candido, antonio - degradação do espaço in o discurso e a cidade[1]

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~:.~,)('. "";Bnmffdt-Hjjjijf'~'f ,te' etr ~ uro~ se ope, no \" ~ 4. trabalho : di~li:tii6's~~Wil~~' 5. limpeza (virtude) ' ;ilambt'P'illUd~.f~~d.O~o bo du de lavar humano que devora o bairro. Soturno, silencioso~ fechado. no seu trabalho interior, como "quem faz de dia unia tarefa noturna", sem fumaa nem movimento, ele soita daS retortas de' vidro um filete claro de bebida: teSluim, dO "'lQm"irltSir[:..~QJQmp~",\ 3. mquinamatadouro , , Surdamente, sem uma chama~ sem uma alegria nos , reflexos embaados das peas" de cobre, o alam: bique prosseguia~ deixava escorrer o seu suor de : lcool~ parecido com uma fonte lenta e teimosa~ que aos poucos acabaria por invadir a sala, espalharse pelas avenidas do subrbio, inundar a cavi dade imensa de Paris. . H visivelmente n~_descrio das dJJ-.L-mquinas, com o seu contraste total~ a inteno de forjar uma

daquelas grnn:aes antteses humanitrias do sculo XIX, num maniquesmo liberal cujo exemplo mais corrente foi a"antItese escola-priso, expressa na frase de Victor .:l-Hugo ("Abrir escolas fechar prises"), que Valentim Magalhes desenvolveu com involuntria comicidade no poema "Os dois edifcios". I .';, ' , Como o narrador dissera que os trabalhadores a ;,,', caminh da faina diria j iam~ muitos deles, carrgados ::j ,,d,~,bebida~ hiprbole da inundao de Paris pelo l:,"~:~';:,~.~~ t,ool tz' leltlbrar a do como um ~.:( imagem operariado .,.... f1:uxo,inundando igualmente a cidade; e leva a correla :.:, cion~r, intim~mente,a multido-fluxo com os dois fluidos antitticos: a gua (gue limpa, pudfu;a)......u..l.cool (que enXovalha, degrada). a hidt:~.lica do .AS:!Q1,?lmoir em toda a sua fora,manifestanc!.l?.~,.t~-,:~~od:>~~.2~ -------------'----'ir ~:~::~641-.' ,:' ';: j " r ~ :r; :: " tos; no fundo, o antagonismo primrio entre vida e ---rrii'"te, que Gervaise deve enfrentar. Esquematizando, teramos duas seqncias a partir dos dois lugares descritos: 4. cio 2. lcool I 2. gua 1. lavandaria1. botequim 5. vcio (sujeira)

\1 3. mquina de destilar Elemental-, sem dvida, como o esqueleto da maio i: ria das obras literrias, cujo significado especfico prol! vm da maneira peculiar de recobri-lo com nervos e ~"msculos. Poderemos at ir mais longe, se pensarmos na correlao simblica dos ambientes iniciais do livro: numa ponta, o quarto sujo e promscuo do Hotel Boncoeurj no meio, a lavandaria; noutra ponta, o botequim do Pere Colombe. O significado da correlao estaria na }!~':~E~~.l~.,~~9~ IiJl}I?~~S!lt.ly'.~l,tieira fsica e mo!:!!}, .9.~,~.~~.!. Ainda no captulo IIaparece~~l:.p.Qr~xcelncia afaga a idia de morar ali. A percepo do espaoqeu deste romance .,2.5.2.Qio,onde Gervaise e Coupeau vo Tgar a uma certa man-eira de co nceper ~ vid numa o :

morar a partir do captulo V. A descrio inicial do ~,. chave optill~ista, si.mb.olizad~ nil: ;~rr9~a.9~~~MflHe , quarto do Hotel Boncoeur havia preparado e preflgurado ambientes como esse casaro enorm~ da Rua de La escor~e. d~ q~t~~arI~ ~~~~l:!9~!lg; 'fl~W?(t1~f.!,.1l,gJnfln,~,...an:'"; ~,' cr0!UatlC(i 1c;:omp.,,, ''''';'1i''iW~2i,:~{,;,',~I:

c= (ambiente) A. B.1. sala de jantar~ ~~~ 4. reconciliao (ato) (ambiente) 2. comida (objeto) 3. entorpecimento (estado psquico) (estado psquico) 2. roupa suja (objeto)~ ~~~ 3. entorpecimento 4. beijo indiscreto (ato) 1. sala de engomar '" ~. t '\' , "' / . :~\.Ambas formam s!9.ncias causais (sentido das se tas), cl!.asetapas respectIvas ocupam a mesma posio, deixando ver que os elementos materiais representam algo do mesmo nvel que os elementos humanos na constituio do relato. Este no se forma apenas pelo encadeamento das aes de determinados agentes, mas tambm pela sua correlao com as coisas, equiparadas estruturalmente a eles. (Antes de prosseguir, um parntese para antecipar A est porque (seja dito mais uma vez)~ 1'0o comentrio que, se for assim, ~.a.~.s:~!tt.!:!.taJjstater operado uma reduo do elemen to humano es '~.J~ mance naturalista, materialista por pressuposto, a des fera das coisas inanimadas. Mas no caso de ~91..d.-se "f""r -D~C?~.~

g.lS;o-:Stl~~ 1npor~n~aJundarp!:.!lt~I, .p:vidode 9-_.p9~~?;_,e~t~;s_.. .gp"._..~Q.al!L,g, . niy.eLdQ.J1QJllem AI ..:t.:9.~..!..ament.? o~.~mple~o, m~~:9~!n~~i~:q~~?_d~

~, narratlva:IreIa:ete ato, que estblece como denoml-pela injeo de si~~olis!.l10' re su.lt~.~d9,l:lJ,l!l1aniza~o, ~r -n.;d;= romulTl a s~presso das m~rcas de hierarquia -ii--'j-eifio" us~ardos'"livr ore~co,s~,de..cunho eW \' entre o ato, o sentimento e as COIsas,que povoam o i6dco e regionalista, on de oho,mem nivelado coisa .e se torna elemento do ambiente. Como diz Gaetan ~ ambiente e representam a realidade perceptvel do muno Picol: e iJI' do, a que o Naturalismo tende como parmetro. ~f,. ," ,; Isto pode ser verificado mais facilmente nas se Os verdadeiros heris da sua obra no so persona, qhcias' paralelas formadas cada lima pela articulao gens humanos, mas o ptio do Merca do Central (Le :entre' ambiente,-os objetos e b comportamento. Por Ventre de Paris), a locom otiva (La Bte Humaine), a :exetnplo, na cenaj descrita do beijo indiscreto de Gergrande loja (Au BonheU1" des Dames), o prdio (Pot : ,