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centraljuridica.com http://www.centraljuridica.com/modelo/498/peticao/contestacao_trabalhista_reclamante_prestou_servicos_como_autonomo.html Contestação Trabalhista - Reclamante Prestou Serviços como Autônomo Petições - Reclamatórias Trabalhistas - A reclamada apresenta defesa e alega que o reclamante prestou serviços como trabalhador autônomo sem vínculo empregatício, não havendo diferenças salariais, registro em CTPS, horas extras, férias acrescidas de 1/3 constitucional, gratificação natalina, FGTS, seguro desemprego, dobra do artigo 467 ou multa do artigo 477 da CLT. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....ª JUNTA TRABALHISTA DA COMARCA DE .... - ESTADO DO .... Autos nº .... ...., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua .... ...., na Comarca de ...., devidamente inscrita no CGC/MF sob o nº ...., vem por suas advogadas ao final firmadas, (Instrumento Procuratório incluso), com sede na Rua .... ...., na Comarca de ...., onde recebem intimações, notificações, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, face à RT contra si proposta por .... já qualificado, apresentar sua DEFESA pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir: Primeiramente a Reclamada quer impugnar todos os documentos que estão acostados à inicial e que não preencham as formalidades ditadas pelo artigo 830 da CLT. Outrossim, se contrapõe a tudo quanto consta da maliciosa, insegura e confusa Inicial, pois não condiz com o que realmente aconteceu. Na verdade, e isto é preciso que o Reclamante reconheça, os fatos ocorreram conforme a seguir e serão contestados item por item na exata seqüência em que foram arrolados. I - DEFESA INDIRETA AUSÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO - CHAPA CARÊNCIA DE AÇÃO O Reclamante alega que laborou para a Reclamada na função de descarregador de caminhão e na forma do art. 3º da CLT, razão pela qual pleitea declaração de vínculo empregatício, anotação na CTPS, pagamento de aviso prévio, gratificações natalinas, férias + 1/3 constitucional, horas extras + adicional + reflexos, FGTS + multa de 40%, seguro-desemprego, multa do art. 477 da CLT e honorários advocatícios. O Autor falta com a verdade. Jamais foi empregado da Reclamada, mas sim e sempre, CHAPA, prestando serviços como trabalhador autônomo que sempre foi. Contrário ao que forçosamente quer nos fazer crer o Autor, ausentes os requisitos do artigo 3º da CLT. Entre o Reclamante e a Reclamada jamais aconteceu qualquer relação jurídica de emprego, face à inexistência de continuidade e subordinação. Diligenciando a respeito do autor, a Reclamada, foi informada de que o mesmo, eventual, ocasional e esporadicamente era utilizado para o carregamento dos caminhões das mercadorias de seu depósito. A Reclamada possui o seu quadro próprio de empregados registrados, para o mister a que o Autor foi, em raras vezes, chamado, ocasiões estas em que havia excesso de trabalho.

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Contestação trabalhista

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  • centraljuridica.comhttp://www.centraljuridica.com/modelo/498/peticao/contestacao_trabalhista_reclamante_prestou_servicos_como_autonomo.html

    Contestao Trabalhista - Reclamante Prestou Servios comoAutnomoPeties - Reclamatrias Trabalhistas - A reclamada apresenta defesa e alega queo reclamante prestou servios como trabalhador autnomo sem vnculoempregatcio, no havendo diferenas salariais, registro em CTPS, horas extras,frias acrescidas de 1/3 constitucional, gratificao natalina, FGTS, segurodesemprego, dobra do artigo 467 ou multa do artigo 477 da CLT.EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... JUNTA TRABALHISTA DA COMARCA DE .... -ESTADO DO ....

    Autos n ....

