caso evans vs reino unido tedh (2007)

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Caso Evans vs Reino Unido TEDH (2007) Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Direito Direito das Mulheres e da Igualdade Social 1

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Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Direito Direito das Mulheres e da Igualdade Social. Caso Evans vs Reino Unido TEDH (2007). Apresentado na aula de Direito da Igualdade Social pelas Alunas: Patrícia de Sousa Ferreira (1330); Yenny Nathalie Jesus (1390). - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Caso Evans vs Reino Unido

TEDH (2007)

Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Direito

Direito das Mulheres e da Igualdade Social

1

Page 2: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

FDUNL, dia 14 de Outubro de 2008FDUNL, dia 14 de Outubro de 2008

Apresentado na aula de Direito da Igualdade Social pelas Alunas:

Patrícia de Sousa Ferreira (1330);

Yenny Nathalie Jesus (1390)

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Page 3: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Apresentação dos factos

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Page 4: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

As circunstâncias do caso (1)

12 de Julho de 2000

Início do tratamento de procriação medicamente

assistida.

10 de Outubro de 2000

Detecção de tumores precancerosos nos ovários de Natalie.

Hipótese de, antes da ablação dos ovários, poderem ser recolhidos alguns

óvulos para uma futura fecundação in vitro.

Preenchimento dos formulários, e respectiva assinatura de forma a consentir no

tratamento.

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Page 5: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

As circunstâncias do caso (2)

Anexo do formulário (previsto pela Lei BRITÂNICA de 1990 sobre

fecundação e embriologia humanas):

“N.B. – Não assine o formulário se não recebeu informações sobre o assunto. Pode

modificar as condições do seu consentimento a qualquer momento, salvo se se tratar

de esperma ou embriões já utilizados…”,

“ Consentimento para a utilização de gâmetas ou embriões

Consentimento

1. Todo o consentimento no sentido do presente anexo deve ser dado por escrito, e, no

presente anexo, a expressão “consentimento efectivo” entende-se por consentimento

que não foi revogado. …………”

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Page 6: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

As circunstâncias do caso (3)

Anexo do formulário (previsto pela Lei de 1990 sobre fecundação e

embriologia humanas):

N.º 4: “Modificação e revogação do consentimento

1) Aquele que tiver dado o seu consentimento no sentido do presente anexo pode

introduzir modificações sucessivas ou revogá-lo, através de notificação à pessoa

responsável pela conservação dos gâmetas ou do embrião em causa.

2) Um consentimento de utilização para um embrião não pode ser modificado nem

revogado a partir do momento em que o embrião foi utilizado:

a) para fins de um tratamento, ou

b) para fins de um projecto de investigação.”

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Page 7: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

As circunstâncias do caso (4)

Anexo do formulário (previsto pela Lei de 1990 sobre fecundação e

embriologia humanas):

N.º 8: “Conservação dos gâmetas e dos embriões

1) …

2) É proibido conservar um embrião concebido in vitro, salvo se cada uma das

pessoas cujas gâmetas serviram para conceber o embrião consentir efectivamente

na conservação desse embrião e se este for conservado nos termos desse

consentimento.”

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Page 8: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

As circunstâncias do caso (5)

Consentimento de J.:

Utilização do esperma para fecundar os óvulos de Natalie;

Embriões utilizados para fins de tratamento conjunto;

Conservação dos embriões: até 10 anos, podendo prosseguir mesmo que J.

morresse ou que perdesse as suas faculdades mentais dentro deste prazo.

Consentimento de Natalie:

as suas escolhas no formulário são idênticas às de J..

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Page 9: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

As circunstâncias do caso (6)

12 de Novembro de 2001

Recolha de 11 óvulos de Natalie; 6 embriões em conservação.

26 de Novembro de 2001

Ablação dos dois ovários de Natalie;

Período de espera até o começo do tratamento = 2 anos.

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Page 10: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

O processo perante o High Court (1)

Maio 2002

A relação entre Natalie e J. acaba.

4 de Julho de 2002

J. avisa a clínica da situação, solicitando que os embriões sejam destruídos.

Natalie inicia o processo perante o High Court.

1 de Outubro de 2003

Juiz Wall rejeita os pedidos de Natalie.

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Page 11: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

O processo perante o High Court (2)

“... Não penso que seja abusivo autorizar J. a revogar o seu

consentimento. É um direito que a lei lhe confere no quadro do regime

criado sem ambiguidade pelo Parlamento. É certo que o interessado

deu o seu consentimento a 10 Outubro 2001. É perfeitamente

normal, tendo em conta a mudança de situação, que ele não queira

ser o pai de uma criança da Senhora Evans”.

Juiz Wall:

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Page 12: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

O Recurso no Court of Appeal

1 de Outubro

2004

Confirmação da decisão do High Court

High Court4 de Julho de

2002

Court of Appeal

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Page 13: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Portugal: a Lei da Procriação Assistida (1)

Artigo 6.º - Beneficiários

1 – Só as pessoas casadas que não se encontrem separadas judicialmente de

pessoas e bens ou separadas de facto ou as que, sendo de sexo diferente,

vivam em condições análogas às dos cônjuges há pelo menos dois anos podem

recorrer a técnicas de PMA.

