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Sistema de Abastecimento de Água 1
CAPÍTULO 5 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
Sistema de Abastecimento de Água 2
1. Considerações Gerais
A rede de distribuição de água é constituída por um conjunto de condutos assentados
nas vias públicas, junto às edificações, com a função de conduzir a água para os prédios e
pontos de consumo público. Esses condutos caracterizam-se pelas numerosas derivações
(distribuição em marcha) e uma disposição “em rede”, derivando daí seu nome.
2. Traçados dos condutos
Na rede de distribuição distinguem-se dois tipos de condutos:
(A) Condutos principais
São também denominados condutos mestre, ou condutos tronco, são as canalizações de
maior diâmetro, responsáveis pelos condutos secundários. Desta forma, é função dos
condutos secundários. Desta forma, é função dos condutos principais o abastecimento
de extensas áreas da cidade.
(B) Condutos secundários
Tem menor diâmetro, e fazem a ligação entre os condutos principais e as edificações a
serem abastecidas, dependendo, desta forma, dos condutos principais. A área servida
por um conduto deste tipo é restrita e está nas vizinhanças.
O traçado dos condutos principais deve levar em consideração, de
preferência:
- ruas sem pavimentação;
- ruas com pavimentação menos onerosa;
- ruas de menor intensidade de trânsito;
- proximidade de grandes consumidores;
- proximidade das áreas e edifícios que devem ser protegidos contra incêndio.
As redes de distribuição tem basicamente três classificações, de acordo com
a disposição de seus condutos principais:
(a) Rede em “espinha de peixe”
Os condutos principais são traçados, a partir de um conduto principal central,
com uma disposição ramificada. É um sistema típico de cidades que apresentam
desenvolvimento linear.
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(b) Rede em “grelha”
Os condutos principais são paralelos, ligam-se em uma extremidade a um
outro conduto principal, e tem seu diâmetro decrescendo para a extremidade oposta.
(c) Redes malhadas
Os condutos principais formam “circuitos” ou “anéis” lembrando a
disposição em malhas. É um tipo de rede que geralmente apresenta uma eficiência superior
aos dois anteriores, já que nas redes “espinha de peixe” e “grelha” a circulação da água nos
condutos principais faz-se praticamente em um único sentido. Uma interrupção acidental
em um conduto mestre prejudica as áreas situadas à jusante da seção onde ocorreu o
acidente.
3. Valores relativos às redes de distribuição (Normas Brasileiras)
Os valores aqui citados foram adotados por entidades públicas federais
(SUDENE, DNERu, FSEP):
- quota per-capita: recomendados 150 a 200 l/hab/dia. Valor mínimo: 100 l/hab/dia (a
justificar);
- coeficiente do dia de maior consumo: K1 = 1,2;
- coeficiente da hora de maior consumo: K2 = 1,5;
- pressão estática máxima: 50 m.c.a;
- pressão mínima: 10 m.c.a;
- diâmetros mínimos: para tubulações principais 100 mm e para secundárias 50 mm.
4. Considerações sobre a distância entre dois condutos principais
4.1. Redes em “espinha de peixe” ou “grelhas”
Sendo “d” a distância entre duas redes principais opostas, e “L” a distância entre
duas ramificações secundárias. Tomemos duas derivações opostas e consideremos a área
média alimentada por uma delas.
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A distância “d” em hectômetro entre dois condutos principais deverá ser no máximo:
d = 2 Q onde: qd = vazão específica de distribuição (l/seg/ha)
qd L dL/2 = área média em hectares servida por uma derivação
Q = vazão limite fixada para o conduto secundário.
4.2. Redes com condutos principais formando circuitos
Consideremos o circuito formado por quatro condutos iguais com lado “d”
em hectômetros, em média.
Sendo: d – 1 = número de derivações em cada lado,
L
4 ( d -1) = total de derivações para o interior do circuito,
L
qd = vazão específica de distribuição em litros por segundo e por hectare,
Q = vazão limite fixado para o conduto secundário,
d2 = área interna ao circuito, em hectares,
4( d -1)Q = vazão total para a área interna, em l/s, que pode escoar pelas derivações
L
d2qd = vazão total para área interna, em l/s.
L d
L
L
d
L
L
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A distância “d”, em hectares, entre dois condutos principais será dada pela equação:
d2qd = 4 ( d -1)Q Essa equação do segundo grau fornecerá, para a distância d, o
L valor de uma de suas raízes.
5. Dimensionamento dos Sistemas em Circuitos
5.1. Método de Hardy-Cross aplicado ao cálculo das redes de distribuição de água
(a) Em um nó qualquer da rede a soma algébrica das vazões é nula, sendo consideradas
como (+) as vazões afluentes ao ponto, e (-) as efluentes;
Q = Q1 – Q2 – Q3 – Qd + Q4 = 0
(b) Em um circuito fechado (ou anel) qualquer da rede, a soma algébrica das perdas de
carga é nula, sendo consideradas (+) as perdas de carga coincidentes e (-) as perdas de
carga contrárias a um prefixado sentido de caminho no anel.
Sentido de encaminhamento prefixado = sentido horário
Anel I : h = h1 + h2 – h3 – h4 = 0
Anel II: h = - h2 + h5 – h6 – h7 = 0
(c) Para uma dada rede com diâmetros conhecidos, as equações : Q = 0 em cada nó
h = 0 em cada circuito
exprimem as condições necessárias e suficientes para que a distribuição de vazões ( e
assim de perdas de carga) que realmente se verificará quando a mesma for posta em
funcionamento;
Q1 Q2 Q3
Qd = vazão de distribuição Q4
R
I II
h1Q1
h2
Q2
h3Q3 h5Q5
h6
Q6
h5Q5
h4
Q4
A B
C D F
D
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(d) Para efeito de projeto, pode-se admitir com precisão satisfatória, que a distribuição de
água em marcha seja substituída por tomadas localizadas em pontos fictícios isolados,
adequadamente situados na canalização.
Rede real Rede assemelhada à real
(e) A perda de carga total, ao longo de um trecho de comprimento L e diâmetro D, por uma
vazão uniforme Q, pode ser expressa pela seguinte formula geral:
h = r.Qn Sendo: r = resistência relativa de uma tubulação
n = 1,85
R R