carcinoma de ovário

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VOLUMOSAS MASSAS ABDOMINAIS HOSPITAL GERAL DE JACAREPAGUÁ SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL RENATA POZZI PEREIRA www.cirurgiageralcardosofontes.com.br

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Page 1: Carcinoma de ovário

VOLUMOSAS MASSAS ABDOMINAIS

HOSPITAL GERAL DE JACAREPAGUÁSERVIÇO DE CIRURGIA GERAL

RENATA POZZI PEREIRA

www.cirurgiageralcardosofontes.com.br

Page 2: Carcinoma de ovário

Caso 01

MCSFP,♀, 60 anos, negra, do larHDA: 04 meses com emagrecimento(13Kg), vômitos pós prandiais e massa em HD dolorosa, de aumento progressivo. Sem queixas ginecológicas

USG: massa de 16cm em HD e hipogástrio, sugestivo de mioma uterino.

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TC: derrame pleural à direita. Fígado com nódulos periféricos no seg VII. Adrenal e rim esquerdo normais. Volumosa massa heterogênea no retroperitônio à dir, de 18cm. Deslocamento cefálico de rim dir, que não elimina contraste, sem plano de clivagem. Linfadenomegalias intercavoaorticas, pericavais e periaorticas.

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25/04/2007: submetida à cirurgia com ressecção de massa lobulada e heterogênea, aderida a mesocolon, duodeno, veia cava e lobo direito do fígado. Presença de linfonodos retrocavais, pedículo hepático e peq epiplon. Realizada: ligadura dos vasos renais e ureter direito. Exerese da peça e de linfonodo supracaval. Mantidos os linfonodos retrocavais e do pedículo hepático.

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Admitida no CTI torporosa, bradicardica, oligurica. ECG com bradicardia sinusal. À noite: boa diurese, saturando bem em ar ambiente.26/04 (1ºDPO): penrose= 40ml. Liberada dieta27/04 (2ºDPO): alta para UI Cir30/04 (5ºDPO): alta para enfermaria04/05 (9ºDPO): alta hospitalar

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Caso 02MLFS, ♀, 67 anos, branca, do larHDA: 03 meses- aumento do volume abdominal.

USG(maio/07) sugerindo cirrose hepática e ascite.Esteve internada em outro hospital para

esclarecimento diagnóstico, onde realizou paracentese( sem resultado) (sic).

Realizou nova USG: fígado normal e volumosa massa cística septada, com finos ecos móveis no interior.

Emagrecimento de 07Kg no período. Sem outra sintomatologia.

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11/06/07: iniciado preparo de colonLab: Ht=34,6 Hb=11,6 Leuco=4.450 (B=6%) Cr=1.6 U=66 Alb=3.9TC: volumosa coleção intra-abdominal da região epigástrica até o oco pélvico, de conteúdo líquido e paredes finas, com imagens arredondadas pouco densas no interior.

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13/06/07: realizada cirurgia com excerese completa da massa e ooforectomia contra lateral.14/06/07 (1ºDPO): iniciada dieta15/06/07 (2ºDPO): bem. Cr=0.9 U=3718/06/07 (5ºDPO): alta hospitalar

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Caso 03MHS, ♀, 45 anos, branca, decoradoraHDA: 1996- ressecção de massa em FIE, com diagnóstico de sinoviosarcoma.

1997- ressecção de tumor na região do pubes.Sem acompanhamento. 2001- ressecção de massa em FIE2005- ressecção de massa em rim dir, intestinoFez quimioterapia por 06 meses.

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Março/2007: hipoglicemia com confusão mental e crise convulsiva. Internada para investigação diagnóstica.TC: massas com densidade de partes moles, de dimensões variadas, do hemiabdome esq até o oco pélvico (cerca de 10 cm). Calcificações no interior da massa.