    ...., pessoa jurdica de direito privado, com sede na Rua .... n ...., na Comarca de ...., devidamente inscrita noCGC/MF sob o n ...., vem por suas advogadas ao final firmadas, (Instrumento Procuratrio incluso), com sede naRua .... n ...., na Comarca de ...., onde recebem intimaes, notificaes, respeitosamente a presena de VossaExcelncia, face RT contra si proposta por .... j qualificado, apresentar sua

    DEFESA

    pelas razes de fato e de direito que passa a aduzir:

    Primeiramente a Reclamada quer impugnar todos os documentos que esto acostados inicial e que nopreencham as formalidades ditadas pelo artigo 830 da CLT. Outrossim, se contrape a tudo quanto consta damaliciosa, insegura e confusa Inicial, pois no condiz com o que realmente aconteceu. Na verdade, e isto preciso que o Reclamante reconhea, os fatos ocorreram conforme a seguir e sero contestados item por itemna exata seqncia em que foram arrolados.

    I - DEFESA INDIRETAAUSNCIA DE VNCULO EMPREGATCIO - CHAPACARNCIA DE AO

    O Reclamante alega que laborou para a Reclamada na funo de descarregador de caminho e na forma do art.3 da CLT, razo pela qual pleitea declarao de vnculo empregatcio, anotao na CTPS, pagamento de avisoprvio, gratificaes natalinas, frias + 1/3 constitucional, horas extras + adicional + reflexos, FGTS + multa de40%, seguro-desemprego, multa do art. 477 da CLT e honorrios advocatcios.

    O Autor falta com a verdade. Jamais foi empregado da Reclamada, mas sim e sempre, CHAPA, prestandoservios como trabalhador autnomo que sempre foi.

    Contrrio ao que forosamente quer nos fazer crer o Autor, ausentes os requisitos do artigo 3 da CLT.

    Entre o Reclamante e a Reclamada jamais aconteceu qualquer relao jurdica de emprego, face inexistnciade continuidade e subordinao.

    Diligenciando a respeito do autor, a Reclamada, foi informada de que o mesmo, eventual, ocasional eesporadicamente era utilizado para o carregamento dos caminhes das mercadorias de seu depsito.

    A Reclamada possui o seu quadro prprio de empregados registrados, para o mister a que o Autor foi, em rarasvezes, chamado, ocasies estas em que havia excesso de trabalho.

  • Sobre o caso em tela, a r. deciso do E. TRT, da 1 Regio:

    "No empregado quem presta servio quando h excedente de trabalho." Ac. (Unnime) TRT 1 Reg., 1 T.(RO 4545/90) Rel. Juiz Jos Maria da Cunha, "Boletim de Jurisp.", maro/abril 92, p. 29.

    E ainda:

    "Relao de emprego. Chapa. Inexiste vnculo empregatcio quando caracterizada a atividade de chapa,trabalhando os autores na carga e descarga de veculos, somente quando existiam estes servios, semobrigao de comparecimento ou de permanecer disposio da empresa." (TRT - 12 Reg. - RO-V-006205/93 -2 JCJ de Tubaro - Ac. 3 T. - 007193/95 - unn. - Rel.: Juza ngela M. Almeida Ribeiro - Rectes: Joo Ferreirae outro - Recdo.: Nelci Chaves Zanichelli - Advs.: Carlota Feuerschuette Silveira e outro; Alexandre D'AlessandroFilho e outro - Fonte: DJSC, 28.09.95, pg. 45).

    Como exposto acima, em raras ocasies o Autor efetuou trabalho de descarregamento de caminho para aReclamada, inexistindo, portanto, um dos requisitos essenciais relao de emprego, qual seja, a noeventualidade.

    Quanto alegada subordinao sofrida pelo Autor, resta totalmente impugnada, visto que completamenteinverdica ao seu pedido. Na realidade, como ser provado por ocasio da instruo processual, o Reclamantesempre foi o "responsvel" (lder) de um grupo de 3 pessoas, as quais, face a localizao da Reclamada, regiode vrias transportadoras e sada da cidade, a qual sempre atraiu a presena de vrios "chapas, oferecendoseus servios a quem desejasse, especialmente na carga e descarga de mercadorias, em atividade promscua,prestada a vrios tomadores em um mesmo dia, conforme sua vontade e convenincia financeira.

