capacitaÇÃo em monitorizaÇÃo hemodinÂmica · o que significa monitorizar? ... monitorização...
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Monitorização
• É a observação dos parâmetros clínicos- laboratoriais, mensuráveis de forma objetiva, que permitirão a vigilância continua de um sistema do organismo, fornecendo dados para uma orientação diagnostica e terapêutica.
• Reconhecer e avaliar os problemas em tempo hábil, com o objetivo de estabelecer uma terapia imediata e adequada.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
• Estudo dos movimentos e pressões das circulações
sanguíneas, através da observação metódica de
parâmetros clinico-laboratoriais, que permitirão a
vigilância continua de um sistema do organismo, de
forma invasiva e não invasiva.
Sala de Estabilização/ SALA VERMELHA
• Equipamento de saúde que deverá atender às
necessidades assistenciais de estabilização do
paciente grave/crítico em municípios de grandes
distâncias e/ou isolamento geográfico, bem como
lugares de difícil acesso considerados como vazios
assistenciais para a urgência e emergência. Deverá
se organizar de forma articulada, regionalizada e
em rede. (BRASIL,2013).
MONITORIZAÇÃO NÃO INVASIVA
• Temperatura corporal;
• Pulso;
• Respiração;
• PA ;
• Oximetria de pulso;
• Monitorização cardíaca.
TEMPERATURA
• Um dos sinais vitais a temperatura é mantida entre
produção e perda de calor pelo organismo no
ambiente e deve-se ao mecanismo controlado pelo
hipotálamo.
Valores de referência para a temperatura:
• Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C;
• Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C;
• Temperatura retal: 37°C a 38°C.
PULSO
• É a delimitação palpável da circulação sanguínea
percebida em vários pontos do corpo, constituindo
um indicador do estado circulatório. Os fatores que
o influenciam são (POTTER; PERRY, 2010):
• Exercício;
• Temperatura;
• Emoções;
• Drogas;
• Hemorragia;
• Mudanças posturais;
• Condições pulmonares.
Qualquer artéria pode ser acessada para tomar a pulsação, mas geralmente as mais escolhidas são as
artérias radiais ou carótidas porque elas permitem uma palpação mais fácil. Vejamos quais os locais utilizados
para mensuração da frequência de pulso (POTTER; PERRY, 2010):
• Temporal: acima do osso temporal da cabeça, acima e lateral ao olho;
• Carótida: ao longo da extremidade medial do músculo esternocleidomastoideo no pescoço;
• Apical: 4º a 5º espaços intercostais na linha clavicular média esquerda (com estetoscópio);
• Braquial: sulco entre os músculos bíceps e tríceps na fossa antecubital;
• Radial: no pulso do antebraço, na lateral radial ou no lado do polegar
• Ulnar: no lado ulnar do pulso do antebraço;
• Femoral: abaixo do ligamento inguinal, a meio
caminho entre a sínfise púbica e a espinha
ilíaca anterossuperior;
• Poplíteo: atrás do joelho na fossa poplítea;
• Tibial posterior: lado interno do tornozelo, abaixo
do maléolo medial;
• Artéria dorsal do pé: ao longo da parte de cima
do pé, entre a extensão dos tendões do dedo maior.
• Uma avaliação do pulso radial inclui a medida de
sua frequência, ritmo, força e igualdade. Ao
auscultar o pulso apical, avalia-se apenas a
frequência e o ritmo (POTTER; PERRY, 2010).
VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FC
IDADE FREQUÊNCIA
CARDÍACA (bpm)
LACTENTE 120-160
INFANTE 90-140
PRÉ- ESCOLAR 80 - 110
ESCOLAR 75-100
ADOLESCENTE
60- 90
ADULTO 60 - 100
RESPIRAÇÃO
• É o mecanismo que o corpo utiliza para trocar
gases entre a atmosfera e o sangue e entre o
sangue e as células. Este mecanismo envolve
(POTTER; PERRY, 2010):
VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA RESPIRÁTORIA
IDADE
FREQUÊNCIA
RESPIRÁTORIA (irpm)
RECÉM NASCIDO 30-60
LACTENTE 30-50
CRIANÇA ATEÉ 02 ANOS 25-32
CRIANÇA 20-30
ADOLESCENTE 16-19
ADULTO 12-20
PRESSÃO ARTERIAL
• É a força exercida sobre a parede de uma artéria
pelo sangue pulsante sob a pressão do coração. O
pico máximo de pressão no momento em que a
ejeção ocorre é a pressão sistólica. Quando os
ventrículos relaxam, o sangue que permanece nas
artérias exerce uma pressão mínima ou pressão
diastólica. A diferença entre as pressões sistólica e
diastólica é a pressão de pulso. A unidade padrão
para medir a PA é dada em milímetros de mercúrio
(mmHg) (POTTER; PERRY, 2010)
A pressão arterial passa a ser classificada como:
• Normal: quando PAS < 120mmHg + PAD < 80mmHg;
• Elevada: quando PAS estiver entre 120 e 129mmHg + PAD entre 80 e 89mmHg;
• Hipertensão Estágio 1 – Quando PAS estiver entre 130 e 139mmHg ou PAD entre 80-89mmHg;
• Hipertensão Estágio 2 – Quando PAS estiver acima ou igual a 140mmHg ou PAD acima ou igual a 90mmHg
Vantagens e desvantagens da PANI (Pressão
Arterial Não Invasiva)
• Baixo custo;
• Fácil aplicação;
• Fácil manutenção
• Demora de medida;
• Posicionamento do manguito.
Oximetria de pulso
• A oximetria de pulso, segundo Brunner (2011), é um
método não invasivo de monitorização contínua da
saturação de oxigênio arterial da hemoglobina
(SaO²). Quando a saturação de oxigênio é medida
como oximetria de pulso é designada como SpO².
Um sensor é preso à ponta do dedo da mão, testa,
lobo da orelha ou ponte do nariz. O valor normal de
SpO² é de 95 a 100%. Valores abaixo de 85%
indicam que os tecidos não estão recebendo
oxigênio suficiente
• Os valores de SpO² obtidos não são
confiáveis na parada cardíaca, choque ou
em outros estados de baixa perfusão
(sepse, doença vascular periférica e
hipotermia) pois, em tais situações, ocorre
vasoconstricção, interferindo na leitura da
saturação. Uso de drogas vasoconstrictoras
também interfere na leitura do método, bem
como anemia, níveis anormais de
hemoglobina, nível elevado.
Monitorização cardíaca
Deve ser realizada continuamente em todos os
pacientes internados em unidades de terapia intensiva.
Ela nos fornece dados contínuos de frequência
cardíaca e presença de arritmias cardíacas. Devemos
atentar para o rodízio dos eletrodos, pelo menos 1 vez
ao dia. O rodízio dos eletrodos previne lesões da pele.
• Quanto ao procedimento para monitorização
cardíaca:
• Realizar a tricotomia, caso necessário; limpar os
locais da pele
• para a colocação dos eletrodos com álcool a 70%
(a pele deve estar isenta de gordura, descamação e
umidade, para que não haja alteração nos impulsos
elétricos que chegam até os rodos); coloque os
eletrodos no tórax do paciente, pressionando as
bordas para melhor fixá-los à pele; são necessários,
no mínimo, 3 eletrodos para a monitorização
cardíaca. Se utilizado três eletrodos, o eletrodo de
aterramento pode ser posicionado em qualquer
parte do tórax.
Na monitorização cardíaca identificamos arritmias
que são distúrbios da formação ou condução (ou
ambas) do impulso elétrico dentro do coração. Esses
distúrbios podem provocar alterações da frequência
cardíaca, do ritmo cardíaco ou de ambos. As arritmias
podem inicialmente ser evidenciadas pelo efeito
hemodinâmico que elas causam (p. ex., uma
alteração na condução pode modificar a ação de
bombeamento do coração e causar pressão arterial
diminuída). As arritmias são diagnosticadas
analisando - se o traçado eletrocardiográfico (ECG).
A pode ser entendida como uma despolarização
rápida e desorganizada da estrutura atrial, resultando
em uma contratura ineficaz da musculatura. Ao
eletrocardiograma a FA apresenta-se como a
substituição de ondas “P”, por ondas “F”, ondas
fibrilatórias, que variam em tamanho, forma e
amplitude.2
CARDIOVERSÃO E DESFIBRILAÇÃO
• A cardioversão e a desfibrilação são usadas para
tratar a taquiarritmia liberando uma corrente elétrica
que despolariza uma massa crítica de células
miocárdicas.
• Uma diferença importante entre a cardioversão e
a desfibrilação é o momento da liberação da
corrente elétrica. Na cardioversão, a liberação da
corrente elétrica é sincronizada com os eventos
elétricos do paciente; na desfibrilação, a liberação
da corrente é imediata e não sincronizada.
