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Capitulo 4 - As sociedades industriais e o desenvolvimento
do socialismo
Professor: Robson Vieira
Sociologia – 2º ano – UP
O que foi a Revolução Industrial ?
Conjunto de transformações econômicas, tecnológicas e sociais impulsionadas pela transformação técnica na produção manufatureira.
Passagem do sistema de produção marcadamente agrário e artesanal para outro de cunho industrial, dominado pela maquinaria.
Consolidação do capitalismo
Pioneirismo Inglês
Política mercantilista (comercialismo) - garantiuuma acumulação primitiva de capital;
Vasta rede fluvial e bons portos naturais, quefavoreciam os transportes e escoamento daprodução;
Mercado consumidor vasto – destacando ostratados favoráveis, como o Tratado de Methuen(panos e vinhos) com Portugal.
A política dos cercamentos que garantiu aInglaterra matéria-prima e mão-de-obra farta ebarata.
Cercamentos são o processo de exclusão dos trabalhadores de seu
meio de sustento, as terras produtivas, na transição do feudalismo
para o capitalismo, mediante sua transformação em propriedade.
Historicamente, a propriedade foi introduzida na transição do
feudalismo para o capitalismo para controlar o acesso às terras
produtivas, que de feudo ou terra comunal passaram a
constituir propriedade. A transformação do feudo em propriedade
transformou os senhores feudais em capitalistas.
A transformação das terras comunais em propriedade – através do
processo de cercamentos (enclosures) na Inglaterra que durou do
século XVI ao século XVIII - privou os trabalhadores da possibilidade
de produzirem seus meios de subsistência obrigando-os a vender sua
força de trabalho e assim transformou os servos e pequenos
produtores independentes em assalariados, a relação de produção
predominante no capitalismo.
Cercamentos
Mas afinal o que foram os cercamentos??? (RESUMO)
Consistiu no cercamento e expulsão dos camponeses dasterras comunais, principalmente no final do século XVII eXVIII.
As areas desocupadas passaram a ser utilizadas comopastagem para ovelhas, principal matéria-prima dasmanufaturas têxteis da Inglaterra.
Também foi um evento importante na consolidação danoção de propriedade privada na Inglaterra.
Principais avanços tecnológicos do século XVIII
Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.
Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.
Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.
James Watt
1ª fase da Revolução Industrial (1750/1850)
Inglaterra, França, Bélgica, Estados Unidos
Energia: Carvão Mineral
Maquinário: Ferro fundido/ máquina a vapor
Indústria têxtil e siderurgia
Péssimas condições de trabalho
Capitalismo Industrial e liberal ou Concorrencial – predomínio da lei da oferta e da procura sem interferências dos governos.
2ª fase da Revolução Industrial(1850-1950)
Alemanha, Itália, Rússia, Japão
Fontes de Energia: Carvão Mineral, Petróleo, energia elétrica
Diversificação industrial: petroquímica, metalurgia, farmacêutica, eletroeletrônico
Maquinário: Ferro Fundido, Aço
Melhoria das condições de trabalho (consolidação do movimento operário)
Capitalismo Financeiro – tendência à concentração das industrias em torno de um capital financeiro.
Consequências da Revolução Industrial
Aumento da produção de mercadorias em menos tempo;
Avanços nos sistemas de transportes (principalmente ferroviário emarítimo) à vapor;
Desenvolvimento de novas máquinas e tecnologias voltadas para aprodução de bens de consumo;
Maior concentração de renda nas mãos dos donos das indústrias;
Surgimento de sindicatos de trabalhadores com objetivos de defender osinteresses da classe trabalhadora;
Aumento do êxodo rural (migração de pessoas do campo para ascidades) motivado pela criação de empregos nas indústrias;
Crescimento desordenado das cidades, gerando problemas desubmoradias;
Aumento da poluição do ar com a queima do carvão mineral para gerarenergia para as máquinas;
Aumento das doenças e acidentes de trabalhos em função das péssimascondições de trabalho nas fábricas;
Uso em grande quantidade de mão-de-obra infantil nas fábricas
AS DOUTRINAS SOCIAIS
Com o desenvolvimento industrial surgiram várias correntesideológicas que pretendiam justificar e apoiar o capitalismo(doutrinas liberais), ou condená-lo e destruí-lo(doutrinas socialistas).
