cartilha rede san parte4

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  • 8/14/2019 Cartilha Rede San Parte4

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    OFICINA 10Valor nutricional dos alimentosOBJETIVOSa) discutir sobre o que deve compor uma refeio diria; eb) entender o valor nutricional de cada grupo de alimentos e a necessi-dade de manter uma alimentao equilibrada.

    10.1 TCNICA: O ato de sentir os alimentosPasso a passo:

    a) as pessoas ficam em p, formando um crculo;

    b) o(a) educador(a) coloca uma msica suave e pede para as pessoas fecharemos olhos. Os(as) participantes recebem, aos poucos, alguns alimentos com di-

    ferentes sabores (exemplos: agrio, mexerica e po integral);

    c) ao som da msica, as pessoas so orientadas para sentir o cheiro, a texturae a forma de cada alimento;

    d) em seguida, elas devem comer lentamente, saboreando e prestando muitaateno ao gosto de cada alimento;

    e) o(a) educador(a) faz algumas perguntas:

    - Como foi a experincia de sentir os alimentos?,

    - Como foi o cheiro, a textura, o sabor e a forma de cada alimento?,

    - Vocs sentiram diferena entre os sabores doce, amargo e azedo?,

    - Vocs sentiram prazer em comer os alimentos?,

    - No seu dia-a-dia, vocs se dedicam a sentir os alimentos quando esto se

    alimentando?

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    Exemplos de aplicao da tcnica

    Eu senti que era como se estivessecomendo aquilo pela primeira vez, e os alimentos

    eram novos. A gente nunca tem tempo para comerassim, com calma, para saber qual o cheiro,

    qual que o jeito de cada alimento.

    Eu achei melhor comerdesta forma, porque a gente

    conhece o alimento, n. Acho que ocorpo deve at aproveitar mais as vitaminas,as protenas, e tudo o que tem dentrodaquele alimento. E quando a gente

    come com pressa, entra e sai eo corpo nem v.

    Ser que a gentetem o costume de sentiros alimentos no nosso

    dia-a-dia?

    A verdade que, no meioda correria, a gente chega em

    casa, coloca o alimento noprato e nem sabe o que

    est comendo.

    Devemos lembrar quegostamos de comer somente aquilo que

    nos d prazer, ou seja, o que agrada ao paladar.Por isso, podemos dizer que o nosso paladar que

    determina a escolha dos alimentos. Sendo assim, para termosuma alimentao mais saudvel, s vezes, precisamos nos

    desacostumar com alguns alimentos que nos do prazer, mas quepodem fazer mal sade. Mas sabemos que nem todo mundo est

    disposto a sacrificar o prazer e mudar os hbitos alimentares.Ento, o nosso grande desafio introduzir novos alimentos na

    dieta, preparando-os de uma forma agradvel, preservando

    o sabor e mostrando que uma alimentao equilibradae saudvel tambm pode ser uma delcia.

    Como foi a experinciade sentir os alimentos?

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    10.2 TCNICA: Conhecendo os grupos de alimentosPasso a passo:

    a) as(os) participantes devem se dividir em quatro grupos;b) cada grupo vai receber um cartaz contendo um dos quatro ttulos:

    c) vrios alimentos devem ser espalhados pelo cho24;

    d) os(as) participantes devem pegar os alimentos de acordo com o cartaz do seu grupo e explicar

    o motivo da escolha. Durante a explicao das(os) participantes, o(a) educador(a) complementa

    com informaes sobre cada grupo de alimentos;

    e) o(a)educador(a) explica desvantagens para a sade humana do consumo excessivo de alguns

    tipos de alimentos, como protenas e carboidratos.

    Exemplos de aplicao da tcnica

    24 Devem ser priorizados os alimentos comuns das comunidades locais.

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    Pirmide feita pelas(os) participantes

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    E os alimentos paracorrer so menos importantes.O corpo tem de estar bem, em

    primeiro lugar, seno, quando elefor correr, pode desmaiar,por estar mal alimentado.

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    Os alimentos para proteger

    so mais importantes. Se o nossocorpo no estiver protegido, se ele sofrerqualquer coisa, no vai ter nem jeito dele

    crescer. S depois que ele estiverprotegido que ele vai

    poder crescer.

    Pirmide considerada correta pelas(os) nutricionistas

    Depende do trabalhoque a gente faz. Eu j vi na

    televiso que aqueles homens quetrabalham com servio braal, na obra,

    na construo, precisam de muitocarboidrato mesmo, porque eles

    gastam muita energiano dia-a-dia.

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    10.4 TCNICA: Avaliando nosso prato do dia-a-dia28

    Passo a passo:

    a) o(a) educador(a) deve apresentar o prato criado pelas(os) participantes na tcnica Fluxograma:o preparo do prato;

    b) o(a) educador(a) deve perguntar s(aos) participantes: Depois da discusso realizada na tc-

    nica 'Construindo a nossa pirmide alimentar', o que vocs gostariam de mudar neste prato para

    deixar esta alimentao mais equilibrada e melhor para a sua sade?

    Exemplos de aplicao da tcnica

    28 Esta tcnica deve ser realizada aps as tcnicas Fluxograma: o preparo do prato e Construindo a nossa pirmide alimentar.

    Pode pegar a couverefogada e fazer em forma de

    salada, aproveitando mais, porque

    comendo a couve crua no se perdetantos nutrientes. Tambm pode

    enriquecer o feijo, colocandotalos das verduras.

    No prato temmacarro e arroz.

    A sugesto tirar um dessesdois, porque os dois tm

    carboidratos.

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    A histria do arco-ris(Autoria desconhecida)

    H muito tempo atrs, todas as cores do mundo comearam a brigar. Cada uma falava que era a melhor, a mais importantee a mais til.

    A Verde falou:

    - Claro que eu sou a mais importante. Eu sou o sinal da vida e da esperana. Eu fui escolhida pelas rvores e as folhas. Sem

    mim, todos os animais morreriam. Observem a natureza toda e vocs vo perceber que eu sou a cor mais presente.

    O Azul interrompeu:

    - Voc s pensa na terra, mas tem que considerar tambm o cu e o mar. a gua que d sustento vida e feita das nuvens do

    cu azul. O cu d espao, paz e serenidade. Sem minha paz, vocs no seriam nada mais que corpos ocupados o tempo todo.

    O Amarelo comeou a rir:

    - Vocs todos so muito srios. Eu trago riso, felicidade e calor para este mundo. O sol amarelo, a lua amarela e as estrelas so

    amarelas. Cada vez que voc olha para um girassol, o mundo todo comea a sorrir. Sem mim, no teramos diverso.

    O Alaranjado comeou a se elogiar:

    - Eu sou a cor da sade e da fora. Posso ser rara, mas eu sou preciosa porque sirvo s necessidades internas da vida humana. Eu

    carrego todas as vitaminas mais importantes. Pense nas cenouras, abboras, laranjas e mangas. Eu no estou aqui o tempo todo,

    mas quando eu encho o cu no amanhecer e entardecer, minha beleza tanta que ningum mais pensar em nenhuma de vocs.

