cartilha - reduzindo o estigma entre usuários de drogas

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Autores Telmo Mota Ronzani Ana Regina Noto Pollyanna Santos da Silveira Colaboradores Ana Luísa Marlière Casela Bárbara Any Bianchi Bottaro de Andrade Érika Pizziolo Monteiro Gabriela Correia Lubambo Ferreira Jéssica Verônica Tibúrcio de Freitas Reduzindo o estigma entre usuários de drogas guia para profissionais e gestores

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Cartilha de orientações à luz da estratégia de redução de danos.

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  • AutoresTelmo Mota Ronzani

    Ana Regina NotoPollyanna Santos da Silveira

    ColaboradoresAna Lusa Marlire Casela

    Brbara Any Bianchi Bottaro de Andraderika Pizziolo Monteiro

    Gabriela Correia Lubambo FerreiraJssica Vernica Tibrcio de Freitas

    Reduzindo o estigma entreusurios de drogas

    guia para profissionais e gestores

  • Editora UFJF 2014Este material de uso livre e gratuito e pode ser copiado na ntegra ou em partes, desde que se cite a fonte. Qualquer dvida

    ou informao, entre em contato conosco pelo email: [email protected] O contedo desta obra, alm de autorizaes relacionadas permisso de uso de imagens e/ou textos de outro(s) autor(es),

    de inteira responsabilidade do(s) autor(es) e/ou organizador(es).

    ReitorHenrique Duque Miranda Chaves Filho

    Vice-ReitorJos Luiz Rezende Pereira

    Diretor da Editora UFJF/Presidente do Conselho Editorial

    Antenor Salzer Rodrigues

    Conselho EditorialAfonso Celso Carvalho Rodrigues

    Fabrcio Alvim CarvalhoFrederico Braida

    Henrique Nogueira ReisRogerio Casagrande

    Sueli Maria dos Reis Santos

    Editora UFJFRua Benjamin Constant, 790. Centro - Juiz de Fora - MG. CEP: 36015-400

    Fone/Fax: (32) 3229-7645 | (32) [email protected] | [email protected] | www.editoraufjf.com.br

    Studio Editora UFJF

    Projeto grfico, editorao e capa

    Tamara Nogueira

    Reviso de portugus e normas tcnicas

    Nathalie dos Reis Itaborai

    Ronzani, Telmo Mota.Reduzindo o estigma entre usurios de drogas : guia para profissionais e gestores / Telmo Mota Ronzani, Ana Regina Noto, Pollyanna Santos da Silveira ; colaboradores Ana Lusa Marlire Casela ... [et al.] Juiz de Fora : Editora UFJF, 2014. 24 p.

    ISBN9788576721970

    1. Drogas ilcitas. 2. Estigma. I. Noto, Ana Regina. II. Silveira, Pollyanna Santos da. III. Casela, Ana Lusa Marlire. IV. Ttulo.

    CDU 615.099

  • Sumrio

    05. Apresentao 07. Introduo08. O estigma e os servios de sade09. Mas o que estigma?11. Ser que os usurios de drogas percebem o estigma associado

    sua condio?13. Qual o impacto do estigma para o tratamento?13. Como enfrentar o estigma?15. Estratgias de reduo de estigma16. Como avaliar o estigma internalizado?18. Qual o papel da famlia para a recuperao de dependentes de

    substncias e como inclu-la no tratamento?19. Como posso utilizar esse material?20. Referncias consultadas

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    Apresentao

    Apesar dos relatos do uso milenar de drogas, a mudana do contexto de uso, anteriormente ligado para fins ritualsticos, passando principalmente para o recreacional e ligados ao prazer, tem trazido alguns desafios para a sociedade moderna. Acrescenta-se a isso, aspectos geopolticos, culturais, ideolgicos e econmicos envolvidos no tema que so base para interpretaes do que pessoas e sociedades pensam e julgam sobre o comportamento de consumo de drogas.

