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1 CARTILHA DE ORIENTAÇÕES PARA ATUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR ELEIÇÕES GERAIS 2016

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CARTILHA DE ORIENTAÇÕES PARA ATUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR

ELEIÇÕES GERAIS 2016

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ESTADO DE MATO GROSSO Secretaria de Estado de Segurança Pública

Polícia Militar

Rogers Elizandro Jarbas Secretário de Estado de Segurança Pública

Gley Alves de Almeida Castro - Cel PM

Comandante-Geral

Clelcimar Santos Rabelo de Sousa - Cel PM Comandante-Geral Adjunto

Jadir Metello da Costa – Cel PM

Subchefe do Estado-Maior

Paulo Ferreira Serbija Filho – Cel PM Superintendente de Planejamento

Operacional e Estatística

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FICHA TÉCNICA

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

Antônio Ribeiro Leite – Cel PMRR José Antônio Gomes Chaves – Ten Cel PM

Valter Luiz Razera – Ten Cel PM

EQUIPE DE REVISÃO

Heverton Mourett Oliveira – Ten Cel PM Murilo Franco de Miranda – Maj PM

Óttoni César Castro Soares – Ten Cel PM Alessandro Souza Soares – Maj PM Dionys Almeida de Lavor – Maj PM

Adonival Coelho de S. Júnior – Maj PM Kelsen de França Magalhães -TRE/MT

FORMATAÇÃO FINAL

Alessandro Souza Soares – Maj PM Dionys Almeida de Lavor – Maj PM

Adonival Coelho de Souza Júnior – Maj PM Paulo Farias Nazareth Netto – TRE/MT

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SUMÁRIO

1. Apresentação .................................. 6 2. Atribuições da Polícia Militar ...... 8 2.1 Papel do Policial Militar no dia da Eleição ............................................. 8 2.2 Missão ............................................ 9 3. Aspectos que devem ser observados pelo policial militar: .. 10 3.1 A quem compete o poder de polícia na Justiça Eleitoral? .......... 11 3.2 O Policial Militar pode adentrar na seção eleitoral?........................... 13 3.3 Posso prender ou deter algum eleitor no dia da votação? ............. 14 3.4 O PM flagrando crime eleitoral .............................................................. 15 3.5 O PM flagrando outros crimes .............................................................. 17 3.6 Principais crimes eleitorais .... 18

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3.7 Da realização do policiamento: .............................................................. 33 3.8 A quem compete apurar os crimes eleitorais? ............................ 35 3.9 O que é lícito na propaganda eleitoral um dia antes da eleição? .............................................................. 36 4. Dicas ao Policial Militar .............. 38 4.1 Um dia antes do pleito ............. 38 4.2 Antes do início da votação ..... 40 4.3 No transcorrer do serviço ....... 41 4.4 Ao término do horário de votação ............................................... 41 4.5 No transporte da urna .............. 42 4.6 No local de apuração (ao PM mais antigo) ....................................... 43 5 Outras recomendações: ............. 45

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1. Apresentação

A etimologia da palavra democracia nos diz, do grego, que “demos” significa povo, e “cratos”, poder. Ou seja, poder do povo, ou poder pelo povo. Isto posto, temos que o fundamento da democracia é a soberania popular. Garantir o direito ao voto, portanto, é garantir a democracia.

O policial militar deve ter clareza da importância de seu papel nessas eleições, e esta Cartilha será uma das formas em que as principais dúvidas serão esclarecidas. Em suma, o que temos em mãos é uma síntese das principais informações que o policial precisará para realizar um policiamento qualificado e garantir uma eleição segura.

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Sabemos que nesse período praticamente toda a tropa estará envolvida, direta ou indiretamente, com o pleito eleitoral. Será um período, ainda, em que muitos irão viajar para o interior do Estado fins de promover sensação de segurança nos perímetros de votação, e na região metropolitana, uma organizada mobilização de esforços e meios. Por tudo isso, agradecemos desde já todo empenho e dedicação, certos de que todas as orientações contidas nesta Cartilha serão conduzidas a bom termo pelo caráter legal de nossas ações, pelo nosso profissionalismo, prudência e senso de dever.

Gley Alves de Almeida Castro – Cel PM

Comandante-Geral da PMMT

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2. Atribuições da Polícia Militar

2.1 Papel do Policial Militar no dia

da Eleição

Mais que um servidor público que estará colaborando com a Justiça Eleitoral na preservação da ordem pública com o serviço de segurança nos 1.496 locais de votação do Estado de Mato Grosso, cada policial militar fará parte da consolidação da democracia.

