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1 Caros LEITORES, a revista “Comunidades do Niassa” convida os leitores a participarem activamente no envio de material, para um melhoramento qualitativo da nossa revista. Aceitamos críticas e observações relacionadas com os assuntos da mesma. Tomemos como nosso este veículo de formação e informação que a Diocese coloca ao nosso dispor para assim podermos crescer mais em Igreja. Com fraternais saudações, A Equipa Coordenadora

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Caros LEITORES, a revista “Comunidades do Niassa” convida os leitores a participarem activamente no envio de material, para um melhoramento qualitativo da nossa revista. Aceitamos críticas e observações relacionadas com os assuntos da mesma.

Tomemos como nosso este veículo de formação e informação que a Diocese coloca ao nosso dispor para assim podermos crescer mais em Igreja.

Com fraternais saudações,

A Equipa Coordenadora

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CARTA DE DOM ELIO

Carta às paróquias e Comunidades Cristãs Caríssimos irmãos,

O ano novo já iniciou e ainda não nos encontrámos para, reciprocamente, manifestar votos de bem-estar, para sermos acompanhados por Cristo e pela sua mãe Maria e para vivermos juntos este ano, no Coração do Pai.

Este ano de 2012 é, de facto, um ano cheio de acontecimentos, que vamos comunicar e viver juntos, dentro da nossa Diocese de Lichinga. Ano de graça e de bênção.

Nesta carta, quero apresentar alguns pontos que deverão ser do conhecimento de todos os que pedirão a colaboração amorosa e activa de todos. 1. ANO JUBILAR

A nossa Diocese começou a existir a 21 de Julho de 1963. 50 anos de vida! Nascemos por iniciativa da Santa Sé, que nos dividiu da grande diocese de Nampula.

O nosso nascimento está ligado ao imenso trabalho levado para a frente, principalmente pelos padres e irmãs da Consolata. A eles uniram-se, ao longo de 50 anos, outras congregações religiosas, padres, catequistas e muitos outros, que dedicaram a vida ao nascimento de comunidades cristãs na terra do Niassa. É graça!

Ao longo deste ano (Julho 2012 – Julho 2013) iremos reviver a história do nascimento das várias comunidades cristãs, a fundação das Paróquias que actualmente existem, teremos testemunhas e testemunhos viventes deste glorioso tempo de evangelização. Tudo o que foi feito, agora está nas nossas mãos! Nós somos os filhos que herdaram a fé e as estruturas das nossas paróquias: casa dos padres, das irmãs, colégios e internatos masculinos e femininos, hospitais, escolas de artes e ofícios, machambas e Igrejas! Os nossos

D. Elio Greselin C.P. 111 – 90100 – Lichinga – Moçambique e-mail: [email protected] Ou: [email protected]

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pais prepararam-nos a casa onde hoje podemos viver e pensar em projectos para o futuro. Passaram 50 anos e nós queremos reviver e celebrar com júbilo a nossa fé e a glória da Diocese. O Pai que está no Céu acompanhou-nos no passado e acompanhar-nos-á no futuro.

Ao longo deste Ano Jubilar, queremos propor dois temas básicos: a) A família: e sua concreta presença e espiritualidade; b) O ano da fé: que, a nível universal da Igreja, irá abrir em Outubro de 2012.

Acerca da Família: tínhamos programado tudo em Setembro de 2011 e devia ser realizado durante o ano de 2012. Pedimos sugestões às paróquias, mas nada nem ninguém colaborou, nem veio em ajuda ao Secretariado da pastoral.

Então: o secretariado da Pastoral procurará preparar 3 pequenos esquemas de catequese sobre alguns aspectos da família; estes esquemas irão ser acompanhados por 3 celebrações, de maneira que cada comunidade e núcleo receba o material e possa ser ensinado e celebrado em cada comunidade e núcleo da Diocese.

Peço ao Secretariado da Pastoral que encontre tradutores destas catequeses e celebrações da palavra, nas línguas faladas pelo povo, de maneira que não haja motivo para não fazer. Queremos facilitar o trabalho e sermos seguros de que toda a diocese receba a mesma mensagem!

Os párocos que organizem com os animadores das comunidades e núcleos uma oportuna formação, a nível de zonas e de comunidades. Usem a vossa paixão apostólica e o vosso zelo para que isto se realize!

Sabem que em Milão (Itália) haverá o VII Encontro Mundial das Famílias. Este encontro realizar-se-á desde o dia 30 de Maio até ao dia 3 de Junho. O programa da Diocese sobre a Família insere-se muito bem nesta festa mundial!

Acerca do ano da fé: é o programa que o Papa Bento XVI proclamou para Outubro de 2012 até Outubro de 2013. É, por isso, que nós, cristãos de Lichinga entraremos em cheio e com entusiasmo.

Também para este tema, «o ano da fé», o Secretariado preparará 3 pequenos esquemas e 3 celebrações da Palavra, o mais depressa possível. Preparados e traduzidos nas línguas do povo, serão enviados a cada comunidade e núcleo, mediante os párocos.

O que interessa é que estes dois temas sejam compreendidos e celebrados por todos os fiéis. Serão simples folhas que, num lado, apresentarão o tema de catequese e, no outro, o esquema de celebração. De maneira que os animadores tenham na mão alguma coisa escrita e esta seja dada ao povo cristão.

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Volto agora ao Ano Jubilar. Deve ser proclamado e depois deve ser encer-rado: duas grandes festas para agradecer e retomar coragem para continuar a evangelizar esta nossa terra, fazer planos sempre novos e colocar a nossa vida cristã ao serviço do futuro desta Igreja, nossa mãe.

