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UNICAMP Universidade Estadual de Campinas Reitor Fernando Ferreira Costa Coordenador-Geral Edgar Salvadori De Decca Pró-reitor de Desenvolvimento Universitário Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico da Costa Azevedo Meyer Pró-reitor de Pesquisa Ronaldo Aloise Pilli Pró-reitor de Pós-Graduação Euclides de Mesquita Neto Pró-reitor de Graduação Marcelo Knobel Chefe de Gabinete José Ranali Elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Periodicidade semanal. Correspondência e sugestões Cidade Universitária “Zefe- rino Vaz”, CEP 13081-970, Campinas-SP. Telefones (019) 3521-5108, 3521-5109, 3521-5111. Site http://www.unicamp.br/ju. E-mail [email protected]. Twitter http:// twitter.com/jornaldaunicamp Coordenador de imprensa Eustáquio Gomes Assessor Chefe Clayton Levy Editor Álvaro Kassab ([email protected]) Chefia de reportagem Raquel do Carmo Santos ([email protected]) Reportagem Carmo Gallo Netto, Isabel Gardenal, Luiz Sugimoto, Maria Alice da Cruz, Manuel Alves Filho, Patricia Lauretti e Silvio Anunciação Editor de fotografia Antoninho Perri Fotos Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti Coordenador de Arte Luis Paulo Silva Editor de Arte Joaquim Daldin Miguel Vida Acadêmica Hélio Costa Júnior Atendimento à imprensa Ronei Thezolin, Patrícia Lauretti e Jaqueline Lopes Serviços técnicos Dulcinéa Bordignon Everaldo Silva Impressão Pigma Gráfica e Editora Ltda: (011) 4223-5911 Publicidade JCPR Publicidade e Propaganda: (019) 3327-0894. Assine o jornal on line: www.unicamp.br/assineju Campinas, 18 a 24 de junho de 2012 2 Fotos: Antoninho Perri ........................................................................ Publicação Tese de doutorado: “Avaliação dos efeitos do consu- mo regular de yacon (Smallanthus sonchifolius) sobre o sistema imune murino” Autora: Grethel Teresa Choque Delgado Orientadora: Gláucia Maria Pastore Unidade: Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) ........................................................................ Estudo desenvolvido na FEA e no IB demonstra que yacon tem propriedades prebióticas ISABEL GARDENAL [email protected] esquisa inédita de doutorado desen- volvida na Faculdade de Engenha- ria de Alimentos (FEA) concluiu que o consumo regular do yacon, uma raiz tuberosa de origem andi- na, também encontrada no Brasil, não acarretou efeitos adversos à fisiologia e nem ao sistema imune murino de animais de laboratório, o qual ajuda a prevenir infecções. Este consumo, pelo contrário, contribuiu para melhorar o quadro de colite – inflamação intestinal – induzido pelo ácido trinitrobenzeno sulfônico (TNBS). O traba- lho, de autoria da engenheira Grethel Teresa Choque Delgado, foi orientado pela docente da Faculdade Gláucia Maria Pastore e teve uma colaboração especial da professora do Instituto de Biologia (IB) Wirla Tamashiro. O yacon (ou Smallantus sonchifolius, planta da família Asteraceae) é uma fonte de prebióticos (que favorecem a expansão de uma microbiota mais adequada) e de inulina (uma fibra alimentar e funcional solúvel encontrada naturalmente em mais de 36 mil plantas, existente em quantidades significativas em vegetais como a alcacho- fra, o aspargo, o alho-poró, entre outros). A planta tem sido estudada pelo fato de conter fruto-oligossacarídeos (FOS), um tipo de açúcar que o organismo é prati- camente incapaz de absorver, porém que possui importantes aplicações sobretudo na microbiota do cólon. “Estudos feitos ao longo desses anos com outras plantas provaram que o FOS ajuda a reduzir as taxas de açúcar no sangue, o colesterol”, informa Grethel. Ela conta que escolheu a planta pelo fato de ser uma raiz peruana, muito comum em seu país de origem. Seu foco foi se aprofundar nas questões imunológicas. De acordo com Gláucia Pastore, os oli- gossacarídeos não são só fibras. São ainda substâncias que denotam ser bastante dife- renciadas em auxiliar o organismo humano. Daí o valor de se buscarem outros oligossa- carídeos a fim de avançar na prevenção de doenças e na elucidação dos mecanismos que põem em funcionamento o trato gas- trointestinal principalmente. “É preciso des- cobrir mais a respeito da sua relevância para a imunidade. Isso porque, quando o sistema imune está atuante, a saúde com certeza está em perfeitas condições”, resume. Esta raiz, observa Grethel, é consumida há milênios pelos povos indígenas da era pré-colombiana. É comercializada como um tipo especial de batata que lembra o inhame e reúne a mesma textura e gosto de uma pêra d’água (de polpa mais delicada). Ela exibe altos teores de água e de açúcares, apesar de possuir um baixo teor calórico. Este fato fez com que ela fosse de certa forma negligenciada por muito tempo, uma vez que não representava um alimento capaz de fornecer energia suficiente ao trabalho árduo das frias regiões