sazonal caracteriza-se por padrão
repetitivo de demanda, que apresenta alguns períodos de considerável elevação em
determinado período do ano.
Para Dias (1995, p.30), o consumo é sazonal, quando possui oscilações regulares, que
podem ser positivas ou negativas, e seu desvio deve ser de no mínimo 25% acima do consumo
médio e quando aparece condicionado a determinadas causas.
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O método adotado teve como finalidade levantar informações para avaliar e identificar
o melhor sistema de previsão de demanda do estoque, baseado em modelos de series temporais
e classificação dos produtos produzidos e comercializados na empresa Sorvetes DA BARRA.
A coleta foi feita pela observação direta, e principalmente, extraída pela análise dos
documentos referentes ao atual processo de gestão de estoque da empresa. Dessa forma,
pretendeu-se ir ao encontro de uma solução para a situação problema apresentada no presente
trabalho com o intuito de atingir seu objetivo geral e especifico.
Para que os objetivos propostos possam ser alcançados, é essencial a utilização de um
estudo, já que esta atividade voltada para a solução de problemas.
Conforme Lakatos e Marconi (2002, p. 83), “método é o conjunto das atividades
sistemáticas e racionais que, com maio segurança e economia, permite alcançar o objetivo”.
A pesquisa segundo Gil (1999, p. 42) “pode-se definir como o processo formal e
sistemático de desenvolvimento de método cientifico”.
3.1 TIPOLOGIA DO ESTUDO
O estudo da tipologia proposta por Vergara, que classifica as pesquisas quanto aos
meios e quanto aos fins.
O estudo realizado foi de caráter descritivo, na fase inicial. Segundo Oliveira, (1996) a
pesquisa descritiva tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem entrar no
mérito do seu conteúdo. Não havendo interferência do investigador, que apenas procura
descobrir a freqüência com que o fenômeno acontece.
Uma das características do estudo é a descrição do estoques, pois na organização serão
observados e relatados fatos que sejam relacionados ao objeto de estudo. Conforme Cervo e
Bervian (1996, p. 49), “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou
fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”.
As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. [...] uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 2002, p.42)
34
De acordo com Andrade (1999, p. 106), na pesquisa descritiva, os fatos são
observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador
interfira neles.
Para fins teóricos, foi utilizada também a pesquisa bibliográfica, tendo como
referência autores ligados à área de estoques e seus controles. De acordo com Marconi e
Lakatos (2003, p. 73) “A pesquisa bibliográfica, ou fontes secundárias, abrange toda a
bibliografia já tomada publica em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, teses etc.”.
No entender de Gil (2002, p.44), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base
em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos. [...] boa
parte dos estudos exploratórios pode ser definido como pesquisa bibliográfica”.
O estudo de caso foi obtido por meio dos relatórios realizados no período de estágio,
juntamente com relatórios da movimentação de vendas de sorvete no período de julho de
2005 a junho de 2007 fornecidos pela empresa.
Conforme Marconi e Lakatos (2003, p.64) “a característica da pesquisa documental é
que a fonte de coleta de dados está restritos a documentos, escritos ou não, constituindo o que
se denomina de fontes primárias”.
A pesquisa é considerada como um estudo de caso que, segundo Andrade (1999),
consiste no estudo de determinados indivíduos, instituições, grupos ou comunidades com a
finalidade de obter generalizações; pode também abranger um conjunto de atividades,
podendo ou não ser realizado em campo.
Sendo um estudo de caso, o acadêmico procura adequar às ferramentas necessárias
para que se estabeleça um plano para encontrar o método de previsão de demanda do estoque
baseado em series temporais presente na organização, conforme citados anteriormente.
3.2Descrições de Área, População e Amostra.
O estudo tem como foco a área de previsão de demanda dos estoques, em face de sua
importância estratégica, pelo fato de estar muito relacionado aos custos que o capital
imobilizado possa trazer a empresa. Participaram da analise todos os que estão envolvidos
35
direta ou indiretamente com o setor de estoque da empresa, sendo uma equipe de duas
pessoas.
A população em estudo são os vinte e dois (22) sabores de sorvetes sendo eles:
morango, chocolate, bom-bom, coco, maracujá, leite condensado, abacaxi, kiwi, passas ao
rum, amendoim, nata, banana, limão, uva, ameixa preta, creme de ovos, napolitano, crocante,
manga, milho verde, chocolate branco e chocante, dos quais seis sabores representam 70% da
produção e comercialização.
A amostra escolhida foram os sabores de sorvete mais vendidos (Leite Condensado,
Morango), pelo fato de seus giros ou volume de vendas serem maiores, seus estoque também
acabam ficando alto, o que acarreta um aumento nos custos do estoque, diminuindo o capital
de giro da empresa.
3.3PLANO DE COLETA DE DADOS
A coleta foi feita pela observação direta, e principalmente, extraída pela análise dos
documentos referentes ao atual processo de controle e de previsão de demanda do estoque da
empresa.
O estudo foi realizado no período de agosto a outubro do ano de 2007. Participaram
da coleta dois dos colaboradores da empresa que estão envolvidos direta ou indiretamente
com o setor de estoque da empresa, sendo uma o próprio proprietário que participa de todas
as etapas dos processos feitos dentro da organização e a outra a pessoa ou o responsável pelo
estudo e estocagem de todos os produtos produzidos e comercializados pela empresa. Os
dados do estudo foram obtidos no período correspondentes a duas temporadas de julho de
2005 a, junho de 2007.