    Sobre o caso em tela a jurisprudncia abaixo:

    "Chapa. Inexistncia da relao empregatcia. Eventual o trabalhador denominado 'chapa', que presta serviosde carga e de descarga de caminhes para mais de uma empresa, sem fixao jurdica nem subordinao,elemento nuclear da relao de emprego, que no pode ser meramente presumida. (TRT - 3 Reg. - RO-15112/94 - 10 JCJ de Belo Horizonte - Ac. 1 T. - maioria - Rel.: Antonio Fernando Guimares - Fonte: DJMG II,27.01.95, pg. 26).

    O Autor e as pessoas escolhidas e comandadas por ele, como j dito acima, em algumas poucas ocasies(excesso de trabalho, quando os empregados da Reclamada no conseguiam dar cabo ao trabalho) prestaramservios para a Reclamada, mais sempre sem qualquer subordinao, estando os demais chapas subordinadosao Autor que era quem acertava o valor do servio com a empresa, recebia em nome de todos, pelo serviorealizado e depois, pagava pessoalmente seus camaradas. As RPAs juntadas pelo Autor s vem confirmar oacima descrito pois, o valor ali consignado, por bvio no o relativo a um ms de trabalho na funo de chapa,quanto menos a um dia, sendo por conseguinte, a prova de que o Autor contratava outras pessoa, as quais sobsua direo, prestavam servios a inmeras empresas, tendo os respectivos salrios pagos pelo prprio Autor.

    Pelo exposto, inexistente na relao de trabalho havida com o Autor qualquer indcio de subordinao,exclusividade e, at mesmo, salrio, pois como dito acima, a remunerao paga ao Autor e seus "camaradas" eramutuamente combinada.

    Inexistente qualquer um dos requisitos elencados no art. 3 celetrio no h que se falar em vnculoempregatcio.

    Neste sentido:

    "Relao de emprego. Para que se verifique a relao empregatcia faz-se necessria a reunio dos trsrequisitos nsitos no art. 3 da CLT (servio de natureza permanente, subordinado e salrio). A ausncia dequalquer um desses torna evidente a possibilidade de reconhecimento de vnculo empregatcio entre as partes."Ac. TRT, 10 Reg., 1 T. (RO 1567/91), Rel. (designado) Juiz Franklin de Oliveira, DJU 21/10/92, p. 3367. "(Dicionrio de Decises Trabalhistas, B. C. Bonfim e Silvrio dos Santos, 24 edio, ET. p. 649, verbete 4539)"

  • "Ex Positis", pela ausncia de vnculo de emprego, cabem rejeitados todos os pedidos formulados na exordial.

    Em homenagem ao princpio da eventualidade, contesta, a Reclamada, um a um, todos os pedidos do Autor.

    DEFESA DIRETA

    I - DO ALEGADO CONTRATO DE TRABALHO

    A - DATA DE ADMISSO E DEMISSO

    O Reclamante falta com a verdade, quando alega que foi admitido em .../.../... para exercer a funo dedescarregador de caminho e, que foi demitido em .../.../...

    Como j afirmado acima, o Autor nunca foi admitido pela Reclamada. A empresa, nas poucas ocasies em quenecessitou do servio de chapas, contratou o Autor e seus colegas, comandados pelo primeiro, para prestaode servio especfico. Os mesmos residiam na localidade e, quando viam algum container no ptio daReclamada se aproximavam do porto e ofereciam seus servios ou, em outras oportunidades, quandonecessitasse do servio de chapas, um representante da empresa se dirigia at um bar (ponto dos chapas), ondepermanecem todos os chapas a espera de algum servio e, l contratava o Autor e sua equipe paradescarregamento do(s) container.