    Portanto, importante entendermos em que contexto fazemos nossos julgamentos sobre o que usar drogas e o que est por trs do que lcito ou ilcito. Frente complexidade do tema, temos o grande desafio de organizar nossos servios e sistemas de cuidados aos usurios de drogas para evitar que estes reflitam vises equivocadas sobre como resolver o problema das drogas. O preconceito, discriminao e estigma aos usurios uma barreira importante para o tratamento. Para alm das abordagens tcnicas de cuidado, a esfera da relao entre profissional e usurio aparece como um fator fundamental para o cuidado adequado.

    Sabemos que muitos portadores de sofrimento mental e usurios de drogas so alvo de estigmas que os excluem do direito ao cuidado sade. Por essa razo, o presente material tem como objetivo apresentar alguns conceitos e ferramentas teis para profissionais de diversas reas e gestores. Pretende-se, assim, contribuir para um tratamento mais adequado do estigma relacionado aos usurios de drogas e para a realizao de intervenes junto aos mesmos a fim de reduzir o estigma e, consequentemente, melhorar o cuidado da sade dessas pessoas.

    Este um material desenvolvido pelo Centro de Referncia em Pesquisa, Interveno e Avaliao em lcool e Drogas (CREPEIA) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), resultado de alguns anos de pesquisa na rea. O material de uso livre e gratuito para profissionais e gestores de vrias reas.

  • 7

    Introduo

    O consumo de substncias psicoativas faz parte da histria da humanidade e est associado a diversas situaes, tendo cada uma delas sua relevncia social, poltica, econmica e religiosa em diferentes contextos e pocas.

    FIGURA 1

    Relevncia do uso de drogas na histria da humanidade

    Fonte: adaptado de Duarte e Morihisa (2008)

    As drogas so substncias que provocam alteraes fsicas e psicolgicas nas pessoas que as consomem. Entre as drogas esto includas as substncias lcitas, como lcool, tabaco e alguns medicamentos, e as substncias ilcitas, como a maconha, o crack, LSD, ecstasy, opiceos, entre outras.

    Vale ressaltar que a relao dos indivduos com cada substncia psicoativa varia em funo do contexto e de seu padro de uso, podendo apresentar baixos riscos. Contudo, determinados padres de consumo podem ser altamente disfuncionais, acarretando prejuzos biolgicos, psicolgicos e sociais.

    O abuso e a dependncia de drogas acarretam uma srie de consequncias negativas para a vida, incluindo problemas de sade e psicolgicos, prejuzos nas relaes sociais e familiares, alm de problemas legais e com a justia.

  • 8

    FIGURA 2

    As consequncias do uso de drogas

    Frente a este contexto, importante avaliar o uso de drogas e os usurios em uma relao complexa na qual a dimenso humana precisa ser considerada. Ou seja, a forma como a pessoa se relaciona com a droga que deve ser considerada e no a droga em si. Muitos usurios perdem a oportunidade de terem acesso a um cuidado adequado por serem vtimas de preconceito e estigmatizao nos servios de sade. Para reverter esta situao, preciso haver uma mudana de postura por parte dos profissionais.

    O estigma e os serviosde sade

    Uma das razes que interferem diretamente no cuidado de dependentes de lcool e outras drogas o estigma, que faz com que os usurios sejam vistos como perigosos, violentos e nicos responsveis pela sua condio. Diversas razes podem justificar a estigmatizao do uso de drogas por parte dos profissionais de sade, incluindo o fato de que, muitas vezes, o consumo de drogas no visto como um problema de sade, mas como falha de carter, fazendo com que seja atribuda ao usurio a responsabilidade pelo aparecimento e pela soluo do seu problema. Tal postura restringe as possibilidades de acolhimento e acesso para pessoas que apresentam problemas com o uso de drogas. O estigma e a discriminao de usurios de drogas afeta negativamente a qualidade dos

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    servios prestados, podendo constituir uma barreira para a busca por ajuda, alm de limitar o acesso e a utilizao dos servios.