Conforme Marconi e Lakatos (2003, p. 34), “a coleta dos dados é a etapa da pesquisa
em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim
de se efetuar a coleta dos dados previstos”.
Andrade (1999 p. 41) Considera as fontes secundárias como fontes originadas de
determinadas fontes primárias, ou seja, constituem-se de literatura proveniente de fontes
primárias.
36
Marconi e Lakatos (2003, p.65) afirmam que “os dados secundários, são obtidos de
livros, revistas, jornais, publicações avulsas e teses, cuja autoria é conhecida”.
Conforme Cervo e Bervian (1996, p. 73), “esta é uma das fases decisivas da
elaboração do trabalho científico. Trata-se da coleta e registro de informações, da análise e
interpretação dos dados reunidos, finalmente, da classificação dos mesmos”.
Foram coletadas dadas através da utilização de fontes secundárias e da análise de
documentos, relatórios, pesquisa bibliográfica e pesquisa com os envolvidos no ambiente
referente ao objeto de estudo. Após o processo de coleta foram aplicados nos métodos
pesquisados e sugeridos formas de melhoria no processo de gestão de estoque na empresa.
Os dados foram coletados conforme ilustração 01 abaixo, a fim de obter resultados
positivos para este trabalho.
Tabela 01 – Relatório de Vendas.
SA
BO
RE
S/
ME
SE
S
Co
co
bo
m-b
om
mo
ran
go
bri
ga
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iro
Le
ite
co
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racu
já
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s
ab
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xi
Cre
me
de o
vo
s
am
eix
a
cro
ca
nte
ma
ng
a
pa
ssa
s
kiw
i
azu
l
Milh
o
go
iab
a
am
en
do
im
uva
limã
o
ba
na
na
Do
ce
le
ite
Tot
al M
ensa
l
Jul./06
Ago./06
Set/06
Out./06
Nov./06
Dez/06
Jan./07
Fev./07
Mar/07
Abr./07
Mãe/07
Jun./07
Total
Fonte: Dados Primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
37
3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Todos os dados serão analisados de forma a serem confrontados com a base
técnica, a fim de se obter os resultados esperados pelo pesquisador. Serão utilizados
métodos de classificação ABC e previsão de demanda por series temporais.
Os estoques serão classificados conforme classificação ABC, buscando tratar os
itens de acordo com sua importância. As informações para a construção desta
classificação serão coletadas junto a anotações de vendas feitas pelo proprietário,
apresentado acima que disponibilizará as quantidades vendidas dos produtos e também o
preço de custo ou venda de cada item. Os produtos serão classificados quanto ao seu
grupo, ou seja, grupo sabores de sorvete que será classificado um grupo como classe A,
com o intuito de aplicar os métodos de previsão de demanda.
Será também feito um planejamento das necessidades dos produtos para a previsão
de demanda. A partir dos dados levantados quanto a vendas, é possível fazer a análise, e
saber quais produtos, quanto desses produtos e quando serão comprados pelos clientes.
Estando ciente do consumo dos produtos é necessário prever o que necessita ter em
estoque para atender a demanda. Com as informações geradas para a classificação é
possível prever as quantidades a serem produzidas, e também analisar de forma crítica
aqueles produtos que não tiveram a sua saída prevista.
Dados como consumo mensal de cada item e tempo de reposição da produção a
quantidade certa para a empresa ter em estoques, com o propósito de disponibilizar em
estoque o que realmente a empresa necessita, não deixando assim nem faltar nem sobrar
produtos em estoque. O tempo de reposição dos produtos produzidos é de no maximo de
dois dias após a comunicação ao departamento de produção.
38
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO
O capítulo a seguir desenvolve os resultados obtidos na aplicação do sistema de
classificação ABC dos itens em estoque, previsão de demanda dos principais itens e possíveis
períodos sazonais.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Nesta etapa serão informadas algumas características da empresa tais como a
organização, seu histórico, principais atividades, organograma, controle de estoque,
classificação ABC dos itens de estoque da empresa e a previsão da demanda dos principais
itens.
4.1.1 A Organização
A organização atua no ramo de produção e comercialização de sorvetes e picolés,
tendo como seus principais clientes moradores do município aonde a empresa esta sediada e
algumas churrascarias, que servem a seus clientes sorvetes como sobremesa. Atualmente
possui quatro funcionários, sendo proprietário atuando na área administrativa e de produção,
além de três pessoas que se alternam entre produção e atendimento aos clientes.
A localização da empresa está situada na cidade de Palhoça, na Barra do Aririu, na
Rua José Luiz Martins, nº. 50. Sendo este um fator limitante para incorporar nova demanda
em sua carta de clientes, por se tratar de uma região que fica exatamente final do Bairro.
Inviabilizando a entrega em longas distâncias.
A empresa sorvetes DA BARRA tem um estoque diversificado, composto por
dezenove sabores de picolés e vinte e dois sabores de sorvetes dos mais variados sabores.
Além dos citados acima a empresa produz outros produtos diferenciados, com certo valor
agregado sendo eles: skino, ituzinho, brigadeiro e milk shake. Para este trabalho não será
levado em conta o estoque de matéria-prima e sim o estoque de sorvetes produzidos pela
empresa.