CAPITALISMO SOCIALISMO
Propriedade privada (controle da burguesia).
Propriedade coletiva(socialização).
O proletário trabalha para a burguesia.
O proletário trabalha para a sociedade.
Objetivo: LUCRO. Objetivo: BEM-ESTAR coletivo.
Economia baseada no mercado. Economia planificada pela sociedade.
DOUTRINAS SOCIALISTAS:
Movimento Operário
Péssimas condições vividas pelos operáriosdurante o século XIX:
Salários muito baixos Longas jornadas (12/18 horas) Condições insalubres no ambiente de trabalho Superexploração do trabalho feminino e infantil Ausência completa de qualquer assistência ao
trabalhador aumento assustador da prostituição, suicídio,
alcoolismo, infanticídio, criminalidade, violência, tifo, cólera, miséria
O desenvolvimento do movimento operário
Ludismo:
Ned Ludd
Inglaterra
Destruição de máquinas
O governo inglês reagiu decretando pena de morte aos revoltosos.
"Nós marchamos para realizar a nossa vontadeCom machado, lança ou fuzilMeus valentes cortadoresOs que com apenas um só forte golperompem com as máquinas cortadeiras"
Cartismo:
Inglaterra
O movimento surgiu por volta de 1837
“Carta do Povo”- redigida pela associação dos operários reivindicavam melhores condições de trabalho, sufrágio universal masculino, renovação anual do parlamento, participação no parlamento.
O movimento foi massacrado pelo parlamento inglês que desconsiderou as reivindicações impostas pelos trabalhadores.
Trade Unions:
Organizações de associações de trabalhadores, de caráter assistencialista, germe do sindicato moderno
Sindicatos:
A definição de sindicato varia, de acordo com o tempo e as condições políticas, razão pela qual, para alguns estudiosos, o sindicato é a coalizão permanente para a luta de classe e, para outros, é o órgão destinado a solucionar o problema social.
NOVAS IDEIAS
Com a consolidação da revolução industrial, surgem novas ideias que contestavam o individualismo liberal que caracteriza as práticas do liberalismo econômico e os princípios da economia clássica, configurando-se como uma resposta aos problemas sociais que se agravavam á medida que a industrialização avançava.
Socialismo Utópico
Surge na França em meados do século XIX;
A igualdade se dará através da bondade ejustiça humanas, de forma pacífica, aqueles quetem propriedades saberão dividi-las com os quenão possuem.
Atuação do Estado se daria através dacentralização da economia, e evitaria os abusostípicos do capitalismo.
A falta de embasamento científico leva adenominação para tal corrente de Utópica ouRomântica.
Charles Fourrier: Propõe a criação de
“Falanstérios” (fazendas coletivas agroindustriais) onderepresentantes das diversas classe se reúnem, fazendodoações e contribuições e recebendo proporcionalmenteao que entregou.
Não desconstrói as discrepâncias sociais do capitalismo.
SAINT-SIMON (1760 – 1825): Sociedade sem ociosos (militares, clero, nobreza...). Ausência de exploração. 3 classes: sábios, proprietários e sem posses.
ROBERT OWEN (1771 – 1858): Melhoria nas condições dos trabalhadores das suas
fábricas. Funda a chamada New Harmony - suas ideias:
menores jornadas de trabalho, assistência social aotrabalhador e sua família e participação do trabalhadornos lucros da empresa
Auxílio na criação de Trade Unions (predecessoras dos sindicatos).
Socialismo Cristão
Em 1891, por meio da encíclica “Rerum Novarum”, opapa Leão XIII, conhecido como o Papa do proletariado,se opõe à luta entre classes, à doutrina marxista e, aomesmo tempo, mesmo reconhecendo a propriedadeprivada, condena os abusos do capitalismo selvagem.
Nessa encíclica ainda há o estabelecimento dos direitos edeveres de patrões e operários dentro dos princípios dajustiça e da caridade. A compreensão e o amor entreempregados e empregadores seria a principal base paraa justiça social.
Doutrina social da Igreja.
Papa Leão XIII - conhecido como o Papado proletariado.
Encíclica RERUM NOVARUM (1891).
Contra a exploração de operários.
Contra a luta de classes e o marxismo.