    O Vermelho no podia agentar mais e gritou:

    - Eu sou o rei de todos vocs. O sangue da vida. Eu sou a cor do perigo e da coragem. Eu estou pronto para brigar por uma

    causa. Sem mim, a terra estaria vazia como a lua. Eu sou a cor da paixo e do amor: a rosa vermelha.A Violeta se levantou. Era muito alta e falou com muita pompa:

    - Eu sou a cor da grandeza e do poder. Reis, chefes e bispos me escolheram porque eu sou um sinal de autoridade e sabedoria.

    As pessoas no me questionam, elas me escutam e me obedecem.

    A Rosa falou muito mais baixinho que os outros, mas falou com a mesma determinao:

    - Pensem em mim. Eu sou a cor do silncio. Vocs quase no me observam, mas, sem mim, vocs so todos superficiais. Eu

    represento pensamento e reflexo, as guas mais profundas. Vocs precisam de mim para equilbrio e contraste, para orao

    e para paz interna.

    Ento, as cores continuavam se gabando, cada uma convencida de que era a melhor. Comearam a brigar com mais fora.

    De repente, houve um raio de relmpago branco e o trovo ressoou. A chuva comeou a cair torrencialmente. As cores todasse esconderam de medo, juntando-se uma s outras para se protegerem.

    E a chuva falou:

    - Vocs esto sendo tontas, brigando entre vocs. Cada uma tentando dominar as outras. No sabem que Deus fez todas vocs

    iguais? Cada uma de vocs tem uma funo especial e diferente. Ele ama todas vocs. Ele quer todas vocs. Juntem suas mos

    e sigam-me. Ele lhes estender pelo cu num arco de cor, como uma lembrana que ele ama todas vocs, e que vocs possam

    viver juntas em paz. Uma promessa de que Ele est com vocs. Um sinal de esperana para o amanh.

    E assim, sempre que Deus usa uma boa chuva para lavar o mundo, Ele coloca o arco-ris no cu. E quando o vemos, lembramos

    de apreciar umas s outras.

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    O que a histria doarco-ris nos ensina sobre

    a convivncia em grupo?

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    A gente achava que odinheiro que fazia parte da

    nossa alimentao. E nem sempreo dinheiro tem tanta importncia.

    s vezes, eu chego na casa de uma

    pessoa e ela fala que no tem nadapara comer, mas ela tem uma

    verdura na cesta. Pra ela aquilono alimentao.

    Qual relao entre ascores do arco-ris e os vrios

    tipos de alimentos que fazemparte do nosso prato?

    Hoje bom poderchegar pras pessoas e falar do

    que voc aprendeu. Falar que osuco alimenta muito mais do

    que o refrigerante.

    Eu achei bom aprenderessa coisa de ter um pratobalanceado. De comer um

    pouco de cada coisa.

    Eu aprendi aqui,principalmente, a respeitar e aceitar

    as decises das pessoas. Quando a gente veio

    aqui pela primeira vez, cada pessoa que eu olhavaj imaginava uma coisa dela. Com a convivncia,

    a gente foi aprendendo a respeitar aspessoas do jeito que elas so.

    Assim como o arco-ristem vrias cores, o nosso prato

    tambm deve ter vrios tiposde alimentos.

    Exemplos de aplicao da tcnica

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    OFICINA 11Doenas da falta e do excessoOBJETIVOSa) saber mais sobre as doenas que podem ocorrer por causa da falta dealguns nutrientes na alimentao diria;b) saber mais sobre as doenas que so causadas por um consumo exces-

    sivo de alimentos industrializados ou alimentos ricos em gordura e sal;c) entender de que forma alguns alimentos podem prejudicar o processode digesto; ed) entender quais alimentos podem auxiliar a cura destas doenas.

    11.1 TCNICA:Comparao entre as deficincias nas plantas e asdeficincias nutricionais no ser humano

    Passo a passo:

    a) a turma deve ser dividida em dois grupos;

    b) o primeiro grupo deve desenhar um p de laranja e o segundo grupo deve

    desenhar um p de mandioca. Cada grupo tambm deve descrever as caracte-

    rsticas da planta desenhada e o que ela precisa para viver;

    c) as plantas desenhadas devem ser apresentadas para a turma;

    d) o(a) educador(a) discute com os(as) participantes as semelhanas entre as

    plantas e os seres humanos, por meio das seguintes perguntas:

    - O que a planta precisa para viver?,

    - Por que a planta fica doente? Por que o ser humano fica doente?,

    - Quais so as semelhanas entre as plantas e os seres humanos?

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    A folha de mandioca verde-escura, contm muitas vitaminas,

    sais minerais e tem tambm algum tipo dequmica dentro dela. Agora, pra gente consumir

    essas folhas, tem que desidratar antes.Ela fica seca e a gente pode

    misturar no alimento.

    Para comer,voc arranca a mandioca

    de debaixo do cho, a vocpode cozinh-la e comer cozida,

    pode fazer a farinha, podefazer um bolo de

    mandioca.

    A laranja tem muitavitamina C. Com a casca dela,

    pode fazer ch. As folhas, a gentetambm pode usar pra fazer ch

    contra a gripe. A fruta a gentepode chupar e pode

    fazer suco.

    Exemplos de aplicao da tcnica

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    O que a plantaprecisa para viver?

    A planta sempre precisada ajuda da natureza para viver.A planta precisa de terra frtil,

    adubada, de gua e de sol.

    O alimento da planta

    pode estar na raiz, como amandioca; no fruto, como

    a laranja; ou na folha,como a couve.

    Assim como a plantafica doente pela falta de sol,

    de gua ou pelo empobrecimentoda terra, o ser humano tambm podeficar doente pela falta de nutrientes.

    Isso acontece por causa da falta

    de qualidade ou quantidadeinsuficiente decomida.

    - Por falta de gua da chuva.

    - Por falta de sol.

    - Por causa do empobrecimento da terra:assim, a planta fica com uma falta de

    vitaminas e sais minerais.

    - Por causa da contaminao do solo comuso de agrotxicos.

    - Por causa da poluio no ar.

    Por que a plantafica doente?

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    Como a planta se parececom a gente?

    Uma das trocas que os seres humanosfazem com as plantas est relacionada com a respirao.

    Voc sabia que a gente respira o oxignio que a planta soltadurante o processo de fotossntese? E que, para fazer a fotossntese ,

    a planta aproveita o gs carbnico que ns soltamos na respirao?Desta forma, ns fazemos uma troca de energia

    com as plantas todos os dias.

    A planta possuivasos que levam gua

    e nutrientes para todas assuas partes. Parece com o nosso

    sangue que responsvel portransportar os nutrientes

    para as vrias partes donosso corpo.

    Todas as partes da planta tmuma funo, assim como as vrias partes

    do nosso corpo. A raiz da planta comose fosse a nossa boca, pois ela absorvenutrientes da terra.

    11.2 TCNICA: Conhecendo as doenas de falta do ser humanoPasso a passo:

    a) o(a) educador(a) levanta com o grupo algumas doenas de falta que so comuns na comuni-

    dade, como anemia, osteoporose, desidratao e desnutrio30;

    b) os(as) participantes selecionam trs doenas para serem discutidas. O(a) educador(a) divide aturma em trs grupos;

    c) cada grupo deve discutir uma das doenas selecionadas expressando suas idias em uma srie de

    desenhos: o primeiro desenho deve representar a causa da doena, o segundo desenho deve mostrar

    os sintomas e o terceiro deve ilustrar as formas de cura;

    d) enquanto os grupos apresentam seus desenhos, os(as) participantes devem discutir sobre cada

    doena, tentando esclarecer as dvidas e complementar com outras informaes.

    30 Caso a tcnica Desenho do Corpo Humano tenha sido realizada, o(a) educador(a) pode apresentar para o grupo as doenas levantadas nesta

    tcnica e identificar quais poderiam ser consideradas doenas de falta.

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    As doenas tambm so influenciadas pela

    sociedade em que vivemos e por nosso estilo de vida.Hoje, estamos dando nfase s causas destas doenas que esto

    relacionadas aos hbitos alimentares. Mas no podemosesquecer que cada doena tem mltiplas causas.

    Exemplos de aplicao da tcnicaO mingau de banana verde

    muito bom para as pessoas que

    esto fracas, como nos casos dedesnutrio ou anemia.

    s vezes, eu fao um suco verde. Vocs sabemo que ? quando voc bate todas as coisas verdes que se

    encontram no quintal, como couve, espinafre, salsa, tanchagem,e ainda acrescenta limo e mel. Alm de ser muito gostoso,

    o suco verde timo para dar energia e fortaleceo nosso corpo.

    Causa Sintoma Cura

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    11.3 TCNICA: A fbrica poludaPasso a passo:

    a) o(a) educador(a) mostra um desenho de um crrego poludo com uma fbrica para os(as)participantes;

    b) o(a) educador(a) segue o roteiro de perguntas, tentando mostrar como o crrego poludo se asse-

    melha com o desenvolvimento de uma doena no corpo humano. Desta forma, o(a) educador(a )tenta

    fazer uma comparao entre as medidas utilizadas para resolver o problema da poluio no crrego

    e as medidas utilizadas para prevenir e curar as doenas de excesso.

    - O que acontece no crrego?,

    - Por que isso acontece?,

    - Quais so as conseqncias desta sujeira no crrego?,

    - Como resolver o problema da poluio no crrego?,

    - O crrego poludo pode se parecer com o nosso corpo em alguns momentos?,

    - Quais so as sujeiras que podem entrar no nosso organismo?,

    - Quais so as conseqncias dessa sujeira?,

    - O que podemos fazer para evitar esses tipos de doenas?;

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    c) o(a) educador(a) complementa as colocaes dos(as) participantes com informaes sobre algu-

    mas doenas de excesso, como priso de ventre e presso alta;

    d) o(a) educador(a) explica as desvantagens dos alimentos industrializados para a sade, comparandoo valor nutritivo de alimentos agroecolgicos31 com alimentos industrializados, por meio dos grficos;

    e) o(a) educador(a) discute com as(os) participantes vrias propostas para ter mais acesso aos ali-

    mentos agroecolgicos nas comunidades de baixa renda.

    Como resolvero problema do

    crrego?

    Educar aspessoas que o rio muito

    importante, para ele no ser

    poludo mais.

    Exemplos de aplicao da tcnica

    31 Neste texto, quando escrevemos alimentos agroecolgicos, estamos nos referindo aos alimentos produzidos com base nos princpiosagroecolgicos, que buscam garantir a construo de uma relao mais saudvel entre os seres humanos e entre estes e os demais elementos danatureza. Entende-se a agroecologia pela seguinte definio: A agroecologia integra os princpios agronmicos, ecolgicos, socioeconmicos com-

    preenso e avaliao do efeito das tecnologias sobre os sistemas agrcolas e a sociedade como um todo (ALTIERI, 1998).

    Tratar a gua e tirar o lixo docrrego, pois, se ele continuar sujo,

    vai acumular mais doena.

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    Acho que esta sujeiraso as gorduras.

    As sujeiras tambm so osalimentos que a gente come que nosfaz mal: alimentos industrializados,

    como enlatados, refrigerantes,acar branco.

    Acho tambm que,quando no sabemos lidar com

    nossos sentimentos negativos, eles afetamnosso corpo. A raiva no necessariamente

    uma coisa ruim, mas, quando guardamos estaraiva por muito tempo, ela pode se

    transformar em veneno.

    O que acontece emnosso corpo por causa

    destas sujeiras?Eu acho que esta quantidade

    de veneno que colocamos em nossocorpo acaba envenenando nossosangue e nossos rgos, no ?

    Pode ser que este lixo vaiacumulando dentro de nosso corpo e a,

    a gente no consegue mais eliminaro que nos faz mal.

    Quais so as sujeirasque podem entrar no nosso

    organismo?

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    As sujeiras que entram em nossocorpo e ficam acumuladas, sem achar sada,

    podem provocar vrios tipos de doenas. Estas doenasso chamadas doenas de excesso, como presso alta

    e diabetes. Claro que no podemos dizer que a forma comons nos alimentamos a nica causa destas doenas, poisexistem outros fatores que j discutimos em outras oficinas

    que tambm influenciam no surgimento delas, comopor exemplo, os aspectos psicolgicos.

    Quando ingerimosuma quantidade maior de alimentos com

    muita acidez, como coca-cola, enlatados, carnese acar branco, estamos sobrecarregando o

    fgado com toxinas, dificultandoassim a digesto.

    E isto tudo quevoc falou pode provocar

    doenas mais srias?

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    OFICINA 12Como grandes empresas influenciamo nosso habito alimentarOBJETIVOSa) entender o processo de produo dos alimentos industrializados e

    suas conseqncias para a sade; eb) aprofundar sobre o domnio das empresas transnacionais na produode transgnicos, agrotxicos e alimentos industrializados.

    12.1 TCNICA: De onde vem a Coca-ColaPasso a passo:

    a) o(a) educador(a) passa a garrafa de Coca-Cola entre os(as) participantes e

    pede s pessoas que observem o rtulo;

    b) Depois que a garrafa passar por todo mundo, o(a) educador(a) faz algu-mas perguntas:

    - O que tem dentro da Coca-Cola?,

    - Depois de ter visto o rtulo, vocs acham que beber Coca-Cola faz bem para

    a nossa sade?,

    - Quais seriam os efeitos de produtos como a Coca-Cola no nosso organismo?,

    - Por que tanta gente compra esse tipo de alimento?;

    c) aps a discusso sobre a Coca-Cola, o(a) educador(a) conversa

    com o grupo sobre outros alimentos industrializados (acarrefinado, arroz branco etc.) e as conseqncias do consumo

    desses alimentos. Por meio da apresentao de grficos, o(a)

    educador(a) compara os valores nutricionais dos alimentos

    agroecolgicos e dos alimentos industrializados.

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    Depois que aCoca-Cola est pronta,

    eles fazem muita propagandana televiso. A voc fica com

    vontade de comprar.

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    Exemplos de aplicao da tcnica

    Eu acho que porque ela est nomundo inteiro, em

    todo lugar deveter fbricas.

    O dinheiro que ganho com a Coca-Cola

    em todos esses pases mandado para os

    Estados Unidos.