Para melhor entender a importância do seu trabalho e a dimensão deste evento, observe o quadro abaixo:

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MUNICÍPIOS: [ 141 ]

ZONAS ELEITORAIS: [60]

LOCAIS DE VOTAÇÃO: [1.496]

SEÇÕES ELEITORAIS: [7.787]

ELEITORES: [2.269.010] Fonte: Tribunal Regional Eleitoral - MT

2.2 Missão

A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso (PMMT) atuará no pleito em duas situações distintas:

- Na sua atribuição constitucional, realizará normalmente o policiamento ostensivo;

- De forma complementar, irá atuar na segurança dos locais de votação, apuração, totalização e divulgação de resultados, garantindo que:

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o eleitor vote de maneira livre e espontânea;

os mesários possam trabalhar com segurança;

os Juízes, Promotores Eleitorais e demais autoridades possam exercer suas funções;

os trabalhos a serem desenvolvidos pela Justiça Eleitoral possam ser executados por seus servidores e colaboradores dentro da normalidade e segurança esperados.

3. Aspectos que devem ser

observados pelo policial militar:

A regra geral da legislação eleitoral é a garantia do voto ao eleitor, conforme o Código Eleitoral (CE) que prevê em seu art. 234: “Ninguém

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poderá impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio.”

O limite entre o abuso e a atuação regular está descrito na lei. Essa Cartilha foi elaborada para auxiliar o Policial Militar no que diz respeito às ocorrências catalogadas com maior frequência nas eleições, a fim de que, com a devida reflexão e atenção à legislação pertinente, aliada ao bom senso, nosso trabalho possa ser cumprido com elevado grau de profissionalismo.

3.1 A quem compete o poder de

polícia na Justiça Eleitoral?

O Poder de Polícia durante o pleito eleitoral está vinculado à figura do Juiz da Zona Eleitoral, e no local de

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votação ao Presidente da Mesa (Art. 139 do Código Eleitoral).

Atenção: A lei estabelece várias atribuições e poderes ao presidente da mesa receptora de votos (art. 127, 139, 140, 141, 147, 154, 191, 235 do CE), podendo inclusive, dispor de força pública para a manutenção da ordem.

Art. 140 (...)

§ 1º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, a autoridade superior, fará retirar do recinto ou do edifício quem não guardar a ordem e compostura devidas e estiver praticando qualquer ato atentatório da liberdade eleitoral.

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3.2 O Policial Militar pode adentrar

na seção eleitoral?

Sim, mas somente se estiver exercendo seu próprio voto, na hipótese de flagrante, por ordem do presidente da mesa ou outra autoridade competente. (art. 141 c/c 238 do CE)

Antes de usar do extremo em PRENDER alguém em flagrante delito, reflita!

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3.3 Posso prender ou deter algum

eleitor no dia da votação?

Em regra não. O Código Eleitoral (art. 236) proíbe a prisão ou detenção de qualquer eleitor desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, por desrespeito a salvo-conduto.

Os candidatos por sua vez não podem ser presos ou detidos, desde 15 (quinze) dias antes das eleições, salvo em flagrante delito.

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Observe e diferencie flagrância de crime comum ou crime eleitoral.

3.4 O PM flagrando crime eleitoral

Conforme a Legislação Eleitoral, ocorrendo qualquer prisão, o preso deverá ser imediatamente conduzido à presença do Juiz competente, que se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabilidade do coator (Código Eleitoral, art. 236, § 2º).

Portanto, apresente de imediato o suposto réu à Polícia Federal e, na ausência desta à Polícia Judiciária Civil, informe ao Oficial responsável e

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peça que o mesmo dê ciência ao Juiz Eleitoral.

É recomendável que os agentes de segurança se informem previamente sobre a orientação do Juiz Eleitoral na localidade em que atua. Em alguns casos, o detido deve ser conduzido até a delegacia de Polícia Federal, em outros deve ser conduzido até a Polícia Civil, podendo ainda ser conduzido a outros locais, a critério do Juiz Eleitoral.

Caso, por exemplo, a atuação do PM seja em área isolada, como a Zona Rural, quando houver dificuldades de apresentar o infrator à autoridade competente, deverá ser especificado no boletim de ocorrência o motivo do

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tempo de apresentação, devendo, sempre que possível, haver comunicação ao Oficial de área.

Quando houver cadeiões o preso deve ser encaminhado a esse local.

3.5 O PM flagrando outros crimes

Faz-se necessário esclarecer que no dia das eleições, ocorrendo à flagrância de crime que não seja eleitoral, o PM deverá atuar dando os encaminhamentos de uma ocorrência normal junto à delegacia competente.

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3.6 Principais crimes eleitorais

Corrupção eleitoral:

Art. 299 (CE) Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita.

(como por exemplo: remédios, cestas básicas, óculos, emprego, dinheiro etc.),

Nota-se que, quem pratica esse delito é tanto a pessoa que compra o voto (corrupção ativa), quanto o eleitor que vende ou tenta vender o seu voto (corrupção passiva).

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A compra de votos por pré-candidato, no ano da eleição, independentemente de já ter sido escolhido como candidato em convenção partidária, também configura o crime de corrupção eleitoral ativa.

Observação: Se o eleitor ou candidato recusa a proposta, não comete crime.

Concentração ilegal de eleitores:

Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo.

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A Lei das Eleições dispõe que:

Art. 39-A. É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos.

§ 1o É vedada, no dia do pleito, até o

término do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado, bem como os instrumentos de propaganda referidos no caput, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem utilização de veículos.

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Impedir ou embaraçar o exercício do voto:

Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio.

Destaca-se que na primeira figura (impedir) ocorre a impossibilidade absoluta ao exercício do voto, enquanto que na conduta de embaraçar o obstáculo é relativo, de modo que, mesmo que o eleitor vote, ainda assim ocorrerá o crime.

Voto tentado ou repetido:

Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem.

Aliciamento violento de eleitores:

Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar,

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ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos.

Violação do sigilo do voto:

Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto.

(ex.: o eleitor que é surpreendido filmando ou fotografando, inclusive, com selfies o voto na seção eleitoral.) * A tentativa também é crime

Transporte irregular de eleitores:

Há tipificação de crime de transporte de eleitores em modalidades distintas tanto na Lei n. 6.091/74 (art. 11 c/c art. 5º e 10º), quanto no Código Eleitoral (art.302)

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Não ocorre este crime quando (art. 5º Lei 6.091/74):

O transporte for realizado a serviço da Justiça Eleitoral, mediante identificação contendo dístico (adesivo “a serviço da Justiça Eleitoral”) devidamente assinado pelo Juiz Eleitoral ou Chefe de Cartório;

Tratar-se de transporte coletivo de linha regular e não fretado;

Tratar-se de transporte de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da família (que residem na mesma casa do condutor do veículo);

Tratar-se de serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel.

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Art. 10. É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.(Lei 6.091/74)

Art. 11. (Lei n. 6.091/74) Constitui crime eleitoral:

III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e 10º; (*art. 5º e 10º reproduzidos acima)

Art. 302 (CE) Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o

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fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo:

Atenção

Constitui crime eleitoral fazer transporte de eleitores, tanto da zona rural quanto da zona urbana, desde o dia anterior até o posterior à eleição.

(Lei 6.091/74 e Código Eleitoral)

Alimentação de eleitores

Art. 8º. (Lei 6.091/74) Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em face da absoluta carência de recursos de eleitores da

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zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por conta do Fundo Partidário.

Art. 10. (Lei 6.091/74) É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.

Descumprir o disposto nos artigos 8º e 10º da Lei n. 6.091/74 é crime previsto no art. 11 do mesmo diploma legal. Além disso, há outra modalidade capaz de caracterizar o crime de fornecimento gratuito de alimentos previsto no art. 302 do Código Eleitoral descrito acima.

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Assim, o fornecimento gratuito de alimentos ou refeição a eleitores, tanto da zona rural, quanto da zona urbana, no dia da eleição, é crime.

Utilizar veículos oficiais em campanha eleitoral:

Art. 11. Constitui crime eleitoral: (Lei 6.091/74)

V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito, veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas autarquias e sociedades de economia mista:

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Impedir o exercício de propaganda eleitoral lícita é crime:

Art. 332. (CE) Impedir o exercício de propaganda.

Inutilizar ou embaraçar propaganda regular:

Art. 331. (CE) Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado.

Os dois (2) dispositivos referidos acima visam resguardar uma garantia estabelecida pelo Código Eleitoral no art. 248, vejamos:

O Art. 248. (CE) Ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem

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inutilizar, alterar ou perturbar os meios lícitos nela empregados.

Atenção

A propaganda eleitoral ostensiva só deve ocorrer até às 22 horas do dia anterior às eleições, de modo que, no dia das eleições só é permitida a manifestação individual e silenciosa do eleitor, vedada qualquer propaganda ostensiva favorável ou contrária a qualquer candidato ou partido.

Boca de Urna:

Art. 39, § 5º da LE (Lei das Eleições). Constituem crimes, no dia da eleição:

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I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício, carreata;

II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna;

III - a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

Não caracteriza o crime:

A manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos. (Art. 39-A, caput, da Lei 9.504/97)

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No recinto da seção eleitoral, a pessoa que estiver portando material de propaganda de candidatos somente poderá permanecer pelo tempo estritamente necessário ao exercício do voto. (art. 39-A, § 2º, da Lei 9.504/97, c/c art. 140 do Código Eleitoral)

Os fiscais, delegados de partido/coligação só poderão permanecer no recinto das seções eleitorais com identificação pelo nome e sigla do partido/coligação para o qual estiverem trabalhando, sem referência ao número do partido/coligação (art. 39-A, § 3º da Lei 9.504/97).

No recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras, é proibido aos

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servidores da Justiça Eleitoral, aos mesários e aos escrutinadores o uso de vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido político, de coligação ou de candidato. (art. 39-A, § 2º da Lei 9.504/97)

Recusa ou abandono do serviço eleitoral:

Art. 344. (CE) Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa.

O art. 123, § 3º do CE prevê a possibilidade de nomeação ad hoc de mesários a partir de eleitores que estejam na fila. Essa nomeação pode ser feita pelo presidente da mesa

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receptora no dia das eleições e o art. 344, também se aplica para essa hipótese.

Desobediência ou recusa a cumprimento de diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral:

Art. 347. (CE) Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução.

3.7 Da realização do policiamento:

No policiamento na modalidade de permanência, atente-se, pois sua principal missão é a segurança dos locais de votação, apuração e

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divulgação de resultados. Eventuais ausências (saídas) dos locais somente devem ocorrer em casos excepcionais.

Caso a modalidade seja por Cartão Programa de Policiamento, quando chegar ao local, faça contato com o responsável, fornecendo-lhe os telefones úteis para acionamento da Polícia Militar.

Em ambos os casos, sendo você um condutor de flagrante, verifique com seu superior ou sua guarnição, a possibilidade de substituí-lo até o retorno.

Se receber denúncias de crimes fora de sua área de atuação, avise imediatamente seu superior solicitando orientações.

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Atenção

3.8 A quem compete apurar os

crimes eleitorais?

Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia Judiciária Civil terá atuação supletiva. Portanto, sendo constatada autoria e materialidade de crime eleitoral, encaminhe o suposto infrator imediatamente à autoridade

Se o flagrante for efetuado por qualquer mesário ou colaborador da Justiça Eleitoral é necessário que o policial responsável pela segurança do local providencie a condução do infrator ou preste o suporte necessário ao condutor, informando a autoridade a função desempenhada pelo autor do flagrante.

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policial, acautelando-se de colher nomes de testemunhas, e quando for o caso, objetos e o máximo de indícios do fato.

3.9 O que é lícito na propaganda

eleitoral um dia antes da eleição?

Até às 22 horas do dia que antecede a eleição, serão permitidos distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro de som (divulgando jingles ou mensagens de candidatos) desde que não sejam usados para transformar o ato em comício. (art. 39, § 9º da Lei 9.504/97)

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A resolução nº 23.457/2015/TSE (art. 11, § 5º) prevê ainda que devem ser observados os limites impostos pela legislação comum.

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4. Dicas ao Policial Militar

Sugere-se verificar/providenciar:

4.1 Um dia antes do pleito

4.1.1 Conheça o local designado para levar as pessoas presas ou detidas por crime eleitoral no dia da eleição;

4.1.2 Verifique com seu superior como ficou estabelecido o almoço (horário e local);

4.1.3 Verifique se, no local em que você irá trabalhar, haverá a presença de policiais federais e policiais civis;

4.1.4 Quais são os pontos sensíveis do local de votação (saídas de emergência, vias de acesso,

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extintores de incêndio, quadro de força, etc.);

4.1.5 Verifique como e quando as urnas chegarão ao local de votação, e se o local designado para armazenamento dos equipamentos é seguro. Embora, o patrimônio seja de responsabilidade da Justiça Eleitoral sugere-se sejam feitas rondas nas imediações do prédio, especialmente, se as condições de segurança forem precárias;

4.1.6 Informe-se sobre os telefones que podem ser utilizados para fazer e receber chamadas (passando antes do início da votação a seu superior). Observação: O TRE permite que, no dia do pleito, os cartórios eleitorais recebam ligações a cobrar;

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4.1.7 Anote os telefones que poderão ser úteis (Juiz Eleitoral, promotor eleitoral, Chefe de Cartório, unidade PM local, delegacia de polícia federal ou civil, conselho tutelar, hospital e outros).