Lei nº 32/2006, de 26 de Julho

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Page 14: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Portugal: a Lei da Procriação Assistida (2)

Artigo 14º

1 - Os beneficiários devem prestar o seu consentimento livre, esclarecido, de forma

expressa e por escrito, perante o médico responsável.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, devem os beneficiários ser

previamente informados, por escrito, de todos os benefícios e riscos conhecidos

resultantes da utilização das técnicas de PMA, bem como das suas implicações

éticas, sociais e jurídicas.

4 - O consentimento dos beneficiários é livremente revogável por qualquer deles

até ao início dos processos terapêuticos de PMA.

Lei nº 32/2006, de 26 de Julho

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Page 15: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Outros países

Dinamarca, França, Grécia, Holanda e Suíça

Bélgica e Finlândia

Hungria

Áustria e Estónia

Espanha

Alemanha e Itália

Islândia

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Page 16: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Apresentação do caso ao

TEDH

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Page 17: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

TEDHConvenção

Europeia dos Direitos do Homem

Art. 46.º CEDH - As sentenças definitivas do TEDH

obrigam as Altas Partes Contratantes

aplica

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Page 18: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

O caso Evans no TEDH

A Requerente

Violação do art. 2.º (direito à vida);

Violação do art. 14.º (proibição de discriminação).

Violação do art. 8.º (direito ao respeito pela vida privada e familiar);

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Page 19: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Art. 2.º:

N.º 1 - “O direito de toda a pessoa à vida é protegido por lei (…)”

Art. 8.º:

N.º 1 – “Qualquer pessoa tem direito à sua vida privada e familiar (…)”

N.º 2 – “Não pode haver ingerência da autoridade pública no exercício deste

direito senão quando esta ingerência estiver prevista na lei e constituir uma

providência que, numa sociedade democrática, seja necessária para a segurança

nacional, para a segurança pública, para o bem-estar económico do país, à defesa

da ordem e à prevenção das infracções penais, a prevenção da saúde ou da moral,

ou à protecção dos direitos e das liberdades de terceiros”

Artigos alegadamente violados (1)

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Page 20: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Art. 14.º:

“O gozo dos direitos e liberdades reconhecidos na presente Convenção deve

ser assegurado sem quaisquer distinções, tais como as fundadas no sexo,

raça, cor, língua, religiões, opiniões politicas ou outras, a origem nacional ou

social, a pertença a uma minoria nacional, a riqueza, o nascimento ou qualquer

outra situação.”

Artigos alegadamente violados (2)

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Page 21: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

A decisão do TEDH

Violação do art. 2.º da CEDH

Violação do art. 14.º da CEDH

Violação do art. 8.º da CEDH

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Page 22: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

A opinião dos Juízes Traja e Mijovic

“Os interesses da parte que retirou o seu consentimento e que pretendia

a destruição dos embriões deve prevalecer”

A) Não disponha de outros meios para ter um filho biológico;

B) Não tenha nenhum filho;

C) Não tencione recorrer a uma mãe de aluguer no processo de implantação.

… A não ser que a outra parte…

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Page 23: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

A Dignidade Humana: quando começa?

“As Ciência Biomédicas têm hoje o poder de criar vida humana em

laboratório, de determinar o momento em que o embrião deixará de

poder originar dois ou mais indivíduos, de conhecer com rigor a sua

constituição genética. Este domínio crescente sobre a vida humana

traz consigo o risco de se tentar remeter para aquelas ciências a

definição do conceito de dignidade humana. (…) a dignidade humana

tem um significado ético e jurídico que não se limita aos dados

biológicos disponíveis sobre a espécie humana.”

MELO, Helena Pereira de (2008)

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Page 24: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

A Dignidade Humana: quando começa?

“Liberdade dos pais optarem por ter ou não ter filhos e respeito pela

liberdade dos filhos enquanto sujeitos autónomos e não simples

objectos passíveis de um direito de propriedade de outrem. Ver no

embrião apenas um ou mais genes (…) é reificá-lo, é não assumir a

criança que ele será, como ser imprevisível.”

MELO, Helena Pereira de (2008)

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Page 25: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

A Paternidade: Mulher vs Homem (1)

Mulher estéril = mulher “incompleta”

= mulher “seca”

Papel de mãe Papel social da mulher↔

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Page 26: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

A Paternidade: Mulher vs Homem (2)

Papel de Pai = acto de violência contra o homem

Deveres de paternidade

“Gravidez” (paternidade)

forçada

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Page 27: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Pontos em debate

O direito à maternidade ou o direito à não paternidade?

O que deve prevalecer:

O direito à maternidade ou o respeito pela dignidade humana

e a livre vontade?

Relativamente à incapacidade da requerente em ser mãe?

Com base no género?

Terá havido discriminação:

Comparar com quem?

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Page 28: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Bibliografia (1)

MELO, Helena Pereira de (2008) Manual de Biodireito,

Almedina, Coimbra.

Case of Evans v. The United Kingdom, European Court of Human

Rights (application no. 6339/05).

Referências bibliográficas:

Portal da Justiça - www.mj.gov.pt

Tribunal Europeu dos Direitos Humanos – www.echr.coe.int

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Page 29: Caso Evans  vs  Reino Unido TEDH (2007)

Bibliografia (2)

Lei da Procriação Medicamente Assistida (Lei n.º 32/2006,

de 26 de Julho).

Convenção Europeia de Direitos Humanos (1950).

Legislação:

Human Fertilisation and Embryology Act 1990 (Reino Unido).

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