folha maçônica 394

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30 de março de 2013 Ano 8 edição 394 Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real. Criador: Robson Granado Colaboradores permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira Atonio Canova - As três Graças, Museu Hermitage, Rússia

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Revista de conteúdo de interesse dos iniciados na Arte Real (enviada por email a partir de [email protected])

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Page 1: Folha Maçônica 394

30 de março de 2013

Ano 8 – edição 394

Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real. Criador: Robson Granado Colaboradores

permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira

Atonio Canova - As três

Graças, Museu

Hermitage, Rússia

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Folha Maçônica Nº 394, 30 de março de 2013 Página 2

GRANDES INICIADOS Antonio Canova (1 de novembro de 1757 – 13 de outubro de 1822) foi um escultor italianao da República de Veneza que ficou famoso por suas esculturas de mármore que representavam com delizadeza a pele humana em nus. A quintessência do estilo Neolclássico, sua obra assinalou um retorno ao refinamento clássico após os excessos teatrais da escultura barroca.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_Canova

SÍMBOLOS

Palácio do Lavradio, marco histórico da maçonaria brasileira Procurarei neste artigo aos amigos que me distinguem com a qualificada leitura todos os sábados, descrever em síntese o Palácio do Lavradio. Ainda me encontro em emoção muito espiritual, conduzindo para sempre os momentos maçônicos vividos quando da recepção como Membro Honorário da Loja “Comércio e Artes” n° 001, fundada em 1815, berço da Independência do Brasil, templo histórico sediado no Palácio do Lavradio, especificamente na Rua do Lavradio. Via da cidade localizada no Centro do Rio de Janeiro.

Autorretrato 1792

Teseu lutando com o Centauro (1804–1819)

Monumento a Canova na Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari, projetado por Canova como mausoleo para o pintor Tiziano

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Lavradio é uma freguesia do Concelho do Barreiro em Portugal, o significado da palavra é terra arável, fértil, razão pela qual o Brasão da Freguesia do Lavradio é um arado. A Rua do Lavradio foi um dos pontos mais nobres no Império e na primeira metade do século passado. Aberta em 1771 pelo Marquês do Lavradio, que assumiu o vice reinado em 1769. Personalidades ilustres moraram no Lavradio como o encarregado de negócios da França, Sr. M. Pontois, Duque de Caxias, Marquês de Olinda, Marquês de Cantagallo, artista Jesuína Monteiro, ator João Caetano, Eduardo Laemmert, Visconde de Jaguari, André Rebouças, Vieira Souto, Antônio Saldanha da Gama e o escritor Valentim Magalhães que se reunia sempre com Raul Pompéia, Olavo Bilac, Coelho Neto e Lúcio Mendonça. O Marquês de Lavradio mandou construir a sua residência nessa rua, cujo prédio ainda se localiza na esquina com a Rua da Relação, onde promovia muitas festas e reuniões sociais, como forma de compensar as poucas opções de lazer da capital da Colônia. Hoje, no Centro Histórico do Rio, conta com concorridos bares e restaurantes e nelas são promovidas feiras de antiguidades, prestigiadas pelos mais conhecidos antiquários da cidade. Uma construção de grande valor histórico é o Palácio Maçônico do Lavradio, situado no número 97, de estilo neoclássico, cuja planta original é atribuída a Grandjean de Montigny, sede do Grande Oriente do Brasil, fundado em 1822. O seu terreno foi comprado em 1836 pelo ator português Vitor Porfínio Borja, nele começando a edificar um majestoso teatro para torná-lo rival do Teatro João Caetano, e acabou desistindo do projeto por falta de recursos. Em 27 de outubro de 1928 foi publicado no Jornal do Commércio, anúncio de leilão do prédio. Várias lojas maçônicas se agregaram, formando a Companhia Glória do Lavradio, financiando a aquisição do prédio que seria o teatro. Percorri as dependências do Palácio do Lavradio, juntamente com os Irmãos que me conduziram ao Rio de Janeiro e ali bem de perto, vimos três estátuas em mármore de Carrara, representando a Caridade, a Fé e a Esperança, medindo a primeira 1,40m de altura, presenteada em 1844 pelo maçom Ferdinand Petrich, escultor natural da Alemanha, iniciado na Loja Maçônica da Pensilvânia, Estados Unidos. As estátuas da Fé e da Esperança foram colocadas no local em 1880. Até o início da República todos os templos eram iluminados por velas de cera, querosene ou óleo, passando a seguir a iluminação a gás, definitivamente substituída em 1910 por iluminação elétrica. No Palácio do Lavradio estão expostos no corredor de acesso, quadros que retratam vários personagens da nossa história e em outro corredor, na parte inferior, as alfaias e aventais pertencentes a cada um deles. Saldanha Marinho, Visconde de Inhauma, Marquês de Abrantes, D. Pedro I, Senador José Vergueiro, Joaquim Gonçalves Ledo, General Osório, Visconde de Sapucahy e Visconde de Rio Branco. Este corredor é margeado por retratos em guache de todos os maçons que ocuparam o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil. Nas paredes, placas elaboradas em mármores e metais. O Templo Nobre do Palácio Maçônico do Lavradio, onde com muita emoção, junto com os mais de 50 Irmãos de Goiás, totalizando 97 presentes, recebemos o título de Membro Honorário em sessão presidida pelo Venerável Mestre Abramo Scarlato, foi inaugurado em 13 de fevereiro de 1902, com galerias laterais e camarotes, que foram idealizadas pelo Grão-Mestre e ex-presidente da República Nilo Peçanha, em 1918. Construídas em 1921, na gestão do Grão-Mestre Tomaz Cavalcante de Albuquerque. O templo nobre em que nos reunimos é uma réplica do Parlamento Inglês. Recebeu o nome de Gonçalves Ledo em 1928. Homenagem ao grande mentor e articulador de nossa Independência. Maçons que exerceram a presidência da República passaram pelo Palácio do Lavradio, como Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Sales, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Venceslau Brás e Washington Luís. Duas telas pintadas em óleo em 1869, ambas de autoria de Eduardo de Lartimo, representam a Guerra do Paraguai. Uma denominada “Entrada da esquadra em Assunção”, a outra “Paisagem de Humaitá”, doadas pelo Visconde de Rio Branco.

