capitulo5 leo

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  • 7/23/2019 Capitulo5 Leo

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    Captulo 5

    VISTAS EM CORTE

    Definio

    Quando a pea a serdesenhada possuir muitosdetalhes internos, detalhes

    invisveis, as projeesortogonais tero muitas linhastracejadas e podero dificultara interpretao do desenho.

    A Figura 5.1 mostra oexemplo de uma pea comvrios detalhes internos nasvistas de frente e lateralesquerda, que estorepresentados por linhastracejadas.

    Figura 5.1Para facilitar a interpretao dos detalhes internos, representados por linhas

    tracejadas, foi normalizada a utilizao de vistas em corte.Uma vista em corte uma projeo ortogonal feita a partir de um determinado

    ponto da prpria pea. A Figura 5.2 mostra a aplicao de corte, onde pode serobservado que a projeo da vista de frente corresponde quilo que visto, nadireo indicada, a partir do plano secante AB.

    Corte - AB

    A B

    Figura 5.2

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    Ou seja, a vista de frente corresponde ao desenho da pea cortada pelo planosecante no ponto indicado pela linha de corte que vai de A at B, considerando osentido de observao, indicado pelas flechas colocadas na linha de corte.

    A linha utilizada para indicar o local onde a pea ser cortada, linha de corte, uma linha grossa constituda de traos e pontos. A linha de corte identificada porletras colocadas em suas extremidades e o sentido de observao identificado porsetas perpendiculares linha de corte. As mesmas letras que identificam a linha decorte so utilizadas para identificar a vista resultante do corte.

    Onde houver interseco do plano secante com a pea sero colocadashachuras.

    Hachuras

    A finalidade das hachuras indicar as partes macias, evidenciando as reasde corte.

    As hachuras so constitudas de linhas finas, eqidistantes e traadas a 45

    em relao aos contornos ou aos eixos de simetria da pea, conforme mostra aFigura 5.3.

    Figura 5.3

    O espaamento entre as hachuras dever variar com o tamanho da rea a serhachurada [Figura 5.4(a) e (b)]. Quando a rea a ser hachurada for muito grandepode-se colocar as hachuras acompanhando o contorno da pea [Figura 5.4(c)].

    (a)

    (b)(c)

    Figura 5.4

    50

    Figura 5.5

    Havendo necessidade de fazer qualquerinscrio na rea hachurada, deve-seinterromper as hachuras para deixar bemntida a inscrio feita, como mostra a Figura5.5.

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    LEITURA E INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO 65

    As hachuras de peas com espessura muito pequena, peas delgadas, sorepresentadas em preto, com filetes brancos separando as partes contguas,conforme mostra a Figura 5.6

    Figura 5.6

    Em uma mesma pea as hachuras devem ter uma s direo (vide Figura5.2).

    Nos desenhos de conjuntos as peas adjacentes devem ser hachuradas emdirees diferentes. A figura seguinte mostra um conjunto de peas, desenhadas

    montadas, sem corte na Figura 5.7(a) e em corte na Figura 5.7(b).Observe que a vista em corte com variao das direes e dos espaamentos

    das hachuras permite a identificao dos limites de cada pea e facilita bastante ainterpretao do desenho.

    1 Pino2 Suporte3 Eixo

    4 - Bucha5 Polia6 Base

    Nervura

    Figura 5.7(a)

    Corte - AB B

    A

    Figura 5.7(b)

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    Existem normas especficas que permitem a utilizao das hachuras paraindicar o tipo do material da pea. A Figura 5.8 mostra algumas hachurasconvencionadas para representar o tipo de material utilizado na construo da pea.

    Ferro Fundido Ao Cobre, Lato,Bronze etc.

    Alumnio e

    Ligas leves

    Borracha,

    Plstico eIsolantes

    Chumbo, Zinco

    Figura 5.8

    Regras para Traado de Vistas em Corte

    1. Elementos tais como: eixos, pinos, parafusos, porcas, dentes de engrenagem,chavetas, rebites e nervuras, quando seus eixos longitudinais estiverem noplano de corte, no sero cortados, portanto, no sero hachurados. Observena Figura 5.7(b) que a Nervura do Suporte (item 2) e os itens 1 e 2 (Pino eEixo) no aparecem cortados no desenho de conjunto.

    2. Nas vistas em corte no se deve colocar linhas tracejadas. As arestasinvisveis que esto situadas alm do plano de corte s devem serrepresentadas se forem necessrias compreenso da pea.

    3. A disposio das vistas em corte deve seguir a mesma disposio das vistasprincipais. Seguem a mesma disposio das seis vistas mostradas no captulo3.

    4. Em peas simples, nas quais sejabvio a localizao da posio doplano de corte, pode ser dispensadoo desenho da linha de corte, como

    mostra o exemplo da Figura 5.9.

    Figura 5.9

    5. Quando o corte da pea forconstitudo de planos secantesparalelos, as hachuras devem ter amesma direo, porm, serodeslocadas para distinguir os planosde corte,mostra a Figura 5.10.

