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CARINE FÜHR
AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE
GORDURA TRANS POR ESCOLARES MATRICULADOS EM DUAS
ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE CANOAS, RIO GRANDE DO SUL.
CANOAS, 2011.
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CARINE FÜHR
AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE
GORDURA TRANS POR ESCOLARES MATRICULADOS EM DUAS
ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE CANOAS, RIO GRANDE DO SUL.
Trabalho de conclusão a ser apresentado à banca examinadora do curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: Profª Mª. Fernanda Miraglia
CANOAS, 2011.
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CARINE FÜHR
AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE
GORDURA TRANS POR ESCOLARES MATRICULADOS EM DUAS
ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE CANOAS, RIO GRANDE DO SUL.
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição pelo Centro Universitário La Salle – Unilasalle.
Aprovado pela banca examinadora em 05 de dezembro de 2011.
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________
Profª Mª. Fernanda Miraglia
__________________________________________
Profª Mª. Rosana Maria Carolo da Costa e Silva
__________________________________________ Nut. Mª. Ana Paula Frasson Tibola
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pela vida, por iluminar e guiar sempre meu caminho, por me fazer
acreditar que nada é impossível junto Dele.
Ao meu pai por acreditar em mim, pelas lições de vida aos quais me orgulho muito, e
por apoiar sempre minhas decisões, sem seu incentivo jamais teria conseguido
chegar onde cheguei.
A minha mãe que mesmo não estando mais presente entre nós, me deixou
ensinamentos e grandes conhecimentos dos quais jamais esquecerei.
A minha orientadora. Profª Mª. Fernanda Miraglia por me auxiliar e transmitir sua
tranqüilidade e confiança, e por acreditar em mim como aluna e profissional.
As direções das escolas, Colégio Espírito Santo e Escola Estadual de Ensino
Fundamental Coronel Vicente Freire, por permitirem a realização desta pesquisa.
Às crianças que participaram dessa pesquisa e a seus pais ou responsáveis, que
permitiram a sua colaboração.
As minhas colegas, que ao logo destes anos de graduação sempre estiveram ao
meu lado, e formando uma grande amizade.
A minha prima Bárbara, pelo auxilio e solidariedade durante a elaboração deste
trabalho.
A todos familiares e amigos que sempre me apoiaram nesta trajetória.
Muito Obrigada!
"Deus não disse que a vida seria fácil, ele simples mente prometeu que valeria a pena!"
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RESUMO
O presente estudo é de natureza quantitativa. Trata-se de um estudo transversal,
tendo como objetivo avaliar o consumo de gordura trans de escolares do 4º ano de
uma escola pública e uma escola privada, através do questionário de frequência de
consumo alimentar para crianças, e comparar com o estado nutricional destes
escolares. A amostra constituiu-se por 50 crianças na faixa etária de 9 e 10 anos
frequentadoras das duas escolas do município de Canoas. Os dados foram obtidos
por meio da coleta de medidas antropométricas (peso e estatura) e cálculo IMC,
assim como a aplicação de um QFCA de gordura trans. Sobre as medidas
antropométricas coletadas na escola, os escolares foram classificados em baixo
peso, eutróficos, sobrepeso ou obesidade a partir das curvas de crescimento de IMC
por idade, conforme proposto pela OMS. Os resultados foram computados,
utilizando o questionário de freqüência de consumo alimentar e avaliação
antropométrica. Em relação ao consumo alimentar, observou-se na escola pública e
privada, respectivamente, que 65,51% e 61,90% dos escolares eram eutróficos,
10,35% e 14,29% tinham sobrepeso, 24,14% e 19,05% eram obesos e apenas na
escola privada obtivemos um percentual de 4,76% para baixo IMC para idade. Dos
alimentos fonte de gordura trans, observou-se alto consumo somente para
margarina de 41,38% e 33,33% na escola pública e privada, respectivamente.
Moderado consumo para maionese (44,83%), biscoito água e sal/club social
(41,38%) e biscoito amanteigado (37,93%) na escola pública; e na escola privada,
observou-se moderado consumo para maionese (42,86%), biscoito recheado
(38,10%) e chocolate/bombom (52,38%). Através dos resultados obtidos,
acreditamos que deve-se dar maior atenção à ingestão de ácidos graxos trans, pois
eles estão presentes em muitos dos alimentos habitualmente consumidos pelos
escolares. Sendo assim, acredita-se que esta população deva ter maior acesso à
informações sobre a real quantidade de ácidos graxos trans contido nos alimentos
industrializados.
Palavras-chave: Consumo Alimentar; Escolar; Gordura Trans.
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ABSTRACT
This study is quantitative in nature. It is a cross-sectional study aiming to evaluate the
consumption of trans fat from school in the 4th year in a public school and private
school through the questionnaire on frequency of food consumption for children, and
compare with the nutritional status of school. The sample consisted of 50 children
between the ages of 9 and 10 years attending two schools in the city of Canoas.
Data were obtained by collecting anthropometric measurements (weight and height)
and calculate BMI as well as the application of a FFQ of Trans fat. About the
anthropometric measurements collected at the school, students were classified as
underweight, normal weight, overweight or obese from the growth curves of BMI for
age, as proposed by WHO. The results were computed using the frequency
questionnaire food consumption and anthropometric measurements. In relation to
food consumption was observed in public and private schools, respectively, 65.51%
and 61.90% of the students were normal weight, 10.35% and 14.29% were
overweight, 19% and 24.14 , 05% were obese and only in the private school we had
a rate of 4.76% for low BMI for age. Food source of Trans fat, it was observed only
for high consumption of margarine 41.38% and 33.33% in public and private schools,
respectively. Moderate consumption for mayonnaise (44.83%), biscuits and salt
water/social club (41.38%) and buttery biscuits (37.93%) in public school, and in
private school, there was moderate consumption for mayonnaise (42.86%), Oreo
(38.10%) and chocolate/candy (52.38%). The results obtained, we believe that one
should pay more attention to the intake of trans fatty acids because they are present
in many of the foods commonly consumed by the school. Therefore, it is believed
that this population should have greater access to information about the actual
amount of trans fatty acids contained in foods.
