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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Cálculos Matemáticos em
Farmácia Magistral
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
1. Sistemas Numéricos
1.1. Algarismos Arábicos: 0 sistema arábico é o mais usado para expressar valores em
cálculos. Este sistema contém 10 dígitos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Estes dígitos expressam valores, quando usados sozinhos ou
em combinações. É um sistema posicional em essência, o valor de qualquer
numeral é afetado pela posição que ele ocupa no número. Cada dígito em um número tem um lugar de certo valor, co-
meçando a partir de uma vírgula chamada decimal. Números à esquerda da vírgula decimal indicam valores mai-
ores que 1, (ex.: 1,2). Os dígitos à direita da vírgula decimal indicam valores meno-
res que 1, mas maiores que 0. (Ex.: 0,5 ou 0,3). Em um número como 245,679
• 5 está no local da unidade, expressando 5 x 1 . • 4 está no lugar da dezena indicando 4x10 . • 2 está no local da centena, expressando 2 x 100. • 6 à direita da vírgula, está no lugar dos décimos que expres-
sa um valor de 6 x 1/10 . • 7 expressa 7 x 1/100. • 9expressa 9x 1/1000.
1.2. Algarismos Romanos: 0 sistema de algarismos romanos usa letras para representar
números. Os algarismos romanos são usados esporadicamente na escrita. Por exemplo em farmácia, algarismos romanos são utiliza-dos para indicar dosagens de drogas que são escritas em unidades farmacêuticas.
1 = 1 III = 3 V= 5
VII = 7 IX = 9 L = 50
D = 500
II = 2 IV = 4 VI = 6
VIII = 8 X = 10
C = 100 M = 1000
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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Estas letras são combinadas de maneira específica para indi-car a magnitude do valor. Existem algumas regras gerais:
1a - Quando um algarismo de menor valor segue um de maior valor, some ambos os valores, faça o mesmo quando os algarismos de mesmo valor são repetidos. Ex. XI = 10 + 1 = 11 LX = 50 + 10 = 60 LXXX = 50 + 10 + 10+ 10 = 80
2a - Quando um algarismo de menor valor precede um de maior va-lor, o valor do primeiro é subtraído do valor do segundo. Os algaris-mos V, L e D nunca são usados como número subtraidor. Ex. IV = 5 - 1 = 4 XL=50- 10 = 40 XLV = 50- 10 + 5 = 45
3a - Algarismos nunca são repetidos mais do que três vezes em se-quência. Ex. XXX = 30 XL = 40 (enãoXXXX)
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2. Aritmética
2 . 1 . Frações
2 .1 .1 . Frações Decimais: A fração decimal é uma fração com denominador 10 ou qual-
quer outro múltiplo de 10. A vírgula decimal é o ponto de referência usado para deter-
minar o valor do lugar de um dígito em um número. Dígitos à esquerda da vírgula decimal indicam valores de 1 ou
maiores, enquanto que dígitos à direita da vírgula decimal indicam valores menores que 1.
Um número decimal que possui um valor menor que 1 é uma fração própria ou um decimal puro. Um número decimal maior que 1 será uma fração mista.
A. Decimais puros: (ex.: 0,83; 0,9; 0,5).
B. Fracões mistas (ex.: 1,9; 7,38; 2,252).
2.1.2. Operações com Frações A soma de zeros à direita da fração decimal não muda o va-
lor da fração. Ex.: 0,2 = 0,20 = 0,200
Para somar ou subtrair números contendo decimais, alinhe a vírgula de cada número, uma diretamente sobre a outra e some ou subtraia normalmente. Ex.:
0,62 0,103 0,01 + 0,733
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2.2. Porcentagem
É muito utilizado para expressar concentrações em formula-ções farmacêuticas.
Por cento significa "partes por 100" e tem o símbolo %. Exemplo: 3% significa 3 partes em 100 partes totais.
Por cento é um número relativo. Quando porcentagem é usa-da, dois valores estão envolvidos.
2.2.1. Expressão de concentrações em porcentagem: A. Porcentagem peso por volume, % p/v: número de gramas de um constituinte (soluto) em 100ml de uma preparação líquida (solução). B. Porcentagem peso por peso. %p/p: número de gramas de um constituinte em 100g de uma preparação. C. Porcentagem volume por volume. %v/v: número de mililitros (ml) de um constituinte em 100 ml de uma preparação. D. Miligrama por cento. mg%: número de miligramas de um constitu-inte em 100g ou 100ml de uma preparação.
Exemplo 1: Se 4g de ácido salicilico são dissolvidos em quantidade sufi-
ciente para preparar 250 ml de solução, qual a concentraçào em termos de porcentagem p/v da solução?
Pelo método de proporção: 4& = Xg 250ml WOrnl
Resolvendo X, nós temos: X= (100x4) +250= 1.6s
Resposta: 1.6 g em 100 ml é 1.6%p/v.
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Exemplo 2: Para se preparar 30g de um creme com colágeno a 5% p/p, qual a quantidade de colágeno a ser pesada?
Pelo método de proporção: 5g = xg 100g 30g
Resolvendo X, nós temos: x = (30x5) ^100 x = 1,5g
Resposta: deve-se pesar 1,5g de colágeno e qsp de creme para 30g.
