capacitor variÁvel de placas paralelas
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS PALMAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Richardson Diego de Melo Pires
ELETROMAGNETISMO I
AULA PRÁTICA N°10
CAPACITOR VARIÁVEL DE PLACAS PARALELAS
Palmas - TO, 30 de Março de 2015.
Richardson Diego de Melo Pires
ELETROMAGNETISMO I
AULA PRÁTICA N°10
CAPACITOR VARIÁVEL DE PLACAS PARALELAS
Trabalho apresentado à disciplina
“Eletromagnetismo I”, 4º período. Curso
de Engenharia Elétrica da Universidade
Federal do Tocantins, Centro de
Engenharias Civil e Elétrica.
Professor Dr. Sérgio Ricardo
Gobira Lacerda.
Palmas - TO, 30 de Março de 2015.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................4
OBJETIVO......................................................................................................................8
MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................................8
RESULTADOS................................................................................................................8
CONCLUSÃO................................................................................................................10
ANEXOS........................................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................13
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INTRODUÇÃO
O Campo Elétrico
O campo elétrico é um campo vetorial constituído por uma distribuição de
vetores em torno do objeto eletricamente carregado. É representado pelas linhas de
campo que são traçadas para definir a intensidade do campo elétrico em qualquer ponto
em torno do corpo carregado. As linhas de campo para cargas positivas e negativas se
direcionam da seguinte maneira.
Figura 1. Linhas de campo
A intensidade de um campo elétrico (E⃗) é a força eletrostática que age sobre
uma carga de prova, que gera a equação:
E⃗= F⃗q
= 14 π ԑ0
qr ²
r̂
Onde:
F⃗ → Força eletrostática (N);
q → Carga elétrica (C);
ԑ0 → Permissividade do vácuo (8,85x10-12 C²/N.m²);
r → Distância entre as cargas (m).
Capacitor
Suponhamos o caso de duas placas condutoras idênticas, paralelas entre si,
separadas por uma distância d e com área A, tal como mostrado na figura 2. Uma das
placas está carregada com uma carga +Q e a outra com uma carga –Q.
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Figura 2. Capacitor de Placas Paralelas
Uma aproximação que vamos fazer é desconsiderar o chamado efeito de borda,
isto é, vamos calcular o campo gerado por cada placa como se ela fosse infinita. O
campo gerado por uma placa infinita uniformemente carregada pode ser calculado pela
lei de Gauss sendo dado por:
|E⃗|= σ2 ε0
σ=QA
|E⃗|= Q2 A ε0
Onde σ e a densidade superficial de carga, A é a área da placa e Q a carga
armazenada e ε 0 é a permissividade elétrica do vácuo. Note que se trata de um campo
constante.
A direção desse campo é perpendicular à placa, e o sentido saindo da placa se Q
é positivo e entrando na placa se Q é negativo.
O capacitor esquematizado na figura 2 pode ser aproximado considerado duas
placas infinitas carregadas com cargas + Q e – Q e separadas por uma distância d.
Assim, na região fora das placas os campos gerados por cada placa apontam em
sentidos opostos e se cancelam. Entre as placas eles se somam e geram um campo
elétrico de módulo:
|E⃗|= QA ε0
O sentido deste campo é da placa positiva para a placa negativa.
A tensão entre as placas é dada por:
V=|E⃗|∗d
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V= QdA ε 0
Vemos então que a tensão entre as placas é proporcional à carga nelas
armazenada. Podemos definir uma grandeza que expressa à capacidade de armazenar
carga. Tal grandeza é denominada capacitância (C), e é definida como:
C=QV
Para o caso das placas paralelas:
C=Q A ε0
Q d
C=A ε0
d
Note que a capacitância não depende da carga, nem da diferença de potencial
entre as placas, ou seja, é uma propriedade intrínseca do capacitor. Se houver um meio
dielétrico entre as placas, o campo elétrico gerado será reduzido (na região onde o
dielétrico está presente) por um fator κ (a constante dielétrica do meio). Isso ocorre
porque aparecerão cargas de polarização no dielétrico, negativas na interface com a
placa positiva e positiva na interface com a placa negativa, como na figura 3. Há um
cancelamento parcial da carga que está na placa com a carga de polarização, o que faz
com que a densidade superficial de carga na interface seja menor.
Figura 3 – cargas de polarização no dielétrico. σ bé a densidade de cargas de polarização no
dielétrico, e σ f é a densiade de cargas livres nas placas metálicas.
Se o campo elétrico é menor por um fator κ, a tensão entre as placas é menor por
um fator κ, e a capacitância aumenta por um fator κ:
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C=κ A ε 0
d
O capacitor tem funções variadas, mas uma das principais é de armazenar
energia elétrica. A energia armazenada num capacitor pode ser calculada pelo trabalho
necessário para carregá-lo. A diferença de potencial entre as placas é V= qC
, onde q é a
carga que está sobre as placas. O trabalho necessário é:
dW =V∗dq= qC
dq
Para calcular a energia armazenada, basta integrar a equação acima de 0 a Q:
U = 1C∫0
Q
q∗dq=12
Q2
C
Lembrando que Q=C∗V
U=12
C2∗V 2
C
U =12
C∗V 2
Essa energia pode ser recuperada quando o capacitor é descarregado, e por isso é
dito que ela fica armazenada no capacitor ou, mais precisamente, no campo elétrico
entre as placas. O capacitor pode então armazenar energia, para fornecê-la ao circuito
em momentos de picos de consumo ou quando há uma falha da fonte.