Keywords: Food Consumption; School; Trans Fat.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 08
1.1 Objetivos 09
1.1.1 Objetivo Geral 09
1.1.2 Objetivos Específicos 09
1.2 Justificativa 09
2 REFERENCIAL TEÓRICO 11
2.1 Características da fase escolar 11
2.2 Formação do hábito alimentar 12
2.3 Avaliação Nutricional 13
2.4 Micronutrientes 14
2.4.1 Cálcio 14
2.4.2 Ferro 14
2.4.3 Vitamina A 15
2.5 Obesidade 15
2.6 Gordura trans 17
3 METODOLOGIA 20
3.1 Delineamento Geral 20
3.2 Coleta de Dados 20
3.2.1 Índice de Massa Corporal 21
3.2.2 Questionário de freqüência de consumo alimentar (QFCA) 22
3.3 Local da Pesquisa e Amostra 22
3.4 Critério de Inclusão 23
3.5 Ética 23
3.6 Tabulação de Dados 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
5 CONCLUSÃO 31
REFERÊNCIAS 32
APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclare cido 36
ANEXO A – Questionário de Frequência de Consumo Alimentar para Crianças
de 7 a 10 Anos 38
ANEXO B – Curvas de classificação do IMC 39
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1 INTRODUÇÃO
Uma alimentação saudável deve ser suficiente em quantidade e completa em
qualidade, além de harmônica em seus componentes, e adequada a sua finalidade e
ao organismo ao que se destina. Atualmente, vivemos uma situação conhecida
como transição nutricional, que é caracterizada pela inversão dos problemas
nutricionais da população, sendo geralmente uma passagem da desnutrição para a
obesidade (SILVA, 2010).
Nos países em desenvolvimento, devido à industrialização e à urbanização,
houve uma mudança no padrão alimentar das famílias, e com isso, o padrão
alimentar das crianças e adolescentes também mudou, apresentando atualmente,
um consumo excessivo de refrigerantes, açúcares, ácidos graxos trans e junk foods,
baixa ingestão de frutas e hortaliças, somando a dietas monótonas, modismos
alimentares, e a omissão de refeições (POPKIN, 2004). Práticas que, associadas ao
sedentarismo, estão relacionadas ao incremento da freqüência de obesidade, que
acompanha o processo da transição nutricional (POPKIN, 2004).
A escola é um local ideal para realizar trabalhos de prevenção da obesidade
infantil, sendo uma forma racional e menos onerosa de diminuir significativamente a
incidência de doenças crônico-degenerativas. Uma vez que as crianças fazem pelo
menos uma refeição nas escolas, facilitando o trabalho de educação alimentar e
nutricional e a promoção de atividade física (MELLO; LUFT; MEYER, 2004), além
disso, este espaço proporciona um espelhamento das crianças com seus
professores e colegas, podendo colaborar para a inserção de novos hábitos de vida.
Nas últimas décadas, diversos estudos vêm sendo realizados visando avaliar
os efeitos dos ácidos graxos trans sobre o organismo e identificar seu mecanismo de
ação. Entretanto, somente recentemente, este item foi incluído na rotulagem
nutricional obrigatória brasileira, permitindo ao consumidor controlar o consumo de
ácidos graxos trans (DIAS; GONCALVES, 2009).
A recomendação é que seja consumido o mínimo possível e, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), não deve ultrapassar 1% do valor calórico
da dieta (DIAS; GONCALVES, 2009). A partir do exposto, este trabalho teve como
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objetivo avaliar o consumo de alimentos fonte de ácidos graxos trans na alimentação
habitual de escolares de 9 a 10 anos de duas escolas do Município de Canoas.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar o consumo de alimentos fonte de gordura trans dos escolares que
frequentam a Escola Estadual de Ensino Fundamental Coronel Vicente Freire e
Colégio Espírito Santo, através do questionário de frequência de consumo alimentar.
1.1.2 Objetivos Específicos
� Realizar avaliação antropométrica de escolares das duas escolas;
� Comparar o estado nutricional e o consumo de gorduras trans entre os
escolares da escola pública e da escola privada;
1.2 Justificativa
O perfil nutricional da população brasileira, atualmente apresenta mudanças
importantes conhecidas como transição nutricional, caracterizada especificamente
por redução na prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de
sobrepeso e obesidade.
É neste contexto que o desenvolvimento de ferramentas que permitam avaliar
a ingestão alimentar de maneira fidedigna tem merecido cada vez mais destaque
nas pesquisas dos profissionais da área da saúde e nutrição.
De acordo com Sigulem, Devincenzi e Lessa (2000), com estas mudanças, a
utilização de índices antropométricos tem sido uma estratégia válida para gerar
indicadores sensíveis do estado nutricional, tendo como objetivo avaliar as
dimensões físicas e composição global do corpo humano, este tem se revelado
como o método isolado mais utilizado para o diagnóstico nutricional em nível
10
populacional, sobretudo na infância e na adolescência, pela facilidade de execução,
baixo custo e inocuidade.
A industrialização e urbanização ocasionaram o aumento da ingestão de
calorias e diminuição da atividade física, estabelecendo o sobrepeso, devido ao
maior consumo calórico e menor gasto energético. Na população infanto-juvenil,
outros fatores agravam o problema, como o desmame precoce e a introdução de
alimentos calóricos desde o início da vida. As crianças e os adolescentes têm menos
espaço para atividade física e gastam suas horas de lazer em frente a computadores
e televisão. A alimentação composta por arroz, feijão, carne e verduras, foi
substituída por refeições rápidas fora de casa com refrigerantes, salgadinhos,
sanduíches e biscoitos (TARDIDO; FALCÃO, 2006).
O consumo de gordura trans vem sendo apontado como um fator de risco
importante tanto quanto o consumo de ácidos graxos saturados para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares em ambos os gêneros (BERTOLINO,
2006).
A obesidade na infância está relacionada a várias complicações, levando
também, a maior taxa de mortalidade. Quanto mais tempo o indivíduo se mantém
obeso, maior é a chance das complicações ocorrerem, e mais cedo elas podem
desenvolver doenças crônicas, devido aos malefícios causados pela grande
quantidade de gordura consumida e acumulada no corpo (MELLO; LUFT; MEYER,
2004).
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Características da fase escolar
A idade escolar caracteriza uma fase de transição entre infância e
adolescência e compreende crianças na faixa etária de 7 a 10 anos. Esse é um
período de intensa atividade física, ritmo de crescimento constante, com ganho de
peso mais acentuado próximo ao estirão da adolescência. É nesta fase que a
criança começa a formar novos laços sociais com adultos e outros indivíduos da
mesma idade. Assim, além da grande importância da família, a escola passa a
desempenhar papel de destaque na manutenção da saúde tanto física como
psíquica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008).
De acordo com Vitolo (2008), características desta faixa etária promovem
melhor aceitação de preparações alimentares diferentes e mais sofisticadas. Nesta
fase, o ganho de peso é proporcionalmente maior que o aumento da estatura.
Dependendo do padrão dietético e da atividade física, á longo prazo as crianças
podem modificar a composição do seu corpo, com riscos de desenvolver obesidade
ou aumento de gordura corporal. Entretanto, é nesta fase que se inicia o
comportamento sedentário, como videogame, computador, televisão.