2.3. Regra de Três (Razão e Proporção)
Quando se é confrontado com o problema de comparar duas ou mais quantidades, o procedimento de razão e proporção (conhe-cido como "regra de três") é um bom método para se utilizar e re-solver o problema. Razão considera os tamanhos relativos de dois números. É encontrada dividindo-se um número com o qual ele está sendo comparado.
Utilizando-se razão e proporção, as duas razões sendo com-paradas devem ser escritas na mesma ordem e devem estar nas mesmas unidades.
2 .3 .1 . Exemplo: Se em uma solução de hipossulfito de sódio, tenho 20g em
100ml, quantos gramas de hipossulfito eu precisaria para preparar 20ml de uma solução na mesma concentração?
20g = lOOml 100X = 20
Xg 20ml
x20 100X = 400 X = 400
100 X = 4g em 20ml
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3. Diluição de Concentração
Para calcular a concentração de uma solução preparada a-través da diluição de uma outra solução de concentração conhecida, uma proporção pode ser empregada como a seguinte:
Qi x Ci = Qz x C2
Onde: Q, = quantidade conhecida Ci = concentração conhecida Q2 = quantidade final a ser obtida após a diluição C2 = concentração final após a diluição
3.1. Exemplo:
Se 5 ml de uma solução aquosa de furosemida 20% p/v for di-luída para 10 ml, qual será a concentração final de furosemida? Q, = 5ml C, = 20% Ch = 10ml C2 = X ? Então: 5 (ml) x 20 (%p/v) = 10 (ml) x X (%p/v) X= 5x20/10= 10%p/v. Resposta: 10% p/v
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4. Densidade
0 farmacêutico freqüentemente, usa quantidades de medi-das como densidade ou gravidade específica quando se relaciona peso (massa) e volume.
A densidade é derivada da combinação de massa e volume. É definida como massa por unidade de volume de uma subs-
tância em temperatura e pressão fixas. No sistema métrico internacional é expresso como (g/ml).
Fórmula para o cálculo da densidade:
d = densidade m = massa v = volume
Exemplo: 100 ml da solução de lugol pesam 120g em mesmas condi-ções de temperatura e pressão, calcule a densidade.
d = 120 (sl = 1,2s/ml 100 (ml)
Resposta: 1,2g/ml
4 . 1 . Densidade Aparente e Volume Aparente
A densidade aparente corresponde ao volume ocupado pelo sólido, sem a exclusão das porosidades (espaços entre os grânulos sólidos).
Sua determinação é necessária para determinação da capa-cidade volumétrica para formas farmacêuticas em cápsulas e em comprimidos.
A medição do volume aparente é feita com auxílio de uma proveta graduada. Esta determinação é importante no processo de encapsulação e repartição volumétrica dos grãos (comprimidos).
Cálculo da densidade aparente (Dap):
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Dap = Massa (g) Volume (ml)
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5. Sistemas de Medidas e Interconversões
5.1. Sistema Métrico
5.1.1. Sistema Métrico de Pesos: 0.001 kilograma (Kg) 0,01 hectograma (hg) 0,1 decagrama (dkg) 10 decigramas (dg)
100 centigramas (cg) 1000 miligramas (mg)
1.000.000 microgramas (mcg) ou (ng) 1.000.000.000 nanogramas (ng)
1 grama (g) 1 grama (g) 1 grama (g) 1 grama (g) 1 grama (g) 1 grama (g) 1 grama (g) 1 grama (g)
5.1.2. Interconversões (mais comuns em farmácia magis-tral): g => mg = multiplique por 1.000 ex.: 0,1gx 1.000= 100 mg
mg => mcg = multiplique por 1.000. ex.: 1mgx 1.000 = 1.000 mcg
0,25mgx 1000 = 250 mcg
g => mcg = multiplique por 1.000.000 ex.: 1 g x 1.000.000 = 1.000.000 mcg
mcg => mg = divida por 1.000 ex.: 250 mcg - 1.000 = 0,25 mg
mg => g = divida por 1.000 ex.: 100 m g - 1.000 = 0,1g
mcg => g = divida por 1.000.000 ex.: 500 mcg x 1.000.000 = 0,0005g
Siga o mesmo raciocínio para outras conversões, observando a tabela acima de equivalência. 0 aprendizado das interconversões é de importância capital a todos os farmacêuticos, manipuladores e técnicos de laboratório da farmácia.
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5.2. Sistema Métrico de Volume:
0.001 kilolitro (kl_) 0.01 hectolitro (hL) 0.1 decalitro (dkL) 10decilitros (dL)
100centilitros (cL) 1000 mililitros (mL)
1.000.000 microlitros (mcL) ou (uL) 1.000.000.000 nanolitros (nL)
1 Utro (L) 1 litro (L) 1 litro (L) 1 litro (L) 1 litro (L) 1 Utro (L) 1 Utro (L) 1 Utro (L)
Notas: 1ml = Jcrrv
5.3. Sistema Apotecário (normalmente não utilizado no Bra-sil):
1 fluidounce 1 onça 1 Ubra 1 grão 1 galão
30 ml 30 g 454g
64.8 mg 3.785ml
5.4. Medidas Caseiras
1 colher das de café 1 colher das de chá
1 colher das de sobremesa 1 colher das de sopa
1 cálice 1 copo
2ml 5ml 10 ml 15 ml 30 ml 150 ml
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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
6. Calibração de gotas
Uma gota é calibrada através da contagem do número de gotas requeridas para transferência de 2ml da formulação ou subs-tância que se deseja calibrar, do recipiente original (frasco conta gotas, conta-gotas, etc) para uma proveta graduada de 5ml; em seguida, divida por 2 e estabeleça a relação do número de go-tas/ml.
