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Página 1 de 25 CAPS INFANTO JUVENIL- CAPSi CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT PROJETO TERAPÊUTICO GLOBAL - 2012 Introdução: O presente documento tem a intenção de apresentar o Projeto Terapêutico Global 2012 que fora construído pela equipe do CAPSi/CIAPS AB/SES-MT, uma instituição que trata de crianças e adolescentes com situação de sofrimento psíquico severo, onde a criança/adolescente esteja acometida por transtorno mental grave e que a decorrência desta experiência esteja lhe inviabilizando o desenvolvimento e exercício de sua vida psíquica, emocional, social e cidadã. Na prática da assistência prestada, necessita continuar garantindo o espaço de cuidados de crianças e adolescentes na situação supracitada, reafirmando que a lógica de um CAPSi não está na patologia de seu usuário e sim no seu estado clínico, psíquico e social. Assim, no exercício deste lugar institucional e instituído, e por não haver nenhum outro tipo de equipamento com tal identidade; o CAPSi afirma que uma vez desagudizada uma situação de sofrimento e de patologia mental da criança/adolescente, esta, inclusive como forma de proteção a ela e como atitude antimanicomial, no sentido de desinstitucionalização, não mais permanecerá neste serviço, sendo conforme sua necessidade encaminhada e inserida nos demais equipamentos da rede, como ambulatórios de especialidades, policlínicas, centros de saúde e programas de saúde da família, entre outros. Quanto a estes (os equipamentos da rede), caso não estejam formalmente instituídos ou em funcionamento adequado, não funcionará o CAPSi/CIAPS AB/SES-MT como substituto ou alternativo ao serviço não implantado ou em funcionamento, e, ao contrário, orientará as famílias a buscarem formas de obterem os serviços a ela necessários, podendo através deste ato, alimentar e por em prática o exercício cidadão que sócio-histórica e culturalmente devem ser potencializados.

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CAPS INFANTO JUVENIL- CAPSi

CIAPS ADAUTO BOTELHO- SES/MT

PROJETO TERAPÊUTICO GLOBAL - 2012

Introdução:

O presente documento tem a intenção de apresentar o Projeto Terapêutico

Global 2012 que fora construído pela equipe do CAPSi/CIAPS AB/SES-MT, uma

instituição que trata de crianças e adolescentes com situação de sofrimento psíquico

severo, onde a criança/adolescente esteja acometida por transtorno mental grave e

que a decorrência desta experiência esteja lhe inviabilizando o desenvolvimento e

exercício de sua vida psíquica, emocional, social e cidadã.

Na prática da assistência prestada, necessita continuar garantindo o espaço

de cuidados de crianças e adolescentes na situação supracitada, reafirmando que a

lógica de um CAPSi não está na patologia de seu usuário e sim no seu estado

clínico, psíquico e social. Assim, no exercício deste lugar institucional e instituído, e

por não haver nenhum outro tipo de equipamento com tal identidade; o CAPSi afirma

que uma vez desagudizada uma situação de sofrimento e de patologia mental da

criança/adolescente, esta, inclusive como forma de proteção a ela e como atitude

antimanicomial, no sentido de desinstitucionalização, não mais permanecerá neste

serviço, sendo conforme sua necessidade encaminhada e inserida nos demais

equipamentos da rede, como ambulatórios de especialidades, policlínicas, centros

de saúde e programas de saúde da família, entre outros.

Quanto a estes (os equipamentos da rede), caso não estejam formalmente

instituídos ou em funcionamento adequado, não funcionará o CAPSi/CIAPS

AB/SES-MT como substituto ou alternativo ao serviço não implantado ou em

funcionamento, e, ao contrário, orientará as famílias a buscarem formas de obterem

os serviços a ela necessários, podendo através deste ato, alimentar e por em prática

o exercício cidadão que sócio-histórica e culturalmente devem ser potencializados.

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Justificativa:

Historicamente, no Brasil e em Cuiabá- MT, um CAPSi está em processo de

construção e solidificação de sua prática.

A prática e os exercícios de 2011, 2010, 2009, 2008, 2007, 2006, 2005, 2004,

2003, e 2002, ano de implantação deste CAPSi, nos ensinaram que o papel de um

CAPSi realmente está para além da atuação clínica-institucional, mas política e de

lutas de direitos, ainda em explanação, ainda em buscas de garantias, apesar dos

mais de 20 anos do ECA e dos 10 anos da Lei Federal nº 10.216 (06/04/2001).

Sendo a maioria das ações de um CAPSi, de habilitação e não de reabilitação

(como o de um CAPS adulto), cabe a seu exercício que esta habilitação seja plena,

seja bio-psíquica e social, conforme portaria GM 334 e que seja, inclusive, a partir de

um grave momento de dor e sofrimento, tal como são acolhidas e admitidas as

crianças, os adolescentes e seus familiares neste CAPSi.

Objetivos:

1. Objetivo Geral:

• Fortalecer e intensificar a proposta de abordagem psicossocial à criança

e ao adolescente do município de Cuiabá que seja portador de transtorno

mental severo, construindo recursos para uma assistência que alcance

além da remissão de sinais e sintomas.

2. Objetivos Específicos:

• Prosseguir e manter a articulação com demais setores de proteção e

assistência infanto-juvenil;

• Ampliar as condutas e encaminhamentos terapêuticos do tratamento

clínico proposto pelo serviço;

• Afirmar a coerência da identidade de um CAPSi enquanto serviço

substitutivo ao hospital psiquiátrico para a demanda infanto-juvenil,

proposta pela política nacional de saúde mental( em vigência);

• Investir amplamente na abertura de espaço para inserção social da

criança/adolescente com transtorno mental severo;

• Ofertar assistência em saúde mental de qualidade e excelência técnica,

visando o alívio do sofrimento psíquico, a superação do estado agudo da

patologia e a retomada do desenvolvimento, do crescimento e vida da

criança e adolescente.

