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CONTROLE DA MASTITE BOVINA CARTILHA Projeto: Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle da maste bovina Coordenador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Blanco Linares CARTILHA SOBRE O CONTROLE DA MASTITE BOVINA Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle da maste bovina Neste contexto, o uso de plantas medicinais ou fitoterápicos são um campo promissor de controle alternavo para a maste bovina (NEVES 2013). Dentre as espécies que tem sido objeto de estudos, citam-se: o alho (Allium sa- vum), Confrei (Symphytum officinale) e Erva-macaé (Leonorus sibiricus L.) (NEVES 2013; EMATER/RS, 2005). Apesar de alguns resultados do uso de planta medi- cinais serem promissores no controle ou cura da maste, existem poucas informa- ções seguras sobre os mesmos e, muitas vezes, se dispersam e não chegam aos produtores rurais, principalmente os de base familiar. A seguir é disponibilizado a formu- lação da ração desenvolvida na pesquisa intulada “Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle de maste bovina” desenvolvida na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Câmpus de Frede- rico Wesphalen e financiada pela Secreta- ria da Ciência, Inovação e Desenvolvi- mento Tecnológico do Rio Grande do Sul. De acordo com os resultados encontrados no projeto, pode-se verificar que as quandades de 25 e 50 gramas de folhas secas e parculadas de mirlo (Vaccinium ashei) adicionadas a ração base apresentaram resultados similares e promissores para o período de inverno. Essas quandades de mirlo foram capazes de diminuir a CCS em compara- ção ao período que antecedeu o trata- mento, bem como, preveniu o aumento da CCS quando se compara ao ocorrido dentro do grupo controle (não tratado) no mesmo período. - Farelo de soja (46% de proteína) - Milho moído fino para bovinos e mineral (Ca 16%, P 4,5%, Mg 3,5%, K 1,0%, S 2,0%, Na 6,5%, Cl 0%, Co 30 mg/Kg, Cu 1150 mg/Kg, Mn 2200 mg/Kg, Zn 4000 mg/Kg, Se 30 mg/Kg, I 40 mg/Kg, A 400000 UI/Kg, D 100000 UI/Kg, E 1500000 UI/Kg) nas respecvas proporções de 35 %, 60 % e 5 %. Dica: Cada animal deverá receber diaria- mente 0,016 Kg de ração/Kg de peso cor- póreo. Ao que será disponibilizado ao animal deve-se adicionar 25 gramas de folhas secas parculadas de mirlo (Vaccinium ashei) por dia/30 dias. A formulação poderá variar de acordo com as demandas nutricionais de cada animal. Alternativas para o controle Formulação da Ração

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CONTROLE DA MASTITE BOVINA

CARTILHA

Projeto: Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle da mas�te bovina

Coordenador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Blanco Linares

CARTILHA SOBRE O CONTROLE DA MASTITE BOVINA

Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle da mas�te bovina

Neste contexto, o uso de plantas

medicinais ou fitoterápicos são um

campo promissor de controle alterna�vo

para a mas�te bovina (NEVES 2013).

Dentre as espécies que tem sido objeto

de estudos, citam-se: o alho (Allium sa�-

vum), Confrei (Symphytum officinale) e

Erva-macaé (Leonorus sibiricus L.) (NEVES

2013; EMATER/RS, 2005). Apesar de

alguns resultados do uso de planta medi-

cinais serem promissores no controle ou

cura da mas�te, existem poucas informa-

ções seguras sobre os mesmos e, muitas

vezes, se dispersam e não chegam aos

produtores rurais, principalmente os de

base familiar.

A seguir é disponibilizado a formu-

lação da ração desenvolvida na pesquisa

in�tulada “Elaboração de uma ração

contendo planta medicinal para controle

de mas�te bovina” desenvolvida na

Universidade Regional Integrada do Alto

Uruguai e das Missões Câmpus de Frede-

rico Wesphalen e financiada pela Secreta-

ria da Ciência, Inovação e Desenvolvi-

mento Tecnológico do Rio Grande do Sul.

De acordo com os resultados

encontrados no projeto, pode-se verificar

que as quan�dades de 25 e 50 gramas de

folhas secas e par�culadas de mir�lo

(Vaccinium ashei) adicionadas a ração

base apresentaram resultados similares e

promissores para o período de inverno.

Essas quan�dades de mir�lo foram

capazes de diminuir a CCS em compara-

ção ao período que antecedeu o trata-

mento, bem como, preveniu o aumento

da CCS quando se compara ao ocorrido

dentro do grupo controle (não tratado)

no mesmo período.

- Farelo de soja (46% de proteína)

- Milho moído fino para bovinos e

mineral (Ca 16%, P 4,5%, Mg 3,5%, K 1,0%,

S 2,0%, Na 6,5%, Cl 0%, Co 30 mg/Kg, Cu

1150 mg/Kg, Mn 2200 mg/Kg, Zn 4000

mg/Kg, Se 30 mg/Kg, I 40 mg/Kg, A

400000 UI/Kg, D 100000 UI/Kg, E

1 5 0 0 0 0 0 U I / K g ) n a s re s p e c � va s

proporções de 35 %, 60 % e 5 %.