39
4.1.2 Percepção do proprietário
Para o bom desempenho da empresa em estudo é necessário apresentar de forma clara
e objetiva, como a mesma, através de suas práticas administrativas vem proporcionando sua
relação entre organização e cliente em busca de uma estrutura mais adequada e eficiente para
lidar melhor com o controle de estoques, para que quando solicitado algum produto o mesmo
não venha a faltar, aos clientes.
No que se refere aos produtos fabricados e comercializados pela empresa Sorvetes Da
Barra o proprietário afirma que são todos muitos bons, porque a empresa utiliza técnicas de
limpeza, manipulação de alimentos e matéria prima de ótima qualidade, oferecida pela líder
(Duas Rodas Indústrias de Alimentos), do mercado em saborizantes e produtos para
sorveteria, com a destruidora de leite Lactoplasa, com açúcar União e com a distribuidora
Pontual, com o qual é possível conciliar qualidade e preço de venda competitivo dentro do
segmento em que a empresa está inserida.
Procura-se utilizar sabores naturais na formulação de diversas receitas como intuito
de preservar o sabor das frutas e a qualidade do produto. Nos produtos a base de água
somente utiliza-se água mineral, a qual não distorce o sabor, por não conter cloro.
O mercado de saborizantes para sorvetes oferece matéria-prima de melhor qualidade
que a adquirida pela empresa, que são pastas importadas da Itália, porém o preço é inviável
para o mercado onde a empresa atua.
A empresa utiliza equipamento de novos na fabricação de seus produtos, sendo esse
de certa forma responsável por parte da qualidade dos produtos fabricados, possuindo:
• Uma pasteurizadora, com capacidade de 150 litros, que aquece a mistura a 75°C
resfriando a 3°C, fazendo com que todos os ingredientes formem uma mistura
homogênea. Por essa máquina passam as bases de sorvetes e picolé.
• Possui ainda uma embaladeira de picolé, com capacidade de embalar 60 picolés por
minuto. Esta máquina possui ainda um datador aclopar, que insere na embalagem a
data de fabricação, validade do produto e o nome da empresa.
• Produtora de picolé com capacidade de 1000 picolés por hora, adquirida em 2005.
• Uma produtora de sorvete com capacidade produtiva de 80 litros de sorvetes por
hora.
• Uma câmara fria de 2,5 metros quadrados, que nos meses de outubro a março
armazena em média 20000 picolés e 2000 kilos de sorvetes.
40
A empresa ocupa uma área de 160 metros quadrados projetada especialmente para a
produção de picolés e sorvetes e sua comercialização, construída em 2005.
O mix de produtos é bem variado se considerar sua situação no mercado. A empresa
produz aproximadamente dezenove (19) sabores de picolés são eles: leite condensado, nata,
coco brando, coco queimado, chocolate, creme de ovos, abacaxi, limão, maracujá, morango,
morango natural, butiá. uva, azul anil, kiwi e amendoim, sendo que dois deles representam
50% da produção e comercialização. E vinte e dois (22) sabores de sorvetes sendo eles:
morango, chocolate, bom-bom, coco, maracujá, leite condensado, abacaxi, kiwi, passas ao
rum, amendoim, nata, banana, limão, uva, ameixa preta, creme de ovos, napolitano, crocante,
manga, milho verde, chocolate branco e chocante, dos quais seis sabores representam 70% da
produção e comercialização.
Além dos citados acima a empresa produz outros produtos diferenciados, com certo
valor agregado sendo eles: skino, ituzinho, brigadeiro e milk shake.
Apesar da variedade e qualidade dos produtos o investimento em treinamento é
constante, anualmente todos os colaboradores participam de feiras do setor, sempre buscando
mais informações no que diz respeito a novos sabores e novas receitas.
Na opinião do proprietário a localização da empresa não influencia na opção de
comercialização da maioria dos pontos de vendas isso porque os pontos de vendas é que
foram sendo restringidos pela empresa, com o intuito de não ampliar o raio de atuação, que
dificultaria na distribuição dos produtos e com isso perderia qualidade no atendimento.
Com relação à publicidade e propaganda a empresa nunca adotou qualquer tipo de
divulgação (nem na fachada). Suas principais estratégias são: a qualidade de seus produtos e
o atendimento diferenciado o que resulta na melhor forma de divulgação que é o boca a boca.
“A comprovação de tal é de que 80% de seus clientes chegam ao estabelecimento com algum
tipo de veículo e muitas vezes vêm de distância de mais de 30 km somente para saborear
nossos produtos”.
41
4.1.3 Histórico
A empresa Sorvetes Da Barra foi fundada em 12 de dezembro de 1983. Opera no
setor de sorvetes há 23 anos. Sua estrutura é composta por quatro pessoas, sendo um o
proprietário que atua tanto na área administrativa como na produção e as outras três que
trabalham focados na produção e no atendimento.
No ramo em que atua, a empresa Sorvetes Da Barra vem conseguindo consolidar-se
como uma empresa sólida, que tenta diversificar cada vez mais seus produtos buscando assim
conquistar novos parceiros e clientes, usando sempre matéria prima de qualidade.
Diante da necessidade de renovar-se frente às exigências do mercado, apoiar a todos
aqueles que estão envolvidos no processo, é de suma importância, como seus colaboradores,
clientes, fornecedores, enfim, todos aqueles que estão diariamente envolvidos,
proporcionando assim produtos com qualidade, melhor atendimento, e garantindo seu espaço
no mercado de produção e comercialização de sorvetes na Grande Florianópolis.
