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  • Srie ComuniCao PoPular CrP SPI. A psicologia e sua interface

    com os direitos das crianas e dos adolescentes

  • Srie ComuniCao PoPular CrP SPI. A psicologia e sua interface

    com os direitos das crianas e dos adolescentes

  • Conselho Regional de Psicologia de So Paulo - CRP SP

    DiretoriaPresidente Marilene Proena Rebello de SouzaVice-presidente Maria Ermnia CilibertiSecretria Andreia De Conto GarbinTesoureira Lcia Fonseca de Toledo

    Conselheiros efetivosAndreia De Conto Garbin, Carla Biancha Angelucci, Elda Varanda Dunley Guedes Machado, Jos Roberto Heloani, Lcia Fonseca de Toledo, Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, Maria Cristina Barros Maciel Pellini, Maria de Ftima Nassif, Maria Ermnia Ciliberti, Maria Izabel do Nascimento Marques, Maringela Aoki, Marilene Proena Rebello de Souza, Patrcia Garcia de Souza, Sandra Elena Sposito e Vera Lcia Fasanella Pomplio.

    Conselheiros suplentesAdriana Eiko Matsumoto, Beatriz Belluzzo Brando Cunha, Carmem Silvia Rotondano Taverna, Fabio Silvestre da Silva, Fernanda Bastos Lavarello, Leandro Gabarra, Leonardo Lopes da Silva, Lilihan Martins da Silva, Luciana Mattos, Luiz Tadeu Pessutto, Lumena Celi Teixeira, Maria de Lima Salum e Morais, Oliver Zancul Prado, Silvia Maria do Nascimento e Sueli Ferreira Schiavo. Gerente GeralDigenes Pepe CoorDenaDor De ComuniCaoWaltair Marto

    ABRIL.2010

  • 1. Primeiro, vamos desembrulhar 2. Os profissionais de psicologia 3. Crianas e adolescentes 4. Existem 5. O afeto e a educao 6. Outro ingrediente 7. Toda criana 8. Direito sexualidade 9. Direito a uma vida 10. Direito a no ser humilhado 11. Direito a sair das drogas 12. Direito a uma nova chance 13. Direito a participar

    verbetesDeclarao Universal dos Direitos Humanos Constituio Federal Conveno sobre os Direitos da Criana Estatuto da Criana e do Adolescente Sistema de Garantia de Direitos Conselhos dos Direitos Oramento Pblico Fundos de Direitos Sinase Lei Maria da Penha

    espaos De CiDaDaniaOnde voc pode ir diretamente

    Sumrio

  • Declarao Universal dos Direitos Humanos, 1948 a matriz de todas as declaraes de direitos que fo-ram escritas a partir dos anos 1950. Sua redao ocor-reu trs anos aps a Segunda Grande Guerra, que tirou milhes de vidas e destruiu vrios pases. As pessoas sentiram que era o momento de ter uma declarao de paz e de direitos universais para o mundo inteiro.

    vamos desembrulhar a ideia de que a psicologia coisa de doido. Coisa

    de gente com um parafuso a menos, ou com um parafuso a mais. No . A psicologia cincia e servio que a gente procura quando deseja ou precisa mexer com nosso desenvolvimento pessoal.

    Se fosse uma pessoa, a psicologia teria uma orelha gigante, capaz de ouvir nossos anseios, medos, frustraes e desejos. En m, ouvir nossas subjetividades aquilo que cada um tem de nico. Ela tambm teria olhos enormes, capazes de ver as marquinhas e marconas que vamos ganhando pela vida.

    Alm da orelha e dos olhos, a psicologia tambm tem uma boca imensa. Ela consegue falar com a nossa intimi dade. Consegue se comu nicar com aquilo que a gente traz guardadinho naqueles cantinhos que vamos colecionando e arrumando pela vida afora. Ela conversa sobre a nossa forma de se relacionar com os outros.

  • Seu esprito internacional e vale para todos os pases fi liados Organizao das Naes Unidas (ONU). Ela contm 30 artigos versando sobre direitos pessoais, ci-vis, polticos e socioeconmicos. O Brasil signatrio.

    Toda pessoa tem direito vida, liberdade e segurana pessoal

    A SEGUNDA ideia para desembrulhar o mito de que psicologia s existe no consultrio. No verdade. A psicologia, alm das quatro pa-redes, atua em variadas reas, como sade, sade mental, educao, esporte, medidas socioeducati-vas, direitos sociais e humanos, entre outras.

