catarse maçônica

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  • 7/31/2019 Catarse Manica

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    Folha Manica Aquilino R. Leal (maio de 2010) pg. 1/3CONTATO: [email protected]

    BLOG: http://www.folhamaconika.blogspot.com/

    PO RTAL: http://SITIO-FO LHA-MACONIC A.4shared.com/

    Catarse ManicaNa filosofia da antiguidade grega, a catarse constava na libertao, expulso ou purgao daquiloque estranho essncia ou natureza de um ser e que, por esta razo, o corrompe. Em Maonaria,com treinamento e condicionamento, tenta-se induzir o adepto a expurgar de dentro de si o quepossui de rude e grosseiro, melhorando o que j possui de bom e expondo um ser humano capaz deproduzir para si e a sociedade grandes benfeitorias, que de forma legtima pode denominar-se Ca-tarse1 Manica.

    Desde o momento em que entra na Maonaria, o maom admoestado em s continuar sua jornadase realmente estiver disposto em melhorar a si mesmo. Mesmo porque, ser maom por curiosidade perda de tempo, pois todos os segredos da Maonaria esto amplamente revelados em centenas delivros espalhados pelas livrarias; inclusive aquilo que muitos ainda consideram segredos da Orde mcomo palavras sagradas e de passe, passos, sinais de reconhecimento, toques, e outros. Buscar umambiente social onde encontre amigos para conversar tambm no justifica, haja vista existiremclubes sociais bem mais glamorosos e chiques para se freqentar. Distrao outro detalhe que nocondiz com a presena nas atividades em loja. Conquistar relacionamentos para formar clientela pa-ra atividades profissionais est totalmente fora de questo, apesar de os relacionamentos abrirem asportas de certos gabinetes do poder e possibilitar trfego de influncias. Tampouco a satisfao devaidades e busca por honrarias no faz sentido para comprovar a presena do maom num templo.

    Apenas se justifica a assiduidade pela Catarse Manica.Dizem os profanos que todo maom rico, bom de vida porque amparado por seus irmos em seusnegcios; uns para driblar o fisco, outros para obter melhores contratos, e outras. Aquele que vive arealidade da ordem manica sabe perfeitamente o quo distante esta afirmativa est da realidade.O maom conquista seus recursos de subsistncia com dedicao e suor igual a qualquer cidado.Por aplicar bons princpios na circunvizinhana, conquista clientes e trabalho de valor pelo simplesfato de as pessoas confiarem mais nele pelo que ele . Porque em todas as oportunidades de sua vidaprofissional e social ele se comporta conforme o que aprendeu de sua convivncia com outros ma-ons, dentro e fora dos templos. Uma pessoa assim no tem necessidade de expor sua condio demaom, ela brilha por si mesma e progride materialmente.

    Do que aprende na convivncia manica, leva para seu lar as benesses de um pai, av, tio, irmo,comportado e amoroso. Raramente se machuca com pequenos detalhes de comportamento em suarelao conjugal, pois sua condio de eterno aprendiz o condiciona a estudar e pensar, a pensar an-tes de falar. Aquele irmo que no acordou para esta realidade, certamente est perdendo tempo ouadormecido em plena atividade.

    Na Maonaria importante exercitar intimidade com a arte da dvida, ser rebelde e questionador detudo pelo simples gosto de investigar a verdade; inclusive questionar o ensinamento transmitido pe-

    1 Purgao, purificao, limpeza. 2. Med. Evacuao, natural ou provocada, por qualquer via. 3. Psicol. Efeito salutar pro-vocado pela conscientizao de uma lembrana fortemente emocional e/ou traumatizante, at ento reprimida. 4. Teatr.O efeito moral e purificador da tragdia clssica, conceituado por Aristteles (v. aristotelismo), cujas situaes dramti-cas, de extrema intensidade e violncia, trazem tona os sentimentos de terror e piedade dos espectadores, proporcio-nando-lhes o alvio, ou purgao, desses sentimentos (Extrado do Novo Dicionrio Aurlio Aquilino R. leal).

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    Folha Manica Aquilino R. Leal (maio de 2010) pg. 2/3CONTATO: [email protected]

    BLOG: http://www.folhamaconika.blogspot.com/

    PO RTAL: http://SITIO-FO LHA-MACONIC A.4shared.com/

    los rituais e filosofias da prpria Ordem. Ficar acomodado e inerte intil, perda de tempo para ob-ter a Catarse Manica. As atividades o tornam hbil orador, debatedor ardoroso e sempre instiga aexpresso de pensamentos novos. Se isto no estiver ocorrendo porque tem algo errado com eleou com a l oja que freqenta. Com esta atividade aliada a uma profunda espiritualidade, culmina emtransformar-se lder dentro e fora da Maonaria. a razo de tantos maons obterem destaque, en-riquecerem em cultura, sade, espiritualidade e como conseqncia natural obterem sucesso e re-cursos financeiros suficientes para levar uma vida tranqila e de qualidade.