A empresa Sorvetes Da Barra tem em seu principal foco a cidade de Palhoça,
atendendo também a região da Grande Florianópolis.
Todos os produtos com os quais a empresa trabalha, estão disponibilizados para todos
os seus clientes.
4.1.4 Organograma
Divisão dos departamentos na empresa:
Diretor geral
Departamento comercial Departamento financeiro Departamento de produção
Figura 04 - Organograma da empresa Sorvetes Da Barra
Fonte: Dados Primários
42
O Diretor é o proprietário e é o responsável pelo planejamento, controle e organização.
É ele quem toma a maioria das decisões na empresa, pois também participa de todos os
processos que ocorrem dentro da empresa.
O Departamento comercial é responsável por todas as vendas que ocorrem na empresa,
seja ela vendas na matriz diretamente ao publico ou para os pontos de vendas e se
responsabiliza por todas as etapas que envolvem este processo. Além das compras da matéria-
prima e dos suprimentos necessário para a produção de seus produtos.
O Departamento financeiro controla e administra as finanças da empresa ficando
também responsável, pelo planejamento e viabilização de recursos necessários a aquisição de
novas tecnologias para a fabricação de sorvetes e picolés.
O Departamento de produção planeja e fica responsável pelo controle da produção de
todos os produtos da empresa. Suas ações são baseadas neste controle de estoque que tem
como finalidade atender a demanda não deixando jamais de atender aos seus clientes.
4.2 CONTROLE DE ESTOQUE
A empresa não utiliza ferramentas especifica para controle de níveis de estoque. A
única ferramenta utilizada para o controle de níveis de estoques são planilhas feitas no
programa Excel, aonde é colocado o numero de potes (cada pote pesa 5 kg.), através da analise
dos dados, é efetuado pedido de compra de possíveis matérias-primas que venham a estar
próximo do fim e ainda segundo necessidades da área de produção. Também através destas
planilhas o proprietário efetua uma previsão de demanda segundo o consumo de sorvetes do
ano anterior no mesmo período, para que a sazonalidades não interfira nesta previsão. A
empresa tem uma atenção especial com os produtos mais vendidos para não deixar faltar a
nosso cliente final, que no caso de falta do produto pode vir a procurar na concorrência.
43
Tabela 02 - Vendas dos grupos referentes a julho de 2006 a junho de 2007. (potes com 5 kg) S
AB
OR
ES
/ME
SE
S
Co
co
bo
m-b
om
mo
ran
go
bri
ga
de
iro
Le
ite
co
nd
en
sa
do
ma
racu
já
no
ze
s
ab
aca
xi
Cre
me
de o
vo
s
am
eix
a
cro
ca
nte
ma
ng
a
pa
ssa
s
kiw
i
azu
l
Milh
o
go
iab
a
am
en
do
im
uva
limã
o
ba
na
na
Do
ce
le
ite
Tot
al M
ensa
l
Jul./06 0 0 10 10 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30
Ago./06 0 0 10 10 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30
Set/06 4 4 15 17 16 4 2 4 3 1 4 2 3 2 1 3 2 4 2 3 2 2 100
Out./06 8 6 24 27 25 6 3 7 5 1 6 2 3 3 2 5 3 5 3 4 3 2 153
Nov./06 33 17 35 36 31 13 1 6 4 2 2 1 3 2 1 2 2 1 1 2 4 3 202
Dez/06 39 45 80 56 69 30 2 22 4 2 6 4 2 2 3 6 2 7 2 6 6 3 398
Jan./07 29 20 51 41 49 15 2 17 6 2 6 1 2 4 2 4 3 4 4 2 2 3 269
Fev./07 10 11 30 15 16 11 2 5 2 1 2 1 1 2 3 2 2 1 1 1 1 2 122
Mar/07 16 14 16 22 22 12 1 6 2 1 1 1 2 3 2 2 1 1 1 1 1 2 130
Abr./07 4 4 8 8 4 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 32
Mãe/07 0 0 10 10 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30
Jun./07 0 0 10 10 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30
Total 183 161 299 222 232 95 13 67 26 10 27 12 16 18 14 24 15 23 14 19 19 17 1526
Fonte: Dados Primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
4.2.1 Classificação ABC dos Itens de Estoque
A classificação ABC dos estoques foi feita apenas com os produtos que a organização
produz se restringindo a apenas o sorvete e seus diversos sabores, que são produzidos pela
empresa sorvete DA BARRA, foi realizado a coleta dos dados para a construção da curva da
classificação ABC no período de janeiro a dezembro de 2007.
Primeiramente foi feita a classificação ABC dentro dos grupos de estoque, conforme é
demonstrado na Tabela 01 no apêndice, onde os cinco primeiros grupos equivalem a 72,00%
do valor total gasto em estoque, classificados como nível A, correspondendo este a 23,00% do
número de grupos. O nível B é composto pelos grupos do sexto ao décimo segundo na
classificação seqüencial e correspondem a 17,00% do valor total e 27,00% dos grupos. O
restante dos grupos, do décimo terceiro ao grupo vigésimo segundo, foram classificados como
nível C e equivalem a 11,00% do valor total gastos em estoques e correspondendo a 50,00%
dos grupos.
44
Com a Tabela 01 constante no apêndice, foi elaborado o gráfico 01, curva ABC dos
grupos em estoques da empresa. Fica claro neste gráfico o início da curva acentuada,
característica de poucos grupos com grande percentual de custos de estoques.
