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1 Campanha de Educação Ambiental “Consciência Ecológica na Cidade Grande”

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Campanha de Educação Ambiental

“Consciência Ecológica na Cidade Grande”

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Resumo

O DEPAVE-3 (Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre),

órgão pertencente à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, foi criado por lei em 1993, e tem

por função desenvolver ações de conservação da fauna silvestre do município de São Paulo e

região metropolitana.

Dentre outras atribuições, a Divisão de Fauna é responsável por inventariar a fauna

silvestre municipal, apresentando grande importância na criação e desenvolvimento de novas

políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade do município de São Paulo. Por este

motivo, também são realizados estudos referentes ao levantamento de espécies que possam ser

nocivas ao convívio dos seres humanos nos parques municipais e que possam causar impactos à

biodiversidade local. As ações voltadas ao monitoramento epidemiológico dos agravos às

espécies nativas, invasoras e sinantrópicas em parques da cidade também são responsabilidade

do DEPAVE-3. Por conta dessa atribuição, a seção de Medicina Veterinária Preventiva realiza a

detecção, prevenção e controle de agravos transmissíveis e não transmissíveis dos animais

silvestres através de ações de vigilância passiva e ativa.

Palavras-chave: educação ambiental, fauna, preservação.

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I. Introdução

A Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre (DEPAVE-3),

ou simplesmente Divisão de Fauna, possui duas unidades de atendimento e manejo da fauna

silvestre do município de São Paulo, com sedes no Parque Anhanguera e Parque Ibirapuera.

Criada por lei em outubro de 1993, inicialmente, para cuidar dos animais pertencentes ao

acervo dos parques municipais (patos, cisnes, gansos e marrecos). Atualmente, desenvolve ações

de proteção e conservação da fauna silvestre do município, região metropolitana e daquela

oriunda de apreensões, em ações de combate ao tráfico. O recebimento dos animais é realizado

através de resgates ou apreensões pelas polícias ambientais e também pela entrega de animais

por munícipes.

Entre todas as atividades desenvolvidas pela Divisão de Fauna, a que mais se destaca,

está relacionada ao atendimento médico-veterinário com suporte laboratorial visando à

recuperação dos animais silvestres vitimados na cidade de São Paulo. São mais de 4 mil animais

encaminhados à Divisão de Fauna todo ano, que são atendidos na unidade do Parque

Anhanguera, onde está montada uma complexa estrutura denominada CeMaCAS – Centro de

Manejo e Conservação de Animais Silvestres, voltada especificamente para o atendimento

veterinário, reabilitação, triagem e destinação de animais silvestres.

As ocorrências mais comuns no atendimento clínico veterinário de animais silvestres da

cidade de São Paulo estão relacionadas aos impactos proporcionados pelo crescimento do meio

urbano, como atropelamentos, ataques por cães, choques elétricos, cortes por linha de pipa e

entre outros.

A grande maioria dos animais atendidos pela Divisão de Fauna Silvestre são aves, por

exemplo, garças, corujas e sabiás. Mamíferos também são recebidos, como gambás, macacos e

cachorros-do-mato. Até mesmo répteis como o lagarto teiú e serpentes, que habitam a cidade de

São Paulo, são encaminhados a Divisão de Fauna.

A Divisão de Fauna Silvestre torna-se fiel depositária de todos os animais encaminhados

ao seu atendimento veterinário, responsabilizando-se por eles até a sua destinação. Apenas

animais silvestres são atendidos por este serviço, não sendo aceitos animais domésticos, exóticos

ou de criação.

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II. Objetivos do Projeto

O projeto visa, por meio de medidas educativas, conscientizar ecologicamente alunos do

Ensino Fundamental II por metodologia ativa de ensino. Sentimento de pertencimento.

Os objetivos são:

● Elevar a conscientização e sensibilidade com relação ao meio ambiente;

● Proporcionar entendimento básico sobre as influências do ser humano

sobre a natureza e sobre a comunidade biológica;

● Evoluir senso de responsabilidade e sentimento de pertencimento;

● Estímularos alunos a serem agentes multiplicadores.