    A Coca-Cola tem gscarbnico, corante, aromatizante,

    acidulante, cafena, acar e gua.Nossa, cheia de coisas qumicas!

    O que tem dentro daCoca-Cola?

    Por que tanta gentecompra Coca-Cola?

    Eles no falam tudo quetem dentro da Coca-Cola.

    Acho que pra no roubarem afrmula. Eu j ouvi falar que a

    frmula dela secreta.

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    Calorias2100 (*)

    Protenas53g (*)

    Ferro18mg (*)

    Clcio450mg (*)

    Vitamina A750mg (*)

    Vitamina B10,9mg (*)

    Vitamina B2

    1,3mg (*)

    Niacina14,5mg (*)

    Vitamina C30mg (*)

    18%

    0% 20% 40% 60% 80% 100%

    23%

    11%

    2%

    8%

    2%

    7%

    137

    Calorias2100 (*)

    Protenas53g (*)

    Ferro18mg (*)

    Clcio450mg (*)

    Vitamina A750mg (*)

    Vitamina B10,9mg (*)

    Vitamina B2

    1,3mg (*)

    Niacina14,5mg (*)

    Vitamina C30mg (*)

    18%

    0% 20% 40% 60% 80% 100%

    Fonte: Pastoral da Criana - CNBB(*recomendaes dirias para uma mulher de 18 a 30 anos, de acordocom as tabelas da FAO/OMS, 1975 e 1985)

    Fonte: Pastoral da Criana - CNBB(*recomendaes dirias para uma mulher de 18 a 30 anos, de acordocom as tabelas da FAO/OMS, 1975 e 1985)

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    Calorias2100 (*)

    Protenas53g (*)

    Ferro18mg (*)

    Clcio450mg (*)

    Vitamina A750mg (*)

    Vitamina B10,9mg (*)

    Vitamina B2

    1,3mg (*)

    Niacina14,5mg (*)

    Vitamina C30mg (*)

    17%

    0% 20% 40% 60% 80% 100%

    14%

    7%

    2%

    9%

    2%

    11%

    Fonte: Pastoral da Criana - CNBB(*recomendaes dirias para uma mulher de 18 a 30 anos, de acordocom as tabelas da FAO/OMS, 1975 e 1985)

    Calorias2100 (*)

    Protenas53g (*)

    Ferro18mg (*)

    Clcio450mg (*)

    Vitamina A750mg (*)

    Vitamina B10,9mg (*)

    Vitamina B2

    1,3mg (*)

    Niacina14,5mg (*)

    Vitamina C30mg (*)

    13%

    0% 20% 40% 60% 80% 100%

    25%

    107%

    17%

    251%

    19%

    Fonte: Pastoral da Criana - CNBB(*recomendaes dirias para uma mulher de 18 a 30 anos, de acordocom as tabelas da FAO/OMS, 1975 e 1985)

    206%

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    139

    12.2 TCNICA: Mapa do Mundo: a riqueza e a pobreza no mundoPasso a passo:

    a) o(a) educador(a) pergunta ao grupo: Quais so os pases considerados mais

    ricos hoje em dia?. Ele(a) entrega aos(s) participantes smbolos do cifro

    ($$$$$) e pede a cada um(a) que o coloque sobre os pases que considerarem

    ricos;

    b) em seguida, o(a) educador(a) entrega os smbolos ($$) e pede aos(s) par-

    ticipantes que o ponham no mapa sobre os pases que considerarem possuir um

    desenvolvimento mdio;

    c) o(a) educador(a) pergunta ao grupo: Quais so os pases considerados mais

    pobres? Ele(a) entrega a cada um(a) o smbolo ($) e pede aos(s) participantesque o ponham sobre os pases que considerarem mais pobres;

    d) o(a) educador(a) discute com o grupo o que significa ser um pas rico e ser

    um pas pobre nos dias de hoje, trazendo para o grupo o debate sobre concei-

    tos de desenvolvimento. A partir dos comentrios dos(as) participantes, o(a)

    educador(a) complementa com dados sobre o ndice de Desenvolvimento Hu-

    mano (IDH) da Organizao das Naes Unidas (ONU).

    Calorias2100 (*)

    Protenas53g (*)

    Ferro18mg (*)

    Clcio450mg (*)

    Vitamina A750mg (*)

    Vitamina B10,9mg (*)

    Vitamina B2

    1,3mg (*)

    Niacina14,5mg (*)

    Vitamina C30mg (*)

    1%

    0% 20% 40% 60% 80% 100%

    Fonte: Pastoral da Criana - CNBB(*recomendaes dirias para uma mulher de 18 a 30 anos, de acordocom as tabelas da FAO/OMS, 1975 e 1985)

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    Exemplos de aplicao da tcnica

    A desigualdade entre ospases vem de muito tempo. H mais de

    quinhentos anos, os pases da Europa invadiramos pases que hoje so considerados pobres, atrs de ouro

    e riqueza. Hoje, deixamos de ser colnias, mas aindasomos controlados e manipulados por decisesque s interessam aos pases mais ricos,

    como os Estados Unidos.

    Um problema essa forma injusta queas naes mais ricas governam o mundo e,

    principalmente, como elas tratam a gente dos pasesmais pobres. Acho que elas tratam a gente como

    se fosse nada, ou menos do que nada.

    12.3 TCNICA: Mapa do Mundo: o poder das empresas transnacionaisPasso a passo

    a) o(a) educador(a) deve pegar a garrafa de Coca-Cola e perguntar

    aos(s) participantes: De onde veio este refrigerante? Ele(a) entrega

    a cada um(a) o smbolo da fbrica de Coca-Cola e pede s pessoas que

    o coloquem sobre os pases responsveis pela criao e distribuio do

    produto pelo mundo;

    b) o(a) educador(a) mostra que os pases que esto com o smbolo da

    fbrica de Coca-Cola so considerados os pases mais ricos hoje em

    dia. Ele(a) explica que empresas como a Coca-Cola possuem fbricas

    em vrios pases do mundo e explica os motivos de cham-las detransnacionais;

    c) o(a) educador(a) pergunta ao grupo: Alm da Coca-Cola, quais ou-

    tros produtos so produzidos pelas transnacionais? Os(as) partici-

    pantes fazem uma chuva de idias, lembrando de vrios produtos

    produzidos e controlados por transnacionais (por exemplo, farmacuti-

    cos, agrotxicos, transgnicos);

    d) em seguida, o(a) educador(a) pergunta ao grupo: De onde vm os

    agrotxicos? Ele(a) entrega a cada participante um smbolo que

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    representa os agrotxicos e pede a cada um(a) que o coloque sobre os pases que considerar ser res-

    ponsvel pela sua criao e distribuio pelo mundo. Enquanto as pessoas pem os smbolos, o(a)

    educador(a) deve discutir com s(os) participantes como estes produtos foram inventados, quaisforam os motivos, quais so as transnacionais que controlam a sua produo e quais so os efeitos

    dos agrotxicos na sade humana e no meio ambiente;