Religião deveria ser o instrumento dereforma e justiça social.
Apelo ao “espírito cristão” dosempregadores para respeitassem osoperários.
O estabelecimento dos direitos e deveresde patrões e operários dentro dosprincípios da justiça e da caridade.
Socialismo Científico:
Proposta revolucionária do proletariado.
KARL MARX (1818 – 1883) – “Manifesto Comunista” (1848) e “O Capital” (1867).
FRIEDRICH ENGELS (1820 – 1895) – “A origem dafamília, da propriedade privada e do Estado”.
Materialismo Histórico – interpretaçãosocioeconômica da história, formulada por Marx.
Relação de produção: relação entre os donos dosmeios de produção e os donos da força de trabalho.SEMPRE é uma relação de EXPLORAÇÃO.
Mais valia: é a medida da exploração.
Propriedade privada: motivo básico da exploração.Deve ser abolida.
Estado: instrumento de poder dos donos dos meios de produção.
Luta de classes: agente transformador (espécie de “motor” da História).
No capitalismo: PROLETÁRIOS X BURGUESIA
Socialismo: ditadura do proletariado.
Eliminação da propriedade privada (coletivização).
Fim da exploração e da luta de classes.
Etapa de transição para a posterior eliminação do
Estado e implantação do comunismo.
O caminho para a igualdade de classes está no fim dapropriedade privada dos meios de produção e seucontrole pelo deve ser exercido apenas pelo Estado.Dessa forma, o Estado promove a redistribuição deriquezas eliminando a diferenças entre as classes.Quando essa diferença for nula, e a riqueza estiverplenamente distribuída, o comunismo é atingido com aeliminação de todas as instituições que regulam asociedade.
ANARQUISMO ou COMUNISMO LIBERTÁRIO Supressão de toda a forma de governo.
Liberdade geral.
Contra a propriedade privada, a exploração e qualquer tipo de hierarquia (governo, exército, Igreja, partidos...).
Mais radical que o socialismo.
Passagem imediata ao comunismo e eliminação do Estado.
Defendiam o Estado como origem dos males da sociedade, pregando a formação de “pequenas comunidades cooperativas de subsistência”
MIKHAIL BAKUNIN (1814 – 1876) – maior líder
anarquista.
Anarquismo terrorista.
Violência = método.
Objetivo: destruição de toda a ordem burguesa.
PIERRE PROUDHON (1809 – 1865) – “O que é a propriedade”
Aceita pequenas propriedades.
Empréstimos sem juros e cooperativas.
Estado abolido: república de pequenos proprietários.
Outros representantes: LEON TOLSTOI (1828 – 1910),
PETER KROPOTKIN (1842 – 1921).
"Aquele que botar as mão sobre mim,
para me governar, é um usurpador, um tirano.
Eu o declaro meu inimigo"
Pierre-Joseph Proudhon
REPRESENTANTES DO ANARQUISMO:
BAKUNIN
PROUDHON
TOLSTOI
KROPOTKIN
Capítulo 5 – A sociedade capitalista e os pensadores do
liberalismo
Professor: Robson Vieira
Sociologia – 2º ano – UP
ADAM SMITH (1723 – 1790) – “A Riqueza das Nações”-
Direitos individuais (ênfase na liberdade e
PROPRIEDADE).
Liberdade de comércio e produção.
Leis naturais da economia (oferta e procura, livre
concorrência...).
Liberdade de contrato de trabalho (salários e jornada).
NÃO INTERVENÇÃO do Estado na economia.
Riqueza = trabalho
FISIOCRATAS RIQUEZA = AGRICULTURA
CAPITULO 5: DOUTRINAS LIBERAIS
THOMAS MALTHUS (1766 – 1834) – “Ensaio sobre a população”
Teórico da “miséria inevitável”.
Alimentos crescem em proporção aritmética e população em proporção geométrica.
Guerras e epidemias = equilíbrio entre a população e produção.
Contenção da natalidade.
Limitação de assistencialismo.
A Nova Lei dos pobres (1834) – Workhouses
Confinamento de miseráveis.
As Casas de Trabalho (Workhouses) foram estabelecidas emInglaterra no século XVIII. Segundo a nova Lei dos Pobresadotada, em 1834, só era admitida uma forma de ajuda aospobres: o seu alojamento em casas de trabalho com umregime prisional; os operários realizavam aí trabalhosimprodutivos, monótonos e extenuantes; estas casas detrabalho foram designadas pelo povo de "bastilhas para ospobres".