    Alguns exemplos de crenas estigmatizantes no cenrio dos servios de sade:

    FIGURA 3

    Pensamentos e ideias sobre os usurios de drogas compartilhados pela populao

    Com isso, os profissionais:

    No tm motivao para desenvolver estratgias de preveno e tratamento por acreditarem que os usurios no iro conseguir parar de consumir drogas e, consequentemente, tendem a se afastar destes pacientes.

    Mas o que o estigma?

    O estigma uma construo social que representa uma marca a qual atribui ao seu portador um status desvalorizado em relao aos outros membros da sociedade. Ocorre na medida em que os indivduos so identificados com base em alguma caracterstica indesejvel que possuem e, a partir disso, so discriminados e desvalorizados pela sociedade. Esse tipo de estigma chamado de estigma social ou pblico.

  • 10

    FIGURA 4

    A construo social do estigma

    Fonte: adaptado de Goffman (1978)

    Os usurios de drogas sofrem constantemente com os efeitos prejudiciais do processo de estigmatizao. Consequncias como perda da autoestima, restrio das interaes sociais e perspectivas limitadas de recuperao influenciam negativamente no tratamento dos usurios de drogas. Alm disso, as informaes deturpadas transmitidas pela mdia somadas falta de conhecimento sobre o transtorno faz com que os usurios de drogas sejam temidos e vistos como incapazes de se recuperar. Assim, sofrem com a desconfiana, esteretipos negativos, preconceitos e discriminao.

    importante compreender que o estigma existe em um crculo vicioso: o estigma encoraja o preconceito e a discriminao e estes, por sua vez, reforam a ocorrncia do estigma.

    FIGURA 5

    Crculo vicioso do estigma social

    Fonte: adaptado de Link e Phelan (2001)

  • 11

    Ser que os usuriosde drogas percebemo estigma associado

    sua condio?

    A percepo do estigma ocorre medida que o usurio se torna consciente das vises negativas que as outras pessoas da sociedade tm sobre o uso de drogas. Essa percepo pode desencoraj-lo a buscar servios de tratamento na tentativa de evitar que ele seja visto como parte de um grupo estigmatizado. Alm disso, como uma consequncia direta da percepo do estigma, os usurios podem passar a concordar com essa viso negativa da sociedade e aplicar os esteretipos negativos a si prprios, o que caracteriza o estigma internalizado.

    FIGURA 6

    O processo da internalizao do estigma

    Fonte: adaptado de Corrigan e Watson (2002)

    O estigma internalizado um processo subjetivo que faz com que o usurio de drogas tente esconder a sua condio dos outros para que consiga evitar as experincias de discriminao. As consequncias desse processo so extremamente prejudiciais:

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    FIGURA 7

    Consequncias do estigma internalizado para os indivduos usurios de drogas

    Fonte: adaptado de Ahern et al. (2007), Corrigan e Rao (2012), e Livingston et al. (2011).

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    Qual o impacto do estigma para o tratamento?

    Ao sofrerem os efeitos da estigmatizao, os usurios de drogas evitam buscar ajuda para o tratamento de suas condies, agravando os problemas de sade e, mesmo quando procuram o tratamento, a adeso baixa, caracterizando idas e vindas aos servios de sade em funo, muitas vezes, de uma interveno desumanizada e discriminatria.

    Outra consequncia direta do estigma internalizado para o tratamento o impacto negativo da baixa autoestima e baixa autoeficcia que interferem na realizao dos objetivos de vida. Os usurios de drogas no acreditam que possam se beneficiar do tratamento porque se sentem incapazes. Assim, os sentimentos de desvalor e de incapacidade fazem com que eles pensem que no existem razes para se recuperar.

    Como enfrentar o estigma?

    O tratamento da dependncia deve ser visto como uma parceria entre profissional, usurio, famlia e comunidade, sem que a responsabilidade pela recuperao caia inteiramente sobre uma das partes. Antes de se pensar em enfrentar o estigma, de extrema importncia que os profissionais de sade estejam conscientes da forma como pensam sobre os usurios de drogas. Percepes estigmatizantes e estereotipadas podem afetar a motivao do profissional para lidar com o problema de sade.