A idade escolar precede o estirão pubertário, é possível ocorrer o fenômeno
da repleção energética, em que meninos e meninas apresentam maior velocidade
de ganho de peso, como uma forma de guardar energia para ser usada na fase de
intenso crescimento pubertário. Ressalte-se que, para ocorrer o aumento da reserva
energética, a criança terá modificado seu hábito alimentar anterior, aumentando o
consumo de alimentos energéticos, como biscoitos, bolos, doces, sorvetes (VITOLO,
2008).
As escolas, ao oferecerem alimentos hipercalóricos nas cantinas, contribuem
para o seu consumo inadequado. No âmbito escolar, torna-se, portanto, necessário
estimular o consumo de alimentos adequados por meio da oferta menos frequente
daqueles de alta densidade energética (WHO, 2003).
12
2.2 Formação do hábito alimentar
A idade escolar é considerada ideal para a formação de bons hábitos
alimentares, que repercutirão na fase adulta. Sendo assim torna-se evidente a
necessidade de intervenção nutricional nesta população para prevenir agravos
futuros, bem como a vigilância do estado nutricional nesta faixa etária (SIGULEM;
DEVINCENZI; LESSA, 2000).
A escola pode contribuir favoravelmente nesse processo para que a própria
criança faça a escolha correta dos alimentos e opte por uma melhor qualidade de
vida. Educá-la quanto aos riscos que hábitos alimentares e estilo de vida
inadequado podem representar à saúde é de fundamental importância. Os hábitos
alimentares da família continuam a exercer influência sobre as práticas alimentares
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2008).
Pela pirâmide alimentar brasileira, recomenda-se para crianças em idade escolar seis porções de Pães e cereais, quatro porções diárias de frutas e de hortaliças, uma porção de leguminosas, duas de carnes e ovos, três de leite e produtos lácteos, duas de açúcar e doces e uma de óleo e gordura (RINALDI et al., 2008).
Alguns estudos têm investigado hábitos alimentares entre crianças e fatores
associados. Um estudo realizado por Pérez et al. (2007) no Texas com estudantes
do 4º ano escolar (idade média=9,7 anos), mostrou que o consumo de leite, iogurte,
cereais e frutas foi mais frequente entre os mais jovens, enquanto a ingestão de
embutidos, hambúrguer, queijo, batata frita, refrigerantes e refrescos foi mais
provável entre os estudantes mais velhos.
Outro estudo constituído com 1.797 escolares entre 6 e 12 anos de idade, da
cidade de Nova York, descreveu de forma detalhada o padrão alimentar destas
crianças, chegando as seguintes conclusões: 40% não comiam vegetais, 36%
comiam quatro tipos de guloseimas diariamente; as crianças que almoçavam na
escola ingeriam mais produtos lácteos, frutas e verduras quando comparadas com
as que traziam almoço de casa e 16% não consumiam o café da manha. Esses
resultados são interessantes, pois contribuem para que o nutricionista, durante a sua
avaliação nutricional, observe as diferentes variáveis determinantes do
comportamento alimentar de crianças (WOLFE; CAMPBELL, 1993).
13
Padrões alimentares também foram investigados entre crianças espanholas
(ARANCETA et al., 2003). Os autores verificaram que o padrão alimentar
denominado “Lanches” caracterizou-se pelo consumo mais freqüente e mais elevado
de produtos de padaria, doces, salgadinhos e refrigerantes, enquanto a maior
ingestão de frutas, vegetais e peixes associou-se com o padrão “Saudável”. Neste
estudo, crianças que assistiam TV por mais do que 2 horas e cujas mães tinham
menor escolaridade tinham mais chance de seguir o padrão “Lanches” e meninas
tinham maior probabilidade de seguir o padrão “Saudável”.
2.3 Avaliação Nutricional
A avaliação do estado nutricional na infância representa uma importante
informação sobre o status de saúde de uma população. Parece claro, na literatura,
que crianças que apresentam alterações relacionadas à desnutrição ou ao excesso
de peso, apresentam maior probabilidade de apresentar certos problemas de saúde
(MONEGO; JARDIM, 2006).
A antropometria é um método de investigação em nutrição baseado na
medição das variações físicas e na composição corporal global. É aplicável em
todas as fases do ciclo de vida e permite a classificação de indivíduos e grupos
segundo o seu estado nutricional. Esse método tem como vantagens ser barato,
simples, de fácil aplicação e padronização, além de pouco invasivo (SISTEMA DE
VIGILÂNICA ALIMENTAR E NUTRICIONAL, 2004).
De acordo com Sigulem, Devincenzi e Lessa (2000), os parâmetros
antropométricos utilizados para avaliar a condição nutricional de crianças são o peso
e a estatura (altura ou comprimento) devem ser aplicados cuidadosamente, com
padronização, apesar de serem corriqueiros e simples. Além disso, os instrumentos
utilizados devem ser calibrados frequentemente. Os valores desses dados
antropométricos deverão ser sempre analisados em função da idade e do sexo da
criança, que são os principais determinantes de sua evolução.
O diagnóstico de obesidade na infância vai depender do peso, da altura e da
composição corporal. Existem os pontos de corte para IMC, percentuais de
adequação de peso para estatura e de gordura corporal que definem o excesso de
14
adiposidade. É importante ressaltar que os instrumentos disponíveis, tais como
curvas e pontos de cortes, são utilizados como norteadores do processo de
diagnóstico e não como o fim em si (VITOLO, 2008).
De acordo com Gama (2000), a antropometria, então, mesmo considerando
suas limitações, tem sido o método mais utilizado universalmente e também
proposto pela Organização Mundial da Saúde. A sua maior desvantagem é que,
isoladamente, não identifica deficiências específicas, como a hipovitaminose A,
anemia ferropriva e deficiência de cálcio, nutrientes muitas vezes deficientes em
dietas de crianças e adolescentes.
2.4 Micronutrientes
2.4.1 Cálcio
A ingestão adequada de cálcio é necessária para permitir ganhos ótimos na
massa e densidade óssea nos anos pré-puberais e da adolescência. Estes ganhos
são especialmente críticos para as meninas, pois o osso acumulado pode fornecer
proteção adicional contra a osteoporose nos últimos anos de vida após a
menopausa (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002, p. 112).
A recomendação de cálcio para a faixa etária de 4 a 8 anos é de 800mg. A
ingestão de 2 a 3 porções de produtos lácteos por dia preenche esse valor.
(VITOLO, 2008, p.196).