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Proposta teórica e prática:

A prática clínica de saúde mental infanto-juvenil exige profissionais

disponíveis e flexíveis, mas que precisam receber e/ou se apoiar em

fundamentações teóricas e práticas de uma clínica em que prevalece a subjetividade

deste sujeito que sofre com um transtorno mental severo.

Nosso projeto está baseado em discussões teóricas apoiadas na leitura de

base psicanalítica, com ênfase no pensamento de Donald Winnicott, e também do

pensamento de Carl Rogers, alem da teoria sistêmica de abordagem familiar, e das

metodologias e fundamento de base humanista existenciais. Consideramos a

importância de proporcionarmos um ambiente acolhedor que funcione como

facilitador de todo processo e que, muitas vezes, agirá como suporte e segurança

tão necessários para o estabelecimento e seqüência do tratamento.

Sendo assim, construímos estratégias flexíveis e abertas à expressão de

quaisquer comportamentos, mas que transmitam a contenção, o cuidado e o

respeito ao momento em que nossos usuários se encontram. Nossos alicerces são:

Acolhimento

A proposta construída nos últimos anos será mantida. A continuidade da

exigência do encaminhamento de um serviço de saúde continuará contribuindo para

que a demanda seja reconhecida pelos serviços da rede e, consequentemente,

contribuirá para que o CAPSi seja consolidado como um serviço de assistência ao

portador de transtorno mental severo, com idade entre 0 e 18 anos. Sendo assim, o

agendamento torna-se necessário e foi comprovadamente viável, com ressalva de

que quadros agudos, ou seja de urgência, não estarão sujeitos a agendamento e

serão atendidos a qualquer dia e horário de funcionamento do CAPSi, conforme

necessidade da criança/adolescente.

Para o acolhimento o responsável pela criança deve apresentar uma cópia da

certidão de nascimento da criança/adolescente, fornecer o número do CPF do

responsável e do cartão do SUS da própria criança.

A abordagem prioritária para o primeiro acolhimento será a abordagem

individual da família com a criança/adolescente conforme dinâmica de agendamento

do período.

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Após a realização de coleta de informações, que se dará no acolhimento bem

como em atendimentos subseqüentes conforme a situação deste primeiro (queixas,

sintomas, comportamentos, peso, medida, história de vida e desenvolvimento, etc),

haverá definição do técnico quanto aos possíveis encaminhamentos: interno ou

externo. No caso de encaminhamento externo o técnico fará o encaminhamento de

maneira responsável e comprometida, com informações atualizadas sobre recursos

oferecidos pela rede de saúde, educação, justiça e assistência social.

Caso haja encaminhamento interno, o técnico de referência neste momento

sendo aquele que realizou o primeiro acolhimento, pode optar por propor a imediata

admissão para tratamento da criança/adolescente acolhido mediante PTI elaborado

em discussão/apresentação do caso à equipe ou mini equipe e conforme condição

tanto clínica psiquiátrica quanto psicossocial; ou ainda poderá o técnico admitir a

criança/adolescente para avaliação e investigação diagnóstica para futura definição

de PTI ou de encaminhamento externo, conforme requeira o quadro investigado,

através da análise situacional da criança ou adolescente. O técnico de referência é o

responsável pela condução, evolução, atualização e manutenção do tratamento com

base num olhar biopsicossocial e este poderá permanecer sendo aquele técnico que

realizou o primeiro acolhimento, ou outro técnico definido na elaboração do PTI da

criança/adolescente.

Momento prisma

O momento prisma caracteriza-se pelo estado clínico de agudização

extrema do sofrimento mental apresentado pela criança/adolescente.

A admissão do usuário ao CAPSi, após avaliação no acolhimento, manterá a

vertente de aquisição de informações, mas a intervenção da equipe será direcionada

também a fornecer informações a respeito das condutas, atitudes e comportamentos

que podem amenizar o sofrimento, principalmente em casos agudos (surto

psicótico), identificados em momento prisma de vivência da patologia e suas

conseqüências.

Nos casos agudos intensos que caracterizam um momento prisma, um

primeiro projeto terapêutico individual começará a ser construído a partir do

direcionamento imediato para avaliação psiquiátrica e pós consulta, considerando a

dimensão do quanto é nova esta condição para o usuário e para sua família. O

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usuário está afetado diretamente pelo sofrimento e/ou dor e, sua família vivendo a

perda de um membro saudável, mesmo que venha a ser momentânea (por se tratar

desta faixa etária).

Neste momento a família será orientada, apoiada e direcionada a participar de

dois procedimentos básicos: a administração da medicação e a oficina do lanche e

ou almoço. E, considerando o significado do vínculo para o tratamento da doença

mental, serão priorizadas as atividades internas.

Ainda no momento de sua intervenção haverá maior probabilidade da

necessidade de intervenções intensivas e a equipe dará o devido encaminhamento

quando julgar conveniente.

No momento Prisma, os casos com hipótese diagnóstica de transtorno

invasivo manterão a vertente de coleta de dados, inclusive através do médico

pediatra, aproximação e vinculação do usuário e responsável com o serviço e seus

técnicos. A médica psiquiatra, sendo um dos membros da equipe, será informada da

admissão deste usuário, mas a avaliação psiquiátrica acontecerá por indicação da

discussão do caso na medida em que a relação de vínculo for estabelecida e ou

segundo urgência do quadro clínico.

A coleta de dados junto à família da criança/adolescente recém admitido em

primeira vez ou mesmo subseqüente, será no modo individual, e a inclusão da

família em grupo (GAF: grupo de atendimento de famílias-

familiares/pais/responsáveis), se dará no momento que tecnicamente esta indicação

seja viabilizada, através do projeto terapêutico da família.

Momento Mosaico

O momento mosaico caracteriza-se pelo estado clínico agudo, porem já

com melhora clínica e menor intensidade de sofrimento e limitações

decorrentes da psicopatologia e que permite a elaboração de novo PTI (projeto

terapêutico individual), em face deste novo momento e demanda diferenciada

de cuidados.