A proposta que fazemos é esta: a celebração de abertura do Ano Jubilar será em Massangulo, primeira verdadeira Missão na terra do Niassa. A peregrinação anual ao Santuário de Nossa Senhora da Consolata não se realizará no dia 20 de Junho, mas faremos todos a peregrinação a Massangulo no dia 21 de Julho, dia da abertura do Ano Jubilar.

A celebração de conclusão do Ano Jubilar será no Aeroclub de Lichinga (onde eu fui consagrado Bispo!).

É claro que, dentro destas solenes celebrações, haverá lugar e trabalho para todos: - História: de cada Paróquia e de cada comunidade cristã;

- Artigos e Lembranças; - Fotografias Antigas; - Padres, Irmãs e Catequistas; - Acontecimentos Sociais e Religiosos; - Fundações… escolas, hospitais e várias obras!

Este nosso “lembrar o passado” será um grosso trabalho que cada paróquia deverá saber fazer e descrever, consultando os velhos e as velhas, as testemunhas verdadeiras, para que tudo possa ser recolhido, agradecido ao Pai e tornar-se material para escrever o “Livro dos 50 Anos”.

COMUNICAÇÕES DO BISPO A UCM (Universidade Católica de Moçambique) inicia no mês de Fevereiro os

cursos programados. O Centro Polivalente foi reestruturado e alugado para esta finalidade. Os cursos serão, por agora: Licenciatura em Direito, Licenciatura em Administração Pública e Licenciatura em Economia e Gestão. As inscrições continuam… A abertura do ano académico será no dia 20 de Fevereiro.

Sacerdotes Diocesanos: no dia 3 de Abril é o dia da Missa Crismal. Na parte da manhã, teremos um encontro formativo sobre a nossa identidade de sacerdotes, pastores e animadores. Na parte da tarde, teremos a Missa Crismal às 18h e o jantar com o Bispo!

Assembleia Diocesana da Pastoral: será em Cuamba, entre os dias 14 e 16 de Maio (o dia 14 é para chegar). Devem participar todos os sacerdotes, uma irmã religiosa de cada paróquia, um(a) animador(a) paroquial e um

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representante de cada Comissão Diocesana. É nesta ocasião que iremos enfrentar todos os temas do Ano Jubilar como falamos nesta carta e… muitas mais coisas!

Paróquia de Cobué: está coberta e pintada, graças aos apoios da “Missio”! Esta paróquia espera agora um pároco fixo! Iremos ver no futuro.

Dízimo: a Comissão Económica está ansiosamente à espera dos resultados desta norma dada para cada cristão adulto e em cada comunidade e paróquia! Os párocos devem exigir que todas as comunidades cristãs e núcleos façam o seu dever e os animadores também! Até agora, os resultados são desanimadores e a maioria das paróquias não comunicou nada.

A paróquia de Etatara: está na celebração dos seus 50 anos! Esperamos que o pároco nos queira comunicar o programa das celebrações e da colaboração que pede aos seus confrades e padres!

Ordenação diaconal e sacerdotal: iremos ver se será possível promover estes nossos jovens diáconos para o sacerdócio e finalistas para o diaconato. Queríamos organizar isto na altura de abertura do Ano Jubilar! Ou estamos a carregar demais para este dia? Sugestões!

Assinatura à Revista “Vida Nova”: é com muita pena e amargura que registamos a falta de atenção dos cristãos para que assinem esta única revista simples, mas óptima! Os párocos que façam conhecer esta Revista, que ajuda a formar e a informar! O Secretariado está pronto a receber as assinaturas das paróquias e a depositar o dinheiro em Anchilo e enviar a revista aos assinantes das paróquias!

Revista “Comunidades do Niassa”: pedimos que haja colaboração de todas as paróquias.

Reorganização de algumas comissões. Visitas do Bispo: na próxima Assembleia Diocesana, teremos que marcar o

tempo das visitas pastorais do Bispo para as paróquias. Temos que privilegiar Marrupa, Mecanhelas, Etatara, Mepanhira, Cuamba e Mitucué, Metarica, Maúa e Maiaca… e, para mais adiante, Cobué e Metangula.

Um bom trabalho para todos! Que o Pai e a Virgem Maria Consolata nos

sustentem e protejam neste novo ano! Lichinga , 27 de Janeiro 2012

O Bispo da Diocese

+ Elio Greselin

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VIAGEM DO PAPA BENTO XVI A BENIN

Na África, terra de esperança A viagem do Papa a Benin constituiu um grande apelo à África, para que faça

todo o esforço em anunciar o Evangelho àqueles que ainda não o conhecem. Depois da saída do Papa “no coração dos habitantes de Benin, permanece

uma alegria profunda e uma total satisfação para o sucesso da visita e, sobretudo, pela profundidade das mensagens difundidas durante a sua permanência”.

Jean Marie Agoi, presidente da Caritas Benin, diz: “As suas palavras simples, claras, fortes e compreensíveis por todos permanecerão durante muito tempo nas consciências e já começaram a alimentar reflexões, seja a nível político, seja a nível social.

“Com a sua autoridade moral, Bento XVI convidou todos os dirigentes políticos e cada um de nós singularmente a contribuir, como africanos, para o desenvolvimento do nosso continente”.

A África é terra de esperança: esta foi a convicção que puxou Papa Ratzinger a visitar pela segunda vez um continente, para com o qual ele nutre uma estima e um afecto particulares, como confiou no Domingo, 20 de Novembro, ao deixar o continente africano.

Uma viagem breve, mas intensíssima, que teve, também, umas conse-quências políticas mediante a mensagem forte e corajosa, contida no discurso pronunciado no Palácio da República, perante o presidente Thomas Boni Yaji e os ministros, para pedir “uma boa governação e o acabamento da corrupção que continua a matar as esperanças dos povos”.