    As ocasies em que o Autor prestou servios para a Reclamada esto abaixo descritas e se comprovam pelasRPAs ora juntadas:

    a) .../.../... - refere-se a descarga de 05 containers - de 40 ps e 01 de 20 ps;

    b) .../.../... - refere-se a descarga de 05 containers 40 ps e 01 de 20 ps;

    c) .../.../... - refere-se a descarga de 02 containers 40 ps;

    d) .../.../... - refere-se a descarga de 03 containers 40 ps e 01 de 20 ps;

    e) .../.../... - refere-se a descarga de 02 containers 40 ps e 01 de 20 ps;

    f) .../.../... - refere-se a descarga de 02 containers 40 ps;

    g) .../.../... - refere-se a descarga de 04 containers 40 ps;

    h) .../.../... - refere-se a descarga de 04 containers 40 ps;

    i) .../.../... - refere-se a descarga de 04 containers 40 ps e empilhamento de 480 caixas de fsforo;

    j) .../.../... - refere-se a descarga de 01 containers 40 ps;

    k) .../.../... - refere-se a descarga de 03 containers 40 ps; e

    l) .../.../... - descarga de containers 40 ps.

    Pelo exposto, conclui-se que durante o perodo alegado pelo Autor, como de trabalho para a Reclamada, omesmo trabalhou somente em 14 oportunidades, totalmente espordicas, sem qualquer relao de continuidadee, juntamente com seus "camaradas" realizou o trabalho sem qualquer subordinao, da forma como sempre fezna funo de "chapa" autnomo, com a maior agilidade possvel para poder efetuar novos trabalhos a outrasempresas.

    B - DA SUBORDINAO

    A viso moderna do instituto se consubstancia na obra de Paulo Emlio de Vilhena (Relao de Emprego, SP,Saraiva, 1975), onde a subordinao conceituada "como a participao integrativa da atividade do trabalhadorna atividade do credor do trabalho". Tal conceituao se explica numa viso dinmica do vnculo subordinante

  • que mantm o trabalhador junto empresa, como um dos componentes do seu giro total em movimento,compondo todo o processo produtivista ou de fornecimento de bens. Desse encontro de energias e, em especial,da certeza e da garantia de que tal encontro venha a ocorrer permanentemente, atravs da atividade vinculadasurge a noo de trabalho subordinado.

    Como descrito no item anterior, o Autor nunca teve qualquer expectatividade em relao a compor o processoprodutivista da Reclamada, pois nos mais de 02 anos alegados pelo Autor como de trabalho para a Reclamada,trabalhou somente em 14 oportunidades. Inexistente subordinao, no h que se falar em vnculo de emprego.

    Confirmando a tese acima esposada a jurisprudncia abaixo do E. TRT, 10 Reg.:

    "Relao de emprego. Autnomo. No constitui relao de emprego a atividade de pessoa fsica visandoprestao de servios especficos, cujo resultado decorra de seu empenho profissional, eqidistante e sem totalcontrole subordinativo por parte do contratante. Tal atuao pressupe autonomia, apesar da no-eventualidade,essencialidade, onerosidade e pessoalidade, elementos nsitos na prestao de servios autnomos ou comoempregado. Apenas a subordinao, ou seja, a insero da pessoa nos mecanismos dirigidos de produo daempresa, representa meio seguro para constatao do vnculo. Esta inexiste se h liberdade na execuo dosservios." (TRT- 10 Reg. - RO-5616/94 - 6 JCJ de Braslia - Ac. 1 T.-2895/95 - Rel.: Juza Terezinha CliaKineipp Oliveira - j. em 17.10.95 - Fonte: DJU III, 03.11.95, pg. 16.299).

    C - DA REMUNERAO

    O Autor mais uma vez falta com a verdade, agindo com inegvel m-f, quando sustenta que a mdia do seusalrio mensal era de R$ .... (....) com fundamento nas RPAs que junta.

