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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO CARACTERIZAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA MÚSCULO- ESQUELÉTICA REPORTADA POR JARDINEIROS PROFISSIONAIS LAURINDA FERNANDA GOMES DOS SANTOS PORTO 2009

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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

CARACTERIZAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA MÚSCULO-ESQUELÉTICA REPORTADA POR JARDINEIROS

PROFISSIONAIS

LAURINDA FERNANDA GOMES DOS SANTOS

PORTO – 2009

LAURINDA FERNANDA GOMES DOS SANTOS

CARACTERIZAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA MÚSCULO-ESQUELÉTICA REPORTADA POR JARDINEIROS

PROFISSIONAIS

Dissertação para conclusão do Curso de Mestrado em

Engenharia da Segurança e Higiene Ocupacionais Orientador: Prof. Doutor Pedro Miguel F. M. Arezes

Presidente do Júri: Prof. Doutor João M. A. Santos Baptista

PORTO – 2009

AGRADECIMENTOS

Aos Professores Pedro Arezes e Santos Baptista, orientadores deste trabalho, a quem agradeço toda a

disponibilidade, sugestões e apoio permanente. Considero um grande privilégio tê-los tido como meus

orientadores. Não posso deixar de referir, com reconhecimento expresso, o contributo da Professora

Doutora Mónica Barroso para o arranque deste trabalho.

Aos jardineiros da Câmara Municipal do Porto pela colaboração na resposta aos inquéritos e a todas as

informações solicitadas.

Ao colega Adriano Zilhão pela disponibilidade e colaboração demonstradas.

Com muito carinho agradeço a todos que participaram desta fase da minha vida, mas estou

especialmente grata ao meu marido Carlos Duarte e aos meus filhos Pedro e Mariana pela paciência,

ajuda e apoio nos momentos mais difíceis.

Agradeço ainda a todos os meus familiares e amigos por compreenderem a minha ausência e as

minhas tensões e a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a concretização deste

trabalho.

A todos o meu muito obrigada

RESUMO As Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT) constituem-se um problema de saúde

pública, com repercussões sociais e económicas que afectam milhões de trabalhadores em todos os sectores de

actividade. A Agricultura é um dos sectores de actividade económica mais preocupante. Entre os diversos riscos

associados ao trabalho agrícola, assumem particular relevo as lesões músculo-esqueléticas devidas à

manipulação de cargas, vibrações, movimentos repetitivos ou posturas incorrectas.

Caracterizar, identificando e avaliando a prevalência da sintomatologia músculo-esquelética reportada pelos

jardineiros da Câmara Municipal do Porto, foi o principal objectivo deste trabalho. Especificamente, o estudo

procurou estudar a associação entre a presença de sintomas músculo-esqueléticos referidos pelos jardineiros e as

variáveis demográficas, socioeconómicas, ocupacionais e relacionadas com o estilo de vida e testar a aplicação de

métodos de análise de risco às várias tarefas dos jardineiros, definindo um nível de acção com indicação de

prioridades de actuação.

Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se pela utilização do QNM - Questionário Nórdico de sintomas

Músculo-esqueléticos para análise da percepção de sintomatologia músculo-esquelética e de dois métodos de

avaliação de risco de análise postural - REBA - Rapid Entire Body Assessment e OWAS - Ovako Working Posture

Analysis System.

O estudo foi aplicado a uma população de 136 jardineiros da Câmara Municipal do Porto, uma vez que a categoria

profissional dos jardineiros sempre foi aquela com mais acidentes de trabalho e doenças profissionais da autarquia.

A idade média dos participantes foi de 40 anos, na sua maior parte, indivíduos do género masculino (64,7%)

exercendo a profissão de jardineiro, em média, há 18 anos. Trabalham habitualmente na posição de pé (77,2%) e

89,7% relaciona as LME com o trabalho. A dor na região lombar é o problema mais referido como estando

associado a todos os riscos percepcionados, sendo o principal, o risco de esforço físico excessivo (68,4%).

Não se verificaram associações estatisticamente significativas entre as LMERT e o género, com excepção dos

problemas nos ombros onde existe uma associação fraca. Comparando os resultados dos 2 métodos de avaliação de risco, conclui-se que ambos proporcionam uma rápida

identificação da gravidade das posturas adoptadas durante o trabalho, sugerindo a eventual urgência de

providências que devem ser tomadas de acordo com categorias definidas. As maiores diferenças verificaram-se

para as tarefas de carregamento de árvores, nos tratamentos fitossanitários com motocultivador e na

arrumação/organização de plantas.

O método REBA revela-se mais exigente, essencialmente pelo facto de valorizar os movimentos do pescoço e do

punho e também a abdução e rotação dos braços.

Como limitações de ambos os métodos refira-se o facto de não considerarem aspectos como a exposição a

vibrações, dispêndio energético e as exigências mentais da tarefa.

Fazendo a ligação do QNM com a avaliação de risco, verificou-se que as partes do corpo com maior solicitação são

aquelas onde os jardineiros referem sentir mais dor ou desconforto. Os jardineiros apresentaram elevada

ocorrência de lesões músculo-esqueléticas pelo que se recomenda a realização de mais estudos.

Palavras-chave: Jardineiros; LMERT; REBA; OWAS; Avaliação de risco; QNM; Percepção do risco.

2

ABSTRACT

The musculoskeletal disorders (MSDs) are a public health problem with social and economic repercussions that

affect millions of workers in all sectors. Agriculture is one of the sectors of economic activity more worrying. Among

the various risks associated with agricultural work, are particularly important musculoskeletal disorders due to the

handling of loads, vibration, repetitive gestures or awkward postures.

Characterizing, identifying and assessing the prevalence of musculoskeletal symptoms reported by gardeners of the

Municipality of Porto, was the main objective of this work. Specifically, the study sought to examine the association

between the presence of musculoskeletal symptoms reported by gardeners and demographic variables,

socioeconomic, and occupational-related lifestyle and test the application of methods of risk analysis to various

tasks of gardeners, defining a level of action with an indication of priorities for action.

To develop this work it was decided to use the QNM - Nordic Questionnaire symptoms of Musculoskeletal

disorders for analysis of the perception of musculoskeletal symptoms and two methods of risk assessment of

postural analysis - REBA - Rapid Entire Body Assessment and OWAS - Ovako Working Posture Analysis

System. The study was applied to a population of 136 gardeners, the profession with more accidents and occupational

diseases of the municipality.

The average age of participants was 40 years old, mostly males (64.7% (N = 86)), exercising the profession of

gardener, on average, 18 years ago. Usually work in standing position (N = 105, 77.2%) and 89.7% related MSDs.

The pain in the lumbar region is the most referred between all risks associated, and the principal, is the risk of

excessive exercise (N = 93, 68.4%).

There were no statistically significant associations between the MSDs and sex, with the exception of shoulder

problems in which there is a weak association.

Comparing the results of two methods of risk assessment, concluded that both provide rapid identification of the

severity of postures adopted during work, suggesting the possible urgency of measures to be taken in accordance

with established categories.

The major differences were found between the tasks of loading of trees in the treatment plant with motor cultivators

and storage / organization of plants.

The method REBA has proved more rigorous, mainly because of the value movements of the neck and wrist and the

abduction and rotation of the arms.

The limitations of both methods refer to the fact that not consider issues such as vibration, the energy and mental

demands of the task.

Making the connection of the QNM with the risk assessment found that the parts of the body with increased demand

are those which relate gardeners feel more pain or discomfort. The gardeners had high occurrence of

musculoskeletal injuries and it is recommended to perform further studies,

.

Keywords: gardeners ; musculoskeletal disorders (MSDs); REBA; OWAS; Risk Assessment; QNM; Perception

of risk.

3

"Se eu vi mais longe que outros é porque estive aos ombros de gigantes."

(Isaac Newton,1642-1727)

4

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Relação entre solicitações e capacidades funcionais .............................................................. 16

Figura 2: Factores de risco directos e indirectos ..................................................................................... 17

Figura 3: Modelo conceptual das possíveis causas e influências no aparecimento e/ou desenvolvimento

das LMERT .............................................................................................................................................. 20

Figura 4: Solicitações e capacidades funcionais ..................................................................................... 22

Figura 5: Esquema geral dos processos produtivos ............................................................................... 34

Figuras 6 a 9: Carregamento de Plantas ................................................................................................ 35

Figuras 10 a 13: Carregamento de Árvores ............................................................................................ 36

Figuras 14 a 17: Envasamento Manual .................................................................................................. 37

Figuras 18 a 21: Envasamento semi – automático ................................................................................. 38

Figuras 22 e 23: Reprodução por Estacaria ........................................................................................... 39

Figuras 24 a 27: Reprodução por Repicagem ........................................................................................ 40

Figuras 28 e 29: Plantação ..................................................................................................................... 41

Figuras 30 e 31: Tratamento Fitossanitário com Motocultivador ............................................................ 42

Figuras 32 a 34: Tratamento Fitossanitários com Doseador .................................................................. 43

Figuras 35 a 38: Rega ............................................................................................................................. 44

Figuras 39 a 42: Arrumação / Organização das Plantas ........................................................................ 45

Figuras 43 e 44: Trituração de Madeira .................................................................................................. 46

Figura 45: Frequência de respostas dos indivíduos por género ............................................................. 65

Figura 46: Frequência de respostas dos indivíduos de acordo com o estado civil ................................. 65

Figura 47: Frequência de respostas dos indivíduos de acordo com actividade extra ............................ 76

Figura 48: Frequência de respostas dos indivíduos de acordo com actividade doméstica .....................76

Figura 49: Frequências relativas ao tipo de actividade física/desporto .................................................. 77

5

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Exemplos de factores de risco de LME .................................................................................. 15

Quadro 2: Evidência epidemiológica da relação entre a presença de factores de risco no

local de trabalho e o desenvolvimento de LME........................................................................................ 18

Quadro 3: Identificação da exposição a factores de risco ....................................................................... 19

Quadro 4: Categorias de exposição ........................................................................................................ 21

Quadro 5: Estratégia de avaliação do risco de LMERT ...........................................................................25

Quadro 6: Variáveis dependentes ........................................................................................................... 48

Quadro 7: Variáveis independentes ........................................................................................................ 49

Quadro 8: Tronco (REBA) ....................................................................................................................... 51

Quadro 9: Pescoço (REBA) .................................................................................................................... 51

Quadro 10: Pernas (REBA) ..................................................................................................................... 51

Quadro 11: Tabela A (REBA) .................................................................................................................. 52

Quadro 12: Carga / Força (REBA) .......................................................................................................... 52

Quadro 13: Braços (REBA) ..................................................................................................................... 53

Quadro 14: Antebraços (REBA) .............................................................................................................. 53

Quadro 15: Punhos (REBA) .................................................................................................................... 53

Quadro 16: Tabela B (REBA) .................................................................................................................. 54

Quadro 17: Interface (REBA) .................................................................................................................. 54

Quadro 18: Tabela C (REBA) ................................................................................................................. 55

Quadro 19: Pontuação da Actividade (REBA) ........................................................................................ 55

Quadro 20: Pontuação final (REBA) ....................................................................................................... 56

Quadro 21: Níveis de acção (REBA) ...................................................................................................... 57

Quadro 22: Costas (OWAS) ................................................................................................................... 59

Quadro 23: Braços (OWAS) ................................................................................................................... 59

Quadro 24: Pernas (OWAS) ................................................................................................................... 59

Quadro 25: Levantamento de carga ou uso de força (OWAS) ............................................................... 59

Quadro 26: Categorias de acção do método segundo posição/força (OWAS) ...................................... 60

Quadro 27: Categorias de acção para posturas de trabalho (OWAS) ................................................... 61

Quadro 28: Tabela de categorias de acção do método OWAS ............................................................. 61

Quadro 29: Frequência de respostas dos indivíduos tendo em conta o Género e Estado Civil .............64

Quadro 30: Medidas de Tendência Central relativas a Anos de Estudo, Tempo de Serviço e Tempo de

Serviço na Câmara do Porto ...................................................................................................................65

Quadro 31: Frequência de respostas e não respostas ao questionário (por zona de trabalho) ............ 66

Quadro 32: Frequência em função das partes do corpo e frequência com que sente

problemas músculo-esqueléticos (questão I do QNM) ...........................................................................67

Quadro 33: Associação das LME com o trabalho .................................................................................. 68

6

Quadro 34: Síntese da análise da prevalência de sintomatologia músculo-esquelética por Zonas de Trabalho .. 69

Quadro 35: Frequências relativas à posição de trabalho ....................................................................... 70

Quadro 36: Percepção do risco do local de trabalho .............................................................................. 71

Quadro 37: Associação entre frequência com que sentem problemas nos ombros e o género ............ 72

Quadro 38: Associação entre frequência com que sentem problemas nos cotovelos e a idade ........... 73

Quadro 39: Síntese da Frequência de Sintomatologia Músculo-esquelética Versus Tempo de

Serviço (teste Qui-Quadrado) ..................................................................................................................74

Quadro 40: Frequência de respostas dos indivíduos, por género, de acordo com

actividade extra .......................................................................................................................................75

Quadro 41: Frequência de respostas dos indivíduos, por género, de acordo com

actividade doméstica ...............................................................................................................................75

Quadro 42: Frequência de respostas dos indivíduos, por género, de acordo com a prática

de actividade física ..................................................................................................................................76

Quadro 43: Comparação de frequências relativas a frequência de sintomatologia no

pescoço em função da prática de actividade física .................................................................................77

Quadro 44: Duração da actividade física/desporto .................................................................................78

Quadro 45: Consumo de tabaco por género .......................................................................................... 78

Quadro 46: Consumo de tabaco – n.º cigarros e tempo ........................................................................ 78

Quadro 47: Apresentação dos resultados – Método REBA ................................................................... 80

Quadro 48: Apresentação dos resultados – Método OWAS .................................................................. 81

Quadro 49: Frequência verificada por categoria .................................................................................... 81

Quadro 50: Resultado da análise postural durante a realização das actividades de jardinagem consideradas

(método OWAS) ........................................................................................................................................82

7

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................ 1

RESUMO.................................................................................................................................................... 2

ABSTRACT ................................................................................................................................................3

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................................... 5

ÍNDICE DE QUADROS.............................................................................................................................. 6

ÍNDICE GERAL ......................................................................................................................................... 8

LISTA DE ABREVIATURAS..................................................................................................................... 10

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................11

1.1 Apresentação do Tema.................................................................................................................... 11

1.2 Objectivos ........................................................................................................................................ 11

1.2.1 Objectivo Geral ........................................................................................................................... 11

1.2.2 Objectivos Específicos ............................................................................................................... 11

1.3 Estrutura do Trabalho ...................................................................................................................... 11

PARTE I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................12

CAPÍTULO 1 - AS LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS RELACIONADAS COM O TRABALHO.......13

1.1 Contextualização.............................................................................................................................. 13

1.2 Factores de risco.............................................................................................................................. 22

1.4 Políticas governamentais sobre as LME ......................................................................................... 22

CAPÍTULO 2 - AVALIAÇÃO DO RISCO................................................................................................. .24

2.1 Objecto da Avaliação do risco ......................................................................................................... 24

2.2 Estratégia da avaliação do risco...................................................................................................... 24

CAPÍTULO 3 - PERCEPÇÃO DO RISCO................................................................................................ 29

3.1 Risco – Conceito.............................................................................................................................. 29

3.2 Percepção do risco e risco real........................................................................................................ 29

PARTE II - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ................................................................................30

CAPÍTULO 4 - MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................... 31

4.1 Metodologia...................................................................................................................................... 31

4.2 População em estudo ...................................................................................................................... 31

4.3 Caracterização da actividade - Jardineiro ....................................................................................... 31

4.4 Caracterização do processo produtivo ............................................................................................ 32

4.5 Esquema Geral dos Processos Produtivos ..................................................................................... 34

4.5.1 Descrição dos processos produtivos .......................................................................................... 35

4.6 Instrumento de recolha de dados – Questionário Nórdico Músculo-esquelético ............................ 47

4.6.1 Aplicação do questionário .......................................................................................................... 47

4.6.2 Plano de análise de dados ..................................................................................................................48

4.6.3 Tratamento e análise de dados........................................................................................................... 49

8

4.7 Aplicação de métodos de análise de risco ..................................................................................... 50

4.7.1 Método REBA - Caracterização ................................................................................................ 50

4.7.2 Método REBA - Aplicação ......................................................................................................... 51

4.7.3 Método OWAS - Caracterização ............................................................................................... 58

4.7.4 Método OWAS - Aplicação......................................................................................................... 59

4.7.5 Comparação REBA - OWAS...................................................................................................... 62

PARTE III - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................... 63

CAPÍTULO 5 - APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO.......................................64

5.1 Caracterização da amostra.............................................................................................................. 64

5.2 Dados ocupacionais relacionados com as LME.............................................................................. 66

5.2.1 Frequência LME nos últimos 12 meses ..................................................................................... 66

5.2.2 Associação das LME com o trabalho (LMERT) ......................................................................... 68

5.3 Análise por Zonas de trabalho......................................................................................................... 69

5.4 Relação das posturas de trabalho com as LME.............................................................................. 70

5.5 Análise da percepção à exposição ao risco e sua relação com as LME......................................... 71

5.6 Relação LME e género (género)...................................................................................................... 72

5.7 Relação LME e idade....................................................................................................................... 73

5.8 Relação LME e tempo de serviço.................................................................................................... 74

5.9 Relação LME e prática de actividade física..................................................................................... 74

5.9.1 Actividade extra não remunerada............................................................................................... 74

5.9.2 Actividade doméstica.................................................................................................................. 75

5.10 Relação LME e prática de actividade física................................................................................... 76

5.11 Relação LME e consumo de tabaco.............................................................................................. 78

CAPÍTULO 6 - AVALIAÇÃO DE RISCOS DE LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS ......................... 79

6.1 Apresentação e análise dos resultados – Método REBA.................................................................80

6.2 Apresentação e análise dos resultados – Método OWAS................................................................81

PARTE IV - CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ........................................................ 84

CAPITULO 7 - CONCLUSÃO................................................................................................................ 85

7.1 Conclusão ...................................................................................................................................... 85

CAPITULO 8 – DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ............................................................................ 87

8.1 Recomendações......................................................................................................................... 87

8.2 Limitações do estudo.................................................................................................................. 88

8.3 Sugestões para trabalhos futuros............................................................................................... 89

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................ 90

ANEXO I - QUESTIONÁRIOS..................................................................................................................94

ANEXO II - ANÁLISE DOS DADOS - QUESTIONÁRIOS ......................................................................100

9

LISTA DE ABREVIATURAS

AESST - Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

CMP - Câmara Municipal do Porto

DP - Desvio-Padrão

LME - Lesões Músculo-Esqueléticas

LMEMSLT - Lesões Músculo-Esqueléticas do Membro Superior ligadas com o Trabalho

LMERT - Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o Trabalho

QNM - Questionário Nórdico de Sintomas Músculo-esqueléticos

OWAS - Ovako Working Posture Analysis System

REBA - Rapid Entire Body Assessment

RULA - Rapid Upper Limbs

SEALOT - Secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território

SHST – Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

WHO - World Health Organization

10

INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação do Tema Sendo as lesões músculo-esqueléticas as doenças mais prevalentes relacionadas com o trabalho, tendo

adquirido nas duas últimas décadas uma importância considerável pela evolução quantitativa (em

termos de número de casos) mas também pela gravidade (lesões incapacitantes), sendo escassos os

estudos aplicados a jardineiros, entendeu-se que este trabalho seria uma mais valia, não só para a

Câmara Municipal do Porto (CMP), onde foi aplicado, mas também como guião de trabalho para outras

instituições.

Todos os estudos que têm sido realizados em torno desta problemática mostram que existe uma clara

evidência de que a sintomatologia músculo-esquelética está fortemente relacionada com o trabalho e

que é responsável pelos elevados gastos sociais e perdas de produtividade, devido a grandes períodos

de ausência ao trabalho (absentismo) e, em situações mais graves, podem levar à invalidez e à reforma

antecipada.

Na CMP, os jardineiros sempre foram os profissionais com mais acidentes de trabalho e doenças

profissionais reportados aos técnicos de higiene e segurança e medicina do trabalho.

1.2 Objectivos 1.2.1 Objectivo Geral Identificar e avaliar a prevalência da sintomatologia músculo-esquelética referida pelos jardineiros da

Câmara Municipal do Porto e comparar dois métodos de avaliação de risco de análise postural

sensíveis aos riscos músculo-esqueléticos para as várias tarefas dos jardineiros.

1.2.2 Objectivos Específicos

• Estudar a prevalência de sintomas músculo-esqueléticos referidos pelos jardineiros.

• Testar a associação entre presença de sintomas músculo-esqueléticos e as variáveis

demográficas, socioeconómicas, ocupacionais e relacionadas com o estilo de vida.

• Aplicar métodos de análise de risco às várias tarefas dos jardineiros, pelo desenvolvimento de

um sistema de análise postural sensível aos riscos músculo-esqueléticos e definindo um nível

de acção com indicação de prioridades de actuação.

• Relacionar as conclusões da aplicação dos métodos de avaliação de risco com as partes do

corpo referidas pelos jardineiros como sendo as mais afectadas por LMERT.

1.3 Estrutura do Trabalho O estudo foi dividido em quatro partes. A Parte I diz respeito à Revisão Bibliográfica, a Parte II refere-se

ao Desenvolvimento do Trabalho; a Parte III, dividida em Capítulo 5 e Capítulo 6, trata da Apresentação

e Análise de Resultados, respectivamente do QNM e Avaliação de Risco. Por fim, a Parte IV apresenta

a Conclusão do estudo, indicando recomendações que visam minimizar ou prevenir as LMERT e

sugestões para desenvolvimentos futuros.

11

PARTE I

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

12

CAPÍTULO 1

AS LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS RELACIONADAS COM O TRABALHO 1.1 Contextualização As lesões músculo-esqueléticas (LME) são “lesões ou doenças que afectam os sistemas músculo-

esqueléticos, nervoso periférico ou neurovascular e que são ocasionadas ou agravadas pela exposição

ocupacional a riscos ergonómicos” (NIOSH, 1997).

As LME são as doenças mais prevalentes relacionadas com o trabalho, passando a ser designadas, ao

longo deste estudo, pela sigla LMERT. Nas duas últimas décadas do séc. XX, adquiriram, nos Estados

Unidos, na Europa e no mundo, uma importância considerável (Bjurvald, 1999).

Na Europa, durante o ano de 1995 num estudo piloto da Eurostat1, as LME foram identificadas entre as

dez doenças mais comuns de origem ocupacional. Nos Estados Unidos, alguns autores como Bernard

(1997) caracterizaram o número de casos com perfil epidémico.

Em Portugal não existem dados estatísticos que permitam conhecer, com rigor, a importância relativa

das LME. Um artigo recente de Queiroz (2001) sobre LME, faz referência ao facto dessas patologias

ocuparem o primeiro lugar nas doenças profissionais declaradas em 1998 nos Distritos mais

industrializados - Lisboa, Porto e Setúbal. Desconhece-se, contudo, o número de casos.

Durante os últimos 20 anos, os problemas ergonómicos do contexto laboral têm sido objecto de estudo

e de inúmeras pesquisas por serem responsáveis por variados problemas de saúde. As posturas

inadequadas e a má organização do ambiente de trabalho podem causar problemas de saúde,

nomeadamente LMERT para as quais as pessoas não estão sensibilizadas.

Segundo a EASHW (2007) as lesões músculo-esqueléticas são um problema que ocorre

particularmente na agricultura:

• Aproximadamente 60% dos trabalhadores do sector da agricultura e pesca estão expostos a

posturas dolorosas no trabalho durante metade do tempo ou mais, a mais elevada percentagem

de todos os sectores;

• Aproximadamente 50% dos trabalhadores do sector da agricultura e pesca transportam cargas

pesadas durante metade do tempo ou mais;

• Mais de 50% dos trabalhadores do sector da agricultura e pesca estão expostos a movimentos

manuais repetitivos durante metade do tempo ou mais.