    e) neste momento, o(a) educador(a) pergunta ao grupo: De onde

    vm os transgnicos? Ele(a) entrega a cada participante um smbolo

    que representa os transgnicos e pede a cada um(a) que o ponha

    sobre os pases que considerar ser responsvel pela sua criao e dis-

    tribuio pelo mundo. Enquanto as pessoas colocam os smbolos, o(a)

    educador(a) deve discutir com s(os) participantes como estes pro-

    dutos foram inventados, quais foram os motivos, quais so as trans-

    nacionais que controlam a sua produo e quais so os efeitos dos

    transgnicos na sade humana e no meio ambiente;

    f) o(a) educador(a) pergunta ao grupo: De onde vm os remdios produzidos pelos grandes labo-

    ratrios farmacuticos? Ele(a) entrega a cada participante um smbolo que representa os remdios

    alopticos e solicita a cada um(a) que o coloque sobre os pases que considerar ser responsvel

    pela sua criao e distribuio pelo mundo. Enquanto as pessoas pem os smbolos, o(a)

    educador(a) deve discutir com s(os) participantes como estes produtos foram inventados,

    quais foram os motivos, quais so as transnacionais que controlam a sua produo e quaisso os efeitos dos remdios alopticos na sade humana e no meio ambiente;

    g) o(a) educador(a) deve concluir a tcnica ressaltando que as mesmas transnacionais so respon-

    sveis pela produo de uma diversidade de produtos, o que acaba aumentando seu poder e o seu

    lucro. O(a) educador(a) tambm deve mostrar que as transnacionais, mesmo estando em vrios lu-

    gares do mundo, concentram o seu poder em um pas considerado rico ou mais desenvolvido, onde

    funciona a sua sede (matriz).

    Exemplos de aplicao da tcnica

    O que vocs achamque significa o fato de a

    Coca-Cola estar em todasas partes do mundo?

    Para mim, significaque a Coca-Cola maispoderosa que o nosso

    prprio governo.

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    Essas coisas igual feijo e

    arroz, os produtos das indstrias, tm

    agrotxicos. Agora, esses que o pessoal

    traz da roa no tm.

    142

    O que vocsaprenderam com a tcnica

    Mapa do Mundo?

    A gente no tem o costume

    de ler o rtulo. Mas isso importante,saber o que a gente est comendo. Podem

    ter transgnicos no produto ou pode ter

    sido plantado com agrotxicos.

    Para saber se uma planta

    tem agrotxico, devemos

    conhecer a sua origem,

    de onde ela vem.

    Quando o alimento est muito

    grande, muito bonito, provavelmente

    ele tem algum tipo de agrotxico.

    Tudo que precisa ser conservado

    por um certo tempo, sem estragar,

    tem algum tipo de qumica.

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    Eu acho que se ascomunidades se organizarem, possvel

    tirar uma transnacional de qualquer cantodo mundo. O problema que estas empresas

    conseguem manipular o povo com suapropaganda. Assim, muita gente acha que

    para plantar, precisa de agrotxico, oupara ser chique, tem que beber

    Coca-Cola.

    143

    isso mesmo! Os movimentos sociais tmbuscado vrias estratgias para diminuir o impacto que

    essas empresas podem causar. Na ndia, por exemplo, algumascomunidades tm conseguido tirar corporaes que exploram os

    trabalhadores, a cultura local ou os recursos naturais.

    Por exemplo, se aspessoas no compraremmais os produtos comtransgnicos, eles vovoltar para a fbrica.

    O que pode ser feito paradeter o poder de uma transnacional

    como a Coca-Cola?

    Em outros pases,como nos Estados Unidos,

    cidados esto manifestando oseu direito de participar em decisesgovernamentais sobre a permisso

    concedida a algumas corporaes parafuncionar. O que podemos afirmar que aes devem ser tomadas para

    impedir o avano das corporaes efortalecer os empreendimentos

    locais.

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    Acho que, quando ns

    investirmos mais na produo de nossosalimentos para nossas comunidades e quando

    deixarmos de depender tanto do mercadointernacional, vamos ter mais fora para enfrentar

    estas empresas que at agora dominaram o mundo.Temos que dar mais valor aos produtosque ns mesmos estamos produzindo,

    na cidade ou na roa.

    Eu tambm acho quetemos que parar com esta idia de

    que o que vem de fora melhor. Temosque mudar nossa conscincia, aprender

    que o que vem de nossa terra melhor que qualquer produto

    industrializado!

    Dica:

    Transnacionais

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    grupo: Diante da nossa realidade, quais aes concretas podemos tomar para

    conquistar o nosso direito Segurana Alimentar e Nutricional em nossas fa-

    mlias e comunidades?;

    d) o(a) educador(a) deve escrever as idias levantadas pelo grupo em tarjetas.

    145

    OFICINA 13Construindo nosso conceito de

    Segurana Alimentar e NutricionalOBJETIVOSa) construir um conceito de Segurana Alimentar e Nutricional de forma

    participativa que incorpore o enfoque de gnero; eb) pensar em propostas para melhorar a Segurana Alimentar e Nutricionalnos mbitos familiar e comunitrio.

    32 Para informaes sobre segurana alimentar e nutricional, ver o texto A Segurana Alimentar e Nutricional no

    Contexto dos Movimentos Sociais, p.168.

    b) o desenho de uma casa colocado no

    cho da sala com vrias setas ao redor.

    O(a) educador(a) pergunta s(aos) par-

    ticipantes: Em suas famlias e comuni-

    dades, o que necessrio para garantir

    a segurana alimentar e nutricional?

    Cada resposta dos(as) participantes de-

    ve ser escrita em uma tarjeta e colocadano comeo de uma seta;

    c) o(a) educador(a) pergunta ao

    13.1 TCNICA: Construo do conceito de Segurana Alimentar eNutricionalPasso a passo:

    a) o(a) educador(a) pergunta s(aos) participantes: Para vocs, o que significa

    Segurana Alimentar e Nutricional? O(a) educador(a) complementa as res-

    postas dos(as) participantes com algumas informaes tericas 32;

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    Agora, vamos construirjuntos um conceito de Segurana

    Alimentar e Nutricional. Vamos lembrartodos os aspectos que ns discutimos eaprofundamos ao longo do programa

    de formao para construrmoseste conceito, como se fosse

    um quebra-cabea.

    Ento, o que vocsacham que ns precisamos paragarantir a Segurana Alimentar e

    Nutricional em nossas famliase comunidades?