andinas. Cultivada principalmente nos Andes da América do Sul, a planta é vista desde a Venezuela até o norte argentino. Outros Pesquisa avalia ação de raiz andina no sistema imunológico A engenheira Grethel Teresa Choque Delgado: animais tornaram-se menos suscetíveis ao desenvolvimento de sintomas clínicos de colite O yacon: planta tem sido estudada por conter fruto- oligossacarídeos países em que ela também está presente são os Estados Unidos, a Nova Zelândia e o Japão. No Brasil, a sua ocorrência está se tornando mais pujante no Estado de São Paulo, caminhando com direção ao Sul do país. Do ponto de vista econômico, contribui a orientadora da pesquisa, o yacon ainda é muito mal aproveitado. O Brasil, particular- mente, o produz mas ele ainda não alcançou todo potencial para ser adotado como um produto matinal como a granola por exem- plo. Em geral, é mais consumido in natura. A despeito disso, os resultados do es- tudo de Grethel indicaram que os animais alimentados com dieta padrão suplementada com FOS de yacon mantiveram os mesmos padrões e perfis celulares, secreção de citoci- na (molécula envolvida na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes) e níveis séricos de anticorpos em proliferação celular, o que foi considerada uma boa notícia. Outras pesquisas vêm sendo efetuadas e têm avaliado novas frentes. É o caso de um trabalho conduzido na FEA que avalia o consumo do yacon em idosos. “É uma chave importante salientar sim que o con- sumo de frutas e verduras faz bem, todavia não se pode deixar também de investigar a face oculta de plantas como o yacon”, su- gere Gláucia Pastore. “Estamos procurando entender o que no FOS promove os efeitos estudados. Além disso, nas frutas e verduras não deve haver somente relevância no papel desempenhado pelas vitaminas, proteínas e fibras”, alerta. Na tese, também a raiz demonstrou ter propriedades prebióticas, uma vez que o consumo da dieta à base de yacon elevou os níveis de IgA intestinal – anticorpo respon- sável pela proteção da camada epitelial do intestino na ausência de infecção. A alimentação contendo os FOS, infor- ma Grethel, é capaz de prevenir, ainda que parcialmente, o desenvolvimento de reações inflamatórias no trato intestinal. Os animais alimentados com essa dieta tornaram-se menos suscetíveis ao desenvolvimento de sintomas clínicos de colite experimental- mente induzida pelo ácido TNBS, salienta. As dietas foram todas preparadas com base na formulação do American Institute of Nutrition (AIN), a ração padrão AIN- 93, suplementada com farinha de yacon. O benefício do seu consumo é que ela realiza a modulação do crescimento de bactérias saudáveis no intestino, devido à convivência “pacífica” entre bactérias e lactobacilos. A pesquisadora esclarece que, no orga- nismo humano, existe uma variedade de microrganismos putrefativos e, para auxiliar o intestino, é preciso provocar um ambiente saudável através de certo tipo de microbiota. É aí que entram os prebióticos, que acabam atuando como fator de crescimento de bac- térias ‘benfazejas’. Interesse Há atualidade em seu estudo, afirma a autora, sobretudo diante do quadro de cres- cimento das doenças crônico-degenerativas na sociedade, hoje potencializado pelo envelhecimento da população mundial. “Nosso trabalho é um estímulo à investiga- ção por alimentos saudáveis com potencial terapêutico e preventivo ao mesmo tempo”, descreve. “A nutrição envolve construir novos conceitos para maximizar as funções fisiológicas de cada indivíduo, garantindo o seu bem-estar e reduzindo o risco de doenças que surgem justamente com o en- velhecimento.” O ponto de partida de Grethel foi realizar uma avaliação dos efeitos da raiz, à qual eram atribuídas características medicinais sobremodo especiais. Acontece que a des- peito do yacon ser utilizado há tantos anos, as suas propriedades funcionais somente fo- ram reconhecidas perto da década de 1980, isso em grande parte por instrumentalidade dos japoneses, que tornaram o seu consumo mais difundido. Atualmente, já se fala no processamento do yacon. Com ele, estão sendo produzidos xaropes, sucos, farinhas, produtos desidra- tados e adoçantes naturais. Por ser suave e refrescante, ele pode ser adicionado a sucos de fruta e a saladas. Gláucia Pastore acredita que o grande desafio a ser respondido em trabalhos que virão é se o crescimento das bactérias be- néficas é um fator realmente preponderante para a melhoria da imunidade. Conforme Grethel, a linha de pesquisa em alimentos funcionais (“Oligossaca- rídeos de frutas e vegetais para a saúde humana”) é relativamente nova nacional- mente. Mas algumas vertentes já podem ser vislumbradas, como as pesquisas sobre o efeito hipoglicêmico, propriedades anti- cancerígenas, antioxidantes, entre outras. Na Unicamp, a primeira dissertação sobre prebióticos foi concluída no ano de 2008, defendida na FEA. P