    Antes de pensar em estratgias de reduo, como vocs, gestores e profissionais de sade veem os usurios de drogas?

  • 14

    FIGURA 8

    Questionamentos sobre a prpria viso sobre os usurios de drogas

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    Estratgias de reduode estigma

    Considerando o impacto negativo da estigmatizao para o tratamento dos usurios de drogas, estratgias de reduo de estigma tm sido apresentadas como uma forma de se abordar essa temtica nos servios de sade. Apresentaremos, a seguir, algumas possveis estratgias de enfrentamento para trabalhar as vises estigmatizantes da populao em geral e dos prprios usurios acerca do uso de drogas, e com relao s expectativas negativas sobre o futuro deles.

    FIGURA 9

    Estratgias de reduo do estigma

    Fonte: adaptado de Rusch, Angermeyer e Corrigan (2005), e Livingston et al. (2011)

    Estratgias de reduo do estigma social

    Protesto: se refere mobilizao social sobre aspectos relacionados ao uso de drogas, entre eles, o uso de linguagem pejorativa atravs da qual a mdia exerce um papel de divulgao de imagens negativas em relao aos usurios de drogas.

    Contato: promover o contato com usurios de substncias pode ajudar a diminuir opinies negativas a respeito deles, a partir da troca de experincias, bem como da possibilidade de testar algumas crenas errneas.

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    Educao: inclui apresentaes, discusses, simulaes e filmes que visam alterar atitudes e comportamentos em um nvel comunitrio, levando diminuio da discriminao, o que geralmente o primeiro passo e pode ser combinado com outras estratgias.

    Estratgias de reduo ao estigma internalizado

    Grupos de suporte: contribuem para a construo de uma noo de identidade, autoestima, habilidades de enfrentamento e integrao social. Suporte mtuo consiste em encorajamento para adeso ao tratamento, no qual h compartilhamento de experincias entre os membros. Atravs da troca de informao por meio de abordagens educacionais, o pblico em geral includo no processo.

    Autonomia: estratgia que permite trabalhar a promoo de autonomia para que os usurios de drogas se tornem ativos no processo de recuperao.

    Como avaliar oestigma internalizado?

    Para avaliar o estigma internalizado, h uma escala denominada ISMI-BR (ANEXO 1): Verso Brasileira da Escala de Estigma Internalizado de Transtorno Mental adaptada para Dependentes de Substncias (Soares, 2011) que, embora no permita uma classificao direta, pode ser uma importante ferramenta na compreenso deste fenmeno. A escala de fcil aplicao e apresenta bons ndices de confiabilidade e validade. O instrumento construdo para transtorno mental geral, que foi traduzido e validado no Brasil para dependentes de substncias, contm 29 itens agrupados tematicamente em cinco fatores descritos abaixo:

  • 17

    FIGURA 10

    Fatores que compem a ISMI-BR

    Fonte: adaptado de Ritsher, Otilingam e Grajales (2003), e Soares (2011).

  • 18

    Como corrigir a ISMI-BR?

    1) Some as pontuaes das questes de 1 a 29;

    2) A pontuao mnima ser de 29 pontos e a pontuao mxima de 116 pontos;

    3) Compare o valor total da pontuao;

    4) Quanto maior a pontuao, mais alto o nvel de percepo do estigma internalizado do dependente de lcool e outras drogas.

    Qual o papel da famliapara a recuperao de

    dependentes de substnciase como inclu-la no

    tratamento?

    As pessoas que crescem em ambientes familiares sem regras claras e com uma relao pobre com os membros da famlia apresentam maiores chances de se engajarem em comportamentos de risco, como o abuso de lcool e outras drogas. sabido que pessoas com problemas com lcool e outras drogas sofrem um impacto negativo em suas relaes sociais e familiares, resultando no afastamento do convvio social, uma vez que as drogas passam a ser o foco central dos indivduos.