Os três objectivos da visita apostólica São três os objectivos da visita apostólica no pequeno estado africano: o

primeiro é a celebração do 40º aniversário das relações diplomáticas de Benin com a Santa Sé e dos 150 anos da sua evangelização; o segundo, a ocasião de poder entregar “em terra africana” a Exortação pós-sinodal Africae munus; o terceiro, mais pessoal e afectivo, está ligado à amizade para a figura e a personalidade do cardeal Bernardin Gantin (1922-2008): “pareceu-me conve-niente vir ao seu país natal para rezar sobre o seu túmulo e agradecer a Benin por ter dado à Igreja este filho eminente”.

“Sempre admirei a sua inteligência prática e profunda; o seu sentido do discernimento, do não cair em certas fraseologias, mas de compreender o que fosse essencial e o que não tivesse sentido”, disse o Papa. E sublinhou uma

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característica do seu carácter: “O seu sentido de humor, que era muito bonito. E, sobretudo, era um homem de profunda fé e de oração”.

A visita do Pontífice articulou-se no arco de três dias intensos, cheios de encontros marcados e de emoções inesquecíveis, nos quais foram lançadas as bases para um futuro de esperança do continente africano. “Tenho a íntima convicção” – disse o Papa, por ocasião do ANGELUS na missa conclusiva, no campo desportivo da capital económica de Benin. Continuou – “que esta seja uma terra de esperança. Autênticos valores, capazes de ensinar ao mundo, que se encontram aqui e nada pedem, a não ser desabrochar com a ajuda de Deus e a determinação dos africanos”.

A Benin, Bento XVI pediu para se constituir “artífice de fraternidade”, para construir a unidade entre as pessoas, as etnias e os povos. “ Viver juntos como irmãos, não obstante as legítimas diferenças” – sublinhou o Papa – “não é uma utopia. Porque um país africano não podia indicar ao resto do mundo a estrada a percorrer para viver uma fraternidade autêntica na justiça, baseando-se na grandeza da família e do trabalho? Desejo, portanto, encorajar o inteiro continente a ser sempre mais sal da terra e luz do mundo”.

Entrega do Africae munus Significativa, neste sentido, é a contribuição que oferece a Exortação Apos-

tólica Africae munus, entregue ao longo da celebração conclusiva. “Entrego-a a todos os fiéis africanos, que saberão estudá-la com atenção e traduzi-la em acções concretas na sua vida quotidiana”.

O documento, que foi entregue aos presidentes das 42 Conferências Episco-pais Africanas (35 nacionais e 7 regionais), contém uma vasta temática de argu-mentos diversos: SIDA, doenças endémicas, refugiados, a pobreza e o subdesen-volvimento. Importante e forte, o texto sobre o analfabetismo, colocado no mesmo plano das grandes pandemias. O documento, mais do que perder-se na vertente da denúncia, indica soluções e convida a fazer força sobre a força dos mesmos africanos.

Ainda no texto, o Papa encoraja os bispos africanos a suscitar vocações missionárias, em resposta ao grande dom recebido dos missionários de ontem e de hoje, que continuam a anunciar o evangelho nas diversas regiões do continente.

E isto, porque “muitos são aqueles cuja fé é fraca, cuja mentalidade, hábitos, maneira de viver ignoram a realidade do evangelho, pensando que a procura de um bem-estar egoísta, do ganho fácil ou do poder seja a finalidade última da vida humana”.

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Em relação a estas pessoas, precisamos ser “testemunhas da fé recebida”. Também porque “a evangelização pressupõe e quer também a reconciliação, para além de promover a paz e a justiça” (tema do Sínodo continental da África, celebrado há dois anos).

Na Exortação, Bento XVI convida os crentes a viver o seu baptismo, seguindo o caminho do serviço indicado por Cristo, que “baptizou-se, fazendo-se o servo do mais pequeno dos seus irmãos”. Na mesma maneira, o crente é chamado a estar “atento ao grito do pobre, do frágil e do marginalizado”; em particular, o Papa indica quais os sujeitos a quem dar uma consideração particular aos doentes, sobretudo os da SIDA e todos os marginalizados da sociedade: “Cada doente, cada pobre, merece o nosso respeito e o nosso amor, porque, mediante ele, Deus nos indica o caminho para o céu”.

Encontro com os meninos e os governantes A ressonância desta pala-

vra foi advertida, também, durante o encontro, singular e cheio de carinho, com os meninos de Benin na paró-quia de Santa Rita, em Coto-nou, onde 6 irmãs de Madre Teresa tomam cuidado de uma centena de crianças a-bandonadas ou doentes (em Benin, 3 milhões de pessoas vivem debaixo do limite da pobreza; a malnutrição das crianças com menos de cin-co anos supera os 20% e 800 mil menores vivem na estra-

da). “Não tenhais medo, queridos meninos, de falar de Jesus aos outros”, exor-tou-os o Papa, e continuou: “Jesus é o tesouro que precisam de saber partilhar com generosidade. Na história da Igreja, o amor de Jesus encheu de coragem e força tantos cristãos e também meninos como vós”.

Com eles, o Papa deixou-se levar a umas lembranças da sua vida: “O dia da minha primeira comunhão foi um dos mais bonitos da minha vida”. Como um avô cheio de carinho, o Papa deixou-lhes a mensagem de que “Jesus os ama” e fez-lhes a recomendação de rezar uma Avé Maria cada dia, pelo Papa.

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Cheio de ternura para com os meninos, o Papa foi determinado para os governantes do país. Na “Sala do povo” de Cotonou, ele lançou um apelo a todos os responsáveis políticos e económicos dos países africanos e do resto do mundo: “Não priveis os povos da esperança”.