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UNICAMP – Universidade Estadual de CampinasReitor Fernando Ferreira CostaCoordenador-Geral Edgar Salvadori De DeccaPró-reitor de Desenvolvimento Universitário Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da SilvaPró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários João Frederico da Costa Azevedo MeyerPró-reitor de Pesquisa Ronaldo Aloise PilliPró-reitor de Pós-Graduação Euclides de Mesquita NetoPró-reitor de Graduação Marcelo KnobelChefe de Gabinete José Ranali

Elaborado pela Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Periodicidade semanal. Correspondência e sugestões Cidade Universitária “Zefe-rino Vaz”, CEP 13081-970, Campinas-SP. Telefones (019) 3521-5108, 3521-5109, 3521-5111. Site http://www.unicamp.br/ju. E-mail [email protected]. Twitter http://twitter.com/jornaldaunicamp Coordenador de imprensa Eustáquio Gomes Assessor Chefe Clayton Levy Editor Álvaro Kassab ([email protected]) Chefi a de reportagem Raquel do Carmo Santos ([email protected]) Reportagem Carmo Gallo Netto, Isabel Gardenal, Luiz Sugimoto, Maria Alice da Cruz, Manuel Alves Filho, Patricia Lauretti e Silvio Anunciação Editor de fotografi a Antoninho Perri Fotos Antoninho Perri e Antonio Scarpinetti Coordenador de Arte Luis Paulo Silva Editor de Arte Joaquim Daldin Miguel Vida Acadêmica Hélio Costa Júnior Atendimento à imprensa Ronei Thezolin, Patrícia Lauretti e Jaqueline Lopes Serviços técnicos Dulcinéa Bordignon Everaldo Silva Impressão Pigma Gráfi ca e Editora Ltda: (011) 4223-5911 Publicidade JCPR Publicidade e Propaganda: (019) 3327-0894. Assine o jornal on line: www.unicamp.br/assineju

Campinas, 18 a 24 de junho de 20122

Fotos: Antoninho Perri

........................................................................■ Publicação

Tese de doutorado: “Avaliação dos efeitos do consu-mo regular de yacon (Smallanthus sonchifolius) sobre o sistema imune murino”Autora: Grethel Teresa Choque DelgadoOrientadora: Gláucia Maria PastoreUnidade: Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)

........................................................................