  • 19

    Por outro lado, a famlia tem sido considerada como um recurso importante para o tratamento de dependentes de drogas ao fornecer um ambiente seguro e atuando como fonte de apoio. Ao propiciar ateno, afeto, proteo, conforto e empatia, as famlias so capazes de promover comportamentos saudveis, aumentando as chances de que esses comportamentos sejam mantidos ao longo do tempo.

    Como engajar os familiares no tratamento?

    1) Identificar qual(is) familiar(es) que o usurio de drogas tem como referncia;

    2) Entrar em contato com o(s) familiar(es) de referncia e formar um grupo de suporte;

    3) No grupo, avaliar as crenas dos familiares sobre o uso de drogas e realizar uma psicoeducao do uso de drogas.

    Como posso utilizaresse material?

    A incluso do tema estigma no tratamento e no cuidado ao usurio muito importante para a melhora da sua ao. Para isso, sugerimos que gestores, equipe e profissionais procurem planejar aes de reduo de estigma, conforme propomos nesse material. O planejamento em grupo, envolvendo toda a equipe e famlia, aumenta significativamente o impacto dessa estratgia.

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    Links teis

    - VIVA VOZ: http://www.brasil.gov.br/crackepossivelvencer/cuidado/onde-encontrar-ajuda/vivavoz

    - Beber menos: https://www.informalcool.org.br/

    - Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas (SENAD): http://portal.mj.gov.br/senad/

    - Observatrio Brasileiro de Informaes sobre Drogas (OBID): http://www.obid.senad.gov.br

    Referncias consultada

    Ablon, J. (2002). The nature of stigma and medical conditions. Epilepsy & Behavior, 3(6), 2-9.

    Ahern, J., Stuber, J., & Galea, S. (2007). Stigma, discrimination and the health of illicit drug users. Drug and Alcohol Dependence, 88(2-3), 188196.

    Corrigan, P. W., & Rao, D. (2012). On the Self-Stigma of Mental Illness: Stages, Disclosure, and Strategies for Change. Canadian Journal of Psychiatry, 57(8), 464-469.

    Corrigan, P. W., & Watson, A. C. (2002). The paradox of self-stigma and mental illness. Clinical Psychology-Science and Practice, 9(1), 35-53.

    Duarte, C. E., Morihisa, R. S. (2008). Experimentao, uso, abuso e dependncia de drogas. In Preveno ao uso de lcool e outras drogas no ambiente de trabalho: conhecer para ajudar (pp. 41-49). Braslia: Secretaria Nacional Antidroga e Servio Social da Indstria.

    Goffman, E. (1978). Estigma: notas sobre a manipulao da identidade deteriorada (2 ed.). Rio de Janeiro: Zahar.

    Link, B. G., & Phelan, J. C. (2001). Conceptualizing Stigma. Annual Review of Sociology, 27, 363 - 385.

    Livingston, J. D., Milne, T., Fang, M. L., & Amari, E. (2011). The Effectiveness of Interventions for Reducing Stigma Related to Substance Use Disorders: A Systematic Review. Addiction, 107(1), 39-50.

    Peluso, . T. P., & Blay, S. L. (2004). Community Perception of Mental Disorders: A Systematic Review of Latin American and Caribbean Studies. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol, 39(12), 955-961.

    Ritsher, J. B., Otilingam, P. G., & Grajales, M. (2003). Internalized stigma of mental illness: psychometric properties of a new measure. Psychiatry Research, 121(1), 31-49.

    Rusch, N., Angermeyer, M. C., & Corrigan, P. W. (2005). Mental illness stigma: Concepts, consequences, and initiatives to reduce stigma. European Psychiatry, 20(8), 529-539.

    Silveira, P. S. (2010). Estigmatizao do uso de lcool e outras drogas entre profissionais de sade de Juiz de Fora (dissertao de Mestrado). Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil.