6.1. Exemplo:
Se para um determinado líquido eu tenho 40 gotas em 2ml, quantas gotas eu terei em 0,15ml deste liquido?
40 gotas/ 2 ml = x gotas/ 0,15 ml
x = 3 gotas.
Resposta: 0,15 ml contém 3 gotas.
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7. Cálculo envolvendo Produtos Industrializados (Alteração da Dosagem Padrão)
Seja a seguinte prescrição: Glicazida 60mg Excipiente qsp 1 cápsula. Mande 30 cápsulas.
A matéria-prima acima não está disponível na forma de sal para manipulação, sendo necessário a utilização do produto indus-trializado chamado Diamicron® que se encontra disponível nas a-presentações de 80mg com 20 ou 60 comprimidos. Qual o número de comprimidos de Diamicron® são necessários para o aviamento da formulação acima?
Resposta: 60mg de glicazida x 30 cps = 1800 mg glicazida * 80mg (diamicron) = 22,5 comprimidos de diamicron Resposta: Deverão ser utilizados 22,5 comprimidos de diamicron e quantidade suficiente de excipiente necessário para completar 30 cápsulas.
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8. Cálculos de Concentrações Percentuais em Pre-parações Líquidas:
8.1. Aligações:
Qual a porcentagem de álcool na formulação abaixo ?
Espírito de clorofórmio 50,0ml (90% álcool) Elixir aromático 150,Oml (21% álcool) Elixir de Terpeno hidratado 300,Oml (45% álcool) Tome 5 ml para tosse.
Solução:
Passo 1 : 50+ 150+ 300 = 500 ml
Passo 2: 50x90 = 4500
150x21 = 3150 300 x 45 = 13500 +
=> 21150 Passo 3:
21150-500 = 42,3%
Resposta: 42,3%
8.2. AligaçÕes Alternadas:
Um médico prescreveu uma suspensão oftálmica para conter 100 mg de Acetato de Cortisona em 8 ml de solução salina normal. 0 farmacêutico tem preparada uma suspensão de 2,5% de Acetato de Cortisona em solução salina normal. Quantos ml desta solução preparada e quantos ml de solução salina devem ser utilizados no preparo desta receita?
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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Solução:
Se 100 mg estão contidos em 8ml, então a concentração em per-centual é calcuíada da seguinte maneira: QJSÍ = X 8 ml WOrnl
X= 1,25%
2,5%
0%
(-)
1,25%
(-)
1,25 partes de 2,5% suspensão
1,25 partes de salina normal
Resposta: Então, a suspensão de acetato de cortisona desejada pode ser obtida através da mistura de partes iguais (1.25 parte ou 4ml de cada) da suspensão a 2,5% e solução salina normal.
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9 - Cálculo de Miliequivalentes (mEq):
Para calcularmos a quantidade exata a ser pesada devemos fazer as conversões de acordo com a fórmula.
mEq = (Peso Molecular / valência) / 1.000
9.1. Exemplo: Qual é o miliequivalente do Citrato de potássio ?
PM do Citrato de potássio (C6H5K307.H20) = 324 Eqg = 324 / 3 (valência) = 108 mEq = 108 /1000 = 0,108 g = 108 mg
20mEq de Citrato de potássio corresponde a que quantidade de Ci-trato de potássio ? 20 x 108 mg = 2160 mg
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
10. Unidades de Medidas - Ul, UTR
0s produtos prescritos nestas unidades terão suas conversões efetuadas utilizando-se uma regra de três simples.
10.1. Exemplo: Formulação com 5.000 UTR de Thiomucase. Sabendo-se que
350.000 UTR's equivalem a 1 grama, devemos calcular
350.000UTR = 5.000UTR 1g X
onde X=
5000 x 1 -s- 350.000 = 0.014g
Devemos pesar então 0,014g ou 14 mg de Thiomucase Os cálculos em Ul's seguem o mesmo princípio.
10 .1 .1 . Ul - Unidade Internacional Atividade específica de uma droga contida numa quantidade
determinada de um padrão (medida de atividade ou potência da substância).
10.1.2. UTR = Unidade de Turbidez
10.2. Exemplos:
Vitamina A oleosa (palmitato) 1.000.000 Ul/g Acetato de vitamina A pó 500.000 Ul/g Vitamina D2 pó 40.000.000 Ul/g Vitamina D3 40.000.000 Ul/g Vitamina E oleosa 1.000 Ul/g Vitamina E pó 50% 0,5 Ul/mg Thiomucase 350 UTR/mg Heparina 100 Ul/g Hialuronidase 2.000 UTR/20mg
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
11. Quantidade Suficiente para (qsp):
É bastante comum o médico ao final da formulação indicar a quantidade de veículo suficiente para determinada quantidade. De-vemos então somar a quantidade total dos demais itens e subtrair do total solicitado.