Com um tom chocante na voz, o Papa continuou: “Não destruís o seu futuro, mutilando o seu presente. Tendes um encontro ético com a coragem das vossas responsabilidades”. E convidou-os a ser “sábios” e a ter atenção ao “poder que cega com facilidade”, lembrando que só Deus purifica os corações e as intenções, permitindo ficar “íntegros no meio das correntes de opiniões e aos interesses dos potentes”.

O pontífice, para a terra africana, pediu aos políticos “boas escolas, alimen-tação para as crianças, hospitais dignos para curar os doentes” e, sobretudo, “uma maneira de governar limpa, que não confunda o interesse privado com o interesse geral”.

Encontro com os chefes religiosos Durante a visita, o Papa repetiu aos chefes religiosos o mesmo convite à paz

já formulado em Assis, no dia 27 de Outubro: “O ódio é uma derrota; a indiferença, uma estrada cega; o diálogo, uma abertura”. E advertiu: “nenhuma religião, nenhuma cultura pode justificar o recurso à intolerância e à violência”. Justificar a violência em nome de Deus é “um gravíssimo erro”.

O Papa afirmou que “por vezes, o diálogo anti-religioso não é nada fácil”, mas isto não significa absolutamente uma “derrota”. E lembrou que “não se dialoga por fraqueza”, mas porque “se acredita em Deus”. A política e a religião podem modificar o rosto do continente africano. O Papa adverte a leitura negativa desta terra africana, sublinhando que a África é a terra da esperança. E “ter esperança não significa ser ingénuos ou fazer fácil retórica, mas fazer um acto de fé para o futuro”. E então “não aos preconceitos e análises pessimistas”.

O firme “não” também às realidades africanas, entendidas como fontes de “imensa reserva energética, mineral, agrícola e humana, facilmente usáveis por interesses pouco nobres”. E o Papa prosseguiu: “estas são visões redutíveis e irrespeitosas a uma classificação da África e dos seus habitantes”.

Umas propostas operativas No avião que o levava para Roma, o Papa deixou em África, mediante a

Exortação Sinodal, umas propostas operativas para favorecer a reconciliação, a justiça e a paz: potenciar a Lectio divina e o apostolado bíblico, preparar um congresso eucarístico continental, celebrar em cada ano, nos países africanos, o

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dia ou a semana da reconciliação ou, também, realizar um “ano de recon-ciliação” de todo o continente e ampliar o número dos santos africanos, como modelos exemplares de justiça e como apóstolos da paz.

“A África deve ir muito para além da comiseração, porque possui no seu interior os recursos para conseguir. E isto de que maneira? Propondo a Doutrina Social da Igreja. E é um desafio que diz respeito, também, aos doadores, os donors, que devem ir muito para além de uma atitude de assistencialismo.

Mas é, sobretudo, importante que sejam as culturas africanas a tomar consciência do património ancestral representado pelos seus velhos. A mim, o que me ficou dentro, lendo a Exortação Africae munus, mas também seguindo as diferentes intervenções do Papa, foi a atenção às culturas africanas, que representam um grande recurso…

A Igreja, deste ponto de vista, tem a tarefa de promover um sentido de respeito e de irmandade a nível continental, para que os africanos, com o coração e com a mente, compreendam profundamente, graças à fé, que possuem um destino comum.

Noutras palavras, trata-se de “entregar a África aos africanos”, na justa autonomia e na atenção ao seu desenvolvimento integral.

Retirado da Revista “Testimoni” 15 de Dezembro de 2011

Tradução por Dom Elio Greselin

ECUMENISMO GERAL

1. A Religião em Números

O mundo tem 6.542.824.000 habitantes. Só na Ásia, o hinduísmo, o budismo e o islamismo atingem um bilião e seiscentos milhões de pessoas. Hoje, no mundo, 1.166 milhões são católicos. Na Ásia, com mais de metade da população mundial, os cristãos não chegam a 4%. Os católicos são menos de 3%. Mais de metade dos católicos da Ásia vive nas Filipinas (50 milhões de católicos). Na China (1.200 milhões de pessoas) e na Índia (900 milhões de pessoas), a presença cristã não chega a 1%. O número total de Bispos, padres e diáconos no mundo era, em 2001, de 439.850, número que supera os 406.509 de 1961.

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2. Ecumenismo: É o processo de busca da unidade. Num sentido mais restrito, emprega-se o

termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da unidade entre as religiões.

Os dicionários definem ecumenismo como movimento que visa à unificação das igrejas cristãs (católica, ortodoxa e protestante). A definição eclesiástica, mais abrangente, diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs. Do ponto de vista do cristianismo, pode dizer-se que o ecumenismo é um movimento entre diversas denominações cristãs na busca do diálogo e cooperação comuns, buscando superar as divergências históricas e culturais, a partir de uma reconciliação cristã que aceite a diversidade entre as igrejas. Nos ambientes cristãos, a relação com outras religiões costuma denominar-se diálogo inter-religioso.

O termo ecumenismo espalhou-se nos ambientes eclesiais como o rela-cionamento entre as igrejas cristãs divididas, em ordem a superar as diver-gências teológicas, de aproximar os cristãos das diversas denominações e coope-rar com a paz mundial.

Em 1908, os anglicanos Spencer Jones e Lewis Thomas, promoveram oito dias de oração pela unidade dos cristãos, entre 18 de Janeiro (Festa da cátedra de São Pedro) e 25 de Janeiro (festa da conversão de São Paulo). Posteriormente, Watson converteu-se ao catolicismo e foi instituída na Igreja Católica a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos neste mesmo período. A Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, é considerada como o marco do ecumenismo: a busca da unidade entre as igrejas cristãs.