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Observei com muita atenção o relógio carrilhão em madeira entalhada com símbolos maçônicos do século XIX, com 2,10m de altura e engrenagens. Também observei o busto do Visconde de Rio Branco, esculpido em mármore e as espadas pertencentes a Henrique Valadares e ao patrono do Exército Brasileiro, Marechal Duque de Caxias. À entrada, o busto de D. Pedro I, confeccionado em bronze fundido em Paris, por Fontaine e modelado por Marc Ferrez. Nesta sala do Conselho está o trono de Grão-Mestre, construído em jacarandá, com incrustações em marfim, entalhado e folheado a ouro, classificado como “Trono de D Pedro I”. Na biblioteca, vi um variado acervo bibliográfico, com uma coleção de todas as Leis do Império, destacando entre as várias preciosidades a “Bíblia de 1555, escrita em aramaico e doada a D. Pedro II pelo escritor Vitor Hugo, por ocasião de visita do Imperador à França.” O Palácio do Lavradio foi tombado pela Divisão de Patrimônio do antigo estado da Guanabara, em 1972. Ao Juiz de Direito, advogado militante em Caldas Novas, membro da Academia Tocantinense de Letras, da Academia de Letras e Artes de Piracanjuba, Juiz do Tribunal de Justiça Maçônico, fraterno Irmão Orimar de Bastos, cronista deste Diário da Manhã, agradeço seu artigo do dia 04 de outubro. Juntos tivemos a emoção de sentar no Trono do Imperador D. Pedro I. Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão-Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás 36º Artigo do Grão Mestre Barbosa Nunes para o Jornal Diário da Manhã, publicado na edição do dia 08/10/2011. Disponível em: http://www.gobgo.org.br/noticias/2011/10/08out11a.html

A POLÊMICA NA FOLHA

Como se escreve: ‘Chibolete’ ou ‘Sibolete’?1

Fato: Em algumas traduções da Bíblia a grafia desses termos se apresenta como acima; é o caso da tradução da versão inglesa de 1961 mediante consulta constante ao antigo texto hebraico, aramaico e grego. Já na tradução dos originais mediante a versão dos monges de Maredsous (Bélgica) pelo Centro Bíblico Católico a grafia é, respectivamente, Chibólet e Sibólet, ambas proparoxítonas enquanto Chibolete e Sibolete são paroxítonas. As divergências não param por aí, alguns escritos se valem das grafias xibolet e sibolet.