1 European statistics - Gabinete de Estatísticas da União Europeia - é a organização estatística da Comissão Europeia que produz dados estatísticos para a União Europeia.

13

Os trabalhadores dos sectores agrícola e da construção são os que correm mais risco de lesões na

zona lombar e os dos sectores da agricultura, silvicultura e pesca enfrentam o maior risco de lesões dos

membros superiores relacionadas com o trabalho.

Exemplos do problema nos Estados-Membros (EASHW, 2007):

• No Reino Unido, um inquérito realizado de 2001/02 sobre doenças relacionadas com o trabalho

notificadas pelos próprios, revelou que 38 em cada 1000 pessoas que tinham trabalhado na

agricultura nos últimos 8 anos registavam a mais elevada taxa de incidência de lesões músculo-

esqueléticas em comparação com todas as outras actividades.

• Nos Países Baixos, a agricultura regista a taxa mais elevada de prevalência de lesões por

esforços repetitivos, e

• Em França, um estudo de 1994 indicava que os trabalhadores do sector da agricultura e pesca

são os que correm mais riscos de contrair lesões por esforços repetitivos.

Esta preocupação com as lesões músculo-esqueléticas e, em concreto, com as hérnias discais no

sector Agrícola é de tal ordem importante que levou, recentemente, a Comissão Europeia a instalar um

Observatório Europeu exclusivamente para a saúde e segurança dos trabalhadores agrícolas.

14

1.2 Factores de risco A complexidade das inter-relações entre o indivíduo e o trabalho levam a que diferentes autores tenham

opiniões diversificadas relativamente aos factores de risco que possam explicar o aparecimento de

LME.

Segundo Uva et al. (2008), os factores de risco podem ser:

Quadro 1: Exemplos de factores de risco de LME (Fonte: Uva et al., 2008)

De causa ergonómica

• Movimentos repetitivos que requerem aplicação de força;

• Choque mecânico;

• Força de preensão e carga palmar;

• Carga externa e muscular estática;

• Stress mecânico;

• Vibrações e temperaturas extremas;

• Posições desadequadas que podem decorrer do equipamento mal

desenhado, das ferramentas ou do posto de trabalho.

De causa organizacional

• Horas e ritmo de trabalho excessivos;

• Trabalho com ritmo externo imposto –exemplo: linhas de montagem;

• Pausas e descanso insuficientes;

• Insegurança ou insatisfação laboral;

• Monitorização excessiva, por exemplo, com câmaras de vídeo.

De risco individual

• Tabagismo;

• Ingestão de bebidas alcoólicas em excesso;

• Obesidade.

Sluiter et al. (2001) defendem que a postura adoptada pelo trabalhador durante o trabalho é um factor

de risco de LME quando ultrapassa, pelo menos, metade da amplitude do movimento da articulação

envolvida na actividade (amplitude articular) e quando se verifica durante um período considerável do

dia de trabalho, habitualmente por mais de 2 horas num período diário de 8 horas. Consideram a

existência de repetitividade sempre que se realizam movimentos idênticos mais de duas a quatro vezes

por minuto, em ciclos de trabalho de duração inferior a trinta segundos ou realizados durante mais de

quatro horas, no total de um dia de trabalho.

A força, como factor de risco profissional, está relacionada com a intensidade da sua aplicação, com o

tempo de duração em que é aplicada e respectivos períodos de recuperação, particularmente quando o

trabalho é predominantemente estático.

Bukle e Devereux (1999) consideram força elevada, ao nível do membro superior, a manipulação de

pesos (ou cargas) de mais de 4 Kg. Consideram também que a exposição a ferramentas vibratórias

manuais possa influenciar, de forma acrescida, o risco de LMERT, por exposição a vibrações, de corpo

15

inteiro ou mão-braço. Quanto aos factores de risco relativos à organização do trabalho, incluem, entre

outros, os ciclos trabalho-repouso (o repouso é considerado insuficiente quando o tempo de paragem

ou intervalo sem actividade ou com actividade diferente, é inferior a dez minutos, em cada hora de

trabalho repetitivo) e o poder de decisão e a autonomia (parâmetros de avaliação fortemente

subjectiva). Tratam-se de factores de risco de difícil avaliação sendo, habitualmente, explorados através

de questionários ou entrevistas aos trabalhadores (Sluiter et al., 2001).

Estes factores de risco podem ser encontrados em muitos postos de trabalho na Europa. Por exemplo

Simões et al. (2003), chegaram às seguintes conclusões:

7% dos trabalhadores da União Europeia referem que o seu trabalho envolve tarefas curtas e

repetitivas;

57% dizem que o trabalho implica movimentos repetitivos dos braços e mãos;

56% estão expostos a restrições de tempo;

54% estão sujeitos a uma velocidade excessiva para a realização das tarefas;

42% não são livres de decidir quando devem ter pausas;

31% não têm escolha sobre o seu ritmo de trabalho.

Sendo as lesões músculo-esqueléticas doenças multifactoriais de componente profissional, inscrevem-

se num quadro probabilístico onde cada factor concorre mais ou menos para o aparecimento da

patologia. Pode dizer-se que estas lesões resultam geralmente de um desequilíbrio entre as solicitações

biomecânicas e as capacidades individuais (Simões et al., 2003):

Figura 1: Relação entre solicitações e capacidades funcionais (fonte: Simões et al., 2003)

Existem, no entanto, diversos factores que podem influenciar o risco de desenvolver estas patologias

numa relação directa com a duração da exposição e o número de factores acumulados. Podemos,

assim, considerar que existem factores endógenos (do indivíduo) e exógenos (do sistema) que podem

intervir directa ou indirectamente no desenvolvimento das patologias músculo-esqueléticas, tal como

demonstrado por Simões et al. (2003), no seguinte esquema:

16

Figura 2: Factores de risco directos e indirectos (fonte: Simões et al., 2003) Assim, a actividade gestual no trabalho é um factor exógeno directo, particularmente se existirem

solicitações de força excessiva, se as diferentes operações implicarem posições articulares extremas e

se houver repetitividade, ou seja, se existir hiper-solicitação biomecânica.

Como factor exógeno indirecto temos a considerar a percepção subjectiva do operador relativamente à

ergonomia, à organização do trabalho e aos factores psicossociais.

O estado de saúde, a idade, o género e outros factores relativos ao património genético e à história

clínica do indivíduo, são factores endógenos directos; o stress, a insatisfação profissional, a atitude

perante a organização do trabalho, a percepção negativa do trabalho, etc. são factores endógenos de

natureza psicossocial que favorecem indirectamente o desenvolvimento de patologias músculo-

esqueléticas.

Os factores de risco profissionais podem não ser os únicos factores etiológicos de LME, sendo muitas

vezes difícil (senão mesmo impossível), por essa razão, fazer o diagnóstico diferencial entre lesões

relacionadas e não relacionadas com o trabalho.

É necessário analisar, para além dos sintomas e sinais, também os critérios temporais (presentes ou

passados), partindo do pressuposto de ter havido exposição ao(s) factor(es) de risco.

Assim, de acordo com aqueles critérios temporais, considera-se que a lesão músculo-esquelética é

relacionada com o trabalho (LMERT), quando os sintomas estão presentes no momento ou estiveram

17

presentes durante pelo menos 4 dias nos últimos sete dias ou os sintomas estiveram presentes nos

últimos 12 meses, pelo menos, durante o mínimo de uma semana (Sluiter et al., 2001).

O Quadro 2 mostra a evidência epidemiológica da relação entre a presença de factores de risco no local

de trabalho e o desenvolvimento de LME.

Quadro 2: Evidência epidemiológica da relação entre a presença de factores de risco no local de

trabalho e o desenvolvimento de LME (Fonte: Bernard, 1997)

A presença de factores de risco no local de trabalho, como já foi referido, não determina, por si só, o

risco de desenvolvimento das lesões, uma vez que também a “dose de exposição” é determinante

(Quadro 3).

18

Quadro 3: Identificação da exposição a factores de risco (Fonte: Serranheira, 2003, adaptado de Bukle;

Devereux, 1999)

Segundo Serranheira (2003), a idade, que tem sido considerada como um potencial factor de risco,

poderá não o ser, uma vez que integra, em simultâneo, os riscos cumulativos do trabalho e do

envelhecimento biológico, o que pode implicar, por exemplo, uma diminuição da força muscular e da

mobilidade articular, esses sim, verdadeiros factores de risco.

Normander et al. (1999), em alguns trabalhos sobre este tema, constataram uma maior morbilidade na

mulher. No entanto, referem não terem tido em atenção a circunstância das mulheres ocuparem

frequentemente os postos de trabalho menos diferenciados, portanto mais repetitivos e com elevadas

cadências. Sublinhe-se ainda o papel das mulheres na realização da maior parte das actividades

domésticas (senão mesmo de todas), onde as solicitações biomecânicas dos membros superiores e da

coluna são elevadas.

Similarmente, a existência de determinadas doenças crónicas (entre outras, o hipotiroidismo, a

diabetes, as doenças renais e as doenças do foro reumatológico) ou os antecedentes pessoais de

traumatismo (por exemplo, a fractura de Colles), constituem situações de maior susceptibilidade

individual às LME. Ainda o consumo de álcool e os hábitos tabágicos podem predispor ao aparecimento

de neuropatias, de miopatias e de alterações da circulação sanguínea, que tornam o indivíduo mais

susceptível àquelas lesões (Malchaire et al., 2001).

A complexidade das inter-relações entre o indivíduo e o trabalho poderá, ainda que parcialmente,

explicar que o aparecimento das LME apresenta uma importante variabilidade. De facto, indivíduos que

19

desempenham a mesma actividade e sujeitos a cargas de trabalho semelhantes, podem apresentar

diferenças significativas na sua situação de saúde relacionada com o trabalho, uma vez que enquanto

uns podem desenvolver lesões músculo-esqueléticas, outros não desenvolvem essas patologias

(Malchaire et al., 2001). E mesmo no grupo que desenvolve a doença, o período de tempo para a sua

manifestação apresenta uma importante variabilidade individual, sendo a sua gravidade clínica

igualmente muito variável.

O modelo seguinte é explicativo das relações presentes em estudos epidemiológicos e permite

evidenciar as associações entre a carga externa e a presença de sintomas e/ou lesões, diferenciando

os diferentes elementos contributivos para o aparecimento de lesões:

Figura 3: Modelo conceptual das possíveis causas e influências no aparecimento e/ou desenvolvimento

das LMERT (Fonte: Serranheira, 2007, adaptado NRC/IOM, 2001)

No essencial, este modelo fornece uma perspectiva das interacções entre o posto de trabalho e o

indivíduo. O resultado dessas interacções é a existência de uma carga interna ao nível dos tecidos e

estruturas anatómicas que, quando excede a tolerância ou capacidade de regeneração dos tecidos,

pode originar lesões.

20

Observando as diferentes perspectivas e resultados de diversos estudos é possível constatar que a

maioria dos investigadores concorda que estas três grandes categorias de factores de risco – factores

individuais, factores organizacionais/ergonómicos e factores sociais - provavelmente contribuem para a

substantiva dimensão deste problema. A discordância assenta no contributo e no peso de cada factor

de risco que integra as referidas categorias (Serranheira, 2007).

Por outro lado, alguns estudos consideram que os factores individuais como por exemplo a idade, o

género, a condição física e determinadas características antropométricas (ex.: diâmetro canalicular a

nível do punho) são preponderantes em relação aos factores profissionais (Natan; Meadow; Doyle,

1988; Natan et al., 1992). Por último, outros estudos apontam para os factores de risco

organizacionais/psicossociais (ex.: insatisfação profissional) como grandes contribuintes para o

desenvolvimento de lesões a nível dos membros superiores (Weiman, 1977; Neimcryk et al., 1987;

Johnson, 1993), assinalando que a monotonia ou o baixo nível de interesse ou estímulo profissional

podem originar alterações das respostas fisiológicas, assim como modificações do comportamento dos

trabalhadores que induzem o desenvolvimento de LMEMSLT.

O risco de desenvolver LMERT está relacionado com a denominada “dose de exposição”. Malchaire

(2005), estabeleceu as categorias de exposição descritas no Quadro 4.

Quadro 4: Categorias de exposição (Fonte: Malchaire, 2005)

A “dose de exposição” é determinada pelos factores referidos no Quadro 3:

- a intensidade;

- a duração;

- a frequência.

Todas essas dimensões estão directamente relacionadas com o tempo de recuperação e são

condicionantes da existência ou não de um “desequilíbrio” entre as solicitações biomecânicas e os

intervalos de recuperação, tal como apresentado na Figura 1 e agora confirmado por outros autores

(Figura 4):

21

Figura 4: Solicitações e capacidades funcionais (Fonte: Serranheira, 2007, adaptado de Cail et al., 2000) 1.3 Grupos de risco Segundo a EASHW (2007) as lesões das cervicais e dos membros superiores causadas pelo trabalho

podem ocorrer em todos os tipos de tarefas e em todos os sectores de actividade. Contudo, alguns tipos

de actividades profissionais parecem constituir um risco particular.

Indústrias específicas com elevado grau de exposição e grupos de alto risco incluem, entre outros:

− agricultura, silvicultura e pesca;

− operadores de máquinas;

− carregadores/descarregadores.

Segundo Fernandes (2007), são considerados grupos de risco:

• trabalhadores manuais com e sem qualificação (agricultores, secretárias, técnicos de saúde,

informáticos, empregadas domésticas, empregados da construção civil e fabril);

• mulheres (devido ao tipo de trabalho que exercem);

• trabalhadores mais velhos (devido ao declínio funcional e estrutural resultante do

envelhecimento do indivíduo, ficando mais vulneráveis a lesões);

• trabalhadores com trabalho precário (devido à insatisfação e ao desprazer). 1.4 Políticas governamentais sobre as LMERT Vários Estados-Membros elaboraram políticas e planos específicos com o objectivo de prevenir as

LMERT. Estas iniciativas assumem várias formas e incluem:

− Acções preventivas orientadas para sectores específicos;

− Melhoria dos sistemas de informação;

− Financiamento de investigação ou estudos específicos;

− Produção de material informativo, directrizes, etc.;

− Protocolos para o acompanhamento de matérias relacionadas com a saúde;

− Estabelecimento de planos de acção e objectivos com vista à redução da incidência.

22

A prevenção das lesões por esforços repetitivos parece fazer parte da abordagem global para prevenir

os riscos relacionados com o trabalho e implementar a legislação europeia (EASHW, 2007):

o Áustria: Em 1999 foi efectuada uma análise para incluir as lesões na coluna vertebral

relacionadas com o trabalho e as lesões na bainha tendinosa na lista oficial de doenças

profissionais.

o Bélgica: Foi criado um grupo de trabalho oficial para estudar o problema. Está a ser ponderada

a introdução de uma política de informação para entidades patronais e trabalhadores.

o Dinamarca: Um dos objectivos do programa de acção do Ministério para um ambiente de

trabalho saudável em 2005 foi fazer face ao problema das lesões por esforços repetitivos. Na

sequência de uma decisão do Parlamento, os parceiros sociais elaboraram um plano de acção

com o objectivo de reduzir a incidência em 50%.

o França: Várias regiões fizeram experiências de mudança nos procedimentos de notificação. O

número de relatórios sobre lesões por esforços repetitivos decuplicaram em algumas regiões e

a qualidade da informação recebida aumentou consideravelmente.

o Alemanha: Dispõe de programas para combater lesões músculo-esqueléticas que se

concentram em estudos de investigação e na transposição e implementação da

regulamentação comunitária a nível nacional.

o Grécia: A sua actividade tem-se concentrado na implementação de legislação sobre segurança

e saúde no trabalho no que se refere à prevenção de lesões músculo-esqueléticas, resultante

de directivas comunitárias relativas aos equipamentos dotados de visor e à movimentação

manual de cargas.

o Irlanda: Dispõe de projectos para enfrentar de forma específica a questão.

o Luxemburgo: Os seus projectos para 2000 incluíam duas iniciativas nos sectores financeiro e

da construção civil.

o Países Baixos: Foi estabelecido um objectivo para quatro anos de reduzir em 10% (ou 100.000

casos) as queixas relativas a lesões por esforços repetitivos dos trabalhadores que utilizam

equipamento dotado de visor.

o Espanha: A nível estatal foi elaborada uma política que inclui legislação, publicação de

manuais técnicos e protocolos de vigilância na saúde. Algumas comunidades autónomas

iniciaram estudos com o objectivo de melhorar os modelos de trabalho em sectores específicos

e, consequentemente, reduzir as lesões por esforços repetitivos (por exemplo no sector das

bananas nas Ilhas Canárias).

o Suécia: As lesões músculo-esqueléticas constituem uma das cinco prioridades do actual plano

trienal do Comité Nacional para a Segurança e a Saúde no Trabalho. As iniciativas incluíram

novas disposições sobre ergonomia para a prevenção de lesões músculo-esqueléticas,

enquanto as disposições recentemente revistas referentes a trabalho com monitores salientam

a questão do trabalho monótono e repetitivo com o teclado e o rato.

o Reino Unido: A questão é encarada como um problema grave e estão a ser empreendidas

acções no âmbito da legislação existente.

23

CAPÍTULO 2

AVALIAÇÃO DO RISCO 2.1 Objecto da Avaliação do risco O primeiro objectivo da avaliação do risco é estimar a probabilidade e a gravidade do efeito para a

saúde como resultado da exposição a um factor de risco (Cohrasen, 1989). Existem várias

metodologias de avaliação do risco que passam por (Serranheira, 2007):

• Identificação dos factores de risco e avaliação da exposição;

• Avaliação da dose-efeito (resposta); e

• Caracterização do risco, onde os resultados, provenientes dos passos anteriores, são

integrados num documento que inclui uma ou mais estimativas quantitativas do risco.

A avaliação de risco é uma das etapas primordiais de qualquer intervenção ergonómica.

Malchaire (1999), no sentido de encontrar uma estratégia para a avaliação e controlo do risco de

LMERT considera quatro possíveis níveis gradativos:

(A) - identificação geral dos factores de risco de LMERT;

(B) - avaliação do risco através da aplicação de métodos observacionais;

(C) - avaliação do risco através da análise de registos de vídeo;

(D) - avaliação do risco com apoio de instrumentação.

2.2 Estratégia da avaliação do risco A avaliação de risco constitui a base de uma gestão eficaz da segurança e da saúde, fundamental para

a prevenção de acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Uma boa estratégia da avaliação de risco tem de obrigatoriamente passar por uma abordagem

integrada de gestão da avaliação de risco que consiste no envolvimento de todos os interessados

(trabalhadores e empregadores), no conhecimento do contexto jurídico, dos conceitos, do processo de

avaliação dos riscos e das funções que competem aos principais agentes que participam no processo.

A avaliação de risco é, pois, uma análise sistemática de todos os aspectos do trabalho, que identifica:

• aquilo que é susceptível de causar lesões ou danos;

• a possibilidade de os perigos serem eliminados e, se tal não for o caso;

• as medidas de prevenção/ protecção que existem, ou deveriam existir, para controlar os riscos.

A estratégia de avaliação do risco de LMERT (adaptado de Malchaire, 1999) deverá ser equacionada

em 4 níveis tendo em conta as competências do técnico que irá fazer a avaliação, o número de técnicos

e os custos envolvidos e, ainda, as características e o número de postos de trabalho a avaliar. A

estratégia a adoptar está explicitada no Quadro 5.

24

Quadro 5: Estratégia de avaliação do risco de LMERT (Fonte: Serranheira, 2003, adaptado de

Malchaire, 1999

Tendo em conta esta classificação de Malchaire, os métodos de avaliação correntemente utilizados

poderão ser agrupados do seguinte modo:

(A) - Identificação geral dos factores de risco de LMERT Esta etapa deve ser efectuada em todos os postos de trabalho com a colaboração dos trabalhadores

(importante terem formação em saúde e segurança e factores de risco de LMERT). Esta etapa passa

pela aplicação de métodos simples de avaliação do risco ou de “filtros” de identificação da presença ou

ausência de factores de risco:

- Risk Filter (HSE, 2002);

- OSHA Checklist (Silverstein, 1997).

O objectivo é elaborar um registo de todos os postos de trabalho relativamente à presença/ausência de

factores de risco de LMERT.

25

(B) - Avaliação do risco através da aplicação de métodos observacionais

A segunda etapa deve incluir a análise dos postos de trabalho onde se verificou a presença de factores

de risco de LMERT, partindo das situações de maior risco para as de menor risco. Devem ser utilizados

métodos integrados de avaliação do risco, de acordo com as exigências da situação de trabalho

(Serranheira; Uva, 2000), designadamente:

- OWAS - Ovako Working Posture Analysis System;

- NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health;

- RULA - Rapid Upper Limbs;

- REBA -Rapid Entire Body Assessment;

- SI - Strain Índex;

- HAL - Hand Activity Limits;

- OCRA - Occupational Repetitive Actions.

A aplicação de qualquer destes métodos deve ficar a cargo de especialistas por requerer um nível de

conhecimentos e especialização consideráveis.

(C) - Avaliação do risco através da análise de registos de vídeo Esta metodologia dirige-se às situações de trabalho classificadas pelos métodos anteriores como de

risco elevado. Estes métodos permitem a quantificação detalhada do risco (identificação, quantificação

e avaliação). São exemplos:

- HARBO - Hand Relative to the Body;

- PEO - Portable Ergonomic Observation

- TRAC - Task Recording Analysis on Computer

São métodos observacionais mais complexos, exigindo sistemas informáticos, quer para a recolha, quer

para tratamento dos dados. Só devem ser aplicados quando os resultados obtidos pelos métodos

observacionais anteriores forem insuficientes para permitir passar à fase seguinte da análise

ergonómica.

Podem ainda, neste grupo, serem considerados os métodos de análise do trabalho abordados na

disciplina de Psicossociologia do Trabalho:

• Instruções ao sósia (Oddone et al, 1981);

• Análise guiada do trabalho (Teiger & Laville, 1991)

• Auto-análise ergonómica (Six & Carlin, 1993)

• Auto-confrontação cruzada (Clot et al, 2001)

• MAGICA (Vasconcelos & Lacomblez, 2001)

26

Tratam-se de meios de acção indirecta sobre a situação de trabalho, para alcançar um novo ponto de

vista, um outro conhecimento sobre o trabalho. Um meio que permita melhorar, não só o dispositivo

material mas também as suas competências (Six & Carlin, 1993). Baseiam-se em análises guiadas no

posto de trabalho, sobre as condições de trabalho e risco de acidentes, que facilitam a transformação

das situações de trabalho, recorrendo a questionários, registos de vídeo, etc.

O objectivo de todos estes métodos é, portanto, analisar os postos de trabalho onde se verificou a

presença de factores de risco de LMERT, partindo das situações de maior risco para as de menor

risco.

(D) - Avaliação do risco com apoio de instrumentação É dirigida às situações de trabalho extremamente complexas, onde o risco foi classificado como elevado

pelos métodos anteriores e onde não foi possível obter informação suficiente para alterar essa situação

de trabalho. Nesses casos devem ser aplicados métodos de avaliação do risco de LMERT suportados

por instrumentação, designadamente e entre outros:

- a electromiografia (EMG)

- a pressurometria

- a acelerometria ou a

- electrogoniometria.

Através destes meios, pretende-se obter informação que possibilite a definição do nível de risco. A sua

utilização é mais frequente em situações experimentais, por vezes laboratoriais, frequentemente

integradas em projectos de investigação. Devido à sua especificidade e complexidade aliadas à

dificuldade de aplicação em situações reais de trabalho, a instrumentação só deve ser aplicada por

especialistas e nas situações em que as etapas anteriores não permitiram obter informação adequada

ou suficientemente pertinente.

Os métodos de avaliação do risco com recurso à instrumentação, também chamados de avaliação

directa da exposição, têm sido utilizados para quantificar a exposição em estudos experimentais ou em

situações reais de trabalho (Spielholz et al., 2001).

Os métodos mais simples envolvem metodologias que permitem evidenciar relações com a profissão

exercida e questionários de sintomas auto-preenchidos. Também se utilizam métodos observacionais

aplicados nos locais de trabalho ou através da análise de registos em vídeo.

A metodologia mais frequentemente aplicada em estudos epidemiológicos baseia-se na utilização de

questionários auto-preenchidos pelos trabalhadores com o objectivo de obter uma avaliação sumária

dos sintomas e/ou da actividade de trabalho (Spielholz et al., 2001), principalmente devido à facilidade

de aplicação que permite a sua utilização em grande número de trabalhadores.

27

Os métodos observacionais de avaliação do risco de LMERT são os métodos de eleição sempre que

existe necessidade de avaliação do risco em tarefas de elevada repetitividade (Spielholz et al., 2001).

A maioria dos autores refere que o uso de métodos observacionais ou de métodos instrumentais,

produz resultados mais fiáveis do que os obtidos com aplicação de questionários de auto-resposta

(Bernard, 1997; Hansson et al., 2001).

Na avaliação do risco de LMERT tem-se assistido, nos últimos anos, a um maior recurso à

instrumentação, mantendo-se todavia a utilização de métodos observacionais, apesar das suas

limitações, designadamente o recurso a registos momentâneos, à grande variabilidade e à capacidade

individual do observador. Os métodos observacionais e os métodos instrumentais também podem ser

perspectivados complementarmente. O diagnóstico das situações de risco é realizado sempre na

perspectiva da intervenção preventiva (eliminar ou reduzir o risco).

A maioria dos métodos/ferramentas para avaliação da exposição envolve duas qualidades

(normalmente contraditórias): precisão e generalização (Winkel and Mathiasson, 1994).

Os diversos métodos para avaliação do risco de LMERT, no essencial, passam pela identificação e

quantificação de factores de risco e pela avaliação do risco destas lesões em situação real de trabalho.

Na realidade os factores de risco presentes nos locais de trabalho variam de situação para situação e,

se existem diferenças de risco entre trabalhadores com idênticas actividades, então entre actividades,

essa diferença é ainda mais evidente (Hansson et al., 2001; Normander et al., 1999).

28

CAPÍTULO 3

PERCEPÇÃO DO RISCO 3.1 Risco – Conceito Uma das origens do termo risco remonta ao século XIV associado ao aparecimento dos prémios de

seguro da marinha mercante. O risco, nesta época estava bem definido em termos marítimos, atribuído

a causas naturais, que fugiam ao poder do homem. Risco, era algo acidental, um perigo sem causa,

mas não algo puramente aleatório, na medida em que a sua probabilidade de ocorrência varia segundo

o indivíduo e as situações.

Segundo Ferreira (2003), em termos colectivos, o risco expressa-se através das ameaças que pairam

sobre a vida e as sociedades humanas em consequência da acção da tecnologia e da ciência; em

termos individuais, o risco passa pela insegurança crescente que as pessoas experimentam em virtude

do mundo social se ter tornado menos previsível e o futuro se apresentar como um espaço de

contingências.

A norma portuguesa NP 4397:2001 define risco como a “combinação da probabilidade e da(s)

consequência(s) da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso”. É este o conceito usado

no âmbito dos Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho.

3.2 Percepção do risco e risco real Quando se fala em percepção do risco, estamos a referirmos ao entendimento ou conhecimento sobre

determinado risco e respectivas consequências. A compreensão dos comportamentos e reacções dos

indivíduos perante o risco e a necessidade de quantificar e prever a forma como as pessoas pensam

sobre o risco têm sido objecto de investigação e estudos que remontam aos anos 60. Desde então,

surgiram vários modelos que visam a compreensão do mecanismo da percepção do risco. Os primeiros

estudos adoptaram uma abordagem comportamental, baseados numa análise do comportamento

perante o risco e só mais tarde surgiram os modelos que permitiram quantificar e prever a forma como

as pessoas pensam sobre o risco (Lima, 1998).

Citando Sjoberg et al. (2004), Martins, (2007) alerta que a percepção do risco pode tornar-se num

obstáculo à tomada de decisões racionais, já que, as pessoas tendem a ver riscos onde eles não

existem.

Segundo WHO (2002), muitas das percepções de risco que as pessoas têm são baseadas na

informação que adquirem sobre factores de risco. As pessoas recebem informação e formam os seus

valores baseados nas suas experiências, informação científica, meios de comunicação como também

da família, colegas e outras referências. Ainda segundo esta organização, um dos importantes factores

que influenciam a percepção de risco é o género. Aparentemente os homens tendem a subestimar o

risco comparativamente às mulheres e estas estão menos dispostas a aceitá-los que os homens. As

explicações para este facto têm recaído sobre factores biológicos e sociais (WHO, 2002).

Todos os conceitos de risco apresentados em 3.1 têm um elemento em comum, a distinção entre

realidade e possibilidade.

29

PARTE II

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

30

CAPÍTULO 4

MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Metodologia Para a identificação e análise da prevalência da sintomatologia músculo-esquelética (Parte III - Capítulo 5)

foram aplicados dois questionários – Questionário Nórdico Músculo-esquelético e Questionário de

Identificação. Esta pesquisa caracteriza-se por ser uma investigação do tipo exploratório/descritivo e

transversal.

De acordo com Gil (1999), exploratório porque tem como objectivo identificar, ampliar e aprofundar

conhecimentos, proporcionando uma visão geral acerca de determinado facto e é descritivo porque

permite o estabelecimento de relações entre variáveis.

Um estudo transversal, de acordo com Briz (1991), é uma fotografia da realidade num certo momento

porque nos dá informação referente a uma situação particular. Num estudo transversal, define-se a

população a estudar e determina-se a prevalência do fenómeno em causa.

Para a aplicação dos dois métodos de avaliação de risco de análise postural (Parte II - Capítulo 4 – 4.7) foram

realizadas várias pesquisas sobre métodos de análise de risco aplicáveis ao corpo inteiro. O estudo decorreu no

Viveiro municipal e a recolha de informação foi feita por observação directa das tarefas dos jardineiros,

recolha fotográfica e, por vezes, para as tarefas mais complexas, recorreu-se a vídeo.

4.2 População em estudo A população alvo deste estudo é composta por 136 jardineiros de um total de 154, de ambos os

géneros, com escolaridade mínima de 4 anos de estudo (ensino básico) e com uma carga horária

média de trabalho de 35 horas semanais. Trabalham todos na Câmara Municipal do Porto e encontram-

se distribuídos por várias zonas da Cidade do Porto.

A inclusão dos trabalhadores neste estudo foi voluntária. A diferença de participantes para o total de

jardineiros deve-se, apenas, aos trabalhadores afastados por doença, baixa por acidente de trabalho ou

qualquer outro tipo de licença no período de realização do trabalho de campo desta dissertação (Abril e

Maio de 2009).

4.3 Caracterização da actividade - Jardineiro O Jardineiro é um operário qualificado cujo conteúdo funcional é o seguinte (Despacho n.º 38/88 da

SEALOT (Secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território), publicado no DR

n.º 22, II Série, 26.01.89):

o Cultiva flores, arbustos ou outras plantas e semeia, em parques ou jardins públicos, sendo o

responsável por todas as operações inerentes ao normal desenvolvimento das culturas e à sua

manutenção e conservação, tais como preparação prévia do terreno, limpeza, rega, tutoragem,

31

aplicação dos tratamentos fitossanitários mais adequados e protecção contra eventuais

condições atmosféricas adversas;

o Procede à limpeza e conservação dos arruamentos e canteiros;

o Tendo em vista a preparação prévia do terreno, cava ou abre covas, despedrega, substitui a

terra fraca por terra arável e aplica estrume, adubos e ou correctivos quando necessário;

o No caso específico dos arrelvamentos, espalha e enterra as sementes, nivela o terreno e

posteriormente compacta e apara a relva;

o Com vista ao tratamento ulterior das terras e no sentido de assegurar o normal crescimento das

plantas, o jardineiro sacha, monda, aduba, rega (automática ou manualmente) e quando

necessário poda e aplica herbicidas ou pesticidas;

o Quando existam viveiros de plantas, procede à cultura de sementes, bolbos, porta-enxertos,

arbustos, árvores e flores, ao ar livre ou em estufa, para propagação, preparando os viveiros,

cravando-os, adubando-os e compondo-os adequadamente;

o Procede igualmente à sementeira, plantação, enxertia, rega, protecção contra intempéries e

tratamento fitossanitário, podendo eventualmente realizar ensaios para criar novas variedades

de plantas;

o Opera com os diversos instrumentos necessários à realização das tarefas inerentes à função de

jardinagem, que podem ser manuais ou mecânicos;

o É responsável pela limpeza, afinação e lubrificação do equipamento mecânico;

o Procede a pequenas reparações, providenciando em caso de avarias maiores o arranjo do

material.

4.4 Caracterização do processo produtivo Perante a diversidade e a sazonalidade das várias actividades realizadas pelos jardineiros, a avaliação

de risco recaiu sobre os principais processos produtivos que ocupam grande parte do tempo dos

jardineiros ao longo de todo o ano no Viveiro Municipal.

O Viveiro Municipal (in Campanhã - Estudos Demográficos, Meireles Miguel e Agostinho Rodrigues) foi

adquirido pela Câmara Municipal do Porto em 2 de Dezembro de 1937 por expropriação da “Quinta de

Furamontes” ou “Casal da Capela”.

Situado na localidade de Areias, actualmente com mais de 7 hectares, é uma estrutura fundamental por

fornecer, através de produção própria, a quantidade e variedade de espécies de plantas necessárias à

Cidade.

Tem vindo a modernizar-se, sofrendo alterações estruturais (construção de abrigos e estufas),

adoptando novas técnicas de reprodução e multiplicação, e adquirindo novos equipamentos, que

permitem no seu conjunto optimizar os recursos.

32

Atendendo à frequência e ao número de jardineiros envolvidos, consideram-se como principais

processos produtivos os seguintes:

o Carregamento de plantas e árvores

o Envasamento manual e semi-automático

o Reprodução de plantas (estacaria e repicagem)

o Plantação

o Trabalhos de manutenção e limpeza (tratamentos fitossanitários e rega)

o Arrumação/organização de plantas

o Trituração de madeira

A relação entre estes processos produtivos está ilustrada na Figura 5.

33

4.5 Organigrama Geral dos Processos Produtivos Os referidos processos produtivos podem ser representados da seguinte forma:

Processo

Produtivo

Trabalhos Manutenção Or

Carregamento Envasamento Reprodução Plantação

ganização

Tratamentos Fitossanitários

Plantas Manual Estacaria

Sementeira Semi-Automática

Arvores Semi – Automático Rega

Arrumação Organização

Repicagem

Trituração de Madeira

Figura 5: Organigrama dos processos produtivos

34

4.5.1 Descrição dos processos produtivos Carregamento de Plantas

Periodicidade – quase todos os dias, normalmente de manhã, durante todo o ano.

N.º de jardineiros – 2/4 ou mais dependendo da quantidade de plantas EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço. Equipamentos / Ferramentas usadas - tabuleiros, luvas Descrição da Actividade: 1º - Pegam, uma de cada lado, no tabuleiro que se encontra na carrinha;

2º - Colocam-no no chão;

3º - Enquanto uma segura no tabuleiro (inclinado), outra coloca as plantas / os vasos até encher o

tabuleiro;

4º - Depois de cheio, uma jardineira de cada lado eleva o tabuleiro e coloca-o novamente na carrinha.

Figuras 6 a 9: Carregamento de Plantas.

35

Carregamento de Árvores

Periodicidade - uma vez por mês ou mais. Não está estabelecida uma periodicidade (sempre que

necessário).

N.º de jardineiros – 4 ou mais jardineiros dependendo da dimensão das árvores

EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço e luvas de protecção.

Equipamentos / Ferramentas usadas – pá, empilhador, carrinhos de mão, tesouras de poda.

Descrição da Actividade: 1º - Desenterram a árvore da terra com a ajuda de uma pá;

2º - Sacodem o torrão da raiz, de forma a ficar mais leve;

3º - Transportam a árvore até à carrinha; o transporte é efectuado por um ou mais jardineiros consoante

a dimensão e peso da árvore em causa.

Figuras 10 a 13: Carregamento de Árvores

36

Envasamento Manual

Periodicidade - durante todo o ano N.º de jardineiros – 4 jardineiras (2 grupos de 2) EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço, luvas de protecção.

Equipamentos / Ferramentas usadas – pá, vasos, bancos improvisados.

Descrição da Actividade: 1º - Uma jardineira retira a planta de um vaso pequeno;

2º - Outra jardineira enche um vaso maior com substrato;

3º - Colocam a planta no vaso maior;

4º - Acabam de encher o vaso com substrato.

Figuras 14 a 17: Envasamento Manual

37

Envasamento Semi – Automático

Periodicidade – durante todo o ano

N.º de jardineiros – 4 ou mais jardineiros EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço, luvas

Equipamentos / Ferramentas usadas – máquina de envasar, pá, empilhador.

Descrição da Actividade: 1º - Deslocam a máquina de envasar, com um atrelado que encaixa na máquina, para a estufa ou

canteiro onde existem plantas para envasar;

2º - Colocam terra no depósito da máquina, para procederem ao enchimento;

3º - A máquina enche os vasos com substrato fazendo um orifício no seu centro;

4º - Uma das jardineiras coloca a planta jovem dentro do vaso;

5º - Outra jardineira pega nas plantas já envasadas e coloca-as no chão, organizadas.

Figuras 18 a 21: Envasamento semi - automático

38

Reprodução por Estacaria

Periodicidade – todos os anos entre Janeiro e Fevereiro. N.º de jardineiros – 2 a 4 jardineiros EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço, luvas de protecção

Equipamentos / Ferramentas usadas – baldes, tesoura de poda Descrição da Actividade: 1º - Colhem, com uma tesoura de poda, material vegetativo dos exemplares existentes e que é

necessário reproduzir;

2º - Recolhem e seleccionam as estacas;

3º - Preparam o material vegetativo, através de corte em pequenas estacas, entre 10/15 cm cada uma;

4º - Colocam as estacas no substrato.

Figuras 22 e 23: Reprodução por Estacaria

39

Reprodução por Repicagem

Periodicidade – uma vez por ano, normalmente em Janeiro

N.º de jardineiros – 2 a 4 jardineiros (ou mais)

EPI usados – fardamento normal, botas biqueira aço, luvas de protecção

Equipamentos / Ferramentas usadas – Tesoura de poda, balde, paletas para reprodução, jiff 7

(pastilhas de substrato compactadas). Descrição da Actividade: 1º - Recolhem e seleccionam o material vegetativo;

2º - Limpam os tabuleiros com uma mangueira de pressão;

3º - Enchem os vários compartimentos dos tabuleiros com o substrato;

4º - Envolvem o material vegetativo em hormona de enraizamento;

5º - Introduzem no substrato o material vegetativo a reproduzir;

6º - Colocam as paletas no chão da estufa.

Figuras 24 a 27: Reprodução por Repicagem

40

Plantação

Periodicidade – durante todo o ano

N.º de jardineiros – 2/4 jardineiros

EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço, luvas de protecção, impermeável.

Equipamentos / Ferramentas usadas – freze Descrição da Actividade: 1º - Preparam o terreno com a ajuda de uma freze;

2º - Estendem um fio de nylon ao longo do terreno a cultivar, para que as plantas fiquem alinhadas;

3º - Procedem à plantação, retirando as plantas com raiz do vaso;

4º - Abrem um buraco na terra e colocam as plantas;

5º - Tapam o buraco com uma pá;

6º - Colocam uma pequena estaca com informação indicando a qualidade da planta.

Figuras 28 e 29: Plantação

41

Trabalhos de Manutenção / Organização das Plantas

Tratamentos Fitossanitários com Motocultivador Equipado com Pulverizador e Atrelado Periodicidade – durante todo o ano, sempre que necessário para evitar a propagação de pragas.

Normalmente uma vez por semana. N.º de jardineiros – 1 jardineiro EPI usados – fato completo e descartável, luvas de protecção (não descartáveis), botas de biqueira de

aço, máscara de protecção das vias respiratórias e da face.

Equipamentos / Ferramentas usadas – motocultivador equipado com pulverizador com atrelado

Descrição da Actividade: 1º - O jardineiro equipa-se para proceder à aplicação destes tratamentos;

2º - O jardineiro (especializado) prepara a solução, dissolvendo directamente o produto em água, no

depósito do motocultivador;

3º - Dirige-se para a zona ou local onde é necessária a aplicação;

4º - Coloca o motocultivador junto da estufa ou local que necessita de pulverização;

5º - Desenrola a mangueira de aplicação do produto;

6º - Efectua a pulverização.

Figuras 30 e 31: Tratamento Fitossanitário com Motocultivador

42

Tratamento Fitossanitários com Doseador

Periodicidade – sempre que necessário. N.º de jardineiros – 1 jardineiro EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço

Equipamentos / Ferramentas usadas – doseador

Descrição da Actividade: 1º - O jardineiro prepara a solução a aplicar;

2º - Dirige-se para o local a aplicar, com o doseador no dorso;

3º - Direcciona o tubo de aplicação para as plantas;

4º - A aplicação do produto é realizada accionando por uma pequena alavanca controlada pelo

jardineiro.

Figuras 32 a 34: Tratamento Fitossanitários com Doseador

43

Rega

Periodicidade – durante todo o ano

N.º de jardineiros – 1 jardineiro

EPI usados – fardamento normal, bota biqueira aço, luvas de protecção

Equipamentos / Ferramentas usadas – mangueira com ponta de regador.

Descrição da Actividade: 1º - A rega pode ser efectuada dentro ou fora das estufas;

2º - De pé, segura a mangueira com um dos braços e com o outro pega na extremidade que contém o

difusor. Ao mesmo tempo vai arrastando a mangueira à medida que tem necessidade de se deslocar.

Figuras 35 a 38: Rega

44

Arrumação / Organização das Plantas

Periodicidade – durante todo o ano

N.º de jardineiros – 2 a 4 jardineiros

EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço.

Equipamentos / Ferramentas usadas – luvas de protecção, baldes, pá, tesoura de poda, sachos, etc. Descrição da Actividade: 1º - Cortam os ramos e folhas velhas das plantas;

2º - Arrumam os vasos de forma organizada;

3º - Limpam os espaços vagos;

4º - Distribuem os vasos na estufa ou campo de forma organizada para um melhor manuseamento e

economia de espaço.

Figuras 39 a 42: Arrumação / Organização das Plantas

45

Trituração de Madeira

Periodicidade - durante todo o ano (nas podas, no abate de árvores, na altura das reproduções, etc.)

N.º de jardineiros – 2 jardineiros

EPI usados – fardamento normal, botas de biqueira de aço, impermeável (em dias de chuva), luvas de

protecção, protectores auriculares

Equipamentos / Ferramentas usadas – máquina de estilhaçar madeira.

Descrição da Actividade: 1º - Os jardineiros pegam nos ramos, pedaços de troncos, etc. e colocam-nos na máquina;

2º - A máquina tritura a madeira, produzindo a estilha;

3º - A estilha é depois aproveitada para embelezar as bermas das vias de passagem e para tornar o

solo mais duro aquando da passagem. É também usada para atrasar o crescimento das ervas

daninhas.

Figuras 43 e 44: Trituração de Madeira

46

4.6 Instrumento de recolha de dados – Questionário Nórdico Músculo-esquelético Segundo Spielholz et al., (2001), a metodologia mais frequentemente aplicada em estudos

epidemiológicos baseia-se na utilização de questionários auto-preenchidos pelos trabalhadores com o

objectivo de obter uma avaliação sumária dos sintomas e/ou da actividade de trabalho principalmente

devido à facilidade de aplicação que permite a sua utilização em grande número de trabalhadores.

O Questionário Nórdico de Sintomas Músculo-esquelético foi desenvolvido em 1987, no Instituto de

Saúde Ocupacional de Helsínquia, na Finlândia. Foi validado no Brasil em 1999, num estudo realizado

em Brasília com empregados de uma instituição bancária estatal (Pinheiro, 2002). Segundo este autor,

trata-se de um questionário auto-aplicável que apresenta bons índices de fiabilidade pela sua

simplicidade de preenchimento.

A versão resumida, que será utilizada no presente estudo, foi proposta por Pinheiro (2002) ao estudar

os aspectos psicossociais das lesões osteomusculares relacionados com o trabalho. O QNM (Anexo I)

apresenta no início um exemplo de preenchimento, para orientar previamente o inquirido e também uma

figura que delimita e denomina as regiões anatómicas a serem consideradas. O instrumento permite

que o indivíduo registe numa escala de 4 pontos a frequência com que apresentou dor, dormência,

formigamento ou desconforto em 9 regiões anatómicas. A frequência dos sintomas supracitados é

graduada através dos números 0, 1, 2 e 3 que correspondem, respectivamente, às opções de resposta

não, raramente, com frequência e sempre. As nove regiões do corpo consideradas são: pescoço/ região

cervical, ombros, braços, cotovelos, antebraços, punhos/ mãos/ dedos, região dorsal, região lombar e

membros inferiores. O questionário possibilita ainda que o trabalhador assinale as regiões onde

apresenta os sintomas desencadeados pelo trabalho.

Sendo considerado de simples aplicação, o questionário permite a detecção de morbilidade

osteomuscular, ou seja, permite calcular a taxa de portadores de LME, em relação à população total

estudada, em determinado local e em determinado momento. Possibilita, ainda, a determinação de

relações entre a presença de patologia e variáveis demográficas, ocupacionais e de hábitos de vida. É,

portanto, um bom indicador das condições ambientais e do posto de trabalho, permitindo diagnosticar

cargas excessivas no ambiente de trabalho e avaliar as medidas adoptadas nesse local; a localização

dos sintomas pode revelar a causa da sobrecarga.

4.6.1 Aplicação do questionário Durante os meses de Março a Maio, foram aplicados dois questionários individuais - o Questionário

Nórdico de Sintomas Músculo-esqueléticos (QNM) - versão resumida, traduzida e adaptada por Pinheiro

(2002) e o Questionário de Identificação que contém as variáveis demográficas, ocupacionais e

relacionadas com o estilo de vida. O QNM é um instrumento que tem por objectivo quantificar as regiões

mais afectadas pelos sintomas músculo-esqueléticos referidos pelos jardineiros, além de identificar

dados pertinentes ao aparecimento de LMERT avaliando a prevalência de sintomas músculo-

esqueléticos (Anexo I).

Os resultados dos questionários foram tratados estatisticamente através do programa SPSS versão 15.0.

47

Etapa 1: Fase Piloto - 5% da população de jardineiros da Câmara Municipal do Porto participaram na

fase de pré-teste juntamente com trabalhadores de outro grupo profissional – administrativos e

auxiliares, num total de 12 colaboradores.

Após um breve esclarecimento sobre os objectivos e procedimentos da pesquisa foram-lhes entregue,

para preenchimento, o questionário composto por 2 partes – sintomatologia músculo-esquelética

(variáveis dependentes) e informação geral (variáveis independentes).

Esta etapa teve como objectivo testar os instrumentos, a forma de aplicação e outras questões

operacionais referentes ao desenvolvimento da pesquisa.

Etapa 2: Fase de Sensibilização dos Trabalhadores - foram realizadas acções de informação e

sensibilização e distribuídos folhetos sobre a pesquisa e sobre metodologias de trabalho,

nomeadamente movimentação de cargas.

Etapa 3: Fase de Recolha de Dados – os questionários foram distribuídos pessoalmente a todos os

jardineiros e efectuado um acompanhamento durante o seu preenchimento para esclarecimento de

dúvidas e evitar erros de preenchimento.

Etapa 4: Análise Estatística – foi utilizado o programa SPSS v 15.0, para análise estatística dos dados.

Os resultados do questionário foram tratados estatisticamente em relação às áreas de desconforto

corporal referidas cruzando com os dados demográficos, socioeconómicos, ocupacionais e relacionadas

com o estilo de vida.

Etapa 5: Elaboração do Relatório - elaboração do relatório de pesquisa e divulgação dos resultados.

Prevê-se ainda o retorno dos resultados obtidos aos trabalhadores interessados, através de contacto

com os mesmos, e ao Serviço de Medicina no Trabalho para que os casos diagnosticados possam ser

devidamente encaminhados e assistidos e para que novos casos possam ser prevenidos.

4.6.2 Plano de análise de dados As variáveis dependentes para a realização deste estudo são a Frequência de Sintomatologia Músculo-

Esquelética listadas no Quadro 6:

Quadro 6: Variáveis dependentes

Variável Classificação Categorias de Análise

Sintomatologia músculo-esquelética Dicotómica 0 (não), 1 (sim)

Frequência de Sintomas músculo-esqueléticos

Ordinal 0 (Nunca), 1 (raramente), 2 (com frequência), 3 (Sempre)

48

As variáveis independentes são as demográficas (género, idade e estado civil), as socioeconómicas

(escolaridade), as relacionadas ao estilo de vida (actividade doméstica, actividade física e tabagismo) e

as que caracterizam o trabalho (função e tempo na função), listadas no Quadro 7.

Quadro 7: Variáveis independentes

Variável Classificação Categorias de Preenchimento

Demográficas: Género

Dicotómica

(0) Feminino, (1) Masculino

Idade Contínua Idade em anos Estado civil Nominal (0) Solteiro(a), (1) Casado(a), (2) Vive com

companheiro(a), (3) Separado(a) ou Divorciado(a), (4) Viúvo(a)

Socioeconómicas: Escolaridade

Contínua Anos de estudo

Relacionadas com o Estilo de Vida: Actividade doméstica

Dicotómica

(0) Não, (1) Sim

Horas por semana de actividade doméstica

Contínua

Número de horas por semana

Actividade física Dicotómica (0) Não, (1) Sim Tipo de actividade física Nominal (0) Caminhada, (1) corrida, (2) musculação, (3)

ginástica, (4) futebol, (5) bicicleta, (6) vólei, (7) outros Horas e dias de actividade física Contínua Número de horas e de dias

Tabagismo Nominal (0) Não, nunca fumou, (1) Sim, ex-fumador, (2) Sim, fuma

Tempo que parou de fumar Contínua Número de meses e/ou anos

Quantidade de cigarros que fuma ao dia

Contínua Número de cigarros

Anos de tabagismo Contínua Número de anos

Caracterizam o Trabalho: Tempo na actividade

Contínua Número de meses e/ou anos

Posição de trabalho Nominal (0) Sentado, (1) Em pé, (2) Sentado erguendo peso, (3) Sentado inclinando o corpo, (4) Em pé inclinando o corpo, (5) Em pé e agachando, (6) outra(s)

Riscos ambientais Nominal (0) Movimentos repetitivos, (1) Esforço físico, (2) Postura inadequada, (3) Ruídos, (4) Vibrações, (5) Radiações, (6) Carga ou peso, (7) Riscos químicos, (8) Outro(s)

Outra actividade remunerada Dicotómica (0) Não, (1) Sim Horas semanais da outra actividade remunerada

Contínua Número de horas

4.6.3 Tratamento e análise dos dados

Os resultados do questionário foram tratados estatisticamente através do programa SPSS versão 15.0,

em relação às áreas de desconforto corporal referidas, dados demográficos e análise correlacional.

O perfil demográfico, socioeconómico, ocupacional e os aspectos relacionados ao estilo de vida foram

traçados através da utilização da análise estatística descritiva.

49

Para a realização da análise inferencial e correlacional da população em estudo recorreu-se a testes

não paramétricos, pelos seguintes motivos:

- os dados não permitem operações numéricas;

- os dados não seguem uma Distribuição Normal;

- os dados não têm homogeneidade da variância (a variabilidade dos dados em cada situação não

é a mesma);

- as variáveis a analisar são categóricas (nominais e ordinais), o que requer a utilização de testes

não paramétricos, tal como referem autores como Pestana e Gageiro (2005), Maroco (2007) e

Hill (2005).

Assim, as associações da “presença de Sintomas Músculo-esqueléticos” com as variáveis

independentes contínuas foram testadas através dos testes Qui-Quadrado e Q-Cochran.

4.7 Aplicação de métodos de análise de risco 4.7.1 Método REBA - Caracterização O método REBA (Rapide Entire Body Assessement) (Hignett & McAtamney, 2000), é uma ferramenta

para análise de posturas. É muito similar ao método RULA2 (Rapid Upper Limb Assessment), mas

enquanto este é dirigido à análise de movimentos repetitivos realizados com os membros superiores, o

método REBA é de aplicação mais geral. É um novo sistema de análise que inclui factores de carga

postural dinâmicos e estáticos, a interacção homem-carga, e um novo conceito que incorpora a

chamada "gravidade assistida" para a manutenção da postura das extremidades superiores, ou seja, a

ajuda que pode ter a própria gravidade para manter a postura do braço. Por exemplo, custa muito mais

manter o braço levantado que mantê-lo abaixo dos ombros ainda que com uma postura forçada.

Este método faz uma valorização rápida e sistemática do risco postural do corpo inteiro, começando

pelo grupo A – tronco, pescoço e pernas. A pontuação atribuída a cada uma destas partes é

relacionada na Tabela A, que combinada com a da Carga/Força, constitui a Pontuação A. O mesmo é

aplicado ao grupo B – braço, antebraço e punho, cuja pontuação combinada com a interface, formam a

Pontuação B. O resultado final REBA é obtido pela combinação, na Tabela C, da Pontuação A e B com

a Pontuação da Actividade. A decisão sobre o tipo de intervenção é dada pelo Quadro dos Níveis de

Acção.

De seguida, é demonstrada a aplicação deste método à tarefa de carregamento de plantas do chão

para um tabuleiro de madeira (trabalhador que pega e segura no tabuleiro). A recolha de informação foi

feita por observação directa das tarefas e por recolha fotográfica.

2 Método observacional de avaliação do risco de LME aplicado ao membro superior.

50

4.7.2 Método REBA - Aplicação Tarefa de Carregamento de Plantas (trabalhador que pega e segura no tabuleiro):

Grupo A:

Tronco

Pescoço

Pernas

Quadro 8: Tronco

MOVIMENTO PONTUAÇÃO ALTERAÇÃO DA PONTUAÇÃO IMAGEM

Erecto 1

0º a 20º Flexão 0º a 20º Extensão 2

20º a 60º Flexão 20º a 60º Extensão 3

> 60º Flexão 4

+ 1 se torção ou inclinação lateral

Quadro 9: Pescoço

MOVIMENTO PONTUAÇÃO ALTERAÇÃO DA PONTUAÇÃO IMAGEM

0º a 20º Flexão

1

> 20º Flexão ou Extensão 2

+ 1 se torção ou inclinação lateral

Quadro 10: Pernas

MOVIMENTO PONTUAÇÃO ALTERAÇÃO DA PONTUAÇÃO IMAGEM

Distribuição bilateral do peso, sentado ou em pé

1

Distribuição unilateral do peso Peso leve distribuído ou postura instável

2

+ 1 se joelho(s) em

flexão entre 30ºe 60º

+ 2 se joelho(s) >60º em flexão (em pé)

51

Quadro 11: Tabela A

TABELA A Pescoço

Tronco 1 2 3

Pernas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7

2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8

3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9

1 2 3 4 5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9

Quadro 12: Carga / Força

Carga / Força

0 1 2 3

< 5 Kg 5 a 10 Kg > 10 Kg Contracção ou rápida execução de força

52

Grupo B:

Braço

Antebraço

Punho

Quadro 13: Braços

POSIÇÃO PONTUAÇÃO ALTERAÇÃO DA PONTUAÇÃO IMAGEM

20º em Extensão a 20º em Flexão

1

> 20º em Extensão 20º - 45º Flexão

2

45º - 90º Flexão 3

> 90º Flexão 4

+ 1 se braço em:

- Abdução - Rotação

+ 1 se ombros elevados

-1 se apoiado, suporte para o peso do braço ou

a postura é facilitada pela gravidade

Quadro 14: Antebraços

MOVIMENTO PONTUAÇÃO IMAGEM

60º - 100º Flexão 1

< 60º Flexão ou > 100º Flexão

2

Quadro 15: Punhos

MOVIMENTO PONTUAÇÃO ALTERAÇÃO DA PONTUAÇÃO IMAGEM

0º -15º Flexão/ Extensão

1

> 15º Flexão/ Extensão 2

+ 1 se punho é desviado ou

rodado

53

Quadro 16: Tabela B

TABELA B

Antebraço

1 2 Braço

Punho 1 2 3 1 2 3

1 2 3 1 2 3

1 2 3 2 3 4

3 4 5 4 5 5

4 5 5 5 6 7

6 7 8 7 8 8

1 2 3 4 5 6 7 8 8 8 9 9

Quadro 17: Interface

INTERFACE

0 Bom

1 Aceitável

2 Pobre

3 Inaceitável

Boa apreensão a

médio alcance, boa

força de agarre

Preensão aceitável

mas não ideal ou

interface aceitável via

outra parte do corpo

Preensão inaceitável

apesar de possível

Desfavorável,

preensão, preensão

insegura sem cabos

ou pegas

Interface inaceitável

utilizando outras

partes do corpo

54

Quadro 18: Tabela C

TABELA C Pontuação B

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7

2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8

3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8

4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9

5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9

6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10

7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11

8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11

9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12

10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12

11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 12 12

Pont

uaçã

o A

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

Quadro 19: Pontuação da Actividade

PONTUAÇÃO DA ACTIVIDADE

+1 1 ou mais partes do corpo estão estáticas (ex.: segurar durante mais de 1

minuto um objecto)

+1 Acções repetidas a pequenas distâncias (ex.: repetições de mais de 4 vezes por minuto, excluindo caminhada)

+1 A acção causa mudanças grandes e rápidas nas posturas ou uma desestabilização

55

REBA – Cálculo da pontuação final: Quadro 20: Pontuação final

Grupo A Grupo B

D Resultado Resultado Tabela B Antebraços Tabela A Tronco

D

D E

E

E

Pescoço

Pernas

Braços

Punhos + +

= =Carga/Força Interface

Pontuação A Pontuação B

3 3

00

33

Pontuação C 3

+

=

Pontuação Actividade

Resultado FINAL

1

4

56

NÍVEIS DE ACÇÃO: Quadro 21: Níveis de acção

NIVEL ACÇÃO PONTUAÇÃO

REBA NIVEL DE

RISCO ACÇÃO

0 1 Negligenciável Desnecessária

1

2 - 3 Baixo Pode ser necessária

2 4 -7 Médio Necessária

3 8 - 10 Alto Necessária em breve

4 11 - 15 Muito alto Necessária AGORA

57

4.7.3 Método OWAS - Caracterização OWAS (Ovako Working Posture Analising System) (Kuorinka et. al., 1977) é um dos métodos directos

para avaliação postural – análise do corpo inteiro em situações de trabalho dinâmico. O método baseia-

se na análise das diferentes posturas adoptadas pelos trabalhadores ao realizarem determinadas

actividades em intervalos variáveis ou constantes observando-se a frequência e o tempo despendido

em cada postura. Para cada postura, determina-se a posição das costas, braços e pernas, assim como

a carga levantada ou o uso de força e a fase da actividade que está sendo observada e atribui-se um

“Código de Postura”.

Para cada “Código de Postura” calcula-se a categoria de risco a que pertence, com o fim de identificar

as posturas críticas ou de maior nível de risco para o trabalhador. O cálculo da percentagem de

posturas catalogadas em cada categoria de risco pode ser de grande utilidade para a determinação das

posturas críticas.

Este método permite, ainda, calcular a percentagem de repetições ou frequência relativa de cada

posição das costas, braços e pernas. Avalia as posturas classificando em quatro grupos de

recomendações para acções correctivas em diferentes escalas de tempo.

De seguida é demonstrada a aplicação deste método à tarefa de carregamento de plantas do chão para

um tabuleiro de madeira (trabalhador que pega e segura no tabuleiro). A recolha de informação foi feita

por observação directa das tarefas e por recolha fotográfica.

No final é apresentada uma síntese dos resultados da sua aplicação às restantes tarefas dos jardineiros

(Quadros 47 a 50).

58

4.7.4 Método OWAS - Aplicação Tarefa de Carregamento de Plantas (trabalhador que pega e segura no tabuleiro): Quadro 22: Costas

PONTUAÇÃO DESCRIÇÃO

1 Erecta

2 Inclinada para a frente ou para trás

3 Torcida ou inclinada para os lados

4 Inclinada e torcida ou inclinada para a frente e para os lados

Quadro 23: Braços

PONTUAÇÃO DESCRIÇÃO 1 Ambos os braços abaixo do nível dos ombros

2 Um braço no nível dos ombros ou abaixo

3 Ambos os braços ao nível dos ombros ou acima

Quadro 24: Pernas

PONTUAÇÃO DESCRIÇÃO

1 Sentado

2 De pé com ambas as pernas esticadas

3 De pé com o peso em uma das pernas esticadas

4 De pé ou agachado com ambos os joelhos dobrados

5 De pé ou agachado com um dos joelhos dobrados

6 Ajoelhado em um ou ambos os joelhos

7 Andando ou movendo-se

Quadro 25: Levantamento de carga ou uso de força

PONTUAÇÃO DESCRIÇÃO

1 Peso ou força necessária < 10 kg

2 Peso ou força necessária > 10 kg e < 20 Kg

3 Peso ou força necessária > 20 Kg

59

A combinação das posições das costas, braços e pernas determinam níveis de acção para as medidas

correctivas (Quadro 26):

Quadro 26: Categorias de acção do método OWAS segundo posição das costas, braços, pernas e uso de força:

1 2 3 4 5 6 7 PernasCostas Braços

1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1

2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 11

3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3 2 2 3 1 1 1 1 2

1 2 2 3 2 2 3 2 2 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 3 3

2 2 2 3 2 2 3 2 3 3 3 4 4 3 4 4 3 3 4 2 3 42

3 3 3 4 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 3 3 4 4 4 1 1 1 1 1 1

2 2 2 3 1 1 1 1 1 2 4 4 4 4 4 4 3 3 3 1 1 13

3 2 2 3 1 1 1 2 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 1 1 1

1 2 3 3 2 2 3 2 2 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

2 3 3 4 2 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 44

3 4 4 4 2 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 2 3 4

Força

Quando a actividade é frequente, ainda que com carga leve, este método permite, através da estimativa

da proporção de tempo que o tronco e membros ficam nas várias posturas durante o período de

trabalho, determinar as categorias de acção para cada uma destas partes do corpo (Quadro 27).

De acordo com o Quadro 28 - Categorias de acção, para esta tarefa, são necessárias correcções logo

que possível.

60

Quadro 27: Categorias de acção do método OWAS para posturas de trabalho de acordo com o percentual de permanências na postura durante o período de trabalho.

COSTAS

1 – Erecta 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 – Inclinada 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3

3 – Torcida 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3

4 – Inclinada e torcida 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4

BRAÇOS

1 – Ambos os braços abaixo dos ombros 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

2 – Um braço no nível ou acima dos ombros 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3

3 – Ambos os braços no nível ou acima dos

ombros

1 1 2 2 2 2 2 3 3 3

PERNAS

1 – Sentado 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2

2 - De pé com ambas as pernas esticadas 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2

3 - De pé com uma das pernas esticadas 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3

4 – Dois joelhos dobrados 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4

5 – Um joelho dobrado 1 2 2 3 3 3 3 4 4 4

6 – Ajoelhado 1 1 2 2 2 3 3 3 3 3

7 – Andando 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2

% de tempo de trabalho 0 - 20 21-40 41-60 61-80 81-100

Quadro 28: Tabela de categorias de acção do método OWAS

CATEGORIAS DE ACÇÃO

Categoria 1 Não são necessárias medidas correctivas

Categoria 2 São necessárias medidas correctivas num futuro próximo

Categoria 3 São necessárias correcções logo que possível

Categoria 4 São necessárias correcções imediatas

61

4.7.5 Comparação REBA - OWAS São muito pouco comuns os estudos que efectuem comparações das múltiplas formas de avaliação do

risco de LMERT.

É frequente encontrar resultados contraditórios obtidos com o recurso a diferentes métodos no mesmo

posto de trabalho e, por outro, com a selecção dos próprios métodos (in)adequados a uma determinada

situação de trabalho e/ou às capacidades de quem os aplica (Bernard, 1997; Serranheira, 2000).

Neste trabalho houve a preocupação de encontrar métodos de análise de risco aplicáveis ao corpo

inteiro já que as tarefas de jardinagem envolvem todo o corpo. Assim, os principais objectivos da

aplicação de métodos de análise de risco são os seguintes:

• Desenvolver um sistema de análise postural sensível aos riscos ligados ao desenvolvimento de

lesões do sistema músculo-esquelético para as várias tarefas dos jardineiros;

• Definir um nível de acção com indicação de prioridades.

Após estudo de vários métodos de análise postural chegou-se à conclusão que aqueles que melhor

cumprem estes objectivos são o método REBA (Rapide Entire Body Assessement) e o OWAS (Ovako

Working Posture Analising System).

Ambos os métodos foram aplicados às diversas tarefas realizadas pelos jardineiros.

A maioria destes jardineiros apresentam problemas de saúde relacionados com as doenças do sistema

músculo-esquelético que denotam causas posturais, possivelmente resultantes da natureza da tarefa,

das diferentes formas de executá-la e da sua interacção com a organização do trabalho. É esta relação

que se pretende ver confirmada pela aplicação dos referidos métodos de análise postural.

Como exemplo de aplicação destes métodos, foi seleccionada a tarefa de carregamento de plantas do chão

para um tabuleiro de madeira, uma vez que se trata de um trabalho que se realiza todos os dias e durante todo

o ano. A recolha de informação foi feita por observação directa, recolha fotográfica e, por vezes, para as tarefas

mais complexas, recorrendo a vídeo.

62

PARTE III

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

63

CAPÍTULO 5

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO Com a análise que se segue pretende-se contribuir, não só para uma melhor identificação da

sintomatologia músculo-esquelética referida pelos jardineiros mas também procurar relações com a sua

actividade de trabalho e características individuais.

Devido à existência de perguntas não respondidas, as percentagens apresentadas são sempre em

função do número de respostas obtidas e não da população global em estudo.

A apresentação dos resultados é feita por ordem sequencial das perguntas dos questionários e teve

como suporte a estatística descritiva, auxiliada pela apresentação de gráficos e quadros. A análise mais

detalhada encontra-se no Anexo II.

5.1 Caracterização da população O número total de jardineiros que trabalham nas diferentes zonas da Câmara Municipal do Porto é de

154, sendo que 18 não se encontravam ao serviço no momento de recolha de dados, pelo que só foi

possível obter respostas de 136 jardineiros, a que corresponde uma taxa de participação de 88,3 %.

A população em estudo é, portanto, constituída por 136 jardineiros de diferentes Zonas com uma média

de idades de 43,52 anos e um desvio padrão de 8,74 sendo a idade mínima 24 anos e a máxima 62

anos. A maior parte dos indivíduos inquiridos é do género masculino (64,7%) e a maioria afirma ser

casado (80%) (nos Quadros 29 e 30 e Figuras 45 e 46, apresentam-se estes dados com mais detalhe).

Quadro 29: Frequência de indivíduos tendo em conta o Género e Estado Civil

N %

Masculino 88 64,7

Feminino 48 35,3 Género (Género)

Total 136 100

Solteiro 18 13,3

Casado 108 80

Vive com companheiro (a) 6 4,4

Separado/Divorciado 1 0,7

Viúvo 2 1,5

Estado Civil

Total 135 100,0

64

21,48%

64,44%

10880,00%

18 13,33%

Viúvo(a)Separado/Divorciado

Vive com companheiro(a)

Casado(aSolteiro(a)

Estado Civil

Figura 45: Frequência de respostas dos indivíduos por género

Figura 46: Frequência de respostas dos indivíduos de acordo com o estado civil

s dos indivíduos de acordo com o estado civil

88,0 64,7%

48,0 35,3%

MasculinoFeminino

Género

Os indivíduos da população em estudo afirmam ter, em média, 6 anos de escolaridade (DP (Desvio-

Padrão) ± 2,36), sendo que o mínimo referido é de 4 anos e um máximo de 12 anos de escolaridade.

Quanto ao tempo total de exercício da profissão de jardineiro (Câmara e outras instituições), a média

situa-se nos 219 meses (18 anos e 3 meses) (DP ± 118,09), sendo o tempo mínimo de 48 meses (4

anos) e o máximo de 600 meses (50 anos). Relativamente ao tempo de trabalho na Câmara do Porto,

este centra-se, em média, nos 214 meses (18 anos) (DP ± 115,63), sendo o tempo mínimo de trabalho

de 36 meses (3 anos) para um máximo de 600 meses (50 anos) (Quadro 30):

Os indivíduos da população em estudo afirmam ter, em média, 6 anos de escolaridade (DP (Desvio-

Padrão) ± 2,36), sendo que o mínimo referido é de 4 anos e um máximo de 12 anos de escolaridade.

Quanto ao tempo total de exercício da profissão de jardineiro (Câmara e outras instituições), a média

situa-se nos 219 meses (18 anos e 3 meses) (DP ± 118,09), sendo o tempo mínimo de 48 meses (4

anos) e o máximo de 600 meses (50 anos). Relativamente ao tempo de trabalho na Câmara do Porto,

este centra-se, em média, nos 214 meses (18 anos) (DP ± 115,63), sendo o tempo mínimo de trabalho

de 36 meses (3 anos) para um máximo de 600 meses (50 anos) (Quadro 30):

Quadro 30: Medidas de Tendência Central relativas a Idade, Anos de Estudo, Tempo de Serviço e

Tempo de Serviço na Câmara do Porto

Quadro 30: Medidas de Tendência Central relativas a Idade, Anos de Estudo, Tempo de Serviço e

Tempo de Serviço na Câmara do Porto

N M DP Mínimo Máximo

Idade (anos) 136 43,52 8,74 24 62

Anos de Estudo 132 6,1 2,36 4 12

Tempo na profissão de Jardineiro (meses) 134 219,4 118,09 48 600

Tempo de trabalho na Câmara do Porto(meses) 135 214,4 115,63 36 600

N – N.º respostas; M – média; DP – Desvio-Padrão

A frequência de jardineiros que responderam e que não responderam ao questionário encontra-se

discriminada por zona no Quadro 31.

65

A zona B foi aquela em que menos jardineiros responderam aos questionários mas ainda assim a

percentagem de respostas foi de 64,3%. As zonas que, em termos absolutos, mais contribuíram foram a

zona D e o Viveiro Municipal, cada uma com 16,2 %, por serem aquelas com mais efectivos.

Quadro 31: Frequência de respostas e não respostas ao questionário (por zona de trabalho)

Respostas N % % zona Não Respostas N %

% zona

Zona A 13 9,6 87,7 Zona A 2 11,1 13,3

Zona B 9 6,6 64,3 Zona B 5 27,8 35,7

Zona C 11 8,1 78,6 Zona C 3 16,7 21,4

Zona D 22 16,2 95,6 Zona D 1 5,6 4,4

Zona E 6 4,4 85,7 Zona E 1 5,6 14,3

Zona F 14 10,3 100,0 Zona F 0 0 0,0

Zona G 10 7,4 90,9 Zona G 1 5,6 9,1

Parque S.Roque 4 2,9 100,0 Parque S.Roque 0 0 0,0 Equipa de manutenção de podas 8 5,9 100,0

Equipa de manutenção de podas 0 0 0,0

Palácio de Cristal 13 9,6 100,0 Palácio 0 0 0,0

Viveiro Municipal 22 16,2 81,4 Viveiro 5 27,8 18,5

Quinta do Covelo 4 2,9 100,0 Quinta do Covelo 0 0 0,0

Total 136 100,0

Total 18 100

5.2 Dados ocupacionais relacionados com as LME A análise dos dados foi feita para a população dos 136 jardineiros, independentemente da Zona onde

trabalham uma vez que os grupos são homogéneos relativamente às variáveis demográficas e

socioeconómicas e todos eles realizam tarefas semelhantes.

5.2.1 Frequência LMERT nos últimos 12 meses A análise das frequências relativas aos problemas músculo-esqueléticos permitiu verificar uma grande prevalência de

indivíduos que referem ter problemas na região lombar (71,3%), no pescoço (58,8%), nos punhos/mãos/dedos

(55,9%), problemas nos ombros (54,4%) e nos braços (54,4%).

Por outro lado, é possível verificar que grande parte dos indivíduos não refere problemas músculo-esqueléticos ao

nível dos cotovelos (71,3%), dos antebraços (64,7%), da região dorsal (28,7%) e ao nível dos membros inferiores

(51,5%).

Constata-se assim que a sintomatologia reportada associada às LME mais habituais, são ao nível da

região lombar e do pescoço, conforme é possível observar no Quadro 32. Este resultado corrobora os

estudos de Rammazini (2000). Segundo este autor, as desordens da coluna lombar são um dos

problemas músculo-esqueléticos mais comuns em diversos locais de trabalho.

Quadro 32: Frequência em função das partes do corpo e frequência com que sente problemas

músculo-esqueléticos (questão I do QNM):

66

67

Sintomatologia reportada associada às LME N %

Frequência com que sente problemas

músculo-esqueléticos N %

Nunca 56 41,2 Sim 80 58,8

Raramente 37 27,2

Com frequência 33 24,3 Problemas no pescoço

Não 56 41,2 Sempre 10 7,4

Nunca 62 45,6 Sim 74 54,4

Raramente 31 22,8

Com frequência 39 28,7

Problemas nos ombros

Não 62 45,6

Sempre 4 2,9

Nunca 62 45,6 Sim 74 54,4

Raramente 31 22,8

Com frequência 33 24,3 Problemas nos braços

Não 62 45,6 Sempre 10 7,4

Nunca 97 71,3 Sim 39 28,7

Raramente 13 9,6

Com frequência 19 14,0

Problemas nos cotovelos

Não 97 71,3

Sempre 7 5,1

Nunca 88 64,7 Sim 48 35,3

Raramente 27 19,9

Com frequência 17 12,5

Problemas nos antebraços

Não 88 64,7 Sempre 4 2,9

Nunca 60 44,1 Sim 76 55,9

Raramente 30 22,1

Com frequência 37 27,2

Problemas nos dedos/punhos/mãos

Não 60 44,1

Sempre 9 6,6

Nunca 73 53,7 Sim 63 46,3

Raramente 22 16,2

Com frequência 33 24,3 Problemas na região dorsal

Não 73 28,7

Sempre 8 5,9

Nunca 39 28,7 Sim 97 71,3

Raramente 36 26,5

Com frequência 46 33,8 Problemas na região lombar

Não 39 28,7

Sempre 15 11,0

Nunca 70 51,5 Sim 66 48,5

Raramente 31 22,8

Com frequência 24 17,6 Problemas nos membros inferiores

Não 70 51,5

Sempre 11 8,1

Relativamente à resposta à questão I do QNM que estabelece uma quantificação (0 = Nunca até 3 =

Sempre), para as regiões do corpo mais afectadas por LMERT, os resultados revelam que os jardineiros

sentem, com frequência, problemas na região lombar (33,8%). Da análise das frequências com que os

indivíduos referem apresentar sintomatologia músculo-esquelética, é possível verificar no Quadro 32 que,

o mais comum, são os problemas na região lombar (71,3%), seguidos dos problemas no pescoço

(58,8%). Em contrapartida os sintomas músculo-esqueléticos menos referidos são os que atingem os

cotovelos (71,3%), seguidos dos antebraços (64,7%).

5.2.2 Associação das LME com o trabalho (LMERT) Questionando-se os indivíduos da população em estudo no que respeita à existência de algum problema músculo-

esquelético que considerem estar associado com o trabalho que realizam, foi possível verificar que, na generalidade, existe

um valor elevado de indivíduos que relacionam a sintomatologia músculo-esquelética com o seu trabalho (89,7%). Dos

indivíduos que referem ter LMERT, o mais comumente referido são os problemas na zona lombar (64%) (Quadro 33).

Quadro 33: Associação das LME com o trabalho

Sintomatologia músculo-esquelética reportada N %

Sim 122 89,7 Problema relacionado com o Trabalho (Total respostas)

Não 14 10,3

Sim 76 55,9 Problemas no pescoço relacionados com o trabalho

Não 60 44,1

Sim 80 58,8 Problemas nos ombros relacionados com o trabalho

Não 56 41,2

Sim 77 56,6 Problemas nos braços relacionados com o trabalho

Não 59 43,4

Sim 102 75,0 Problemas nos cotovelos relacionados com o trabalho

Não 34 25,0

Sim 105 77,2 Problemas nos antebraços relacionados com o trabalho

Não 31 22,8

Sim 78 57,4 Problemas nos dedos/punhos/mãos relacionados com o trabalho

Não 58 42,6

Sim 83 61,0 Problemas na região dorsal relacionados com o trabalho

Não 53 39,0

Sim 87 64,0 Problemas na região lombar relacionados com o trabalho

Não 49 36,0

Sim 84 61,8 Problemas nos membros inferiores relacionados com o trabalho

Não 52 38,2

68

5.3 Análise por Zonas de trabalho Analisou-se a prevalência de sintomatologia músculo-esquelética, procurando diferenças estatisticamente

significativas em função da Zona de Trabalho dos jardineiros, com o recurso ao teste de Q-Cochran3.

As conclusões foram as seguintes:

Apenas as Zonas A, B, F, G, Viveiro e Equipa de manutenção de podas, apresentam diferenças

estatisticamente significativas relativamente à frequência de sintomatologia músculo-esquelética referida.

Estas são também as zonas onde se verifica uma maior frequência de posturas de trabalho envolvendo

mãos e braços (caso do Viveiro e Equipa de manutenção de podas) e tronco e membros inferiores –

trabalhos na posição de pé ou de pé e agachado (na maioria das Zonas) (Quadros 34 e 35).

Estes resultados podem ser melhor explorados no Anexo II - Quadros 1 a 3.

Quadro 34: Síntese da análise da prevalência de sintomatologia músculo-esquelética por Zonas de Trabalho

Zonas de Trabalho

Diferenças estatisticamente significativas Sintomatologia mais relatada

Zona A SIM Q=26,071; p=0,001

região lombar N=11; 84,6%

Zona B SIM Q=29,015; p=0,000 região lombar N=9; 100%

Zona C NAO Q=13,333; p=0,101 pescoço N=6; 85,7%

Zona D NAO Q=15,079; p=0,058 região lombar N=13; 59,1%

Zona E NAO Q=2,424; p=0,965

braços, mãos, punhos e dedos, região lombar e

membros inferiores N=5; 83,3%

Zona F SIM Q=25,551; p=0,001 região lombar N=11; 78,6%

Zona G SIM Q=15,568; p=0,049

braços, região lombar e membros inferiores N=7; 70%

Parque S. Roque NAO Q=8,848; p=0,355

pescoço, dedos, punhos, mãos e região lombar N=5; 62,5%

Equipa de Manutenção de Podas SIM Q=21,294;

p=0,006 braços N=7; 87,5%

Palácio NAO Q=13,754; p=0,088 ombros N=9; 69,2%

Viveiro SIM Q=21,363; p=0,006 região lombar N=18; 81,8%

Quinta do Covelo NAO Q=6,069; p=0,640

braços, nos cotovelos e nos dedos, mãos e punhos N=3; 75%

3 Teste que permite comparar proporções de duas ou mais populações de onde foram extraídas duas ou mais amostras emparelhadas. (Maroco, 2007). Este teste permite assim saber se um conjunto de variáveis de uma mesma amostra diferem significativamente (Pestana e Gageiro, 2005).

69

5.4 Relação das posturas de trabalho com as LME Quanto à posição em que os indivíduos trabalham habitualmente, a que se verifica com maior frequência é

a posição de trabalho em pé (77,2%), seguida da posição em pé e agachado (75%). As posições menos

frequentes são a de trabalho sentado inclinando o corpo (17,6%), a posição de trabalho sentado erguendo

pesos (14%) e a posição de trabalho sentado (13,2%):

Quadro 35: Frequências relativas à posição de trabalho

Posição de Trabalho N %

Sim 18 13,2 Posição de Trabalho Sentado

Não 118 86,8

Sim 105 77,2 Posição de Trabalho em pé

Não 31 22,8

Sim 19 14,0 Posição de Trabalho sentado a erguer peso

Não 117 86,0

Sim 24 17,6 Posição de Trabalho sentado inclinando o corpo

Não 112 82,4

Sim 97 71,3 Posição de pé inclinando o corpo

Não 39 28,7

Sim 102 75,0 Posição de pé e agachado

Não 34 25,0

Sim 26 19,1 Outra (ex.: ajoelhado; deitado sobre uma tábua)

Não 110 80,9

Analisando a associação da postura de trabalho em função da sintomatologia músculo-esquelética,

verifica-se que existem diferenças estatisticamente significativas para todas as posições de trabalho.

Assim, na posição sentado (Q=18,17; p<0,05) verifica-se que o problema mais referido pelos participantes

diz respeito à região lombar (77,8%). Na posição de pé (Q=75,72; p<0,05), o problema mais evocado é

também a região lombar (72,4%).

Por sua vez, na posição sentado erguendo pesos (Q=15,73; p<0,05) o problema músculo-esquelético mais

referido é na zona do pescoço (78,9%); o mesmo se verifica nos trabalhadores que trabalham maioritariamente

sentados inclinando o corpo (Q=16,38; p<0,05), em que a maior prevalência são os problemas na zona do

pescoço (79,2%). No que se refere à posição de pé inclinando o corpo (Q=68,27; p<0,05), os problemas na

70

região lombar são os mais evocados (70,6%); de igual modo, os jardineiros que trabalham de pé e agachados

(Q=78,45; p<0,05) referem mais problemas igualmente ao nível da região lombar (70,6%).

Estes resultados encontram-se no Anexo II - Quadro 2.

5.5 Análise da percepção à exposição ao risco e sua relação com as LME Relativamente à exposição ao risco no local de trabalho, os mais referidos são o risco de esforço físico excessivo

(68,4%), assim como o risco de exposição ao ruído (55,9%) e de movimentos repetitivos (52,2%).

Quadro 36: Percepção do risco do local de trabalho

Riscos do Trabalho N %

Sim 71 52,2 Risco de Movimento Repetitivo no Trabalho

Não 65 47,8

Sim 93 68,4 Risco de Esforço Físico Excessivo

Não 43 31,6

Sim 62 45,6 Risco de Postura Inadequada

Não 74 54,4

Sim 76 55,9 Risco de exposição ao Ruído

Não 60 44,1

Sim 48 35,3 Risco de exposição a Vibrações

Não 88 64,7

Sim 22 16,2 Risco de exposição a Radiações

Não 114 83,8

Sim 55 40,4 Risco de exposição a Riscos Químicos

Não 81 59,6

Sim 8 5,9 Outros (ex.: stress profissional)

Não 128 94,1

Relativamente à associação entre a exposição a riscos e a sintomatologia músculo-esquelética, verifica-

se que existem diferenças estatisticamente significativas na exposição aos diferentes riscos em função

dos problemas existentes, com excepção da exposição às radiações (Q=14,86; p>0,05). Nos jardineiros

que executam movimentos repetitivos (Q=59,83; p<0,05), o problema músculo-esquelético mais evocado

refere-se à região lombar (74,6%), sendo também este o maior problema para os que realizam esforços

físicos excessivos (73,1%) (Q=68,98; p<0,05). A dor na região lombar é o problema mais referido como

associado a todos os outros riscos percepcionados, conforme se pode verificar pelos resultados do

Anexo II - Quadro 3.

71

5.6 Relação LMERT e o género Com o objectivo de verificar se existem diferenças estatisticamente significativas relativamente à

frequência com que os indivíduos referem sintomatologia músculo-esquelética em função do género,

recorreu-se ao teste Qui-Quadrado4 e observou-se que apenas existe uma associação significativa em

relação aos problemas nos ombros (Ξ2 =13,513; p<0,05).

Dos indivíduos que referem nunca sentir problemas nos ombros, a maioria são homens (70,5%).

Relativamente à totalidade de respostas é também possível afirmar que o grupo que se destaca mais é o

dos homens que refere nunca apresentar problemas nos ombros (32,3%) (Quadro 37). A construção

deste quadro é feita da seguinte forma: os 29,5% da % (problemas nos ombros) são obtidos pela divisão

de 18 (n.º de colaboradores do género feminino que refere “Nunca” ter problemas nos ombros) por 61

(n.º total de colaboradores que refere “Nunca” ter problemas nos ombros); a % género, por exemplo, de

38,3% para o género feminino é obtido pela divisão de 18 por 47 (n.º total de colaboradores do género

feminino); os 13,5% resultam da divisão de 18 por 133 (n.º total de colaboradores).

Os restantes resultados encontram-se no Anexo II - Quadro 4.

Quadro 37: Associação entre frequência com que sentem problemas nos ombros e o género

Género Problemas nos Ombros Feminino Masculino Total

Ξ2 p

N 18 43 61 % (problemas nos ombros) 29,5% 70,5% 100,0%

% género 38,3% 50,0% 45,9%

Nunca

% total respostas 13,5% 32,3% 45,9% N 11 18 29 % (problemas nos ombros) 37,9% 62,1% 100,0%

% género 23,4% 20,9% 21,8%

Raramente

% total respostas 8,3% 13,5% 21,8% N 17 22 39 % (problemas nos ombros) 43,6% 56,4% 100,0%

% género 36,2% 25,6% 29,3%

Com Frequência

% total respostas 12,8% 16,5% 29,3% N 1 3 4 % (problemas nos ombros) 25,0% 75,0% 100,0%

% género 2,1% 3,5% 3,0%

Sempre

% total respostas ,8% 2,3% 3,0% N 47 86 133 Total

% (problemas nos ombros) 35,3% 64,7% 100,0% % género 100,0% 100,0% 100,0%

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

13,513 0,004

4 Teste estatístico que estuda a relação entre duas variáveis nominais por si sós ou divididas em categorias. (Pestana & Gagueiro, 2005). Permite assim estudar se duas ou mais amostras (grupos) independentes diferem relativamente a uma dada característica, se a frequência com que os elementos da amostra se repartem pelas classes de uma variável nominal categorizada é ou não idêntica. (Maroco, 2003).

72

Segundo a AESST (2000), citando Krqvist, (2001), algumas lesões músculo-esqueléticas ligadas ao

trabalho parecem afectar mais as mulheres trabalhadoras do que os homens. Contudo, os autores

fazem algumas ressalvas – o aparecimento de LMERT no género feminino parecem ser devidas ao tipo

de trabalho e condições em que é executado, e não tanto ao facto de serem mulheres. Malchaire et al.,

(2001); Serranheira et al., (2004), a este respeito, defendem a realização de uma investigação

aprofundada para elucidar a variação de risco de LMERT entre homens e mulheres no desempenho de

trabalhos que ofereçam os mesmos riscos, ou seja, considerando as mesmas condições de trabalho. 5.7 Relação LMERT e idade Comparando as frequências da sintomatologia músculo-esquelética de acordo com o intervalo de idades dos

indivíduos apenas se verificou uma associação estatisticamente significativa com os problemas nos cotovelos

( 2 =11,220; p<0,05). Os problemas nos cotovelos são mais comuns na faixa etária dos que têm 51 ou mais

anos (35,9%), mas também na classe dos 39-45 (33,3%), tal como se pode verificar no Quadro 38 e, com mais

detalhe no Anexo II - Quadro 5. A construção do Quadro 38 é semelhante à explicitada na página 72 - 5.6.

Quadro 38: Associação entre frequência com que sentem problemas nos cotovelos e a idade

Idade por classes Total Ξ2 p Problemas Músculo Esqueléticos nos cotovelos <= 38 39 - 45 46 - 50 >=51

Não N 32 22 27 16 97 % (problemas nos cotovelos) 33,0% 22,7% 27,8% 16,5% 100,0% % (idade por classes) 86,5% 62,9% 79,4% 53,3% 71,3% % total respostas 23,5% 16,2% 19,9% 11,8% 71,3% Sim N 5 13 7 14 39 % (problemas nos cotovelos) 12,8% 33,3% 17,9% 35,9% 100,0% % (idade por classes) 13,5% 37,1% 20,6% 46,7% 28,7% % total respostas 3,7% 9,6% 5,1% 10,3% 28,7% Total N 37 35 34 30 136 % (problemas nos cotovelos) 27,2% 25,7% 25,0% 22,1% 100,0% % (idade por classes) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% % total respostas 27,2% 25,7% 25,0% 22,1% 100,0%

11,220 0,011

De referir a importância do factor idade na génese de algumas patologias osteomusculares

degenerativas. Apesar disso, da análise quase diária que é feita aos acidentes deste grupo profissional,

pode afirmar-se que, genericamente, os trabalhadores mais jovens apresentam uma taxa de acidentes

mais elevada do que os mais velhos, devido a uma série de razões, seja a sua imaturidade, tanto física

como psicológica, seja a falta de formação e informação e, como tal, têm menos probabilidade de

reconhecerem o risco. Com o avançar da idade o comportamento de risco diminui.

73

Zwart et al. (1997), observaram que trabalhadores de meia idade e jovens apresentavam sintomas músculo-

esqueléticos em virtude do elevado ritmo de trabalho, uma vez que, grande parte das vezes, assumiam um

número maior de responsabilidades e tarefas.

A realidade na Câmara Municipal do Porto é que, geralmente, são os trabalhadores mais velhos e com mais

tempo de serviço que assumem os trabalhos de chefia e da área administrativa, estando expostos a menor

risco.

5.8 Relação LMERT e tempo de serviço Relacionando cada um dos problemas músculo-esqueléticos com o tempo de serviço como jardineiros

(Câmara e outros) não se obteve nenhuma correlação estatisticamente significativa, não se podendo

como tal afirmar que os problemas aumentem ou diminuam consoante o tempo de serviço na área.

O mesmo tipo de conclusão foi possível retirar da relação com o tempo de serviço como jardineiros na

Câmara Municipal do Porto (Quadro 39).

Os resultados relativos a estas correlações encontram-se descritos no Anexo II - Quadro 6.

Quadro 39: Síntese da Frequência de Sintomatologia Músculo-esquelética Versus Tempo de Serviço (teste Qui-Quadrado)

Classes tempo de serviço (anos) Sintomatologia Músculo-esquelética

<= 10 11 - 17 18 - 25 >=26 Total

Ξ2

p

Problemas no pescoço 25 19 15 20 79 1,437 0,697

Problemas nos ombros 21 20 12 21 74 2,730 0,467

Problemas nos braços 21 17 14 22 74 4,841 0,184

Problemas nos cotovelos 8 9 7 14 38 4,746 0,191

Problemas nos antebraços 11 12 9 15 47 2,954 0,399

Problemas nos punhos/mãos 22 16 17 20 75 1,916 0,590

Problemas na região dorsal 16 14 17 15 62 0,285 0,963

Problemas na região lombar 27 19 28 22 96 5,214 0,157

Problemas nos quadris/membros inferiores 16 12 19 18 65 2,884 0,410

Finsen et al, (1998) numa pesquisa com dentistas, observaram que profissionais com mais tempo de serviço na

profissão, apresentavam menos dor em determinadas regiões corporais do que os profissionais mais jovens, o

que pode ser explicado por um nível maior de stress nos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho.

5.9 Relação LMERT e outras actividades 5.9.1 Actividade extra remunerada A maioria dos inquiridos refere não exercer outras actividades remuneradas (84,0%). Dos poucos que

referem ter uma actividade remunerada (N=21) a sua grande maioria é do género masculino (N=17)

(Quadro 40).

74

Quadro 40: Frequência de respostas dos indivíduos, por género, de acordo com actividade extra

Desenvolvimento de actividade extra remunerada

Não Sim

Feminino N 45 4

% 39,8 19,0

Masculino N 65 17

% 60,2 81,0

Total N 110 21

% 100,0 100,0

Figura 47: Frequência de respostas dos indivíduos de acordo com actividade extra

21,016,0%

110,0 84,0%

SimNão

Desenvolvimento de actividade

extra renumerada

Não se obteve nenhuma correlação estatisticamente significativa, relacionando a sintomatologia músculo-

esquelética referida com a existência de actividade extra remunerada.

5.9.2 Actividade doméstica No que se refere à realização de actividades domésticas, a grande maioria desempenha este tipo de actividades

(72,06%) sendo de destacar o número superior de homens a desempenhá-las (N=54), tal como se pode

observar no Quadro 41 e Figura 48.

Quadro 41: Frequência de respostas dos indivíduos,por género, de acordo com actividade doméstica

Actividades Domésticas

Não Sim Feminino

N 4 44

%

8,1 45,8

Masculino N

34 54

%

91,9 54,2

Total N

38 98

% 100,0 100,0

Figura 48: Frequência de respostas dos indivíduos de

acordo com actividade doméstica

98 72,06%

38 27,94%

SimNão

Actividades Domésticas

Não se obteve nenhuma correlação estatisticamente significativa, relacionando a sintomatologia músculo-

esquelética com a existência de actividade doméstica.

75

5.10 Relação LMERT e prática de actividade física A maioria dos jardineiros diz não praticar actividade física, para além da relacionada com a sua

actividade de trabalho (37,78%) (Quadro 42 e Figura 48).

Quadro 42: Frequência de respostas dos indivíduos,

por género, de acordo com a prática de actividade física

Prática de actividade física

Não Sim Feminino

N 34 14

%

41,5% 26,0%

Masculino N

48 37

%

58,5% 74,0%

Total N

84 51

% 100,0% 100,0%

Figura 48: Frequência de respostas dos indivíduos de

acordo com a prática de actividade física

51 37,78%

84 62,22%

Actividade

SimNão

Prática de

Física ou Desporto

De forma a verificar se existe associação entre a frequência com que os indivíduos referem

sintomatologia músculo-esquelética e a prática de actividade física, recorreu-se ao teste Qui-Quadrado e

constatou-se que este tipo de associação existe apenas em relação aos problemas na zona do pescoço

(Ξ2=9,981; p<0,05). Sendo assim, no grupo que pratica actividade física, o mais comum é estes

raramente apresentarem problemas no pescoço (41,2%), sendo que o número de indivíduos que referem

nunca ter problemas e não praticam actividade física (69,1%) é significativamente superior aos indivíduos

que não apresentam problemas e fazem algum tipo de actividade física (30,9%).

È também importante referir que existe um número razoável de indivíduos pertencentes ao grupo dos

não praticantes de actividade física que dizem ter problemas no pescoço com frequência (29,8%). A

frequência de indivíduos que refere ter sempre dores no pescoço e praticam actividade física é igual

aqueles que referem ter sempre dores no pescoço e não praticam qualquer desporto (50,0%).

Estes resultados podem ser melhor explorados no Anexo II - Quadro 7.

A construção do Quadro 43 é semelhante à explicitada na página 72 - 5.6, ou seja, os 69,1% da %

(problemas no pescoço) são obtidos pela divisão de 38 (n.º de colaboradores do género feminino que

refere “Nunca” ter problemas no pescoço) por 55 (n.º total de colaboradores que refere “Nunca” ter

problemas no pescoço); a % género, por exemplo, de 45,2% para o género feminino é obtido pela

divisão de 38 por 84 (n.º total de colaboradores do género feminino); os 28,1% resultam da divisão de 38

por 135 (n.º total de colaboradores).

76

Quadro 43: Comparação de frequências relativas a frequência de sintomatologia no pescoço em função da prática de actividade física

Prática de Actividade Física ou Desporto

Problemas no Pescoço

Não SimTotal

Ξ2

p

N 38 17 55 % (problemas no pescoço) 69,1% 30,9% 100,0% % (prática de actividade física ou desporto) 45,2% 33,3% 40,7%

Nunca

% total respostas 28,1% 12,6% 40,7% N 16 21 37 % (problemas no pescoço) 43,2% 56,8% 100,0%

% (prática de actividade física ou desporto) 19,0% 41,2% 27,4%

Raramente

% total respostas 11,9% 15,6% 27,4% N 25 8 33 % (problemas no pescoço) 75,8% 24,2% 100,0%

% (prática de actividade física ou desporto) 29,8% 15,7% 24,4%

Com frequência

% total respostas 18,5% 5,9% 24,4% N 5 5 10 % (problemas no pescoço) 50,0% 50,0% 100,0%

% (prática de actividade física ou desporto) 6,0% 9,8% 7,4%

Sempre

% total respostas 3,7% 3,7% 7,4% N 84 51 135 % (problemas no pescoço) 62,2% 37,8% 100,0% % (prática de actividade física ou desporto) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

9,981

0,019

Quanto ao tipo de exercício físico mais praticado salienta-se as caminhadas como o mais frequente

(46,2%) conforme se pode observar na Figura 49.

Frequências relativas ao tipo de actividade/desporto

24

10

7

2

2

2

5

46,2%

19,2%

13,5%

3,8%

3,8%

3,8%

9,6%

0 5 10 15 20 25 30

Caminhada

Biciclet a

Fut ebol

Ginást ica

Corr ida

Musculação

Out ros (ex: nat ação)

Tipo

de

activ

idad

e fís

ica

Frequência

Figura 49: Frequências relativas ao tipo de actividade física/desporto

Relativamente à duração da prática de actividade física esta é de aproximadamente 2 dias (M=2,11; DP=1,71)

sendo o numero médio de horas praticadas, por semana, de mais ou menos 3 horas (M=2,81; DP=2,54).

77

Quadro 44: Duração da actividade física/desporto

N M DP Mínimo Máximo Duração da prática de actividade física (Horas) 48 2,81 2,54 0 15

Duração da actividade física (Dias) 45 2,11 1,71 1 10

N – N.º respostas; M – média; DP – Desvio-Padrão 5.10 Relação LMERT e consumo de tabaco Da análise feita ao consumo de tabaco, foi possível verificar que a grande maioria não fuma (N=93); 20

referem ser ex-fumadores e 19 indivíduos ainda fumam. Dentro do grupo dos fumadores é de referir que

todos são do género masculino, conforme se pode verificar no Quadro 45:

Quadro 45: Consumo de tabaco por género

Fumou ou ainda fuma Não Ex-Fumador Fumador

Feminino N 45 2 0

% 48,4% 10,0% 0,0%

Masculino N 48 18 19

Género

% 51,6% 90,0% 100,0%

Total N 93 20 19

% 100,0% 100,0% 100,0%

Em média os indivíduos deixaram de fumar há cerca de 60 meses (M=60,43; DP=85,01). Quanto ao

tempo que fumaram ou ainda fumam, este centra-se, aproximadamente, nos 20 anos (M=20,06;

DP=11,79), sendo o consumo diário de aproximadamente 11 cigarros (M=10,90; DP=8,87), conforme se

pode observar no Quadro 46. Quadro 46: Consumo de tabaco – n.º cigarros e tempo

N M DP Mínimo Máximo Há quanto tempo parou de fumar (meses) 21 60,43 85,014 0 360

Numero de cigarros diários 20 10,90 8,867 0 30

Tempo que fuma/fumou (anos) 18 20,06 11,790 2 42

N – N.º respostas; M – média; DP – Desvio-Padrão Quanto à possível associação entre a frequência da sintomatologia músculo-esquelética e o consumo de

tabaco, constatou-se que não existe associação com nenhum dos problemas apresentados, conforme se

pode verificar no Anexo II - Quadro 8.

78

CAPÍTULO 6

AVALIAÇÃO DE RISCOS DE LESÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS Tarefas dos jardineiros do Viveiro Municipal

79

6.1 Apresentação e análise dos resultados – Método REBA A maioria das tarefas obrigam a acção, apresentando uma pontuação REBA entre 4 e 7, a que

corresponde um nível de risco médio. A reprodução por repicagem e estacaria são as tarefas que

apresentam um nível de risco mais baixo essencialmente devido ao facto de exigirem uma baixa flexão

dos membros superiores e inferiores.

Quadro 47: Apresentação dos resultados – Método REBA

TAREFA PONTUAÇÃO REBA

NIVEL DE RISCO ACÇÃO

Trabalhador que pega e segura no tabuleiro 4 Médio Necessária Carregamento

de plantas Trabalhador que coloca plantas no tabuleiro 7 Médio Necessária Trabalhador a transportar a árvore 4 Médio Necessária Carregamento

de Árvores Trabalhador a carregar a árvore para a carrinha 7 Médio Necessária

Envasamento Manual

Trabalhador agachado 7 Médio Necessária

Envasamento Semi – Automático

Trabalhador coloca a planta no vaso do tapete rolante 6 Médio Necessária

Reprodução por Estacaria 3 Baixo Pode ser necessária

Reprodução por Repicagem 3 Baixo Pode ser necessária

Plantação Trabalhador a utilizar a freze 4 Médio Necessária

Tratamentos Fitossanitários com Motocultivador 5 Médio Necessária

Tratamento Fitossanitáriocom Doseador

Braço que segura a mangueira

4 Médio Necessária

Rega 4 Médio Necessária Descarregar carrinha 7 Médio Necessária Arrumação /

Organização das Plantas Colocar vasos no solo 5 Médio Necessária

Apanhar madeira do chão 7 Médio Necessária Trituração de Madeira

Carregar triturador 5 Médio Necessária

80

6.2 Apresentação e análise dos resultados – Método OWAS No que diz respeito à classificação de cada uma das actividades dos jardineiros, de acordo as

categorias de acção propostas no Quadro 28 apresentado anteriormente, 8,3% estão enquadradas na

categoria 4, arrumação/organização de plantas, necessitando de correcções imediatas. 33,3% das

actividades dos jardineiros estão incluídas na categoria 3, carregamento de plantas, envasamento

manual e semi-automático, reprodução por repicagem e trituração da madeira, onde correcções são

necessárias logo que possível. Em relação à categoria 2, estão compreendidas 33,3% das actividades –

reprodução por estacaria, plantação e tratamentos fitossanitários com doseador, não havendo

necessidade de correcção postural, num futuro próximo. Finalmente, para a categoria 1, os outros 25%

das actividades restantes - carregamento de árvores, tratamentos fitossanitários com motocultivador e a

rega - pertencem a esta categoria, não sendo necessária nenhuma medida correctiva imediata.

Quadro 48: Apresentação dos resultados – Método OWAS

TAREFA

SÍNTESE DA PONTUAÇÃO CATEGORIAS DE ACÇÃO

Carregamento de plantas 3 São necessárias correcções logo que possível

Carregamento de Árvores 1 Não são necessárias medidas correctivas

Envasamento Manual 3 São necessárias correcções logo que possível

Envasamento Semi-automático 3 São necessárias correcções logo que possível

Reprodução por Estacaria 2 São necessárias medidas correctivas num futuro próximo

Reprodução por Repicagem 3 São necessárias correcções logo que possível

Plantação 2 São necessárias medidas correctivas num futuro próximo

Tratamentos Fitossanitários com Motocultivador

1 Não são necessárias medidas correctivas

Tratamentos Fitossanitários com Doseador

2 São necessárias medidas correctivas num futuro próximo

Rega 1 Não são necessárias medidas correctivas Arrumação / Organização das Plantas

4 São necessárias correcções imediatas

Trituração de Madeira 3 São necessárias correcções logo que possível

Quadro 49: Frequência verificada por categoria

Categorias Frequência % 1 3 25,0% 2 4 33,3% 3 4 33,3% 4 1 8,3%

12

81

Quadro 50: Resultado da análise postural durante a realização das actividades de jardinagem

consideradas (método OWAS):

FREQ % COSTAS Erecta 6 33,3% Inclinada para a frente ou para trás 8 44,4% Torcida ou inclinada para os lados 1 5,6% Inclinada e torcida ou inclinada para a frente e para os lados 3 16,7% BRAÇOS Ambos os braços abaixo dos ombros 17 94,4% Um braço no nível ou acima dos ombros 0 0,0% Ambos os braços no nível ou acima dos ombros 1 5,6% PERNAS Sentado 0 0,0% De pé com ambas as pernas esticadas 5 27,8% De pé com uma das pernas esticadas 0 0,0% Dois joelhos dobrados 6 33,3% Um joelho dobrado 0 0,0% Ajoelhado em um ou ambos os joelhos 0 0,0% Andando ou movendo-se 7 38,9% FORÇA Peso ou força necessária < 10 kg 18 100,0% Peso ou força necessária > 10 kg e < 20 Kg 0 0,0%

Peso ou força necessária > 20 Kg 0 0,0%

Relativamente às costas, a grande maioria das actividades são realizadas com as costas inclinadas

para a frente ou para trás. Poucas actividades obrigam à necessidade de torcer ou inclinar o tronco para

os lados. Em mais de 90% das actividades, os jardineiros têm os braços abaixo dos ombros. Em

relação às pernas, a maioria das vezes estão esticadas ou os dois joelhos estão dobrados ou então o

trabalhador está em andamento.

Desta forma, este método possibilita, por um lado, a identificação das actividades mais prejudiciais e a

indicação das regiões anatómicas mais atingidas e, por outro, a categorização de recomendações

ergonómicas que eliminem ou minimizem tais actividades penosas.

Comparando os dois métodos relativamente à pontuação final, conclui-se que as maiores diferenças se

observam nas tarefas de carregamento de árvores, nos tratamentos fitossanitários com motocultivador e

82

na arrumação/organização de plantas, onde o método REBA se revela mais exigente, essencialmente

pelo facto de valorizar os movimentos do pescoço e do punho e também a abdução e rotação dos

braços.

No exemplo em apreço – carregamento de plantas para o tabuleiro - a actividade mais penosa é aquela

que envolve as pernas, em que a trabalhadora está de pé, ligeiramente agachada com ambos os

joelhos dobrados.

Como referido ao longo deste trabalho, existem diversos métodos disponíveis para análise e avaliação

de risco das LME, contudo é imperioso que se proceda a troca de informação e de uniformização dos

critérios de avaliação para que seja possível desenvolver uma abordagem uniformizada.

Estes instrumentos de análises de risco são um excelente auxiliar para a programação de sugestões

práticas e concretas de como evitar os problemas, identificados a priori pelas análises ergonómicas.

Assim, como ponto comum destes dois métodos, refira-se o relevo para os factores de risco

profissionais (tais como a repetitividade e as posturas estáticas) e os factores de risco de natureza

organizacional/psicossocial relacionados com a organização do trabalho, como os que mais contribuem

para as LMERT deste grupo profissional.

Como limitação de ambos os métodos, refira-se a não consideração de aspectos como a exposição a

vibrações, dispêndio energético e as exigências mentais da tarefa.

83

PARTE IV

CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

84

CAPÍTULO 7

CONCLUSÃO

7.1 Conclusão A partir da análise dos dados do questionário, da avaliação das actividades dos jardineiros e da

pesquisa bibliográfica podemos concluir que existem certas tarefas que trazem a curto ou longo prazo

riscos para os trabalhadores. Através destes instrumentos foi também possível evidenciar o aspecto

multifactorial das lesões músculo-esqueléticas de origem ocupacional. No presente estudo, realizado

em profissionais da mesma categoria e exercendo a mesma tarefa em postos de trabalho também

semelhantes, as lesões músculo-esqueléticas de origem ocupacional afectam praticamente na mesma

proporção homens e mulheres. Contudo, verificaram-se diferenças significativas quanto à distribuição

das lesões pelas partes do corpo em função da idade, da postura de trabalho e do tipo de risco a que o

trabalhador está exposto, indicando a complexidade da combinação dos factores entre si. Tais

resultados podem ser esperados, uma vez que as LME têm origem multicausal e na situação real de

trabalho vários factores podem simultaneamente influenciar a sua ocorrência.

A jardinagem é uma actividade que exige a realização de tarefas árduas e complexas com um elevado

número de acidentes, devido à grande variedade de tarefas executadas pelos trabalhadores que

apresentam pouca ou nenhuma formação para a sua realização. Além de demonstrarem falta de

conhecimento sobre a patologia e suas consequências, desconhecem que há factores presentes no

local de trabalho que podem levá-los a adoecer. Os trabalhadores subestimam, portanto, os riscos

existentes no ambiente de trabalho, facto esse que ocasiona uma necessidade de formação e

consciencialização quanto aos riscos existentes em cada situação de trabalho bem como sobre a forma

correcta de prevenção de acidentes. As partes do corpo referidas com maiores incidências de

desconforto são também as mais atingidas na maioria dos acidentes de trabalho e doenças

profissionais (segundo os relatórios anuais da actividade de SHST da CMP, 2002-2008) .

A mesma tarefa realizada por diferentes trabalhadores, nem sempre é realizada segundo um único

protocolo. Daí a importância da aplicação, de forma sistemática, de métodos de análise e avaliação do

risco.

Ambos os métodos utilizados – REBA e OWAS, permitiram identificar, registar e analisar as principais

posturas adoptadas pelos jardineiros ao longo da sua jornada de trabalho. Permitiram, ainda,

caracterizar a actividade do jardineiro como um trabalho que exige do trabalhador, na maioria das

operações, a adopção de posturas inadequadas, com nível de esforço elevado, uma vez que grande

parte das actividades é realizada com o tronco flectido e inclinado.

Apesar de se ter chegado a conclusões ligeiramente diferentes pela aplicação destes dois métodos,

nomeadamente nas tarefas de carregamento de árvores, nos tratamentos fitossanitários com

motocultivador e na arrumação/organização de plantas, ambos os métodos podem ser aplicados a

todas as tarefas dos jardineiros, possibilitando a identificação das actividades mais prejudiciais e

85

indicando as regiões anatómicas mais atingidas. O método REBA revela-se mais exigente,

essencialmente pelo facto de valorizar os movimentos do pescoço e do punho e também a abdução e

rotação dos braços.

Da aplicação dos métodos de avaliação de risco concluiu-se não existir um método universal, estando a

sua selecção dependente do conhecimento e das especificidade do posto de trabalho. Já existem no

mercado ferramentas tais como o WinOWAS que é um software que permitem classificar as diversas

tarefas efectuando rapidamente o cálculo dos níveis de risco.

Fazendo a ligação do QNM com a avaliação de risco, verificou-se que as partes do corpo com maior solicitação

são aquelas onde os jardineiros referem sentir mais dor ou desconforto. Assim, os resultados deste estudo

alertam para a necessidade de se intervir no método de trabalho orientando e treinando os trabalhadores sobre

a melhor forma de realizar as suas actividades através da minimização da exposição aos riscos ergonómicos a

que os mesmos se encontram submetidos.

As lesões músculo-esqueléticas devem-se, portanto, a posturas inadequadas e à má organização do

ambiente de trabalho, associada à falta de sensibilização dos trabalhadores para esta problemática. A

solução para este problema passará, portanto, por uma abordagem abrangente na qual se possam

também incluir os factores humanos, organizacionais e sociais que determinam o contexto real das

situações de trabalho. Tal abordagem tem particular expressão na ênfase colocada nas metodologias

de planeamento, de informação, de formação e de consulta e participação, suscitando uma perspectiva

na qual os trabalhadores não são destinatários passivos da acção preventiva, mas co-autores de

processos de melhoria contínua. Assim, a adopção de posturas correctas e a boa organização do

trabalho contribuem para a prevenção das Lesões Músculo-Esqueléticas Relacionadas com o Trabalho

(LMERT).

De referir a importância da contribuição dos trabalhadores para esta análise, uma vez que são estes

que detém o conhecimento mais concreto da situação em causa e é sobre eles que se evidenciam os

benefícios esperados.

Com este trabalho pensa-se ter contribuído para o reconhecimento dos factores de risco e a reflexão

em torno dos constrangimentos psicossociais do trabalho dos jardineiros, colaborando para uma

tomada de consciência dos problemas associados aos seus processos de trabalho. Por outro lado, uma

mais completa informação sobre os problemas associados aos gestos e posturas, particularmente no

trabalho de movimentação manual de cargas, pode servir de suporte e motivação para a estruturação e

a assunção partilhada de processos de melhoria das envolventes físicas de trabalho.

Os resultados do presente estudo confirmam a necessidade de novos desenvolvimentos quanto aos

aspectos psicossociais, ergonómicos e organizacionais do trabalho dos jardineiros.

86

CAPÍTULO 8

DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 8.1 Recomendações Como forma de minimizar os factores de risco identificados, foram propostas as seguintes acções

(algumas das quais já implementadas):

• Realização de análises ergonómicas do trabalho, de forma sistemática;

• Formação, informação e sensibilização sobre as posturas mais correctas a adoptar em cada

actividade;

• Concepção de acção de formação “gestos e posturas”, no local de trabalho;

• Promoção da rotatividade e a alternância de tarefas;

• Introdução de pausas no trabalho;

• Promoção da interajuda entre colegas de trabalho;

• Aquisição de uma viatura com grua para transportar árvores;

• Aquisição de tesouras de poda com protecção das mãos;

• Aquisição de tabuleiros em polímero.

Como recomendação para minimizar os factores de risco ergonómicos da tarefa de carregamento de

plantas (que actualmente se encontram distribuídas pelo solo), propôs-se a instalação de uma bancada

de trabalho do tipo da evidenciada na figura. Assim, as trabalhadoras poderão realizar a tarefa numa

posição mais confortável sem ter de flectir o tronco e as pernas:

87

Recomendou-se, ainda, a substituição dos tabuleiros de madeira, que pesam, em média, quando

vazios, 8,900 Kg por tabuleiros em polímero, com um peso aproximado de 2,500 Kg.

Recomenda-se, ainda, a substituição da rega manual, com utilização de mangueira, por rega automática,

instalada superiormente em todas as estufas.

Estão a ser desenvolvidas acções de sensibilização/formação de ginástica laboral, nos locais de

trabalho, com um apoio de uma empresa de fisioterapia, como mais uma forma de prevenir as LMERT.

Estas acções constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção de riscos

profissionais, contribuindo para a redução de taxas de absentismo e de sinistralidade, diminuindo

também as baixas por acidentes ou doenças profissionais, promovendo um melhor ambiente de

trabalho, aumentando os índices de motivação e de produtividade.

É nesta perspectiva que importa desenvolver um conjunto articulado e coerente de acções que

permitam gerar a energia necessária para impulsionar um processo sustentado de melhoria das

condições de trabalho na Administração Pública, desenvolvendo, para o efeito, metodologias de

sensibilização e de informação e que obedeça a duas vertentes fundamentais:

• Sensibilização das entidades responsáveis pelo cumprimento da legislação em vigor;

• Sensibilização e informação dos trabalhadores para o cumprimento das regras de segurança e

para adequarem as suas posturas de trabalho ao tipo de actividade em causa.

88

Além das alterações aos métodos de trabalho que passam pelas pausas frequentes (uma pausa de pelo

menos dez minutos no período da manhã e da tarde, dedicada a ginástica laboral - realização de

alongamentos) e rotatividade dos trabalhadores, será de pensar, a curto/médio prazo, na aquisição de

equipamentos ergonomicamente adaptados para o trabalho em questão, tais como aquisição de viatura

com grua e carro-cesta para podas e transporte de árvores e tesouras de poda com protecção das

mãos.

Reconhecendo o aspecto multifactorial das LMERT, é de fundamental importância a observação destas

recomendações para a redução da carga física e mental, bem como a auto-educação do trabalhador para a

mudança de comportamentos, adequando assim o trabalho do jardineiro aos princípios ergonómicos.

Esse conjunto de medidas contribuirá para diminuir e/ou eliminar os sintomas músculo-esqueléticos, e

consequentemente aumentará a qualidade de vida e a eficiência do trabalhador.

8.2 Limitações do estudo As LME, diferentemente de outras patologias ocupacionais não constituem uma entidade clínica

específica, mas abrangem inúmeros quadros sintomáticos, pelo que se corre o risco de incluir entre os

casos estudados um percentual de doenças e sintomas com géneses distintas.

Por outro lado, os sintomas músculo-esqueléticos não são exclusivamente ocupacionais, podendo ter a

sua génese associada também a outros factores como trabalho doméstico, desporto, postura fora do

trabalho, traumas prévios, repouso, factores psicossociais e outros. Como já referido, a falta de abordagem da questão temporal dificulta muito a avaliação da real

implicação dos factores identificados na sintomatologia das LME pelo que é fundamental que os

estudos epidemiológicos levem em conta o início e duração tanto da doença quanto da exposição, bem

como mudanças ocorridas no decorrer do processo.

De referir ainda a inexistência ou inacessibilidade a estudos com enfoque na actividade dos jardineiros,

o que impediu a comparação de resultados.

8.3 Sugestões para trabalhos futuros O objectivo deste estudo foi identificar e avaliar a prevalência da sintomatologia músculo-esquelética

referida pelos jardineiros da Câmara Municipal do Porto, não se pretendendo avaliar factores causais da

ocorrência de sintomas músculo-esqueléticos. Porém, a avaliação dos factores de risco relacionados

com as lesões músculo-esqueléticas é um desafio, em virtude, particularmente dos inúmeros aspectos

envolvidos na problemática do trabalho de que se destacam os psicossociais que não foram

investigados nesta pesquisa. Atendendo às limitações deste estudo, referidas em 7.2.2, apresenta-se ainda como sugestão a

realização dos seguintes estudos:

• Realizar uma análise estatística dos acidentes de trabalho e doenças profissionais por partes do

corpo, a fim de validar os resultados do questionário e, se possível, por Zonas de trabalho,

(validação das respostas dadas pelos jardineiros de cada Zona);

89

• Para melhor avaliar os factores de risco, relacionar as causas do aparecimento dos sintomas

músculo-esqueléticos, estudando dois grupos de jardineiros – com e sem dor músculo-

esquelética nos últimos 12 meses; analisar associações significativas entre género, idade,

tempo de serviço, prática de actividades desportivas, hábitos tabágicos, etc.. Considerar as

diferentes partes do corpo referidas no QNM;

• Determinar o período de tempo a que os sujeitos foram expostos a cada um dos factores de

risco;

• Determinar a relação dos factores de risco com a “dose de exposição”.

• Estudar a relação das LMERT com:

- susceptibilidade individual;

- existência de determinadas doenças crónicas – hipotiroidismo, diabetes, doenças renais e

doenças do foro reumatológico;

- antecedentes pessoais de traumatismos;

- factores de risco psicossociais tais como insatisfação profissional e stress profissional.

90

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94

ANEXO I

QUESTIONÁRIOS

95

Questionário Nórdico de Sintomas Músculo-Esqueléticos Com base na figura humana ilustrada abaixo, registe a frequência com que tem sentido dor, dormência,

formigueiro ou desconforto nas regiões numeradas no desenho do corpo.

Responda de acordo com a escala seguinte:

0 Nunca 1 Raramente 2 Com frequência 3 Sempre

Exemplo: Considerando os últimos 12 meses, tem tido algum problema (tal como dor, dormência, formigueiro ou desconforto), nas seguintes regiões? Se tem sentido dores no pescoço com frequência, deverá assinalar, com um círculo, o número 2:

1. Pescoço 0 1 2 3

I. Considerando os últimos 12 meses, indique a frequência com que tem tido algum problema (tal como dor, dormência, formigueiro ou desconforto), nas seguintes regiões:

1. Pescoço/Região cervical 0 1 2 3

2. Ombros 0 1 2 3

3. Braços 0 1 2 3

4. Cotovelos 0 1 2 3

5. Antebraços 0 1 2 3

6. Punhos/Mãos/Dedos 0 1 2 3

7. Região dorsal 0 1 2 3

8. Região lombar 0 1 2 3

9.Quadril/ Membros inferiores 0 1 2 3

96

II. Considerando as suas respostas ao quadro anterior, quais os caso(s) em que o(s) problema(s) estão directamente relacionados com o trabalho que realiza? Assinale o(s) número(s), com um círculo, (é

possível assinalar mais que um item)

1. Nenhum deles

2. Problemas no pescoço/região cervical

3. Problemas nos ombros

4. Problemas nos braços

5. Problemas nos cotovelos

6. Problemas nos antebraços

7. Problemas nos punhos/mãos/dedos

8. Problemas na região dorsal

9. Problemas na região lombar

10. Problemas no quadril/membros inferiores

Muito obrigada pela sua colaboração!

Fernanda Santos

97

QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO

Local de trabalho: ________________________________________________________________ 1. Género (1) Feminino (2) Masculino

2. Idade _______ anos 3. Estado civil (1) Solteiro (4) Separado ou Divorciado (2) Casado (5) Viúvo

(3) Vive com companheiro(a) 4. Quantos anos estudou? (último ano completo e com aprovação) _____ anos 5. Há quanto tempo trabalha na Câmara Municipal do Porto (CMP)? _____ anos 6. Há quanto tempo exerce a função de jardineiro? (Considere a CMP e empregos anteriores) ______ anos 7. Em que posição(s) trabalha? (Pode assinalar mais que uma opção)

(1) Sentado (5) Em pé inclinando o corpo (2) Em pé (6) Em pé e agachado (3) Sentado erguendo peso (7) Outra(s). Qual?

_______________________________________ (4) Sentado inclinando o corpo _______________________________________________________ 8. Que risco(s) acha que existe(m) no seu ambiente de trabalho? (1) Movimentos repetitivos (4) Ruídos (7) Riscos químicos (2) Esforço físico excessivo (5) Vibrações (8) Outro(s). Qual?________________________ (3) Postura inadequada (6) Radiações __________________________________________

9. Desenvolve outra(s) actividade(s) remunerada(s)? (Considere qualquer actividade, mesmo sem contrato de trabalho assinado) (0) Não. (Se a sua resposta foi não, passe para a questão n.º 11) (1) Sim. Qual(s)? __________________________________________________________________

10. Durante quantas horas semanais desenvolve esta outra actividade remunerada? _______ horas

98

11. Realiza actividades domésticas? (Como por exemplo cortar relva, lavar o carro, cozinhar, limpar a casa, etc.)

(0) Não. (Se sua resposta foi não, passe para a questão n.º 13) (1) Sim

12. Quantas horas por semana realiza actividades domésticas? _______ horas 13. Realiza actividades físicas ou desporto?

(0) Não. (Se sua resposta foi não, passe para a questão n.º 16) (1) Sim

14.Que tipo(s) de actividade física ou desporto pratica? (1) Caminhada (4) Ginástica (7) Vólei

(2) Corrida (5) Futebol (8) Outra (s). Qual?_________________________________

(3) Musculação (6) Bicicleta 15. Quantas horas e quantos dias por semana pratica actividade física ou desporto? ______ horas ___ dias na semana 16. Já fumou ou ainda fuma? (0) Não, nunca fumei. (Se sua resposta foi não, acabaram as suas respostas ao questionário) (1) Sim, ex-fumador. Há quanto tempo parou? _____ anos _____ meses (2) Sim, fumo. 17. Quantos cigarros fuma por dia? ______ cigarros 18. Há quantos anos fuma? ______ anos

Muito obrigada pela sua colaboração!

Fernanda Santos

99

ANEXO II

ANÁLISE DOS DADOS - QUESTIONÁRIOS

100

Anexo II – Quadro 1: Frequências relativas dos Sintomatologia Músculo-esquelética versus Zona de Trabalho (teste de Q-Cochran)

 

Sintomatologia Músculo-esquelética

Pescoço Braços Ombros Cotovelos Antebraços Dedos

Punhos Mãos

Dorsal Lombar Membros Inferiores

Zona de Trabalho

N % N % N % N % N % N % N % N % N % Q p

Zona A 9 69,2 6 46,2 7 53,8 1 7,7 5 38,5 7 53,8 7 53,8 11 84,6 8 61,5 26,071 0,001

Zona B 6 66,7 5 55,6 5 55,6 1 11,1 1 11,1 4 44,4 2 22,2 9 100 3 33,3 29,015 0,000

Zona C 8 85,7 6 54,5 5 45,5 0 0 3 27,3 7 63,6 4 36,4 6 54,5 4 36,4 18,826 0,023

Zona D 11 50,0 4 31,8 12 54,5 6 27,3 6 27,3 12 54,5 9 40,9 13 59,1 9 40,9 15,079 0,058

Zona E 4 66,7 5 83,3 4 66,7 4 66,7 4 66,7 5 83,3 4 66,7 5 83,3 5 83,3 2,424 0,965

Zona F 6 42,9 6 42,9 3 21,4 2 14,3 2 14,3 5 35,7 4 28,6 11 78,6 8 57,1 25,551 0,001

Zona G 6 60,0 7 70,0 5 50,0 6 60,0 2 20,0 6 60,0 2 20,0 7 70,0 7 70,0 15,568 0,049

Parque S.Roque 3 62,5 2 50,0 3 75,0 1 25,0 3 75 3 75,0 1 25,0 3 75,0 2 50,0 6,353 0,608

Equipa de Manutenção de Podas

4 50,0 7 87,5 5 62,5 2 25,0 4 50,0 8 100 4 50,0 6 75,0 1 12,5 21,294 0,006

Palácio 6 46,2 6 46,2 9 69,2 4 30,8 2 15,4 3 23,1 7 53,8 7 53,8 3 23,1 13,754 0,088

Viveiro 16 72,7 14 63,6 14 63,6 9 40,9 14 63,6 13 59,1 17 77,3 18 81,8 14 63,6 21,363 0,006

Zona do Covelo 1 25,0 3 75,0 2 50,0 3 75,0 2 50,0 3 75,0 2 50,0 1 25,0 2 50,0 6,069 0,640

Anexo II – Quadro 2: Frequências relativas dos Sintomatologia Músculo-esquelética versus Posturas de Trabalho (teste de Q-Cochran)  

 

Sintomatologia Músculo-esquelética

Pescoço Ombros Braços Cotovelos Antebraços Dedos Punhos

Mãos

Dorsal Lombar Membros Inferiores

Posição de Trabalho

N % N % N % N % N % N % N % N % N % Q p

Sentado 12 66,7 10 55,6 12 66,7 5 27,8 8 44,4 12 66,7 9 50,0 14 77,8 10 55,6 18,17 0,020

Em pé 65 61,9 60 57,1 59 56,2 30 28,6 40 38,1 60 57,1 50 47,6 76 72,4 54 51,4 75,72 0,000

Sentado a erguer peso 15 78,9 12 63,2 13 68,4 7 36,8 10 52,6 14 73,7 12 63,2 13 68,4 9 47,4 15,73 0,046

Sentado inclinando o corpo

19 79,2 13 54,2 16 66,7 9 37,5 13 54,2 15 62,5 16 66,7 15 62,5 12 50,0 16,38 0,037

Em pé inclinando o corpo 60 61,9 54 55,7 54 55,7 28 28,9 38 39,2 60 61,9 48 49,5 71 73,2 47 48,5 68,27 0,000

Em pé e agachando 66 64,7 53 52,0 57 55,9 29 28,4 37 36,3 62 60,8 46 45,1 72 70,6 51 50,0 78,45 0,000

         

     Anexo II – Quadro 3: Frequências relativas dos Sintomatologia Músculo-esquelética versus Percepção do Risco (teste de Q-Cochran)  

 

Sintomatologia Músculo-esquelética

Pescoço Ombros Braços Cotovelos Antebraços Dedos

Punhos Mãos

Dorsal Lombar Membros Inferiores

Exposição a Riscos no

Trabalho

N % N % N % N % N % N % N % N % N % Q p

Movimentos repetitivos 45 63,4 39 54,9 40 56,3 20 28,2 24 33,8 41 57,7 31 43,7 53 74,6 35 49,3 59,83 0,000

Esforço físico excessivo 57 61,3 50 53,8 51 54,8 26 28,0 36 38,7 56 60,2 41 44,1 68 73,1 45 48,4 68,98 0,000

Postura inadequada 38 61,3 31 50,0 32 51,6 15 24,2 21 33,9 34 54,8 28 45,2 44 71,0 29 46,8 47,96 0,000

Ruído 46 60,5 38 50,0 44 57,9 19 25,0 28 36,8 48 63,2 31 40,8 56 73,7 40 52,6 67,48 0,000

Vibrações 29 60,4 23 47,9 31 64,6 12 25,0 16 33,3 31 64,6 20 41,7 32 66,7 24 50,5 39,51 0,000

Radiações 14 63,6 12 54,5 14 63,6 8 36,4 10 45,5 15 68,2 9 40,9 15 68,2 12 54,5 14,86 0,062

Riscos químicos 36 65,5 31 56,4 34 61,8 18 32,7 25 45,5 31 56,4 25 45,5 37 67,3 31 56,4 31,69 0,000

Anexo II – Quadro 4: Frequências de Sintomatologia Músculo-esquelética Versus género (sexo) (teste Qui-Quadrado)

Género Sintomatologia Músculo-esquelética Feminino Masculino Total

Ξ2

p

N 22 38 60 % (problemas nos braços) 36,7% 63,3% 100,0% % género 46,8% 44,2% 45,1%

Nunca

% total respostas 16,5% 28,6% 45,1% N 8 22 30 % (problemas nos braços) 26,7% 73,3% 100,0% % género 17,0% 25,6% 22,6%

Raramente

% total respostas 6,0% 16,5% 22,6% N 13 20 33 % (problemas nos braços) 39,4% 60,6% 100,0% % género 27,7% 23,3% 24,8%

Com Frequência

% total respostas 9,8% 15,0% 24,8% N 4 6 10 % (problemas nos braços) 40,0% 60,0% 100,0% % género 8,5% 7,0% 7,5%

Problemas nos Braços

Sempre

% total respostas 3,0% 4,5% 7,5% N 47 86 133 % (problemas nos braços) 35,3% 64,7% 100,0% % género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,366

0,713

N 32 63 95 % (problemas nos cotovelos) 33,7% 66,3% 100,0%

% género 68,1% 73,3% 71,4%

Nunca

% total respostas 24,1% 47,4% 71,4% N 4 9 13 % (problemas nos cotovelos) 30,8% 69,2% 100,0%

% género 8,5% 10,5% 9,8%

Raramente

% total respostas 3,0% 6,8% 9,8% N 8 10 18 % (problemas nos cotovelos) 44,4% 55,6% 100,0%

% género 17,0% 11,6% 13,5%

Com Frequência

% total respostas 6,0% 7,5% 13,5% N 3 4 7 % (problemas nos cotovelos) 42,9% 57,1% 100,0%

% género 6,4% 4,7% 5,3%

Problemas nos Cotovelos

Sempre

% total respostas 2,3% 3,0% 5,3% N 47 86 133 % (problemas nos cotovelos) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,059

0,789

N 28 57 85 % (problemas nos antebraços) 32,9% 67,1% 100,0%

% género 59,6% 66,3% 63,9%

Nunca

% total respostas 21,1% 42,9% 63,9% N 10 17 27 % (problemas nos antebraços) 37,0% 63,0% 100,0%

% género 21,3% 19,8% 20,3%

Raramente

% total respostas 7,5% 12,8% 20,3% N 8 9 17 % (problemas nos antebraços) 47,1% 52,9% 100,0%

% género 17,0% 10,5% 12,8%

Com Frequência

% total respostas 6,0% 6,8% 12,8% N 1 3 4 % (problemas nos antebraços) 25,0% 75,0% 100,0%

% género 2,1% 3,5% 3,0%

Problemas nos Antebraços

Sempre

% total respostas ,8% 2,3% 3,0% N 47 86 133 % (problemas nos antebraços) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,457

0,692

N 16 42 58 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 27,6% 72,4% 100,0%

% género 34,0% 48,8% 43,6%

Nunca

% total respostas 12,0% 31,6% 43,6% N 9 20 29 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 31,0% 69,0% 100,0%

% género 19,1% 23,3% 21,8%

Raramente

% total respostas 6,8% 15,0% 21,8% N 17 20 37 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 45,9% 54,1% 100,0%

% género 36,2% 23,3% 27,8%

Com Frequência

% total respostas 12,8% 15,0% 27,8% N 5 4 9 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 55,6% 44,4% 100,0% % género 10,6% 4,7% 6,8%

Problemas nos Punhos/Mãos/Dedos

Sempre

% total respostas 3,8% 3,0% 6,8% N 47 86 133 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 35,3% 64,7% 100,0% % género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

5,192

0,158

N 27 45 72 % (problemas na região dorsal) 37,5% 62,5% 100,0%

% género 57,4% 52,3% 54,1%

Nunca

% total respostas 20,3% 33,8% 54,1% N 5 17 22 % (problemas na região dorsal) 22,7% 77,3% 100,0%

% género 10,6% 19,8% 16,5%

Raramente

% total respostas 3,8% 12,8% 16,5% N 12 19 31 % (problemas na região dorsal) 38,7% 61,3% 100,0%

% género 25,5% 22,1% 23,3%

Com Frequência

% total respostas 9,0% 14,3% 23,3% N 3 5 8 % (problemas na região dorsal) 37,5% 62,5% 100,0%

% género 6,4% 5,8% 6,0%

Problemas na Região Dorsal

Sempre

% total respostas 2,3% 3,8% 6,0% N 47 86 133 % (problemas na região dorsal) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,849

0,604

N 12 27 39 % (problemas na região lombar) 30,8% 69,2% 100,0%

% género 25,5% 31,4% 29,3%

Nunca

% total respostas 9,0% 20,3% 29,3% N 14 21 35 % (problemas na região lombar) 40,0% 60,0% 100,0%

% género 29,8% 24,4% 26,3%

Raramente

% total respostas 10,5% 15,8% 26,3% N 15 29 44 % (problemas na região lombar) 34,1% 65,9% 100,0%

% género 31,9% 33,7% 33,1%

Com Frequência

% total respostas 11,3% 21,8% 33,1% N 6 9 15 % (problemas na região lombar) 40,0% 60,0% 100,0%

% género 12,8% 10,5% 11,3%

Problemas na Região Lombar

Sempre

% total respostas 4,5% 6,8% 11,3% N 47 86 133 % (problemas na região lombar) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

0,862

0,835

N 23 44 67 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

34,3% 65,7% 100,0%

% género 48,9% 51,2% 50,4%

Nunca

% total respostas 17,3% 33,1% 50,4% N 8 23 31 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

25,8% 74,2% 100,0%

% género 17,0% 26,7% 23,3%

Raramente

% total respostas 6,0% 17,3% 23,3% N 11 13 24 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

45,8% 54,2% 100,0%

% género 23,4% 15,1% 18,0%

Com Frequência

% total respostas 8,3% 9,8% 18,0% N 5 6 11 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

45,5% 54,5% 100,0%

% género 10,6% 7,0% 8,3%

Problemas nos Quadris/ Membros Inferiores

Sempre

% total respostas 3,8% 4,5% 8,3% N 47 86 133 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

2,912

0,405

   

Anexo II – Quadro 5: Frequências de Problemas Músculo-esqueléticos Versus idade (teste Qui-Quadrado)  

Género Problemas músculo-esqueléticos Feminino Masculino Total

Ξ2

p

N 22 38 60 % (problemas nos braços) 36,7% 63,3% 100,0% % género 46,8% 44,2% 45,1%

Nunca

% total respostas 16,5% 28,6% 45,1% N 8 22 30 % (problemas nos braços) 26,7% 73,3% 100,0% % género 17,0% 25,6% 22,6%

Raramente

% total respostas 6,0% 16,5% 22,6% N 13 20 33 % (problemas nos braços) 39,4% 60,6% 100,0% % género 27,7% 23,3% 24,8%

Com Frequência

% total respostas 9,8% 15,0% 24,8% N 4 6 10 % (problemas nos braços) 40,0% 60,0% 100,0% % género 8,5% 7,0% 7,5%

Problemas nos Braços

Sempre

% total respostas 3,0% 4,5% 7,5% N 47 86 133 % (problemas nos braços) 35,3% 64,7% 100,0% % género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,366

0,713

N 32 63 95 % (problemas nos cotovelos) 33,7% 66,3% 100,0%

% género 68,1% 73,3% 71,4%

Nunca

% total respostas 24,1% 47,4% 71,4% N 4 9 13 % (problemas nos cotovelos) 30,8% 69,2% 100,0%

% género 8,5% 10,5% 9,8%

Raramente

% total respostas 3,0% 6,8% 9,8% N 8 10 18 % (problemas nos cotovelos) 44,4% 55,6% 100,0%

% género 17,0% 11,6% 13,5%

Com Frequência

% total respostas 6,0% 7,5% 13,5% N 3 4 7 % (problemas nos cotovelos) 42,9% 57,1% 100,0%

% género 6,4% 4,7% 5,3%

Problemas nos Cotovelos

Sempre

% total respostas 2,3% 3,0% 5,3% N 47 86 133 % (problemas nos cotovelos) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,059

0,789

N 28 57 85 % (problemas nos antebraços) 32,9% 67,1% 100,0%

% género 59,6% 66,3% 63,9%

Nunca

% total respostas 21,1% 42,9% 63,9% N 10 17 27 % (problemas nos antebraços) 37,0% 63,0% 100,0%

% género 21,3% 19,8% 20,3%

Raramente

% total respostas 7,5% 12,8% 20,3% N 8 9 17 % (problemas nos antebraços) 47,1% 52,9% 100,0%

% género 17,0% 10,5% 12,8%

Com Frequência

% total respostas 6,0% 6,8% 12,8% N 1 3 4 % (problemas nos antebraços) 25,0% 75,0% 100,0%

% género 2,1% 3,5% 3,0%

Problemas nos Antebraços

Sempre

% total respostas ,8% 2,3% 3,0% N 47 86 133 % (problemas nos antebraços) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,457

0,692

N 16 42 58 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 27,6% 72,4% 100,0%

% género 34,0% 48,8% 43,6%

Nunca

% total respostas 12,0% 31,6% 43,6% N 9 20 29 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 31,0% 69,0% 100,0%

% género 19,1% 23,3% 21,8%

Raramente

% total respostas 6,8% 15,0% 21,8% N 17 20 37 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 45,9% 54,1% 100,0%

% género 36,2% 23,3% 27,8%

Com Frequência

% total respostas 12,8% 15,0% 27,8% N 5 4 9 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 55,6% 44,4% 100,0% % género 10,6% 4,7% 6,8%

Problemas nos Punhos/Mãos/Dedos

Sempre

% total respostas 3,8% 3,0% 6,8% N 47 86 133 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 35,3% 64,7% 100,0% % género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

5,192

0,158

N 27 45 72 % (problemas na região dorsal) 37,5% 62,5% 100,0%

% género 57,4% 52,3% 54,1%

Nunca

% total respostas 20,3% 33,8% 54,1% N 5 17 22 % (problemas na região dorsal) 22,7% 77,3% 100,0%

% género 10,6% 19,8% 16,5%

Raramente

% total respostas 3,8% 12,8% 16,5% N 12 19 31 % (problemas na região dorsal) 38,7% 61,3% 100,0%

% género 25,5% 22,1% 23,3%

Com Frequência

% total respostas 9,0% 14,3% 23,3% N 3 5 8 % (problemas na região dorsal) 37,5% 62,5% 100,0%

% género 6,4% 5,8% 6,0%

Problemas na Região Dorsal

Sempre

% total respostas 2,3% 3,8% 6,0% N 47 86 133 % (problemas na região dorsal) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

1,849

0,604

N 12 27 39 % (problemas na região lombar) 30,8% 69,2% 100,0%

% género 25,5% 31,4% 29,3%

Nunca

% total respostas 9,0% 20,3% 29,3% N 14 21 35 % (problemas na região lombar) 40,0% 60,0% 100,0%

% género 29,8% 24,4% 26,3%

Raramente

% total respostas 10,5% 15,8% 26,3% N 15 29 44 % (problemas na região lombar) 34,1% 65,9% 100,0%

% género 31,9% 33,7% 33,1%

Com Frequência

% total respostas 11,3% 21,8% 33,1% N 6 9 15 % (problemas na região lombar) 40,0% 60,0% 100,0%

% género 12,8% 10,5% 11,3%

Problemas na Região Lombar

Sempre

% total respostas 4,5% 6,8% 11,3% N 47 86 133 % (problemas na região lombar) 35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

0,862

0,835

N 23 44 67 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

34,3% 65,7% 100,0%

% género 48,9% 51,2% 50,4%

Nunca

% total respostas 17,3% 33,1% 50,4% N 8 23 31 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

25,8% 74,2% 100,0%

% género 17,0% 26,7% 23,3%

Raramente

% total respostas 6,0% 17,3% 23,3% N 11 13 24 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

45,8% 54,2% 100,0%

% género 23,4% 15,1% 18,0%

Com Frequência

% total respostas 8,3% 9,8% 18,0% N 5 6 11 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

45,5% 54,5% 100,0%

% género 10,6% 7,0% 8,3%

Problemas nos Quadris/ Membros Inferiores

Sempre

% total respostas 3,8% 4,5% 8,3% N 47 86 133 % (problemas nos quadris/Membros inferiores)

35,3% 64,7% 100,0%

% género 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 35,3% 64,7% 100,0%

2,912

0,405

 

Anexo II – Quadro 6: Frequência de Sintomatologia Músculo-esquelética Versus Tempo de Serviço (teste Qui-Quadrado)  

Classes tempo (anos)

<= 10 11 - 17 18 - 25 >=26 Total

Ξ2

p

N 10 13 19 13 55 % (problemas no pescoço) 18,2% 23,6% 34,5% 23,6% 100,0%

% classes 28,6% 40,6% 55,9% 39,4% 41,0%

Não

% total respostas 7,5% 9,7% 14,2% 9,7% 41,0% N 25 19 15 20 79 % (problemas no pescoço) 31,6% 24,1% 19,0% 25,3% 100,0%

% classes 71,4% 59,4% 44,1% 60,6% 59,0%

Problemas no pescoço

Sim

% total respostas 18,7% 14,2% 11,2% 14,9% 59,0% N 35 32 34 33 134 % (problemas no pescoço) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

1,437

0,697

N 14 12 22 12 60 % (problemas nos ombros) 23,3% 20,0% 36,7% 20,0% 100,0%

% classes 40,0% 37,5% 64,7% 36,4% 44,8%

Não

% total respostas 10,4% 9,0% 16,4% 9,0% 44,8% N 21 20 12 21 74 % (problemas nos ombros) 28,4% 27,0% 16,2% 28,4% 100,0%

% classes 60,0% 62,5% 35,3% 63,6% 55,2%

Problemas nos ombros

Sim

% total respostas 15,7% 14,9% 9,0% 15,7% 55,2% N 35 32 34 33 134 % (problemas nos ombros) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

2,730

0,467

N 14 15 20 11 60 % (problemas nos braços) 23,3% 25,0% 33,3% 18,3% 100,0%

% classes 40,0% 46,9% 58,8% 33,3% 44,8%

Não

% total respostas 10,4% 11,2% 14,9% 8,2% 44,8% N 21 17 14 22 74 % (problemas nos braços) 28,4% 23,0% 18,9% 29,7% 100,0%

% classes 60,0% 53,1% 41,2% 66,7% 55,2%

Problemas nos braços

Sim

% total respostas 15,7% 12,7% 10,4% 16,4% 55,2% N 35 32 34 33 134 % (problemas nos braços) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

4,841

0,184

N 27 23 27 19 96 % (problemas nos cotovelos) 28,1% 24,0% 28,1% 19,8% 100,0%

% classes 77,1% 71,9% 79,4% 57,6% 71,6%

Não

% total respostas 20,1% 17,2% 20,1% 14,2% 71,6% N 8 9 7 14 38 % (problemas nos cotovelos) 21,1% 23,7% 18,4% 36,8% 100,0%

% classes 22,9% 28,1% 20,6% 42,4% 28,4%

Problemas nos cotovelos

Sim

% total respostas 6,0% 6,7% 5,2% 10,4% 28,4% N 35 32 34 33 134 % (problemas nos cotovelos) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

4,746

0,191

N 24 20 25 18 87 % (problemas nos antebraços) 27,6% 23,0% 28,7% 20,7% 100,0%

% classes 68,6% 62,5% 73,5% 54,5% 64,9%

Não

% total respostas 17,9% 14,9% 18,7% 13,4% 64,9% N 11 12 9 15 47 % (problemas nos antebraços) 23,4% 25,5% 19,1% 31,9% 100,0%

% classes 31,4% 37,5% 26,5% 45,5% 35,1%

Problemas nos antebraços

Sim

% total respostas 8,2% 9,0% 6,7% 11,2% 35,1% N 35 32 34 33 134 % (problemas nos antebraços) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

2,954

0,399

N 13 16 17 13 59 % (problemas nos punhos/mãos) 22,0% 27,1% 28,8% 22,0% 100,0%

% classes 37,1% 50,0% 50,0% 39,4% 44,0%

Não

% total respostas 9,7% 11,9% 12,7% 9,7% 44,0% N 22 16 17 20 75 % (problemas nos punhos/mãos) 29,3% 21,3% 22,7% 26,7% 100,0%

% classes 62,9% 50,0% 50,0% 60,6% 56,0%

Problemas nos punhos/mãos

Sim

% total respostas 16,4% 11,9% 12,7% 14,9% 56,0% N 35 32 34 33 134 % (problemas nos punhos/mãos) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

1,916

0,590

N 19 18 17 18 72 % (problemas na região dorsal) 26,4% 25,0% 23,6% 25,0% 100,0%

% classes 54,3% 56,3% 50,0% 54,5% 53,7%

Não

% total respostas 14,2% 13,4% 12,7% 13,4% 53,7% N 16 14 17 15 62 % (problemas na região dorsal) 25,8% 22,6% 27,4% 24,2% 100,0%

% classes 45,7% 43,8% 50,0% 45,5% 46,3%

Problemas na região dorsal

Sim

% total respostas 11,9% 10,4% 12,7% 11,2% 46,3% N 35 32 34 33 134 % (problemas na região dorsal) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

0,285

0,963

N 8 13 6 11 38 % (problemas na região lombar) 21,1% 34,2% 15,8% 28,9% 100,0%

% classes 22,9% 40,6% 17,6% 33,3% 28,4%

Não

% total respostas 6,0% 9,7% 4,5% 8,2% 28,4% N 27 19 28 22 96 % (problemas na região lombar) 28,1% 19,8% 29,2% 22,9% 100,0%

% classes 77,1% 59,4% 82,4% 66,7% 71,6%

Problemas na região lombar

Sim

% total respostas 20,1% 14,2% 20,9% 16,4% 71,6% N 35 32 34 33 134 % (problemas na região lombar) 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

5,214

0,157

N 19 20 15 15 69 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

27,5% 29,0% 21,7% 21,7% 100,0%

% classes 54,3% 62,5% 44,1% 45,5% 51,5%

Não

% total respostas 14,2% 14,9% 11,2% 11,2% 51,5% N 16 12 19 18 65 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

24,6% 18,5% 29,2% 27,7% 100,0%

% classes 45,7% 37,5% 55,9% 54,5% 48,5%

Problemas nos quadris/membros inferiores

Sim

% total respostas 11,9% 9,0% 14,2% 13,4% 48,5% N 35 32 34 33 134 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

% classes 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 26,1% 23,9% 25,4% 24,6% 100,0%

2,884

0,410

 

Anexo II – Quadro 7: Frequências de Problemas Músculo-esqueléticos Versus Actividade Física (teste Qui-Quadrado) Prática de Actividade Física ou

Desporto

Problemas músculo-esqueléticos Não Sim Total

Ξ2

p

N 38 17 55 % (problemas no pescoço) 69,1% 30,9% 100,0% % (actividade física) 45,2% 33,3% 40,7%

Nunca

% total respostas 28,1% 12,6% 40,7% N 16 21 37 % (problemas no pescoço) 43,2% 56,8% 100,0% % (actividade física) 19,0% 41,2% 27,4%

Raramente

% total respostas 11,9% 15,6% 27,4% N 25 8 33 % (problemas no pescoço) 75,8% 24,2% 100,0% % (actividade física) 29,8% 15,7% 24,4%

Com Frequência

% total respostas 18,5% 5,9% 24,4% N 5 5 10 % (problemas no pescoço) 50,0% 50,0% 100,0% % (actividade física) 6,0% 9,8% 7,4%

Problemas no Pescoço

Sempre

% total respostas 3,7% 3,7% 7,4% N 84 51 135 % (problemas no pescoço) 62,2% 37,8% 100,0% % (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

9,981

0,019

N 42 19 61 % (problemas nos ombros) 68,9% 31,1% 100,0% % (actividade física) 50,0% 37,3% 45,2%

Nunca

% total respostas 31,1% 14,1% 45,2% N 14 17 31 % (problemas nos ombros) 45,2% 54,8% 100,0% % (actividade física) 16,7% 33,3% 23,0%

Raramente

% total respostas 10,4% 12,6% 23,0% N 25 14 39 % (problemas nos ombros) 64,1% 35,9% 100,0% % (actividade física) 29,8% 27,5% 28,9%

Com Frequência % total respostas 18,5% 10,4% 28,9%

N 3 1 4 % (problemas nos ombros) 75,0% 25,0% 100,0% % (actividade física) 3,6% 2,0% 3,0%

Problemas nos Ombros

Sempre

% total respostas 2,2% ,7% 3,0% N 84 51 135 % (problemas nos ombros) 62,2% 37,8% 100,0% % (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

5,316

0,150

N 38 23 61 % (problemas nos braços) 62,3% 37,7% 100,0% % (actividade física) 45,2% 45,1% 45,2%

Nunca

% total respostas 28,1% 17,0% 45,2% N 17 14 31 % (problemas nos braços) 54,8% 45,2% 100,0% % (actividade física) 20,2% 27,5% 23,0%

Raramente

% total respostas 12,6% 10,4% 23,0% N 21 12 33 % (problemas nos braços) 63,6% 36,4% 100,0% % (actividade física) 25,0% 23,5% 24,4%

Com Frequência % total respostas 15,6% 8,9% 24,4%

N 8 2 10 % (problemas nos braços) 80,0% 20,0% 100,0% % (actividade física) 9,5% 3,9% 7,4%

Problemas nos Braços

Sempre

% total respostas 5,9% 1,5% 7,4% N 84 51 135 % (problemas nos braços) 62,2% 37,8% 100,0% % (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

2,092

0,554

N 58 38 96 % (problemas nos cotovelos) 60,4% 39,6% 100,0% % (actividade física) 69,0% 74,5% 71,1%

Nunca

% total respostas 43,0% 28,1% 71,1% N 6 7 13 % (problemas nos cotovelos) 46,2% 53,8% 100,0% % (actividade física) 7,1% 13,7% 9,6%

Raramente

% total respostas 4,4% 5,2% 9,6% N 15 4 19 % (problemas nos cotovelos) 78,9% 21,1% 100,0% % (actividade física) 17,9% 7,8% 14,1%

Com Frequência

% total respostas 11,1% 3,0% 14,1% N 5 2 7 % (problemas nos cotovelos) 71,4% 28,6% 100,0% % (actividade física) 6,0% 3,9% 5,2%

Problemas nos Cotovelos

Sempre

% total respostas 3,7% 1,5% 5,2% N 84 51 135 % (problemas nos cotovelos) 62,2% 37,8% 100,0% % (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

4.075

0,254

N 52 35 87 % (problemas nos antebraços) 59,8% 40,2% 100,0% % (actividade física) 61,9% 68,6% 64,4%

Nunca

% total respostas 38,5% 25,9% 64,4% N 17 10 27 % (problemas nos antebraços) 63,0% 37,0% 100,0% % (actividade física) 20,2% 19,6% 20,0%

Raramente

% total respostas 12,6% 7,4% 20,0% N 13 4 17 % (problemas nos antebraços) 76,5% 23,5% 100,0% % (actividade física) 15,5% 7,8% 12,6%

Com Frequência

% total respostas 9,6% 3,0% 12,6% N 2 2 4 % (problemas nos antebraços) 50,0% 50,0% 100,0% % (actividade física) 2,4% 3,9% 3,0%

Problemas nos Antebraços

Sempre

% total respostas 1,5% 1,5% 3,0% N 84 51 135 % (problemas nos antebraços) 62,2% 37,8% 100,0% % (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

1,951

0,583

N 37 23 60 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 61,7% 38,3% 100,0%

% (actividade física) 44,0% 45,1% 44,4%

Nunca

% total respostas 27,4% 17,0% 44,4% N 13 16 29 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 44,8% 55,2% 100,0%

% (actividade física) 15,5% 31,4% 21,5%

Raramente

% total respostas 9,6% 11,9% 21,5% N 27 10 37 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 73,0% 27,0% 100,0%

% (actividade física) 32,1% 19,6% 27,4%

Com Frequência

% total respostas 20,0% 7,4% 27,4% N 7 2 9 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 77,8% 22,2% 100,0%

% (actividade física) 8,3% 3,9% 6,7%

Problemas nos Punhos/ Mãos/ Dedos

Sempre

% total respostas 5,2% 1,5% 6,7% N 84 51 135 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 62,2% 37,8% 100,0%

% (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

6,487

0,090

N 43 29 72 % (problemas na região dorsal) 59,7% 40,3% 100,0%

% (actividade física) 51,2% 56,9% 53,3%

Nunca

% total respostas 31,9% 21,5% 53,3% N 13 9 22 % (problemas na região dorsal) 59,1% 40,9% 100,0%

% (actividade física) 15,5% 17,6% 16,3%

Raramente

% total respostas 9,6% 6,7% 16,3% N 23 10 33 % (problemas na região dorsal) 69,7% 30,3% 100,0%

% (actividade física) 27,4% 19,6% 24,4%

Com Frequência

% total respostas 17,0% 7,4% 24,4% N 5 3 8 % (problemas na região dorsal) 62,5% 37,5% 100,0%

% (actividade física) 6,0% 5,9% 5,9%

Problemas na Região Dorsal

Sempre

% total respostas 3,7% 2,2% 5,9% N 84 51 135 % (problemas na região dorsal) 62,2% 37,8% 100,0%

% (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

1,068

0,785

N 25 13 38 % (problemas na região lombar) 65,8% 34,2% 100,0%

% (actividade física) 29,8% 25,5% 28,1%

Nunca

% total respostas 18,5% 9,6% 28,1% N 21 15 36 % (problemas na região lombar) 58,3% 41,7% 100,0%

% (actividade física) 25,0% 29,4% 26,7%

Raramente

% total respostas 15,6% 11,1% 26,7% N 29 17 46 % (problemas na região lombar) 63,0% 37,0% 100,0%

% (actividade física) 34,5% 33,3% 34,1%

Com Frequência

% total respostas 21,5% 12,6% 34,1% N 9 6 15 % (problemas na região lombar) 60,0% 40,0% 100,0%

% (actividade física) 10,7% 11,8% 11,1%

Problemas na Região Lombar

Sempre

% total respostas 6,7% 4,4% 11,1% N 84 51 135 % (problemas na região lombar) 62,2% 37,8% 100,0%

% (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

0,482

0,923

N 43 26 69 % (problemas nos quadris/membros inferiores) 62,3% 37,7% 100,0%

% (actividade física) 51,2% 51,0% 51,1%

Nunca

% total respostas 31,9% 19,3% 51,1% N 17 14 31 % (problemas nos quadris/membros inferiores) 54,8% 45,2% 100,0%

% (actividade física) 20,2% 27,5% 23,0%

Raramente

% total respostas 12,6% 10,4% 23,0% N 16 8 24 % (problemas nos quadris/membros inferiores) 66,7% 33,3% 100,0%

% (actividade física) 19,0% 15,7% 17,8%

Com Frequência

% total respostas 11,9% 5,9% 17,8% N 8 3 11 % (problemas nos quadris/membros inferiores) 72,7% 27,3% 100,0%

% (actividade física) 9,5% 5,9% 8,1%

Problemas nos Quadris/ Membros Inferiores

Sempre

% total respostas 5,9% 2,2% 8,1% N 84 51 135 % (problemas nos quadris/membros inferiores) 62,2% 37,8% 100,0%

% (actividade física) 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 62,2% 37,8% 100,0%

1,437

0,697

   

Anexo II – Quadro 8: Frequências de Problemas Músculo-esqueléticos Versus Consumo de Tabaco (teste Qui-Quadrado) Consumo de Tabaco

Problemas Músculo Esqueléticos Não

Ex-Fumador Fumador Total

Ξ2

p

N 42 4 10 56 % (problemas no pescoço) 75,0% 7,1% 17,9% 100,0%

% (consumo tabaco) 43,8% 20,0% 52,6% 41,5%

Nunca

% total respostas 31,1% 3,0% 7,4% 41,5% N 26 6 4 36 % (problemas no pescoço) 72,2% 16,7% 11,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 27,1% 30,0% 21,1% 26,7%

Raramente

% total respostas 19,3% 4,4% 3,0% 26,7% N 21 8 4 33 % (problemas no pescoço) 63,6% 24,2% 12,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 21,9% 40,0% 21,1% 24,4%

Com Frequência

% total respostas 15,6% 5,9% 3,0% 24,4% N 7 2 1 10 % (problemas no pescoço) 70,0% 20,0% 10,0% 100,0%

% (consumo tabaco) 7,3% 10,0% 5,3% 7,4%

Problemas no Pescoço

Sempre

% total respostas 5,2% 1,5% ,7% 7,4% N 96 20 19 135 % (problemas no pescoço) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

5,857

0,439

N 48 6 8 62 % (problemas nos ombros) 77,4% 9,7% 12,9% 100,0%

% (consumo tabaco) 50,0% 30,0% 42,1% 45,9%

Nunca

% total respostas 35,6% 4,4% 5,9% 45,9% N 21 6 3 30 % (problemas nos ombros) 70,0% 20,0% 10,0% 100,0%

% (consumo tabaco) 21,9% 30,0% 15,8% 22,2%

Raramente

% total respostas 15,6% 4,4% 2,2% 22,2% N 24 8 7 39 % (problemas nos ombros) 61,5% 20,5% 17,9% 100,0%

% (consumo tabaco) 25,0% 40,0% 36,8% 28,9%

Com Frequência

% total respostas 17,8% 5,9% 5,2% 28,9% N 3 0 1 4 % (problemas nos ombros) 75,0% ,0% 25,0% 100,0%

% (consumo tabaco) 3,1% ,0% 5,3% 3,0%

Problemas nos Ombros

Sempre

% total respostas 2,2% ,0% ,7% 3,0% N 96 20 19 135 % (problemas nos ombros) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

5,129

0,527

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

N 50 5 7 62 % (problemas nos braços) 80,6% 8,1% 11,3% 100,0%

% (consumo tabaco) 52,1% 25,0% 36,8% 45,9%

Nunca

% total respostas 37,0% 3,7% 5,2% 45,9% N 22 6 2 30 % (problemas nos braços) 73,3% 20,0% 6,7% 100,0%

% (consumo tabaco) 22,9% 30,0% 10,5% 22,2%

Raramente

% total respostas 16,3% 4,4% 1,5% 22,2% N 18 7 8 33 % (problemas nos braços) 54,5% 21,2% 24,2% 100,0%

% (consumo tabaco) 18,8% 35,0% 42,1% 24,4%

Com Frequência

% total respostas 13,3% 5,2% 5,9% 24,4% N 6 2 2 10 % (problemas nos braços) 60,0% 20,0% 20,0% 100,0%

% (consumo tabaco) 6,3% 10,0% 10,5% 7,4%

Problemas nos Braços

Sempre

% total respostas 4,4% 1,5% 1,5% 7,4% N 96 20 19 135 % (problemas nos braços) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

9,990

0,125

N 72 11 13 96 % (problemas nos cotovelos) 75,0% 11,5% 13,5% 100,0%

% (consumo tabaco) 75,0% 55,0% 68,4% 71,1%

Nunca

% total respostas 53,3% 8,1% 9,6% 71,1% N 8 3 2 13 % (problemas nos cotovelos) 61,5% 23,1% 15,4% 100,0%

% (consumo tabaco) 8,3% 15,0% 10,5% 9,6%

Raramente

% total respostas 5,9% 2,2% 1,5% 9,6% N 12 4 3 19 % (problemas nos cotovelos) 63,2% 21,1% 15,8% 100,0%

% (consumo tabaco) 12,5% 20,0% 15,8% 14,1%

Com Frequência

% total respostas 8,9% 3,0% 2,2% 14,1% N 4 2 1 7 % (problemas nos cotovelos) 57,1% 28,6% 14,3% 100,0%

% (consumo tabaco) 4,2% 10,0% 5,3% 5,2%

Problemas nos Cotovelos

Sempre

% total respostas 3,0% 1,5% ,7% 5,2% N 96 20 19 135 % (problemas nos cotovelos) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

3,530

0,740

N 65 11 11 87 % (problemas nos antebraços) 74,7% 12,6% 12,6% 100,0%

% (consumo tabaco) 67,7% 55,0% 57,9% 64,4%

Nunca

% total respostas 48,1% 8,1% 8,1% 64,4% N 19 5 3 27 % (problemas nos antebraços) 70,4% 18,5% 11,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 19,8% 25,0% 15,8% 20,0%

Raramente

% total respostas 14,1% 3,7% 2,2% 20,0% N 9 3 5 17 % (problemas nos antebraços) 52,9% 17,6% 29,4% 100,0%

% (consumo tabaco) 9,4% 15,0% 26,3% 12,6%

Com Frequência

% total respostas 6,7% 2,2% 3,7% 12,6% N 3 1 0 4 % (problemas nos antebraços) 75,0% 25,0% ,0% 100,0%

% (consumo tabaco) 3,1% 5,0% ,0% 3,0%

Problemas nos Antebraços

Sempre

% total respostas 2,2% ,7% ,0% 3,0% N 96 20 19 135 % (problemas nos antebraços) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

5.575

0,475

N 44 9 7 60 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 73,3% 15,0% 11,7% 100,0%

% (consumo tabaco) 45,8% 45,0% 36,8% 44,4%

Nunca

% total respostas 32,6% 6,7% 5,2% 44,4% N 20 6 3 29 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 69,0% 20,7% 10,3% 100,0%

% (consumo tabaco) 20,8% 30,0% 15,8% 21,5%

Raramente

% total respostas 14,8% 4,4% 2,2% 21,5% N 23 5 9 37 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 62,2% 13,5% 24,3% 100,0%

% (consumo tabaco) 24,0% 25,0% 47,4% 27,4%

Com Frequência

% total respostas 17,0% 3,7% 6,7% 27,4% N 9 0 0 9 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 100,0% ,0% ,0% 100,0%

% (consumo tabaco) 9,4% ,0% ,0% 6,7%

Problemas nos Punhos/Mãos/Dedos

Sempre

% total respostas 6,7% ,0% ,0% 6,7% N 96 20 19 135 % (problemas nos punhos/mãos/dedos) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

8,148 0,227

N 57 8 7 72 % (problemas na região dorsal) 79,2% 11,1% 9,7% 100,0%

% (consumo tabaco) 59,4% 40,0% 36,8% 53,3%

Nunca

% total respostas 42,2% 5,9% 5,2% 53,3% N 16 2 4 22 % (problemas na região dorsal) 72,7% 9,1% 18,2% 100,0%

% (consumo tabaco) 16,7% 10,0% 21,1% 16,3%

Raramente

% total respostas 11,9% 1,5% 3,0% 16,3% N 19 9 5 33 % (problemas na região dorsal) 57,6% 27,3% 15,2% 100,0%

% (consumo tabaco) 19,8% 45,0% 26,3% 24,4%

Com Frequência

% total respostas 14,1% 6,7% 3,7% 24,4% N 4 1 3 8 % (problemas na região dorsal) 50,0% 12,5% 37,5% 100,0%

% (consumo tabaco) 4,2% 5,0% 15,8% 5,9%

Problemas na Região Dorsal

Sempre

% total respostas 3,0% ,7% 2,2% 5,9% N 96 20 19 135 % (problemas na região dorsal) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

11,035

0,087

N 26 8 4 38 % (problemas na região lombar) 68,4% 21,1% 10,5% 100,0%

% (consumo tabaco) 27,1% 40,0% 21,1% 28,1%

Nunca

% total respostas 19,3% 5,9% 3,0% 28,1% N 31 4 1 36 % (problemas na região lombar) 86,1% 11,1% 2,8% 100,0%

% (consumo tabaco) 32,3% 20,0% 5,3% 26,7%

Raramente

% total respostas 23,0% 3,0% ,7% 26,7% N 31 5 10 46 % (problemas na região lombar) 67,4% 10,9% 21,7% 100,0%

% (consumo tabaco) 32,3% 25,0% 52,6% 34,1%

Com Frequência

% total respostas 23,0% 3,7% 7,4% 34,1% N 8 3 4 15 % (problemas na região lombar) 53,3% 20,0% 26,7% 100,0%

% (consumo tabaco) 8,3% 15,0% 21,1% 11,1%

Problemas na Região Lombar

Sempre

% total respostas 5,9% 2,2% 3,0% 11,1% N 96 20 19 135 % (problemas na região lombar) 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

11,235 0,081

N 54 8 8 70 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

77,1% 11,4% 11,4% 100,0%

% (consumo tabaco) 56,3% 40,0% 42,1% 51,9%

Nunca

% total respostas 40,0% 5,9% 5,9% 51,9% N 19 7 5 31 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

61,3% 22,6% 16,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 19,8% 35,0% 26,3% 23,0%

Raramente

% total respostas 14,1% 5,2% 3,7% 23,0% N 15 3 5 23 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

65,2% 13,0% 21,7% 100,0%

% (consumo tabaco) 15,6% 15,0% 26,3% 17,0%

Com Frequência

% total respostas 11,1% 2,2% 3,7% 17,0% N 8 2 1 11 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

72,7% 18,2% 9,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 8,3% 10,0% 5,3% 8,1%

Problemas no Quadris/Membros Inferiores

Sempre

% total respostas 5,9% 1,5% ,7% 8,1% N 96 20 19 135 % (problemas nos quadris/membros inferiores)

71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

% (consumo tabaco) 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Total

% total respostas 71,1% 14,8% 14,1% 100,0%

4,427

0,619