Estabelecido o vínculo com o serviço e seus técnicos, será construído um

projeto terapêutico de assistência e tratamento ao usuário e seu responsável. Estes

deverão ser encaminhados para atividades que melhor atendam o propósito de

resgatar a saúde dos mesmos. As atividades serão específicas aos usuários e aos

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responsáveis, realizadas separadamente e em horário paralelo, mas com a ressalva

de possíveis alterações a partir de um julgamento técnico da equipe.

Considerando que, neste momento, o usuário já não apresentará um quadro

“tão” agudo, ele será encaminhado para avaliação do médico pediatra, caso isto já

não tenha ocorrido anteriormente no momento Prisma.

O desenvolvimento do tratamento e da relação de cuidado favorecerá a

inclusão em atividades externas e/ou abordagens com outras esferas que ajam

diretamente na saúde mental do usuário e sua família. Para tanto, ressaltamos a

importância do investimento em reforçar o caráter subjetivo das abordagens, assim

como a disponibilidade e flexibilidade da equipe clínica.

Tanto no período matutino quanto no vespertino caberá a equipe responsável

a construção de um quadro de atividades que alcancem o objetivo terapêutico. Para

tanto terão a autonomia de escolha de recursos e instrumentos para sua execução,

tais como: oficinas, grupos terapêuticos, terapias especializadas, AVAs (Atividades

de Vida Autônoma), oficinas externas, etc.

Construídas as atividades, todas deverão ter um técnico como responsável

pela sua condução, e o Responsável Técnico do CAPSi deverá ser informado,

acerca de cada nova construção, uma vez inclusive que deverão ser realizadas

mediante prévia discussão e apresentação à equipe ou mini equipe de assistência.

Programas de Atendimento

O CAPSi neste ano e através deste Projeto Terapêutico Global, contará com

treze grandes programas de atendimento, para a assistência de sua demanda e

conforme a caracterização de sua clientela*, sendo estes:

1- Oficina de Estimulação: destinada ao atendimento de crianças de 0 a 5 anos de

idade, que apresentem sinais e/ou sintomas de patologias mentais invasivas de seu

desenvolvimento e que estejam lhes trazendo prejuízos nas esferas do

desenvolvimento e utilização de seus equipamentos psicomotores em decorrência

do acometimento da psicopatologia instalada ou em processo de instalação. O

número de participantes da oficina estará condicionado ao número de técnicos

envolvidos na realização direta da oficina e poderá ser de duas a no máximo quatro

crianças por grupo. As crianças que apresentarem tal quadro ou prejuízo, poderão

ainda serem atendidas individualmente ( programa individual), conforme haja

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indicação técnica e segundo a esfera de desenvolvimento em prejuízo e portanto a

ser trabalhada e estimulada junto à criança.

2-Oficina Mosaico Infantil: destinada a crianças em fase escolar, de 06 a 11 anos

de idade e de preferência (e não exclusivamente pois crianças em momento prisma

do acometimento da psicopatologia podem segundo sua condição e indicação

clínica participarem desta atividade de oficina ) em momento mosaico de

acometimento da patologia mental e independentemente da classificação desta, por

este fato caracteriza-se esta atividade de oficina um mosaico, de crianças com

quadros psicopatológicos variados e múltiplos, abordadas segundo sua fase de

desenvolvimento.

3-Oficina Mosaico Adolescentes: destinada a pré adolescentes e adolescentes, de

12 a 17 anos de idade e de preferência (e não exclusivamente pois pré

adolescentes e adolescentes em momento prisma do acometimento da

psicopatologia podem segundo sua condição e indicação clínica participarem desta

atividade de oficina) em momento mosaico de acometimento da patologia mental e

independentemente da classificação desta, por este fato caracteriza-se esta

atividade de oficina um mosaico, de pré adolescentes e de adolescentes com

quadros psicopatológicos variados e múltiplos, abordadas segundo sua fase de

desenvolvimento.

4 – Oficina do Lanche: a alimentação constitui importante atividade da vida

cotidiana da criança, e do adolescente, tanto no quesito nutricional para o pleno

desenvolvimento do corpo, como de sistemas refinados do sistema nervoso central,

que dará suporte para atividades subjetivas; alem destes fundamentais aspectos, a

alimentação, constitui espaço de experiência do crescimento emocional pois poderá

conter representantes afetivos. Desta forma, a atividade do lanche ofertado em cada

um dos períodos (matutino e vespertino), será espaço inequívoco de atividade

terapêutica, onde condições de hábitos familiares, possibilidade de estimulação de

autonomia, bem como de cuidado e atenção podem ser observados e trabalhados

também nesta prática vivida pela criança e seu cuidador (pai, mãe, ou responsável).

Portanto, pai, mãe e/ou cuidador são incluídos nesta assistência segundo definição

técnica, que ocorrerá através de convite feito pelo profissional de atendimento da

criança e/ou da família.

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5- Abordagem Familiar, na qual está contida:

- Grupos de Família(GAF) destinado ao atendimento de pais (pai e/ou mãe),

familiares (avós, avôs, tias, madrinhas ou cuidadores institucionais) e responsáveis

pelo acompanhamento do tratamento da criança/adolescente admitido para

tratamento. Tem caráter operativo, portanto coordenado por um técnico de nível

superior, contando sempre que possível com um observador, técnico de nível

superior ou não, e constituem condição sine qua nom para o tratamento destinado à

criança/adolescente, devendo ocorrer em horário paralelo a ao menos um

atendimento da criança/adolescente no CAPSi. Por ser operativo pode contemplar

segundo a técnica operacionalização de conteúdo previamente elencado pelos

técnicos como necessário para abordagem específica de cada grupo, ou ainda pode

contemplar a operacionalização de conteúdos demandados do próprio grupo ou de

algum de seus membros;