O final da curva mais suave demonstra a grande quantidade de itens, mas, com poucos
custos em relação ao total.
Classificação ABC
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Percentual de Itens
Perc
en
tual d
e C
usto
Gráfico 01 – Curva ABC dos Grupos em estoque
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
O Gráfico 02, foi utilizado para melhor identificação das classes de estoques, pois
permite uma clara visualização, mostrando as diferenças entre uma os grupos. Os cinco
primeiros grupos ou sabores de sorvete foram classificados como A. Os grupos que ficam
entre o sexto e o décimo segundo são de classe B, ficando clara a diferença do grupo. O
restante dos grupos foi classificado como C, por apresentarem um custo de estoque
relativamente menor que o dos demais.
45
R$ 0,00
R$ 2.000,00
R$ 4.000,00
R$ 6.000,00
R$ 8.000,00
R$ 10.000,00
R$ 12.000,00
R$ 14.000,00
Mor
ango
Leite
Con
densa
do
Brigad
eiro
Coc
o
Bombo
m
Mar
acujá
Abaca
xi
Cro
cante
Cre
me
de O
vos
Milh
o
Amen
doim
Lim
ão
Banan
aKiw
i
Doc
e de
Lei
te
Passa
s
Goiab
aAzu
lUva
Noz
es
Man
ga
Amex
ai
Itens
Va
lor
de
es
toq
ue
Legenda:
Gráfico 02 – Custos dos Grupos em estoque
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
Para um melhor desempenho nos resultados dos tópicos a seguir, sentiu-se a necessidade
de classificar um dos grupos por itens. Deste modo optamos por classificar os itens do grupo
sorvetes. Também uma outra característica pela qual foi escolhido este grupo, foi por conter
dados mais completos para realização deste trabalho. Não escolhemos o outro grupo que
seria o de picolés, pois devido a grande troca mix de sabores, não teríamos dados para analise
de um período completo.
Após feita a classificação ABC do grupo sabores de sorvetes, a seguir, serão testados
modelos de previsão de demanda para os dois principais produtos deste grupo.
Classe A Classe B Classe C
46
4.3 PREVISÃO DE DEMANDA DOS PRINCIPAIS ITENS DO ESTOQUE
A previsão de demanda foi realizada entre o período de julho de 2005 a junho de2006,
como mostra a Tabela 02 e também será analisada de julho de 2006 a junho de 2007,
presente na Tabela03, abaixo. Nesta tabela foi coletado dado referente a vendas de baldes de
sorvete, dos dois primeiros sabores ou grupos, como visto anteriormente na classificação
ABC.
Os dois itens que serão analisados estão no mix de produtos empresa desde o inicio
das atividades, como sendo os principais sabores de sorvetes produzidos e comercializados,
pela empresa, tendo sua venda estendida por todo o ano, sendo que nos meses de maio,
junho, julho e agosto o estoque esta ligado unicamente a atender um restaurante que serve
nossos sorvetes como sobremesa. Se diferenciando dos de mais que são produzidos e
comercializados, apenas dos meses setembro a maio do ano seguinte.
Tabela 03 - Vendas dos dois primeiros grupos referentes a julho de 2005 a junho de
2006. Unidades (potes com 5 kg.)
01/07/2005 à 31/06/2006
Item Jul./05 Ago./05 Set/05 Out./05 Nov./05 Dez/05 Jan./06 Fev./06 Mar/06 Abr./06 Mai./06 Jun./06
1 07 08 10 16 21 55 39 22 13 09 08 07
2 06 07 09 15 22 52 35 17 12 10 05 06
Fonte: Dados Primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
Tabela 04 – Vendas dos três primeiros grupos referentes a julho de 2006 a junho de 2007.
Unidades (potes com 5 kg.)
01/07/2006 à 31/06/2007
Item Jul./06 Ago./06 Set/06 Out./06 Nov./06 Dez/06 Jan./07 Fev./07 Mar/07 Abr./07 Mai./07 Jun./07
1 10 10 24 35 80 51 30 16 08 10 10 10
2 10 10 25 31 69 43 16 22 10 10 10 10
Fonte: Dados Primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
O Gráfico 03 a seguir demonstra a escala de vendas referente ao item 01 – sabor de
sorvete de Morango. Pode-se notar que seus períodos de grande valor de demanda referentes
aos meses setembro a maio do ano seguinte, já que é nestes meses que a empresa obtém um
acréscimo em seu faturamento.
47
Nota-se também que o faturamento deste item na temporada de junho de 2005 a julho de
2006, foi menor do que a de junho de 2006 a julho 2007, em decorrência de uma reforma
feita na loja ou na área de atendimento ao publico, que veio a ocasionar um aumento
expressivo nas vendas de todos os produtos produzidos e comercializados pela empresa de
uma temporada para a outra.
Item 01 - Sorvete sabor de Morango
0
15
30
45
60
75
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jul/0
5
set/0
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nov/05
jan/
06
mar
/06
mai/0
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jul/0
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set/0
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nov/06
jan/
07
mar
/07
mai/0
7
Periodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série1
Gráfico 03 – Vendas do item 01 do grupo sabor de sorvete de morango. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
A seguir serão apresentados modelos de previsão de demanda, elaborados a partir do
comando de linha de tendência do Excel. No caso do item 01, serão analisadas as linhas de
tendência linear, potência e media móvel de dois e de três períodos.