    Como j retro afirmado, o Reclamante prestava servio com mais trs colegas. O valor ajustado entre o Autor(representante dos outros trs colegas) e a Reclamada para descarregamento de containers era de R$ .... (....)para o container com 40 ps e, de R$ .... (....) para o container com 20 ps.

    O item de letra "A", acima descrito, demonstra todas as vezes em que o Autor e seus camaradas prestaramservio de descarregamento de containers. Pois bem, a ttulo de exemplo, verifica-se que no dia .... ocorreu odescarregamento de .... containers, sendo que .... com .... ps e .... com .... ps. Pelo trabalho o Autor e seuscolegas receberam o valor total de R$ .... (....) conforme documento em anexo, RPA datada de ...., emitida emnome do Autor, lder do grupo, que rateava o valor com os outros trs chapas, donde se concluiu que o mesmorecebeu por este descarregamento a importncia de R$ .... (....) e assim ocorreu nos demais meses.

    Ora Excelncia, bvio que nenhuma empresa paga a importncia de R$ .... (....) mensais para algum quedesempenhe a funo do Reclamante, como o mesmo pretende fazer crer nas razes da inicial.

    Pelo exposto, se conclui que o Autor no recebia remunerao, mas sim pagamento pelos servios prestadoseventualmente. Caso no seja este o entendimento de Vossa Excelncia, o que se admite somente em prol doargumento, requer seja feita uma mdia, de acordo com as RPAs em anexo, cujos respectivos valores deveroser divididos por quatro para ento se obter o valor efetivamente recebido pelo Autor nos seis meses anteriores,o que dar uma mdia de R$ .... (....), nunca o valor apontado na exordial.

    II - DO REGISTRO NA CTPS

    Conforme j descrito acima, descabe o reconhecimento de vnculo empregatcio, visto que sempre desenvolveua funo de chapa, sendo totalmente eventual a atividade.

    Inverdico, ademais, o perodo apontado na exordial. Conforme as RPAs em anexo, o Autor prestou servios naR, to somente por quatorze oportunidades, durante quase .... anos, conforme j mencionado, sem qualquerregularidade, prestando servios h vrias outras empresas no mesmo perodo, sem qualquer exclusividade paracom a Reclamada.

    Isto posto, resta totalmente improcedente pleito de n 04 letra "a" da exordial.

  • III - VERBAS RESCISRIAS, FRIAS, GRATIFICAO NATALINA E FGTS (8 e 40%)

    Ausente liame empregatcio, improcede pedido de frias e gratificao de natal. Alm disto, ocasional o trabalho,sem a continuidade capaz de autorizar a aquisio desses direitos.

    Indevido, ainda, aviso prvio, natalinas e frias proporcionais, mais FGTS e multa ao tempo da "resciso" e sporque a r no demitiu o Autor. Esse ltimo, como prprio da relao mantida, no mais compareceu Reclamada em busca de servios espordicos, simplesmente auferiu, como de hbito, salrio dia em ltima datada prestao de servio, e buscou a Reclamada somente agora e por esta via.

    Em reconhecida eventual relao de emprego, fatal a caracterizao de ruptura contratual por justo motivo, porabandono de emprego, o que a toda evidncia lhe retira qualquer direito em buscar aviso prvio, frias com maistero constitucional, gratificao de natal e FGTS mais 40%.

    IV - DOBRA DO ARTIGO CELETRIO

    Conforme exposto, a Reclamada contesta todos os pedidos pleiteados na exordial, existindo dvidas a cerca dalegitimidade do pedido articulado pelo Autor. V-se que h polmica, discusso, enfim, controvrsia. Logo asrazes apresentadas so suficientes para configurar pela improcedncia do pleiteado.

    Existente controvrsia, inaplicvel a dobra salarial, previsto no artigo 467 da CLT.