    A

    B Corte - AB

    A

    Figura 5.10

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    LEITURA E INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO 67

    Corte Total

    Corte Total aquele que atinge a pea em toda a sua extenso, onde o planode corte atravessa completamente a pea. O corte total chamado de CorteReto,quando o plano secante constitudo de uma nica superfcie, como foi mostrado naFigura 5.2.

    O plano secante pode ser constitudo de mais de uma superfcie. A Figura5.11 mostra a aplicao de um corte total onde o plano secante muda de direo,sendo composto por vrias superfcies, para melhorar a representao das partesinternas da pea.

    C

    D

    Corte - CD

    Figura 5.11

    Como o desenho estno 1 Diedro, com o sentidode observao indicado,resulta na apresentao docorte CD na posio da

    vista lateral esquerda.Quando o plano

    secante muda de direo ocorte chamado de Corteem Desvio ou CorteComposto.

    Observe que a linhade corte muda de direopara atingir detalhesinternos no alinhados.

    Na representao de uma pea pode-se fazer tantos cortes quantos foremnecessrios para facilitar o entendimento de todos os seus detalhes internos. AFigura 5.12 mostra a mesma pea das Figuras 5.2 e 5.11 utilizando duas vistas emcorte.

    Corte - AB

    A B

    C

    D

    Corte - CD

    Figura 5.12

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    Exerccios Resolvidos

    A

    B Corte - AB 1 Diedro

    C

    D

    Corte - CD 3 Diedro

    G H

    Corte - GH

    3 Diedro

    E

    Corte - EF

    F

    1 Diedro

    Exerccios Propostos

    Desenhar os cortes indicados

    A

    A

    B B

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    LEITURA E INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO 69

    F F

    E E

    Particularidades dos Cortes em Desvio (Cortes Compostos)Os desvios dos planos de corte podem conter superfcies oblquas, conforme

    mostram as Figuras 5.13 e 5.14, nas quais os planos de corte BB e CC socompostos por superfcies concorrentes.

    A superfcie oblqua do plano de corte rotacionada at a obteno de umanica superfcie, para transformar o corte composto por duas superfcies em umcorte reto.

    B

    B

    Corte - BB

    Figura 5.13

    C

    C

    Corte - CC

    Figura 5.14

    O desenho resultante com a rotao da parte oblqua do plano de corterepresenta a verdadeira grandeza do corte contido pelos planos concorrentes.

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    A

    A

    Corte - AA Figura 5.15

    As Figuras 5.10 e 5.15 mostramum outro exemplo de corte em desvio,onde a disposio do plano secanteexige o deslocamento das hachuraspara facilitar a identificao das partescortadas.

    O plano de corte tambm pode ser composto por planos sucessivos conformemostra a Figura 5.16.

    D

    D

    Corte - DD

    Figura 5.16

    No exemplo apresentadona Figura 5.16, necessrioutilizar rupturas para poderrepresentar a verdadeiragrandeza da parte oblqua e, aomesmo tempo, manter oalinhamento vertical das vistas.Desta forma, o corte composto

    apresenta o resultado de umcorte reto, onde os detalhes dasdiferentes superfcies do cortecomposto aparecem emverdadeira grandeza.

    Quando a pea contiver detalhes (furos, ressaltos, nervuras, etc.) radialmentedistribudos e que no so atingidos pelo plano de corte, faz-se, sem qualquermeno ou indicao, a rotao dos detalhes at que coincidam com o plano decorte, conforme mostra a Figura 5.17. A vista em corte ser simtrica e os detalhesrotacionados aparecem em suas verdadeiras grandezas.

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    LEITURA E INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO 71

    Na Figura 5.17 pode-se observar, navista resultante do corte GG, que houve no

    lado esquerdo o rotacionamento da nervurasuperior, e no lado direito aparecemrotacionados o ressalto inferior com o seu furoe a sua nervura.

    G G

    Corte - GG

    Figura 5.17

    Exerccios Resolvidos

    B

    B

    Corte - BB

    1 Diedro

    C

    C

    Corte - CC 3 Diedro

    A

    A

    Corte - AA

    1 Diedro

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    Meio Corte

    Em peas simtricas conveniente fazer com que o plano de corte vsomente at a metade da pea. Deste modo, a vista em corte representarsimultaneamente a forma externa e interna da pea.

    A Figura 5.18 mostra alinha de corte indo at o meio dapea, e desviando-seperpendicularmente para fora dapea.

    O eixo de simetria separao lado cortado do no cortado. Avista em corte mostra, emrelao ao eixo de simetria e linha de corte, na parte inferior,

    a forma interna da pea e naparte superior a forma externa.

    A

    Corte - AA

    A Figura 5.18

    Assim como no corte total, no meio corte, tanto na parte cortada como naparte no cortada, tambm no se deve representar as arestas invisveis. Ou seja,em ambos os lados, as linhas tracejadas somente devem ser desenhadas se foremimprescindveis para a compreenso do desenho.