O conteúdo de vitamina D e a presença de lactose nos produtos lácteos
aumentam a absorção intestinal de cálcio, sendo estes fatores, determinantes de
sua biodisponibilidade (EINHORN apud VITOLO, 2008, p. 196).
2.4.2 Ferro
A absorção do ferro dos alimentos depende de vários fatores, como o estado
nutricional de ferro do individuo (quando há deficiência, a absorção é maior); o tipo
de ferro: ferro heme (carnes, peixe, frango) e ferro não-heme (leite, ovo, vegetais,
grãos) os quais correspondem à absorção de 15% a 20% e 5% a 10%,
15
respectivamente. Entretanto, o ferro não-heme pode ter suas taxas de absorção
aumentadas pela presença de ácido ascórbico e carnes (MOSEN, HALLBERG,
ROSSANDER-HULTHEN apud VITOLO, 2008, p. 196).
A recomendação de ferro para a faixa etária de 9 a 13 anos é de 8mg/dl. É
importante salientar que o consumo excessivo de cálcio pode ser um determinante
de anemia. A RDA para meninas esta estabelecida em 15mg/dia para prover as
necessidades de ferro do crescimento. Para os meninos a RDA é 12 mg/dia. As
necessidades de ferro entre os homens diminuem após o estirão de crescimento,
enquanto as necessidades de ferro no sexo feminino continuam a ser altas até a
transição para a menopausa (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002, p. 122).
2.4.3 Vitamina A
A vitamina A possui importante papel no sistema imunológico podendo
reduzir a gravidade de doenças e a mortalidade, desta forma, crianças com
deficiência de vitamina A são mais susceptíveis a infecções (VITOLO, 2008).
A recomendação de vitamina A para a faixa etária de 9 a 13 anos é de 600
µg. As deficiências primárias de vitamina A resultam de ingestões inadequadas de
vitamina A pré-formadora e de carotenóides pró-vitamina A. As deficiências
secundárias podem resultar da má absorção por insuficiente gordura da dieta,
insuficiência biliar ou pancreática e transporte prejudicado decorrente de
abetalipoproteinemia, doença hepática, desnutrição protéico-energética, ou da
deficiência de zinco (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2002, p. 70).
2.5 Obesidade
O consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade não somente quanto
ao volume da ingestão alimentar, como também à composição e qualidade da dieta.
Além disso, os padrões alimentares também mudaram, explicando em parte o
contínuo aumento da adiposidade nas crianças, como o pouco consumo de frutas,
hortaliças e leite, o aumento no consumo de guloseimas (bolachas recheadas,
16
salgadinhos, doces) e refrigerantes, bem como a omissão do café da manhã
(TRICHES; GIUGLIANI, 2005).
Segundo Rinaldi et al., (2008), no início da década de 1980, um problema
nutricional começou a ser diagnosticado com maior freqüência: a obesidade infantil.
Esta era mais prevalente em países desenvolvidos e principalmente na população
com menor poder aquisitivo, entretanto, passou a ser detectado no Brasil entre
crianças de classes socioeconômicas mais altas, mudando este perfil nos anos mais
recentes.
O ambiente “obesogênico” parece estar amplamente direcionado ao mercado
adolescente, tornando as escolhas alimentares saudáveis muito mais difíceis.
Elevação da pressão arterial e diminuição da tolerância à glicose, por exemplo,
estão associadas, em crianças e adolescentes, a estilos de vida pouco saudáveis,
tais como consumo de dietas contendo excessiva ingestão de gordura, colesterol e
sal, inadequada ingestão de fibras e potássio, falta de exercício e aumento do tempo
sentado na frente da televisão (NEUTZLING et al., 2010).
A obesidade está relacionada principalmente com alterações na dieta, devido
ao aumento da ingestão energética ou pela mudança na dieta que se caracteriza
pela ingestão de alimentos de alta densidade energética ou pela combinação dos
dois (MENDONÇA; ANJOS, 2004).
Excesso de peso e obesidade é o resultado do consumo excessivo de
calorias face ao gasto energético insuficiente. Nestas condições, o peso corporal -
resultado de uma combinação de fatores genéticos, metabólicos, ambientais,
comportamentais e socioeconômicos - eleva-se ás custas do acúmulo de tecido
adiposo (WHO, 2000).
Entre os fatores dietéticos de maior importância para o aparecimento das
doenças como obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão, entre outras, estão
o consumo excessivo de gorduras saturadas, ácidos graxos trans, colesterol e
hidratos de carbono simples. O hábito de ingerir lanches rápidos, ou fast food, pelas
crianças aumentou 300% em duas décadas, representando um terço das calorias
diárias, o que limita o consumo de alimentos ricos em nutrientes essenciais para o
crescimento saudável (NEUTZLING et al., 2010).
17
Para a compreensão dos principais determinantes de sobrepeso e da
obesidade na infância e adolescência, a literatura tem discutido amplamente as
práticas alimentares inadequadas, por Parsons et al, (1999), o tempo de inatividade,
sobrepeso e obesidade dos pais, peso ao nascer e também as condições
socioeconômicas das famílias. A obesidade tem-se associado a fatores ambientais e
comportamentais, que interagem de forma complexa. Sobrepeso e obesidade têm
se relacionado de forma inconsistente com padrões socioeconômicos, etnia e
gênero, não havendo um padrão definido de associação que seja generalizável
(DUTRA; ARAÚJO; BERTOLDI, 2006).
A relação entre práticas alimentares inadequados e o excesso de peso é
evidenciada por Mondini et al, (2007), que verificaram maior razão de prevalência
para obesidade em crianças que consumiam quantidade superior de alimentos
industrializados, tais como salgados fritos, batata frita, sanduíches, salgadinhos
comercializados em pacotes, bolachas, balas e refrigerantes.
A obesidade é preocupante não apenas pelas implicações à saúde, como
pela complexidade de seu tratamento e controle, já que este acarreta em mudança
de comportamento alimentar no plano individual e da adoção de políticas públicas
que podem ir contra os interesses de diferentes setores da indústria e comércio de
alimentos (RINALDI et al., 2008).
2.6 Gorduras trans
Existe uma crescente preocupação em relação á ingestão elevada de ácidos
graxos trans (AGT), devido aos seus efeitos desfavoráveis à saúde. Assim, é
importante considerar os processos que originam os AGT nos alimentos, e as
alternativas para minimizar a sua formação. Entre os processos que resultam na
produção de AGT, a hidrogenação de óleos vegetais tem recebido o maior destaque
por seu impacto na dieta de pessoas que vivem em países industrializados.
(MARTIN et al., 2007).