DAVID RICARDO (1772 – 1823) – “Princípios da economia
política e tributação”
Lei férrea dos salários: o preço natural tanto do
trabalho como dos alimentos deveriam andar juntos, subir
ou cair conforme o mercado.
LEI FERREA DOS SALÁRIOS
o preço natural tanto do trabalho como dosalimentos deveriam andar juntos, subir ou cairconforme o mercado.
Essa teoria penalizava os trabalhadores, mas justificavaos ricos proprietários e industriais a exploração queexerciam sobre os trabalhadores, porque se houvessecompaixão, aumentando os salários, ou com a ajuda doestado, seriam criadas expectativas, e rendas a curtoprazo, o que levaria ao crescimento da população efaltaria alimentos e cresceria a miséria, tudo isso eracontrario a tese de David Ricardo que era aceita porsindicatos e governo, que acreditavam estar preservandoo interesse dos trabalhadores.
Correntes das Doutrinas LiberaisLIBERALISMO CLÁSSICO
O liberalismo no Século XIX
Na primeira metade do século:
defensores da propriedade privada, da economia de mercado e da liberdade
de comércio internacional.
Defendem o fim das corporações, a desregulamentação do trabalho,
defendem as liberdades políticas, o governo representativo, etc.
O Estado devia ser reduzido à sua expressão mínima, limitando-se a
assegurar as condições para o pleno desenvolvimento da economia privada,
promovendo a criação de infraestruturas (estradas, transportes, etc), áreas
onde as possibilidades de obtenção de lucro eram mínimas.
Liberalismo clássico
Na segunda metade do século XIX:
passam a exigir que o Estado garantisse a proteção do mercado interno
face à concorrência internacional.
Exigem a intervenção do Estado na conquista de novos mercados
internacionais e o acesso a regiões com recursos naturais.
O Liberalismo passa a andar associado ao Imperialismo. É nesta fase que
o Liberalismo incorpora o "Darwinismo social", isto é, a concepção de que
o Estado deve apenas centrar-se em criar as condições para que os mais
aptos prevaleçam sobre os mais fracos.
O Estado deve estar ao serviço dos ricos e poderosos (os mais aptos) e
manter na ordem os mais fracos (os operários, camponeses, etc).
O liberalismo no século XX - O Estado do bem-estar social
O liberalismo acabou por conduzir a sociedades europeias liberais para aguerra.
No plano internacional, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mergulha associedades no caos.
A crise de 1929 abala ainda mais toda a confiança no mercado. Apreocupação com as políticas sociais e a regulamentação do mercado viramprioridade;
Gradualmente, o liberalismo começou a admitir a tendência intervencionistado Estado, para solucionar os problemas sociais do trabalhador, como: férias,saúde, aposentadoria, desemprego, etc.
Diante das crises - econômica, política, social - que atingiram o mundo daprimeira metade do século XX, os Estados Unidos e a Inglaterra, - cujosistema político-econômico se insere no modelo mais característico doliberalismo - promoveram ajustes rigorosos na economia, desenvolvendo oque se chamou de wellfare state ou estado do bem-estar social.
A partir da década de 1960, o estado do bem-estar social começou a darsinais de desgaste, em especial porque as despesas governamentaisacabaram por superar a arrecadação ou receita, provocando um aumentoinsustentável do déficit público, da inflação e da instabilidade social.
Em finais dos anos 70, o liberalismo volta a ressurgir. Em nome daglobalização apela-se à liberdade de comércio internacional, ao fim doprotecionismo.
A fim de tornar mais atrativos os países para investidores nacionais eestrangeiros, apela-se à redução dos impostos, ao fim da intervenção dosEstados em muitos setores agora potencialmente lucrativos (saúde,educação, transportes, energia, comunicações, água, etc). Ao Estado-Providência passa a opor o Estado-Mínimo.
Após duas décadas de políticas liberais, constata-se que as desigualdadesentre os países aumentaram (os ricos e os pobres estão agora maisdistantes), as políticas sociais foram reduzidos à sua mínima expressão emmuitos países
Globalização e neoliberalismo