    Considerando que nas regras para desenhar vistas em corte, a de nmero 4permite que no se coloque a linha de corte quando a posio da mesma bvia;

    nas vistas desenhadas com meio corte, devido s peas serem simtricas, namaioria dos casos a posio da linha de corte ser obvia. Assim sendo, a grandemaioria de desenhos em meio corte no apresentar a linha de corte.

    Quando no h representao da linha de corte, as normas determinam que:quando o eixo de simetria for vertical a metade cortada dever ser representada direita e, quando o eixo de simetria for horizontal metade cortada dever estar naparte inferior, conforme mostram as Figuras 5.19 (a) e (b).

    (a)

    (b)

    Figura 5.19

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    LEITURA E INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO 73

    Corte Parcial

    Nos Cortes Parciais ou Rupturas como tambm so chamados, apenas umaparte da pea cortada visando mostrar algum detalhe interno. Quando os detalhesesto concentrados numa determinada parte da pea no haver necessidade deutilizar um corte completo e, assim sendo, para facilitar a execuo do desenho

    deve-se utilizar o corte parcial.

    Nos cortes parciais o planosecante atinge a pea somente ataonde se deseja detalhar e o limitedo corte definido por uma linhade ruptura. A linha de ruptura uma linha irregular, contnua e deespessura fina.

    Nos cortes parciais so

    representadas todas as arestasinvisveis, ou seja, se colocamtodas as linhas tracejadas. Figura 5.20

    Exerccios Resolvidos com Meio Corte e Corte Parcial

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    Sees

    Seo um corte que representa somente a interseco do plano secantecom a pea. Em outras palavras, a seo representa a forma de um determinadoponto da pea. Para facilitar o entendimento da diferena entre corte e seo, aFigura 5.21 mostra a aplicao, em uma mesma pea, de corte AA na parte superior

    da figura e da seo AA na parte inferior.

    A

    A

    Corte - AA

    A

    A

    Seo - AAFigura 5.21

    Observe que na vista em corte representado tudo que se est vendo a partirdo plano de corte AA, enquanto, na seo representada somente a parte atingidapelo plano de corte AA (parte hachurada).

    As sees so chamadas de Sees Transversais porque o plano secante perpendicular ao eixo da parte a ser seccionada e o corte resultante rebatido sobre

    o plano do papel.As sees podem ser desenhadas dentro do contorno da vista ou fora do

    contorno da vista e so utilizadas para representar a forma de nervuras, braos devolantes, rasgos etc..

    Corte - BB

    B

    B

    Figura 5.22

    A Figura 5.22 jfoi mostrada nos

    exerccios resolvidos dapgina 9.

    Observe quecom a aplicao de umaseo, desenhadadentro do contorno davista, sobre o brao dovolante fica mais fcil oentendimento dodesenho.

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    LEITURA E INTERPRETAO DE DESENHO TCNICO 75

    A figura 5.23 apresenta a aplicaode seo, desenhada dentro do contornoda vista, com o objetivo de mostrar a

    forma do brao com a nervura.

    Figura 5.23

    F G

    Corte - FG

    Figura 5.24

    Quando as linhas dodesenho prejudicarem ainterpretao da seo evice-versa, faz-se ainterrupo da vistautilizando linhas de rupturas.

    A figura 5.24 mostra aaplicao de seodesenhada dentro doscontornos da vista com autilizao de linhas derupturas.

    Como a pea temdimenses variveis ao longode seu comprimento, a linhade centro vincula a seo a

    um determinado ponto dapea.

    No caso da Figura 5.24, as dimenses da seo correspondem s dimensesda pea no ponto determinado pela linha de centro.

    Figura 5.25

    As sees podem serutilizadas para mostrar avariao da forma de umapea ao longo de seucomprimento (Sees

    Sucessivas).As Figuras 5.25 e 5.26

    mostram as diferentessees de cada ponto dasrespectivas peas,desenhadas fora do contornoda vista.

    Nestes casos, comoas sees foram desenhadasprximas das vistas, as linhastrao ponto (linhas de centro)

    fazem a identificao dospontos seccionados em cadapea.

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    Figura 5.26

    Quando as sees forem desenhadas fora do contorno da vista e deslocadasem relao posio da vista, necessrio fazer a identificao da posio doplano secante utilizando linha de corte e letras para vinculao das sees com apea.

    A Figura 5.27 mostra as mesmas sees da Figura 5.26, porm, desenhadasdeslocadas em relao vista com as linhas de corte identificadas por letras.

    A

    AB

    C

    D

    D

    CB

    Seo - AASeo - BB

    Seo - CC

    Seo - DD

    Figura 5.27

    Vale a pena observar que, apesar de ser normalizado a indicao do sentidode observao no desenho de sees deslocadas em relao vista, no existelgica na indicao do sentido de observao porque a seo representa a forma dolocal indicado e, assim, a forma ser a mesma independente do sentido deobservao.