11.1. Exemplo: Creme Uréia 5g Óleo de amêndoas 10g Creme base qsp 50g. Utilizaremos de veículo: 50 - (5 + 10) = 35g Resposta: 35g de creme
11.2. Exemplo: Cápsulas Cáscara sagrada 100 mg Espirulina 200 mg Excipiente qsp 500 mg Devemos utilizar de excipiente por cápsula: 500 - (100 + 200) = 200 Resposta: 200mg de excipiente.
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Capítulo 6 - Cáiculos Matemáticos em Farmácia Magistral
12. Diluições
12.1. Matérias primas diluídas:
Dentro dos laboratórios trabalhamos com diversas matérias-primas diluidas.
12.1 .1 . Diluições pela Farmácia Magistral: É realizada para facilitar a pesagem conforme exemplo: T3 -
diluição 1:1000, devemos multiplicar a dosagem prescrita na receita por1000.
12.1.2. Diluições pelo Fabricante (fornecedor): Conforme exemplos abaixo: Selênio quelato 0,2% - devemos multiplicar por 500. PCA-Na 50% - devemos multiplicar por 2.
12.2. Importância da Correção do Teor do Princípio A-tivo em fórmulas farmacêuticas:
É desnecessário dizer que a não correção ou correção indevi-da do teor de um princípio ativo em uma forma farmacêutica, im-plicará em uma dosificação errada e conseqüentemente, uma não conformidade passível de sanções legais.
Todavia, em que situações deveremos fazer a correção, seja do sal para molécula base ou de uma molécula base hidratada para a forma anidra?
Sabemos que não há uma regra fixa que estabeleça a neces-sidade ou não de correção, ora se faz e ora não se faz. O certo é que devemos sempre basear-nos no produto farmacêutico de refe-rência (produto inovador) que foi primeiramente patenteado e com o qual se fez todos os ensaios farmacológicos.
Está relacionado com o ajuste de teor, compensação da hi-dratação ou de uma diluição de uma substância.
12 .2 .1 . Fator de Equivalência: Permite intercambiar uma substância na sua forma "salina",
"éster" ou "hidratada" com a sua "molécula base" ou "anidra", em relação a qual a forma farmacêutica de referência estaria dosifica-da.
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
12.2.2. Situações em que se emprega o Fator de Correção ou Fator de Equivalência:
Substância comercializada em sua forma diluída Substância salina (sal) cujo produto farmacêutico de refe-
rência que a contém é dosificado em relação à sua molécula base. Substância comercializada na forma de sal ou base hidratada
cujo produto de referência é dosificado em relação à base ou sal anidro.
Substância que por razões farmacotécnicas e de segurança são diluídas na farmácia.
Sais minerais ou minerais aminoácidos quelatos em prescri-ções que se deseja o teor elementar.
Correção do teor, quando o doseamento indicar valores me-nores do que o mínimo especificado na monografia farmacopeica.
12.2.3. Substâncias Comercializadas na Forma Diluída: Originalmente comercializadas na forma diluída. As diluições
são fornecidas no rótulo pelo fabricante ou revendedor. 0 cálculo do fator de correcão (Fator de Correção = Fc) deve ser feito para 100%.
Exemplos: Betacaroteno 10% - Fc= 10 Omeprazol pellets 8,5% - Fc = 11,8 Vitamina E 50% - Fc= 2
12.2.4. "Sal" cujo produto farmacêutico de referência é dosificado em relação à molécula base:
A necessidade ou não de adoção do fator de equivalência é determinada pelo produto de referência (produto inovador).
Bibliografia para pesquisa: Farmacopéias, USP-DI, Compêndio Médico, DEF, Bulas, PDR.
Cálculo do Fator de Equivalência ( FEq)
FEq= PM (Peso Molecu(ar) do "sal" PM (Peso Molecular) da base
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
A. Exemplos:
A.1. Estolato de Eritromicina FEq = 1056.41 (sal) - FEq= 1,44
733,94 (base)
A.2. Acetato de Hidrocortisona FEq = 404. 51 (sal) - FEq= 1,12
362,47 (base)
A.3. Sulfato de Salbutamol Sulfato de salbutamol - Fórmula molecular: (Ci3 H2i N03)2 H2S04 Peso molecular: 576,7
Salbutamol Base - Fórmula molecular: Ci3 H2i N03
Cálculo: FEq= 576,7 = 2,41/2 FEq = 1,205
293,3 O sulfato de salbutamol contem 2 moléculas de salbutamol base, portanto é necessário dividir por 2.
12.2.4. "Sal" ou "Base" Hidratada cujo produto de referên-cia é dosificado em relação à Base ou Sal Anidro:
A necessidade ou não de correção em relação a água de hi-dratação de uma substância farmacêutica é determinada em com-paração com produto de referência (produto inovador)
Bibliografia para pesquisa: Farmacopéias, USP-DI, Compêndio Médico, DEF, Bulas, PDR
Cálculo do Fator de Equivalência (FEq) FEq = PM Sal ou base hidratada
PM Sal ou base anidra
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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
A. Exemplos A.1. Amoxacilina trihidratada FEq = 419. 46 (mol. hidratada) FEq = 1,15
365.41 (mol. anidra)
A.2. Lisinopril dihidratado FEq = 441, 52 (mol. hidratada) FEq = 1,09
405.42 (mol. anidra)
12.2.5. Diluições Realizadas na Farmácia Realizadas por motivos farmacotécnicos (facilitar a pesagem
ou medida) ou de segurança (dose terapêutica próxima à dose tóxi-ca).