    Ademais, cumpre ressaltar que a dobra salarial de que trata o artigo 467, da CLT, s aplicvel aos salrios emsentido restrito. Alm de que o pedido da parcela no lquido e certo, logo inaplicvel a dobra do artigo 467, daCLT.

    Alis, nesse sentido que tem, decidido nosso tribunal, in verbis:

    "A dobra salarial prevista no artigo 467, da CLT, refere-se unicamente a salrios 'strictu senso', nela no secompreendendo o aviso prvio, 13 salrios e frias, ou mesmo horas extras. A aplicao do dispositivo legalpressupe ainda, a natureza incontroversa da verba salarial. Qualquer controversia razovel, afasta a dobrasalarial." (TRT-PR-RO 3670/89 - Ac. 3 T. 5402/90, Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha).

    Em face da controvrsia estabelecida, descabe a aplicao da dobra.

    Rejeite-se "in totum".

    V - MULTA DO ART. 477 CELETRIO

    Descabe o pedido de multa por atraso no pagamento de verbas rescisrias, seja pela espcie de relao de fatomantida, seja pelo abandono de emprego caracterizada e at a ausncia de atraso para pagamento de qualquerverba rescisria.

    Neste sentido, a r. deciso do E. TRT 9 Regio:

    "CLT. Verbas rescisrias. Atraso. Multa. Art. 477. Controvertido o vnculo empregatcio, ainda que posteriormentejudicialmente reconhecido como tal, descabe a condenao multa do art. 477 da CLT porque inexigvel a cargade verbas rescisrias do trabalhador reclamante anteriormente ao decreto judicial que assim deferiu a naturezada prestao de servios." (TRT - 9 Reg. - RO-04495/95 - 1 JCJ de Foz do Iguau - Ac. 4 T. - 08278/96 -maioria - Rel.: Juiz Roberto Dala Barba - Recte: Cooperativa Agropecuria Trs Fronteiras Ltda. - Recdo: DirceuSilveira de Souza - Advs.: Pedro Antonio Coelho de Souza Furlan e Marcos Apollini Neumann - Fonte: DJPR,26.04.96, pg. 279).

    VI - DO HORRIO DE TRABALHO

    Como acima descrito, ausente labor contnuo, habitual, pelo Autor na Reclamada. Ausente mesmo, o maismnimo controle de jornada, sem qualquer fixao de horrio a cumprir. Entretanto, jamais laborou nos dias ehorrios consignados na exordial.

  • Eventualmente, quando prestou servios para a Reclamada, sempre o fez durante a jornada normal de trabalhodos empregados da empresa, qual seja, das .... horas s .... horas, de segunda a sexta-feira, com uma hora emeia de intervalo e aos sbados das .... horas s .... horas, mesmo porque, a Reclamada no permitiria que umapessoa estranha ao seu quadro pessoal permanecesse nas suas dependncias aps o expediente normal.

    "Ex positis" ausente jornada suplementar alm de oito horas dia, restam indevidos pedidos de letras "d" e "e" daexordial.

    VII - SEGURO DESEMPREGO

    Indevida a pretenso descrita no item de letra "I" da exordial, por absoluta falta de respaldo legal. Alm disso, aJustia do Trabalho incompetente para processar e julgar a matria, eis que de ordem previdenciria.

    Demais disto, a ruptura contratual tal como alegada no item de n III (das verbas rescisrias) no confere aoAutor direito percepo de seguro desemprego. Em prol do eventual, cabe alegar que o recebimento dobenefcio est sujeito a cumprimentos de requisitos administrativos no comprovados pelo Autor, como porexemplo, estar desempregado, ter trabalhado mais que seis meses para a Reclamada, o que de fato, como jmencionado acima, no ocorreu.

