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Projeto Gráfico e Diagramação

Jackson Anastácio

Fotos

Daniela Fichino e arquivo do MABE

Impressão

Gráfica EDG

500 unidades

Tiragem

EXPEDIENTE

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APRESENTAÇÃO

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Não é uma mera casualidade a enorme proximidade de datas entre a Constituição brasileira, de 5 de outubro de 1988, e a Convenção 169 da Organiza-ção Internacional do Trabalho, adotada em Genebra em 27 de junho de 1989. Ambas incorpo-ram processos históricos de luta por reconhecimento de singula-ridades individuais e coletivas e põem em movimento três ideias que vão reconfigurar os Estado nacionais e o direito, interno e internacional: identidade, plura-lismo e liberdades expressivas.

O potencial transformador e emancipatório que elas encar-nam é absurdo quando con-frontadas com a concepção originária dos Estados nacio-nais, da homogeneidade de seu povo. Por outro lado, encerram um desafio igualmente grande: tornar visíveis povos invisibiliza-dos normativamente até então, sem presença na arena pública e sem qualquer aporte de suas especificidades nos debates na-cionais. Por isso, o forte investi-mento de ambas nas liberdades expressivas e em permanentes

processos de escuta e consulta.

Ao lado delas, ainda, a Decla-ração Universal sobre a Diver-sidade Cultural, adotada pelo UNESCO em 2005, e a Con-venção sobre a Proteção e Pro-moção da Diversidade das Ex-pressões Culturais, promulgada, no Brasil, pelo Decreto 6.177, de 1º de agosto de 2007. Esta, em seu preâmbulo, aciona plu-ralismo/identidade/liberdades expressivas, reconhecendo que “a cultura assume formas diver-sas através do tempo e do es-paço, e que esta diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade das identidades, as-sim como nas expressões cultu-rais dos povos e das sociedades que formam a humanidade”; e que “a diversidade cultural se fortalece mediante a livre circu-lação de ideias e se nutre das trocas constantes e da interação entre culturas”.

A consulta prevista no artigo 6º da Convenção 169 da OIT pressupõe que os povos a que se dirige têm domínio sobre a sua existência, e a expectativa de que, eventualmente, ações

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externas sobre ela se projetem. A consulta, nos termos des-se dispositivo, deve ser prévia, conduzida “de boa-fé” e cultu-ralmente situada.

Especificamente em relação a esse último ponto, foi necessário que comunidades e povos paras-sem para refletir e organizar o seu processo decisório. Quando se fala em grupos, comunidades e povos, não se está diante de totalidades homogêneas. Essa é uma visão externa, simplifi-cadora e essencialista. As cole-tividades reais vivem conflitos, dissensos e disputas de várias ordens. De modo que, também internamente, é preciso tempo para construir consensos.

O “documento base do proto-colo comunitário sobre consul-ta e consentimento prévio, livre e informado das comunidades quilombolas do território étnico de Alcântara/MA” é o resulta-do desse esforço, potencializa-do pela assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas Brasil-Estados Unidos da Amé-rica e o início de sua tramita-

ção no Congresso Nacional. A consulta, nos termos do artigo 6, 1, “a”, da Convenção 169 da OIT, é impositiva, pelas possi-bilidades reais de impacto que o Acordo pode gerar sobre a vida e o destino dessas comunidades, especialmente a desterritoriali-zação, diante da sempre presen-te ideia de ampliação do Centro de Lançamento de Alcântara.

Na década de 80, muitas comu-nidades foram expulsas de seus territórios para a implantação do Centro, e a memória coleti-va ainda carrega as dores desse processo, que mais uma vez in-siste em se reinstalar.

O Estado brasileiro tem uma dívida de longa data com as comunidades quilombolas de Alcântara, e o início da repa-ração passa pela não repetição. É imperativo, portanto, que elas sejam consultadas com respon-sabilidade, de acordo com o protocolo que ora se apresenta.

Deborah DupratProcuradora Federal dos

Direitos do Cidadão

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QUEM SOMOS?