A. Exemplo: T3, T4, Digoxina, Vitamina B12, etc... A correção do teor deve ser feita de acordo com a diluição realizada
B.Exemplo: T3 1:1000-Fc=1000 Triac 1:100- Fc= 100 Diazepam 1:10- Fc= 10
12.2.6. Compostos Minerais, Teor Elementar e Fator de Correção
Devemos adotar o Fator de Correção, somente quando a prescrição solicitar o teor elementar.
Para minerais aminoácidos quelatos o teor elementar pode variar de lote para lote, sendo necessário observar a concentração descrita no rótulo. Prescrições com minerais aminoácidos quelatos normalmente solicitam os minerais em suas concentrações elemen-tares (necessário a correção)
12.2.7. Fitoterápicos com Ativos Padronizados Quando a prescrição solicitar o fitoterápico, não corrigir
A. Exemplo: Ginkgo Biloba extrato seco 24% e Citrin Extract, Kawa kawa, etc... Quanto a prescrição expressar em relação ao princípio ativo do fitoterápico - deve-se corrigir. B. Exemplo: Kavapironas xmg (kawa kawa 30% de kavapironas)
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
13. Cálculo de Isotonía (Colírios, Errínos, etc):
13.1. Equivalentes de determinadas substâncias em Cloreto de Sódio:
E = PM NaCl x / da substância / do NaCl PM da substância
/ = fator de dissociação (n° de íons formados com a dissociação da substância)
0 método de equivalentes em Cloreto de sódio é o mais fre-qüentemente utilizado no cálculo da quantidade de Cloreto de sódio necessária para preparar soluções isotônicas.
0 equivalente em cloreto de sódio de uma substância, é a quantidade (em gramas) de cloreto de sódio que é osmoticamente equivalente a 1g da substância.
Para se calcular (E) é necessário conhecer o PM e o / da substância da qual se deseja a solução isotônica.
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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Tabela 44: Número de ions, Fator de Dissociação (;') e Peso Mole-cular de algumas Substâncias
Substâncias
Àcido bórico Atropina sulfato, H20 Cloreto de benzalcônio Cloreto de sódio Clorobutanol Cromoglicato de sódio Dextrose anidra Dextrose,H20 Efedrina cloridrato Efedrina sulfato Epinefrina bitartarato Escopolamina HBr.3H20 Fenilefrina cloridrato Fosfato de sódio dibásico anidro Fosfato de sódio dibásico.7H20 Fosfato de sódio monobásico anidro Fosfato de sódio monobásico.H20 Homatropina HBr Manitol Nitrato de Prata Oximetazolina cloridrato Oxitetraciclina Pilocarpina nitrato Procaína cloridrato Sulfato de Zinco.7H20 Tetracaína cloridrato
n° ions 1 3 2 2 1 2 1 1 2 3 2 2 2 3 3 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2
I
1.0 2.6 1.8 1.8 1.0 1.8 1.0 1.0 1.8 2.6 1.8 1.8 1.8 2.6 2.6 1.8 1.8 1.8 1.0 1.8 1.8 1.8 1.8 1.8 1.8 1.8
PM
61.8 695 360 58 177 512 180 198 333 429 328 438 204 142 268 120 138 356 182 170 297 497 271 273 288 301
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
13.1.1. Exemplo: Calcular o equivalente em cloreto de sódio de uma solução a
1% de pilocarpina nitrato.
Pilocarpina nitrato:
PM = 271 i = 1.8 E = PM de NaCl x i do nitrato de pilocarpina
i do NaCl PM do nitrato de pilocarpina E = 58,5 x 1,8
1.8 271 E = 105.3 =0,22 E = 0,22
487.8 Resposta: 1g de nitrato de pilocarpina equivale a 0.22 de NaCl
13.2. Ajustes de Isotonicidade pelo Método de Equiva-lente em Cloreto de Sódio:
13.2.1. Cálculo: Seja a seguinte formulação: Sulfato de efedrina 1,0% Solução isotônica qsp 50ml
Qual a quantidade de NaCl necessária para isotonização do meio? Passo 1: Cálculo da quantidade de NaCl para transformar o volume descrito em sol. isotônica: 0.009 x 50 ml = 0,45g Passo 2: Equivalente em NaCl do sulfato de efedrina na quantidade prescrita: 0,5g (sulfato de efedrina) x 0,23 (Eq NaCl do sulfato de efedrina) = 0,115g Passo 3: A quantidade em gramas de cloreto de sódio necessária para fazer a solução isotônica é: |0,45 - 0,115 = 0,335 g de NaCl|
428
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Tabela 45: Equivalentes de Cloreto de Sódio
Acetato de potássio Acetato de sódio anidro Acetato de sódio trihidratado Acetazolamida sódica Ácido aminocapróico Ácido ascórbico (vit. C) Ácido bórico Ácido cítrico Acido glucurônico Acido láctico Acido L-glutâmico Acido nicotínico Ácido tânico Ácido tartárico Acriflavina Adrenalina (epinefrina) Àlcool benzílico Álcool D-pantotenílico Álcool etílico Álcool etílico anidro Álcool polivinílico Aminofilina Antipirina Ascorbato de sódio Atropina sulfato Bacitracina Barbital sódico Benzoato de sódio Bicarbonato de sódio Bicloreto de mercúrico Bissulfato de quinina Borato de sódio Brometo de cetiltrimetilamônio Brometo de sódio Bromidrato de hiosciamina Bromidrato de hioscina Bromidrato de homatropina Cafeína