A máxima tensão que pode ser aplicada a um capacitor é limitada pelo fenômeno
da ruptura dielétrica. Quando o campo elétrico atinge um valor limite, o dielétrico se
torna condutor. O valor de campo elétrico que causa a ruptura depende do dielétrico, e é
geralmente da ordem de MV/m.
Os capacitores de capacitância até 1 μF em geral usam dielétricos isotrópicos, e
seus dois terminais são equivalentes, como acontece com os resistores. Entretanto, os
capacitores de maior capacitância (chamados capacitores eletrolíticos) apresentam
dielétrico que têm comportamento diferente de acordo com o sentido do campo elétrico.
Por isso, esses capacitores geralmente apresentam polaridade, isto é, possuem um
terminal positivo e um terminal negativo. Essa polaridade deve ser sempre respeitada ao
conectar-se o capacitor a um circuito elétrico.
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OBJETIVO
A experiência tem por objetivo a análise do funcionamento de capacitor, através
dos resultados de curvas experimentais.
MATERIAIS E MÉTODOS
Um Capacímetro;
Uma Folha de papel A4;
Capacitor variável de placas paralelas;
O capacitor variável possui dois discos de metal dispostos de forma paralela um
ao outro, onde a distância entre eles pode ser ajustada por um eixo giratório, que a cada
volta completa corresponde a um milímetro. Nos dois terminais ligados aos discos do
capacitor são colocadas as pontas de prova do capacímetro.
Inicialmente o capacitor de Placas Paralelas, posicionou-se as duas placas
separando-as à distância de 1 milímetro e alinhando-as paralelamente. A utilização de
uma folha de papel A4 foi necessária para deixar a distancia “d” quase 0 milímetro e
depois girando o eixo do capacitor para uma distância de 1 milímetro entre as placas.
As pontas de prova do capacímetro foram fixadas em cada placa e em seguida mediu-se
a capacitância do capacitor. Este procedimento foi repetido variando a distância entre as
placas do capacitor. A distância “d” entre as placas teve uma variação de 1 milímetro a
9 milímetro.
Todos os valores foram preenchidos na tabela que pode ser vista no próximo
tópico deste relatório.
RESULTADOS
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Os resultados obtidos após as medições sobre o capacitor variável podem ser
vistas a seguir:
TABELA 1 - MEDIÇÃO - CAPACITÂNCIA
Distância “d” (m) Capacitância (pF)
1∗10−3 151,8
2∗10−3 85,8
3∗10−3 60,6
4∗10−3 47,2
5∗10−3 39,1
6∗10−3 33,4
7∗10−3 29,3
8∗10−3 26,2
9∗10−3 23,7
Baseado nas informações obtidas na Tabela acima foi construída outra tabela
com os valores inversos de “d”, mas com mesma capacitância. A partir das duas tabelas
foram montados dois gráficos que podem ser vistos nos anexos deste relatório.
TABELA 2 - MEDIÇÃO - CAPACITÂNCIA
Distância “1d
” (m) Capacitância (pF)
1000 151,8
500 85,8
333,33 60,6
250 47,2
200 39,1
166,67 33,4
142,86 29,3
125 26,2
111,11 23,7
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O segundo gráfico nos traz uma reta. Através do gráfico do inverso da distância
“d” pela capacitância, podemos dizer que a capacitância segue a seguinte fórmula:
C=kε0 A
d. Desta forma a constante dielétrica se dá: k=C∗d
ε0 A .
O termo C*d é o coeficiente angular da reta, que É o valor da constante de
permissividade do ar . A constante dielétrica pode ser encontrada, se acharmos o
coeficiente angular. Utilizando os pontos: (85.8 , 500) e (26.2 , 125) e aplicar a fórmula
de coeficiente angular a partir de dois pontos temos:
m=(x−x0)( y− y0)
=(85.8−26.2)(500−125)
=59,6375
=0,1589333
A carga Q no capacitor varia ao longo de uma série de medidas.
Para cada variação de distância entre as placas, obtivemos valores de
capacitância diferentes. Considerando a diferença de potencial gerada pelo multímetro
constante ao longo das medições no experimento e que conforme a equação: C= qV
e
então C '= q 'V '
, observamos que a carga q varia conforme a capacitância C.
CONCLUSÃO
Observa-se que a capacitância diminui conforme se aumenta a distância entre as
placas. Se a distância entre as placas tende ao infinito a capacitância tenderá a zero, e o
maior valor de capacitância será encontrado quando a distância entre as placas for à
mínima possível antes que a barreira dielétrica seja rompida.
Observamos que quanto maior for o valor da constante dielétrica do material
utilizado como isolante entre as placas, maior será a capacitância do capacitor.
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ANEXOS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOYLESTAD, Robert L. Introdução á Análise de Circuitos. 12 ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física 3,
8ª Edição.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: Eletromagnetismo. 12. ed. São
Paulo: Pearson, 2009.