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Entretanto, o papa Pio XI via com suspeita estes movimentos e publicou, em 1928, a encíclica Mortalium animos, que afirmava que a única igreja verdadeira é a igreja romana e que a salvação só pode ser alcançada pelo regresso a ela.

Em 1948, foi criado o Conselho Mundial das Igrejas (CMI), que reuniu inicialmente 197 denominações. No âmbito desta organização, o termo ecume-nismo designa os esforços entre Igrejas, com vista a uma reconciliação cristã que aceite a realidade da diversidade das diversas igrejas cristãs.

“Trabalha-se para que estas divisões sejam superadas, de forma a que se pos-sa realizar o desejo de Jesus Cristo: de que todos os seus seguidores estivessem unidos, assim como Ele e o Pai são um só.”

A Igreja Católica incorporou-se oficialmente ao movimento ecuménico a partir de 1960, quando o papa João XXIII criou o Secretariado Romano para a Unidade dos Cristãos. Este organismo participou activamente na assessoria do papa e dos bispos durante o Concílio Vaticano II, além de ajudar os padres conciliares na elaboração do decreto Unitatis Redintegratio, de 1964, do Papa Paulo VI. Este decreto define o movimento ecuménico como uma graça do Espírito Santo, considera que o carácter ecuménico é essencialmente espiritual e estabelece que o olhar da Igreja Católica é dirigido às igrejas separadas do Catolicismo: as Igrejas Ortodoxas e as Igrejas Protestantes.

O Papa Paulo VI instituiu diversos grupos de trabalho na linha do diálogo inter-religioso: o Secretariado para os Não-Cristãos, a Comissão para o Diálogo com os Judeus e o Secretariado para os Não-Crentes.

Adérito Gomes Barbosa, scj

ECUMENISMO E IGREJA

3. A Igreja e as Religiões Não Cristãs

A Igreja relaciona-se com muita atenção, em relação às religiões não cristãs, para promover a unidade na caridade. É importante ter presente, antes de mais, o que nos une, o que temos em comum. A Igreja não rejeita nada do que há de verdadeiro noutras religiões. Respeita os preceitos de outras religiões. Tem o dever de anunciar Cristo. A Igreja aconselha aos cristãos católicos diálogo e colaboração com outras religiões. A Igreja condena toda e qualquer discriminação ou perseguição. (NAe).

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4. O Cristianismo: É a religião dos que acreditam em Jesus Cristo. É que a religião judaica

baseava-se na palavra de Deus, conservada na Bíblia. A fé cristã tem o seu fundamento nas palavras, no ensino, nos gestos de um homem, cuja vida foi narrada por Marcos, Mateus, Lucas e João. É a religião de uma pessoa e não de um livro.

Os homens crentes, as primeiras comunidades cristãs, viveram mais de 30 anos sem terem um texto. O cristão acredita num Deus ressuscitado, que nos trouxe uma mensagem de salvação, por ter anunciado o Reino de Deus e ter dado a sua vida.

O credo é uma oração de identificação, os sacramentos são formas de culto, ajudados por devoções particulares.

O judaísmo, o cristianismo e o islamismo (religiões do livro) têm como pai uma figura chamada Abraão. O cristianismo é a religião da filiação divina e do amor e tem como símbolo a cruz que representa a paixão e a morte de Cristo.

As três grandes confissões cristãs são a ortodoxa, a católica e a evangélica. A tradição cristã agarra como características em Abraão: a promessa e um homem de fé. “Se pertenceis a Cristo, sois da descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gálatas, 3,29).

Podemos assumir diferentes atitudes face à religião: agnosticismo respeitador; indiferença doutrinal; desinteresse prático. Há quem se refugie no subjectivismo, endeusando o seu pensar como verdade. É mais do que evidente que não é admissível o fundamentalismo, o proselitismo, o triunfalismo e a intolerância entre religiões ou entre religiões e a vida pessoal e social das pessoas, como tem acontecido.

As religiões estão ao serviço da dignidade do ser humano e, de forma alguma, podem espezinhar culturas e povos.

Qual é a tua religião de vida? O islamismo é a religião do perfeito abandono. O hinduísmo é a religião do repouso unificador. O budismo é a religião da total eliminação da dor no mundo. O judaísmo é a religião da obediência e da lei.

As religiões estáticas são aquelas que têm uma fraca capacidade de dar a conhecer Deus. São as religiões antigas do Egipto, da Caldeia, da Grécia e de Roma.

O budismo, o hinduísmo e o confucionismo têm uma imagem de Deus imprecisa, vaga e com lacunas doutrinais. Por isso chamam-se religiões dinâmicas não reveladas.

Há a revelação de Deus ao homem: islamismo, judaísmo e cristianismo.

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O cristianismo é a religião da filiação divina e do amor. As religiões chinesas definem-se pela harmonia cósmica.

É, de facto, importante a prática religiosa, mas é ainda mais importante, viver na vida quotidiana a mensagem cristã.

5. A Liberdade Religiosa A liberdade e a liberdade religiosa são direitos fundamentais da pessoa

humana (DH). O homem tem o direito e o dever de procurar a verdade; uma vez encontrada deve seguir essa religião. Devem-se respeitar os que praticam outras religiões. A liberdade religiosa deve respeitar, também, o bem comum. A liberdade religiosa respeita a consciência de cada indivíduo e as manifestações exteriores da sua religião. É a liberdade individual, colectiva e comunitária.

Os pais são os primeiros responsáveis pela educação religiosa dos seus filhos. Jesus e os Apóstolos respeitaram as condições dos homens, mas não deixaram de anunciar explicitamente o Reino de Deus. A Igreja deve anunciar com entusiasmo Jesus Cristo como Salvador.