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Somos aproximadamente 200 comunidades quilombolas, conforme lista em anexo, localizadas no município de Alcântara, Estado do Maranhão, que juntas constituem o Território Quilombola de Al-cântara, o Território de Santa Tereza e o Território da Ilha do Cajual, todos localizados no município de Alcântara, Estado do Ma-ranhão, e que se organizam, se articulam e se mobilizam por meio das seguintes instituições representativas: Associação do Território Quilombola de Alcântara (ATEQUILA), Sindicato dos Trabalha-dores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alcântara (STTR/Alcântara), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Município de Alcântara (SINTRAF/Al-cântara), Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE), Movimento de Mulheres Trabalhadoras de Alcântara (MOMTRA) e todas as Associações Comunitárias de cada comu-nidade.

Buscamos, diariamente, permanecer em nosso território tradi-cionalmente ocupado/utilizado por nós na sua inteireza e ple-nitude, como forma de assegurar a cultura do nosso modo de fazer e de criar, bem como para criar as reais condições a fim de que as gerações futuras do nosso povo possam gozar em iguais medidas dos mesmos recursos naturais presentes em nosso território.

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arquivo do MABE

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POR QUE A ELABORAÇÃO

DO DOCUMENTO?

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Para mostrar a toda socieda-de, ao Estado e aos governos brasileiros que nós existimos, somos centenas de famílias e comunidades reconhecidas e autoidentificadas quilombolas, somos pessoas sujeitos e sujeitas de direitos e não aceitamos que o Estado brasileiro e/ou entes privados possam implantar seus projetos de desenvolvimentos em nossos territórios, ou mes-mo adotar medidas administra-tivas e legislativas sem que ins-tale procedimento de consulta e consentimento prévio, livre

e informado das comunidades quilombolas de Alcântara, nos termos da Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Po-vos Indígenas e Tribais (C169), devidamente incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro por intermédio do Decreto nº. 5.051/2004.O presente documento tem por princípio norteador o direito sa-grado da autodeterminação do nosso povo, autogestão e auto-governança sobre nossas terras e territórios, pois entendemos

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arquivo do MABE

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que somente com a plena au-tonomia sobre o que é nosso é possível assegurar o bem-estar, a cultura e as identidades do nosso povo e, sobretudo, de ge-rações futuras.

Este protocolo deve nortear a atuação do Estado brasileiro nas suas esferas federal, estadu-al e municipal, e em todos os seus níveis: executivo, legislativo e judiciário, notadamente, no processo de desenvolvimento nacional, regional e local que afetam os direitos das comuni-dades quilombolas de Alcânta-ra/MA.

Igualmente, empresas privadas cuja atividade econômica afe-te os interesses e direitos das comunidades quilombolas de Alcântara devem tomar como base o presente Protocolo, de-vendo estas acionar o Estado brasileiro com vistas à instala-ção do processo de Consulta.

Para manter viva nossa cultura, nosso modo de fazer, de criar e assegurar que gerações futuras possam usufruir das condições e recursos ecológicos e naturais atualmente existentes em nosso

território e nossas terras, é que se faz fundamental a elaboração deste Protocolo de Consulta e Consentimento Prévio.

“Para manter viva nossa

cultura, nosso modo de fazer

e de criar e assegurar que

gerações futuras possam

usufruir das condições e re-

cursos ecológicos e naturais

atualmente existentes em

nosso território”

A C169, ratificada pelo Estado brasileiro em 2002, impõe o de-ver de sermos consultados (art. 6ª, C169) frente à propositura de medidas legislativas admi-nistrativas que afetam nossos direitos. A mesma C169 (arts. 6.2, 07) nos assegura o direito de consentir ou não o avan-ço da medida proposta e de definir quais são as nossas prioridades no processo de desenvolvimento. De igual

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modo, a C169 veda qualquer possiblidade de remoções de co-munidades, salvo, com o con-sentimento prévio, livre e in-formado destas (arts. 16 e 17).