Constituem fontes importantes de ácidos graxos trans na dieta: gorduras
vegetais hidrogenadas, margarinas sólidas ou cremosas, cremes vegetais, biscoitos
e bolachas, sorvetes cremosos, pães, batatas fritas comerciais preparadas em fast
18
food, pastéis, bolos, tortas, massas ou qualquer outro alimento que contenha
gordura vegetal hidrogenada entre seus ingredientes (CHIARA; SICHIERI;
CARVALHO, 2003).
As gorduras trans, não são essenciais e não conferem benefícios ao
organismo. Por esse motivo, não foram estabelecidas as Adequate Intakes (AI) ou
Recommended Dietary Allowances (RDA). O consumo zero desses ácidos graxos é
impraticável em função de grandes mudanças que teriam que ser feitas no padrão
alimentar, como a exclusão total de alimentos comercializados, produtos lácteos e
carnes. É recomendada a ingestão desses ácidos graxos ate 1% do valor energético
total consumido (2g para uma dieta de 2.000kcal) (WHO, 2003).
Com a produção de substitutos para a manteiga e as gorduras animais,
principalmente a partir da hidrogenação parcial de óleos vegetais, aumentou
significativamente o consumo por meio de produtos industrializados como
margarinas duras, produtos de padaria, batatas fritas, biscoitos, sorvetes, pastéis,
bolos, salgadinhos de pacotes, entre outros alimentos. Até julho de 2006 não era
possível identificar a quantidade de gordura trans dos alimentos industrializados,
pois esta aparecia nos rótulos apenas no item “ingredientes” como “gordura vegetal
hidrogenada”. Porém, a resolução RDC nº360 de 2003, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), tornou obrigatória a inclusão da quantidade de
gordura trans nos rótulos dos alimentos (BRASIL, 2003).
Este é um tipo especifico de gordura formada por meio de um processo de
hidrogenação natural (gordura de animais ruminantes) ou industrial.
a) Gordura trans está presente na maioria dos alimentos
industrializados, em concentrações variadas;
b) Os alimentos de origem animal, como a carne e o leite, possuem
pequenas quantidades de gordura trans;
c) A gordura hidrogenada é um tipo específico de gordura trans
produzido pela indústria;
d) O processo de hidrogenação que transforma óleos vegetais líquidos
em gordura sólida à temperatura ambiente é utilizado para melhorar a
consistência de alimentos e o tempo de prateleira de alguns produtos;
19
e) A gordura trans (hidrogenada) é prejudicial á saúde e pode contribuir
para o desenvolvimento de algumas doenças crônicas.
O consumo desse tipo de gordura deve ser reduzido a, no máximo, 2g/dia
(WHO, 2003).
20
3 METODOLOGIA
3.1 Delineamento Geral
O estudo foi de natureza quantitativa, através de um questionário estruturado,
com perguntas claras e objetivas. Tratou-se de um estudo transversal que analisou o
perfil nutricional e a prevalência de sobrepeso e obesidade das crianças
matriculadas em uma escola pública e uma privada do município de Canoas.
Este projeto de pesquisa foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Unilasalle/Canoas e obteve aprovação sob número: 11/045.
3.2 Coleta de dados
O projeto foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Unilasalle, e
após sua aprovação foi realizada a coleta de dados.
A coleta de dados teve início quando os responsáveis legais assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e posteriormente, a este foi entregue o
Questionário de Frequência de Consumo Alimentar (QFCA) e foi feita a avaliação
antropométrica. O QFCA foi preenchido em casa e entregue a pesquisadora no
período de cinco dias.
Os responsáveis legais foram abordados pela pesquisadora na escola nos
horários de início ou término da aula, já os que não compareceram, foram
convocados a reunião de pais.
Após o preenchimento e entrega dos questionários, foi verificada a
quantidade de gordura trans consumida pelos escolares e realizada a avaliação
antropométrica dos mesmos.
As medidas antropométricas foram coletadas na presença da professora
responsável. As crianças foram pesadas com roupas leves e descalças. E, medidas
descalças, sem adereços na cabeça, corpo ereto e braços estendidos ao longo do
corpo. A leitura foi feita atentamente após a criança deixar a posição sobre a fita
métrica e registrada na ficha de levantamento antropométrico
21
3.2.1 Índice de Massa Corporal
As medidas mais frequentemente utilizadas têm por objetivo determinar a
massa corporal, expressa pelo peso; as dimensões lineares, especialmente a
estatura. O peso expressa a dimensão da massa orgânica e inorgânica das células,
dos tecidos de sustentação, órgãos, músculos, ossos, gordura, água – ou seja, o
volume corporal total. A estatura é um termo que pode ser utilizado para
comprimento ou altura (VITOLO, 2008).
O índice de massa corporal (IMC) é o resultado da razão entre a massa
corporal (em quilogramas) e o quadrado da estatura (em metros). De acordo com os
valores de IMC obtidos, os indivíduos foram classificados em eutróficos, desnutridos,
sobrepeso (excesso de peso) e obesidade (OMS, 2007). O peso foi obtido utilizando
uma balança digital marca Plenna® com capacidade máxima de 150 quilogramas, e
altura foi verificada através do uso de fita métrica inelástica afixada em parede sem
rodapé, utilizando-se procedimento padrão (WHO, 1995).
Pontos de corte de IMC por idade para crianças até 10 anos.
Quadro1 – Diagnóstico do IMC por idade.
VALORES CRÍTICOS DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL
< Percentil 3 Magreza
≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 Eutrófico
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 Sobrepeso
> Percentil 97 Obesidade
Fonte: OMS, 2007.
A avaliação do estado nutricional dos escolares foi comparada com a
frequência do consumo de gordura trans, sendo estes classificados de acordo com
as tabelas de classificação do IMC (ANEXO B).
Foi considerado sobrepeso quando o IMC estava acima do percentil 85, e
obesidade acima do percentil 97.
22
3.2.2 Questionário de frequência de consumo alimentar (QFCA)
O QFCA tem sido largamente utilizado em estudos epidemiológicos que
investigam a relação entre dieta e doenças crônicas, principalmente naqueles que
classificam os indivíduos em níveis de ingestão alimentar ou nutricional (ALVES
2007). Este questionário caracteriza-se, basicamente, por uma lista de alimentos
previamente selecionados de acordo com o propósito da pesquisa. O sujeito foi
orientado a responder com que frequência consome cada alimento.
Para a frequência do consumo alimentar da criança, foram apresentadas 7
possibilidades de resposta:
a) Nunca;
b) Menos de uma vez por mês;
c) 1 a 3 vezes por mês;
d) 1 vez por semana;
e) 2 a 4 vezes por semana;
f) 1 vez por dia;
g) 2 ou mais vezes por dia.
