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CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE EXTRATO FLUÍDODE GUACO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE SECAGEM E TEMPO DE EXTRAÇÃO

Palavras Chave: Mikania glomerata, processamento, HPLC

1 SANTOS, S.C. 2005. Caracterização cromatográfica de extratos medicinais de guaco: Mikania laevigata Schultz Bip. exBaker e M. glomerata Sprengel e ação de M. laevigata na inflamação alérgica pulmonar. Univali, Dissertação (Mestrado).2SILVA, R. A. 1929. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional.3JUSTO, G.Z. Química Analítica, v. 21, n1, São Paulo, 1998.3 Deschamps, F. C. e Ramos, L.P. R. Bras. Zootec. 2002, 31, 4, 1634.4 ROSSI JR, J.A. E SINGLETON, V.L. 1965. Am. J. Enol. Vitic. v.16, 144.

INTRODUÇÃO

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONCLUSÕES

V Simpósio Iberoamericano de Plantas Medicinais

RIBIOFAR/CYTED/CNPq (UNIVALI – SC)

18 a 20 de outubro de 2010, Itajaí, SC

Andrey Martinez Rebelo*1,2 (PQ), Francisco Carlos Deschamps2 (PQ), Fabiano Cleber Bertoldi1,2(PQ), Janaína A. Spanholi1 (EST)

*[email protected]

1-Laboratório de Farmacognosia - Unidade de Pesquisa e Difusão de Plantas Bioativas; 2-Unidade de Ensaios Químicos e Cromatográficos – UENQ

Estação Experimental de Itajaí – EEI / Epagri – Itajaí – Santa Catarina – Brasil – CEP 88.301-970

(PQ-Pesquisador ; EST-Estagiária)

A Mikania glomerata Sprengel (Figura 1), conhecida popularmente como guaco, é uma planta medicinal utilizada em medicamentos para tosse e problemas respiratórios,

tendo a cumarina como composto ativo e marcador químico da espécie1. Dessa forma, são desejáveis níveis elevados dessa substância na matéria-prima destinada à

elaboração de fármacos. De forma geral quando se pretende extrair princípios ativos de plantas e disponibilizá-los em medicamentos, são preparados extratos fluídos,

onde na maioria das vezes preparados a partir da parte da planta de interesse, seca, moída e deixada em contato com líquido extrator (maceração) por 7 dias2. Neste

processo existe a possibilidade de parte da cumarina ser convertida em o-cumarina por hidrólise, além do processo ser demorado e relativamente caro pois necessita de

secador e moinho. Pretende-se com este estudo avaliar a influência do tempo de maceração e da necessidade de secar e moer o material, na disponibilidade de cumarina,

o-cumarina quantificadas por cromatografia líquida de alta eficiência e de compostos fenólicos, extraídos pela solução extratora.

O trabalho foi conduzido na Estação Experimental de Itajaí-Epagri, SC, com material vegetal oriundo do banco de germoplasma local. Este material foi colhido macerado

em solução extratora álcool:água (50%v/v) por 1, 2, 4 ou 7 dias submetido aos seguintes pré-tratamentos: folhas de guaco frescas picadas; desidratadas por 48h a

temperatura ambiente; ou seca e moída por 48h a 50oC. A determinação de cumarina e ácido o-cumárico foram realizadas por CLAE, com modificações do método

proposto por Deschamps e Ramos3. O conteúdo total de compostos fenólicos dos extratos foi determinado espectrofotometricamente de acordo com o método de Folin-

Ciocalteu4, os resultados obtidos foram relacionados com a curva de concentração de ácido gálico (GAE). A avaliação dos tratamentos foi realizada em triplicata e aplicado

o teste Tukey (5% de probabilidade de erro (p<0,05)).

O tempo de maceração não influenciou na concentração de cumarina quando utilizado planta fresca picada (1A). No entanto o

maior tempo de extração resultou em maior teor de o-cumarina (1B). Quando fora utilizado planta desidratada em temperatura

ambiente a cumarina e a o-cumarina se comportaram como no tratamento anterior, porém com 25% a menos de cumarina. Para

a extração onde se utilizou planta seca moída foi detectado mais de 30% de cumarina e o-cumarina após 7 dias, no entanto em

relação ao uso de planta fresca detectou-se 25% a menos de cumarina mais com maior quantidade de o-cumarina. A menor

concentração de cumarina pode estar relacionada a maior degradação desta por causa da hidrólise3 ou pelo menor volume final

de líquido extrator, pois a planta fresca contem até 80% de água a mais que a seca. Em relação aos compostos fenólicos o

tempo de maceração não influenciou na concentração dos mesmos, no entanto o uso de plantas frescas parece colaborar com o

aumento da extração destes produtos. Tabela 1.

Tabela 1. Valores médios em g.L-1 de cumarina (1A), de ácido o-cumárico (1B) e de compostos fenólicos (g de GAE.L-1) (1C) em extrato de Mikania glomerata Sprengel obtida de

folhas frescas picadas; desidratadas a temperatura ambiente (48h); e picadas ou secas a 50oC (48h) e moídas; submetidas a extração por maceração em água:álcool (50%v/v) por 1,

2, 4 ou 7 dias, em função da massa seca.

Utilizar folhas de guaco fresca picada no preparo de extrato fluído resulta em maior concentração de cumarina e de compostos fenólicos e menor de o-cumarina que

quando utilizando planta seca e moída, em função da massa seca.

No preparo de extrato fluído de guaco, o tempo de maceração não influencia na concentração de cumarina nem dos compostos fenólicos, mas aumenta a de o-cumarina

após 4 e 7 dias, em função da massa seca.

Composição dos extratos fluídos, em função da massa seca de folhas de Mikania glomerata (Guaco) empregados no seu preparoDias de

maceraçãoCumarina g/L (1A) o-cumarina g/L (1B) Compóstos fenólicos g de GAE/L(1C)

Fresca Desidratada Seca Fresca Desidratada Seca Fresca Desidratada Seca1 20,60Aa 14,94Ab 8,95Ac 0,034Bb 0,040Bb 0,976Ba 10,83Aa 7,73Ab 4,59Ac

2 20,17Aa 14,89Ab 7,32Ac 0,072Bb 0,164Bb 0,940Ba 13,52Aa 8,56Ab 3,44Ac

4 22,51Aa 14,66Ab 9,55Ac 0,414ABb 0,615ABb 1,438ABa 13,67Aa 8,01Ab 4,44Ac

7 21,86Aa 15,08Ab 15,20Ac 0,567Ab 0,542Ab 1,994Aa 12,17Aa 8,26Ab 5,72Ac

Nota: Médias com

letras iguais não

diferindo entre si

estatisticamente.

Maiúscula: dias de extração (Tukey: não significativo p ≥ 0,05).

Minúscula: pré-tratamento das folhas utilizadas na maceração

Plantas frescas, desidratadas ou secas (Tukey: significativo ao nível

de 1% de probabilidade (p < 0,01).

Maiúscula: dias de extração (Tukey: significativo ao nível de 1% de

probabilidade (p < 0,01) . Minúscula: pré-tratamento das folhas

utilizadas na maceração Plantas frescas, desidratadas ou secas

(Tukey: não significativo p ≥ 0,05).

Maiúscula: dias de extração (Tukey: significativo ao nível de

1% de probabilidade (p < 0,01) . Minúscula: pré-tratamento

das folhas utilizadas na maceração Plantas frescas,

desidratadas ou secas (Tukey: não significativo p ≥ 0,05).

Figura 1. Mikania glomerata Sprengel