    No Brasil, a pro sso de psiclogo foi instituda em 1962. De l para c, em uma rica histria, os pro ssionais foram entendendo que no existe pessoa sem sociedade e nem sociedade sem pessoas. Em outras palavras, cada pessoa tem sua histria. E a histria com H maisculo o conjunto de todas essas histrias.

    A partir da, a psicologia comeou a pensar, junto com outros profi ssionais e parceiros, polticas pblicas voltadas para a melhoria da qualidade de sade e de vida dos habitantes do Brasil. Passou a pr na roda da sociedade: seus saberes, suas tcnicas, seus estudos.

  • 2Os profi ssionais de psicologia participaram de vrias lutas pelos direitos das crianas e dos adolescentes. Trabalharam muito ao lado de pro ssionais de outras reas e integrantes de movimentos sociais pela aprovao do ECA Estatuto da Criana e do Adolescente. Foi um caminho longo.

    Foi preciso declarar para todos que o Estado e a sociedade, ao lado da famlia, so responsveis pelas crianas e pelos adolescentes do pas. Tambm custou e ainda custa muito trabalho tirar os direitos do papel e solt-los nas ruas para que entrem na vida das pessoas.

    DIREITOS A QU?

    vida, isto , moradia, alimentao, sade. Ao desenvolvimento, isto , escola, lazer, cultura, trabalho. integridade, isto , direito ao respeito prprio e individualidade.

  • A Repblica Federativa do Brasil constitui-se em um Estado Democrtico de Direito

    Constituio Federal de 1988Trata-se da Lei Mxima do Brasil. Apelidada de Cons-tituio Cidad, foi resul-tado de intensos debates no processo chamado de Assembleia Nacional Cons-tituinte. Variados segmen-tos da sociedade se organi-zaram para fazer valer suas reivindicaes. Entre eles, profi ssionais e ativistas in-teressados em ampliar e ga-rantir os direitos das crian-as e dos adolescentes. O documento fi nal um tex-to primoroso no tocante garantia de direitos. Tam-bm representa um grande avano poltico, marcado por mais poder conferido aos municpios e pelo est-mulo criao de espaos democrticos para favore-cer a participao popular.

    Nenhum desses direitos rimam ou combinam com vio-lncia, violao e intolerncia. Outra contribuio funda-mental da psicolo-gia enxergar a criana e o adoles-cente como seres totais. Pois ningum em pedaos.

    Para entendermos o que se passa na cabea e no corao de uma criana ou de um adolescente, precisamos saber o que se passa a sua volta. Onde mora. Com quem mora. Em qual escola estuda. Quais programas de televiso assiste.

    NINGUM UMA ILHA.

    Para saber tudo isso, o primeiro passo perguntar. Dar a voz e escutar essa voz.

    Porque no adianta deixar falar e no ouvir.

  • 3Uma das maiores contribuies des-sa Conveno da ONU o reconhe-cimento de que a criana (de 0 a 18 anos) necessita de proteo, promo-o e polticas especiais, em razo de

    sua condio peculiar de desenvolvimento. O texto da Conveno insiste para que os pases criem mecanis-mos que considerem os interesses superiores da crian-a, ou seja, a criana dever ser priorizada no conjun-to de aes do Estado, da sociedade e das famlias.

    Conveno sobre os

    Direitos da Criana, 1989

    Crianas e adolescentes sempre tiveram uma ateno especial da psicologia. Por serem pessoas em fase peculiar de desenvolvimento. A gente sabe que crianas e adolescentes ainda esto a ando as ferramentas e a nando os instrumentos que usaro nas suas vidas.

    Por conta da situao peculiar de de-senvolvimento, eles necessitam ser protegidos e estimulados. Da, a obri-gatoriedade de frequentarem a esco-la e serem acompanhados nos seus progressos e nas suas difi culdades.

    Para que uma criana e um adolescente cresam, no sentido mais completo da palavra, eles precisam de uma rede de afetos. O afeto poderoso. Ele ajuda a transpor os obstculos causados pela pobreza, pela violncia, pela intolerncia to comuns na nossa sociedade.