No gráfico 04, é apresentado o modelo de tendência linear, que resultou na fórmula:
y = 0,203x – 238,18. Com esta, poderemos prever quantidades para suprir a demanda para
cada mês. E R2 (quanto mais próximo de 1, melhor) é a qualidade de ajuste. Neste caso, R2
demonstrou um ajuste de 0,0059, não sendo um bom resultado.
48
Pode-se notar nos extremos do gráfico 06 que a linha de tendência mostrou-se fora da
realidade, trazendo resultados que ficaram acima da quantidade vendidas entre julho e
outubro de 2005. Nos meses de novembro de 2005 a março de 2006 a linha de tendência
ficou abaixo da quantidade real de venda, no caso de utilização deste modelo aconteceria de
ter estoques a abaixo do que o necessário.
Já entre os meses de abril a outubro do ano de 2006 a linha de tendência mostra um
volume de vendas superior à demanda necessária ao período. Já nos meses que vai de
novembro a março de 2007, a empresa obteve um alto índice de vendas, no qual o modelo
linear trouxe quantidades a menor do que a realidade, se o mesmo fosse utilizado correr-se-ia
o risco de faltar este item nos meses correspondentes.
Após a análise feita no gráfico 04, concluiu-se que o modelo linear apresentou
diversos erros quanto a sua previsão, não sendo este viável para a utilização da empresa.
Item 01 - Sorvete sabor de Morango
y = 0,203x - 238,18
R2 = 0,0059
0
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30
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nov/06
jan/
07
mar
/07
mai/0
7
Periodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série1
Linear (Série1)
Gráfico 04 – Modelo Linear. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
No gráfico 05 é apresentado o modelo baseado na função potência que resultou na
seguinte fórmula: y = 2E-28x9,311. Este modelo tem um R2 igual a 0,005, o que ainda não
representa uma boa qualidade de ajuste, pois R esta muito longe de 1. Porém, este modelo
demonstra ser um pouco melhor que o apresentado anteriormente, não sendo o ideal ainda.
49
A linha de tendência desse modelo também é demonstrada por um crescimento pouco
significativo, mas em nenhum momento o modelo acertou a previsão para determinado
período. Como as vendas alternam de um mês para o outro, tendo maior ênfase os meses
mais quentes do ano, que compreende de outubro a abril do próximo ano, e este modelo
também trouxe diversas falhas quanto a sua previsão, sendo este desfavorável às
características de vendas da empresa.
Item 01 - Sorvete sabor de Morango
y = 2E-28x9,311
R2 = 0,005
0
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30
45
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nov/05
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nov/06
jan/
07
mar
/07
mai/0
7
Periodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série1
Potência (Série1)
Gráfico 05 – Modelo Potência. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
O gráfico 06 abaixo mostra-nos a média móvel de dois períodos. Nota-se que ficou
mais próxima da realidade, sendo este modelo de previsão o ideal para este item, pois os
outros modelos testados trouxeram de certa maneira um grande índice de falhas quanto a sua
previsão.
Analisando, a linha de tendência ficou quase que igual no período de julho a
novembro de 2005. Já nos meses de novembro de 2005 a janeiro de 2006 ficou um pouco
abaixo, trazendo desta maneira quantidade menor de produto podendo com isso o causar a
falta da mercadoria neste período. Em janeiro a maio de 2006 as quantidades da linha de
tendência ficaram um pouco acima da quantidade real vendida, porém sabe-se que nesse
período as quantidades de vendas na empresa começam a declinar em todos os seus
segmentos.
50
De maio a setembro de 2006 a linha de tendência demonstrou-se muito próxima da
realidade. De dezembro de 2006 a janeiro de 2007 linha se afastou um pouco abaixo das
quantidades reais vendidas. Já de fevereiro a junho do ano de 2007, ficaram um pouco acima
da real demanda observada para o período.
Item 01- Sorvete sabor de Morango
0
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set/0
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nov/05
jan/
06
mar
/06
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6
jul/0
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set/0
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nov/06
jan/
07
mar
/07
mai/0
7
Periodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série Temporal
Média Móvel 2 Períodos
Gráfico 06 – Modelo Média Móvel dois períodos. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
No gráfico 07 foi utilizada a média móvel com três períodos. A linha de tendência analisando
os extremos do gráfico ficou bem próxima da realidade, nos meses aonde a demanda se torna menor
aproximando da realidade.
Porém para os meses de aonde se necessita de um estoque maior a linha de tendência fica
muito abaixo da demandas reais vendidas. Traremos como exemplo para este item o mês de
dezembro de 2005, com a média móvel de três períodos a previsão seria de 15 baldes, quando a
quantidade real vendida foi de 55 baldes para este mês, tendo então uma divergência de 40 baldes a
menos.
51
Nos meses de maio e novembro como as vendas declinaram a linha de tendência de
certa maneira trouxe quantidades a mais do que realmente foi vendido nestes meses.
Item 01- Sorvete sabor de Morango
0
15
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set/0
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06
mar
/06
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6
jul/0
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nov/06
jan/
07
mar
/07
mai/0
7
Periodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série Temporal
Média Móvel 3 Períodos
Gráfico 07 – Modelo Média Móvel três períodos. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
O Gráfico 08 corresponde à escala de vendas correspondente ao item 02 – Sorvete
sabor de Leite Condensado. Nota-se no gráfico, o constante aumento de vendas de outubro a
março do ano seguinte que são os meses mais quentes do ano, neste período a empresa deixa
sua loja aberta para atendimento ao publico, no restante do período só se tem estoque, para
atender um restaurante que serve nossos produtos como forma de sobremesas. Nota-se também
que o faturamento deste item na temporada de junho de 2005 a julho de 2006, foi menor do que
a de junho de 2006 a julho de 2007, em decorrência de uma reforma feita na loja ou na área de
atendimento ao publico, que veio a ocasionar um aumento expressivo nas vendas de todos os
produtos produzidos e comercializados pela empresa.