    Sobre o caso em tela, a jurisprudncia abaixo:

    "Tendo sido judicial a declarao do vnculo empregatcio, no h se falar em indenizao de segurodesemprego." (TRT - 3 Reg. - RO-11188/95 - JCJ de Curvelo - Ac. 3 T. - maioria - Rel.: Sergio Aroeira Braga -Fonte: DJMG II, 23.01.96, pg. 11).

    Pelo exposto improcede pleito de letra "I" da exordial.

    VIII - JUSTIA GRATUITA

    O Reclamante requer o benefcio da justia gratuita, mas em nenhuma oportunidade prova no ter condies dearcar com as custas do processo, conforme lhe incumbia nos exatos termos da legislao vigente:

    HONORRIOS ADVOCATCIOS

    Incabveis vez que a presente RT no se enquadra a Lei n 5.584/70.

    Incabveis ainda, de acordo com o Enunciado de n 219, do C. TST, mormente ante a edio do Enunciado de n329, do C. TST, e da suspenso, em carter cautelar do art. 1, da Lei n 8.906/94, pelo Excelso STF, na ADIN den 1.127-8.

    Neste sentido temos que:

    "Honorrios Advocatcios. Cabimento. Os honorrios advocatcios somente so devidos no processo do trabalhoquando o trabalhador seja beneficirio de assistncia judicirio sindical nos termos da Lei n 5.584/70 (art. 14), eno percentual fixado no Enunciado n 219/TST, por quanto o prprio Supremo Tribunal Federal deixou certo naADIN resultante da Lei n 8.906/94, que resta preservado o 'jus postulandi' na justia do Trabalho." (TRT, 9 Reg.,RO-10922/94 - 1 JCJ de Maring - Ac. 3 T. 14349/95 - maioria - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha - DJPR -suplemento -, 09.03.95, pg. 40).

    DA M-F DO LITIGANTE

    Preceitua o artigo 1.531 do Cdigo Civil:

    "Aquele que demandar por dvida j paga, no todo ou em parte, sem ressaltar as quantias recebidas, ou pedirmais do que for devido, ficar obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e,no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se, por lhe estar prescrito, decair da ao."

    Alega o Autor, inmeras inverdades, algumas devidamente comprovadas nos autos e outras que se provaro na

  • fase oportuna.

    Conforme a documentao inclusa a Reclamada prova que o Reclamante vem faltando com a verdade dos fatos.Atualmente, comum muitos ex-empregados irem a Justia reclamar valores que j receberam do desligamentoda empresa. Atravs da documentao anexa, comprova-se que o pedido do Autor descabido, coercitivo e dem-f. Isso no deixa de ser extorso.

    Esse tipo de conduta no honra a dignidade do Poder Judicirio e expe a Justia sobre larga margem de erro,mormente quando se considera o que pode suceder em situaes anlogas envolvendo empresas consideradasa revelia. No se pode dar ensanchas para atitudes assim reprovveis, deturpando o regular exerccio do direitode ao e opondo-lhes a trapaa, o oportunismo de se arriscar no processo para pleitear o que no tem direito, oque j foi pago, o que a lei no contempla, e o mais das vezes, de maneira to sorrateira e maliciosa, que slembra a m-f.

    Tem o Autor a cincia do mal, certeza do engano, e, mesmo assim pleiteou pedido inexistente em contravenoaos preceitos legais.

    Diante do acima exposto, requer-se que o Reclamante seja declarado como incurso nos artigos 1.531 do CdigoCivil, artigos 17 e 18 do Cdigo de Processo Civil e condenado ao pagamento a Reclamada, do equivalente aopreceituado nos supra artigos, com juros e correo monetria legal, bem como demais despesas efetuadas. Talencargo por constituir responsabilidade por ato ilcito, no se afastam com suposta alegao de pobreza edeclaraes sacadas de ocasio.