- Trabalho de Atendimento da Família (TAF), que constitui uma abordagem

terapêutica especificamente para criança/adolescente conjuntamente com seus

familiares, de natureza de suporte pontual ou continuada, conforme indicação

técnica para o quadro,

- Grupo Multifamiliar (GRUM), consiste em atividades terapêuticas realizadas, para

crianças/adolescentes conjuntamente com seus familiares,

- Orientação Parental: consiste em acompanhamento individual para orientações,

para pai, mãe, ou ambos juntos acerca de sua função e papel parental, aplicados

para pais que não alcançam desenvolvimento, através de abordagens grupais;

6-Atendimento Individual, destinado à abordagem individual de qualquer

especialidade constante na equipe de assistência do CAPSi, que poderá ter caráter

de consulta, de estimulação de habilidades, de desenvolvimento de AVA, de

estimulação de desenvolvimento, de apoio, de psicoterapia, de entrevistas de

anamnese e/ou de análise e aprofundamento de entendimento de situações,

circunstâncias, biografias e fatos, de aplicação de testes, de orientação

(medicamentosa, de tratamento, de desenvolvimento, de direitos, de saúde, de

trabalho, de educação, de formas de inserção), de acompanhamentos, e etc,

conforme o técnico a realizar a abordagem e sua especialidade e conforme a

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indicação técnica para a assistência a criança/adolescente, constituindo um dos

métodos dentre os programas de atendimento.

7- Programa Pandorga: constitui uma assistência elaborada para fins de propiciar

estimulação de desenvolvimento global, de crianças com diagnóstico de transtorno

de espectro autista (TEA), ou com atrasos de desenvolvimento decorrentes de

outras categorias nosológicas, de quadros psicopatológicos. Realizado por equipe

multiprofissional, através de abordagem individual e/ou grupal, conforme indicação

técnica para o quadro, e conforme técnicas, *métodos ou sistemas utilizados,

próprios do programa, que se focaliza sobre a demanda específica de cada criança

ou adolescente, nesta condição. O presente programa foi desenvolvido pela equipe

do CAPSi, e está em utilização há sete anos apresentando resultados satisfatórios

para os fins de retomada de desenvolvimento e inclusão psicossocial, considerando

o número de altas por conclusão efetivadas até o presente momento, concernente a

90% dos casos atendidos.

*MÉTODO DO PROGRAMA PANDORGA

Após o acolhimento realizado por um profissional da equipe multidisciplinar do

CAPSi, se identificado um possível quadro de TEA (Transtorno de Espectro Autista),

é agendado um atendimento individual da criança para ratificação e “mapeamento

de espectro”, este procedimento é realizado por um técnico da equipe

multidisciplinar do CAPSi, sendo este devidamente treinado para tal atividade, e em

seguida é agendado uma consulta de anamnese com a mãe, ou responsável pela

criança, esta anamnese é realizada por um profissional responsável pela família

considerando o “Programa de Abordagem Familiar” do CAPSi.

O mapeamento de espectro tem como objetivo central analisar e avaliar o

desenvolvimento global da criança identificando aspectos preservados e aspectos

em prejuízo, pelo acometimento do TEA, segundo sua idade cronológica em relação

às funções mentais e condições psicológicas, onde os aspectos preservados serão

de fundamental importância para a adequação de seu projeto terapêutico, a partir da

compreensão, não da existência de um ser autista, mas sim de uma criança, que em

determinada idade apresenta TEA, e para qual tecnicamente é possível utilizar de

seus recursos pessoais disponíveis para estimular, habilitar e/ou reabilitar, treinar e

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mesmo tratar a criança e seus aspectos que se encontrarem em atraso de

desenvolvimento.

O caso é discutido em equipe mínima, assim, se necessário, há o

agendamento no próprio CAPSi com um fonoaudiólogo, um terapeuta ocupacional,

um psicólogo, ou ainda um pediatra, para avaliação do quadro atual da criança, além

disso, haverá o agendamento com o psiquiatra infantil do CAPSi, para consulta

médica e definição diagnóstica.Na discussão de caso, é realizada uma propositura

de PTI (Projeto Terapêutico Individual).

O PTI apresentará as definições fundamentais da assistência a ser ofertada à

criança (ou adolescente) e sua família, através do qual será estabelecido:

- o quê será realizado como terapêutica (que se estabelece segundo

demanda apresentada pela criança, definindo portanto, atividades personalíssimas

para cada uma, uma vez que embora com mesmo diagnóstico, cada criança terá

uma história pessoal e é única em sua necessidade e potencial;

- por quem, ou por quais profissionais será realizada a terapêutica, mais uma

vez segundo a demanda apresentada pela criança;

- como esta terapêutica será realizada, onde a atividade é apontada e

descrita em seu prontuário, sobre a qual se estabelece um plano de

acompanhamento e revisão segundo o benefício obtido pela criança através da

terapêutica proposta, incluem-se aqui técnicas, métodos e atividades, que vão

desde estimulação específica de funções, fortalecimento de condições psicológicas,

bem como de treinamento de habilidades,inclusão social e escolar, estabelecimento

de rotinas, ou ainda de desconstrução destas, caso haja tal indicação como

condição para obtenção de níveis de harmonia e bem estar na vida cotidiana da

criança/adolescente, além do próprio planejamento das mesmas;

- onde dentre os espaços físicos disponíveis no CAPSi, no seu entorno, e na

sua comunidade a terapêutica será realizada;

- e quando será realizada, estabelecendo a periodicidade e regularidade

da(s) mesma(s).

Será sequencialmente realizado um agendamento de feed back com a família

e apresentação da proposta de PTI para a criança e seu familiar, ou sua família

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conforme PTI, com o técnico de referência da criança no CAPSi (podendo ser este

aquele que realizou o Acolhimento, ou aquele designado no ato de discussão de

equipe para propositura de PTI).