● Contribuir para a criação de uma geração com postura diferenciada em

relação ao meio ambiente e à fauna silvestre

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III. Diagnóstico da unidade

A cidade de São Paulo é uma das cinco maiores cidades do mundo, a maior da América

Latina e do Hemisfério Sul e nela residem 11 milhões de habitantes num território de 1.530

quilômetros quadrados (IBGE, 2013). Além de sua população, esse território também é ocupado

por uma grande diversidade de fauna que, por muitas vezes, não é conhecida pelos habitantes da

cidade. Há muitas espécies que nem sempre se adaptam e resistem às novas, e degradadas,

condições do meio.

Para tanto, é necessário maior conhecimento sobre a fauna existente na região metropolitana de

São Paulo, que é possível através do inventariamento. Além disso, com este trabalho, a

população da região metropolitana de São Paulo terá conhecimento da grande diversidade da

fauna que habita este ambiente tão urbanizado, conectando a população com a natureza a fim de

contribuir com o esforço para manter e recuperar a biodiversidade da cidade.

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IV. Fundamentação teórica

A problemática humanos x ecossistema

Por agravo, entende-se mal ou prejuízo à saúde de um ou mais indivíduos, de uma

coletividade ou população. Ao longo dos dias, percebe-se uma alta ocorrência de agravos à fauna

silvestre envolvendo ações antrópicas.

Já situações de conflito consiste em quando o munícipe não aceita ou não lida de forma

natural com a convivência com a fauna silvestre. Alguns exemplos consistem em: apreensão de

animais silvestres - há uma alta incidência de animais traficados -, predação por animais

domésticos - cães e gatos são predadores potenciais, principalmente de aves silvestres - e mesmo

tentativas de doação de animais silvestres em cativeiro, e são muito recorrentes, e monitorados,

pelos funcionários do DEPAVE-3. Estes dados podem ser comprovados por meio dos gráficos

abaixo, que compilam dados de agravos contabilizados de outubro a dezembro de 2016 pela

Seção de Medicina Veterinária Preventiva do DEPAVE-3.

Gráfico 1:

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Por conta desta situação, observa-se a necessidade de uma intervenção educacional,

fazendo com que os cidadãos passem a perceber e entender a importância da fauna e da vida

selvagem na cidade grande, e sintam-se pertencentes ao ecossistema em que estão inseridos, para

que ocorra, portanto, um trabalho preventivo em relação à degradação da fauna silvestre e de seu

ambiente, e que se diminua os esforços e custos da reparação.

A importância da educação ambiental

É necessário criar uma reflexão sobre a conservação da biodiversidade, para que as

pessoas pensem sobre os benefícios diretos e indiretos da fauna e flora no ciclo da vida, e

também sobre o próprio papel no processo de conservação. A realização de medidas educativas

na educação básica pode contribuir para a mudança de atitudes dos cidadãos, resultando em uma

conscientização mais enraizada.

Para subsidiar os processos de ensino e aprendizagem é fundamental o incentivo à

produção regional de materiais pedagógicos em múltiplas linguagens (por exemplo, cadernos

temáticos, histórias em quadrinhos, filmes, jogos) e suportes tecnológicos (materiais impressos,

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digitais, multimídias) de baixo custo, possibilitando a aplicação para as mais diversas classes

sociais, focando, principalmente, no ensino público. Isto garante com que o trabalho dessa

divisão da Prefeitura de São Paulo retorne os recursos dispensados a ela para a própria rede

pública, garantindo a devolução para a sociedade do investimento público.

A realização de atividades e vivências educativas na educação fundamental/básica pode

contribuir fortemente para a mudança de pensamento e atitude dos diferentes grupos sociais

inseridos nos biomas, levando à uma elevação de consciência dos cidadãos.

Sabe-se que os professores da rede pública dispõe de poucos recursos, tanto materiais

quanto cronológicos, e, por conta disso, este projeto visa fornecer um material complementar que

auxilia as aulas de acordo com as exigências curriculares (o presente projeto foi baseado nos

temas previstos pelaBase Curricular Nacional Comum, onde os sétimos anos devem cobrir

conteúdos específicos relacionados às ciências da natureza, voltados principalmente à área do

meio ambiente e da ecologia), de baixo custo e fácil aplicação.