    E para corroborar a posio da ora contestante e fulminar de vez as postulaes, vejamos o seguinte julgado, oqual serve como uma luva no caso em tela:

    "EMENTA: ARTIGO 1.531 DO CDIGO CIVIL. APLICABILIDADE NA JUSTIA DO TRABALHO. aplicvelnesta Justia Especializada o art. 1.531 do CC, por fora do disposto no art. 8, pargrafo nico, da CLT:aplicao subsidiria do direito comum ao direito do trabalho. No se diga que, com isso, h incompatibilidadecom os princpios fundamentais que norteiam o direito trabalhista, posto que a proteo do hipossuficiente, omaior dos princpios deste ramo jurdico, s existe enquanto existir a relao de emprego. No momento que estase desfaz e que o ex-empregado ingressa em juzo, ele se equipara, processualmente, a parte passiva, aindaque estejam em discusso direitos relativos ao contrato de trabalho. Isto porque, a soluo do litgio,meritoriamente, e que se dar em face dos preceitos protetivos ao empregado, relativamente ao tempo em quedetinha esta qualidade, a, sim, se aplicando os princpios fundamentais do trabalho." (TRT - PR - RO - 4289/91,Ac. 1 T. 3907/92 - Rel.: Juiz Tobias de Macedo Filho).

    COMPENSAO:

    "Ad cautelam", advindo condenao ao pagamento de quaisquer das verbas pleiteadas, o que se admite apenaspor argumentar, requer-se a compensao de todos os valores comprovadamente pagos a qualquer ttulo,durante o perodo laborativo conforme o artigo 767 da CLT.

    JUROS E CORREO MONETRIA

    Em caso de eventual condenao, o que se admite apenas como argumento, os juros e correo monetriadevem seguir os ditames da Legislao pertinentes em vigor.

    RECOLHIMENTOS FISCAIS E PREVIDENCIRIOS

    Em caso de eventual condenao deve a sentena descriminar as verbas sob as quais incidem contribuioprevidenciria, nos termos do art. 43 da Lei n 8.212/91 alterada pela Lei n 8.620/93.

    Ainda, no total da condenao deve ser abatido o valor correspondente a parcela do empregado para aPrevidncia Social, pois constitui obrigao do empregado tal recolhimento, segundo o a alnea c, do pargrafonico do artigo 16 do Decreto 2173/97

  • Ora, havendo obrigao legal do recolhimento por parte do empregado, no se justifica que a empresa devaarcar sozinha com as contribuies, devendo ser deduzida do total do crdito do Autor o valor da parte que lhecabe para a Previdncia Social.

    O mesmo ocorre com o Imposto de Renda, que encargo do Reclamante, devendo o valor correspondente, serdeduzido do total de seus crditos e recolhido aos cofres pblicos, segundo orientao do Provimento n 01/93da Corregedoria Geral da Justia que estabelece em seus artigos 1 e 2.

    Assim, na oportunidade do pagamento, se a ao no for julgada improcedente, deve ser abatido o valor doImposto de Renda do total a ser recolhido pelo Reclamante.

    CONCLUSO

    Face ao exposto e a tudo mais que dos autos consta, protestando provar o alegado por todos os meios de provaem direito admitidas, notadamente pelo depoimento pessoal da Autora, sob pena de confessa, juntada de novosdocumentos e prova pericial, requerida pela Reclamante se necessrio for. Requer desde j a improcednciatotal do pedido, condenando-se a Autora em todas as cominaes de direito.

    Nestes termos,

    Pede deferimento.

    ...., .... de .... de ....

    ..................Advogado

    Contestao Trabalhista - Reclamante Prestou Servios como AutnomoPeties - Reclamatrias Trabalhistas - A reclamada apresenta defesa e alega que o reclamante prestou servios como trabalhador autnomo sem vnculo empregatcio, no havendo diferenas salariais, registro em CTPS, horas extras, frias acrescidas de 1/3 constitucional, gratificao natalina, FGTS, seguro desemprego, dobra do artigo 467 ou multa do artigo 477 da CLT.