  • Direito vida, integridade fsica e moral, privacidade e dignidade, imagem, igualdade, liberdade, informao, expresso e manifestao de pensamento

    Insiste para que os governos e sociedade civil criem pol-ticas pblicas que apoiem o desenvolvimento pleno dos infantes. Foi ratifi cada pelo Brasil em 1990. Foi tambm fonte de inspirao e refe-rncia para a elaborao fi nal do Estatuto da Criana e do Adolescente ECA.

    Famlia de sangue Famlia de adooFamlia com pai e meFamlia com me sem paiFamlia com pai sem meFamlia com me e padrasto Famlia com pai e madrasta Famlia com av e avFamlia com tiasFamlia com tiosFamlia com duas mesFamlia com dois pais Famlia com pessoas amigas da criana e do adolescente.

    Quando a gente fala em famlia, estamos pensando em todos os tipos:

    O que de ne uma famlia so os laos de afetividade e de cuidado.

    A rede de afeto inclui os familiares, os amiguinhos e

    amiges, os colegas, os professores, os pro ssionais de sade, de ONGs e todos aqueles com quem as crianas e adolescentes convivem.

  • 4Estatuto da Criana e do Adolescente, O ECA, Estatuto da Criana e do Adolescente, foi resultado do trabalho conjunto do movimento so-cial, servidores pblicos e juristas, entre outros. Ele composto por 267 artigos que normatizam o ar-tigo 227 da Constituio Cidad: dever da fam-lia, da sociedade e do Estado assegurar criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profi ssionalizao, cultura, dignidade, ao res-peito, liberdade e convivncia familiar e comu-nitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso. O ECA tem como doutrina a Proteo Integral, na qual crianas e adolescentes passam a ser sujeitos de direitos e reconhecidos como pes-

    Existem crianas e adolescentes especiais.

    Mais diferentes do que a maioria. Por serem especiais

    e mais diferentes, precisam de ateno e cuidados tambm

    especiais e diferentes.

    Mas para a psicologia no existe uma criana melhor do que outra. No h adolescente menos normal do que outro. Todos tm os mesmos direitos e todos so nicos em suas singularidades. Singularidade vem de singular. Vem da frase cada um um.

  • continua

    O ECA um marco para os direitos da criana e do adolescente e um orgulho para os brasileiros.

    soas em condio peculiar de desenvolvimento. O Estatuto trabalha com 5 direitos fundamentais, aplicados a todas as crianas e adolescentes resi-dentes no Brasil. So eles: vida e sade; liberdade, respeito e dignidade; convivncia familiar e comu-nitria; educao, cultura, esporte e lazer; profi s-sionalizao e proteo no trabalho. Trata-se de uma lei a ser obedecida em todo o pas, por pesso-as fsicas, jurdicas, organizaes privadas, governa-mentais e no governamentais.

    Para respeitar a singularidade necessrio compreender e respei-tar o tempo de cada pessoa.

    Cada um tem um ritmo, uma velocidade prpria para apren-der as coisas da vida e para construir conhecimentos.

    Lei 8.069 de 1990

    Os talentos tambm diferem. Tem gente que tem jeito para uma coisa. Tem gente que tem jeito para outra. Um talento no superior a outro. Um talento no inferior a outro.

  • 55Dialogar no uma tarefa fcil: Cada um tem seus desejos Cada um tem seus sonhosCada um tem sua verdadeCada um tem seu ponto de vista e sua diversidade.

    No meio de tudo isso tem a vida.Tem a realidade que, s vezes, mais dura do que uma rapadura.

    4

    O afeto e a educao to necessrios a crianas e adolescentes so uma via com vrias mos. Uma prtica concreta para querer bem e educar bem o dilogo.

    Falar e ouvir.Ouvir e falar.Ouvir, falar, ouvir, falar, ouvir com corao.

    a chance de fazerem escolhas que daro rumos para suas vidas.

    Por conta de tudo isso, a psicologia entende a importncia dos direitos das crianas e dos adolescentes.

    Outro fato que no adiantam talentos sem oportunidades. Oportunidade a chance da criana e do adolescente mostrarem seus talentos.

  • Uma vez, algum muito sbio disse:Se voc tem uma ma e eu tenho outra ma, se trocarmos essas mas, eu e voc continuaremos com uma nica ma. Mas se eu tenho uma ideia e voc tem outra ideia, se trocarmos nossas ideias, cada um de ns fi car com duas ideias.

    O dilogo entre algumas pessoas da mesma idade traz oportunidades de encontrar solues para problemas concretos. O dilogo entre pessoas de idades diferentes traz muitas oportunidades de encontrar solues para problemas concretos.