Estudodesenvolvido na FEA e no IB demonstraque yacon tempropriedades prebióticas

ISABEL [email protected]

esquisa inédita de doutorado desen-volvida na Faculdade de Engenha-ria de Alimentos (FEA) concluiu que o consumo regular do yacon, uma raiz tuberosa de origem andi-na, também encontrada no Brasil,

não acarretou efeitos adversos à fi siologia e nem ao sistema imune murino de animais de laboratório, o qual ajuda a prevenir infecções. Este consumo, pelo contrário, contribuiu para melhorar o quadro de colite – infl amação intestinal – induzido pelo ácido trinitrobenzeno sulfônico (TNBS). O traba-lho, de autoria da engenheira Grethel Teresa Choque Delgado, foi orientado pela docente da Faculdade Gláucia Maria Pastore e teve uma colaboração especial da professora do Instituto de Biologia (IB) Wirla Tamashiro.

O yacon (ou Smallantus sonchifolius, planta da família Asteraceae) é uma fonte de prebióticos (que favorecem a expansão de uma microbiota mais adequada) e de inulina (uma fi bra alimentar e funcional solúvel encontrada naturalmente em mais de 36 mil plantas, existente em quantidades signifi cativas em vegetais como a alcacho-fra, o aspargo, o alho-poró, entre outros). A planta tem sido estudada pelo fato de conter fruto-oligossacarídeos (FOS), um tipo de açúcar que o organismo é prati-camente incapaz de absorver, porém que possui importantes aplicações sobretudo na microbiota do cólon.

“Estudos feitos ao longo desses anos com outras plantas provaram que o FOS ajuda a reduzir as taxas de açúcar no sangue, o colesterol”, informa Grethel. Ela conta que escolheu a planta pelo fato de ser uma raiz peruana, muito comum em seu país de origem. Seu foco foi se aprofundar nas questões imunológicas.

De acordo com Gláucia Pastore, os oli-gossacarídeos não são só fi bras. São ainda substâncias que denotam ser bastante dife-renciadas em auxiliar o organismo humano. Daí o valor de se buscarem outros oligossa-carídeos a fi m de avançar na prevenção de doenças e na elucidação dos mecanismos que põem em funcionamento o trato gas-trointestinal principalmente. “É preciso des-cobrir mais a respeito da sua relevância para a imunidade. Isso porque, quando o sistema imune está atuante, a saúde com certeza está em perfeitas condições”, resume.

Esta raiz, observa Grethel, é consumida há milênios pelos povos indígenas da era pré-colombiana. É comercializada como um tipo especial de batata que lembra o inhame e reúne a mesma textura e gosto de uma pêra d’água (de polpa mais delicada). Ela exibe altos teores de água e de açúcares, apesar de possuir um baixo teor calórico. Este fato fez com que ela fosse de certa forma negligenciada por muito tempo, uma vez que não representava um alimento capaz de fornecer energia sufi ciente ao trabalho árduo das frias regiões andinas.

Cultivada principalmente nos Andes da América do Sul, a planta é vista desde a Venezuela até o norte argentino. Outros

Pesquisa avalia ação de raiz andina no sistema imunológico

A engenheira Grethel Teresa

Choque Delgado: animais tornaram-se menos suscetíveis ao

desenvolvimento de sintomas clínicos

de colite

O yacon: planta tem sido estudada por conter fruto-oligossacarídeos

países em que ela também está presente são os Estados Unidos, a Nova Zelândia e o Japão. No Brasil, a sua ocorrência está se tornando mais pujante no Estado de São Paulo, caminhando com direção ao Sul do país.

Do ponto de vista econômico, contribui a orientadora da pesquisa, o yacon ainda é muito mal aproveitado. O Brasil, particular-mente, o produz mas ele ainda não alcançou todo potencial para ser adotado como um produto matinal como a granola por exem-plo. Em geral, é mais consumido in natura.