O PTI contemplará invariavelmente assistência à criança, neste CAPSi,

individualmente, e/ou em grupo, conforme indicação técnica, assistência à sua

família na pessoa de seu responsável, ou responsáveis, através das atividades do

Programa de Abordagem Familiar, bem como assistência através da rede de

cuidados à criança e ao adolescente disponível na comunidade a que pertença a

criança, como serviços ambulatoriais de fonoaudiologia, terapia ocupacional,

psicologia, equoterapia, programas de inclusão social e escolar, entre outros,

conforme necessidade específica de cada criança, ou adolescente com diagnóstico

de TEA.

Desta forma, o método pandorga prevê ações sequenciais de investigação e

tratamento da criança/adolescente com diagnóstico de TEA, com a possibilidade de

utilização de técnicas variadas de estimulação, treino, habilitação e reabilitação de

funções, potencialidades e desenvolvimento. O entendimento de se tratar sempre e,

sobretudo de um ser, cuja existência contempla em si, uma abertura infinita de

possibilidades, e que tal fato promove que tanto a condição de instalação da

patologia seja peculiar ao indivíduo, quanto os meios para seu cuidado e tratamento,

garante a este método, a utilização não de uma técnica universal para todas as

crianças acometidas por TEA, mas, a possibilidade de uso daquelas que sejam

indicadas a partir da demanda específica apresentada por cada criança, quem é o

sujeito de sua própria história.

Portanto a criança/ adolescente com diagnóstico de TEA, e em tratamento no

CAPSi, receberá alta do tratamento tão logo clinica e psicossocialmente apresente

condições, que serão constantemente avaliadas e discutidas pelos técnicos que

realizam a assistência da criança e de sua família, através do procedimento de

discussão de casos, realizado semanalmente no CAPSi em sua reunião técnica

ordinária, bem como através das reuniões de mini equipe realizadas diariamente

após os atendimentos do período; na alta por conclusão receberá encaminhamento

para acompanhamento médico psiquiátrico ambulatorial, caso faça uso de

medicação psiquiátrica, e receberá encaminhamento para acompanhamento

ambulatorial de outras especialidades caso apresente necessidade.

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8- Aniversariante do Mês, que constitui atividade sistêmica de atendimento,

realizada em um dia da última semana de cada mês tanto no período matutino,

quanto no período vespertino, onde as crianças ou adolescentes, que fazem

aniversário no mês em andamento, participam acompanhadas de dois ou mais

técnicos de uma oficina de preparo de festividade/celebração, enfeitando e

decorando a sala de oficinas, enquanto as mães das crianças ou adolescentes

aniversariantes, acompanhadas por um técnico, participam do preparo do bolo e

salgados que serão servidos na festa do(s) aniversariante(s). Quando tudo está

pronto, a mesa é posta e servida, as mães são convidadas a realizarem ainda uma

homenagem verbal ao filho, após esta homenagem canta-se o parabéns e os

aniversariantes cortam o bolo, tiram fotos e servem os presentes. Nesta atividade,

cada aniversariante é autorizado a trazer três convidados para participarem.

9- Oficinas Comunitárias constituem atividades festivas uma no mês de julho, outra

no mês de dezembro, intituladas oficina Julina e oficina de Natal, respectivamente,

abertas à comunidade local e aos amigos e familiares dos usuários, com caráter de

inclusão social, e propiciando experiência de vida comunitária com a participação de

todos os técnicos, sendo, portanto, realizada em dia de sábado para viabilização da

presença de todos os pais, crianças, adolescentes, familiares, amigos e técnicos.

10- Oficinas Externas, que ocorrem segundo indicação técnica para atividades de

inserção social, através de acompanhamento terapêutico da criança/adolescente a

passeios em locais públicos como parques, shoppings, cinemas, teatros, compras

pessoais, no treino de exercício de cidadania, e etc.

11- Visitas Domiciliares/Institucionais, constituem um programa de atendimento,

através das quais se pode obter melhores dados da realidade sócio familiar de cada

cliente do CAPSi, podendo ainda elucidar psicodinâmicas familiares, componentes

de quadros em investigação diagnóstica, através das visitas ainda é oferecido e

realizado atendimentos que muitas vezes não são possíveis na unidade, tanto por

dificuldades de acesso do cliente e sua família ao serviço em função da gravidade

do quadro psicopatológico instalado, bem como por comportamentos de

preservação de imagem, comum à crianças que temem discriminação por

participarem de serviços de saúde mental, entre outros; outra modalidade do

atendimento ao cliente se dá através de visitas institucionais como escolas,

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ministério público, delegacias, defensorias, secretarias e toda rede de cuidados e

proteção à criança e ao adolescente, também intensamente comum na atenção

psicossocial.

12-Acompanhamento Terapêutico (AT) caracteriza-se por uma atividade de “estar

com” a criança ou o adolescente segundo a sua peculiar condição de estar naquele

momento, ou seja, uma criança ou adolescente quando submetidos a sintomas

invasivos de transtornos mentais severos como alucinação, delírios, agitação

psicomotora, confusão mental, desorientação tempo espacial entre outros, acaba

por apresentar significativas dificuldades para realização de atividades ou tarefas

tanto em grupo quanto individualmente devendo no entanto, apesar deste quadro, e

por este quadro, ser assistida dentro de um programa de AT, que constitui um

acompanhamento especializado dentro e a partir de suas possibilidades individuais

e momentâneas, até que consiga, a medida que alcance melhora clínica psíquica,

envolver-se em atividades mais elaboradas e estruturadas.

13- Formação Técnica Continuada, atividade de estudo interno realizado por e

entre os próprios técnicos do CAPSi, com a possibilidade de participação de instrutor

externo convidado e voluntário, todas as quartas feiras, no segundo quarto de hora

da reunião ordinária de equipe. (tabela de conteúdos e cronograma em anexo).

*A caracterização da clientela deste CAPSi, neste último ano de 2011, entre

outros dados, aponta o índice das patologias mais incidentes entre as

crianças/adolescentes admitidos, sendo em primeiro lugar os transtornos

invasivos do desenvolvimento, em segundo lugar os transtornos de humor

depressivos e em terceiro lugar os transtornos psicóticos.