Na cardioversão elétrica o desfibrilador é
ajustado para sincronizar com o ECG em um
monitor cardíaco, de modo que o impulso elétrico
dispara durante a despolarização ventricular
(complexo QRS). A sincronização impede que a
descarga aconteça durante o período vulnerável
da repolarização (onda T), o que poderia resultar
em TV ou fibrilação ventricular. O monitor de ECG
conectado ao desfibrilador externo geralmente
demonstra uma marca ou linha que indica a
sensação de um complexo QRS
Algumas vezes, a derivação e os eletrodos
devem ser trocados para que o monitor
reconheça o complexo QRS do paciente.
Quando o sincronizador está ligado, nenhuma
corrente elétrica é liberada se o desfibrilador
não percebe um complexo QRS.
Assim sendo, é importante garantir que o paciente
está conectado ao monitor e selecionar uma
derivação que permita a melhor detecção do
complexo QRS. Como pode haver um curto retardo
até o reconhecimento do QRS, os botões de descarga
de um desfibrilador manual externo devem ser
mantidos abaixados até que o choque tenha sido
liberado. Na maioria dos monitores, o modo de
sincronização precisa ser reativado se a cardioversão
inicial não foi efetiva e for necessário repeti-la (ou
seja, o aparelho é regulado automaticamente para o
modo não sincronizado de desfibrilação).
A desfibrilação é utilizada em situações de emergência como o tratamento de escolha para fibrilação ventricular e TV sem pulso, a causa mais comum de perda abrupta da função cardíaca e de morte súbita cardíaca. A desfibrilação não é empregada em pacientes conscientes ou com pulso. Quanto mais cedo a desfibrilação é usada, melhor a taxa de sobrevida: Quando ela é empregada dentro de 1 min do início da TV ou fibrilação, a taxa de sobrevida é de 90%; quando ela é retardada por 12 min, a taxa de sobrevida é apenas de 2 a 5%.
A desfibrilação despolariza uma massa crítica
de células miocárdicas de uma só vez;
quando elas se repolarizam, o nodo sinoatrial
geralmente retoma o seu papel como um
marca-passo. A voltagem elétrica necessária
para desfibrilar o coração geralmente é maior
que aquela necessária para a cardioversão e
pode causar mais lesão miocárdica. Os
desfibriladores são classificados como
monofásicos ou bifásicos.
Os desfibriladores monofásicos liberam a corrente em
apenas uma direção e requerem cargas maiores de
energia. Os desfibriladores bifásicos mais recentes
liberam a carga elétrica para a pá positiva,
devolvendo-a, em seguida, para a pá original. Esse
sistema permite níveis de energia menores,
possivelmente não progressivos (p. ex., 150 joules a
cada desfibrilação) com lesão miocárdica
potencialmente menor. Quando a desfibrilação não
tem êxito, a RCP é imediatamente iniciada e outros
tratamentos para suporte de vida avançado são
iniciados.
Marca-passo transcutâneo
• O uso do marca-passo transcutâneo permite ao coração se estimulado através de eletrodos aplicados externamente, os quais descarregam impulso elétrico sobre o coração causando despolarização elétrica e contração subsequente.
• É utilizado até que um marca passo transvenoso possa ser implantado ou ate que a causa da bradicardia seja revertida.
DROGAS VASOATIVAS
• O termo droga vasoativa é atribuído às
substâncias que apresentam efeitos vasculares
periféricos, pulmonares ou cardíacos, sejam eles
diretos ou indiretos agindo através de receptores
situados no endotélio vascular.
•
Cuidados de Enfermagem à pessoa em uso de drogas vasoativas
• Preparo, administração e controle das drogas;
• Monitorização de dados vitais;
• Monitorização do débito urinário;
• Monitorização da perfusão sanguínea;
• Cuidados com o acesso venoso;
• Registros de Enfermagem.
PREPARO, ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE DAS DROGAS
• Estabelecer critérios de diluição das drogas por meio de protocolos institucionais;
• Observar aspecto da solução antes e durante a administração;
• Administrar as drogas com a bomba de infusão;
• Calcular a dosagem das drogas em ug/Kg/min;
• Controlar velocidade de infusão das drogas;
• Manter o peso do paciente atualizado;
• Atentar aos sinais de desidratação antes de iniciar a infusão da droga;
• Conhecer a ação, estabilidade e interação medicamentosa das drogas;
• Conhecer quais as drogas fotossensíveis;
BALANÇO HIDRÍCO
• Monitorar os parâmetros que permitam acompanhar
o equilíbrio hídrico do cliente – Diante do tratamento
proposto, considerando o seu estado patológico,
renal e/ou cardíaco. A manutenção do equilíbrio
hídrico depende de uma adequada ingestão de
líquidos, contrabalanceando as perdas obrigatórias
pelo rim, pele, pulmões e fezes.