Atenção:

Caso você seja o PM mais antigo no local, faça uma visita ao cartório eleitoral e ao Juiz Eleitoral verificando se há alguma orientação específica relativa a instruções ou normatização de procedimentos para o dia das eleições.

4.2 Antes do início da votação

4.2.1 Ao Chegar ao local de trabalho apresente-se aos presidentes das

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mesas receptoras e o coordenador eleitoral, colocando-se a disposição e informando o local em que permanecerá, caso haja necessidade.

4.3 No transcorrer do serviço

4.3.1 Nunca abandone seu posto sem informar ao coordenador do local de votação, o presidente de mesa e o seu superior imediato.

4.4 Ao término do horário de

votação

4.4.1 Atente-se para a fila, especialmente, se ela se estender para fora do edifício após as 17 horas, pois, a partir deste horário há previsão legal para a distribuição de

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senhas, tendo o eleitor o direito ao voto, desde que tenha chegado à seção eleitoral até as 17 horas.

*Caberá ao Juiz Eleitoral e ao presidente da mesa receptora de votos autorizar ou não a distribuição de senhas a eleitores que chegarem fora do horário em situações excepcionais.

4.5 No transporte da urna

4.5.1 Acompanhe a pessoa responsável pelo transporte do material de votação até o local de apuração.

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4.6 No local de apuração (ao PM

mais antigo)

Compete ao Juiz Eleitoral, ou a pessoa por ele designada (Chefe de Cartório), estabelecer as instruções relativas ao ingresso de pessoas no local de apuração, bem como, especificações relativas às restrições de acesso a salas que estejam dentro do prédio (até onde cada pessoa identificada poderá se dirigir – grau de acesso).

Recomenda-se que o local seja vistoriado com antecedência, na companhia da autoridade responsável, visando colaborar no sentido de oferecer sugestões técnicas indicadas a seguir:

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4.6.1 Identificar quais são as saídas do local e quantas serão utilizadas.

4.6.2 Solicitar ao Corpo de Bombeiros que preste orientação em caso de incêndio e tumultos;

4.6.3 Estabelecer previamente como será o controle de acesso e o número máximo de pessoas; Se haverá crachás; E se estes serão diferenciados por áreas permitidas, conforme o grau de restrições;

4.6.4 Identificar quem será o responsável pelo controle de entrada;

4.6.5 Recomendar que seja feito o isolamento por cordas ou barreiras. Portanto, sugira ao Juiz Eleitoral para que o mesmo adote providências nesse sentido e

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verifique ainda, se o mesmo irá expedir alguma orientação para situações especificas (ex.: proibir o uso de arma de fogo, mesmo para aqueles que possuam porte, etc.).

5 Outras recomendações:

Leia atentamente esta cartilha, pois a atuação profissional da Polícia Militar deve ser preservada a partir dos atos de cada membro da corporação.

Além disso, a adequada instrução evitará transtornos no desempenho de suas atribuições.

Faça no próprio local de trabalho a justificativa do seu voto, se eventualmente não for eleitor do

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município para o qual foi destacado para trabalhar no dia das eleições;

Não se esqueça de levar papel e caneta para anotações. E na hipótese de ser escalado para trabalhar em local afastado e isolado providencie número razoável de formulários de boletins de ocorrências.

Quando for destacado para trabalhar em local de difícil acesso verifique com antecedência se neste local há alguém designado como representante do Juiz Eleitoral (coordenador eleitoral). Além disso, verifique ainda com alguém que conheça a região, quais as possíveis dificuldades que se apresentarão (informe-se sobre o histórico de chuvas e as rotas de acesso).

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O oficial com função de comando deverá confeccionar relatório de todas as denúncias recebidas e das providências adotadas.

Há a previsão de que cada Juiz Eleitoral terá um oficial como colaborador

Persistindo dúvidas, eventualmente não sanadas pelas orientações expressas nessa cartilha, consulte seu superior.

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TELEFONES ÚTEIS

Seção de Planejamento da PMMT: (65) 3613-8826/8827

Juiz Eleitoral:___________________

Cartório Eleitoral:________________

Delegacia: _____________________

Oficiais de Ligação da PMMT/TRE:

Cel PM Mourett – (65) 99995-8280

TC PM Rodrigues – (65) 99973-7116

Outras informações, consulte o Manual no site: www.pm.mt.gov.br

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Referências bibliográficas:

Brasil, Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. Manual das Eleições. Crimes e procedimentos Penais Eleitorais. Magalhães, Kelsen de França; Borba, Adriano Meireles; Antônio, Jorge Luiz Batista; Fortaleza, Kelly Regina Shiroma Hayashida. Cuiabá: TRE-MT, 2012.

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