Apesar de o DEPAVE 3 não ser diretamente responsável pela produção e propagação da

educação ambiental, o trabalho do departamento de Medicina Preventiva permitiu a coleta de

dados, a análise do conteúdo gerado e identificou os problemas, ações que basearam a tomada de

decisão sobre a abordagem mais adequada para as questões deletérias à fauna nativa de São

Paulo. Além disso, cabe à esse departamento a responsabilidade e expectativa de desenvolver

meios de se evitar os agravos e conflitos ambientais mencionados anteriormente no presente

documento.

Portanto, frente à gravidade e a ampla gama de problemas enfrentados pela fauna

silvestre da cidade de São Paulo, cujas ameaças provêm de um grupo heterogêneo que dificulta e

torna altamente custoso apenas ações de remediação específicas, foi concluído que a forma mais

eficiente de prevenção seria o trabalho educativo. Consequentemente, o DEPAVE 3 se torna apto

a desenvolver essa atividade de intervenção, por entender profundamente e ter acesso a

incontáveis dados sobre os aspectos que necessitam ser abordados, além de contar com equipe

multidisciplinar especializada nos assuntos de interesse.A importância da mata atlântica

A Mata Atlântica é formada por um bioma de floresta tropical que, originalmente, se

distribuía por 17 estados do território brasileiro. É compostapor Florestas Ombrófila Densa,

Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta e

ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de altitude.

Esse bioma é considerado um hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em

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biodiversidade e mais ameaçadas do planeta. Além disso, é crucial para milhões de brasileiros

que vivem em seu domínio, onde há a geração de boa parte do PIB nacional.

Devido ao uso exacerbado desta área, a vegetação nativa foi reduzida a cerca de 22% de

sua cobertura original, sendo que somente 8,5% está em bom estado de conservação (SOSMA,

2012). As áreas protegidas como UCs são fundamentais para a manutenção desta diversidade

biológica.

Mesmo com toda essa supressão, estima-se que haja cerca de 20.000 espécies vegetais,

849 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes. Muitas

destas espécies são endêmicas (CAMPANILI; SCHAFFER, 2010).

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V. Metodologia

O projeto baseia-se na aplicação da sequência didática apresentada abaixo. Esta deverá

ser aplicada para alunos entre 12 e 15 anos, em três aulas de uma hora e meia cada, e cuja

avaliação final compreende um instrumento não de nota quantitativa, mas sim qualitativa -

envolvendo compreender se o processo de aprendizado foi devidamente desenvolvido e .

Atividade 1 -

Pergunta norteadora: O que são Ecossistemas e quem vive neles?

Objetivo específico: Avaliar a percepção dos alunos sobre ecossistema antes e após a discussão

de conceitos, introduzir a fauna protagonista da atividade e trazer a mata atlântica e estes agentes

para a realidade dos alunos.

Descrição da atividade:

1ª) 15 minutos. Levantamento de conhecimento prévio:

Aplicação de um questionário para ser respondido pelos alunos utilizando as imagens no

anexo Ia:

O que vocês veem nessas imagens? (esperando que falem dos elementos físicos,

químicos e biológicos - fauna, flora, recursos hídricos, energia solar, etc). Qual a relação entre

todos esses elementos? (o Leão bebe a água, o tucano come a fruta da árvore, ir tirando deles

reflexões e impressões sobre as imagens). Todas essas imagens poderiam ser do Brasil?

Perguntas norteadoras:

1) O que é ecossistema e quais os seus componentes?

2) Como o ser humano pode mudar um ecossistema?

3) De que forma os animais dependem do ambiente para sobreviverem?

4) Como você ajudaria a preservar a natureza?

5) Qual a importância de preservarmos os ambientes naturais no meio em que vivemos?

6) O que é um bioma? Cite alguns biomas brasileiros que você conhece.

2ª) 60 minutos. Trabalhando os conceitos:

Os alunos receberão um mapa grande (Anexo Ib) em cartolina com a divisão dos biomas

brasileiros.