INGESTÃO
PERDAS
VIA ORAL 1500 ml URINA 1400 ml
ÁGUA DOS ALIMENTOS 800 ml
PELE 500 ml
METABOLISMO 200mL
RESPIRAÇÃO 400ml
TOTAL= 2500ml
FEZES 200ml
TOTAL= 2500ml
BALANÇO HIDRÍCO NORMAL
CONSIDERAR COMO GANHO/
ENTRADA
CONSIDERAR COMO PERDA/ SAÍDA
1 DIETA POR SNE, SNG,
OSTOMIAS.
1 ELIMINAÇÕES VESICO-
INTESTINAIS-(DIURES, FEZES
LIQUIDAS, SEMI LIQUIDAS).
2 INGESTÃO DE ÁGUAS,
SUCOS E CHÁS.
2 VOMITOS, DRENAGENS,
SECREÇÕES E SUDORESE.
3 TERAPIA MEDICAMENTOSA:
SOROS, MEDICAÇÕES COM
DILUIÇÃO, SANGUE, NPP.
Costuma – se dividir a distribuição em dois grandes compartimentos : intracelular e extracelular.
• Compartimento extracelular: refere – se a toda água externa às células e possui subcompartimentos : plasma, líquido intersticial,
linfa, entre outros;
• Líquidos transeculares: líquidos secretados (glândulas salivares, liquido da cavidade pleural, LCR;
• Terceiro espaço – situação na qual o liquido extracelular é perdido ou sequestrado numa área do corpo onde não há a participação das trocas e consequentemente não satisfaz as necessidades hídricas do paciente.
A DIFERENÇA ENTRE GANHO E
PERDA PODE RESULTAR EM:
BALANÇO POSITIVO BALANÇO NEGATIVO
RETENÇÃO DE
LIQUIDOS
PERDA DE LIQUIDOS
Considerar avaliação balanço hídrico
• Peso;
• Turgor da pele, tensão do globo ocular, umidade da
mucosa bucal;
• Edemas;
• Pressão arterial;
• Pressão venosa central (PVC);
• Ausculta pulmonar;
• Exames laboratoriais:
• Avaliar hematócrito, níveis plasmáticos de eletrólito.
Considera – se a água total do organismo como sendo 60 % do peso corporal e o volume extracelular 20%, conclui-se que o volume intracelular é de 40% do peso total.
• A perda de líquido pela pele e pelos pulmões aumenta de 100 ml a 300 ml para cada grau Celsius de febre ;
• As perdas urinarias e pelo intestino podem ser muito grandes em pacientes com poliúria ou diarreia intensa ;
• O As perdas pela pele podem ser elevadas a depender da temperatura ambiente.
MONITORIZAÇÃO DO DÉBITO URINÁRIO
• Controlar volume urinário a cada hora ou conforme
prescrição de enfermagem;
• Atentar para alterações das função renal como:
diminuição ou aumento do débito urinário,
acompanhamento dos valores de uréia, creatinina e
clarence de creatinina;
• Realizar rigoroso controle hídrico;
• Realizar balanço hídrico.
MONITORIZAÇÃO DA PERFUSÃO SANGUÍNEA
• Acompanhar as variações do pulso e perfusão
periférica;
• Manter as extremidades protegidas das perdas de
calor;
• Atentar para não garrotear os membros;
• Realizar rodízio do manguito de pressão arterial;
• Avaliar o enchimento capilar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde.
Portal da saúde. Disponível em: <http://www.sau- de.gov.br/saudetodahora>. Acesso em: 11 jan. 2013.
Knobel, Elias. Monitorização hemodinâmica no paciente
grave. 1ª ed. São Paulo : Editora Atheneu, 2010.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013003600001
Manual de enfermagem para concursos e resideências: Atenção hospitalar. Rômulo Silva Passos(Coord.).- João Pessoa, PB: Editora Brasileiro& & Passos, 2018.
Knobel, Elias Terapia Intensiva/Elias Knobel, co-autores Claudia Regina Laselva, Denis Faria Moura Júnior. – São Paulo: Editora Atheneu, 2010.