capitulo 05 - eixos e arvores de transmissÃo

40
129 CAPITULO 05 - EIXOS E ARVORES DE TRANSMISSÃO 5.1 - INTRODUÇÃO Eixo é um elemento mecânico rotativo ou estacionário (condição estática) de secção usualmente circular onde são montados outros elementos mecânicos de transmissão tais como: engrenagens, polias, ventiladores, rodas centradas, entre outros. Os eixos são suportados (apoiados) em mancais, de deslizamento ou rolamento, tendo secção quase sempre mássica e variável, com rasgos de chavetas para fixação de componentes. A figura 1 mostra uma iluminação de um eixo. Figura 1 – Eixo Os eixos são elementos solicitados a esforços de flexão, tração/compressão ou torção, que atuam individualmente de forma combinada. Para a segurança do sistema em que o eixo está inserido, este deve ser dimensionado para cargas estáticas (parado ou com rotação muito baixa) ou dinâmica (altas rotações). Este dimensionamento leva em conta a resistência do material de que foi confeccionado, comparam-se as tensões que atuam no mesmo com os limites de resistência do material, estáticos (Sy ou Su) ou dinâmicos (Se – fadiga). Em certos sistemas mecânicos, o nível de deflexão do eixo pode constituir em um parâmetro crítico, devendo o eixo ser dimensionado usando a teoria de deflexão. Em outras palavras, a geometria do eixo deve ser definida para os limites aceitáveis de deflexão, antes da análise das tensões/resistências. 5.2 - MATERIAIS PARA EIXOS E ÁRVORES Há uma grande variedade de materiais possíveis para a fabricação de eixos e árvores. De acordo com o serviço devem ter alta resistência e baixa sensibilidade aos efeitos da concentração de tenção. Para se obter, em um cálculo, diâmetros menores e grandes resistências, pode-se usar aços-liga, em geral tratados termicamente. Estes aços, porém têm a desvantagem de serem

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129

CAPITULO 05 - EIXOS E ARVORES DE TRANSMISSÃO 5.1 - INTRODUÇÃO

Eixo é um elemento mecânico rotativo ou estacionário (condição estática) de secção

usualmente circular onde são montados outros elementos mecânicos de transmissão tais como:

engrenagens, polias, ventiladores, rodas centradas, entre outros. Os eixos são suportados

(apoiados) em mancais, de deslizamento ou rolamento, tendo secção quase sempre mássica e

variável, com rasgos de chavetas para fixação de componentes. A figura 1 mostra uma

iluminação de um eixo.

Figura 1 – Eixo

Os eixos são elementos solicitados a esforços de flexão, tração/compressão ou torção,

que atuam individualmente de forma combinada. Para a segurança do sistema em que o eixo

está inserido, este deve ser dimensionado para cargas estáticas (parado ou com rotação muito

baixa) ou dinâmica (altas rotações). Este dimensionamento leva em conta a resistência do

material de que foi confeccionado, comparam-se as tensões que atuam no mesmo com os

limites de resistência do material, estáticos (Sy ou Su) ou dinâmicos (Se – fadiga).

Em certos sistemas mecânicos, o nível de deflexão do eixo pode constituir em um

parâmetro crítico, devendo o eixo ser dimensionado usando a teoria de deflexão. Em outras

palavras, a geometria do eixo deve ser definida para os limites aceitáveis de deflexão, antes da

análise das tensões/resistências.

5.2 - MATERIAIS PARA EIXOS E ÁRVORES

Há uma grande variedade de materiais possíveis para a fabricação de eixos e árvores.

De acordo com o serviço devem ter alta resistência e baixa sensibilidade aos efeitos da

concentração de tenção.

Para se obter, em um cálculo, diâmetros menores e grandes resistências, pode-se usar

aços-liga, em geral tratados termicamente. Estes aços, porém têm a desvantagem de serem

130

caros e de maior sensibilidade às concentrações de tensões. Além disso, o diâmetro é muitas

vezes subordinado à certas deformações admissíveis, tornando o aço-liga contra indicado, já

que o problema não é mais de resistência.

Os aços-carbono, de baixo e médio teor, são, muito usados na fabricação de eixos e

árvores. Aços muito empregados são os seguintes: SAE 1015, 1020, 1025, 1030, 1040, 1045,

2340, 2345, 3115, 3120, 3135, 3140, 4023, 4063, 4140, 4340, 4615, 4620 e 5140.

Como vemos uma grande variedade de material existe para a confecção de eixos e

árvores. A seleção dependerá sempre das condições de serviço, custo, usinabilidade e

características especiais por ventura exigidas. É um campo muito aberto em que o projetista

deve procurar sempre maiores conhecimentos, pois praticamente qualquer material ferroso,

não-ferroso ou não metálico, pode ser usado, por uma razão qualquer, na execução de um eixo

ou uma árvore.