Para que fique claro, consulta e consentimento são partes in-dissociáveis do mesmo processo, entrelaçam-se e se complemen-tam, e é exatamente esse o lu-gar do presente protocolo, ou seja, quando necessário, o nosso consentimento deve ser consi-derado premissa norteadora do processo de consulta pré-via.

Nenhum ente da federação, público ou privado, está autori-zado a entrar em nossas terras e negociar nossas vidas e nosso futuro sem que estabeleça o de-vido e legal diálogo com nos-sas comunidades, nos termos da Convenção 169 da OIT e do presente protocolo.

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COMO ELABORAMOS

ESTE DOCUMENTO?

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Instalamos o processo de elabo-ração do presente protocolo em agosto de 2018, quando veio a público a real possibilidade de expansão do Centro de Lan-çamento (CLA)/Base Espacial sobre o nosso território quilom-bola. Contudo, a demanda por realizar o Protocolo Comunitá-rio sobre Consulta Prévia Livre e Informada das comunidades de Alcântara surgiu como enca-

minhamento do II Seminário a Base Espacial e os Impas-ses Sociais, ocorrido nos dias 24 e 25 de novembro de 2017, na cidade de Alcântara.Decorrente do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) celebrado em março de 2019 entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América para o uso comercial da Base Espacial de Alcântara,

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arquivo do MABE

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surge uma ameaça direta de ex-pulsar mais de 800 famílias do litoral alcantarense, cujos desti-no e futuro são incertos.

Outras milhares de famílias quilombolas do município es-tão ameaçadas, pois poderão sofrer os impactos diretos com a expulsão das demais do lito-ral, uma vez que recepcionarão compulsoriamente os atingidos e suas comunidades. No entan-to, os recursos naturais e ecoló-gicos não são suficientes para o sustento dessas famílias e povo-ados.

Em sendo consolidado, o re-ferido AST instalará entre as nossas comunidades situação de insegurança alimentar e de-sestruturação econômica, social e cultural, remontando, assim, as mesmas arbitrariedades e violações de direitos humanos ocorridas na década de 1980, quando da instalação do CLA. Violações estas que jamais fo-ram reparadas pelo Estado bra-sileiro.

Diante disso, e segundo a lógi-ca de nossa organização social e política, percorremos todas as

10 (dez) comunidades-polo do território quilombola para dis-cutir os possíveis impactos ge-rados pelo AST, a necessidade imediata de titulação do territó-rio quilombola de Alcântara e a construção do presente Proto-

“...segundo a lógica de nossa

organização social e política

percorremos todas as 10

(dez) comunidades-polo

do território quilombola

discutindo os possíveis

impactos gerados pelo AST...”

colo (Comunidades-polo: Bar-reiro, Arenhengaua, Pavão, Oitíua, Peroba de Cima, Ita-puaúa, Agroliva I, Agrovila II, Canelatíua, Santa Maria). Ademais, lideranças do territó-rio de Ilha do Cajual participa-ram da oficina ocorrida no polo Arenhengua. Já as lideranças do território de Santa Teresa parti-ciparam do Encontro na cidade de Alcântara.

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Este processo inicial de elabo-ração do protocolo culmina na realização, nos dias 01 e 02 de agosto de 2019, do Encon-tro das Comunidades Quilom-bolas de Alcântara: Protocolo Comunitário sobre Consulta e Consentimento Prévio Livre e Informado das Comunidades Quilombolas de Alcântara, no qual se aprovou o presente Tex-to-base.

É importante sublinhar que todas as oficinas ocorridas nas comunidades-polo, tiveram as

seguintes questões norteadoras para o debate:

1) Caso o Acordo de Salvaguar-das Tecnológicas entre os go-vernos do Brasil e dos Estados Unidos para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) seja aprovado pelo Con-gresso Nacional, é certo que ha-verá expansão do CLA e, con-sequentemente, o deslocamento das comunidades quilombolas do litoral para outras regiões do município de Alcântara. Diante disso, você e sua comunidade