O questionário apresenta 29 itens alimentares, sendo que os cinco primeiros
itens são componentes de uma alimentação saudável, e o restante dos itens focados
no consumo de gordura trans (ANEXO A).
A frequência de consumo foi classificada em: baixa (1 a 3 vezes por mês ou
nunca), moderada (1 a 4 vezes por semana) e alta (1 ou mais vezes por dia).
3.3 Local da Pesquisa e Amostra
A população total de escolares matriculados no 4º ano da Escola Estadual
de Ensino Fundamental Coronel Vicente Freire e Colégio Espírito Santo, no
município de Canoas, é de 120 alunos, destes, 53 alunos foram autorizados pelos
responsáveis legais a participar da pesquisa, através do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (APENDICE A), e a amostra foi composta por 29 alunos da
23
escola pública e 21 alunos da escola privada, totalizando 50 crianças na faixa etária
de 9 a 10 anos.
3.4 Critérios de Inclusão
Foram incluídas na pesquisa as crianças entre 9 e 10 anos de idade cujo os
responsáveis legais assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que
estavam matriculadas no 4º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Coronel
Vicente Freire e Colégio Espírito Santo no município de Canoas.
3.5 Ética
O projeto de pesquisa foi encaminhado para análise e aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa do Centro Universitário La Salle - UNILASALLE.
Considerando que os participantes somente foram incluídos no projeto após
assinatura do responsável legal no termo de consentimento livre e esclarecido.
Todos os participantes deste estudo têm garantia do sigilo com relação a sua
identidade e privacidade.
Os questionários preenchidos estão arquivados em local seguro sob
responsabilidade da pesquisadora por um período de 5 anos e após serão
incinerados.
O estudo foi realizado de acordo com as diretrizes sobre pesquisa envolvendo
seres humanos, estabelecida pela resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde (BRASIL, 1996).
3.6 Tabulação dos dados
A tabulação de dados foi realizada no Programa Microsoft Office Excel 2007,
e apresentados em forma de quadros ou gráficos criados pela pesquisadora.
A análise dos dados foi descritiva foi utilizado o índice de massa corporal
(IMC) / idade, para avaliar o estado nutricional dos escolares, conforme a OMS
24
recomenda, para estudos populacionais (WHO, 1995), e, para avaliação do
consumo de gordura trans foi utilizado o questionário de frequência alimentar,
elaborado pela pesquisadora.
Todas as informações obtidas foram utilizadas apenas para fins científicos
vinculados à pesquisa.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do total de 53 alunos autorizados a participar do estudo, 50 estavam
presentes no dia da coleta de dados.
representando 30 meninas e 20 meninos
Quanto à idade,
respectivamente.
O parâmetro mais comumente utilizado para medir a obesidade é o índice de
massa corporal (IMC), obtido pelo quociente do peso (em kg) pelo quadrado da
estatura (em metros). Por meio do IMC, o estado nutricional das populações
mundiais pode ser comparado.
Em relação à
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007)
Estadual de Ensino Fundamental
eram eutróficos, 3 (10,35%
Colégio Espírito Santo, observou
(61,90%) eram eutróficos,
Figura 1 - Gráfico
Fonte: Autoria própria, 2011.
Magreza
E.E.E.F Coronel Vicente Freire
TADOS E DISCUSSÃO
53 alunos autorizados a participar do estudo, 50 estavam
coleta de dados. Sendo que 60% eram
30 meninas e 20 meninos.
, todos os escolares tinham entre 9 e 10 anos
O parâmetro mais comumente utilizado para medir a obesidade é o índice de
massa corporal (IMC), obtido pelo quociente do peso (em kg) pelo quadrado da
estatura (em metros). Por meio do IMC, o estado nutricional das populações
ser comparado.
avaliação do estado nutricional das crianças
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007), observou-se (Figura1)
de Ensino Fundamental Coronel Vicente Freire, 19 (65,51%
10,35%) tinham sobrepeso e 7 (24,14%)
Colégio Espírito Santo, observou-se que 1 (4,76%) estava
eutróficos, 3 (14,29%) tinham sobrepeso e 4 (19,05%
Gráfico de comparação do IMC das escolas participantes
município de Canoas.
Eutrófico Sobrepeso Obesidade
E.E.E.F Coronel Vicente Freire Colégio Espírito Santo
25
53 alunos autorizados a participar do estudo, 50 estavam
eram do sexo feminino,
9 e 10 anos, 48% e 52%
O parâmetro mais comumente utilizado para medir a obesidade é o índice de
massa corporal (IMC), obtido pelo quociente do peso (em kg) pelo quadrado da
estatura (em metros). Por meio do IMC, o estado nutricional das populações
o estado nutricional das crianças conforme
(Figura1) que na Escola
65,51%) dos alunos
eram obesos; e no
ava com magreza, 13
19,05%) eram obesos.
escolas participantes do
Obesidade
26
Observou-se no presente estudo, que a maior prevalência era de crianças
eutróficas, tanto na escola pública quanto na escola privada, 65,51% e 61,90%,
respectivamente. A prevalência de sobrepeso e obesidade foi elevada em ambas as
escolas. Na escola pública foi, respectivamente, de 10,35% e 24,14%, e na escola
privada, de 14,29% e 19,05%, mostrando-se muito similares. A alta prevalência de
sobrepeso e obesidade observada em crianças evidencia a importância da
intervenção nesse ambiente estudado, por meio de educação nutricional, visando à
prevenção do desenvolvimento de doenças crônicas na fase adulta. Apenas a
escola privada apresentou criança com baixo IMC para a idade, 4,76%.
Vieira et al. (2008), na cidade de Pelotas/RS, verificaram que escolares
matriculados na rede particular apresentaram 10% a mais de risco de sobrepeso em
relação aos da rede municipal. Porém, este estudo abrangeu todos os escolares da
1ª a 4º série do município.
Em estudo realizado por Spinelli et al. (2010) com 223 crianças da pré-escola
e do ensino fundamental de uma escola privada do município de São Paulo, SP,
verificou-se a prevalência de 22,1% para sobrepeso e 18,9% para obesidade. No
referido estudo observou-se o consumo excessivo de açúcares e doces em 67,7%
das crianças.
Outro estudo, conduzido com 57 escolares em uma única escola particular em
Florianópolis, SC, indicou que 77,5% dos estudantes tinham o hábito de pedir aos
pais para comprarem alimentos hipercalóricos, que são anunciados na televisão
(FIATES; AMBONI; TEIXEIRA, 2008). A publicidade que atinge o público infantil
influencia no consumo alimentar de escolares, portanto este é um fator que também
poderá ser considerado em futuras pesquisas (BORGES et al., 2007).