0.59 0.77 0.46 0.23 0.26 0.18 0.50 0.18 0.20 0.41 0.25 0.25 0.03 0.25 0.10 0.18 0.17 0.18 0.65 0,70 0.02 0.17 0.17 0.32 0.13 0.05 0.30 0.65 0.65 0.13 0.09 0.42 0.09 0.58 0.19 0.12 0.17 0.08
429
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação... Cânfora Carbacol (carbachol) Carbonato de amônio Carbonato dissódico, anidro Carbonato dissódico, mono-hidratado Carbonato dissódico, decahidratado Cefalotina sódica Ciclofosfamida Citrato de sódio (trissódico) Cloramina-T Cloranfenicol Clorato de potássio Cloreto de amônio Cloreto de benzalcônio Cloreto de benzetônio Cloreto de betanecol Cloreto de cálcio anidro Cloreto de cálcio, dihidratado Cloreto de cálcio, hexahidratado Cloreto de potássio Cloreto de sódio Cloreto de zinco Cloridrato de amantadina Cloridrato de amitriptilina Cloridrato de ciclopentolato Cloridrato de clordiazepóxido Cloridrato de clorpromazina Cloridrato de difenidramina Cloridrato de efedrina Cloridrato de epinefrina (adrenalina) Cloridrato de estreptomicina Cloridrato de estricnina Cloridrato de fenilefrina Cloridrato de fenilpropanolamina Cloridrato de hidralazina Cloridrato de hidroxizina Cloridrato de imipramina Cloridrato de lidocaína (xilocaína) Cloridrato de lincomicina
0.21 0.36 0.70 0.70 0.60 0.25 0.17 0.10 0.31 0.23 0.10 0.49 1.16 0.16 0.05 0.39 0.68 0.51 0.35 0.76 1.0 0.61 0.31 0.18 0.20 0.22 0.10 0.28 0.30 0.29 0.17 0.18 0.32 0.38 0.37 0.25 0.20 0.22 0.16
430
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação... Cloridrato de nafazolina Cloridrato de oximetazolina Cloridrato de oxitetraciclina Cloridrato de papaverina Cloridrato de pilocarpina Cloridrato de piridoxina (vit.Bó) Cloridrato de procaína (novocaína) Cloridrato de prometazina Cloridrato de quinina Cloridrato de tetracaína (neotutocaína) Cloridrato de tetraciclina Cloridrato de tioridazina Clorobutanol Cromogticato de sódio Dextrose anidra Dextrose monohidratada Dicloridrato de quinina Dicloridrato de trifluoperazina Dietanolamina Dimetilsulfóxido (DMSO) Dipirona (metamizol) EDTA-dissódico Epinefrina (adrenalina) Estreptomicina-cloreto de cálcio, complexo Etilenodiamina, hidratada Fenilbutazona sódica Fenobarbital sódico Fenol Fluoresceína sódica Folato de sódio Fosfato de adenosina Fosfato de amônio,dibásico Fosfato de codeína Fosfato de hidroxicloroquina Fosfato dipotássico Fosfato dissódico (dibásico),dihidratado Fosfato dissódico (dibásico), heptahidratado Fosfato dissódico (dibásico), exsicado Fosfato monopotássico (ácido, monobásico)
0.27 0.22 0.13 (0.14) 0.10 0.24 0.37(0.36) 0.21 0.18 0.14 0.18 0.25 0.05 0.24 0.11 0.18 0.16 0.23 0.18 0.31 0.42 0.19 0.23 0.26 0.20 0.44 0.18 0.24 0.35 0.31 0.12 0.41 0.55 0.14 0.18 0.46 0.42 0.29 0.53 0.44
431
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação... Fosfato monossódico (bifosfato ácido) anidro Fosfato monossódico (bifosfato ácido), di-hidratado Fosfato monossódico (bifosfato ácido), mono-hidratado D-Frutose Glicerina Gluconato de cálcio Gluconato ferroso Gluconato de quinidina Heparina sódica Hexametileno-tetramina (metenamina, urotropina) Hialuronidase Hipofosfito de sódio lodeto de potássio lodeto de sódio Isoniazida (Hidrazida) Idoxuridina (IDU) Lactato de amônio Lactato de cálcio, anidro Lactato de cálcio, penta-hidratado Lactato ferroso Lactato de sódio Lactose Lauril sulfato de sódio Levulinato de cálcio Levulose Maleato de bronfeniramina Maleato de clorofeniramina Maleato de dexclorofeniramina Maleato de ergonovina (ergometrina) Manitoi N-Metilglucamina Mentol Merbromino Mesilato de fentolamina Metabissulfito de sódio Metilbrometo de atropina Metilbrometo de homatropina Metilnitrato de atropina
0.46 0.36 0.40
0.18 0.35 0.16 0.15 0.12 0.08 (0.07) 0.23 0.01 0.61 0.34 0.39 0.25 0.09 0.33 0.37 0.23 0.21 0.55 0.07 0.08 0.27 0.18 0.09 0.15 (0.17) 0.15 0.12 0.17 0.20 0.21 0.14 0.17 0.67 0.15 0.19 0.18