AISI Nº Tratamento Temperatura

ºC

Tensão de

escoamento

Mpa

Tensão de

ruptura

MPa

Alongamento

%

Redução de

Área

%

Dureza

Brinell

1030 Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Normal

Annealed

Q&T

Q&T

205

315

425

540

650

925

870

205

425

848

800

731

669

586

521

430

779

758

648 17

621 19

579 23

517 28

441 32

345 32

317 35

593 19

552 21

47 495

53 401

60 302

65 255

70 207

61 149

64 137

48 262

54 241

1040

1050

Q&T

Normal

Annealed

Q&T

Q&T

Q&T

Normal

Annealed

650

900

790

205

425

650

900

790

634

590

519

1120

1090

717

748

636

434 29

374 28

353 30

807 9

793 13

538 28

427 20

365 24

65 192

55 170

57 149

27 514

36 444

65 235

39 217

40 187

1060 Q&T

Q&T

Q&T

Normal

Annealed

425

540

650

900

790

1080

965

800

776

626

765 14

669 17

524 23

421 18

372 22

41 311

45 277

54 229

37 229

38 179

Tabela 1 – Características dos Materiais para eixos

131

AISI Nº Tratamento Temperatura

ºC

Tensão de

escoamento

Mpa

Tensão de

ruptura

MPa

Alongamento

%

Redução de

Área

%

Dureza

Brinell

1095 Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Normal

Annealed

1141 Q&T

Q&T

4130 Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Normal

Annealed

315

425

540

650

900

790

315

540

205

315

425

540

650

870

865

1260

1210

1090

896

1010

658

1460

896

1630

1500

1280

1030

814

670

560

813 10

772 12

676 15

552 21

500 9

380 13

1280 9

765 18

1460 10

1380 11

1190 13

910 17

703 22

436 25

361 28

30 375

32 363

37 321

47 269

13 293

21 192

32 415

57 262

41 467

43 435

49 380

57 315

64 245

59 197

56 156

4140

4140

Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

Normal

Annealed

205

315

425

540

650

870

815

1770

1550

1250

951

758

1020

655

1640 8

1430 9

1140 13

834 18

655 22

655 18

417 26

38 510

43 445

49 370

58 285

63 230

47 302

57 197

4340 Q&T

Q&T

Q&T

Q&T

315

425

540

650

1720

1470

1170

965

1590 10

1360 10

1080 13

855 19

40 486

44 430

51 360

60 280

Tabela 1 (continuação) – Características dos Materiais para eixos

5.3 - CARREGAMENTO ESTÁTICO

A determinação das dimensões de uma árvore é muito simples quando sujeito somente

a carregamento estático, principalmente se comparado a quando se tem carregamento

dinâmico. E mesmo com carregamento dinâmico, muitas vezes é necessário se ter uma boa

noção das dimensões das peças para se ter um bom começo dos problemas e por isto faz-se

antes uma analise como se o carregamento fosse estático.

132

2 2

2

xy

' 3

5.3.1 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO, TORÇÃO E ESFORÇO AXIAL

As tensões em um ponto na superfície de uma árvore de diâmetro (d) sujeita flexão,

torção e carregamento axial são:

32 M 4 F

16 T x (1) (2)

d 3

d 2

xy

d 3

Onde a componente axial (F) de σx pode ser positiva ou negativa. Nós observamos que

há três carregamentos. Momento (M), força (F), e torque (T) aparecem na seção contendo o

ponto especifico na superfície.

Usando o circulo de Mohr podemos mostrar que as 2 principais tensões não nulas, são:

1

x 2

a b x 2

xy

(3)

Estas tensões podem ser combinadas de forma a obter a máxima tensão de

cisalhamento (τmax) e a tensão de Von Mises (σ’); dando em:

1

2

a b x

2 (4)

max 2 2

1

2 2 2

a a b b

1

2 2 2

x xy

(5) Substituindo as equações (1) e (2) em (4) e (5) teremos:

2

1 2 2

2

(6)

max d 3

8 M F D 8 T

' 4

8 M d

3

F d 2

1

48 T 2 2

(7)

Estas equações nos permitem determinar τmax ou σ’ quando o diâmetro(d) é dado ou

determinar o diâmetro quando tivermos posse das tensões.

Se a analise ou projeto da árvore for baseada na teoria da máxima tensão de

cisalhamento, então τmax é:

all

S Sy

S y

n 2 n

(8)

As equações (6) e (8) são úteis para a determinação do fator de segurança(n), se o

diâmetro for conhecido, ou para determinar o diâmetro se o coeficiente de segurança for

conhecido.

133

'

y

y

Uma analise similar pode ser feita levando em conta a teoria da energia de distorção

para falhas, onde a tensão de Von Mises é:

S y

'all

n (9)

5.3.2 - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E TORÇÃO

Em varias aplicações, a componente axial (F) das equações (6) e (7) é próxima de zero

ou tão pequena em relação às outras que pode ser desconsiderada. Daí teremos:

max

16

d 3

16

(M 2

1

T 2 ) 2

2

2 1

(10)

3 4 M d

3 T 2

(11)

É mais fácil resolver estas equações para se encontrar o diâmetro. Substituindo as

equações (8) e (9) nos temos:

32 n d

S y

M 2 T 2

1

1 3

2

(12)

Usando a teoria de máxima tensão de cisalhamento, se o diâmetro for conhecido,

calcula-se n da seguinte forma:

1 32

n d 3

S

1

M 2

T 2

2

(13)

Se usarmos como base a teoria de energia de distorção, teremos:

16 n d

S y

4 M

2 3

1

1 3

T 2

2

(14)

Onde:

1 16 4 M 2

n d 3 S

1

3 T 2 2

(15)

n = fator de segurança. n = 1,5 a 2,0

Sy = limite de escoamento do material.

M = momento Máximo no eixo.

T = torque máximo.

134

5.4 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CARREGAMENTO ESTÁTICO SUJEITO À FLEXÃO E

TORÇÃO

1. Qual o diâmetro de um eixo mostrado na figura 2, feito de um aço AISI 1035 laminado

F 700N

3,73kW

Figura 2 – Engrenagem no eixo.

Motor n

I) Torque:

1750rpm

T 30

103.H

.n

, onde H=> Potência em KW, tem-se:

T 30 10 3 .3,73

.1750

T 20,35N.m

II) Momento:

M F

. L

700 . 0,3

2 2 2 2

M 52,5N.m

III) Material:

Pela Tabela =>

IV) Segurança:

Usar n=2.

V) Diâmetro:

S y 462MPa

135

23

y

1

d 32n

M 2

T 1

2

.Sy

d 32.2

52,52

1

1 3

20,352 2

.462 106

d 13,54mm

2. Do exercício anterior visto, tem-se:

M 52,5N.m

T 20,35N.m

S 462MPa d

13,47mm

n 2

M 52,5N.m

T 20,35N.m

Sy 462MPa

Su 551,5MPa

Ka 0,78

Kb 0,85

Kc 0,923(Su

Kd 1,0

Ke 1,0

Kf 1,0

Se

1520MPa)

Ka.Kb.Kc.K d.Ke.Kf.Se '

Se (0,78)(0,85)(0,923)(1)(1)(1)(0,504 . 551,5

Se 170,1MPa

106 )

2

1

1 3 2 2

d 32.2

52,5 20,35

170,1

10

6

551,5

10

6

d 18,50mm

5.5 - DIMENSIONANDO EIXOS PELA NORMA ASME

OBSERVAÇÃO: a norma ASME para Eixo de Transmissão:

- Não considera fadiga

- Não considera concentração de tensão

136

m t

2

Segundo a norma ASME – as máximas tensões são cisalhantes:

d 0,30.S

yt

d 0,18.S

ut

(16)

d = máxima tensão cisalhante admissível

S yt

Su

tensão escoamento admissível tensão de ruptura admissível

As normas prevêem que se as concentrações de tensões estiverem presentes devido a

entalhe em chavetas, a tensão máxima admissível deve ser diminuída de 25%. A máxima

tensão cisalhante em um eixo submetido à flexão-torção é dada por:

2

a

2 (17) max

x

2

M .y

I

xy

M . d

.d 4 2

32.M

.d 3

T

. y

64

M . d

16.T

x I

logo,

.d 4 2

64

.d 3

1 .