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aceitariam que outras famílias/comunidades fossem assentadas na área da sua comunidade? 2) A sua comunidade dispõe de re-cursos naturais (igarapé, flores-tas de manguezais, rios, matas, área de roça, etc.) suficientes para satisfazer as necessidades de outras comunidades, caso se-jam assentadas na área de sua comunidade? 3) Você e sua co-munidade aceitariam ser deslo-cados para outra região do mu-nicípio de Alcântara, longe do lugar que vocês nasceram e se criaram? 4) Você e sua comuni-dade concordam com a cessão/doação do nosso território secu-lar e tradicionalmente ocupado por gerações das nossas famílias para o programa aeroespacial brasileiro? 5) A expansão do CLA pode remanejar todas as comunidades do litoral alcanta-rense e reassentá-las em algum lugar do município, inclusive, na área da sua comunidade. Diante disso, e considerando o que ocorreu com as agrovilas, você e sua comunidade concor-dam com a expansão do CLA sobre o território quilombola de Alcântara? 6) Diante de tudo

que já foi discutido, você e sua comunidade concordam com o Acordo de Salvaguardas Tecno-lógicas entre o Brasil e os Esta-dos Unidos para o uso da Base de Alcântara?

Essas perguntas foram nova-mente debatidas durante o en-contro de aprovação do referido Texto-base em que se firma, so-bretudo, posição pela negativa do AST e pela imediata titula-ção do território.

Você e sua

comunidade

aceitariam ser

deslocados para

outra região do

município de

Alcântara, longe

do lugar que vocês

nasceram e se

criaram?

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QUEM DEVE SER CONSULTADO

E CONSULTADA?

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Todos os moradores e mora-doras de todas as comunidades quilombolas de Alcântara, por meio de suas instituições repre-sentativas, isto é, associações comunitárias, devem ser consul-tados/as, inclusive aquelas loca-lizadas em terras fora da área desapropriada pelo governo fe-deral em 1980, para implanta-ção do Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA). Não que-remos que o Estado Brasilei-ro nos considere divididos: existe um só território étnico quilombola de Alcântara.

Durante o processo de consulta, devem ser considerados por nós o conhecimento e a autoridade das diversas lideranças comuni-tárias e dos senhores e das se-nhoras mais velhas, que são os que sabem contar as histórias e conhecem os lugares sagrados, bem como nossa trajetória de vida. São as lideranças das as-sociações comunitárias que se articulam e passam informações para todas as comunidades. São elas que reúnem todas as comu-nidades quilombolas para dis-cutir o que vamos fazer.

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arquivo do MABE

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Também devem ser consultadas as mulheres, para dividirem sua experiência e suas informações. Há mulheres que são lideran-ças, parteiras, trabalhadoras ru-rais e artesãs. Os estudantes, jo-vens e crianças também devem ser consultados/as, pois eles/as são as gerações do futuro. Mui-tos jovens têm acesso aos meios de comunicação, leem jornal, acessam internet, sabem a rea-lidade e têm participação ativa na luta do nosso povo.As nossas instituições represen-

tativas (ATEQUILA, MABE, STTR, SINTRAF e MOM-TRA e as Associações Comu-nitárias) devem participar e coordenar o processo de Con-sulta, mas jamais podem ser consultadas sozinhas e indivi-dualmente. As decisões das comunidades quilombolas de Alcântara são construí-das coletivamente entre as comunidades e nossas ins-tituições representativas, priorizando sempre a busca do consenso.

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Daniela Fichino

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QUEM FAZ A CONSULTA?

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No nosso entendimento, fazer o procedimento de Consul-ta e Consentimento Prévio, Livre e Informado (CCPLI) é dever irrenunciável e in-delegável do Estado brasi-leiro, cabendo aos governos indicar quais órgãos coorde-narão o processo de Consulta, observando os critérios de or-çamento e atribuições institu-cionais para tal.

Em nenhuma hipótese será admitido que entes priva-dos, empresas ou “coisa do tipo” realizem a CCPLI no nosso território quilombola.Entes públicos como o Minis-tério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia, Agência Espacial Brasileira, Aeronáuti-ca, Centro de Lançamento de Alcântara e outros órgãos dire-tamente ligados à gestão da po-

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arquivo do MABE

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lítica/programa/projeto aero-espacial brasileiro não poderão figurar entre os órgãos coorde-nadores do procedimento de CCPLI, mas deverão, em qual-quer tempo e sempre que so-licitados, prestar informações e esclarecimentos, como também deverão fornecer quaisquer do-cumentos requeridos durante os debates da CCPLI.

Quando a proposta for de res-ponsabilidade de órgãos estadu-ais ou municipais, não se exclui a responsabilidade dos órgãos do Executivo federal, devendo estes ser acionados sempre que necessário.

Quando o projeto ou proposta apresentada depender de trâmi-tes no Parlamento brasileiro, em todas as suas esferas, isto é, Se-nado Federal, Câmara dos De-putados, Assembleia Legislativa do Maranhão e Câmara Mu-nicipal de Vereadores Alcânta-ra, devem as respectivas casas legislativas instalar processo de consulta, em conjunto com os governos, junto às comunidades quilombolas de Alcântara, bem como assegurar iguais condições

e medidas com vistas à partici-pação em todas as agendas, co-missões e espaços similares de debates e tramitação possíveis das respectivas casas legislativa, como forma de garantir a boa-fé e equidade nos debates.

“...devem as respectivas

casas legislativas instalar

processo de consulta, em

conjunto com os governos,

junto às comunidades

quilombolas de Alcântara,

bem como, assegurar

iguais condições e medidas

com vistas a participação

em todas as agendas,

comissões e espaços

similares de debates...”

Neste caso, recomendamos que a presidência das respectivas ca-sas legislativas adote as medidas e procedimentos adequados, a fim de se instalar a CCPLI e assegurar o justo debate.

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COMO DEVE SER FEITA A

CONSULTA?

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A CCPLI é um processo que requer o cumprimento de fa-ses e procedimentos adequados e que deve ter como princípio básico a boa-fé, considerar o tempo-espaço da comunidade e de suas instituições representa-tivas. A consulta é um proces-so coletivo e feito a partir das instituições representativas das comunidades.

Assim, sempre que houver a propositura, por parte do Es-tado brasileiro, de projetos de desenvolvimentos, empreendi-mentos, programas de investi-

mentos, medidas legislativas e administrativas que afetem os interesses e direitos das comuni-dades quilombolas de Alcânta-ra, as comunidades e suas insti-tuições representativas deverão ser previamente comunicadas e informadas sobre os detalhes da medida que o Estado pretende implementar.

Os governos não poderão nos consultar apenas quando já ti-verem tomado uma decisão e a consulta deve ser feita na fase do desenho e planejamento do projeto/empreendimento. To-

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arquivo do MABE

Page 27: cartilha JG Alcantara miolo finalíssomo web€¦ · Daniela Fichino e arquivo do MABE Impressão Gráfica EDG 500 unidades Tiragem EXPEDIENTE. APRESENTAÇÃO. Não é uma mera casualidade

das as reuniões devem ser em nosso território – na comuni-dade que escolhermos – e não em São Luís/MA, salvo quando previamente acordado. As reu-niões não podem ser realizadas em datas que atrapalhem as ati-vidades das comunidades (por exemplo, no tempo da roça e no plantio; no tempo da fari-nha; em datas de festejos reli-giosos; no Dia da Consciência Negra e outras datas importan-tes). Quando o Estado vier fazer consulta no nosso território ét-nico quilombola, deverá perma-necer o tempo que for necessá-rio para concluir o processo de consulta. Esse diálogo deve ser amplamente participativo, ter transparência, ser livre de pres-sões e flexível para atender a diversidade das comunidades e ter efeito vinculante, no sentido de levar o Estado a incorporar o que se dialoga na decisão a ser tomada.

Exigimos que os governos do-tem os órgãos e autoridades responsáveis pela realização da Consulta de autonomia e capa-cidade de negociação e decisão para a condução do referido

processo. Queremos ser consul-tados por quem tem o poder de decisão. Nessas reuniões, nossos saberes devem ser levados em consideração no mesmo nível que o conhecimento não qui-lombola. As reuniões do proces-

“Quando o Estado vier fazer

consulta no nosso território

étnico quilombola, deverá

permanecer o tempo que for

necessário para concluir

o processo de consulta.

Esse diálogo deve ser

amplamente participativo,

ter transparência, ser livre

de pressões,...”

so de Consulta serão coordena-das por quilombolas escolhidos pelas respectivas comunidades e suas instituições representa-tivas e poderão participar das reuniões, sempre que convida-dos, os parceiros/as das nossas comunidades: o Ministério Pú-

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Page 28: cartilha JG Alcantara miolo finalíssomo web€¦ · Daniela Fichino e arquivo do MABE Impressão Gráfica EDG 500 unidades Tiragem EXPEDIENTE. APRESENTAÇÃO. Não é uma mera casualidade

blico Federal, as organizações quilombolas indicadas por nós, quando for o caso, e convidados especiais, incluindo técnicos de nossa confiança.

Os custos da nossa presença e dos nossos parceiros em todas as reuniões do processo de CCPLI devem ser integralmente pagos pelo Estado (órgãos encarrega-dos da consulta).

Para que a consulta seja real-mente livre, não aceitaremos membros da Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodo-viária Federal, Exército, Força Nacional de Segurança Pública, Agência Brasileira de Inteligên-cia, Agência Espacial Brasilei-

ra, Centro de Lançamento de Alcântara, ou qualquer outra força de segurança pública ou privada, armados, em nossas reuniões.

Para nossa segurança, as reu-niões deverão ser filmadas por membros de nossas comunida-des. Parceiros e agentes do Esta-do, por nós autorizados, podem filmar e fotografar, desde que nos entreguem cópias integrais (sem edição) logo após o fim da reunião. Nossos locais sagrados não poderão ser filmados nem fotografados. Não aceitaremos a divulgação ou uso indevido de nossa imagem.

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Daniela Fichino

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COMUNICAÇÃO E PRÉ-CONSULTA

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Os governos deverão comuni-car às Associações Comunitá-rias, à ATEQUILA, ao STTR, ao SINTRAF, ao MABE e ao MOMTRA sobre seus planos, propostas e projetos.

No ato da comunicação às comu-nidades e suas instituições repre-sentativas, os governos deverão fornecer todos os documentos, propostas, estudos econômicos, sociais, ambientais e outros que se fizerem necessários, em ver-são impressa e digital, para que as comunidades possam ter ele-mentos sólidos para discussão.

A comunicação dos governos poderá ser feita via Ofício, com toda a documentação do proje-to/proposta anexada ou via reu-nião, com as comunidades e suas instituições representativas, dan-do-se preferência para a última alternativa.

As despesas referentes ao trans-lado, hospedagem e alimentação das comunidades, instituições representativas e assessorias, nessa etapa de pré-consulta, de-vem ser custeadas pelo governo brasileiro (órgãos responsáveis pela consulta).

Ao serem formalmente comuni-cadas pelo Estado brasileiro, as comunidades e suas instituições representativas se reunirão nas comunidades- polo para apre-sentar e debater internamente a proposta.

“No ato da comunicação

às comunidades e

suas instituições

representativas, os

governos deverão fornecer

todos os documentos,

propostas, estudos

econômicos, sociais,

ambientais e outros que se

fizerem necessários...”

As comunidades deverão, após analisar a proposta, apresentar uma devolutiva aos governos so-bre suas posições, dúvidas e pos-síveis questionamentos acerca da proposta apresentada.

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REUNIÕES NOS QUILOMBOS

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Em data, local e hora previa-mente acordados entre governos e instituições representativas/comunidades, serão realizadas reuniões informativas pelo Esta-do brasileiro, nas quais deverão, obrigatoriamente, serem dispo-nibilizados a todos os partici-pantes todos os documentos, na modalidade impressa e digital, inerentes à proposta em deba-te, bem como as reais e justas condições de realização dos de-bates. A ausência desses crité-rios poderá implicar na imedia-

ta suspensão dos trabalhos, até que sejam disponibilizados os meios e condições necessárias para a continuidade dos deba-tes. Deve-se primar sempre por iguais condições, medi-das e níveis de debates.As despesas referentes ao trans-lado, hospedagem e alimentação das comunidades, instituições representativas e assessorias nas reuniões informativas devem ser custeadas pelo governo bra-sileiro (órgãos responsáveis pela consulta).