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Lab: hipoglicemia mantida, apesar de reposição de glicose hipertônica rigorosa12/05/07: inicia preparo de colon14/05/07:submetida a ressecção de sarcoma retroperitoneal. Ressecção de 10cm de jejuno

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No pós-op. Melhora da hipoglicemia 15/03 (1ºDPO):hemovac=200ml Mantido dieta zero. 17/05 (3ºDPO): iniciado dieta líquida de prova. Alta para enfermaria.24/05 (10ºDPO): alta hospitalarHoje: em tratamento na oncologia

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Caso 04CML,♀, 33 anos, branca, do larHá 05 meses: massa em flanco esq com aumento progressivo, emagrecimentoUSG: massa heterogênea, com centro anecoicoTC:volumosa massa, da região epigástrica até a pelve, de paredes espessas. Hidronefrose à esq

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30/05: submetida a excerese de massa abdominal (cerca de 40 cm), de meso, aderida a 4ª porção do duodeno, jejuno e colon transverso. Sem sinais de metástase macroscópica. Realizada enterectomia segmentar (cerca de 10cm) com anastomose primária.

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02/06 (3ºDPO): iniciou dieta líquida. Queda do hematócrito (Ht=15)03/06 (4ºDPO): dor abdominal06/06 (7ºDPO): regular estado geral, dor abdominal intensa com distensão. Ictérica. Encaminhada à UI Cir. Evoluiu com queda do hematócrito. Solicitada TC.

TC: líquido e gás na cavidade, coleção supra vesical com gás, de 9cm.

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TC: líquido e gás na cavidade, coleção supra vesical com gás, de 9cm.

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06/06: reoperação. Necrose a partir de 10 cm do ângulo de Treitz até metade do colon transverso. Realizada enterectomia total, colectomia dir, esplenectomia.20/06: óbito.

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CARCINOMA RENAL

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Introdução7-10 casos/100.000 hab2 homens: 1 mulher50-70 anosPode estar relacionado a fatores genéticos ( dç de von Hippel- Lindau, carcinoma renal hereditário), IRC, esclerose tuberosa

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Clínica/ laboratórioTríade clássica: dor/ hematúria/ massa palpávelFebre, emagrecimento, sudorese noturna, HAS, varicoceleAnemiaPolicitemiaFraturas patológicasDisfunção hepáticaHipercalcemiaCardiomegalia, aumento VHS, neuromiopatia,...

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Diagnóstico por imagemRx: pouco usado.

A presença de massa calcificada deve levantar suspeita.UE: depende do tamanho e da localização do tumor.

Podemos encontrar: Abaulamento do contorno ou deslocamento da imagem renal, compressão ou amputação calicinal, ...

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Diagnóstico por imagemUSG: geralmente é o 1º exame solicitado.

Define lesões focais e as classifica em cistos simples, nódulo sólido e indeterminada.

Suspeitar de malignidade nas lesões císticas com septações, nódulos murais, paredes espessadas, presença de calcificações.

Page 28: Carcinoma de ovário

Diagnóstico por imagemTC: método mais sensível e específico. Ajuda no estadiamento.Classificação de Bosniak:

I- cisto simplesII- cisto hiperdenso < 3cmIIF- cisto com septações finas e calcificação parietal

nodularIII- cisto com septação grosseiraIV- cisto com nodulação sólida parietal

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Figura 1 - Exemplos de lesõescísticas renais na TC conformea classificação de Bosniak.I: cistos simples;II: cisto hiperdenso < 3cm;IIF: cisto com fina septação ecalcificação parietal nodular;III: cisto com septaçõesgrosseiras;IV: cisto comnodulações sólidas parietais.

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Diagnóstico por imagemRNM: é o método de escolha para pcs nefropatas crônicos ou com alergia ao contraste iodado.

Também é útil na avaliação de pequenos cistos hiperdenso < 2cm ou lesões císticas complexas, de difícil caracterização pela TC

Desvantagem: as calcificações não são visíveis.