32.M

16.T

max x

4 .d

3

16 M 2 T 2

.d 3

min .d 3

x tensão de flexão (psi)

xy tensão de torção (psi)

M momento de flexão (lbf.in)

T = momento de torção (lbf.in)

d = diâmetro dp eixo (in)

Segundo o critério da ASME, momento M e T devem ser multiplicados por fatores de

correção devido a choques e fadiga.

16.T . M 2 T 2

d .d

3

→ 16.T

. d

.d 3

C .M

2

C T

2

→ Fórmula da ASME (19)

137

para diâmetro de eixos baseado na teoria da máxima tensão cisalhante. Fatores Cm e Ct dados

na tabela.

5.6 - EIXOS E ÁRVORES SUJEITOS À FADIGA

Qualquer árvore girante que sofre momento de flexão e torção fixas estão sujeitos a uma

inversão, reversão completa da tensão causada pelo giro da árvore, mais a tensão de

cisalhamento permanecerá a mesma. onde:

32 M a

xa d

3

(20)

xym

16 Tm

d 3

(21)

σxa = Tensão de Amplitude Alternada

τxym = Tensão de Cisalhamento Constante

Estas duas tensões podem ser manipuladas usando dois círculos de Mohr

Se estivermos usando a teoria de máxima tenção de cisalhamento, teremos:

a 2

a

(22)

m 2

m

(23)

Se estivermos usando a teoria da energia de distorção, teremos:

a xa (24)

m 3

xym (25)

5.6.1 - CRITÉRIO DE FADIGA – GOODMAN

Para qualquer eixo carregado com um momento de flexão e torção fixos, estará

submetido a uma flexão reversa provocando tensões alternadas e torção estacionária,

provocando tensões médias. Assim tem-se:

32M a ax

d 3

mxy

16Tm

d 3

(26)

Usando estas expressões e a equação da linha de Goodman:

a

Se

m 1 S

u

(27)

Pode-se obter, após desenvolvimento analítico que:

138

T

2

32n M 2

T 1

1 2 3

d a m

(28)

Se

Su

5.6.2 – CRITÉRIO DE FADIGA - SODERBERG

Utilizando o teorema da máxima tensão cisalhante:

16.T xy

.d 3

32.M x

.d 3

Para qualquer plano fazendo um ângulo α com o plano horizontal tem:

16.T .cos 2.

m .d 3

→ valor médio

16.M .sen2.

a .d 3

→ (amplitude da componente alternativa)

Por meio da geometria analítica, tem-se que:

.d 3

n (29)

16.

2

2

M

S sy S se

2

1

1 3 2 2

16.n T

d . M

(30)

S sy

S se

Para o critério da máxima tensão cisalhante (usada)

2

1

1 3 2 2

32.n T

. M

d (31)

sendo que: S

sx

0,5.S x

S y

S e

n Fator de segurança.

S y

Tensão de escoamento.

S e

Limite de resistência à fadiga.

139

Para casos mais gerais usar equação:

140

2

2

e S S S

n T

2

2

M

M M

1

1 3

2

32. d

. a m a am

(32)

onde:

S

y

e

y

Ta

Tm

M a

M am

Torque (amplitude)

Torque médio

Momento (amplitude)

Momento médio 5.7 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - CRITÉRIO DE FADIGA POR SODERBERG

1. Um eixo usinado é fabricado de um aço com Su = 550 MPa. Calcular n.

Dado: T = 6,0 KN

R 175.F

1 500

R 325.F

1 500

a tensão alternada

max min =

a 2

n S

e

a

max

M a I

c

M R

1 .L

100Mpa

175.F .200

500

420KN .m

.d 4

I I onde:

64 c

.d 3 d

e c 32 2

M a

K F .

I

c

Se

Se´

K a .K b .K c .K d .K e .S e ´

0,504.Su

140

b

a

Ka a.Su

a = 4,51 e b = -0,265

K 4,51.550 0, 265

0,847

d K

b 0,1133

0,841

7,62

K c

K d

1

K 1

e K

f

K r

0 ,0857 f

d

→ K

t

1,72 →

D

1, 428 d

K f

1

q. K t

1)

1,58

q 0,80

logo, K e

logo,

1

1,58

0,633

S e

124,4MPa

n S

e

a

124,4

99,08

1,25

2. A transmissão representada na figura é movida por um motor elétrico, assíncrono, de

indução, trifásico, com potência P= 3,7 kW e rotação n= 1140 rpm. Dimensionar o

diâmetro da árvore 2, sabendo-se que a árvore é maciça e o material utilizado possui Su

= 700 Mpa, Sy = 630 Mpa e o fator de projeto é 1,8, com as engrenagens enchavetadas

no eixo (adotar Kf= 2,8). As engrenagens são cilíndricas (ECDR) e possuem as

seguintes características geométricas:

Z1= 23; Z2=49; Z3=28 e Z4= 47 m= 2,5 mm e ângulo de pressão 20º.

141

FT

0

0

0 2

0 3

Figura 3 - Exercício resolvido 1.

