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XXVIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa Belo Horizonte-MG, 4 a 8 de Novembro de 2019 CARACTERIZAÇÃO DE REJEITOS DE LAVAGEM DE BAUXITA DA AMAZÔNIA PARA PRODUÇÃO DE CIMENTO GEOPOLÍMERO AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL AZEVEDO, T. F. 1 ; NASCIMENTO, R. S. 1 ; FIGUEIRA, B. A. M. 1 ; MOREIRA, T. A. S. 1 ; FERREIRA, A. P. 2 ; FERNANDES, O. J. C. 3 1 Universidade Federal de Oeste do Pará (UFOPA), Instituto de Engenharia e Geociências. 2 Instituto Federal do Pará, IFPA-Campus Parauapebas. 3 Instituto Federal do Pará, IFPA-Campus Belém. RESUMO Neste trabalho, descreve-se a caracterização de rejeitos de lavagem de bauxita da Amazônia e sua transformação em um produto conhecido por suas propriedades cimentícias, obtido por processo de geopolimerização. Utilizou-se a difratometria de raios-X, fluorescência de raios, espectroscopia de infravermelho e testes físicos para caracterizar os produtos envolvidos no processo (matéria prima e geopolímero). Os resultados mostraram que os rejeitos são compostos majoritariamente por caulinita, hematita, gibbisita e titânio, sendo convertidos em um geopolimero com resistência de 9,83 MPa e densidade aparente de 1,232 g/cm 3 , o que sugere que resíduos minerais podem ser uma interessante fonte de baixo custo para produção de um produto de valor agregado. PALAVRAS-CHAVE: Rejeitos, Lavagem, Bauxita, Amazônia, Cimento, Geopolímero. ABSTRACT In this work, the characterization of Amazonia’s bauxite washing residues and its transformation into a product known for its cementitious properties obtained through geopolymerization process have been described. X-ray diffraction, ray fluorescence, infrared spectroscopy and physical tests were used to characterize the products involved in the process (raw material and geopolymer). The results showed that the residues are mainly composed of kaolinite, hematite, gibbsite and titanium, being converted into a geopolymer with a resistance of 9.83 MPa and an apparent density of 1.232 g/cm³, which suggests that mineral residues can be an interesting source production of a value-added product. KEYWORDS: Residues, Washing, Bauxite, Amazon, Cement, Geopolymer.

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XXVIII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa Belo Horizonte-MG, 4 a 8 de Novembro de 2019

CARACTERIZAÇÃO DE REJEITOS DE LAVAGEM DE BAUXITA DA AMAZÔNIA PARA PRODUÇÃO DE CIMENTO GEOPOLÍMERO AMBIENTALMENTE

SUSTENTÁVEL

AZEVEDO, T. F.1; NASCIMENTO, R. S.1; FIGUEIRA, B. A. M.1; MOREIRA, T. A. S.1; FERREIRA, A. P.2; FERNANDES, O. J. C.3

1Universidade Federal de Oeste do Pará (UFOPA), Instituto de Engenharia e Geociências. 2Instituto Federal do Pará, IFPA-Campus Parauapebas.

3Instituto Federal do Pará, IFPA-Campus Belém.

RESUMO

Neste trabalho, descreve-se a caracterização de rejeitos de lavagem de bauxita da Amazônia e sua transformação em um produto conhecido por suas propriedades cimentícias, obtido por processo de geopolimerização. Utilizou-se a difratometria de raios-X, fluorescência de raios, espectroscopia de infravermelho e testes físicos para caracterizar os produtos envolvidos no processo (matéria prima e geopolímero). Os resultados mostraram que os rejeitos são compostos majoritariamente por caulinita, hematita, gibbisita e titânio, sendo convertidos em um geopolimero com resistência de 9,83 MPa e densidade aparente de 1,232 g/cm3, o que sugere que resíduos minerais podem ser uma interessante fonte de baixo custo para produção de um produto de valor agregado.

PALAVRAS-CHAVE: Rejeitos, Lavagem, Bauxita, Amazônia, Cimento, Geopolímero.