    A psicologia descobriu, faz muito tempo, que o dilogo a porta de entrada para as solues.

    TODO SER HUMANO UM SUJEITO.Mas o que ser sujeito? ser sujeito de direitos. , na medida da sua idade, ser sujeito de responsabilidades. ter direito a expressar seus desejos, suas ideias, seus pontos de vista.Crianas e adolescentes so sujeitos de direitos.

  • 6A justi cativa era: Fao isso por amor. Fao isso porque ser melhor para ela ou para ele. Fao isso e aquilo, porque sou eu quem manda. Sou eu quem sustenta. Mas a experincia provou que decises de um lado s, costumam fracassar.

    Sistema de Garantia de Direitos da Criana e do AdolescenteInstitudo pelo Estatuto da Criana e do Adolescente, o Sistema de Garantia dos Direitos da Criana e do Ado-lescente (SGD) trabalha, ao mesmo tempo, com trs frentes: a promoo dos direitos, a defesa dos direitos e o controle social da efetivao dos direitos. Participam do SGD, alm das crianas e adolescentes, organizaes

    Outro ingrediente fundamental para garantir o crescimento integral da criana e do adolescente a participao.

    Participar torna-se parceiro nas decises. Por muito tempo, na histria da sociedade, os adultos tomavam as decises em nome das crianas e dos adolescentes.

  • claro que um adulto tem mais responsabilidades e mais anos de vida do que uma criana ou um adolescente. Mas isso no quer dizer que ele seja o nico dono da verdade. No quer dizer que ele sempre tenha razo.

    Ouvir a opinio da criana. Ouvir o que tem a dizer o adolescente meio caminho andado. Convid-los a participar das decises o resto do caminho.

    Quando o ser humano, de qualquer idade, sente que participa, ele se compromete com a soluo do problema.

    do governo e da sociedade civil. Ele opera em rede e por meio da articulao e integrao de diferentes atores so-ciais e pontos de vista, mas tendo como princpio inego-civel: a doutrina da Proteo Integral de Crianas e Adolescentes. Seu objetivo principal a efetivao dos direitos humanos da criana e do adolescente.

    Promover, defender e scalizar a garantia dos direitos

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    Acolhe denncias de maus-tratos contra crianas e adolescentes, que podem ser feitas pelas crianas, adolescentes, familiares, professores, mdicos, vi-zinhos e outros. Junto com voc, pensa em como solucionar o problema. A criana e o ado-lescente so os que contam em primeiro lugar. O con-selheiro ou conselhei-ra tutelar obrigatoria-mente pertencem comunidade.

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    Ministrio Pblico

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    Acolhe denncias de maus-tratos contra crianas e adolescentes, que podem ser feitas pelas crianas, adolescentes, familiares, professores, mdicos, vi-zinhos e outros. Junto com voc, pensa em como solucionar o problema. A criana e o ado-lescente so os que contam em primeiro lugar. O con-selheiro ou conselhei-ra tutelar obrigatoria-mente pertencem comunidade.

    um servio do SUS de carter aber-

    to e comunitrio. Referncia e trata-

    mento para crianas e adolescentes

    com transtornos mentais, psicoses,

    neuroses graves e persistentes,

    entre outros. O servio tem

    ateno diria e personalizada.

    Oferece ateno bsica e integral sade. A

    lgu-m

    as unidades contam com

    grupos de apoio e orientao a adolescentes. O

    utras ofere-cem

    assistncia psicolgica. As que no

    contam com

    psiclogos devem fazer

    o encaminham

    ento para outra UBS

    ou outro servio.

    Oferece assistncia jurdica de forma integral e

    gratuita para pessoas que no podem pagar

    um advogado. Na rea da infncia e juven-

    tude, defende adolescentes acusados de

    atos infracionais ou aqueles que cum-

    prem medidas socioeducativas por

    determinao judicial.

    Conselho Tutelar

    Psicossocial Infanto-JuvenilCAPSi - Centro de Ateno

    UBS Unidade Bsica de Sade

    Defensoria Pblica

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  • 7Toda criana e todo adolescente tm direito VIDA, ao DESENVOLVIMENTO, INTEGRIDADE.Quando um desses direitos atacado, todos os outros esto ameaados.Pois os direitos so indivisveis.