Calculemos o torque na árvore 1

3000 P Z 2

M T 2 . .

n Z1

A potência do motor - P = 3700 W

Portanto

3000 . 3700

. 49

M T 2

1140 23 M

T 2 66.030N .mm

Esforços na transmissão:

Força tangencial (FT)

Força tangencial (no primeiro par)

Diâmetro primitivo

2.M 2

T

d 2

d m.Z 2

2,5.49

d

02

122,5mm

F 2x66030

T 122,5

F

T 1.078N

Diâmetro primitivo:

d m.Z 3

2,5.28

d 70mm 3

F 2x66030

T 70

F

T 1.887 N

Força radial no primeiro par

FR

FT .tg 20º

FR

1078.tg 20º

FR

392N

142

Força radial no segundo par

FR

FT

.tg 20º

FR

1887.tg 20º

FR

687 N

Momento fletor

Plano vertical

M A 0

600.RBV 687.500 392.100

RBV 638N

Figura 4 – Forças cisalhantes, diagrama de

momento fletor no plano vertical

Fy

RAV

RAV

0

RBV

441N

392

687

M max

RAV

.500

392.400

M max

63.700N .mm

143

S

S S

'

e e

Plano Horizontal M A 0

600.RB H

RB H

1078.100

1393N

1887.500

Fy

RA H

RA H

0

RBH

584N

1087

1887

2 2

M max M

H M

V

M max 637002

1393002

Figura 5 – Forças cisalhantes, diagrama de

momento fletor no plano horizontal

M max

153.174N .mm

Cálculo do diâmetro considerando cargas estáticas

TMTC

32.n d

.(M 2

1

1 3

T 2 ) 2

.Sy

32.1,8 d

.(1531742

1

1 3

660302 ) 2

d 16,95mm

TED

.630

16.n d

.(4.M 2

1

1 3

3.T 2 ) 2

d 16,99mm

.Sy

Cálculo do diâmetro considerando carregamento dinâmico

e 0,504.Su

'

0,504.700

'

352,8Mpa

144

e

2

b

a

1

2

Ka a.Su

a = 4,51 e b = -0,265

K 4,51.700 0, 265 0,784

d K

b 0,1133

7,62

0,1133

K

16,93 b

7,62 0,91

K c

K d

1

K 1

e K

f

K

f 2 ,8

K e 0,357

Se K a .Kb .K c .K d .Ke .S '

Se 0,784x0,91x1x1x0,357x352,8

Cálculo do diâmetro pelo critério de Goodman

1

2 2

3

d 32.n

. Ma

Tm

Se

Su

32.1,8 155215,3

2

1

1 3

66030 2

d .

84,86

700

d 32,15mm

5.8 – CHAVETAS / PINOS

Chavetas e pinos são dispositivos mecânicos usados para fixar no eixo, engrenagens,

polias e outros elementos de tal forma que o torque possa ser transmitido através dele. Os

pinos são usados com duplo propósito, o de transmitir o torque e evitar deslocamento axial do

componente montado no eixo. A figura abaixo ilustra estes dispositivos.

145

Figura 6 – Chavetas e Pinos.

5.9 - UNIÃO DE EIXOS COM CUBOS

O cubo é a parte centra do elemento (polia, engrenagem, etc.) onde é realizado um

rasgo para a fixação da chaveta.

Figura 7 – União de eixos com chavetas cúbicas.

A chaveta é uma peça que vai ocupar o rasgo no eixo e no cubo, simultaneamente,

fazendo a união dos mesmos.

Os principais tipos de chavetas, as mais usadas são definidas por normas (padrões).

Estas chavetas são do tipo:

Chaveta meia-lua (woodruff)

Chaveta plana.

Chaveta inclinada.

A figura 8 mostra estas chavetas e a geometria, bem como a forma de usinagem do

rasgo. Observar que os rasgos das chavetas meia-lua são usinados com fresa circular as

chavetas planas e inclinadas com fresa circular e de topo.

146

Para exemplificar os padrões de chavetas tem-se:

Uniões por adaptação de forma.

Uniões por adaptação de forma com pretensão.

Uniões por atrito.

Chaveta meia-lua.

Chavetas planas e inclinadas.

Figura 8 – Tipos de Chavetas

5.10 - DIMENSIONAMENTO DE CHAVETAS

Como já foi visto anteriormente, as chavetas são tabeladas quanto a sua secção.O

dimensionamento da chaveta consiste em determinar o seu comprimento mínimo (L), como é o

caso das chavetas planas e inclinadas (as mais usadas).

147

Figura 9 – Dimensionamento das chavetas.

As tensões que atuam nas chavetas são determinadas da seguinte forma:

Figura 10 – Tensões atuantes nas chavetas.

Quando a chaveta acopla (une) um eixo e uma polia, a transmissão de potencia do eixo

para a polia, força a chaveta de forma inclinada. Esta força (F) tende a cisalhar (rasgar) a seção

AA’ da chaveta. Logo:

F F

A t.L

Modelo Matemático (33)

Comparando com o limite de resistência cisalhante ao escoamento (Ssy) e para um fator

de segurança n, tem-se:

S sy

n

F

t.L

S sy

n

(34)

5.11 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – CHAVETAS

1. Um eixo de aço AISI 1018 (ABNT) trefilado a frio tem Ssy = 185MPa. Uma chaveta

quadrada deve ser usada para acoplar um eixo de d = 40mm e uma engrenagem, que

transmitirão 22,38KW a uma rotação de 1100rpm. Usar fator de segurança n = 3,0.

148

T F

d => Força na chaveta 2

R d 40

⇒ R 2 2

20mm

Como: T

30 103.H

.n

, onde H=> Potência em KW, tem-se

T 30

103.22,38

⇒ T .1100

Figura 11 – aplicação de chaveta. 194,2 N .m

Logo:

F

194,2 ⇒ F

9713 N

20 10 3

Para a chaveta, temos:

F

t.L

Ssy

n

L F

. t.

n

Ssy

L 9713

. 0,008

185

3

106

L 19,7mm

Observar que, o comprimento mínimo é L = 19,7mm como a geometria do cubo é

maior do que o diâmetro do eixo, e como as chavetas têm o comprimento do cubo,

pode-se dizer que o comprimento da chaveta a ser usada é:

L 40mm

149

5.12 - VIBRAÇÃO DE EIXOS

A figura 12 mostra um rotor consistindo de um grande disco de massa M montado em

um eixo, na metade da distância entre os mancais. A massa do eixo será considerada

desprezível comparada com M. Mesmo com um balanceamento de alto grau de precisão, há

contudo uma pequena excentricidade e do centro de massa g do disco, em relação ao eixo de

rotação. Por causa da excentricidade, a força centrífuga ocasionada pela rotação do eixo faz

com que este sofra uma deflexão r. Visto pela extremidade do eixo como na figura 12, o centro

O do disco parece estar girando em torno do eixo de rotação sobre uma circunferência de raio r.