A despeito disso, os resultados do es-tudo de Grethel indicaram que os animais alimentados com dieta padrão suplementada com FOS de yacon mantiveram os mesmos padrões e perfi s celulares, secreção de citoci-na (molécula envolvida na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imunes) e níveis séricos de anticorpos em proliferação celular, o que foi considerada uma boa notícia.

Outras pesquisas vêm sendo efetuadas e têm avaliado novas frentes. É o caso de um trabalho conduzido na FEA que avalia o consumo do yacon em idosos. “É uma chave importante salientar sim que o con-sumo de frutas e verduras faz bem, todavia não se pode deixar também de investigar a face oculta de plantas como o yacon”, su-gere Gláucia Pastore. “Estamos procurando entender o que no FOS promove os efeitos estudados. Além disso, nas frutas e verduras não deve haver somente relevância no papel desempenhado pelas vitaminas, proteínas e fi bras”, alerta.

Na tese, também a raiz demonstrou ter propriedades prebióticas, uma vez que o consumo da dieta à base de yacon elevou os níveis de IgA intestinal – anticorpo respon-sável pela proteção da camada epitelial do intestino na ausência de infecção.

A alimentação contendo os FOS, infor-ma Grethel, é capaz de prevenir, ainda que parcialmente, o desenvolvimento de reações infl amatórias no trato intestinal. Os animais alimentados com essa dieta tornaram-se menos suscetíveis ao desenvolvimento de sintomas clínicos de colite experimental-mente induzida pelo ácido TNBS, salienta.

As dietas foram todas preparadas com base na formulação do American Institute of Nutrition (AIN), a ração padrão AIN-93, suplementada com farinha de yacon. O benefício do seu consumo é que ela realiza a modulação do crescimento de bactérias saudáveis no intestino, devido à convivência “pacífi ca” entre bactérias e lactobacilos.

A pesquisadora esclarece que, no orga-nismo humano, existe uma variedade de microrganismos putrefativos e, para auxiliar o intestino, é preciso provocar um ambiente saudável através de certo tipo de microbiota. É aí que entram os prebióticos, que acabam atuando como fator de crescimento de bac-térias ‘benfazejas’.

InteresseHá atualidade em seu estudo, afi rma a

autora, sobretudo diante do quadro de cres-cimento das doenças crônico-degenerativas na sociedade, hoje potencializado pelo envelhecimento da população mundial.

“Nosso trabalho é um estímulo à investiga-ção por alimentos saudáveis com potencial terapêutico e preventivo ao mesmo tempo”, descreve. “A nutrição envolve construir novos conceitos para maximizar as funções fi siológicas de cada indivíduo, garantindo o seu bem-estar e reduzindo o risco de doenças que surgem justamente com o en-velhecimento.”

O ponto de partida de Grethel foi realizar uma avaliação dos efeitos da raiz, à qual eram atribuídas características medicinais sobremodo especiais. Acontece que a des-peito do yacon ser utilizado há tantos anos, as suas propriedades funcionais somente fo-ram reconhecidas perto da década de 1980, isso em grande parte por instrumentalidade dos japoneses, que tornaram o seu consumo mais difundido.

Atualmente, já se fala no processamento do yacon. Com ele, estão sendo produzidos xaropes, sucos, farinhas, produtos desidra-tados e adoçantes naturais. Por ser suave e refrescante, ele pode ser adicionado a sucos de fruta e a saladas.

Gláucia Pastore acredita que o grande desafi o a ser respondido em trabalhos que virão é se o crescimento das bactérias be-néfi cas é um fator realmente preponderante para a melhoria da imunidade.

Conforme Grethel, a linha de pesquisa em alimentos funcionais (“Oligossaca-rídeos de frutas e vegetais para a saúde humana”) é relativamente nova nacional-mente. Mas algumas vertentes já podem ser vislumbradas, como as pesquisas sobre o efeito hipoglicêmico, propriedades anti-cancerígenas, antioxidantes, entre outras. Na Unicamp, a primeira dissertação sobre prebióticos foi concluída no ano de 2008, defendida na FEA.

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