    Exemplos de aplicao da tcnica

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    PROPOSTAS PARA GARANTIR A SEGURANA ALIMENTAR E NUTRICIONAL:

    a) Produzir os nossos prprios alimentos nos quintais, por meio do que chamamos deAgricultura Urbana;

    b) Juntar-se em grupos para plantar nos quintais, lotes vagos e espaos pblicos;

    c) Incentivar os(as) pequenos(as) agricultores(as) da zona rural na produo de alimentossaudveis, sem agrotxicos;

    d) Apoiar as cooperativas de produo do meio rural para venda dos seus produtos nascomunidades urbanas;

    e) Procurar diversificar a produo de alimentos para que possamos garantir a segurana

    alimentar e nutricional das comunidades;

    f) Vender, nos armazns das comunidades, alimentos produzidos nos quintais e espaospblicos e realizar um trabalho de conscientizao com os(as) moradores(as) sobre ovalor nutritivo destes alimentos;

    g) Realizar feiras locais com produtos da roa e dos quintais urbanos;

    h) Fazer adubo orgnico;

    147

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    i) Balancear os alimentos;

    j) Aprender a manipular com higiene os alimentos;

    k) Prestar ateno aos rtulos;

    l) Pedir informaes mais claras sobre o que vem nos alimentos industrializados;

    m)Reaproveitar mais dos alimentos;

    n) Conservar os alimentos;

    o) Diminuir o consumo de enlatados;

    p) Comprar de uma forma coletiva para diminuir os preos;

    q) No queimar o lixo;

    r) Separar o lixo para reaproveitar mais;

    s) Dar exemplo;

    t) Conscientizar as pessoas sobre a importncia de reaproveitar os alimentos e mostraros valores nutritivos que eles tm.

    148

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    13.2 TCNICA:O enfoque de gnero no conceito de Segurana Alimentar e Nutricional 33

    Passo a passo:

    a) o(a) educador(a) deve perguntar ao grupo:

    - Como as relaes que vocs estabelecem com seus(suas) parceiros(as) e filhos(as) interferem naSegurana Alimentar e Nutricional de sua famlia?,

    - possvel, em nossa prpria casa, garantir a Segurana Alimentar e Nutricional se no revermos

    as relaes entre os membros de nossa famlia?;

    b) deve-se acrescentar mais setas ao redor da casa para completar o conceito a partir de reflexes

    feitas pelo grupo sobre as relaes sociais de gnero.

    33 Esta tcnica deve ser realizada aps a tcnica Construo do conceito de Segurana Alimentar e Nutricional.

    Temos que darexemplo. Como vou ensinar

    ou conscientizar sobre coisasque eu no fao?

    Se a gente no se organiza,nunca teremos Segurana Alimentar.

    Temos que nos juntar para fazer hortascomunitrias, para produzir para ns mesmos.

    Temos que tirar da cabea esta idia de que muitomelhor vender para fora! Se conseguimos ter

    comida suficiente para nossas prpriascomunidades, j est de bom

    tamanho!

    O Brasil tem de deixar devender pra fora, tem de investir nos

    pequenos, para eles produzirem arroz, feijo,mandioca. Se todos ns comprarmos osalimentos na mo dos pequenos, o povo

    do Brasil teria SeguranaAlimentar, no ?

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    NOVAS PROPOSTAS

    a) A mulher tem que aprender a dizer no e deixar de ser submissa;b) Temos que conversar mais com os homens e com nossos filhos sobre os direitos das

    mulheres;

    c) Trabalhar o prprio preconceito da mulher sobre o homem na cozinha e valorizar asiniciativas dos homens;

    d) Mostrar ao homem o quanto a mulher trabalha;

    e) Dividir as tarefas entre homens e mulheres no preparo dos alimentos e no cuidadodo quintal;

    f) Convidar os homens a fazer as coisas junto com as mulheres;

    g) Educar nossos(as) filhos(as) de maneira diferente da educao que recebemos donosso pai e da nossa me.

    Agora, vamos pensar:Como as relaes que estabelecemos

    com nossos parceiros e filhos interferem naSegurana Alimentar e Nutricional?

    Exemplos de aplicao da tcnica

    13.3 TCNICA: Apresentao criativa do conceito de Segurana Alimentar eNutricionalPasso a passo:

    a) dividir os(as) participantes em grupos pequenos (no mximo cinco pessoas por grupo);

    b) o(a) educador(a) pede a cada grupo que apresente, de forma criativa, as propostas sobre SeguranaAlimentar e Nutricional levantadas por eles(as) nas tcnicas Construo do conceito de Segurana Ali-

    mentar e Nutricional e O enfoque de gnero no conceito de Segurana Alimentar e Nutricional;

    c) o(a) educador(a) faz as seguintes perguntas ao grupo:

    - At que ponto cada apresentao conseguiu transmitir sua mensagem para o pblico?,

    - Poderia ter sido diferente?,

    - O que vocs acham destes mtodos que foram utilizados nas apresentaoes enquanto instru-

    mentos de educao popular? Vocs consideram que eles so eficazes no processo de organizao

    das comunidades?

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    Maria:-Ei, Luisinho! H quantotempo eu no vejo voc?

    O que aconteceu?Por que voc est amarelo?

    Luisinho:- Oi, Maria! Sabe o que , minha

    me me levou ao mdico e ele disse

    que eu estou com anemia.

    Maria:- mesmo? Est vendo, aposto que vocno come verdura, couve, espinafre, taioba. Voc no come e agora est amarelo.

    Luisinho: - Ah, no ri de mim no! L em casa a gente comemuita carne e muito doce. Isso no bom pra sade no?

    Maria: - Claro que no! Presta ateno: a gente deve ter umaboa alimentao. Voc no tem e por isso est amarelo.

    Luisinho: - Como assim? O que eu preciso comer para no ficar mais amarelo?Maria: - Olha s, uma boa alimentao tem ferro, vitaminas, protenas

    e outras coisinhas mais! Voc precisa balancear a sua alimentao.Luisinho: - Ainda no entendi nada...

    Maria: - Vamos fazer uma coisa: eu vou convidar voc para jantar l em casa e voc vai entender melhor.

    Apresentao do teatro de bonecosmontado pelos(as) participantes

    151

    Exemplos de aplicao da tcnica

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    Maria:- Me, eu trouxe um amigo pra jantar comigo, o Luisinho,

    Ele est com anemia e quer saber o que uma alimentao saudvel.

    Me:- Ah, menino, voc est muito plido! Voc precisa comer verdura.Agora venha, vamos jantar.

    Maria:- Olha s que tanto de coisa gostosa, Luisinho!

    Arroz, feijo, frango, salada de couve, abbora refogada e suco de laranja com limo.Luisinho:

    - Nossa, que mesa colorida. L na minha casa no tem nada disso. Minha me nosabe dessas coisas. Ela acha que precisa de uma grande quantidade de poucos alimentos.

    Maria:- Mas tem tanta coisa que a gente pode tomar. At suco de inhame.

    Luisinho:- Suco de inhame? Mas isso faz bem?

    Maria:- Claro que faz. Suco de inhame muito bom pra pele.

    No jantar

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    Depois do jantar

    Luisinho:-Sabe uma coisa que eu percebi? Antes de comer, voc lavou as mos. Eu no fao isso na minha casa.Me: - Mas devia fazer. Tem que lavar as mos antes de todas as refeies para prevenir doenas.

    Maria: - E os alimentos devem ser todos muito bem lavados tambm.

    Luisinho: - Olha, muito obrigado pelo convite. Eu no sabia que a boa alimentao estna qualidade e na variedade dos alimentos que a gente come. Tudo o que eu aprendi

    eu vou passar l em casa. Vocs podiam me convidar de novo um dia desses.

    Me: - Claro, Luisinho. Agora me conte uma coisa, quem prepara a comida na sua casa?Luisinho: - A minha me.

    Me: - E algum ajuda a sua me?Luisinho: - No. Ela faz tudo sozinha.