A força de inércia causada por este movimento forçado é Fo = M(r + e) w2. Devido à deflexão do

eixo, considerado como uma mola, a resistência à força de inércia é kr, sendo k a constante de

mola do eixo na flexão. O sentido da aceleração do centro de gravidade g é conhecido neste

caso, de modo que se pode mostrar o vetor MA como uma força de inércia Fo (como na figura

12). Pode-se então escrever a equação do equilíbrio estático: ∑ F 0

M ( r e ) w 2

k r 0

(35) Figura 12 - Rotor com disco

150

n

n

Para se determinar o raio r, pode-se apresentar a equação (35) da seguinte forma:

e w 2

r k w

2

M (36)

Quando a velocidade ω do eixo for igual a k / M , o denominador da equação (36) se

anulará e r atingirá valores intoleravelmente grandes. A rotação do eixo assim defletido parece

com uma viga em vibração quando visto do lado onde somente pode-se observar a projeção do

movimento. Portanto, pode-se considerar k / M do eixo rotativo como a freqüência circular

natural ωn da viga quando levada a vibrar naturalmente no seu primeiro modo de vibração.

Pode-se escrever a equação (36), na forma adimensional:

r (w / w )2

e 1 (w / w )2

(37)

A representação gráfica da equação (37) e indica a condição crítica de rotação, quando

ω for igual a ω n = k / M , devido às amplitudes muito grandes da vibração do eixo. Na

condição crítica, chama-se ω de ωc e a velocidade de rotação do eixo em rotações por minuto

será

60 60 nc

2 wc

2 wn

(38)

onde ω n = k / M normalmente é expresso em rad/s. Assim,

n 60

w 60 k

9, 55 k

9, 55 kg

29, 9 k k 30

c 2

n 2 M M P P P

(39)

na qual nc è a velocidade crítica em rotação por minuto, k está em Newtons por metro e M. em

quilogramas. Pode-se calcular a constante k da mola através da deflexão estática δest do eixo

devido ao peso do rotor. Assim, k = Mg/δest e quando substituído na equação (39), a velocidade

crítica será expressa pela seguinte equação:

n

c 30

1 est

(40)

Segundo os livros-texto de resistência dos materiais, pode-se calcular a deflexão

estática de uma carga P atuando no centro de uma viga uniforme bi-apoiada, como δest = Pl3/48

EIA. Assim, a velocidade crítica de um eixo com uma massa M situado no meio da viga, pode

ser calculada em termos das dimensões do eixo (l é o comprimento do eixo, entre apoios, IA é o

151

momento de inércia da área da seção reta do eixo, igual a πd4/64, d é o diâmetro do eixo) e do

módulo de elasticidade E do material do eixo.

Ed 4

nc 46

Pl 3

(41)

Assim, de acordo com a equação (41), pode-se alterar o material e as dimensões do

eixo, assim como o peso da massa Af, de modo que a velocidade crítica nc seja superior ou

inferior à velocidade de projeto n na qual deseja-se operar. Caso n/nc for menor do que 0,707

ou maior do que 1,414, r será menor do que o dobro da excentricidade e. Por exemplo, se a

excentricidade e for 0,025 mm, r será 0,050 mm quando n/nc = 2 .

É interessante observar que em velocidades muito acima da crítica (ω/ωn>>1,0), o valor

de r/e = -1 e r = - e, indicando que o centro de massa de M estará no eixo de rotação. Neste

caso a massa não estará oscilando, porém o eixo oscilará em torno do centro de massa de M.

Até agora, considerou-se desprezível a massa do eixo. No caso da massa do eixo ser

grande bastante para não ser desprezada, e o eixo ter diâmetro uniforme, deve-se somar à

massa M 50 por cento da massa m do eixo, para se determinar à freqüência circular natural.

w k

n (M 0, 5m)

(42)

Conforme mostra a figura 12, supõe-se que os mancais do eixo sejam rígidos. Em certos

casos, pode-se considerar os mancais como elasticamente apoiados, e neste caso o δest da

equação (40) deve incluir a deflexão estática dos apoios assim como a deflexão do eixo.

Entretanto, aplica-se a equação (40) somente quando a flexibilidade dos apoios for a mesma

para todas as posições angulares do rotor. 5.13 - FREQÜÊNCIA NATURAL E VELOCIDADE CRÍTICA

Pode-se ter uma variedade muito grande de configurações de rotores desde que sejam

usadas diversas massas e diversos apoios, assim como eixos de diâmetros variáveis. Embora

as curvas do fator de amplificação sejam difíceis de serem obtidas matematicamente, as

velocidades críticas dos eixos são determinadas com relativa facilidade através de cálculos de

freqüência natural. No próximo item, serão apresentados diversos casos de determinação da

velocidade crítica a partir da freqüência natural.

152

5.14 - FREQÜÊNCIA NATURAL DE EIXOS COM DIVERSAS MASSAS

Em um eixo rotativo com diversas massas conforme mostra a figura 13a, pode-se

determinar a freqüência circular natural ωn do eixo que, sem girar, vibra livremente, sem

amortecimento, após uma deflexão inicial no primeiro modo de vibração.

Pode-se aplicar o método de Rayleigh neste caso. Considerando que o sistema

vibratório é conservativo, a soma da energia potencial e da cinética é constante em qualquer

fase da vibração. Duas destas fases analisam-se facilmente. Na fase em que todas as massas

estão simultaneamente nos máximos deslocamentos Y, a energia armazenada elasticamente

no eixo é igual è energia potencial ∑ FY/2. Nesta fase a energia cinética é zero porque todos os

pontos do sistema estão momentaneamente com velocidade zero. Assim, a energia potencial é

EP F

1Y

1

F2Y

2 ...

FnY

n

2 2 2 (43)

As forcas F são as necessárias para a deflexão do eixo, como se fosse uma mola, ate

ficar com a conformação mostrada nesta fase. O produto forca-deslocamento determina energia

potencial. Entretanto, como a forca e diretamente proporcional ao deslocamento, a forca media

que atua durante o deslocamento Y e F/2.