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EstadiamentoSistemas Robson e TNM (2002) de Estadiamento de CCR [adaptado44(C)21,45,46(D)]

Robson TNMTumor primário não avaliado TxSem evidência de tumor primário T0

I Tumor < 7cm confinado à cápsula renal T1Tumor < 4 cm T1aTumor entre 4 e 7 cm T1bTumor > 7 cm confinado à cápsula renal T2

II Tumor com extensão aos tecidos perirrenais ou T3aà adrenal ipsilateral, porém limitado à fáscia de Gerota

IIIa Invasão da veia renal ou invasão da veia cavainferior (infradiafragmática) T3b

Invasão da veia cava inferior (supradiafragmática) T3cIIIb Envolvimento linfonodal N

Linfonodos não podem ser avaliados NxSem metástase em linfonodo regional N0Linfonodo isolado regional N1Linfonodo em mais de um linfonodo regional N2

IIIc Envolvimento venoso e linfonodalIVa Extensão além da fáscia de Gerota (exceto adrenal

ipsilateral) T4IVb Metástase à distância M

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Tratamento cirurgicoNefrectomia radical:

• ligadura precoce da artéria e veia renal• Remoção completa do rim, envolto pela gordura e

fáscia de Gerota• Remoção da adrenal ipsilateral• Linfadenectomia regional desde a cúpula

diafragmática até a bifurcação da aorta

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Tratamento cirúrgicoNefrectomia parcial:

• Nos casos em que a nefrectomia radical resulte em diálise

• Lesão unilateral com rim contra lateral prejudicado• Lesões < 4cm, periféricas• Cistos complexos ( Bosniak III e IV)

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Tratamento cirurgicoLinfadenectomia: principal objetivo é o estadiamento local da lesãoCirurgia laparoscópica: para T1 e alguns casos T2. As taxas de complicação são maiores.Adrenalectomia: quando a glândula estiver alterada em tamanho ou textura, em caso de acometimento renal extenso, e nos tumores de pólo superiorMetástase: recorrência em sítio único,

ressecção completa, tempo para a recorrênciamaior que 12 meses e aparecimento da lesão nãosincrônica ao tumor primário.

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Tratamento adjuvanteNos casos de cirurgia definitiva não tem aumento na sobrevida

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CARCINOMA DE OVÁRIO

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Introdução 3º câncer mais comum em mulheresTem maior incidência em países industrializados e de maior nível socioeconômico, exceto Japão40-65 anos

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Fatores de riscoOvulação mantida e ininterruptaInfertilidadeUso de drogas indutoras da ovulação que aumentem o TSHMenarca precoce e menopausa tardiaFatores genéticos: Linch 1 e Linch 2; 02 ou mais parentes de 1º grauExposição a asbesto e salicatos

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Medidas preventivasUso de ACO por mais de 10 anosGravidez a termoAmamentaçãoLigadura tubária e histerectomia

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Sinais e sintomas Geralmente assintomático na fase inicialAumento do volume abdominal, dor , distensão, dispepsiaconstipação e sintomas urináriosSd paraneoplasicas: hipercalcemia, tromboflebiteEx. físico: massa pélvica fixa, de consistência heterogênea

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Diagnóstico 67% tem diagnóstico em fases avançadasUSG TV e Pélvica:

• Massas císticas anecoicas ou com septo fino e único....... benignos

• Tumor misto- heterogêneos, septos grosseiros, cápsula espessada, vegetação....... Malignos

• Avaliação do volume tumoralUSG com Doppler:

• Baixa resistência fala a favor de malignidade

Page 42: Carcinoma de ovário

DiagnósticoTC: tem mais valor para o estadiamento e programação cirúrgicaPadrão ouro: histopatológico

Carcinoma embrionário de ovário Carcinoma ovárico de células claras

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Estadiamento É realizado no ato operatório com: aspiração do líquido peritoneal, avaliação da cúpula diafragmática, bx peritoneais aleatórias.Estagio I: restrito aos ováriosEstagio II: crescimento com extensão pélvicaEstagio III: implante fora da pelve e/ou linfonodos retroperitoneais ou inguinais positivosEstagio IV: metástase à distância

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Disseminação Implantação na superfície peritonealOmentoLinfonodos paraaorticos, pp próximo aos vasos renaisDisseminação hematogenica é tardia

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Tratamento Cirurgia radical: histerectomia total, salpingooforectomia bilateralObjetivo: citorredução satisfatóriaRealizar “cirurgia não-ginecológica” quando necessárioRadioterapia e quimioterapia nos estágios 2,3,4