Receberão também peças de quebra cabeça (exemplo no Anexo Ic) que deverão ser

montados de forma correta, e deverão ser posicionados no local correspondente da imagem

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formada e o espaço do bioma. Cada quebra cabeça deverá conter imagens típicas do ambiente,

mais um representante de fauna e flora para exaltação das características do ambiente. Eles não

só terão que raciocinar de acordo com as características dos diferentes biomas, mas terão

também a dica do formato das peças para juntar os dados e levantar informações sobre as

diferentes áreas por si só, constituindo o ensino por investigação.

Após o fim da atividade, fornecer uma imagem da mata atlântica com vários elementos

bem delineados de um ecossistema (Anexo Id) e peças plastificadas com diferentes termos

referentes ao assunto que devem ser encaixados nas lacunas dos desenhos, definindo todos os

conceitos que queremos abordar e exaltando os detalhes da Mata Atlântica.

Pedir para os alunos usarem a imagem de comparação para identificar os elementos dos

ecossistemas na imagem específica da Mata Atlântica.

3ª) 20 minutos. Avaliação:

Elaboração de mapa conceitual em grupos. Colocar palavras chaves espalhadas em uma

folha (Anexo Ie) e pedir para os alunos ligarem de forma coerente e organizado os conceitos

apresentados.

4ª) 15 minutos. Fechamento:

Elaboração de mapa conceitual em conjunto na lousa, resolução de qualquer dúvida que

surja.

Materiais necessários:

Lousa, giz, cartolinas e canetas hidrográficas.

Atividade 2 -

Pergunta norteadora: Se a onça é carnívora, por que ela vai ficar com fome se a floresta

acabar?

Objetivo específico: promover consciência ecológica, apresentando a interdependência entre

espécies/reinos.

Conteúdos conceituais abordados: Biodiversidade - Conceitos.

Descrição da atividade: Fazer um jogo

1ª) 15 minutos. Levantamento de conhecimento prévio:

Aplicação de um questionário para ser respondido pelos alunos:

● Por que os seres vivos precisam se alimentar?

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● Você acha que há alguma relação entre a grama da floresta e uma onça? Qual?

● O que você entende da tirinha abaixo (Anexo 2a):

Fazer a correção oral em sala, onde os alunos falam o que respondeu para os colegas, já

introduzindo alguns conceitos básicos para execução da dinâmica.

2ª) 50 minutos. Trabalhando os conceitos:

● Em sala: Estimular uma discussão sobre energia. Usar como perguntas norteadoras: como

a gente sobrevive? Por que temos que comer? De onde tiramos alimentos? E os outros

animais? (ideia: analogia entre energia elétrica e energia química dos organismos).

● Introdução: contar a história do início do filme Procurando Nemo, da Pixar. Neste trecho

falar do peixe-palhaço, morando na anêmona e cuidando dos seus ovos, até que vem o

tubarão e se alimenta da mãe do Nemo e de seus irmãos ovinhos. (Antes: perguntar se

eles assistiram/lembram do filme e pedir para que eles contem ou ajudem a contar a

história). Usar como perguntas norteadoras depois da história: O que o peixe come? E o

tubarão? Você perceberam uma sequência? Tem alguma ligação entre os seres vivos do

filme?

● No pátio: Após a discussão sobre energia e alimentação e a história introdutória, aplicar a

dinâmica das redes, em que um novelo de lã/barbante é passado de forma aleatória para

os alunos formando uma rede complexa e interligada - em roda, um aluno pega uma

ponta do barbante segura e passa o novelo para outro aluno. Cada aluno irá representar

um ser vivo (da Mata Atlântica), identificado por uma placa fornecida pelas estagiárias, e

a partir da rede formada fazer com que os alunos entendam o que são os produtores,

consumidores e decompositores. Iremos também propor a alteração (remoção) de algum

elo da rede, e fazer com que eles discutam quais e como serão os afetados. Usar como

perguntas norteadoras: De onde vem o alimento que x (um organismo escolhido na hora)

come? Se este ser vivo for extinto/acabar/morrer todos/todos forem caçados, o que

acontece com o outro ser vivo (apontar um aluno ligado a este extinto)? Quando este

organismo morrer (apontar para um dos alunos que representar ser vivo), o que acontece,

como ele influencia na rede? Aqui falar um pouco sobre a decomposição para facilitar.