ABSTRACT

In this work, the characterization of Amazonia’s bauxite washing residues and its transformation into a product known for its cementitious properties obtained through geopolymerization process have been described. X-ray diffraction, ray fluorescence, infrared spectroscopy and physical tests were used to characterize the products involved in the process (raw material and geopolymer). The results showed that the residues are mainly composed of kaolinite, hematite, gibbsite and titanium, being converted into a geopolymer with a resistance of 9.83 MPa and an apparent density of 1.232 g/cm³, which suggests that mineral residues can be an interesting source production of a value-added product.

KEYWORDS: Residues, Washing, Bauxite, Amazon, Cement, Geopolymer.

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Azevedo, Nascimento, Marinho, Figueira, Moreira, Ferreira, Fernandes.

1. INTRODUÇÃO

A indústria de cimento é uma das maiores fontes mundiais de emissão de CO2 para a atmosfera, chegando a ser estimada sua contribuição em, aproximadamente, 6% em 2002 (Mccaffrey, 2002). Na produção do cimento convencional (cimento Portland), resultante da calcinação de calcário e material silico-aluminoso, é gerado o equivalente a 0,95 Ton de CO2 por tonelada de clínquer produzida (Davidovits, 1991).

Atualmente, a enorme demanda de alternativas sustentáveis para a produção de material cimentício gera interesses científico e tecnológico com propostas para a redução de emissão de poluentes durante o seu processo de fabricação. A indústria civil já produz cimento com substituição parcial por filler, escórias e cinzas volantes, mas o nível da diminuição de liberação de gás carbônico ainda é pequeno. Desde a década de 40, materiais ligantes geopoliméricos são objetos de estudo devido às características semelhantes às cimentícias, que podem ser uma alternativa interessante a substituição do cimento tradicional pois sua obtenção não libera os gases do efeito estufa (Torgal et al., 2010).

O cimento geopolimérico é formado pela mistura de aluminosilicato, ativador alcalino solúvel (de sódio ou potássio) e água, a qual condensa e polimeriza, se transformando em um material duro e resistente a altas temperaturas (Davidovits, 2013). A matéria-prima fonte de aluminosilicato é um outro fator importante que pode agregar valor sustentável ao geopolímero. Entre os materiais de partida de origem natural, existem o uso de escórias de alumínio, lama de calcário, resíduos de papel, rejeitos de Sílica (cinzas volantes) e Alumina, cinzas de processos de incineração, misturas de cinzas, dentre outros (Liu et al., 2009; Abdollahnejad et al., 2015).

A utilização de rejeitos da indústria de bauxita para a produção de cimento, normalmente são produtos do processo Bayer (lama vermelha), cuja composição química (razão Si/Al > 4; Si/Na/K > 1.5 e Al/Na = 1) se adequa a estequiometria necessária a formação de cimento e não há necessidade de adição de álcalis, fator que pode encarecer o custo final do produto (Xiao et al., 2009; Gilkes et al., 2009; Bitencourt et al., 2012). Vale ressaltar que ainda não há estudos sobre a utilização de rejeito de lavagem do minério, comum nas minas localizadas na Região Oeste do Pará.

Neste trabalho foi avaliada a utilização de rejeitos de lavagem de bauxita da Amazônia para produção de cimento sustentável através de processo de geopolimerização, após estudos de caracterização química e mineralógica.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O material de partida utilizado para a produção do geopolímero foram rejeitos de lavagem de bauxita da Amazônia. Após a coleta da amostra, em torno de 1 Kg, foi realizada a secagem e codificação do material como RBT-SP8-SW.

A caracterização química do rejeito foi realizada por Espectrometria de Fluorescência de Raios-X (FRX), utilizando espectrômetro WDS sequencial, modelo Axios Minerals da marca PANalytical, com tubo de raios-X cerâmico, anodo de ródio (Rh) e máximo nível de potência 2,4 KW. A identificação de fases minerais do material coletado e do material transformado, por sua vez, foram obtidos por Difratometria de Raios-X (DRX) através do difratômetro D2-Phaser da Bruker com tubo de raios-X de Cu (Ka 1,540598 Å) e filtro Kβ de Ni, e o tratamento de dados realizado pelo software X´Pert HighScore versão

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2.1b. Os espectros de infravermelho foram obtidos utilizando-se pastilhas prensadas a vácuo contendo 0,200 g de KBr e 0,0013 g de amostra pulverizada e um espectrômetro de absorção molecular na região IV com transformada de Fourier da Bruker, modelo Vertex 70.