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Prognóstico/seguimento Prognóstico:

Idade (> 65 anos)• Tipo histológico• Estagio• Volume de tumor residual após cirurgia

Seguimento:• 1º ano: 3/3 meses• Após: 6/6 meses• CA125 é eficaz para acompanhamento

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SARCOMA DE TECIDOS MOLES

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INTRODUÇÃO1% das neoplasias em adultos15% em crianças50% ocorre nos membros, seguido pela cavidade abdominal, tórax, cabeça e pescoçoFatores predisponentes: sd genéticas (neurofibromatose, sd Li-Fraumeni, sd gardner), radiação, linfedema

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Clínica Distensão abdominalSaciedade precoce e anorexiaAlterações do hábito intestinal e urinárioEdema periféricoMassa abdominal, dor10-20% dos sarcomas retroperitoneais já tem metástase no diagnóstico25% vão evoluir com metástase, pp para fígado e pulmão

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Diagnóstico Rx geralmente é inespecíficoUSG: útil na avaliação de lesões hepáticasTC: diagnóstico, estadiamento e programação de tratamento.

Características preditoras de malignidade:• Tamanho > 5cm• Ausência de calcificação• Margens irregulares• Degeneração cística ou necrose

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DiagnósticoRNM: para avaliar envolvimento neurovascular muscular

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Estadiamento Baseado no grau histológico, tamanho do tumor primário e presença de metástase

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TratamentoNo pré-operatório: bx da lesão

estadiamentoavaliar função renal contra lateral

Cirurgia: visa ressecção completa do tumor, pois é um dos fatores prognósticosRadioterapia Acompanhamento: deve ser feito a longo prazo, já que alguns pacientes apresentam metástase após 5 anos.

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BIBLIOGRAFIATOWSEND, CM; BEAUCHAMP, RD; EVERS, BH; MATTOX, KL. Sabiston Tratado de Cirurgia. 17ª ed., 2004.KOFF, WJ; POMPEO, ACL; DAMIÃO, R; CARRERETTE, FB. Diretrizes em uro-oncologia, 2005.FREITAS, F; MENKE, CH; RIVOIRE, W; PASSOS, EP. Rotinas em ginecologia. 4ª ed., 2003.JONES, GW. Renal cell carcinoma. CA cancer J clin 1982; 32; 280-285.DALL’ OGLIO, M; SROUGI, M. Carcinoma de células renais incidentais e sintomáticos: fatores patológicos e sobrevida. Revista da associação médica brasileira 2004, 50(01).RIBEIRO, SM; AJZEN, AS; TRINDADE, JCS. Comparação dos métodos de imagem no diagnóstico dos tumores renais e calcificações nestas neoplasias. Revista da associação médica brasileira 2004; 50(04):403-412.RISTOW, CM; YAMAMOTO, CT; FÁVERO, M. Fatores de risco e patogênese das neoplasias malignas epiteliais de ovário: revisão de literatura. Revista brasileira de cancerologia 2006; 52(02): 185-195.PRADO FILHO, FCRC; ANDRADE, JMA. Tumores pélvicos em mulheres na pós-menopausa. Revista brasileira de ginecologia- obstetrícia 1999, 21(01).SILVA FILHO, AL; CANDIDO EB; NOVIELLO, MB. Cirurgia não-ginecológica em pacientes com cancer de ovário. Revista brasileira de ginecologia- obstetrícia 2004, 26(05).CHEIFETZ, R; CATTON, CN; KANDEL, R. Recent progress in the management of retroperitoneal sarcoma. Sarcoma 2001, 5:17-26.BRAMWELL, VHC. Managementof advanced adult soft tissue sarcoma. Sarcoma 2003, 7(02):43-55.VAN GEEL, NA; EGGERMONT, AMM; HANSSENS, PEJ; SCHMITZ, PIM. Factors influencing prognosis after initial inadequate excision for soft tissue sarcoma. Sarcoma 2003, 7(3/4):159-165.