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Profissionais/Responsabilidades

O quadro de servidores é composto por membros efetivos e contratados, sob

regência direta do CIAPS Adauto Botelho/SES-MT e, portanto, sujeito a alterações a

quaisquer momentos. Na elaboração do Projeto Global definimos as atribuições dos

profissionais:

1. Médico Psiquiatra Infantil:

Realiza consultas e solicitação de exames ou quaisquer outros procedimentos

médicos necessários;

Atende sob agendamento máximo de oito pacientes por período, justificados

pelos encaixes de urgência, reavaliação e/ou manutenção de medicação;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Participa em reuniões de equipe e mini-equipes.

2. Médico Pediatra:

Realiza consultas e solicitação de exames ou quaisquer outros procedimentos

necessários;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Atende sob agendamento máximo de oito pacientes por período, justificados

pelos encaixes de urgência, avaliação, reavaliação e/ou manutenção de

medicação;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Participação em reuniões de equipe e mini-equipes.

3. Psicólogo:

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Faz aplicação de testes psicológicos;

Faz anamnese;

Realiza consultas individuais de avaliação ou psicoterapia;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,

grupos de família e outros;

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É técnico de apoio para atividades em grupo;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Prepara APAC dos usuários sob sua responsabilidade técnica;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais.

4. Assistente Social:

Realiza acolhimento;

Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Realiza anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,

grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Prepara APAC dos usuários sob sua responsabilidade técnica;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais.

5. Enfermeiro:

Realiza acolhimento,

Realiza Pós Consulta,

Faz administração e orientação de medicamentos,

Faz manutenção e atualização da planilha sobre a quantidade e qualidade da

medicação utilizada,

Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis,

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,

grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

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Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário.

Prepara APAC dos usuários sob sua responsabilidade técnica.

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade.

Realiza visitas domiciliares e institucionais

6. Fonoaudiólogo:

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,

grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais.

7. Terapeuta Ocupacional

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Faz consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,

grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

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Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais.

8. Técnico em Educação Artística:

Realiza acolhimento;

Realiza terapias específicas;

Realiza consultas individuais ou com familiares/responsáveis;

Faz anamnese;

Faz condução de grupos, grupos terapêuticos, grupos operativos, oficinas,

grupos de família e outros;

É técnico de apoio para atividades em grupos;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Realiza apoio e orientação à família e/ou usuário;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais.

9. Técnico em Enfermagem:

Realiza pós consulta;

Faz administração e orientação de medicamentos;

É técnico de apoio para atividades em grupos: grupos terapêuticos, grupos

operativos, oficinas, grupos de família e outros;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa em reuniões de equipe e mini-equipe;

Participa da discussão dos casos e estratégias clínicas indicadas para cada

usuário;

Presta apoio e orientação à família e/ou usuário;

Realiza informação acerca de medicamentos prescritos a usuários admitidos,

e usuários subseqüentes em circunstância de modificação de medicação;

Faz acompanhamento terapêutico (AT) = estar com, dentro e fora da unidade;

Realiza visitas domiciliares e institucionais.

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10. Técnico Administrativo:

Faz manutenção e adequação do setor administrativo;

Realiza a obtenção e atualização de dados imprescindíveis para inserção e

permanência do usuário no serviço;

Promove contato e integração com a rede de proteção e atenção à criança e

adolescente, em situações individuais ou de grupos;

Participa de reuniões de equipe e mini-equipe.

É responsável pelos pedidos, encaminhamentos e demais procedimentos

necessários para quando forem solicitados exames;

É responsável pela manutenção da alimentação de dados de caracterização

de clientela para registro no sistema.

É responsável pela reposição de materiais de escritório e papelaria gráfica

utilizados no CAPSi.

É responsável pela contagem mensal de refeições consumidas para relatório

a ser enviado à empresa de nutrição do CIAPS,

11. Motorista:

Realiza o transporte de técnicos, crianças e adolescentes acompanhados de

um técnico ou de ao menos um familiar responsável, para qualquer lugar

definido e determinado pela equipe técnica e segundo a autorização desta.

12. Auxiliar de Serviços Gerais:

Realiza a limpeza dos espaços físicos;

Organiza a mobília após utilização nos atendimentos;

Recolhe o lixo e o dispensa para coleta pública.

13. Auxiliar de Cozinha:

Responsável pelo preparo dos lanches ofertados nos horários dos

atendimentos;

Responsável pela aquisição de refeições de almoço, para técnicos, crianças,

adolescentes e familiares que tenham demanda e autorização da equipe

técnica para almoçar no CAPSi, segundo critérios de cuidado, proteção e

terapêutica;

Responsável pela limpeza e do espaço físico da cozinha e seus utensílios.

14. Vigilante

Responsável pela vigilância patrimonial dos ambientes internos e externos do

CAPSi: 24h/dia de segunda a domingo;

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É vinculado ao serviço através de treinamento e orientações acerca do

convívio do mesmo com as famílias, crianças e adolescentes, usuários da

casa.

15. Estagiários:

A presença de estagiários é valorizada pelo serviço e pela sua equipe,

mas somente após o cumprimento de todas as normas estabelecidas pelo

CIAPS Adauto Botelho.

Devidamente direcionado ao CAPSI, o estagiário será acolhido pela

equipe de determinado período e serão construídas suas responsabilidades e

atribuições em acordo com a sua graduação e necessidades do serviço.

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Protocolo da Unidade:

Normas e Rotinas Gerais

1. Aos sábados, domingos e feriados, só poderá entrar na unidade quem

possuir autorização, por escrito, do Responsável Técnico pela unidade, só

poderá permanecer na unidade após as 18:00 horas técnicos em serviço

de assistência.