    Me: - E a sua me trabalha fora de casa tambm?

    Luisinho: - Ela faxineira. Trabalha de segunda a sbado na casa dos outros.Me: - Pois . A sua me no deve ter muito tempo para se dedicar sozinha

    melhora da alimentao da famlia.Luisinho: - verdade. Ela vive correndo de um lado pro outro.

    Me: - T vendo?! Por isso importante entender que a alimentao um assunto para a famlia toda.No s a sua me que deve se preocupar com isso.

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    Voltado para o pblico

    Luisinho: - Como assim?Me: - Aqui em casa, por exemplo, meu marido tambm se preocupa. Ele compra os alimentos

    e os meus filhos esto sempre me ajudando a cozinhar e colher as verduras no quintal.

    Luisinho: - verdade. E eu nunca pensei nisso. Para ficarmos mais fortes e saudveis, todos nstemos que nos preocupar com o que estamos colocando na boca. E no somente a minha me.Me: - Isso mesmo. E se vocs precisarem de algumas receitas ou dicas de alimentao s me procurar, t?

    Luisinho:- Gente, vocs perceberam que a quantidade no o principal numa boa alimentao?

    O mais importante a qualidade dos alimentos que a gente come!- Tambm importante lembrar que a alimentao um assunto de toda a famlia.

    Todos ns devemos cuidar da nossa sade e no deixar que a preocupao seja s de nossas mes.

    O que vocs acharamdo teatro de bonecos? Eu acho que o trabalhodos bonecos cria uma histria na cabea

    das pessoas. Depois que terminar o teatro,a gente pode conversar com as pessoas e falar

    que no s uma histria, que a gentepode mudar muita coisa

    assim mesmo.

    Usar o teatro quandoa gente for ensinar as coisas

    melhor do que ir l e s ficar falando,porque assim ningum agenta.

    J no teatro o pessoalpresta ateno.

    O teatro de bonecos bom porque fcil, divertidoe todo mundo participa.

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    OFICINA 14Como realizar um trabalho educativo sobreSegurana Alimentar e Nutricional?

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    OBJETIVOSa) avaliar o Programa de Formao de Educadores(as) Comunitrios(as)

    em Segurana Alimentar e Nutricional; eb) construir, de forma participativa, um plano educativo para multiplicarestes conhecimentos e prticas na comunidade.

    14.1 TCNICA: Sobre Gansos e EquipesPasso a passo:

    a) o(a) educador(a) pe os desenhos de vrios gansos no cho, em formao

    de um V. A seguinte pergunta feita para o grupo: Por qu os gansos voam

    desta forma?;

    b) o(a) educador(a) l o texto Gansos e Equipes junto com o grupo (ver ao lado);

    c) o(a) educador(a) pergunta ao grupo: O que podemos aprender com este

    vo dos gansos?

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    Verdade: Pessoas que compartilham uma direocomum e um senso de equipe chegam ao seu destinomais depressa e facilmente, porque elas se apoiam naconfiana umas das outras.

    Sobre Gansos e EquipesAutoria Desconhecida

    Fato: medida que cada ave bate suas asas, ela criauma sustentao para a ave seguinte. Voando em for-mao V, o grupo inteiro consegue voar pelo menos71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente.

    Verdade: Existe fora, poder e segurana em grupoquando se viaja na mesma direo com pessoas quecompartilham um objetivo comum.

    Fato: Sempre que um ganso sai fora de formao, elerepentinamente sente a resistncia e o arrasto de tentarvoar s e, de imediato, retorna formao para tirarvantagem do poder de sustentao da ave sua frente.

    Verdade: vantajoso o revezamento quando se neces-sita fazer um trabalho rduo.

    Fato: Quando o ganso lder se cansa, ele reveza, indopara a traseira do V, enquanto um outro assume aponta.

    Verdade: Todos necessitam ser reforados com apoioativo e encorajamento dos(as) companheiros(as).

    Fato: Os gansos de trs grasnam para encorajar os dafrente a manterem o ritmo e a velocidade.

    Verdade: A solidariedade nas dificuldades impres-cindvel em qualquer situao.

    Fato: Quando um ganso adoece ou se fere e deixa ogrupo, dois outros gansos saem da formao e o se-guem, para ajudar e proteg-lo. Eles o acompanhamat a soluo do problema e, ento, reiniciam a jor-nada os trs ou juntam-se outra formao, at en-contrar seu grupo original.

    Quando voc v gansos voando em formao V, pode ficar curioso quanto s razes pelas quaiseles escolhem voar dessa forma. A seguir, algumas descobertas feitas pelos cientistas:

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    Eu achei interessante quando falaque o lder vai para trs quando ele precisa

    descansar. A um vem e toma o lugar dele. Quer dizerque eles no tm s um lder, n, no tem algum pra ficarmandando nos outros, pois todo mundo reveza. E quandoa gente sair daqui e for pra comunidade, a gente tambmvai precisar incentivar, animar os outros, n, porque vai ser

    mais difcil. Aqui at fcil ainda. Todo mundo estdisposto a aprender. L fora mais difcil.

    E interessante aquela parte que falaque quando um est cansado os outros ficam

    grasnando pra ele, como se estivessem incentivando

    mesmo. isso que eu sinto que a gente precisa fazerneste programa, pois quando uma pessoa est

    desanimada ou cansada, a gente precisaincentivar e dar uma fora.

    Para o bem do grupo, importantecada um ser um ganso voando em V.Vamos procurar nos lembrar de dar um

    grasnado de encorajamento e nos apoiaruns nos outros com amizade.

    Exemplos de aplicao da tcnica

    14.2 TCNICA: A postura do(a) educador(a) comunitrio(a)34

    Passo a passo:

    a) o(a) educador(a) mostra uma histria para o grupo e pede aos(s) participantes que faam uma

    apresentao teatral mostrando como deve ser a postura do(a) educador(a) nesta situao (ver

    dica ao lado);

    b) o(a) educador(a) analisa, com as(os)participantes, o teatro apresentado e faz algumas perguntas, como:

    - O que vimos neste teatro?,

    - Como foi a postura do(a) educador(a)?,

    - Como foi a reao das pessoas da comunidade?,

    - Vocs se lembram do teatro que fizeram no incio do curso quando esta mesma tcnica foi aplicada?,

    - Quais so as diferenas entre o teatro que fizeram agora e a apresentao que fizeram no incio do curso?,

    - Sua postura como educador(a) mudou ao longo do curso? Vocs percebem alguma diferena?,

    - Como deve ser a postura do(a) educador(a) na construo e implementao de um plano educativo

    em segurana alimentar e nutricional na comunidade?

    34 Esta tcnica foi realizada no incio do programa. Ela se repete para que as pessoas percebam o crescimento que tiveram ao longo do programa

    em relao aos temas trabalhados.

    O que podemos

    aprender com estevo dos gansos?

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    Dica:

    Estudo de Caso

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    Exemplos de aplicao da tcnica

    Eu aprendi muito com astcnicas que usamos neste programa.

    Antes, achava que educadora ou professora eraalgum que chegava na frente e falava sem parar.