6. João Paulo II Juntamente com todos os discípulos de Cristo, a Igreja Católica funda, sobre o

desígnio de Deus, o seu empenho ecuménico de reunir a todos na unidade. De facto, «a Igreja não é uma realidade voltada sobre si mesma, mas aberta permanentemente à dinâmica missionária e ecuménica, porque foi enviada ao mundo para anunciar e testemunhar, actualizar e expandir o mistério de comunhão que a constitui: a fim de reunir a todos e tudo em Cristo; ser para todos "sacramento inseparável de unidade"». 4

Já no Antigo Testamento, referindo-se à situação do povo de Deus de então, o profeta Ezequiel, recorrendo ao símbolo simples de duas varas, primeiro separadas e depois juntas uma à outra, exprimia a vontade divina de «reunir de toda a parte» os membros do seu povo dividido: «Serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Então, as nações reconhecerão que Eu sou o Senhor que santifica Israel» (cf. 37, 16-28). Por sua vez, o Evangelho de S. João, pensando na situação do povo de Deus daquele tempo, vê na morte de Jesus a razão da unidade dos filhos de Deus: «Devia morrer pela Nação. E não somente pela Nação, mas também para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos» (11, 51-52). De facto, como explicará a Carta aos Efésios, «destruindo o muro de inimizade que os separava (...), pela Cruz levando em Si próprio a morte à inimizade», Ele fez a unidade entre o que estava dividido (cf. 2, 14.16).

Adérito Gomes Barbosa, scj

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UM MÊS PARA A FORMAÇÃO PERMANENTE

Com o desejo de melhor acompanhar a vida e a fé das comunidades a ela

confiadas, a Equipa missionária das Paróquias de São José de Mitúcué e São Miguel de Cuamba declarou o mês de Janeiro como um período de Stand By, uma paragem obrigatória.

Sendo que no ano 2012 pretendemos um salto de qualidade em tudo o que

vivemos, sentimos, pensamos e fazemos, foi necessário convidar as comunidades, comissões, grupos e movimentos a tomarem um mês de relax, de descanso pastoral, que fosse, ao mesmo tempo, uma oportunidade para a renovação e a programação das actividades pastorais para o ano 2012.

Escolhemos este mês, pelo seu grande signficado, em termos de fecundidade: a terra, ao receber a chuva, entra como num processo de frescura, tudo se torna verde e as machambas vestem-se de espigas, de grãos, e enchem-se de mãos laboriosas que, incansavéis, laboram na esperança de uma boa e abundante colheita, que lhe garanta o sustento para o resto do ano.

Assim como a terra, as comunidades cristãs, as comissões, os grupos e movimentos encontram-se a preparar as suas respectivas programações pastorais: definindo objectivos, critérios e actividades com as que pretendem irrigar da bondade de Deus o coração deste solo e desta cultura.

Enquanto isso, a Equipa missionária dedica-se à formação permanente. Conscientes de que “Parar não é negar o caminho, é tomar fôlego para continuar a caminhada com mais coragem”, como diz o provérbio Macua, os membros estrangeiros da Equipa missionária, acompanhados por um grupo de animadores

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locais e pelo competente Pe. Frizzi, decidiu dedicar o mês de Janeiro ao estudo da língua Macua e a conhecer alguns aspectos da sua cultura.

Com todo este processo, pretendemos infundir um salto de qualidade em todos os âmbitos da acção evangelizadora e promover uma evangelização da cultura a partir da penetração nas suas raízes, para melhor a conhecer e amar.

Ao mesmo tempo que decorre a Formação Permanente da Equipa

Missionária, está a avançar-se a programação dos diversos projectos e programas do nosso desejado Centro Cultural Betânia, que, mais do que um edifício, projecta-se como um centro de organização, de promoção e de coordenação de uma série de programas na ordem da promoção humana e da evangelização; assunto este que teremos a oportunidade de partilhar numa outra ocasião.

Pe. Álvaro López Valência

BODAS DE OURO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NZINJE – LICHINGA

Celebraram-se, a 11 de Dezembro de 2011, bodas de ouro, por ocasião dos

50 anos da fundação da Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Nzinje, Diocese de Lichinga, no território do Niassa, Região de Moçambique.

A efeméride devia ter lugar a 29 de Novembro, data coincidente com a criação da Missão de Conceição de Vila Cabral (hoje Nzinje), mas, por motivos da sobrecarga da agenda de Sua Excª Revª Bispo de Lichinga, foi adiada para Domingo, 11 de Dezembro. Feliz coincidência, porque nesta data comemorou-se cumulativamente a Solenidade da Padroeira da Paróquia “Nossa Senhora da Imaculada Conceição”, que tem tido lugar a 8 de Dezembro, data que calhou a meio de semana laboral.

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Depois de uma série de actividades preparatórias, eis que no Sábado, dia 10, ainda no âmbito das comemorações do 50° aniversário, Dom Elio, Bispo de Lichinga, administrou o Sacramento do Crisma a 56 irmãos, entre jovens e adultos. Como tem acontecido nestas ocasiões, a celebração eucarística foi revestida de muita alegria, graças e cor, apesar dos chuviscos que foram caindo desde as primeiras horas. Na homilia, o Prelado apelou à firmeza na fé a todos, tendo Cristo como o modelo de vida e de todas as acções. Aos crismados, exortou-os a serem fiéis aos compromissos assumidos segundo o Evangelho.

Na tarde do mesmo dia, o ambiente começou a ser preparado para as

cerimónias do dia seguinte, consistindo na construção de uma tenda para a missa campal e os últimos acertos litúrgicos.