I – Reunião Informativa.

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arquivo do MABE

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As reuniões internas serão re-alizadas em cada comunidade-polo, em observância à nossa organização social, para discutir a proposta em questão, e leva-rá em consideração a dinâmica e o tempo de cada comunida-de, ficando estabelecido o tempo mínimo de até 90 (noventa) dias para devolutiva. Em não sendo suficiente, será prorrogado pelo tempo que se entender neces-sário para o debate interno. Os governos e seus representan-tes não participarão das reu-niões internas, pois esse é um

II – Reuniões Internas.

momento de as comunidades e suas assessorias debaterem as propostas em questão.Superadas as reuniões internas, será realizada uma assembleia final, com todas as comunida-des-polo, para deliberar sobre a matéria.Em fase de reuniões internas, as despesas e custos também serão custeadas pelo governo brasilei-ro, uma vez que, mesmo que as reuniões sejam internas, consti-tuem parte do processo de Con-sulta, cuja obrigação e responsa-bilidade são do Estado brasileiro.

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REUNIÃO FINAL COM ESTADO

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Após assembleia final de deli-beração das comunidades, as instituições representativas for-malizarão a decisão tomada pela comunidade aos órgãos do governo brasileiro responsável pela consulta.

Após isso, o Estado brasilei-ro deverá, de maneira prévia e acordada, convocar reunião para discutir a decisão da co-munidade.

I – Comunicação das Comunidades aos Governos.

A CCPLI busca a construção de um acordo entre as partes envolvidas, contudo, em não havendo consenso, ou seja, não havendo acordo, exige-se que os governos brasileiros respeitem a nossa posição, em observância à legislação nacional e inter-nacional de proteção e defesa aos nossos direitos territoriais, culturais, econômicos, sociais e políticos.

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DO CONSETIMENTO PRÉVIO,

LIVRE E INFORMADO

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Se durante o procedimento da CCPLI não se chegar a um acordo ou consenso entre as partes, notadamente, será por-que a proposta dos governos implica em remanejamentos/deslocamentos de comunida-des/famílias ou redução do ter-ritório tradicional, sendo assim, a referida proposta não terá consentimento para seguir.Propostas, projetos, empre-endimentos e/ou medidas administrativas e legislati-vas que impliquem em per-da e redução do território quilombola de Alcântara e

remoções/remanejamentos/deslocamentos total ou par-cial de comunidades devem obter o consentimento des-tas comunidades e suas ins-tituições representativas.Em não havendo o consenti-mento das comunidades e suas instituições representativas, de-ve-se cessar todas as tratativas com o governo brasileiro.Ao não consentir pelo avanço das tratativas, as comunidades exigem que o Estado brasilei-ro respeite a nossa deliberação, tomando-a como premissa para quaisquer diálogos.

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LISTA DAS COMUNIDADES

QUILOMBOLAS DE

ALCÂNTARA/MA

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1. Acetiua2. Aguas Belas3. Apicum Grande4. Arenhengaua5. Aru Novo6. Bacanga7. Bacurijuba8. Baiano9. Baixa Grande10. Baixa Grande II11. Baixo do Grilo12. Baracatatiua13. Barreiro14. Beiju-Açu15. Boa Vista II16. Boca de Salina17. Boca do Rio18. Bom Jardim19. Bom Viver20. Bordão21. Braçinho22. Brito23. Cabrau24. Caçador25. Cacimba26. Caicaua27. Caicaua28. Cajapari29. Cajaparí30. Cajiba31. Cajitiua32. Cajueiro I33. Camarajó34. Camboa