    Eu achava que nunca ia conseguir ser uma educadoraporque no tinha uma fala bonita. Hoje, eu vejo que

    o mais importante ser criativo, achando um jeito demostrar ao outro o que ele no viu ainda. Todo mundotem olhos, tem nariz, tem cabea, mas, s vezes,

    mesmo assim, no percebemos o que estacontecendo ao nosso lado.

    Agora entendo porquealgumas pessoas chamam quemfica l na frente de facilitadora.

    O que tem que fazer mesmo facilitar

    o entendimento do outro sobre aqueleassunto, abrir sua cabea. Em vezde complicar as coisas, ns temos

    que facilitar, no ?

    Antes, eu achava que umaeducadora tinha que ensinar ao outro as

    coisas que no sabe. Agora, eu tenho outroponto de vista. Eu vejo que, para ser

    uma boa educadora, eu preciso saber fazeras perguntas certas, porque o povo

    j tem as respostas!

    Como deve ser a postura daeducadora na contruo de um

    plano educativo?

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    14.3- TCNICA: Nossa viagem: por onde ns temos navegado e para onde ns vamos?

    A VIAGEM

    (Autoria desconhecida)

    Eu vim de longe para encontrar

    o meu caminho

    Tinha um sorriso e um sorriso ainda valia

    Achei difcil a viagem at aqui

    Mas eu cheguei, mas eu cheguei

    Eu vim depressa e no vim de caminhoEu vim a jato no asfalto desse cho

    Achei difcil a viagem at aqui

    Mas eu cheguei, mas eu cheguei

    Eu vim por causa daquilo que no se v

    Vim nu, descalo, sem dinheiro e o pior

    Achei difcil a viagem at aqui

    Mas eu cheguei, mas eu cheguei

    Eu tive ajuda de quem voc no acredita

    Tive a esperana de chegar at aqui.

    Vim caminhando, aqui estou, e decidi:

    Eu vou ficar, eu vou ficar.

    Passo a passo:

    a) o grupo canta uma msica que relata uma viagem oucaminhada (ver exemplo ao lado);

    b) o(a) educador(a) explica ao grupo que este programa de

    formao representa uma viagem e que, neste momento,

    ser feita uma avaliao do caminho percorrido at agora;

    c) os(as) participantes so divididos em grupos;

    d) o(a) educador(a) pede a cada grupo que desenhe um

    rio e, ao longo dele, coloque vrias informaes:

    - Qual a nascente deste rio? (Como surgiu este trabalho?),- Quais so os tipos de poluio que tm aparecido neste

    rio? (Quais foram as dificuldades que encontramos at

    agora?),

    - Quais so os sinais de vida que existem neste rio? Por

    exemplo, quais so os tipos de peixe que vm nadando

    neste rio? (Quais foram as coisas boas que temos encon-

    trado at agora?);

    e) cada grupo apresenta seu rio, fazendo uma avaliaodo trabalho que foi realizado at o momento, seus pontos

    positivos e negativos;

    f) o(a) educador(a) pergunta s(aos) participantes: Qual

    ser a direo que este rio vai tomar de agora em diante?

    Como podemos implementar um plano educativo em segu-

    rana alimentar e nutricional na comunidade local?;

    g) o(a) educador(a) escreve as propostas em tarjetas e de-

    fine, com o grupo, quais sero os prximos passos.

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    A gente vem fazendo uma viagem

    desde o incio deste programa de formaoem segurana alimentar e nutricional at agora. Para muitas

    pessoas, esta viagem comeou a partir da sua participao nesteprograma. Entretanto, para outras pessoas, a viagem comeou bem

    antes. De qualquer forma, este rio est sempre em movimento e temosencontrado coisas boas e coisas difceis ao longo dele, representadas

    por peixes, plantas e lixo. Agora, vamos ter um momento paraparar e avaliar esta viagem que temos feito e pensar

    nos prximos passos. Vamos discutir aondegostaramos de chegar e como podemos

    alcanar nossos objetivos.

    Exemplos de aplicao da tcnica

    Desenho elaborado pelos(as) participantes

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    No ncleo do Setor 2,Taquaril, a gente acha que o

    trabalho surgiu do grupo de desnutridos,que fazia suas reunies no Centro de Sade.Assim, foi juntando com outros grupos e

    entidades para realizar este trabalho educativo.Pensou-se em fazer este trabalho no Setor 2

    por causa da grande quantidade de lixo.A maior parte deste lixo comida.

    Isto mostra a importnciade aproveitar mais

    os alimentos.

    Este programa surgiu

    como uma forma de responders necessidades que os moradores

    estavam passando, pela falta de informaoda riqueza de alimentos que entram na casa,

    ou como uma planta no fundo do quintalpode melhorar sua alimentao e sade.A gente achou que precisava se capacitar

    melhor para poder ajudar estesmoradores a buscar

    solues.

    E como a viagemde agora em diante?O que pode ser feito?

    Qual a nascentedeste rio? Ou seja,comoeste trabalho comeou?

    - Fazer uma pesquisa sobre os hbitos alimentares e as prticasde plantao dos moradores, para sabermos como trabalhar

    em cima dos dados colhidos.

    - Fazer contato com outros grupos e organizaes locais pararealizar um trabalho em parceria.

    - Fazer visitas domiciliares, incentivando as pessoas aparticiparem das oficinas.

    - Realizar trocas de experincias ou oficinas entre osmoradores para que cada um possa mostrar o que sabe fazer.

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    muito importante a genteconhecer as doenas e saber como

    uma alimentao saudvel podeprevenir essas doenas.

    O que mudou para mim foio seguinte: eu nunca tinha interesse

    em fazer comida. Hoje em dia, eu querofazer bem feito, com carinho,

    uma comida temperadinha...

    O curso no foi a coisa chataque eu esperava, foi totalmente

    diferente. Eu pensei que a gente ia ficars falando. Eu no pensei que ia vergente diferente, que ia aprender as

    coisas com interesse.

    At agora, o quesignificou este programa

    para vocs?

    Depois do curso, mudou at

    o meu relacionamento em casa,com meu marido. Antes eu fazia tudoe ficava mais submissa. No chegava

    e conversava. A gente no tinhadilogo. Agora, a gente conversa

    para ver se tudo est bom.

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    Cada um aqui deve repassar o queaprendeu. Ter a mesma responsabilidade de um agente

    comunitrio de sade. Mas tambm aprendi aqui que noadianta simplesmente querer repassar informao.

    Temos que descobrir o jeito de repassar paraque possamos prender o interesse

    das pessoas.

    Eu gostei de saber que noestou aprendendo s para mim mesma.Por esta formao que recebemos aqui,

    eu estou com uma responsabilidade agorade ser uma formiguinha no meu ncleo,

    de passar tudo para frente.

    preciso ter uma troca deexperincias. No adianta, por

    exemplo, o ncleo dos setores 7, 8 e 9do Taquaril fazer o trabalho deles e o outroncleo ir para o outro lado fazer o dele.

    A gente precisa trocar as

    experincias depois.

    O que pode ser feitopara dar continuidade

    a este trabalho?

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    Agora, ns nostornamos educadoras

    comunitrias

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