Durante a vibração, o eixo passa pela fase de repouso (não deformada) na qual a

energia potencial e zero, mas a energia cinética e máxima porque as velocidades das massas

são máximas. Considerando que as massas tem movimento harmônico simples, as velocidades

são V = Yωn e as energias cinéticas são MV2/2 = M(Yωn)2/2. Assim, a energia cinética do

sistema é

2 2

EC wn

M Y 2

M Y 2

M Y 2 wn PY 2

P Y 2

P Y 2

1 1 2 2 ... n n

1 1 2 2 ... n n 2 2 g

(a) Flexão dinâmica

(44)

153

w2

d1

d2

d3

n

W1 W2 W3

(b) Flexão estática

Figura 13 – Flexão

Igualando-se os membros da direita das equações (43) e (44), pode-se deter-minar a

freqüência circular natural ωn. Entretanto, as forças F e os deslocamentos Y não são

conhecidos, mas podem ser determinados considerando-se a forma do eixo defletido

estaticamente sob a ação dos pesos conforme indica a figura 13b. Considerando que os

deslocamentos Y da vibração são proporcionais as deflexões δ da deformação estática, então

Y1 Y2

... Yn

1 2 n (45)

Como as formas para defletirem uma mola são proporcionais as deflexões então

F1

Y1 ,

F2

Y2 ,

Fn

Yn

P1 1 P

2 2 Pn n

(46)

Igualando as expressões da energia potencial e da cinética dadas pelas equações (43) e

(44) e usando as equações (45) e (46) para a eliminação de F e Y, a equação resultante que da

a freqüência circular natural é

w2 g

P1 1

P2 2

...

Pn n

n P 2

P 2

... P 2 1 1 2 2 n n

2 g ∑ P

∑ P

(47)

e a velocidade critica pode-se determinar de nc = 60 ωn /2π.

A equação de Rayleigh equação (47) e uma expressão simples e altamente útil para

determinar a freqüência natural fundamental de muitos tipos de rotores. A determinação da

deflexão estática constitui a maior parte do esforço necessário na execução dos cálculos

conforme está ilustrado nos exemplos seguintes. As fórmulas de deflexão de vigas, para

inúmeros casos, estão disponíveis em livros texto de resistência dos materiais e em manuais.

Pode-se aplicar o método da área do diagrama de momento fletor e outros em casos gerais.

Dispõe também de métodos gráficos, conforme ilustrado no item seguinte, para a determinação

das deflexões estáticas de rotores com eixos de diâmetros variáveis.

154

Para inclusão da massa do eixo nos cálculos, deve-se dividi-lo em diversos

comprimentos, cada um tratado como se fosse uma massa adicional.

A equação (47) não e estritamente uma avaliação exata da freqüência natural porque a

curva das deflexões estáticas não e proporcional exatamente a curva deflexões dinâmicas,

como foi considerado. Entretanto, o resultado obtido equação e somente um ou dois por cento

superior a freqüência natural funda verdadeira. Considerando que outros fatores tais como

efeitos giroscópicos durante a oscilação, ajustagens forçadas de discos no eixo, e chavetas

alteram raramente a velocidade critica, a equação (47) produz uma resposta aceitável. A

deflexão dos apoios pode ter uma influencia maior sobre as velocidades críticas e devem ser

acrescidas as deflexões do eixo, na equação (47).

A freqüência natural dada pela equação (47) é a fundamental, ou a mais baixa

freqüência do sistema de massas. É desejável, portanto, se possível projetarem-se as

dimensões de um, eixo de tal modo que a velocidade crítica mais baixa seja superior à

velocidade de projeto. Entretanto, nem sempre isso é possível. Em turbinas de alta rotação, a

velocidade de operação pode estar entre duas velocidades críticas de modo que o eixo não

necessita tornar-se excessivamente pesado. Neste caso, é necessária a passagem pela

velocidade crítica mais baixa, o que pode ser perigoso. Entretanto, se o rotor estiver

cuidadosamente balanceado e a primeira velocidade crítica for baixa, as forças perturbadoras

serão pequenas nas regiões perto da crítica. Também, a amplitude de vibração à velocidade

crítica aumenta a níveis perigosos somente se for permitido um tempo para a amplitude crescer;

portanto, acelerando-se na passagem pela velocidade crítica, pode-se manter as amplitudes em

intensidades aceitáveis. O amortecimento natural do material do eixo, embora pequeno,

também tende a reduzir as amplitudes. Muitas máquinas bem sucedidas foram projetadas para

funcionar entre velocidades críticas.

Quando o eixo se estende para fora dos mancais como na figura 12a, deve-se inverter

os sentidos dos pesos como indica a figura 12b na determinação das deflexões estáticas para

emprego na equação (47). Deve-se notar que se simula dessa maneira a curva da deflexão

dinâmica de meia-onda, para obtenção da freqüência natural mais baixa.

155

(a)

Figura 14 – Freqüência natural da estrutura

(b)

5.15 – EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VIBRAÇÕES EM EIXOS

1. Um rotor de compressor de 25 kg e um rotor de turbina, de 15 kg, são montadas em um

eixo de aço conforme mostra a figura 13a. O eixo deve operar à velocidade prevista de

10.000 rpm. Empregando a equação de Rayleigh (47) determine o diâmetro do eixo

mais leve que possa ser usado para que tenha uma velocidade critica fundamental de

12.000 rpm, com uma margem de segurança de 2.000 rpm.

156

1 2

(a)

(b)

(c)

Figura 15 – Aplicação de vibrações em um eixo

(d)

Conforme a figura 15b mostra, inverte-se a carga P2 a fim de se obter uma curva de

deflexão com o formato do uma meia-onda simples. As figuras 15c e 15d mostram a

forma da viga deformada sob a ação de cada carga atuando independentemente,

conduzindo assim a dois casos cujas fórmulas deflexão estática mostradas a seguir

encontra-se em livros-texto de resistência dos materiais. Pelo método da superposição,

pode-se determinar as deflexões δ1 e δ2:

Pl 3

P l 2 a

1 2 1 1 1

48EI A 16EI A

1 25 0, 503

15 0, 502

0, 25 0,12369

EI A 48 16 EI

A

Pl 2 a P a

2 (l a) 0, 322

2 2 2 16EI

A 3EI

A EI

A

Usando-se a equação (47),

157

A n

A

A

w

2 g

P1 1

P2 2

gEI 25 0,12369 15 0, 332

n P

2

P 2 A

25 0,123692

15 0, 3322

1 1 2 2

Para g= 9,81m/s² e E= 2,1 x 1010 kg/m²

w2 81, 678 1010 I n A

I 0, 012243 10 10 w 2

Para nc= 12.000 rpm

w 2 n

c

1260 rad/s

n 60

Portanto, o momento de inércia necessário do eixo é:

I 0, 012243 10 10

12602

Como IA= πd4/64,

d 4 64

I

395973, 4762 10-10

d 0, 0793 m 79, 9 mm

Deve-se usar um diâmetro de 80mm.