Dica: Cada animal deverá receber diaria-

mente 0,016 Kg de ração/Kg de peso cor-

póreo. Ao que será disponibilizado ao

animal deve-se adicionar 25 gramas de

folhas secas par�culadas de mir�lo

(Vaccinium ashei) por dia/30 dias.

A formulação poderá variar de acordo com as demandas nutricionais de cada animal.

Alternativas para o controle

Formulação da Ração

CARTILHA SOBRE O CONTROLE DA MASTITE BOVINA

Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle da mas�te bovina

Ao contrário da mas�te clínica,

facilmente diagnos�cada, a subclínica

tem sido um entrave, uma vez que o

mesmo é realizado somente por métodos

específicos e sensíveis (DIAS, 2007).

Como métodos que auxiliam no

diagnós�co da mas�te subclínica,

citam-se: California Mas��s Test (CMT)

e contagem de células somá�cas (CCS).

O CMT é um teste que pode ser realiza-

do na sala de ordenha ou a campo. É um

método prá�co e se baseia na avaliação

da contagem de células somá�cas por

método indireto qualita�vo (FAGLIARI

et al., 1983). Outro método é a CCS, este

cons�tui a base das técnicas de diag-

nós�co das mas�tes em todas as

espécies de ruminantes le i te iros

(MOTA, 2008). A CCS se baseia na conta-

gem de células inflamatórias, neutrófi-

los e células epiteliais, e é ú�l no moni-

toramento da saúde da glândula mamá-

ria de vacas (SANTOS & FONSECA,

2007). Apesar de ambos os métodos

serem bastante u�lizados, a CCS e o

CMT sofrem alterações importantes

conforme o estágio de lactação, idade

do animal, estação do ano e vários

outros �pos de estresses. Além disso,

esses métodos normalmente detectam

a doença quando em estágio avançado

(BEAUDEAU et al., 2002).

Esquemas terapêu�cos u�lizados

para tratamento de mas�tes clínicas ou

subclínicas recomendam aplicações

medicamentosas, via intramamária

(TYLER et al., 1992; FRITON et al., 1998),

acompanhada, em alguns casos, de tera-

pia associada por via parenteral (OWENS

et al., 1993; OWENS et al., 1994). Para o

tratamento das mas�tes subclínicas a

an�bio�coterapia deve ser estratégica,

levando-se em consideração o custo e a

perda de leite devido a carência dos an�-

bió�cos, que serão eliminados no ali-

mento, inviabilizando sua u�lização

(WILSON et al., 1986; CULLOR, 1993,

PITKÄLÄ et al., 2004).

Diagnóstico da mastite subclínica

Tratamentos da Mastite

CARTILHA SOBRE O CONTROLE DA MASTITE BOVINA

Elaboração de uma ração contendo planta medicinal para controle da mas�te bovina

A mas�te caracteriza-se por ser um processo inflamatório da glândula mamária e, e�ologicamente, trata-se de uma doença complexa de caráter mul�fa-torial, envolvendo diversos patógenos, o ambiente e fatores inerentes ao animal (BRESSAN, 2000).

Esta doença representa um dos principais entraves para bovinocultura leiteira, devido aos severos prejuízos econômicos que ela acarreta com elevação de custos com mão-de-obra, medicamen-

tos, serviços veterinários, além da diminui-ção na produção, alteração química do leite com consequente descarte do alimento e elevada possibilidade de descarte precoce do animal (RIBEIRO et al., 2003; PITKÄLÄ et al., 2004). Além dos impactos causados no animal, tem elevada importância na saúde pública, devido ao envolvimento de bactérias patogênicas que podem ser transmi�das ao humano através do leite contaminado (COSER et al., 2012; DIAS, 2007).

Em bovinos esta doença apresen-ta-se de duas formas. A mas�te clínica, onde as alterações são visíveis macrosco-picamente e mas�te subclínica, onde as alterações não são visíveis a olho nu (FONSECA & SANTOS, 2000; DIAS, 2007).

A mas�te c l ínica determina perdas elevadas por descarte do leite, gastos com medicamentos, perda funcional de glândulas e até por morte do animal. Apesar dos prejuízos serem substanciais, os causados pela mas�te subclínica são ainda maiores, pelo fato

desta apresentar caráter silencioso e não despertar tanto a atenção do produtor. (FONSECA & SANTOS, 2001). Essas caracterís�cas da forma subclínica favorecem a disseminação da mas�te no rebanho, e ainda proporciona ao produtor uma falsa tranquilidade em relação à ocorrência da mesma (COSER et al., 2012). De acordo com Santos (2001), a redução na produção devido à mas�te subclínica representa entre 70% e 80% dos custos totais da doença (SANTOS, 2001).

O que é a Mastite Bovina?

Formas Clínicas