  • 21

    Soares, R. G. (2011). Validao da verso brasileira da Escala de Estigma Internalizado de Transtorno Mental (ISMI) adaptada para Dependentes de Substncias (dissertao de Mestrado). Universidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil.

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    ANEXO 1

    Autoestigma (ISMI-BR)

    Neste questionrio, ser usado o termo dependente de substncias, mas, por favor, PENSE NISTO USANDO O TERMO QUE VOC ACHA QUE MELHOR SE APLICA.

    Para cada questo, por favor, diga se voc discorda totalmente (1), discorda (2), concorda (3) ou concorda totalmente (4).

    Proposies Discordo totalmente Discordo ConcordoConcordo totalmente

    1. Voc se sente fora de lugar no mundo por ter uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    2. Pessoas com dependncia de substncias tendem a ser violentas.

    1 2 3 4

    3. As pessoas te discriminam por voc ter uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    4. Voc evita se aproximar das pessoas que no tm dependncia de substncias para evitar rejeio.

    1 2 3 4

    5. Voc fica envergonhado ou constrangido por ter uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    6. Pessoas com dependncia de substncias no deveriam se casar.

    1 2 3 4

    7. As pessoas com dependncia de substncias fazem importantes contribuies para a sociedade.

    1 2 3 4

    8. Voc se sente inferior aos outros que no possuem dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    9. Voc no se socializa tanto quanto voc costumava porque sua dependncia de substncias poderia te fazer parecer ou se comportar estranho.

    1 2 3 4

    10. Pessoas com dependncia de substncias no podem viver uma vida boa, uma vida satisfatria.

    1 2 3 4

    11. Voc no fala muito sobre voc mesmo porque voc no quer incomodar os outros com a sua dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    12. Imagens negativas sobre a dependncia de substncias te mantm afastado do mundo normal.

    1 2 3 4

    13. Estar rodeado por pessoas que no tem uma dependncia de substncias te faz sentir fora de lugar ou inadequado.

    1 2 3 4

  • 23

    Proposies Discordo totalmente Discordo ConcordoConcordo totalmente

    14. Voc se sente vontade quando est em pblico na companhia de uma pessoa considerada dependente de substncias.

    1 2 3 4

    15. As pessoas frequentemente te tratam com condescendncia, ou te tratam como criana apenas porque voc tem uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    16. Voc est desapontado consigo mesmo por ter uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    17. Ter uma dependncia de substncias tem prejudicado sua vida.

    1 2 3 4

    18. As pessoas percebem que voc tem uma dependncia de substncias pela sua aparncia.

    1 2 3 4

    19. Por voc ter uma dependncia de substncias voc precisa que os outros tomem a maioria das decises por voc.

    1 2 3 4

    20. Voc evita situaes sociais para proteger sua famlia ou amigos do constrangimento.

    1 2 3 4

    21. Pessoas sem dependncia de substncias possivelmente no conseguiriam te compreender.

    1 2 3 4

    22. As pessoas te ignoram ou no te levam a srio apenas porque voc tem uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    23. Voc no pode contribuir com nada para a sociedade por voc ter uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    24. Viver com uma dependncia de substncias te tornou um forte sobrevivente.

    1 2 3 4

    25. Ningum se interessaria em se aproximar de voc porque voc tem uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    26. Geralmente, voc capaz de viver uma vida como voc quer.

    1 2 3 4

    27. Voc pode ter uma vida boa, plena, apesar de sua dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    28. Os outros pensam que voc no pode alcanar muito na vida por voc ter uma dependncia de substncias.

    1 2 3 4

    29. As imagens sobre os dependentes de substncias se aplicam a voc.

    1 2 3 4

  • Informaes Grficas

    Formato: 20 cm x 23 cm

    Mancha: 16 cm x 20 cm

    Tipologia: Helvetica

    Papel: Couch 115 g/m2 (miolo) - Carto Supremo 250 g/m2 (capa)

    Tiragem: 3.000 exemplares

    Impresso e acabamento: