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Cara Professora, Caro Professor, Primeiramente, queremos dar-lhe nossos parabéns por você ter sugerido ou estar pensando em sugerir um livro de poemas, para leitura de seus alu- nos. Nem sempre se encontra muita disposição de trabalhar com esse gênero, na escola. Pois tenha certeza: a poesia é funda- mental na escola e na vida. E Poemares é um livro com dezeno- ve poemas encantadores como o fundo do mar. Por que se publica pouca poesia - para crianças e para adultos? Infelizmente, nem todas as editoras que pu- blicam livros para crianças se sentem à vonta- de para editar livros de poesia (aliás, publica- se pouco poesia no Brasil.). Porque nem todas acreditam na força desse gênero e, com rela- ção às crianças, inexplicavelmente, acreditam numa idéia antiga e improcedente de que a criança não gosta de poesia. Dessa forma, en- tramos em um círculo vicioso: não se publica poesia, a criança lê poucos poemas, o profes- sor tem poucas chances de escolher boa poe- sia para as crianças, não se sentem em condi- ções de trabalhar poemas, privilegiam a narra- tiva, as editoras publicam narrativas, e perpe- tuamos o problema. E, para não parecer que poesia é coisa só de criança ou "perda de tempo", é preciso lembrar o depoimento de intelectuais, cientistas e artistas em geral: a poesia é a mais perfeita expressão da nos- sa humanidade, todos eles se "alimentaram" dela. Por que a criança gosta de poesia? Pois acredite: a criança tem uma ligação for- te com a poesia. Primeiro, porque a poesia é, jun- to com a música, a primeira experiência artísti- ca da criança: ela embalou o seu sono, nas can- tigas de ninar; estava presente nas suas brinca- deiras e nas cantigas de roda. Todo o folclore é

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Cara Professora,Caro Professor,

Primeiramente, queremos dar-lhe nossos parabéns por você ter sugerido ouestar pensando em sugerir um livro de poemas, para leitura de seus alu-nos. Nem sempre se encontra muita disposição de trabalhar comesse gênero, na escola. Pois tenha certeza: a poesia é funda-mental na escola e na vida. E Poemares é um livro com dezeno-ve poemas encantadores como o fundo do mar.

Por que se publica pouca poesia - paracrianças e para adultos?

Infelizmente, nem todas as editoras que pu-blicam livros para crianças se sentem à vonta-de para editar livros de poesia (aliás, publica-se pouco poesia no Brasil.). Porque nem todasacreditam na força desse gênero e, com rela-ção às crianças, inexplicavelmente, acreditamnuma idéia antiga e improcedente de que acriança não gosta de poesia. Dessa forma, en-tramos em um círculo vicioso: não se publicapoesia, a criança lê poucos poemas, o profes-sor tem poucas chances de escolher boa poe-sia para as crianças, não se sentem em condi-ções de trabalhar poemas, privilegiam a narra-

tiva, as editoras publicam narrativas, e perpe-tuamos o problema.

E, para não parecer que poesia é coisa só decriança ou "perda de tempo", é preciso lembrar odepoimento de intelectuais, cientistas e artistas emgeral: a poesia é a mais perfeita expressão da nos-sa humanidade, todos eles se "alimentaram" dela.

Por que a criança gosta de poesia?

Pois acredite: a criança tem uma ligação for-te com a poesia. Primeiro, porque a poesia é, jun-to com a música, a primeira experiência artísti-ca da criança: ela embalou o seu sono, nas can-tigas de ninar; estava presente nas suas brinca-deiras e nas cantigas de roda. Todo o folclore é

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rico em poesia, com suas lendas, adivinhas, etc.Tem uma outra característica importante, espe-cialmente para as crianças: ela é um jogo - jo-go de palavras, de sons. Aliás, a sonoridade (oritmo, as aliterações, as rimas) torna a poesia umalinguagem não só bela e especial, como fácil dememorizar - o que agrada muito à criança. E nemvamos falar em como a linguagem poética é me-tafórica, cheia de imagens, como a linguagemda criança.

É fácil aproximar a criança da poesia

Muitas vezes, são os adultos que transferempara a criança sua dificuldade de poetizar a vi-da, de trabalhar com o material poético.Gostaríamos de tranqüilizar essas pessoas: émuito fácil apresentar e trabalhar a poesia comas crianças. Ler bons poemas, apresentar-lhes li-vros de poesia com freqüência, quer dizer, fa-zer a poesia tão presente na escola como é fo-ra dela - este é o caminho.

Baseada essencialmente na emoção, no jo-go, a poesia não existe para ser primeiramenteentendida, mas para ser fonte de emoção, ser in-tuída. Quantas vezes não entendemos o quenos diz a música, e nos deixamos levar pela emo-ção? O que quer dizer "Uni-duni-tê, salamêminguê, um sorvete colorê, uni-duni-tê", ou suasvariações?

Todos os grandes especialistas da área e so-bretudo os próprios poetas insistem num pon-to: poesia não é feita para se aprender nada: éa mais perfeita expressão da nossa humanida-de, todos eles se "alimentam" dela. O que con-

ta é a sensibilização para o poético, é facilitaro acesso da criança à poesia, para não se rom-per o vínculo tão forte que a criança pequenatem com o poético.

POEMARES

Por isso, estamos, sim, apostando na publi-cação de coleções de poesia. O livro Poemaresse inclui na coleção De presente. Saiba mais so-bre esta coleção no final desta orientação.

Esperamos que já tenha lido o livro e que elelhe tenha agradado. Afinal, seus poemas são damelhor qualidade e - como você deve ter per-cebido - muito adequados às crianças: muitossão curtos, todos têm versos curtos, são diverti-dos e os acompanham belíssimas ilustrações, quecaptam com perfeição o tom descontraído ealegre dos poemas. Além disso, a produção grá-fica é caprichada, em papel couché, que possi-bilita uma maior fidelidade de reprodução emrelação ao desenho do artista, além de ser maisresistente.

Para ajudar você a tornar a poesia uma pre-sença constante na sala de aula, propomos-lhealgumas reflexões e atividades, que - acredita-mos - podem ser interessantes para você e pa-ra seus alunos, além de (re)aproximá-los da poe-sia. Você, o maior conhecedor de sua turma, po-derá aproveitá-las ou imaginar outras, a partir doque propusemos.

Tenha, no entanto, todo cuidado, para que,em nenhum momento, o prazer de ler estejaameaçado. Nenhuma atividade vale a pena, seela retira da leitura o prazer de descobrir, de en-

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contrar novas formas de ver o mundo, de se di-vertir. Mas lembre-se: só a experiência de ler olivro é insubstituível, a criança deve pegar o li-vro, sentir sua forma, curtir o que ele lhe apre-senta - seja uma peça, uma narrativa, ou poe-mas.

I - CRIANDO O INTERESSE PELO LIVRO

1- O título

A) Antes de sugerir a leitura, escreva no qua-dro o título do livro, em letras bem grandes, epeça aos alunos que o leiam.

B) Em seguida, peça opiniões sobre o que de-ve significar essa palavra.

Com toda certeza, muitos dirão que se tratade um "nome" / título de livro.

C) De que deve tratar, ou como deve ser es-se livro?

(Deixe os alunos criarem hipóteses. Consideretodas. Provavelmente as idéias de mar e poemaserão as mais sugeridas.)

D) Veja quem sabe alguma coisa sobre o mar,sem acrescentar muito ao que eles disserem. Elespossivelmente vão falar de algum desenho ani-mado ou das vezes em que foram à praia ou aum aquário.

E) Escreva, numa cartolina, um dos poemasdo livro, o que lhe agrade mais ou o que, na suaopinião, pode agradar os alunos. Deixe-a tam-pada e discuta as hipóteses do que pode estar ali.Depois, descubra o texto e dê um tempo para quecada um leia o poema silenciosamente. Leia opoema para eles, com bastante expressividade,

e procure evidenciar a emoção que o poema traz.Lembre aos alunos que o poema tem versos: ca-da parte do escrito que não vai até o fim da li-nha e muitas vezes rima com o outro verso.

Comente o poema com os alunos, a partir deobservações deles (rimas, alguma parte do tex-to que chamou atenção, um dado de humor, porexemplo).

2 - A capa

A) AS IMAGENSProponha a eles que observem as capas (1ª e

4ª), que formam uma imagem única. Peça que fa-lem sobre as figuras, as cores. Que elementos apa-recem? Sugerem momentos alegres, ou tristes?

(Eles certamente não terão dificuldade em no-mear os elementos da imagem: a tartaruga, ale-gre e com cores vivas, o fundo azul, peixes e es-trelas, e que há outros elementos ligados aomar. Depois eles verão que tais elementos sãodetalhes das ilustrações dos poemas.)

Uma conclusão a que podemos chegar é quea capa sugere alegria, mesmo com os tons for-tes. É uma capa "para cima" que acompanha o

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bom humor e a alegria que serão notadas ao per-correrem as páginas do livro. Os poemas, naverdade, desvendam mistérios do fundo de mar,inspirados nas aventuras de seus habitantes, e comajuda de divertidas ilustrações, compõe-se estecenário marítimo maravilhoso, cheio de fantasia..

B) OS NOMESExplore os outros nomes que aparecem na ca-

pa: o do autor dos poemas, o autor dos dese-nhos e o nome da editora. Se mostrarem inte-resse, leia pelo menos um trecho das páginas queinformam sobre os autores, no fim do livro.

(Sobre a editora, informe pelo menos sua se-de: Belo Horizonte.)

C) Leia (novamente) para seus alunos o poe-ma escrito na cartolina e peça agora que rela-cionem os versos com a imagem.

Para uma leitura expressiva, não dá certoa improvisação. Ninguém tem obrigaçãode ler bem de improviso. Na realidade, nemos grandes locutores fazem isso. No casodo gênero poético, a leitura improvisadaé ainda mais difícil. Por isso, em casa, leiamuitas vezes o poema, em voz alta, paraacertar o tom.

II - LENDO O LIVRO...

Até aqui, estávamos criando "motivos" paraos alunos abrirem o livro. Imaginamos que, de-pois da exploração da capa, os alunos vão co-meçar a ler os poemas do livro - fora da sala de

aula, ou em algum tempo que você destine a is-so no seu planejamento.

Conforme a idade e a experiência das crian-ças da turma, aproveite algumas das sugestõesque seguem.

Mas lembre-se do que já dissemos: a poesiaé, essencialmente, jogo de palavras, sonorida-de, com ritmo, rimas, sons, tudo isso criando al-guma emoção, que pode ser de alegria, de sau-dade, de puro humor, de puro encantamento.Nada que atrapalhe a vivência dessas emoçõesé positivo e vale a pena. O bom livro faz isso,por si mesmo. O que vamos fazer é apenas su-blinhar o que ele já apresenta.

Vamos sugerir, então, atividades de aprofun-damento na leitura de alguns poemas, mas tam-bém outras, que têm a intenção de criar nos alu-nos as melhores condições de envolver-se, cadavez mais, com a poesia. Cabe a você escolher asque fazem mais sentido para a sua turma.

A) PRIMEIROS CONTATOS

a) Se estão lendo o livro fora da classe, reser-ve alguns minutos para conversar sobre comoestá sendo a leitura: estão gostando? O queacharam de especial?

b) Se estão lendo em classe, vá observandoa reação de cada um: de surpresa, de riso.Depois, aproveite as observações no comentá-rio conjunto da leitura.

c) Peça que opinem sobre os poemas: os desua preferência, os mais engraçados, os mais sur-preendentes, os que "fazem pensar mais". Ajude-os a explicar suas opiniões.

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(É fundamental que eles sejam bem sincerose que todos tenham chance de participar da dis-cussão. Não se trata de alguém estar certo ouerrado: a questão é de gosto, e todas as opiniõestêm sentido. Mas, ouvindo os outros, relendo opoema, cada um pode ir descobrindo coisas, fi-cando mais atento...)

d) Descobrindo o fundo do marDepois de lidos os poemas com os alunos,

trabalhe com a memória. Esconda os títulose as imagens, ou reescreva alguns no quadro,sem o título. Peça que identifiquem o peixeou crustáceo ao qual o poema se refere. Oumostre apenas as imagens e peça que digama que peixe se refere. Em cima disso, veja sehá alguma palavra ou termo que desconhe-cem e ajude a procurar os significados dosmesmos.

B) MOMENTO POÉTICO/ HORA DAPOESIA

Proponha que cada um escolha seu poemae prepare sua leitura para a Hora / Momento dapoesia, instituído uma ou duas vezes por sema-na. Conforme o caso, proponha a leitura em jo-gral. Nesse caso, insista na importância do en-saio, para que se tenha uma boa apresentação.Ajude o grupo a preparar-se.

1 - Imagens e poemas

Peça aos alunos que observem a ilustração decada poema e procurem relacionar uma e ou-tro. Quais lhes agradam mais? Como são as co-

res da ilustração? O livro, juntando poemas e ilus-tração, é bonito?

(Como são questões de gosto, todas as opi-niões valem. Se, no entanto, você achar que al-guma imagem não foi adequadamente observa-da, procure fazer também seus comentários,sem querer convencê-los. A idéia é, simples-mente, abrir horizontes para eles. E já comenta-mos a alegria, o humor que partem do texto echegam à imagem.)

2 - Criação de mural

Uma boa sugestão é fazer a ilustração dopoema preferido num papel, produzindo umbelo mural de poemas ilustrados. Cuide para quenão tentem copiar o desenho de Fargas. Dobre-os e peça que os alunos escolham e identifiquemo poema ilustrado pelo colega. Podem, inclusi-ve, tentar adivinhar o autor do desenho. Depois,podem afixá-los para compor o varal.

(Aqui, também, não se trata de criar obras dearte, apenas estabelecer uma relação entre poe-mas e imagens que sublinhem alguma emoçãocriada pelo poema.)

III - APROFUNDANDO A LEITURA

Todos nós sabemos que, quanto mais avan-çam no gosto da leitura, mais os leitores se in-teressam por "descobrir" a arquitetura, o "segre-do" do poema. Sabemos também que, familia-rizado com a poesia, pela exposição constantea ela, o leitor apura sua leitura, conhecendomais dos recursos de criação do poema.

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Por isso, propomos algumasatividades que você pode desen-volver com turmas mais adian-tadas.

1 - Você pode fazer comen-tários sobre um poema de que

eles tenham gostado muito, procu-rando torná-los cada vez atentos esensíveis aos recursos usados peloautor para evidenciar as emoções decada ser do fundo do mar e sensi-bilizar também o leitor.

Se algum aluno quiser, pode co-mentar um poema, na Hora da Poesia.

2 - Outra experiência muito significativa é abusca de sentidos mais amplos, temas que tor-nam o livro um todo, e não um amontoado depoemas.

Já comentamos o humor e a alegria que pre-dominam no livro, sentimentos através dos quaiso autor (e também o ilustrador) homenageia ca-da peixe e cada fruto do mar, captados nos seusmovimentos, no seu habitat e no seu modo desobrevivência, que foram importantes como fon-te de poesia.

Peça a seus alunos que, em grupos, identifi-quem os temas mais comuns retratado nas situa-ções como:

A) de habitat (lugar onde vivem: o fundo domar)

(A maioria dos poemas conta um pouco so-bre a vida no fundo do mar. O poema dasTartarugas, por exemplo, fala de como elas vivem

dentro do casco de forma divertida. E no poemado Cachalote, revelam seu lado engraçado)

B) de amor e de afeto(Polvo, Ouriço do Mar e Peixe Espada são

belos exemplos da simplicidade e delicadezade sentimentos.)

Neste sentido, vale ressaltar o Poeminha naGarrafa. Os alunos notarão que ele difere dosoutros, por não se tratar de um ser vivo especí-fico. Conte um pouco sobre o antigo costumedos navegantes que, movidos pela curiosidade,jogavam garrafas com cartas ao mar para saberaonde iriam chegar. Alguns escreviam para seusgrandes amores, outros apenas as coordenadasde onde se encontrava seu navio. Pergunte pa-ra quem escreveriam e o que colocariam den-tro de uma garrafa.

C) de sua natureza(Nos poemas Cavalo Marinho, Caranguejo,

Tintureira, Arraia o autor conta um pouco decomo eles são: da elegância do Cavalo Marinho,ou do andar de lado do Caranguejo e até mes-mo o nome científico da Tintureira.)

3 - O encantamento sobre o fundo do marse evidencia, ainda, nas perguntas que procu-ram respostas para o mistério dos seres. A in-terrogação é um dos recursos mais importan-tes para traduzir esse sentimento. Em que poe-mas aparece?

(Cachalote, Sereias, Tartarugas, Peixe-cirur-gião,Peixe-espada,Peixe-serra,Camarão,Tubarãofazem perguntas e, em alguns casos, ensaiam

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respostas cheias de fantasia para desvendar taismistérios e em outros, deixam a dúvida no ar.)

4 - O gosto pela palavra e seus jogosComo em toda boa poesia, o autor mostra en-

cantamento também pela palavra, que nestespoemas mostram usos muito especiais da lingua-gem poética. Quais são esses poemas? Queidéia domina casa um?

A) O humor do jogo com os significados etrocadilhos

(No poema Trava-língua, há um leve humorcom uso de palavras que se aproximam pela so-noridade, como sorte/short, cachalote/chocola-te, receio/recheio, ceia/cheia, "travando a língua"de seus leitores. Peça aos alunos que leiam es-te poema em voz alta para notarem esta brin-cadeira com o tema do poema.

No poema Cachalote o autor faz um jogo dehumor também pelo emprego da aproximaçãodo termo "caçar lotes" com cachalotes. EmCamarão, José de Castro brinca com o fato deparecer uma palavra no aumentativo e sugerin-do a existência de seu diminutivo, o "camarim".Esta palavra existe, mas com um significado quetem outro contexto (quarto/lugar onde atores sepreparam antes de uma apresentação).

B) O gosto pela rima(Quase todos os poemas apresentam rimas,al-

gumas repetidas muitas vezes em versos seguidos,mostrando o prazer do jogo dos sons. Em espe-cial, destacam-se Peixe-serra, onde as rimas sãofáceis e divertidas,e Tintureira, onde as rimas não

são facilidade,mas divertimento.A rima não é obri-gatória na poesia moderna,como pode se ver nospoemas Triste Sina, Siri e Tintureira.)

O importante é notar que todos os elemen-tos, harmoniosamente usados, criam no leitor exa-tamente essa sensação agradável de ler algumacoisa de valor, marcada pela graça. As ilustraçõesfazem um casamento perfeito com os poemas.

V - INDO ALÉM DO LIVRO

É claro que essas atividades são uma formade o livro continuar dialogando com os leitores.Mas – de novo! – esse diálogo pode / deve con-tinuar na releitura dos próprios poemas do livro.

Se os alunos estiverem motivados, no entan-to, as atividades propostas fazem sentido.

1 - Incentive seus alunos a pesquisarem (na bi-blioteca, na internet) sobre os peixes e crus-táceos. Todos eles realmente existem? Quala diferença entre o siri e o caranguejo? É interessante incentivá-los a pesquisar edescobrir sobre os seus tamanhos, suas ori-gens, os nomes científicos de cada um, doque se alimentam e outras curiosidades. Abraespaço para que estendam suas pesquisas aoutros peixes que acharem interessantes.

2 - Quem sabe um grupo se interessa por co-nhecer mais as sereias? O assunto é rico, desde a mitologia grega (enem sempre eram meio peixes...) até a nos-sa mitologia popular. O grupo estuda o as-sunto em enciclopédias e livros sobre mito-

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logia e folclore, apresentando o resultado aoscolegas. Pode usar fotos, desenhos, livros,revistas, músicas, vídeos...

3 - No início do livro o autor usa uma citaçãoprópria que diz: "No céu das águaseu vi a estrela do mar.E no mar das estrelas um navio de palavraseu fiz navegar." Veja se os alunos se interessam em pesqui-sar também sobre a estrela-do-mar. Aproveitee sugira que ilustrem este poema que nãoestá no interior do livro. Pendure os dese-nhos no mural, já citado.

4 - No poema do Tubarão há uma referência aoditado "água mole em pedra dura, tanto ba-te até que fura". Já em Tartarugas há o dita-do "Deus ajuda quem cedo madruga".Pesquise com os alunos o valor e o signifi-cado destes ditados. Se houver interesse,peça que busquem e pesquisem com paren-tes e amigos mais ditados populares e seussignificados.

5 - Peça aos alunos que produzam cartas a al-gum colega de sala. Depois, enrole um porum e coloque dentro de garrafinhas ou fa-ça rolinhos e amarre como diplomas.Embaralhe-os e peça que cada aluno retireum e tente identificar o destinatário.

6 - Fazendo poemas Nem sempre a criança é capaz de fazer be-los poemas. Não somos partidários de obri-gar o aluno a fazer qualquer tipo de arte. Aarte tem como componente essencial o pra-zer, na criação e na fruição. Mas achamos,também, que não podemos sonegar-lhes ogosto de jogar com as palavras, de ensaiaruma produção poética. Desse modo, se os alunos desejarem, estimu-le-os a escrever poemas, a partir dos temaspredominantes neste livro. Com os poemas,amplia-se o mural de poesia, já sugerido.

Professora, Professor,

Esperamos ter oferecido a você e a seusalunos não somente uma boa leitura, mastambém atividades significativas, capazesde fazer desenvolver o interesse de todospela poesia. Lembre-se de que são apenassugestões: sua criatividade e seu conheci-mento da turma são a maior garantia deum trabalho bem sucedido!

Caso se interesse por conhecer novospoemas e outras formas de aproximar crian-ça e poesia, sugerimos-lheler outros livros da co-leção De presente eexaminar as atividadespropostas para seu me-lhor aproveitamento.

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