O Domingo clareou com algum cacimbo, que depois foi dissipado. E, às 9 horas, o povo foi receber o seu Pastor no entroncamento entre o asfalto e a picada, que dá acesso à Paróquia, e, imediatamente, a Celebração começou com a leitura de um historial da fundação da Paróquia, no qual foram enaltecidos os principais nomes dos seus primeiros protagonistas, como os Padres José Vale, Lopes Piquito, Manuel Tavares, Eugénio Menegon, o arquitecto Benjamim Prata (Irmão) e, hoje, o Padre Raphael Miring´u Miru, coadjuvado pelo Padre Félix Richard Odongo, todos Missionários da Consolata.

Durante a homilia, Dom Elio confiou à juventude a missão de continuar a obra dos que debaixo de adversidades de várias ordens edificaram a Paróquia para expandir a mensagem de salvação deixada por Jesus Cristo, ao desejar que todos

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fossem um como Ele era Um com o Pai. Por isso cabia a todos, e principalmente à juventude, abandonar a ociosidade e ocupar-se em coisas que valem a pena para a vida, rumo à salvação. Destacou a Virgem Imaculada como modelo de humildade face aos projectos divinos. Mas chamou a atenção para não confundir a humildade com a passividade.

Terminada a Celebração Eucarística, às treze horas houve almoço de confraternização, juntamente com os convidados que se fizeram presentes, a destacar a presença honrosa do Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Lichinga.

No fim do almoço, Dom Elio abençoou os presentes, desejando-os um feliz Natal e próspero Ano Novo de 2012.

Paulo Amisse

SURGE MAIS UMA NOVA PARÓQUIA: A DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – CERÂMICA

No dia 18 de Dezembro de 2011, a Igreja achou por bem, para assistência

espiritual e pastoral, e visto a caminhada e a maturidade fortes da comunidade Cristã da Cerâmica, quase Paróquia, desmembrar e erigir a Igreja dedicada ao Imaculado Coração de Maria – Cerâmica, como Paróquia autónoma, independente da Paróquia da Sé Catedral. A Igreja de Lichinga (Niassa), que está sob direcção do Bispo Dom Elio Greselin, estando este ao serviço da caridade e da verdade, para anúncio do Evangelho da salvação para todos os povos, deliberou esta decisão com o seu Conselho diocesano. E o padroeiro desta Igreja deve ser celebrado solenemente no dia da sua festa.

Neste dia, o evento contou com a celebração de Santa Missa, onde concelebrou o clero em serviço na Diocese de Lichinga e com a presença de religiosos(as), individualidades governamentais e todo o povo cristão da Cerâmica e das paróquias vizinhas. No mesmo dia que a comunidade foi elevada a paróquia, houve Crisma num total de 49 jovens.

O dia foi coroado de muita alegria, que se caracterizou com danças de vários grupos: cruzados, jovens, mamãs de santa Mónica e do grupo coral da paróquia de Nzinje, os quais animaram bastante para os presentes naquela festa.

Bem-haja à nova paróquia do Imaculado Coração de Maria – Cerâmica. Pe. Eurico Dário

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PARÓQUIA DE SÃO FRANCISCO XAVIER DE MANDIMBA REFLEXÃO SOBRE O NATAL E O ANO NOVO

“Habita no meio de nós Jesus Cristo, Luz dos nossos passos”. É este o lema

espiritual que norteou a comunidade da casa paroquial de Mandimba, na preparação do Natal.

O Natal é Deus que caminha com o seu povo. Um Deus que quer que o seu povo não se perca, mas que se converta e viva. Foi assim que se celebrou o Natal na paróquia de São Francisco de Xavier de Mandimba, onde todos os movimentos de preparação desta festa foram para o bem da família, da comunidade e da Igreja Universal.

O seminarista Carlitos da Josefa Mugawanha, da diocese de Quelimane, diz que as diferenças entre os povos, pessoas, culturas, etnias, capacidades, raças e talentos não podem ser motivo de divisão, mas de harmonia e união; num ambiente de Natal, as diferenças devem ser motivos de paz e alegria.

Durante o tempo do advento em que se esteve a preparar o Natal, visitaram-se os doentes internados no hospital rural de Mandimba e os reclusos da cadeia. A visita consistia na saudação, oração e oferta material.

A noite de 24 foi de alegria, sendo que, entre várias actividades, o grupo de jovens, cruzados e acólitos apresentaram o teatro espiritual do nascimento do Menino Jesus.

Durante a celebração do dia 25, o som das músicas religiosas convidava a rezar; de facto, o caminho da verdade e da vida sentia-se no meio de nós.

O dia 31 foi reservado para uma missa de acção de graças, onde se louvou a Deus pelo dom da vida. Aliás, o salmo daquele dia convidava mesmo os céus a alegrarem-se e a terra a exultar.

Mandimba, 6 de Janeiro de 2012 Marcelino Manuel

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MOÇÃO – PEAD 2011

O Ministro da Educação surpreende o PEAD

O Ministério da Educação de Moçambique promoveu uma moção para o Projecto de Escolarização e Alfabetização de Adultos da Diocese de Lichinga (PEAD). Foi uma grande surpresa para o nosso projecto, porque nunca pensámos que o trabalho que estamos a realizar estivesse a ser considerado assim tão relevante e útil pelo Governo.

No Conselho Coordenador Nacional da Educação reunido nesta cidade de Lichinga, capital da província do Niassa, o Ministro da Educação entregou ao PEAD uma moção, como diploma de reconhecimento pelo bom desempenho deste projecto, que coordenamos desde o ano 1999. O Governo reconhece, de facto, o contributo deste projecto da Diocese, na redução da taxa de analfabetismo no meio da população do Niassa, ao proporcionar acesso ao grande número de crianças e adultos nas suas escolas e centros de alfabetização. É considerado o maior projecto de educação a contribuir para o desenvolvimento do Niassa e do país, depois do Governo.