Para a transformação do rejeito em geopolímero, inicialmente, o material de partida foi submetido a um procedimento de dissolução por abertura ácida para separar a caulinita que foi a fonte principal de Si e Al para a produção de geopolímero. A amostra foi então nomeada RBT-SP8-SW-P1. Em seguida, o material sólido foi submetido a uma temperatura de 800 ºC para calcinação e transformação da caulinita em metacaulinita, devido ao processo resultar no colapso e desarranjo da estrutura em razão da perda de hidroxilas, tornando a caulinita mais reativa (Oliveira et al., 2006). Posteriormente, foi realizado o processo de ativação alcalina do material calcinado, misturando uma solução de 12M ao material em um almofariz até completa homogeneização em uma razão sólido/líquido

correspondente a 1,5. A mistura foi moldada em corpo-de-prova cilíndrico (25 x 50 mm) em molde de PVC, selada para a retenção de água, criando as condições para geopolimerização, e curada a temperatura ambiente por 14 dias. O corpo-de-prova foi codificado como GP-12M-1,5SL-14dias e é mostrado na Figura 1:

Figura 1. Molde do corpo-de-prova GP-12M-1,5SL-14dias.

Finalmente, após a produção do corpo-de-prova, foram aferidas as medidas e submetidas ao teste de densidade aparente por mercúrio e a teste mecânico, sendo posteriormente caracterizado por DRX e FTIR. A Figura 2 apresenta o corpo-de-prova:

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Figura 2. Corpo-de prova GP-12M-1,5SL-14dias.

Para a avaliação da densidade aparente do cimento, foi utilizado o método de imersão em mercúrio à temperatura ambiente (29°C) de um bloco do cimento (18,4 x 7,05 x 9,4 mm) GP-12M-1,5SL-14dias. Coletados os dados, a densidade aparente foi calculada pela Equação 1, onde é a massa do bloco em cima do Hg, a massa de Hg deslocada pelo bloco e

a densidade do mercúrio à temperatura do ambiente (Dal et al., 2002):

(1)

Para a determinação do módulo de ruptura à compressão (MRC) do geopolímero produzido, o corpo-de-prova foi submetido a um ensaio seguindo a norma NBR 5739 e realizado em uma máquina universal de ensaios marca EMIC DL30000N, utilizando a célula de carga Trd 29 e o programa Tesc versão 3.04.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Material precursor

Na Figura 3, é apresentado o padrão difratométrico dos rejeitos de bauxita (RBT-SP8-SW), do produto obtido pós-dissolução (RBT-SP8-SW-P1) e do material calcinado (RBT-SP8-SW-P1-800C-1h). Na amostra RBT-SP8-SW, identificou-se os minerais caulinita (PDF 01-080-0886), gibbisita (PDF 00-007-0324), hematita (PDF 01-073-0603) e anatásio (PDF 01-071-1168). Esta composição mineral está de acordo com a mineralogia descrita para o produto comercial (bauxita), indicando que não há transformações de fases durante o beneficiamento do minério (Antoniassi, 2010).

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Figura 3. Padrão de DRX das amostras (a) RBT-SP8-SW, (b) RBT-SP8-SW-P1 e (c) RBT-SP8-SW-P1-800C-1h. (A: anatásio; G: gibbisita; H: hematita; K: caulinita).

Em relação ao material obtido por dissolução (RBT-SP8-SW-P1), verificou-se a presença das mesmas fases minerais encontrados no precursor (anatásio, gibbisita, hematita e caulinita), indicando uma parcial dissolução da matéria prima. O padrão DRX de RBT-SP8-SW-P1-800C-1h, verificou-se a presença de hematita e anatásio, indicando a desidroxilação da caulinita e formação da fase amorfa metacaulinita (Al2Si2O7) e a decomposição da gibbsita que ocorre entre 250-280°C (Oliveira et al., 2006; Mercury et al., 2010).

Na Tabela 1, é mostrada a composição química quantitativa da amostra RBT-SP8-SW:

Tabela 1. Composição química por XRF da amostra RBT-SP8-SW.