52
Item 02 - Sorvete sabor de Leite Condensado
0
15
30
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jul/0
5
set/0
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nov/05
jan/
06
mar
/06
mai/0
6
jul/0
6
set/0
6
nov/06
jan/
07
mar
/07
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7
Peiodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série1
Gráfico 08 – Vendas do item 02 do grupo sabor de sorvete de leite condensado. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
A seguir serão apresentados modelos de previsão de demanda, elaborados a partir do
comando de linha de tendência do Excel. No caso do item 01, serão analisadas as linhas de
tendência linear, potência e media móvel de dois e de três períodos.
No gráfico 09 é apresentado o modelo baseado na função logaritmo, que resultou na
fórmula: y = 226,3 Ln(x) – 1599,4. O R2 deste modelo apresentou um resultado de 0,006
ficando distante de 1, não demonstrando boa qualidade de ajuste para este modelo.
Nota-se que a linha de tendência deste modelo apresenta um crescimento progressivo,
não acompanhando as vendas deste item, pois as mesmas divergem de um mês para o outro.
Se fosse utilizado este modelo, não se acertaria em nenhum mês as previsões.
Portanto, como o modelo logaritmo apresentou diversos erros quanto a sua previsão,
não será utilizado, pois as previsões ficam fora da realidade da empresa.
53
Item 02 - Sorvete sabor de Leite Condensado
y = 226,3Ln(x) - 1599,4
R2 = 0,006
0
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nov/06
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07
mar
/07
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7
Peiodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série1
Log. (Série1)
Gráfico 09 – Modelo Logaritmo. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
No gráfico10, será apresentado o modelo de tendência polinomial de segunda ordem.
Este resultou na fórmula: y = – 0,1002x2 + 256,18x – 163724. O R2 deste modelo apresentou
um resultado de 0,0788 este ficando distante de 1, não demonstrando um bom grau de ajuste
para este modelo.
Nos extremos deste gráfico, o modelo polinomial trouxe resultados semelhantes ao do
que o modelo logaritmo testado anteriormente, ainda não alcançando resultados satisfatórios.
Também é clara a divergência dos meses de julho a outubro de 2005, passando a linha de
tendência acima das quantidades reais vendidas. Já no mês de novembro a linha demonstrou-
se bem próximo da realidade. Porém no período de dezembro de 2005 a março de 2006 a
linha de tendência ficou bem abaixo das quantidades vendidas, tendo a possibilidade de faltas
neste período.
54
No período de abril a outubro de 2006 a linha de tendência também ficou acima da
realidade o mesmo que acontece com os meses de abril a junho, do ano seguinte. Para o
período de novembro a março de 2007 o modelo trouxe sugestões abaixo da realidade.
Feita a análise do gráfico 10, o modelo polinomial de segunda ordem também
apresentou diversos erros quanto a sua previsão, não se ajustando à realidade da empresa.
Item 02 - Sorvete sabor de Leite Condensado
y = -0,1002x2 + 256,18x - 163724
R2 = 0,0788
0
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06
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/06
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nov/06
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07
mar
/07
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7
Peiodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série1
Polinômio (Série1)
Gráfico 10 – Polinomial de segunda ordem. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
No gráfico 11 foi utilizada a média móvel com quatro períodos. A linha de tendência
analisando os extremos do gráfico ficou bem próxima da realidade, somente nos mês de julho
a setembro que são os meses aonde a demanda tem de sê-la menor que nos outros períodos.
Porém para os meses de novembro de 2005, a março do ano seguinte a linha de
tendência demonstrou-se abaixo das quantidades reais vendidas. Traremos como exemplo
para este item o mês de dezembro, com a média móvel de quatro períodos a previsão seria de
15 baldes, quando a quantidade real vendida foi de 52 baldes para este mês, tendo então uma
divergência de 37 baldes a menos.
55
Nos meses de fevereiro a agosto a linha de tendência ficou muito acima da realidade
das vendas neste segundo a previsão as aponta para a aquisição de quantidades a mais do que
realmente foi vendido nestes meses.
Item 02 - Sorvete sabor de Leite Condensado
0
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07
mar
/07
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Periodo
Valo
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a V
ari
avel
Série Temporal
Média Móvel 4 Períodos
Gráfico 11 – Modelo Média Móvel Simples de quatro períodos. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
No gráfico 12 é demonstrado o resultado da média móvel dois períodos. Nota-se que
a média móvel com dois períodos, fica abaixo das vendas reais do período que equivale ao
inicio do gráfico ate o mês de janeiro de 2006. Já no período de fevereiro a julho do mesmo
ano a linha de tendência ficou acima das quantidades vendidas naquele período.
Nos meses de agosto a outubro, a linha de tendência ficou bem próxima da realidade,
porem nos meses seguintes à mesma linha ficou abaixo do necessário, justamente nos meses
que se tem a maior demanda. Passando o período de maior demanda a linha de tendência
tende a ficar acima da demanda ideal.