Quanto à frequência do hábito alimentar saudável, observou-se (Quadro 2),
para escola pública, alto consumo para alimentos do grupo de
arroz/batata/aipim/massa (58,62%), feijão/lentilha (51,72%), carnes (58,62%), e
moderado consumo para vegetais (44,83%) e frutas (55,17%); e (Quadro 3) para
escola privada alto consumo de arroz/batata/aipim/massa (76,19%), carnes
(66,67%), vegetais (52,38%), frutas (47,62%), e moderado consumo pra
feijão/lentilha (47,62%).
27
Quadro 2 - Frequência do consumo de alimentos saudáveis pelos escolares da
E.E.E.F Coronel Vicente Freire de Canoas, RS.
ALIMENTO NUNCA BAIXA MODERADA ALTA
Arroz/ Batata/ Aipim/ Massa 0,00% 6,90% 34,48% 58,62%
Feijão/ Lentilha 3,45% 6,90% 37,93% 51,72%
Carne Vermelha/ Frango/ Peixe 0,00% 3,45% 37,93% 58,62%
Verduras / Legumes 3,45% 6,90% 44,83% 44,83%
Frutas 6,90% 0,00% 55,17% 37,93%
Fonte: Autoria própria, 2011.
Quadro 3 - Frequência do consumo de alimentos saudáveis pelos escolares do
Colégio Espírito Santo de Canoas, RS.
ALIMENTO NUNCA BAIXA MODERADA ALTA
Arroz/ Batata/ Aipim/ Massa 0,00% 0,00% 23,81% 76,19%
Feijão/ Lentilha 0,00% 19,05% 47,62% 33,33%
Carne Vermelha/ Frango/ Peixe 0,00% 4,76% 28,57% 66,67%
Verduras / Legumes 4,76% 14,29% 28,57% 52,38%
Frutas 4,76% 19,05% 28,57% 47,62%
Fonte: Autoria própria, 2011.
No Brasil tem sido detectado o aumento da prevalência da obesidade em
crianças e adolescentes, conforme Santos (2005), e são poucos os estudos que
avaliam a relação entre os conhecimentos em nutrição e o consumo de frutas,
legumes e verduras, como fatores preventivos do desenvolvimento de sobrepeso e
obesidade infantil, e para tanto, acredita-se que com o conhecimento em nutrição os
índices de obesidade e sobrepeso possam diminuir.
O consumo de gordura trans vem sendo apontado como um fator de risco
importante tanto quanto o consumo de ácidos graxos saturados para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares em ambos os sexos. Constituem
fontes importantes de ácidos graxos trans na dieta: gorduras vegetais hidrogenadas,
margarinas sólidas ou cremosas, cremes vegetais, biscoitos e bolachas, sorvetes
cremosos, pães, batatas fritas comerciais preparadas em fast food, pastéis, bolos,
28
tortas, massas ou qualquer outro alimento que contenha gordura vegetal
hidrogenada entre seus ingredientes (CHIARA; SICHIERI; CARVALHO, 2003).
Quadro 4 - Frequência do consumo de alimentos que contém quantidades significativas de gordura trans por escolares da E.E.E.F Coronel Vicente Freire de
Canoas, RS. ALIMENTO NUNCA BAIXA MODERADA ALTA Maionese 13,80% 41,37% 44,83% 0,00% Margarina 10,35% 17,24% 31,03% 41,38% Manteiga 62,07% 24,14% 10,34% 3,45%
Nata 51,72% 24,14% 17,24% 6,90% Requeijão 48,28% 37,93% 13,79% 0,00%
Creme de Leite 34,48% 51,72% 13,80% 0,00% Molho para Salada 72,41% 17,24% 6,90% 3,45%
Batata tipo Chips / Batata Palha/ Salgadinho
3,45% 58,62% 31,03% 6,90%
Biscoito Água e Sal / Clube Social
17,24% 31,03% 41,38% 10,35%
Biscoito Amanteigado 24,14% 34,48% 37,93% 3,45% Biscoito Wafer 24,14% 44,83% 31,03% 0,00%
Maxi Goiabinha ou Chocolate ou Banana
41,38% 27,59% 17,24% 13,79%
Biscoito Recheado 3,45% 58,62% 34,48% 3,45% Bolo s/ cobertura / Bolo
Industrializado 13,79% 62,07% 24,14% 0,00%
Sorvete / Picolé de Leite / Milk Shake
6,90% 65,51% 24,14% 3,45%
Pipoca Doce ou Salgada de microondas
27,59% 51,72% 20,69% 0,00%
Sobremesa tipo Flan / Mousse 24,14% 58,62% 13,79% 3,45% Salgadinho Frito (pastel, risóles,
coxinha) 3,45% 65,52% 31,03% 0,00%
Salgadinho Assado (esfiha, empada, enroladinho de
salsicha)
17,24% 48,28% 34,48% 0,00%
Croissant 13,79% 58,62% 24,14% 3,45% Pizza 3,45% 68,96% 27,59% 0,00%
Pão de Queijo 24,14% 62,07% 13,79% 0,00% Cheeseburger 24,14% 58,62% 17,24% 0,00%
Chocolate / Bombom 0,00% 44,83% 41,38% 13,90% Fonte: Autoria própria, 2011.
29
Quadro 5 - Frequência do consumo de alimentos que contém quantidades significativas de gordura trans por escolares do Colégio Espírito Santo de Canoas,
RS.
ALIMENTO NUNCA BAIXA MODERADA ALTA Maionese 33,33% 23,81% 42,86% 0,00% Margarina 23,81% 33,33% 9,53% 33,33% Manteiga 85,71% 9,53% 4,76% 0,00%
Nata 85,71% 4,76% 9,53% 0,00% Requeijão 47,62% 23,81% 23,81% 4,76%
Creme de Leite 33,33% 47,62% 14,29% 4,76% Molho para Salada 85,71% 9,53% 0,00% 4,76%
Batata tipo Chips / Batata Palha/ Salgadinho
0,00% 66,67% 33,33% 0,00%
Biscoito Água e Sal / Clube Social
23,81% 57,14% 19,05% 0,00%
Biscoito Amanteigado 52,38% 42,86% 4,76% 0,00% Biscoito Wafer 28,57% 47,62% 23,81% 0,00%
Maxi Goiabinha ou Chocolate ou Banana
52,38% 23,81% 23,81% 0,00%
Biscoito Recheado 19,04% 38,10% 38,10% 4,76% Bolo s/ cobertura / Bolo
Industrializado 33,33% 47,62% 14,29% 4,76%
Sorvete / Picolé de Leite / Milk Shake
9,53% 61,90% 23,81% 4,76%
Pipoca Doce ou Salgada de microondas
19,05% 47,62% 33,33% 0,00%
Sobremesa tipo Flan / Mousse 38,10% 38,10% 23,80% 0,00% Salgadinho Frito (pastel,
risóles, coxinha) 0,00% 71,43% 28,57% 0,00%
Salgadinho Assado (esfiha, empada, enroladinho de
salsicha)
9,53% 61,90% 28,57% 0,00%
Croissant 76,19% 19,05% 4,76% 0,00% Pizza 0,00% 57,14% 42,86% 0,00%
Pão de Queijo 19,05% 66,67% 14,28% 0,00% Cheeseburger 23,81% 52,38% 23,81% 0,00%
Chocolate / Bombom 0,00% 38,10% 52,38% 9,52% Fonte: Autoria própria, 2011.