Componente SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 PF

% m/m 27,1 32,9 19,6 3,6 16,6

(PF = Perda ao fogo determinada com a queima a 1000 °C por 1 h, após secagem a 105 ºC.)

O resultado da composição química do rejeito de bauxita RBT-SP8-SW mostrou um teor de alumínio de 32,9% (em peso), presente nas estruturas de gibbisita (Al(OH)3) e caulinita (Al2Si2O5(OH)4). Um elevado teor de Si (27,1% em peso) também foi identificado, cuja procedência está relacionada a presença de caulinita. O ferro, por sua vez, corresponde a 19,6% em peso da amostra analisada, cujo componente é encontrado na estrutura da hematita (Fe2O3). A análise química também identificou um teor em peso de 3,6% para o titânio (TiO2), existente na fase mineral anatásio.

3.2. Geopolímero

Após a conversão de rejeito em cimento, foi realizada caracterização do produto GP-12M-1.5Sl-14dias por DRX, cujo resultado é exibido na Figura 4. Foi observada no

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difratograma do cimento a existência de zeólitas, indicando a geopolimerização da caulinita encontrada no material precursor (Davidovits, 1991). Especificamente, foram identificadas a presença de zeólita A (PDF 01-074-1183) e zeólita X (01-088-0190). Além disso, as fases minerais hematita (PDF 01-079-1741), identificada também no rejeito de bauxita, quartzo (PDF 01-085-0419) e tridimita (01-083-2468) também se encontram existentes no material.

Figura 4. Padrão de DRX da amostra GP-12M-1,5SL-14dias.

(ZA: Zeólita A, ZX: zeólita X, H: hematita, Q: quartzo e T: tridimita).

O ensaio de densidade aparente indica diferentes graus de geopolimerização de um geopolímero. Na Tabela 2 se encontram os dados coletados, assim como o valor da densidade aparente do geopolímero.

Tabela 2: Dados do ensaio de densidade por mercúrio do bloco da amostra GP-12M-1,5SL-14dias.

Medidas m1 (g) m2 (g) Hg (g/cm3) AP (g/cm

3)

Valores 1,69 16,86 13,52 1,232

O resultado de densidade aparente do material transformado (1,232 g/cm3) mostrou valores que se adequam aos da literatura. À medida que se aumentou o tempo de cura do cimento (até 28 dias), seus valores de densidade diminuiram com a perda de água da estrutura cimentícia (Vassalo, 2013; Moura, 2014).

O ensaio de compressão realizado fornece dados quanto à resistência do material, exibido na Tabela 3.

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Tabela 3. Dados do ensaio mecânico do corpo-de-prova GP-12M-1,5SL-14dias.

Corpo de prova Diâmetro

médio Área

(mm2) Força Máxima

(N) Tempo de Ensaio (s)

Resistência a Compressão (MPa)

GP-12M-1,5SL-14dias 21,55 364,74 3583,78 18 9,83

Assim como a densidade aparente do material, a resistência a compressão do geopolímero também é um indicativo para avaliação do grau de polimerização do material. O geopolímero com tempo de cura de 14 dias, razão sólido/líquido de 1,5 e 12M de molaridade do ativador alcalino (NaOH) apresenta uma resistência de 9,83 MPa, o que também se encontra dentro dos valores encontrados na literatura para o geopolímeros produzidos a partir da transformação de rejeitos (Vassalo, 2013; Moura, 2014).

Os fatores que podem exercem influência no comportamento mecânico dos materiais geopoliméricos são o tamanho de partículas, a razão de dissolução no processo de geopolimerização, a estrutura e composição química da matéria-prima, o grau de cristalinidade, a razão Si/Al do material, a concentração de NaOH, a porosidade, entre outros (Santa, 2012).

4. CONCLUSÕES

Os resultados mostraram que os rejeitos de lavagem de bauxita da Amazônia são formados majoritariamente por caulinita, gibbisita, hematita e anatásio, e sua composição química é composta por Si, Al, Fe e Ti. Estes rejeitos sob ativação alcalina foram transformados por processos de geopolimerização em um produto de baixo custo com propriedades cimentícias.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o suporte financeiro do CNPQ (420169), CAPES (88881.160695) e APIPA/IFPA.

6. REFERÊNCIAS

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