35. Camuritiua36. Canavieira37. Canelatíua38. Capijuba39. Capim40. Caratatiua41. Castelo42. Castelo43. Cauaçu44. Cema45. Centro Alegre46. Centro Alegre II47. Centro da Eulália48. Centro da Vovó49. Centro dos Banana50. Cigadilho51. Codó52. Conceição53. Coqueiro54. Corre Fresco55. Corre Prata56. Corre Prata57. Cujupe58. Cujupe59. Engenho60. Espera61. Esperança62. Esteio63. Flórida64. Folhal65. Fora Cativeiro66. Forquilha67. Galego68. Goiabal

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69. Goiabal II70. Guandá71. Guariba72. Guaribal73. Ibiramipiua74. Iguaíba75. Ilha das Cutias76. Ilha de Manoel Mulato77. Ilha do Macaco78. Iririzal79. Itaau80. Itamatatiua81. Itapera82. Itapiranga83. Itapitíua84. Itapuaua85. Itauna86. Jacaré87. Jacaré (Cajual)88. Janã89. Japeú90. Jararaitá91. Jardim92. Jarucaia93. Jerijó94. Jerussú95. Jordoa96. Ladeira97. Lisboa98. Macaco99. Mãe Eugenia100. Mamorana101. Mamuna102. Mamuninha

103. Mangueiral104. Manival105. Marinheiro106. Marudá107. Mato grosso108. Mocajituba I109. Mocajituba II110. Mocajituba III111. Mocajubal112. Mocajubal -II113. Murarí114. Mutiti115. Oitiua116. Pacuri117. Palmeiras118. Paquatiua119. Paraíso120. Pavão121. Peptal122. Periaçu123. Perí-Mirim124. Perizinho125. Peroba de Baixo126. Peroba de Cima127. Peru128. Pirarema129. Ponta da Pedra130. Ponta de Areia131. Ponta Seca132. Portinho133. Porto do Arú134. Porto do Meio135. Portugal136. Praia de Baixo

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137. Praia de Baixo138. Prainha139. Praínha140. Pratitá141. Primirim142. Quero ver143. Quiriritíua144. Raimundo Sú145. Raposa146. Rasgado147. Remédio148. Retiro149. Rio Baiano150. Rio dos Paus151. Rio Grande152. Rio Grande153. Rio Verde154. Rio Verde155. Rola156. Salina157. Samaúma158. Samucangaua159. Santa Barbara160. Santa Catarina161. Santa Helena162. Santa Maria163. Santa Rita164. Santa Rita165. Santana dos Caboclos166. Santo Inácio167. São Benedito168. São Francisco169. São João de Cortes170. São José

171. São Lourenço172. São Maurício173. São Pedro174. São Raimundo175. Só Assim176. Tacaua177. Tajurará178. Tapera179. Tapuio180. Taturoca181. Terra Mole182. Terra Nova183. Tijuca184. Timbira185. Timbotíua186. Tiquara187. Trajano188. Tubarão189. Vai com Deus190. Valério191. Vila do Meio192. Vila Murici193. Vila Nova (Cajual)194. Vila Valdecir195. Vista Alegre196. Xoxo197. Zé Leão

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REALIZAÇÃO

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PARCERIAS

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Centro de Cultura Negra do Maranhão - (CCN)

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos - (SMDH)

Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - (CONAQ)

Defensoria Pública da União/ Defensor Regional de Direitos Humanos no Maranhão - (DPU/MA)

Programa de Pós-graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia da Universidade Estadual do Maranhão - (PPGCSPA/UEMA)

Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Estado do Ma-ranhão - (FETRAF/MA)

Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Esta-do do Maranhão - (FETAE/MA)

Justiça Global - (JG)

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - (MST/MA)

Projeto Antirracismo na América Latina numa Era Pós-Racial da Univer-sidade de Manchester - (LAPORA/UManchester)

Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia - (PNCSA)

Rede Social de Justiça e Direitos Humanos - (RSJDH)

Plataforma Brasileira de Direitos Humanos - (DHESCA Brasil)

Coletivo OCUPEACIDADE/SP

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Apoio:

Esta publicação foi realizada com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e fundos do Minis-tério Federal para a Cooperação Econômica e de Desenvolvimento da Alemanha (BMZ)

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