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995) preconiza o controle no
consumo de alimentos que contenham ácidos graxos trans, visando prevenir
doenças coronarianas. Entretanto, o valor quantitativo desse consumo não foi
determinado. Por outro lado, também são desconhecidos os teores de gorduras
trans nos alimentos, em face da ausência de informações em seus rótulos e em
tabelas de composição química, dificultando o estabelecimento de recomendações
quantitativas quanto à ingestão.
Ao analisar os alimentos fonte de gordura trans, observamos alto consumo
30
somente para a margarina, tanto na escola pública quanto na escola privada,
representando respectivamente, 41,38% e 33,33%.
Segundo Mondini e Monteiro (1998) as margarinas vêm substituindo a
manteiga no consumo habitual do brasileiro nas últimas quatro décadas. No entanto,
comparadas a similares estrangeiros, as margarinas e creme vegetais nacionais
apresentam elevados teores de gorduras trans.
Ainda sobre o consumo de gordura trans, observou-se moderado consumo
para maionese (44,83%), biscoito água e sal/club social (41,38%) e biscoito
amanteigado (37,93%) na escola pública; para na escola privada, observou-se
moderado consumo para maionese (42,86%), biscoito recheado (38,10%) e
chocolate/bombom (52,38%).
31
5 CONCLUSÃO
Considerando os resultados obtidos neste estudo, foi possível avaliar o
consumo de alimentos fonte de gordura trans por escolares de 9 e 10 anos ,
juntamente com a avaliação antropométrica. Com isso deve-se dar maior atenção à
ingestão de ácidos graxos trans, pois eles estão presentes em muitos dos alimentos
habitualmente consumidos pelos escolares. Sendo assim, acredita-se que esta
população deva ter maior acesso à informações sobre a real quantidade de ácidos
graxos trans contido nos alimentos industrializados. Como os alimentos
apresentados no questionário são frequentes no hábito alimentar dos escolares,
estes deveriam apresentar claramente em seus rótulos a real quantidade de gordura
trans existente.
A idade escolar é considera ideal para a formação de bons hábitos
alimentares, que repercutirão na fase adulta. Neste sentido é de grande importância
que sejam feitas intervenções nutricionais na população analisada para prevenir
agravos futuros, e assim manter o bom estado nutricional nesta faixa etária.
32
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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE CIDO
Uma alimentação saudável deve ser suficiente em quantidade e completa em
qualidade, além de harmônica em seus componentes, e adequada a sua finalidade e
ao organismo ao que se destina. Na qualidade de aluna e professora orientadora do
Curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle, estamos desenvolvendo um
trabalho de pesquisa cuja finalidade é avaliar o consumo de gordura trans das
crianças de 7 a 10 anos de idade. Este projeto será realizado com as crianças
matriculadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental Coronel Vicente Freire e
Colégio Espírito Santo, localizadas no município de Canoas. Aqueles que
concordarem em participar, irão responder a um questionário sobre o consumo
alimentar da criança pela qual é responsável, onde constarão os alimentos e você
deverá marcar com um “X” no quadrado referente a freqüência com que
determinado alimento é consumido pela criança, e utilizado medidas de peso e
altura, onde as crianças serão pesadas em balança digital, sendo necessária a
retirada de casacos e sapatos e, serão acompanhados pela pesquisadora
responsável.
A criança juntamente com seus responsáveis legais que concordarem em
participar terão a oportunidade de conhecer o estado nutricional e o consumo
alimentar com a finalidade de alertar sobre a importância da alimentação adequada
nesta fase.
Será garantido o acesso a todas as informações obtidas durante o estudo. As
mesmas serão divulgadas de forma anônima e é garantida a possibilidade do
participante abandonar o estudo a qualquer tempo, sem qualquer repercussão para
si ou seus familiares. Não há riscos para a criança, uma vez que o peso e altura
serão avaliados com suas próprias roupas e sem calçados.
As pesquisadoras responsáveis é a Profª. Mª. Fernanda Miraglia que poderá
ser contatada pelo fone (51) 91668591.
Concordo com a participação da criança
_________________________________, no projeto acima referido, intitulado:
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“Avaliação do consumo de gordura trans por escolares matriculados em duas
escolas do município de Canoas, RS”.
__________________________________________ Sr. (a) (grau de parentesco com a criança)
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ANEXO A Questionário de Frequência de Consumo Alimentar par a Crianças de 7 a 10 anos.
Nome Completo:______________________________________________________ Feminino(__) Masculino(__) Data de Nascimento:__/__/__ Escola:______________________________________________________________ Nome do Responsável:________________________________________________
Com que freqüência, nos últimos 3 meses seu filho comeu...?
ALIMENTO Nunca menos 1x/ mês
1 a 3x/
mês
1x/ semana
2 a 4x/ semana
1x/ dia
2 ou mais x/
dia Arroz / Batata / Aipim / Massa
Feijão / Lentilha Carne Vermelha / Frango / Peixe
Verduras / Legumes Frutas Maionese Margarina Manteiga Nata Requeijão Creme de leite Molho para Salada Batatinha tipo chips / Batata Palha / Salgadinho
Club Social / Biscoito Água e Sal
Biscoito Amanteigado Biscoito Wafer Maxi Goiabinha ou chocolate ou banana
Biscoito Recheado Bolo s/ cobertura / Bolo Industrializado (tipo Bolo Sol)
Sorvete / Picolé de Leite / Milk Shake
Pipoca Doce ou Salgada de microondas
Sobremesa tipo flan / mousse
Salgadinhos Frito (pastel, risóles, coxinha)
Salgado Assado (esfiha, empada enroladinho de salsicha)
Croissant Pizza Pão de Queijo Cheeseburger Chocolate / Bombom
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ANEXO B Curvas de classificação do IMC