Enquanto não se resolve a questão da grafia/pronúncia desse par de termos recordemos o seu significado apelando para o histórico Livro dos Juízes.

Em Jz 12,1-7 lemos:

“Então se convocaram os homens de Efraim2, e passaram para o norte

3, e disseram a Jefté: Por que passaste a

combater contra os filhos de Amom4, e não nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a fogo a tua casa

contigo.

E Jefté lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom; e chamei-vos, e não me livrastes da sua mão.

E, vendo eu que não me livráveis, arrisquei a minha vida, e passei contra os filhos de Amom, e o Senhor mos entregou nas mãos; por que, pois, subistes vós hoje, para combater contra mim?

E ajuntou Jefté a todos os homens de Gileade5, e combateu contra Efraim; e os homens de Gileade feriram a

Efraim; porque este dissera-lhe: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manasses.

Porque tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; então os gileaditas perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não.

Então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete; porque não o podia pronunciar bem; então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim naquele tempo quarenta e dois mil.

E Jefté julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu, e foi sepultado numa das cidades de Gileade”.

Conclusão: Os homens de Galaad derrotaram, afinal, os homens de Efraim, e não mostraram a menor piedade para com

estes; toda vez que efraimita fugitivo lhes caía às mãos, nada mais precisavam fazer que obrigá-lo a pronunciar a palavra xibolet. Se o desgraçado a pronunciava sibolet, então era porque provinha de Efraim, sendo degolado no mesmo instante.

1 Chibólet e Sibólet.

2 Efraimitas.

3 Safon.

4 Amonitas.

5 Gaalad.

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Nada menos que 42 mil efraimitas pereceram por conta desse engenhoso ardil, que fez escola em muitas partes do mundo; segundo a lenda, Salomão resolveu adotar estratagema similar quando da construção do Templo, distinguindo assim os que lhe eram afetos dos desafetos.

“Entre as inúmeras incertezas que Dan Brown6 consegue incrustar no leitor e embaraçar as autoridades

religiosas: por que um Jesus supostamente imaculado precisaria ser batizado, uma vez que esse ritual é um gesto simbólico da lavagem de pecados e do compromisso com a bondade a partir daquele momento? Porque o Filho de Deus deveria se submeter ao que era nitidamente um gesto de autoridade da parte de João Batista? (Dan Burstein – Os Segredos do Código)

Coluna assinada pelo M.·. I.·. Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165

MEDITE

Eu sou maçom Nós não nascemos maçons. Somos iniciados e, a partir daí, nos fazemos maçons. E essa construção, para a qual não se usa ferro, nem tijolos, nem cimento, se faz de forma silenciosa, permanente, eterna, dentro do Sanctus Santorum, no sacrário íntimo, dentro da câmara secreta de cada um, no coração. Essa construção só terminará quando alcançarmos a perfeição. A prática constante dos ensinamentos maçônicos vai produzindo naturalmente, pela sua continuidade e confirmação constante, uma transformação que proporciona um aprimoramento evolutivo. Para isso precisamos estar despertos, acordados. E essa prática decorre da consciência, do conhecimento, da solidariedade que surge silenciosamente em cada um e que vai se confirmando no convívio, na vida. E assim, no decorrer da nossa encarnação, poderemos dizer: EU SOU. Heitor Freire – M.·. M.·.