2. Não é permitido que familiares/responsáveis recebam café, salvo como

procedimento terapêutico;

3. Todas as crianças, adolescentes e familiares que estiverem no serviço

poderão receber lanche e/ou refeição a qualquer momento que a equipe

julgar necessário;

4. No dia da consulta médica os pais são os responsáveis pelo cuidado do

usuário no ambiente do CAPSi;

5. Em dias de consultas médicas será avaliada a necessidade de oferecer

lanche aos usuários e seus responsáveis;

6. O lanche dos usuários inseridos em tratamento é uma atividade

terapêutica, sua dinâmica é definida pelos técnicos responsáveis;

7. O usuário não poderá fazer ligações telefônicas, salvo se for uma conduta

terapêutica;

8. O usuário poderá usar e circular pela casa toda, principalmente em casos

de assistência intensiva, e poderá usar o banheiro dos funcionários para

tomar banho;

9. O usuário só poderá usar o computador com a presença de um técnico;

10. Somente o número de telefone 3661-7226 deverá ser divulgado para os

usuários/familiares;

11. Não serão aceitas ligações a cobrar no número 3661-7226;

12. Todas as visitas domiciliares ou institucionais deverão ser registradas pelo

motorista, em livro específico;

13. A TV e demais equipamentos eletrônicos são para uso terapêutico;

14. Horário de funcionamento: das 7h às 18h.

Normas e Rotinas da Recepção/Acolhimento

1. O serviço trabalha com o sistema de agendamento prévio de usuários que

possuam encaminhamento de um serviço de saúde. Tal procedimento é

de responsabilidade dos técnicos da recepção, no período matutino, das

07:00 as 10:00 horas;

2. Os agendamentos serão feitos de acordo com as vagas existentes na data

mais próxima daquelas que partiu a solicitação;

3. Em casos de solicitações de agendamento para usuários do interior do

estado, a recepção deverá encaminhar a ligação para um dos membros da

equipe técnica, para orientação e esclarecimento da prática e dinâmica do

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serviço. Exceções de acolhimento sem agendamento para casos graves

que busquem pelo serviço pessoalmente, em quaisquer dias ou horários;

4. Usuários com procedência do município de Várzea Grande deverão ser

orientados a procurar pelo CAPSi do próprio município. Exceções para

casos graves que busquem pelo serviço pessoalmente, em quaisquer dias

ou horários;

5. Todos os usuários do município de Cuiabá devem ter prontuários abertos,

contendo: encaminhamento de um serviço de saúde, ficha de acolhimento

e ficha de cadastro preenchida;

6. O prontuário deve conter a cópia da Certidão de Nascimento, o número do

cadastro nacional do SUS, CPF do responsável, data de acolhimento,

hipótese diagnóstica, assinatura e carimbo do técnico que acolheu;

7. Para usuários do interior, incluindo o município de Várzea Grande que

estiverem em situação de urgência, será aberto número de prontuário com

a letra “i” na frente do mesmo (ex: 2103i);

8. No momento do agendamento o responsável informará que o acolhimento

é realizado de segunda a sexta-feira com horários matutino e vespertino,

exceto na quarta feira vespertino, dia de reunião ordinária de equipe;

9. Caso haja definição por um encaminhamento externo, este deverá ser feito

pelo técnico responsável em duas vias, protocolado pelo responsável

ficando a cópia arquivada em prontuário. Caberá a recepção auxiliar na

fiscalização do cumprimento desta norma;

10. Casos de reacolhimento não necessitam de encaminhamento. Serão

inseridos em modo documental e protocolar de acolhimento para nova

escuta e possível inserção, porém será mantido o mesmo prontuário e

número de registro;

11. Tratando-se ainda de reacolhimento, nova ficha de acolhimento deverá ser

preenchida para atualização de dados e deverá constar na sequência do

prontuário;

12. O usuário que não tiver o cartão do SUS receberá, obrigatoriamente, a

orientação sobre as conseqüências para o serviço, através do técnico da

recepção;

13. O livro de Cadastro dos Prontuários deve ser atualizado quanto ao registro

de dados com definição numérica ordinal, nome, data de acolhimento,

período do acolhimento, sexo e técnico que realizou o acolhimento, pelo

técnico administrativo da recepção;

14. A presença do usuário e/ou responsável deverá obrigatoriamente ser

registrada em formulário próprio da recepção (livro de movimento);

15. A caixa de recados/comunicação entre equipes deverá ser supervisionada

diariamente;

16. Ao atender qualquer solicitação vinda da equipe técnica, evoluir como foi o

contato com o responsável;

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17. Ao atender qualquer solicitação vinda do usuário/responsável, acolher e

orientar que receberá resposta após discussão com a equipe técnica

responsável, no período em que é assistido;

18. Fornecer e orientar o uso e importância do cartão amarelo: agendar

consultas, atividades, eventos, oficinas, etc.

19. Os documentos endereçados ao CAPSi que chegarem até a recepção

deverão ser datados, carimbados e repassados ao responsável técnico da

unidade.

Normas e Rotinas da Administração

1. Os ofícios e memorandos elaborados diretamente para a condução do

tratamento do usuário deverão receber numeração e registro em livro

destinado a este fim. Estes deverão ser enviados em 3 (três) vias: uma que

será enviada, uma cópia que ficará arquivada para o serviço e a terceira que

será colocada no prontuário do mesmo;

2. Ofícios e memorandos que digam respeito ao funcionamento ou manutenção

da unidade serão registrados e emitidos em duas vias. A cópia ficará

arquivada em pasta específica da administração;

3. Fixar e manter na administração um painel com os novos prazos de

vencimentos das APAC´s. Este deverá ser atualizado pela equipe em função

de novos usuários que foram inseridos;

4. O laudo de admissão e também os subseqüentes, serão de responsabilidade

da equipe do período de referência do usuário;

5. Os técnicos deverão encaminhar para a administração os laudos novos e os

laudos renovados no máximo até o dia 20 de cada mês;

6. O relatório mensal das APAC´s, BPA e caracterização da unidade serão

enviados até o dia 5 do mês subseqüente.