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Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação... Metilnitrato de escopolamina Metionina Monocloridrato de histidina Nicotinamida Nafazolina cloridrato Nitrato de estricnina Nitrato de pilocarpina Nitrato de potássio Nitrato de prata Nitrato de sódio Nitrito de sódio Oxacilina sódica Oximetazolina cloridrato Oxitetraciclina cloridrato Pantotenato de cálcio Penicilina-G potássica Penicilina-G sódica Permanganato de potássio Polietilenoglicot 300 Polietilenoglicol 400 Polietilenoglicol 1.500 Polietilenoglicol 1540 Polietilenoglicol 4000 Polisorbato (tween) 80 Polivinilpirrolidona (povidona, PVP) Prata proteínica (protargol) Propilenoglicol Procaína cloridrato Propilenoglicol Resorcinol Riboflavina-5-fosfato de sódio Sacarose Salicilato de sódio Sorbitol, hemi-hidratado Sulfacetamida sódica Sulfadiazina sódica Sulfanilamida Sulfapiridina sódica Sulfato de alumínio e potássio
0.16 0.25 0.29 0.26 0.27 0.12 0.23 0.56 0.33 0.68 0.84 0.17 0.12 0.20 0.18 0.18 0.18 0.39 0.12 0.08 0.06 0.02 0.02 0.02 0.01 0.08 0.45 0.21 0.45 0.28 0.08 0.08 0.36 0.16 0.23 0.24 0.20 0.23 0.18
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação... Sulfato de amônio Sulfato de atropina Sulfato de cloroquina Sulfato de clorotetraciclina Sulfato cúprico, anidro Sulfato cúprico, penta-hidratado Sulfato de efedrina Sulfato de hiosciamina Sulfato de magnésio Sulfato de neomicina Sulfato de polimixina B Sulfato de potássio Sulfato de quinidina Sulfato de sódio anidro Sulfato de sódio decahidratado Sulfato de zinco dessecado Sulfato de zinco heptahidratado Sulfito monossódico ou Bissulfito de sódio Tartarato ácido de epinefrina (adrenalina) Tartarato de fenilefrina Tartarato de sódio Teofilina Tiossulfato de sódio Trietanolamina Tetracaína cloridrato Tetraciclina cloridrato Timolol maleato Tobramicina Tropicamida Uréia Varfarina sódica Vitelinato (proteinato) de prata fraco (argirol)
0.55 0.13 0.09 0.13 0.27 0.18 0.23 0.14(0.15) 0.17 0.11 (0.12) 0.09 0.44 0.10 0.58 0.26 0.23 0.15 0.61 0.18 0.19 0.33 0.10 0.31 0.21 0.18 0.12 0.14 0.07 0.11 0.59 0.17 0.17
Nota: Atgumas substôncias são incompativeis com o NaCl, portanto, o mesmo não pode ser utilizado como agente isotonizante. Em situações como esta pode-se utilizar a solução Isotô-nia de de Dextrose a 5,51% ou de Manitol a 5,07%
434
Capítulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
14. Cálculo do HLB (hydrophilic-lipophilic balance) ou EHL (equilíbrio hidrófilo-lipófilo)
0 balanço hidrófilo-lipófilo de um emulsificante ou H.L.B. é um sistema de classificação. Neste sistema são dados aos emulsifi-cantes, designações numéricas normalmente entre 1 e 20, depen-dendo da força das porções hidrofílica e lipofílica da molécula. Se o valor do HLB é baixo, o número de grupos hidrofílicos no surfactante é pequeno, o que significa que ele é mais lipofílico (lipossolúvel) do que hidrofílico (hidrossolúvel). Em contrapartida, se o valor do HLB é alto, significa que há um grande número de grupos hidrofílicos na molécula, portanto o surfactante é mais hidrofílico (hidrossolúvel) do que lipossolúvel.
Tabela 46: Valores aproximados de HLB de alguns emulsificantes Nome químico Goma arábica (acácia) Sesquioleato de sorbitano Lauril éter de polioxietileno Monoestearato de glicerila Metilcelulose Monoestearato de polioxietileno Monoestearato de polioxietileno Estearato polioxil 40 Monoleato de polioxietileno Monolaurato de polioxietileno Monoestearato de polioxietileno Gelatina Oleato de potássio Lauril sulfato de sódio Oleato de sódio Monolaurato de sorbitano Monopalmitato de sorbitano Monoestearato de sorbitano Triestearato de sorbitano Monoleato de sorbitano Trioleato de sorbitano Goma adraganta Trietanolamina (oleato) Monolaurato de sorbitano polioxietileno (polisorbato 20)
Nome comercial Goma arábica
Arlacel 83 Bryj 30
Monoestearato de glicerila Methocel15 cps
Myrj 45 Myrj 49 Myrj 52
PEG 400 monoleato PEG 400 monolaurato
PEG 400 monoestearato Gelatina
Oleato de potássio Lauril sulfato de sódio
Oleato de sódio Span 20 Span 40 Span 60 Span 65 Span 80 Span 85
Goma adraganta Trietanolamina (oleato)
Tween 20
HLB 8,0 3,7 9,7 3,8 10,5 11,1 15,0 16,9 11,4 13,1 11,6 9,8 20,0 40,0 18,0 8,6 6,7 4,7 2,1 4,3 13,2 13,2 12,0 16,7
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Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Continuação...