CONVERSA AO PÉ DO OLVIDO

Esquecer é meio morrer? Não lembrar é não viver? Recentemente, pesquisadores descobriram que, ao remover uma proteína específica em uma parte também específica do cérebro, eles podem apagar permanentemente as memórias traumáticas em um nível molecular. Os cientistas da Universidade John Hopkins já conseguiram apagar memórias traumáticas do cérebro de ratos. A equipe usou sons altos e repentinos para assustar os ratos, e descobriu que a amígdala, a parte do cérebro conhecida por causar o que se chama de “condição de medo”, mostrou a maior atividade durante o experimento. Quando ocorre um evento traumático, a amígdala cria uma memória de medo que pode durar uma vida inteira e ter um efeito debilitante sobre a vida de uma pessoa. Agora, o próximo passo dos pesquisadores é desenvolver uma droga que também funcione em seres humanos, já que a descoberta descreve os mecanismos celulares e moleculares envolvidos neste processo e levanta a possibilidade de manipular tais mecanismos com remédios que melhorem a terapia comportamental para condições como o transtorno de estresse pós-traumático. Segundo os pesquisadores, apesar de soar como ficção científica,

6 Referência ao autor do livro O Código Da Vinci.

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o medicamento pode um dia ser aplicado para o tratamento de memórias debilitantes e de medo nas pessoas, como a síndrome de estresse pós-traumático associada com guerra, estupro e outros eventos.

Cientistas também apagaram a memória de caracóis. Quando são atacados por predadores, eles (os caracóis) aumentam seus estímulos sensitivos em relação ao ambiente como “uma maneira fundamental de aprendizagem necessária para a sobrevivência”. A pesquisa mirou o funcionamento destes neurônios. “Nós percebemos que, se inibirmos o PKM dos caracóis, apagaríamos sua memória de longo prazo relacionada àqueles estímulos sensitivos. Além disso, podemos apagar a aprendizagem de longo prazo da única sinapse que forma a base da memória deste animal”, dizem eles (os cientistas). Os seres humanos têm feito de tudo para apagar memórias ruins de forma nada científica. Uma pesquisa mostrou que aqueles que usam drogas casualmente perdem a memória com mais facilidade do que pessoas que não usam nenhuma droga. A memória prospectiva (aquela que usamos quando precisamos lembrar de fazer alguma atividade) daqueles que usam drogas, mesmo que

só em festas e outras ocasiões, apresenta grandes falhas. Estudantes usuários de drogas e não usuários foram entrevistados para a pesquisa. Eles precisaram responder perguntas relativas às drogas (a quantidade e a freqüência com que usavam drogas) e, posteriormente, precisaram fazer testes de memória. Os resultados mostraram que usuários de drogas “recreativas” como ecstasy e maconha sofrem de vários danos na memória. Usuários de cocaína além de sofrerem perda da memória recente também não conseguem reter informações a longo prazo. Um dos maiores inimigos da memória é o álcool. Nas células nervosas, essa substância toma o lugar da glicose, mas não é capaz de produzir o mesmo volume de energia. “É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa”, garantia o escritor beberrão Charles Bukowski.

Eles (os cientistas) ainda não sabem informar se o uso de drogas é que causa a perda de memória ou se a perda de memória, de alguma forma, influencia o uso de drogas – afinal eles não têm como saber “o que vem antes”. Um estudo da revista médica britânica 'The Lancet' aponta que o grande número de doenças no planeta está ligado ao uso de drogas ilícitas. Fundamentada na estimativa de que cerca de 200 milhões (duzentos milhões) de pessoas utilizam substâncias proibidas todo ano, a pesquisa aponta que existe um usuário de drogas a cada 20 pessoas com idades entre 15 e 64 anos. E que o uso é maior nos países desenvolvidos, em que as pessoas têm renda mais alta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o alcoolismo é a terceira doença que mais mata no mundo, totalizando 2 milhões e quinhentas mil vítimas. Os números mostram que ela mata mais que a obesidade, o tabagismo, a Aids e a violência, e provoca doenças e lesões de 60 tipos. Só pra se ter uma vaga ideia, 90% das internações em hospitais psiquiátricos por dependência de drogas acontecem devido ao álcool, que faz tão mal para o corpo quanto a cocaína e o crack.