2. Os apoios do rotor do exemplo 1, figura 15a, foram considerados como rígidos.

Determine a velocidade crítica do rotor do exemplo 1 se cada um dos apoios sofrer uma

deflexão de 0,14/EIA sob um carregamento estático. Use IA = 1,84 x 10-6 m4 e E = 2,1 x

1010 kg/m2.

Devido à flexibilidade dos apoios, as cargas Pl e P2 terão uma deflexão adicional.

Conforme indica a figura 16, sob o carregamento, o apoio da esquerda desloca-se para

baixo e o da esquerda para cima. Como se pode ver, não há influência nobre a deflexão

da carga P1, porém o deslocamento de Pl aumenta de 0,28/EIA. Portanto as deflexões

estáticas totais são

0,12369 1

0, 332 0, 28 0, 612 2

EI A

EI A EI

A EI A .

Substituindo estes valores na equação (47),

158

n

w2

774602

wn

880,1 rad/s

n 60

w 60

(880) 8404 rpm

c 2

n 2

5.16 - EIXOS ESCALONADOS

A equação (47) para velocidade crítica se aplica a eixos de rotores do tipo mostrado na

figura 10a, no qual o diâmetro varia em degraus. Entretanto, como IA é variável em tais casos,

não se derivam com facilidade para as deflexões estáticas. Pode-se usar um dos diversos

métodos gráficos, tal como o seguinte.

0,14

EI

0,14

EI A

0, 28

EI A

Figura 16 – Eixos Escalonados

Deve-se recordar da resistência dos materiais que para se determinar à deflexão

estática deve-se resolver a equação diferencial básica:

d2 y M

dx 2

EI A

(48)

Na qual y é a deflexão, M é o momento fletor como função de x, e IA é O momento de

inércia da seção reta do eixo, como função de x. Integrando-se duas vezes a equação (48)

obtém-se a deflexão da viga. A primeira integração conduz a dy/dx, inclinação da curva elástica

da viga deformada. Além disso, iniciando-se com as cargas da viga, necessitam-se de duas

integrações para a obtenção do diagrama do momento fletor. Assim, necessita-se de quatro

integrações para se obterem as deflexões a partir do carregamento conhecido.

Como o processo de integração é o somatório de áreas sob as curvas, pode-se

empregar um método gráfico para um somatório para vigas complexas que têm funções com

numerosas descontinuidades. O método gráfico exige que as curvas sejam traçadas em escala

159

a fim de que as áreas sob as curvas possam ser avaliadas através da medição de quadrados

ou usando-se um planímetro.

A figura 17a mostra um rotor de aço com uma engrenagem de 89,0 N e um eixo de três

diâmetros diferentes. Divide-se a viga em cinco partes, mostrando-se os pesos de cada parte

no respectivo centro de gravidade. Uma delas inclui o peso da engrenagem. A figura 17a é um

diagrama de carregamento a partir do qual pode-se determinar o diagrama de esforço cortante

mostrado na figura 17b através de métodos convencionais (a primeira integração). Obtém-se o

diagrama de momento fletor da figura 17c através das áreas do diagrama de esforço cortante (a

segunda integração). Por exemplo, a ordenada M1 é obtida a partir da área Al, a ordenada M2,

n

∑A é a soma das áreas A1+A2 e a ordenada Mn é 1 . Deve-se levar em conta o sinal de cada

área. Devem-se multiplicar as áreas em milímetros quadrados pelo fator de conversão

apropriado obtido das escalas do diagrama de esforço cortante, afim de que as ordenadas do

diagrama de momento fletor sejam em N/mm.

160

Figura 17 – Deflexões em um eixo de carregamento conhecido

Depois de realizadas as integrações, deve-se transformar o diagrama de momento fletor

no diagrama M/EIA conforme exigido pela equação (48). Divide-se cada ordenada do diagrama

de momento fletor pelo valor adequado de EIA (E = 207x x 103 N/mm2 para o aço e IA = πd4/64)

para obtenção das ordenadas M/EIA da figura 17d. Obtém-se as ordenadas da figura 17 e

representando a inclinação dy/dx da elástica (terceira integração), através das áreas do

diagrama M/EIA. As ordenadas traçadas a partir do eixo x' são todas positivas. Entretanto, sabe-

se do formato esperado da elástica que as inclinações são negativas perto da extremidade da

esquerda da viga, positivas na extremidade da direita e nas proximidades do meio da viga há

uma inclinação nula. Assim, traça-se o eixo x escolhido arbitrariamente de tal modo que as

161

w g

áreas negativas sejam aproximadamente iguais às positivas, na figura 17e. Faz-se a quarta

integração usando-se as áreas da figura 17e para obtenção das ordenadas da deflexão estática

y na figura 17f. Observa-se que as ordenadas da deflexão estática são negativas porque as

áreas da curva dy/dx são negativas na extremidade da esquerda onde se inicia a integração.

Embora estas ordenadas sejam levantadas a partir do eixo x\ traça-se o eixo x conforme

indicado porque se sabe que são nulas as deflexões da viga nos apoios. Como o eixo x, traçado

arbitrariamente no diagrama da inclinação da elástica figura 15e, havia dividido igualmente as

áreas negativas e positivas, então o eixo x' e o x da figura 15f deveriam coincidir.

Dos dados das curvas a e f, calculam-se os seguintes valores:

∑ Py

2, 94 N mm

∑ Py ∑ Py

2

0, 0385 mm

2

n ∑ Py 2

0, 794 106

wn 865 rad/s

n 60(865)

c 2

8260 rpm

5.17 - VELOCIDADES CRÍTICAS DE ORDEM SUPERIOR

Para rotores que tem eixos de diâmetros variáveis como no item precedente, a

determinação da segunda velocidade critica e as velocidades de ordem superior quanto à

flexão, e relativamente mais complexa do que o cálculo da velocidade crítica fundamental da

equação (47). Os livros-texto de Timoshenko, Den Hartog e Thomson apresentam métodos

para rotores com tais eixos e para um número de rotores com eixos uniformes com e sem

massas concentradas. No casos de vigas uniformes simplesmente apoiadas e vigas uniformes

em balanço para as quais a formula seguinte calcula as diversas freqüências naturais:

wn Cn

EI A g

Pl 3

(49)

E o coeficiente que indica a n-ésima freqüência natural, P e o peso total da viga em kg, e

/ e o comprimento da viga em metros. O eixo de transmissão do automóvel e eixo de bobina

são exemplos de vigas uniformes simplesmente apoiadas, e as palhetas de compressores e de

turbinas são exemplos aproximados de vigas uniformes em balanço.