    A psicologia para todos.Mas prioritria para crianas e adolescentes ofendidos nos seus direitos.

    Conselhos dos Direitos da Criana e do Adolescente

    Instrumentos altamente de-mocrticos, os conselhos so deliberativos e contam com a participao paritria de representantes do gover-no e da sociedade civil. Para zelar pelo pblico infanto-juvenil, temos o Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente (CONANDA) e os Conse-lhos dos Direitos da Criana e do Adolescente estaduais (CONDECA) e municipais (CMDCA). Cabe a esses con-selhos formular polticas p-blicas e fi scaliz-las. H tam-bm o Conselho Tutelar responsvel pelo atendi-mento direto de crianas e adolescentes com seus direi-tos ameaados ou violados.

    Democracia no se d apenas pelo voto, se d principalmente pela participao

  • Os pro ssionais de psicologia, ar-ticulados com outros pro ssionais comprometidos com as polticas pblicas voltadas para crianas e adolescentes, so capazes de abordar com delicadeza pessoas com seus direitos ameaados ou agredidos.

    Seja qual for a situao, o que importa o interesse superior da criana e do adolescente.

    No Brasil, segundo o ECA Estatuto da Criana e do Adolescente , considera-se criana a pessoa at completar doze anos de idade.

    Adolescente a pessoa de doze a dezoito anos de idade. Nos casos expressos em lei, o ECA aplicado excepcionalmente a jovens entre 18 e 21 anos de idade.

  • Abusar sexualmente de uma criana ou de um adolescente,

    alm de crime, ferir a integridade dessa pessoa.

    O adulto abusador usa de poder sobre a criana e o adolescente.Para ele, a criana e o adolescente no so sujeitos. So objetos para sua satisfao sexual.

    A RESPONSABILIDADE NO DE QUEM SOFRE O ABUSOO problema est no abusador,que tambm precisa ser ajudado.

    Nos casos de abuso sexual, a interveno psicolgica necessria e deve ser feita com muita delicadeza para com a criana ou o adolescente.Cabe ao pro ssional de psicologia mobilizar os meios para tirar a menina ou menino da situao de abuso e, ao mesmo tempo, proteg-los de situaes e abordagens que possam humilh-los ou constrang-los.

    Direito sexualidade

  • Outro caso que merece todo res-peito e delicadeza a orientao se-xual do adolescen-te. Como disse al-gum muito sbio: Tem gente que gosta de arroz com feijo, tem gente que gosta de arroz com arroz.

    A intimidade da criana e do adolescente deve ser preservada ao mximo.

    claro que o psiclogo no pode sozinho aju-dar meninas e meninos em situao de abuso. Ele contar com os saberes dos familiares, da assistente social, do mdico, do advogado. Os educadores so parceiros particularmente importantes, uma vez que podem observar mudanas de comportamento nas crianas e adolescentes que sofrem abusos. Muitas vezes, so eles os primeiros a alertar as famlias.

    Em casos de abuso sexual, familiares e amigos da criana ou adolescente devem ser orientados em como agir diante do problema causado pelo adulto abusador.

    Garotas e garotos tm direito a DECIDIR por quem seu corao bate.

    Ter desejo sexual por pessoa do mesmo sexo

    NO DOENA. NO SEM-VERGONHICE. APENAS DESEJO.

    Ao saber de um caso de abuso, disque 100 ou denuncie no Conselho Tutelar mais prximo de voc.

  • 9A violncia dentro do lar um fenmeno mundial. Ela fruto de um conjunto de si-tuaes: a cultura machista, a injustia so-cial, a tenso entre geraes, a di culdade das relaes, entre muitas outras.Mas, como bem diz o ditado, a corda arre-benta do lado mais fraco.

    Tambm quando ocorre violn-cia contra a mulher, os lhos ressentem. Existe uma frase muito apropriada que diz: onde tem violncia todo mundo sofre.

    Crianas e adolescentes obrigados a conviver com adultos violentos desenvolvem sentimentos de culpa, medo, insegurana. Desenvolvem comportamento agressivo, isolamento social, crenas negativas acerca de si mesmos.

    Os pro ssionais de psicologia esto preparados para trabalhar com mediao de confl itos, para ajudar as pessoas a se ajudarem.