O certo é que nascemos programados para esquecer. Mais cedo ou mais tarde, cada um de nós apagará da lembrança informações recentes, compromissos, conceitos, habilidades. A perda da memória é gradativa e determinada

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geneticamente com a morte das células nervosas em diferentes áreas do cérebro, provocada por um inimigo certo e igual a todos: o envelhecimento. Numa hora dessas, fico com a lição de Carlos Drummond de Andrade em seu poema “Memória”, que sei de cor e ainda não esqueci:

“Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis

tornam-se insensíveis à palma da mão Mas as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão.” É isso aí.

Coluna assinada pelo Ir.·. Francisco Maciel, membro da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. D’Artagnan Dias Filho 148 – GLMERJ

COLUNA DO DIREITO

O que fazer quando o fornecedor não entregar o produto, entregar incompleto ou diferente? Quando o fornecedor não entrega o produto, entrega incompleto ou diferente, o consumidor poderá optar livremente por uma das alternativas previstas no artigo 35 do CDC que dispõe: - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; Rescindir o contrato, com direito à restituição da quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. Nos produtos entregues na residência do consumidor pelo fornecedor, o cuidado do consumidor deverá ser redobrado. É fundamental que no ato da entrega o consumidor ou alguém de sua confiança confira o produto e verifique se o mesmo se encontra em perfeitas condições, principalmente em relação às avarias, já que pó ter havido algum dano no transporte. Neste caso, tendo havido algum dano ao produto, o consumidor deverá não aceitá-lo exigindo do transportador um documento que ateste a devolução e o motivo. Essa dica é muito importante, pois depois que o produto já foi entregue fica muito mais difícil solucionar questões envolvendo a parte extrema dos produtos (amassados, arranhões, trincas, peças soltas, etc.). Coluna assinada pelo Ir.·. Gilberto F. Pereira, Fundador da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165

DICA

Páscoa Páscoa (do hebraico Pessach), significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade Católica. Na Páscoa os cristãos católicos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (ver Sexta-Feira Santa) que teria ocorrido nesta época do ano em 30 ou 33 dC. A Páscoa pode cair em uma data, entre 22 de março e 25 de abril. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes. Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pesah, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito. A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs

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(passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos que se indicam a seguir. No português, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico Pesah. Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua , os franceses de Pâques, e também em outras línguas que provavelmente não saiu do hebraico: latim Pascha, azerbaijano Pasxa, basco Pazko, catalão é Pasqua, crioulo haitiano Pak, dinarmaquês Påske, Pasko em esperanto, galês Pasg, Pasen em holandês, indonésio Paskah, Páskar em islandês, Paskah em malaio, em norueguês påske, Paști em romeno, Pasaka em suaíle, påsk em sueco e Paskalya em turco. Os termos "Easter" (Ishtar) e "Ostern" (em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach (Páscoa). As hipóteses mais aceitas relacionam os termos com Estremonat, nome de um antigo mês germânico, ou de Eostre, uma deusa germânica relacionada com a primavera que era homenageada todos os anos, no mês de Eostremonat, de acordo com o Venerável Beda, historiador inglês do século VII. Porém, é importante mencionar que Ishtar é cognata de Inanna e Astarte (Mitologia Suméria e Mitologia Fenícia), ambas ligadas a fertilidade, das quais provavelmente o mito de "Ostern", e consequentemente a Páscoa (direta e indiretamente), tiveram notórias influências. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa

DOCUMENTOS E FOTOS ANTIGAS

Templo maçônico desaparecido em estilo assírio na Rua das Ursulinas, em Bruxelas (1890-1900)

EUREKA (TUREKA E NÓSREKA) Contestações, lances, bobagens, respostas, estudos, crendices, variados, ‘nóstícias’ fatos, curiosidades, sofismas, perguntas, humor, nostalgia, outros e... nós!