162

3

Consideremos o caso da palheta do rotor mostrada na figura 18. Mostra-se a palheta

como uma viga em balanço a qual sofre um ciclo de perturbação de flexão cada vez que passa

por uma palheta do estator e provoca uma mudança na força aerodinâmica. Se N e o número

de palhetas do estator, então a freqüência da perturbação em ciclos por minuto será o produto

de N pela rotação do rotor em rpm. Quando essa freqüência coincidir com a freqüência natural

fn da palheta devida à flexão, existira uma situação crítica. Para a palheta de aço mostrada na

figura 16, os cálculos seguintes ilustram a determinação das diversas velocidades criticas do

rotor para o caso de um estator de 30 palhetas.

E 207 x103

N / mm 2

g 9810mm / s 2

I 76,2mm

I bh 25,4 x3,183

68,1mm 4

A 12 12

p 76,5x10 6 N / mm

3

P volume p (25, 4 76, 2 3,18)(76, 5 10 6 ) 0, 471 N

w n1 c

EI Ag 1

Pl 3

3, 52 (207 103 ) 68,1 9810

0, 471 76, 23

2870 rad/s

60 w n1

60 2870 27, 400 ciclos/min

f n1

2 2

Figura 18 – Encaixe palheta e rotor

163

cn

cn

n

n

f A velocidade crítica do rotor ocorre gerando n1

Nn c1 .

n fn1

27400 913 rpm

c1 N 30

A segunda e a terceira velocidades críticas são

c2

c2 c1

1

c3

c3 c1

1

22, 4

3, 52

61, 7

3, 52

913 5810 rpm

913 16000 rpm

Em geral as palhetas de rotores devem ser delgadas e leves para maquinas de alta

rotação e freqüentemente ultrapassam a primeira e a segunda velocidades criticas. A seleção

do material e importante. Alguns materiais possuem propriedades de amortecimento melhores

do que outros, e isto pode significar a diferença entre o êxito e o fracasso em ultrapassar as

velocidades criticas. As palhetas geralmente são curvas e sua espessura diminui gradualmente,

sendo maior na base do que na extremidade: isto torna a palheta mais rígida e aumenta um

pouco a velocidade critica. Observação: não deve ser utilizado em vigas não uniformes. 5.18 - EIXOS ESCALONADOS

Quando o eixo tem os diâmetros escalonados como o do rotor de dois discos mostrados

na figura 22, a constante da mola torcional é variável. Pode-se determinar uma constante

equivalente kt em função das constantes individuais kl, k2, k3...Kn. Para molas em série, o

torque instantâneo T em cada seção do eixo é o mesmo. Entretanto, os ângulos de torção

diferentes. O ângulo total de torção Φt é a soma de todos os ângulos individuais de torção.

1 1 2 3

T T T T

...

n

... T

kt

k1

k2

k3

kn

1 1 1 1 ...

1

kt

k1

k2

k3

1 1

kt

k

kn

(50)

Para o rotor com dois discos e com eixos de diâmetro variável, pode-se substituir kt,

determinado pela equação (50).

164

Figura 19 - Eixo e mancais 5.19 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS - DIMENSIONAMENTO DE EIXOS

1. O eixo da figura suporta uma engrenagem cilíndrica de dentes retos para uma rotação de

315 rpm. O diâmetro primitivo da engrenagem é de 364 mm, t=310mm, t1=120 mm,

t2=190 mm. Dimensione este eixo, calculando o valor de d. A engrenagem é enchavetada

no eixo. A carga total atuando no eixo é de 15 KN.

Figura 21 - Exercício proposto 1. 2. Um eixo é fabricado com aço AISI 1137, laminado a frio, e é usado em um cortador de

grama. A potência é suprida ao eixo por uma correia plana à polia A. Em B, uma corrente

de rolos exerce uma força vertical e em C uma correia trapezoidal também exerce uma

força vertical. Nas condições de operação a correia transmite 35 HP a 425 rpm das quais

25 HP é transmitida ao cortador e 10 HP para o ventilador. As duas seções do eixo são

165

unidas por um acoplamento flexível em D e as polias são todas enchavetadas no eixo.

Decida qual serão os diâmetros dos eixos, utilizando a teoria de falhas de Von Mises e o

critério de Goodman.

Figura 22 - Exercício proposto 2.

166

3. Um eixo S de aço AISI 1137, laminado a frio, transmite potencia que recebe de um eixo

W, que gira a 2000 rpm através de uma engrenagem E de 125 mm de diâmetro à

engrenagem A de 375 mm de diâmetro. A potência é transmitida de uma engrenagem C

para a engrenagem G, que varia de 10 HP a 100 HP, retornando a 10 HP, durante uma

rotação de do eixo S. O projeto leva em conta as tensões variáveis e a teoria da máxima

tensão cisalhante TMT|C e o critério de Goodman. Para um fator de projeto n=1,8,

calcule o diâmetro do eixo, utilizando somente as cargas tangenciais motoras.

Figura 23 - Exercício proposto 3.

167

4. Idêntico ao anterior, exceto que as componentes radiais das engrenagens devem também

ser consideradas, todas as engrenagens com ângulo de pressão 20o. 5. Idêntico ao exercício 4, exceto que a engrenagem G se posiciona em cima da

engrenagem C.

6. Um pequeno eixo é fabricado com aço SAE1035, laminado a quente, recebe potência de

30 HP a 300 rpm, através de uma engrenagem de 300 mm de diâmetro, sendo esta

potência transmitida a outro eixo através de um acoplamento flexível. A engrenagem é

enchavetada no meio do eixo entre dois mancais, com ângulo de pressão 20o, fator de

segurança n=1,5.

(a) Desprezando a componente radial R da carga total W, determine o diâmetro do eixo.

(b) Considerando ambas componentes radiais e tangencial, determine o diâmetro do

eixo.

Figura 24 - Exercício proposto 6.