Nome químico Monolaurato de sorbitano polioxietileno (polisorbato 21) Monopalmitato de sorbitano polioxietileno (polisorbato 40) Monoestearato de sorbitano Polioxietileno (polisorbato 60) Monoestearato de sorbitano Polioxietileno (polisorbato 61) Triestearato de sorbitano Polioxietileno (polisorbato 65) Monoleato de sorbitano Polioxietileno (polisorbato 80) Monoleato de sorbitano Polioxietileno (polisorbato 81) Trioleato de sorbitano Polioxietileno (polisorbato 85) Monolaurato de dietilenoglicol Diestearato de dietilenoglicol Polaxamer Monoestearato de propilenogli-col Dioleato de sacarose
Nome comercial Tween 21
Tween 40
Tween 60
Tween 61
Tween 65
Tween 80
Tween 81
Tween 85
N/A N/A
Pluronic F-68 Lauroglicol
N/A
HLB 13,3
15,6
14,9
9,6
10,5
15,0
10,0
11,0
6,1 1,5
17,0 3,4
7,1
Fonte:ALLEN, L. V. Jr., 1998.
Tabela 47: Faixa de HLB versus atividade dos surfactantes
Baixo
Alto
Faixa de HLB
1 a 3 3 a ó 7 a 9 8 a 18 13a 16 16a 18
Surfactantes
Agentes anti-espumates Agentes emulsificantes a/o Agentes molhantes Agentes emulsificantes o/a Detergentes Agentes solubilizantes
Fonte: ALLEN, L. V. Jr., 1998
436
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Tabela 48: Valores de HLB requeridos por algumas substâncias lipidicas uti l izadas em emulsões
Substância lipídica
Ácido esteárico Ácido láurico Àcido oléico Álcool cetílico Álcool estearílico Alcool laurílico Cera de abelha Cera de camaúba Lanolina anidra Metilsilicone Oleo de algodão Oleo de oliva Oleo de rícino Oleo mineral Oleos vegetais Parafina (cera) Parafina (líquida) Querosene Tetracloreto de carbono
HLB requerido para emulsões a/o
6
4 12 8
5 6 6 5
4 4
HLB requerido para emulsões o/a
15 15 a 16
17 15 14 14
9a 12
10a 12 11
6a10 14 14
11 a 12 7a 12 10a 11
10,5 14 16
Fonte: ALLEN.L. V. Jr, 1998
437
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
14.1. Cálculo do HLB em Formulações de Emulsões
Tabela 49: Calculando o HLB requerido para um Emulsificante em uma Formulação de Emulsão:
Formulação
Petrolato 25 g Alcool cetílico 20 g Emulsificante 2 g
Conservante 0,2 g Agua deionizada qsp 100 g
A (% da fase
oleosa)
56 (25 g / 45 g) x 44 (20 g / 45 g) x
B (HLB reque-rido para a substância lipidica)
8 15
HLB aproxi-mado para o
emulsificante
AxB HLB
parcial
= 4,5 = 6,7
(+) soma dos parciais
11,2
14.2. Calculando a proporção de uma Mistura de Sur-factantes para Emulsificar a Formulação acima:
Numa mistura de dois surfactantes para obter o HLB requeri-do na formulação, a porcentagem de cada um pode ser calculada pela seguinte formulação:
%(a) = 100 (X - HLBb) / (HLBa - HLBb)
%(b) = 100 - %(a)
Onde:
X = HLB requerido para emulsificar a formulação. a = surfactante (a) b = surfactante (b)
Aplicando esta fórmula para a formulação acima é possível por exemplo, determinar a proporção de uma mistura de surfactan-tes, sendo aqui representado o surfactante (a) o tween 80 e o sur-factante (b) o span 80. HLB do tween 80 = 15,0 (veja tabela) HLBdospan80 = 4,3
438
Capitulo 6 - Cálculos Matemáticos em Farmácia Magistral
Então:
%(tween 80) = 100 (11,2 - 4,3) I (15,0 - 4,3) = 64%
%(Span 80) = 100 - 64 = 36%
Resposta: A mistura de surfactantes para emulsificar a formulação a-
cima deve ser constituída de 64% de tween 80 e 36% de span 80. Para esta formulação utilizaremos 1,28 de tween 80 e 0,72g de span 80.
14.3. Quantidade de Emulsificante empregada
É evidente que além de escolher o emulsificante ou uma mis-tura de emulsificantes compátiveis e suas devidas proporções com o HLB requerido pela fase oleosa, também há o interesse em determi-nar-se a quantidade do emulsificante escolhido. Um total insuficien-te para recobrir completamente as gotículas da fase interna, preju-dica a estabilidade da emulsão, enquanto que um excesso pode no máximo, ocasionar a formação indesejável de espuma. Na prática, em regra, utilizam-se de 2 a 5g % de emulsificante em relação à formulação na sua massa total.
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