Os Vivos e os Mortos7

Passando por um cemitério certo dia, Cristo encontrou um jovem ajoelhado, chorando diante de uma cruz. Ao vê-lo, Jesus compadeceu-se de sua dor e aproximando-se lhe perguntou: “Por que choras?” Voltando-se e apontando um túmulo, o jovem respondeu: “Minha mãe está enterrada aqui há três dias”. “Não, meu filho, tua mãe não está aí”, respondeu-lhe Jesus. “Aí só se depositou a última vestimenta que ela agora abandonou. Por que choras, pois, sobre um despojo inservível? Levanta-te e segue teu caminho, pois tua mãe te espera”.

7 Por Eliphas Levi, publicado na revista O LOTUS BRANCO – dezembro/1971 – segundo o material recebido pela internet.

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O rapaz sofredor moveu tristemente a cabeça e disse: “Não! Esperarei aqui a morte e irei reunir-me a ela”. “A morte espera a morte, e a vida vai atrás da vida! Não entristeças, com uma dor egoísta e estéril, a alma daquela que te precedeu, não atrases seu caminhar até Deus com teu desespero e tua inércia. Seu amor ainda vive em teu coração, e não a terás perdido se a fizeres viver dignamente em ti. Em vez de chorar por tua mãe, ressuscita-a. Não me olhes com admiração, nem penses que estou brincando com tua dor. Aquela cuja perda lamentas está perto de ti. Um dos véus que separavam vossas almas caiu; resta um ainda, e, separados só por esse véu, deveis viver um para o outro. Tu trabalharás para ela e ela rogará por ti”.

“Como trabalharei para ela?”, perguntou o órfão, “Agora que está sob a terra, não tem necessidade de mais nada”.

“Enganas-te meu filho confundindo o corpo com a vestimenta. Ela tem agora, mais que nunca, necessidade de inteligência e de amor, no mundo onde vive. Tu es a vida de seu coração e a preocupação de seu espírito, e ela te chama em sua ajuda. Para ter o direito de descansar, é preciso trabalhar. Se não trabalhares por tua mãe, torturarás sua alma. Por isso te disse: „Levanta-te e caminha‟; porque a alma de tua mãe se levantará e caminhará contigo, e tu a ressuscitarás em ti se fizeres frutificar seu pensamento e seu amor. Ela tem um corpo na terra: é o teu; tu tens uma alma no céu: é a dela. Que essa alma e esse corpo caminhem juntos e tua mãe reviverá. Crê, filho meu, o pensamento e o amor não morrem jamais, aqueles a quem julgas mortos vivem mais que tu se pensam e, ainda mais, se amam”.

“Se a idéia da morte te entristece e te espanta, refugia-te no seio da vida. Ali encontrarás todos aqueles que te amam. Os mortos são os que não pensam e não amam, pois trabalham para a corrupção, e a corrupção por sua vez, os consome. Deixa, pois, aos mortos a tarefa de chorar pelos mortos, e vive com e para os vivos. O amor é o laço que une as almas, e quando esse laço é puro, ele é indestrutível. Tua mãe te precede no caminho até Deus, mas, está presa a ti. E, se tu dormes no sofrimento egoísta, ela se verá obrigada a esperar-te e por isso sofrerá. Mas, eu te digo, em verdade, que todo bem que puderes fazer, será levado em conta para sua alma, enquanto que se fizeres o mal, ela sofrerá voluntariamente a dor. Por isso repito: se a amas, vive para ela”.

O jovem, então, levantou-se. Suas lágrimas cessaram de correr e contemplou a face de Jesus com admiração, pois o rosto do Cristo estava radiante de inteligência e de amor, a imortalidade resplandecendo em seus olhos. Tomando o jovem pela mão, Jesus lhe disse: “Vem!” Conduziu-o em seguida ao topo de uma colina que dominava a cidade inteira e exclamou: “Olha o verdadeiro campo dos sepulcros! Ali, nesses palácios que entristecem o horizonte, há mortos pelos quais é preciso chorar, mais do que por aqueles cujos restos jazem aqui; pois aqueles não descansam. Agitam-se em meio à corrupção e disputam seu pasto com os vermes. São semelhantes a um homem enterrado vivo”.