    Na sociedade, os bons pensadores so assassinados j na pr-escola, na universidade apenas rezam

    a missa de stimo dia. Infelizmente a escola s transmite contedo, encapsula o professor em metasque no preparam o aluno para a vida; no ensinam a pensar. Alunos so tratados como se fossem"pendrives", lotam a memria deles com "coisas", enquanto isto a inteligncia subutilizada. Os de-bates na Maonaria usam os centros de inteligncia em seus diversos nveis, enquanto a memria apenas coadjuvante no processo. Num debate reage-se em fraes de segundos e arruma-se a casada memria, construindo novos e inusitados pensamentos nos eternos ciclos de tese, anttese e sn-tese. Professores e alunos deveriam ser debatedores de idias e no meros repetidores destas.

    O maom entra no templo para divertir-se pra valer e fixar os princpios simples, porm profundosda filosofia; objetivando a Catarse Manica. O sucesso do mtodo manico atrela smbolos e alego-rias ao treinamento com disciplina para reeducao emocional. um processo de formao de bons

    pensadores em resposta de bons debates. Resgata-se um pouco do dano que a escola fez. Pena quealguns, profundamente afetados, adoentados pelo que aprenderam nas escolas, no esto dotadospara perceber e avaliar a preciosidade do mtodo da Catarse Manica. Limitam-se em repetiremaquilo que as escolas fazem, entopem a memria dos obreiros com contedo ao lerem de forma me-cnica os rituais e suas instrues. Com isto, pouco ou nada acrescentam, porque no desenvolvem acapacidade de pensar com discusses, questionamentos, dvidas, debates... comum ouvir o mestredizer ao aprendiz - tenha pacincia, voc vai ver isto mais tarde; na maioria das vezes medo de noter a resposta, porque este mestre est ciente que apenas um repositrio de informaes e no umpensador hbil que sabe utilizar-se da informao da memria para modific-la, adapt-la a cada si-tuao - pode at ter contedo, mas desenvolveu pouca inteligncia neste setor. E esta caractersticao acompanha na vida fora da Maonaria.

    Somando espiritualidade, emoo e racionalidade o sucesso da Catarse Manica garantido at pa-ra os sem formao acadmica; inteligncia no questo de saber muito, mas de como usar do pou-co para produzir muito. Adicionalmente, tambm no questo de falar muito, mas de falar o sufici-ente com proficincia. Scrates era hbil utilizador de sua inteligncia, pelo dilogo convencia os ou-tros e chegava at ao ponto de revelar um no saber com sua ironia. Plato fez uma demonstrao -experincia maiutica2 - onde pretendia provar que o crebro humano j contm o necessrio deforma inata, bastando para isto pessoa apenas ser lembrada - foi quando por um dilogo, carrega-do de ironia socrtica, entabulada com um escravo, fez com que aquele desenvolvesse o Teorema dePitgoras.

    O sofista Protgoras disse que "o homem interpreta a natureza ao seu modo e conforme ditado porseus interesses"; sabe-se que ele muda de posio quando interage com outros; a tribo influindo noindividuo. uma caracterstica da psique que veio se desenvolvendo desde os tempos das cavernase est profundamente incrustada nos processos cognitivos do homem de hoje. Utilizar-se desta, foium grande estalo intuitivo dos iluministas ao reunir pessoas, das mais diferentes crenas e forma-es para se influenciarem mutuamente para o bem, na soluo de problemas da humanidade.

    A Catarse Manica um mtodo educacional voltado para a sade mental, o desenvolvimento da in-teligncia, da espiritualidade, da sociabilizao, e outras, mas principalmente voltada ao fomento doamor fraterno, a nica soluo para todos os problemas da humanidade, para honra e G D GA D U.

    2 Processo dialtico e pedaggico socrtico, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por induo dos casosparticulares e concretos, um conceito geral do objeto em questo. [Cf. ironia socrtica.] 2. Obst. V. obstetrcia. (Segundodo Novo Dicionrio Aurlio Aquilino R. leal).

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    Folha Manica Aquilino R. Leal (maio de 2010) pg. 3/3CONTATO: [email protected]

    BLOG: http://www.folhamaconika.blogspot.com/

    PO RTAL: http://SITIO-FO LHA-MACONIC A.4shared.com/

    Bibliografia:

    ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni, Histria da Filosofia, Antigidade e Idade Mdia, Vol. 1, ISBN 85-349-0114-7, 1 edio, Paulus, 670 pginas, So Paulo, 1990.

    Biografias:

    Scrates ou Scrates de Atenas, filsofo grego. Nasceu em Atenas em 468 a. C. Faleceu em 399 a. C.Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.

    Plato ou Plato de Atenas, filsofo grego. Tambm conhecido por Aristcles Plato de Atenas. Nas-ceu em Atenas em 428 a. C. Faleceu em Atenas, em 347 a. C. Considerado um dos mais importantesfilsofos de todos os tempos.

    Protgoras ou Protgoras de Abdera, filsofo de nacionalidade grega. Nasceu em Abdera em 480 a. C.Faleceu, em 411 a. C. Foi o primeiro pensador a chamar-se de sofista.

    Charles Evaldo Boller

    Curitiba, Paran, 26/3/2009

    FORMATAO E LIGEIRAS CORREES POR AQUILINO R. LEAL - 05/2010(O contedo do texto, de responsabilidade do Autor)