56
Como a média móvel com dois períodos teve um melhor ajuste do que os outros
modelos testados foram então escolhidos este modelo como ideal para este item, repetindo o
modelo de previsão que tinha melhor se destacado no item 01, sorvete sabor de morango.
Item 02 - Sorvete sabor de Leite Condensado
0
15
30
45
60
75
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jul/0
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5
nov/05
jan/
06
mar
/06
mai/0
6
jul/0
6
set/0
6
nov/06
jan/
07
mar
/07
mai/0
7
Periodo
Valo
r d
a V
ari
avel
Série Temporal
Média Móvel 2 Períodos
Gráfico 12 – Modelo Média Móvel dois períodos. Variável (potes com 5 kg)
Fonte: Dados primários (2007). Baseado em anotações das vendas.
57
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a execução deste trabalho, concluiu-se que a previsão de demanda dos estoques
é uma ferramenta de extrema importância para a organização, pois visa fazer previsões de
estoque, para que se produzam todos os produtos nas quantidades necessárias ao pedido dos
clientes da empresa. Ao manter níveis de estoques adequados, as empresas poderão ter noção
dos custos envolvidos em estoques, como também, terão um maior equilíbrio entre estoque e
consumo, otimizando desta maneira seus custos em compras, com a aquisição das
mercadorias no inicio da temporada com lotes maiores, aproveitando a safra de alguns
produtos como o açúcar ou o leite em pó.
Ao realizar a Classificação ABC nos estoques da empresa, descobriu-se a importância
de cada grupo ou sabor de sorvete, avaliando-os quanto aos que necessitam uma maior
atenção quanto a sua administração devido ao grande volume de vendas destes produtos
produzidos e comercializado na empresa, que são vendidos durante todo o ano diferenciando
dos demais.
Foram testados vários modelos de previsão de demanda elaborados a partir do
comando de linha de tendência do Excel, dentre eles, o modelo Linear, o modelo Polinomial,
o modelo Logaritmo, o modelo de Potência e a Média Móvel de dois, três e quatro períodos.
Para os dois produtos analisados na previsão de demanda o modelo que melhor se ajustou foi
a Média Móvel com dois períodos. Porém não necessariamente será este modelo de previsão
para todos os produtos em estoque, pois mesmo sendo o que mais se aproximou da realidade
pode se adaptar a todos os produtos como sendo o melhor método de previsão. Deverão ser
feitos novos testes em grupos das classes A, B e C, localizando o modelo ideal para cada
item. Quanto maior for a serie histórica mais preciso serão os resultados obtidos nas series
temporais.
Já como proposta para o futuro seriam a aplicação e implantação destes métodos de
classificação e previsão de demanda para todos os produtos produzidos pela empresa e
também a previsão da matéria prima que será utiliza na produção de sorvetes e de picolés dos
mais variados sabores. Pois se o proprietário tiver acesso a uma previsão de demanda segura
ou pelo menos confiável, antes da temporada, ele poderá barganhar presos com seus
fornecedores de matéria prima. Através de compras com lotes maiores que facilitam a
obtenção de descontos mais vantajosos para a empresa.
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6 REFERÊNCIAS
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elaboração de trabalhos na graduação. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003
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7 APÊNDICE
Tabela 01 – Classificação ABC dos Grupos em Estoque.
Grupos Quantidade Valor Valor Acumulado Itens (%) Custo
(%)
Morango 299 R$ 11.960,00 R$11.960,00 4,5% 19,59%
Leite Condensado 232 R$ 9.280,00 R$ 21.240,00 9,0% 34,80%
Brigadeiro 222 R$ 8.880,00 R$30.120,00 13,5% 49,34%
Coco 183 R$ 7.220,00 R$ 37.440,00 18,0% 61,34%
Bombom 161 R$ 6.440,00 R$43.880,00 23,0% 71,89%
Maracujá 95 R$ 3.800,00 R$ 47.680,00 27,5% 78,11%
Abacaxi 67 R$ 2.680,00 R$ 50.360,00 32,0% 82,50%
Crocante 27 R$ 1.080,00 R$ 51.440,00 36,5% 84,27%
Creme de Ovos 26 R$ 1.040,00 R$ 52.480,00 41,0% 85,98%
Milho 24 R$ 960,00 R$ 53.440,00 45,5% 87,55%
Amendoim 23 R$ 920,00 R$ 54.360,00 50,0% 89.06%
Limão 19 R$ 760,00 R$ 55.120,00 54,5% 90,30%
Banana 19 R$ 760,00 R$ 55.880,00 59,0% 91,55%
Kiwi 18 R$ 720,00 R$ 56.600,00 63,5% 92,73%
Doce de Leite 17 R$ 680,00 R$ 57.280,00 68,0% 93,84%
Passas 16 R$ 640,00 R$ 57.920,00 72,5% 94,89%
Goiaba 15 R$ 600,00 R$ 58.520,00 77,0% 95,87%
Azul 14 R$ 560,00 R$ 59.080,00 81,5% 96,79%
Uva 14 R$ 560,00 R$ 59.640,00 86,0% 97,71%
Nozes 13 R$ 520,00 R$ 60.160,00 90,5% 98,56%
Manga 12 R$ 480,00 R$ 60.640,00 95,0% 99,34% Ameixa 10 R$ 400,00 R$ 61.040,00 100,0% 100,00%
Legenda:
Fonte: Dados Primários (2007)
Classe A Classe B Classe C