    Oramento Pblico o dinheiro de todos para ser usado nos negcios p-blicos. Como criana e adolescente so prioritrios, o oramento pblico deve prever gastos em polticas, pro-gramas e aes voltadas para esse segmento. Existe uma

    Direito a uma vida sem violncia intrafamiliar

  • 10

    Dinheiro meu, seu, de todos ns

    Direito dignidade de no ser humilhadoAlgumas crianas e adolescentes tm sido vtimas de um tipo de assdio escolar. O nome dele bullying.

    A criana ou adolescente t-mido, gordinho, menina com jei-tinho masculino, menino com jei-tinho feminino, com a lngua presa etc. pas-sam a ser perse-guidos por um ou mais colegas. Podem sofrer humilhaes ou mesmo agres-ses fsicas.

    O bullying uma violncia difcil de ser vista. Uma vez que a criana ou o adoles-cente sentem vergonha ou medo de denunciar seus agressores, geralmente criana ou adolescente como eles.

    Pais e professores, prximos da criana ou do adolescente vtima do bullying, precisam car atentos ao problema e discutir maneiras de deter essa violncia.

    A mediao do psiclogo de extrema ajuda para a criana ou o adolescente que sofrem o bullying e para a criana ou o adolescente que o pratica.

    metodologia, batizada de Oramento Criana, que checa o que est sendo in-vestido em educao, sade e direitos de cidadania das crianas e adolescentes.

  • 11Direito a sair das drogas

    As drogas so uma realidade para algumas crianas e muitos adolescentes.

    Para quem as usa, no comeo, parecem divertidas e prazerosas.

    Com o passar do tempo, aparece o sofrimento decorrente do uso indevido.

    A sociedade divide as drogas em legais e ilegais, mas todas so nocivas para pessoas de qualquer idade. Mas as drogas so particularmente NOCIVAS para crianas e adoles-centes, pois eles esto em fase especial de desenvolvimento.

  • As drogas ilegais trazem um pacote de problemas com os tra cantes e com a polcia. Alm de envolverem toda a famlia nas preocupaes.

    Os pro ssionais de psicologia, ao lado de outros pro ssionaise dos familiares, podem ajudar o usurio de lcool e outras drogas a lidar com o problema, na medida em que ele tome as rdeas da prpria histria.

    Cada ao demanda um recurso

    So fundos municipais, es-taduais e federal com re-cursos destinados exclusi-vamente ao atendimento de polticas, programas e aes dirigidos promo-o, proteo e contro-le social dos direitos das crianas e adolescentes. O dinheiro pode vir de pessoas fsicas ou jur-dicas. Tambm resultam de multas administrativas pelo no cumprimento do Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA). Os recursos do fundo so considerados pblicos.

    Fundos de Direitos da Criana e do Adolescente

  • Direito a uma nova chance

    Pessoas maiores de doze anos e menores de dezoito so responsabilizadas ao cometerem atos infracionais. Em outras palavras, so responsabilizadas quando se envolvem (ou so envolvidas) em transgresso social-legal e outros delitos.

    Os adolescentes autores de ato infracional tero que cumprir medidas socioeducativas. Elas variam de acordo com a gravidade do ato infracional e de outros fatores. Vai da advertncia at a privao da liberdade em estabelecimentos socioeducativos.

    Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE)

    Se educar antes, no ser preciso punir depois

    O SINASE um conjunto de princpios, regras e critrios de carter poltico, jurdico, pedaggico, fi nanceiro e administrativo - voltado ao adolescente que cometeu ato infracional. Seus princpios e procedimentos vo do processo de apurao do ato infracional at a aplicao e a execuo de medida socioeducativa. Toda medida so-cieducativa advertncia , obrigao de reparar o dano, prestao de servios comunidade, liberdade assistida, insero de regime de semiliberdade, privao da liber-dade destinada a preparar o adolescente em con ito com a lei para o convvio social.

  • As medidas socioeducativas tm como objetivo responsabilizar o adolescente pelo ato cometido e, ao mesmo tempo, educ-lo para compreender e respeitar as regras sociais.

    Ajudar a ver esse adolescente na totalidade e no apenas como infrator.

    Ajudar as pessoas que esto ligadas afetivamente ao adolescente a pensar ESTRATGIAS de diminuio de con itos e aumento da qualidade de convivncia.

    Ajudar a ver a fl oresta alm da rvore.

    Em que os pro ssionais de psicologia podem ajudar?

  • 13Direito a participar

    Guardadas as diferenas de idade, crianas e ado-lescentes tm o direito de participar de decises que afetam suas vidas.