Atendendo às características culturais desta província, em que a menina não deve ir à escola, porque é entregue em casamento prematuro, o nosso projecto tem nos seus indicadores os aspectos de equidade de género, um dos objectivos do milénio. Por isso, entre as nossas actividades, contamos com a formação dos professores, supervisores, coordenadores, membros dos conselhos de escola e alfabetizadores, em temas de Género, Gestão Escolar, Direitos Humanos da mulher. Para a qualidade de ensino e aprendizagem, procurámos, também, melhorar as infra-estruturas escolares e a formação psico-pedagógica do pessoal docente.

Este é um projecto que nasceu em 1995, com D. Luís Gonzaga Ferreira da Silva, depois do acordo de paz, com a finalidade de levar a escola para as zonas mais longínquas do Niassa, onde o Governo não chegava e onde se encontravam as crianças mais carentes.

Quanto à sua evolução, o PEAD começou com 90 escolas, sendo que no ano 2000 atingiu o número de 124. Foram sendo passadas à rede de escolas públicas. Presentemente, são somente 25 escolas e 23 centros de alfabetização, porque agora o seu tema é apostar na qualidade e não na quantidade. Abrange 9.789 alunos/as, dos quais 4.655 meninas e 1.687 alfabetizados/as, sendo 1.290 mulheres e 397 homens. Algumas destas mulheres já participam na sociedade com outra visão, por saber ler, escrever e defender os seus direitos. Algumas já

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se encontram na universidade, pois, graças a Deus, várias faculdades já vieram até ao Niassa.

Temos, também, cinco casas de acolhimento para as meninas, para diminuir a distância escola-casa, de forma a favorecer para que também possam concluir o ensino básico e singrar na vida.

A Igreja de Lichinga sente satisfação, porque, como João Baptista, preparou o caminho para que aquelas crianças pudessem frequentar a escola perto de si, nas suas aldeias.

Esta moção consideramo-la como uma honra para esta Diocese de Lichinga e para os seus pastores, tão organizada em todos os aspectos da vida social, pois, seguindo os passos de Jesus, procura implantar o Seu Reino de amor, de paz e justiça, entre os que mais necessitam, através destes projectos que fazem parte do Plano Estratégico da Diocese.

A gratidão de todo o pessoal do PEAD, que dia e noite labuta, vai para o Ministro da Educação e para a Direcção Provincial de Educação e Cultura (DPEC). A nossa especial gratidão vai para os nossos parceiros financiadores, salientando as ONGs: Intermón Oxfam (principal financiador), Concern Universal, Cooperação Sueca, Embaixada da Irlanda, não deixando de mencionar a FUNDEO que, nestes 2 anos, veio colaborando para o sucesso do PEAD.

Juliana Wandi, stj

De Lichinga, Moçambique

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AGENDA

29 de Janeiro - Primeiros votos das irmãs Postelianas. De 31 de Janeiro a 12 de Fevereiro - Exercícios espirituais aos seminaristas filósofos inter-diocesanos de Maputo. 3 de Abril - Encontro de todos os padres diocesanos. 3 de Abril - Missa Crismal.

INFORMAÇÕES

Entre os dias 23 e 25 de Janeiro, houve um encontro para todos os seminaristas diocesanos, na paróquia de Santo António de Unango – Mbemba. Estiveram presentes o Vigário Geral da Diocese, pe. Joaquim Lopes Vieira, o Coordenador da Pastoral, pe. Eurico Dário, e o responsável pelas vocações, pe. Acácio Maidade. No total, eram 27 seminaristas dos três seminários: médio, filosofia e teologia. O objectivo do encontro era a animação vocacional e identidade do seminarista. No dia 25 partiram para os seus respectivos seminários.

Tendo início no dia 11 de Fevereiro, e durante 8 meses, haverá uma formação para líderes/animadores cristãos, aberta a todas as comunidades, paróquias e núcleos da cidade de Lichinga.

No dia 20 de Fevereiro irão começar as aulas da Universidade Católica de Moçambique, em Lichinga, com a parceria da Diocese. Estarão três cursos disponíveis: Administração Pública, Direito e Economia e Gestão. As inscrições ocorreram durante os meses de Dezembro e Janeiro.

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ÍNDICE

CARTA DE DOM ELIO ............................................................................................... 2

VIAGEM DO PAPA BENTO XVI A BENIN .................................................................. 6

ECUMENISMO GERAL ........................................................................................... 10

ECUMENISMO E IGREJA ........................................................................................ 12

UM MÊS PARA A FORMAÇÃO PERMANENTE ....................................................... 15

BODAS DE OURO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NZINJE – LICHINGA ...................................................................... 16

SURGE MAIS UMA NOVA PARÓQUIA: A DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – CERÂMICA ............................................................................................................. 18

PARÓQUIA DE SÃO FRANCISCO XAVIER DE MANDIMBA - REFLEXÃO SOBRE O NATAL E O ANO NOVO .......................................................................................... 19

MOÇÃO – PEAD 2011 ............................................................................................ 20

AGENDA ................................................................................................................ 23

INFORMAÇÕES ...................................................................................................... 23

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Comunidades do Niassa 5/2012, Janeiro

Diocese de Lichinga, C.P.111, 90100

Lichinga – Niassa

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Contactos E-mail: [email protected] E-mail da irmã Maria José: [email protected] E-mail do Pe. Dário: [email protected]

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24,1,22,3,20,5,18,7,16,9, 14,11

2,23,4,21,6,19,8,17,10,15,12,13