“O ar celeste falta a seus pulmões e a terra gravita sobre eles. Estão fechados nas estreitas e miseráveis instituições que fizeram para si mesmos, como entre as paredes de um caixão. Jovem que choravas e cujas lágrimas minhas palavras secaram, chora e geme agora sobre os mortos que ainda sofrem. Chora sobre aqueles que se crêem vivos e que são cadáveres atormentados. A esses há que gritar com voz poderosa: „Saiam de vossas tumbas!‟ Oh! Quando soará a trombeta do anjo? O anjo que deve despertar o mundo é o anjo da inteligência. O anjo que deve salvá-lo é o anjo do amor. A luz será, então, como o relâmpago que brilha no Oriente e refulge, ao mesmo tempo, no Ocidente”.

“À sua voz, o corpo de Cristo que é o pão fraterno, será revelado a todos, e as águias se reunirão ao redor do corpo que deve alimentá-los. Então, o verbo humano, liberto dos interesses egoístas, se unirá ao Verbo Divino; e a palavra unificada, ressoando no mundo inteiro, será a trombeta do anjo. Os vivos se levantarão, os vivos a quem se acreditava mortos e que sofrerão esperando a libertação, e todo o que não é morto se porá a caminho e irá para diante do Senhor; enquanto que o vento varrerá as cinzas dos que já não o são”.

“Jovem, mantém-te disposto, e guarda-te de morrer. Vive para aqueles que amas, ama àqueles que vivem, e não chores pelos que subiram um grau mais na escala da vida, chora pelos mortos. Tua mãe te amava; te ama, por conseguinte, muito mais neste instante em que seu pensamento e seu amor estão livres das pesadas barreiras da terra. Chora pelos que não pensam em ti e não te amam. Pois te digo, em verdade, que a humanidade só tem um corpo e uma alma, e vive onde quer que se trabalhe e se sofra. Um membro insensível ao bem-estar e à dor dos outros membros está morto e deve ser suprimido em breve”.

Ditas estas palavras, o Cristo desapareceu da vista do jovem que, depois de ficar alguns instantes imóvel, como que sob a impressão de um sonho, empreendeu silenciosamente o caminho de volta à cidade, pensando: “Vou procurar os vivos entre os mortos. E farei bem a todos aqueles que sofrem, sofrendo com eles e amando-os, a fim de que minha mãe o saiba e me bendiga no Céu; pois agora compreendo que o Céu não está distante de nós e que a alma é para o corpo o que o céu material é para a terra”.

O céu, que rodeia e sustém a terra, bebe na imensidão, assim como nossa alma se embriaga do próprio Deus. E os que vivem no mesmo pensamento e no mesmo amor, não podem separar-se jamais.

Colaboração do MI Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug e Resp Loj Maç Stanislas de Guaita 165

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Folha Maçônica Nº 394, 30 de março de 2013 Página 10

Enquete inútil:

Pergunta: O que a cachorra disse (latiu?!) para seu namorado cachorro?

(Envie-nos sua resposta e a publicaremos semana que vem.)

Pergunta de edição anterior: Que número corresponde à última estrutura abaixo?

d

322

d

413

d

?

O numero que se forma na estrutura ,depois de 322 e de 413 é 423. Precisa-se contar os quadrinhos pretos... Ou seja , autêntica " quebra de paradigmas " TFA Alfredo Gabriel Sochaczewski .´. GOB-GOERJ ARLS LAURO SODRÉ 1445

Estão postados no ponto cultural da Folha Maçônica mais de 13.700 títulos! tem

até fotos antigas do Rio de Janeiro e São Paulo... confira! isso sem contar com

as fotos antigas da Ordem.

Visite nossas páginas online: Blog da Folha Maçônica: http://folhamaconika.blogspot.com/ Este blog será extinto brevemente.

Novo Site para download das edições da Folha Maçônica: http://sdrv.ms/QobWqH Novo link do ponto cultural da FM onde estão disponibilizados mais de 13 mil títulos sobre a Ordem e afins; como está em fase de conclusão existirão falhas que pedimos serem apontadas para o seu melhoramento, assim como aguardamos comentários no sentido da apresentação e conteúdo.

Blog com desenhos e pinturas do Irmão Robson Granado: http://robsongranado.blogspot.com/