Normas e Rotinas da Equipe Técnica

1. O acolhimento será realizado individualmente, de segunda à sexta feira por

técnicos previamente escalados no decorrer da semana.

2. Para todo usuário que retornar ao serviço para nova escuta (após

atendimento inicial) deverá ser aberto laudo para admissão em APAC,

inclusive caso de readmissão, que ocorrerá através de discussão de equipe

para apresentação da criança/adolescente em seu quadro psicossocial atual;

3. O técnico também é responsável por reforçar a informação pela necessidade

de providenciar o número do cartão do SUS do usuário;

4. Todo caso admitido (mesmo que para avaliação), será realizada anamnese

simplificada com a presença dos pais ou outra figura significativa da história

do usuário;

5. A anamnese estruturada será realizada mediante decisão técnica de

indicação para o acompanhamento/ avaliação de caso.

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6. Definida a permanência para tratamento, o usuário terá um técnico de

referência no período e equipe que o assiste;

7. O técnico de referência é definido por critérios elaborados dentro do

funcionamento de cada equipe, levando-se em conta inclusive o fenômeno de

empatia da criança/adolescente por algum técnico;

8. A equipe de referência é a responsável pela elaboração, abertura e

renovação dos laudos, contatos com outras instituições e serviços, supervisão

de presença, marcação e presença a consultas médicas, discussão e

definição do Projeto Terapêutico Individual – PTI;

9. Todo prontuário deve conter o PTI, que deverá ser realizado

preferencialmente em conjunto equipe/usuário e familiar responsável, com os

procedimentos indicados pela equipe e a movimentação em suas evoluções e

condução do tratamento atualizado;

10. Havendo uma proposta de PTI, o técnico agendará consulta para

apresentação deste, através de devolutiva do caso para o usuário e seu

responsável,

11. Usuário e serviço farão um Termo de Compromisso (em duas vias

carbonadas, cópia carbonada fica no prontuário) no momento da devolutiva e

definição do PTI. Neste momento serão discutidos direitos e deveres de

ambas as partes;

12. A admissão do usuário implicará na inserção de seu responsável/família nas

atividades oferecidas pelo serviço, respeitando o caráter subjetivo e particular

previamente discutido na equipe e com os próprios interessados;

13. Todas as quartas-feiras serão realizadas reuniões de equipe técnica, no

período vespertino, com registro em ata e participação obrigatória de todos os

técnicos;

14. Todos os dados referentes a atendimentos de familiares, responsáveis,

escola ou outro representante, devem ser registrados em prontuário;

15. Todas as anotações do prontuário devem ser assinadas e carimbadas;

16. Toda interrupção de atendimento deve ser registrada e conter: data, motivo

da interrupção (alta por conclusão, intercorrência, encaminhamento,

abandono, etc, e deve ser informada à recepção para registro no livro de alta)

e observação sucinta sobre as condições de saída do usuário;

17. As APAC´s somente poderão ser abertas após consulta e ou discussão de

caso com o médico psiquiátrica;

18. Em caso de encaminhamento externo, a qualquer momento após a abertura

do prontuário, este será preenchido em duas vias. A primeira será entregue

ao responsável e a segunda anexada ao prontuário com a assinatura do

responsável;

19. No caso do responsável solicitar alta do tratamento, sem indicação e

concordância da equipe, o mesmo assinará o formulário de Alta a Pedido e

este será arquivado em prontuário;

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20. O usuário que vier com encaminhamento de outro serviço e não for inserido

nesta unidade, terá o formulário de encaminhamento preenchido em seu

campo de retorno, com especificações sobre a avaliação;

21. Em caso de permanência integral ou intensiva do usuário, a equipe de

referência será responsável por passar informações sobre as condutas e

discussões adotadas;

22. A equipe de referência é o responsável de comunicar a equipe do outro

período caso alguma norma/regra seja alterada, assim como evoluir as

mudanças em prontuário e colocar o mesmo na caixa amarela, em destaque.

Qualquer regra só poderá ser alterada por fundamentação técnica ou teórica;

23. Serão realizadas duas oficinas sociais abertas para a comunidade: Oficina

Julina (14/07) e Oficina de Natal (15/12), havendo um livro de registros dos

mesmos;

24. Será realizada a comemoração da Semana da Criança de 08 a 11/10/2012,

com atividades programadas e direcionadas apenas aos usuários em

tratamento;

25. Os passeios são considerados recursos para os grupos e oficinas. Fica

estabelecido um mínimo de dois passeios por ano;

26. Em cada mês haverá uma comemoração de aniversário envolvendo os

aniversariantes daquele mês e, preservando a relação de vínculo, serão

realizadas nos períodos em que os mesmos são assistidos ou permanecem

em tratamento, através da atividade terapêutica “Aniversariantes do mês” e

sua metodologia, havendo para tanto um livro de registros dos mesmos;

27. É proibido fotografar ou filmar as instalações, os técnicos e especialmente as

crianças/adolescentes usuárias do serviço, exceção apenas para os técnicos

que poderão registrar as atividades através de imagens para fins específicos

do serviço.

28. Considerando festivas e datas sociais, os temas serão introduzidos e

trabalhados, junto aos usuários e familiares, como forma de organização e

localização sócio-temporal, exercício cidadão, além de aspectos subjetivos

das relações implicadas nos temas.

Ressaltamos que toda a equipe, deste serviço, tem ciência e concorda que as

mudanças deste projeto poderão ocorrer a qualquer momento que ser fizerem

necessárias, após discussão responsável e comprometida.

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RELAÇÃO SEMANAL DE ATIVIDADES (BASE)

As atividades elencadas são mencionadas como base, pois podem sofrer

alterações de datas e horários conforme necessidade da assistência prestada e da

formação de novos grupos ou atividades. As atividades em andamento ficam

expostas no painel de recepção do CAPSi, e são elaboradas e atualizadas pela

equipe de referência do período de execução, com apresentação em reunião de

equipe para ciência de todos.

Cuiabá, 16 de fevereiro de 2012.