    Eles so corresponsveis.

    So sujeitos de direitos.

    So pessoas inteiras.

  • Onde tem violncia contra a mulher, a criana e o adolescente sofrem

    Apesar dessa lei tratar da violncia domstica e fa-miliar contra a mulher, ela tem a ver com as crianas e os adolescentes. Quan-do a me ameaada ou agredida, os filhos passam a viver em um ambiente inseguro e traumtico. A Lei Maria da Penha traz mecanismos para respon-sabilizar o agressor e pro-teger a vtima.

    Lei Maria da Penha, Lei 11.340 de 2006

  • crianas e adolescentesOBJETO FANTOCHE

    PROJEO DESESPERO QUADRADO CPIA

    PASSIVO IDEAL MECNICO PREVISVEL

    VAZIO BURRO MUDO INSENSVEL MURO ABSTRATO SURDO

    PROJETO RECEPTOR MONO VECULO MENTIRA

    RECIPIENTE PGINA PARTE COISA NMERO

    SEM FRAGMENTO INVISVEL ADULTO

    crianas e adolescentes no so

  • SUJEITO PESSOA REALIDADE ESPERANA

    REDONDO ORIGINAL ATIVO REAL DINMICO IMPREVISVEL

    CHEIO CRIATIVO INTELIGENTE

    FALANTE SENSVEL JANELA CONCRETO

    OUVINTE REALIZAO

    EMISSOR POLI MENSAGEM VERDADE

    CONTEDO ALFABETO TODO GENTE HISTRIA

    COM TODO VISVEL CRIANA E

    ADOLESCENTE

    crianas e adolescentescrianas e adolescentes so

  • IBEAC

    Coordenao EditorialBel Santos MayerVera Lion

    Pesquisa, entrevistas e criao de textosFernanda Pompeu

    Projeto gr co, imagens, diagramao e edio de arteCelso Linck

    Contedo a partir de entrevistas concedidas por: Fernanda Bastos Lavarello, Gabriela Gramkow, Lcia Fonseca de Toledo e Maria Cristina Vicentin

    Fontes principais: Manual de Orientaes do CRP SP. Cadernos Temticos do CRP SP. Infncia e Adolescncia: uma clnica necessariamente ampliada de Maria Cristina Vicentin. Sociedades sem Ternura de Simone Al Behy Andr. ECA para Jornalistas da Rede Andi e Ita Criana. Uma Rede Leva a Outra da Prefeitura Municipal de Vrzea Paulista.Imagens a partir de Stock.Xchng

    Agradecimentos a Cludio Hortncio Costa e Rgine Ferrandis.

  • I. O psiclogo basear o seu trabalho no respeito e na pro-moo da liberdade, da dignida-de, da igualdade e da integrida-de do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Decla-rao Universal dos Direitos Humanos.

    II. O psiclogo trabalhar visan-do promover a sade e a quali-dade de vida das pessoas e das coletividades e contribuir para a eliminao de quaisquer for-mas de negligncia, discrimina-o, explorao, violncia, cruel-dade e opresso.

    III. O psiclogo atuar com responsabilidade social, anali-sando crtica e historicamente a realidade poltica, econmi-ca, social e cultural.

    IV. O psiclogo atuar com responsabilidade, por meio do contnuo aprimoramento pro-

    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO CDIGO DE TICA DOS PSICLOGOS

    fi ssional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicolo-gia como campo cientfi co de co nhe cimento e de prtica.

    V. O psiclogo contribuir para promover a universalizao do acesso da populao s infor-maes, ao conhecimento da cincia psicolgica, aos servi-os e aos padres ticos da profi sso.

    VI. O psiclogo zelar para que o exerccio profi ssional seja efetuado com dignidade, rejei-tando situaes em que a Psi-cologia esteja sendo aviltada.

    VII. O psiclogo considerar as relaes de poder nos contex-tos em que atua e os impactos dessas relaes sobre as suas atividades profi ssionais, posi-cionando-se de forma crtica e em consonncia com os demais princpios deste Cdigo.

    Conhea o Cdigo de tica na ntegra e outras legislaes no site do CRP:www.crpsp.org.br

    Estranhou a postura do psiclogo?Converse com ele e, se necessrio, procure o CRP.

  • Srie ComuniCao PoPular CrP SPI. A psicologia e sua interface

    com os direitos das crianas e dos adolescentes