3ª) 15 minutos. Avaliação:

Propor que o aluno monte uma cadeia/relação de sua preferência mostrando como o ser

humano pode afetar ou participar dessa rede. Fornecer um kit para cada grupo com animais,

plantas e micro-organismos ocorrentes na Mata Atlântica para familiarização.

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4ª) 15 minutos. Fechamento:

Cada grupo expõe seu desenho e discutimos sobre a atuação do homem nessas ligações,

visando o conceito de pertencimento, que o ser humano faz parte do meio, desconstruindo a ideia

de ser superior, topo de cadeia. Além de mostrar que todos os seres vivos estão interligados de

alguma maneira. Retomar a pergunta da lousa.

Materiais necessários:

História em quadrinho impressa, barbante, fotos de animais para caracterização dos

alunos.

Atividade 3 -

Pergunta norteadora: Eu moro na cidade, por que é importante proteger a natureza?

Objetivo específico: Que os alunos incorporem e desenvolvam a necessidade e importância da

preservação do meio ambiente, os desafios, naturais e não naturais, enfrentados pela fauna

silvestre na natureza, a interferência antrópica e sobre o equilíbrio ecológico.

Conteúdos conceituais abordados: Preservação da biodiversidade - Como isso afeta os alunos?

Abordar tráfico de animais, tutoria responsável, invasores

Descrição da atividade:

1ª) 10 minutos. Levantamento de conhecimento prévio:

● Você sabe o que é interação? O que você acha que é uma interação?

Observe a tirinha (Anexo 3a):

● Quantos seres vivos tem na historinha?

● O que a pulga está tentando fazer com o gato?

● Quem sai ganhando e quem sai perdendo nessa relação?

Fazer a correção oral em sala, onde os alunos falam o que responderam para os colegas.

2ª) 50 minutos. Trabalhando os conceitos:

Em dois grupos distribuir imagens com diferentes relações ecológicas (mutualismo,

predação, etc… o objetivo é abordar estes conceitos sem usar seus nomes). Cada grupo deve

explicar o que está acontecendo em cada imagem e haverá uma tabela onde os alunos devem

plotar estas interações (como neutras, positivo-negativo, positivo-positivo, negativo-negativo).

Sugestão: produzir a tabela com EVA, imprimir as imagens sugeridas para as interações e colar

velcros na tabela e nas imagens para melhor organização e funcionalidade.

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Tabela 1: Modelo da tabela para distribuição das imagens de acordo com sua categoria

Após os grupos preencherem a tabela pedir para explicarem cada imagem e onde

colocaram na tabela. Se houver divergência entre os grupos, pedir para que eles argumentem sua

escolha.

O que inclui na tabela:

Competição: introduzir a questão dos exóticos invasores (saguis, tigre d'água) - incluir

fotos de competição natural e não natural (invasores)

Predação: introduzir a questão dos domésticos (predação não natural)

Interação antrópica: colocar uma positiva/positiva (trabalho de conservação do meio

ambiente, manejo, gestão ambiental, reabilitação, reintrodução - explicar um pouco do DEPAVE

e da importância da conservação) e como é positivo para o homem pois a natureza em equilíbrio

significa o bom convívio dos humanos, os serviços ecossistêmicos e os recursos do futuro;

colocar uma negativa/positiva (falar ai do tráfico de animais e da tutoria de animais silvestres,

mas deixar bem claro que ela é positiva para o homem como indivíduo - retorno financeiro do

tráfico/benefício próprio - mas para o ser humano como bicho comunitário é prejudicial).

A partir dos quadros montados pelos grupos, realizar uma discussão introduzindo todos

os tópicos que gostaríamos de cobrir e induzir o conhecimento dos alunos.

3ª) 30 minutos. Avaliação:

O jogo terá um máximo de cinco (5) jogadores. Cada jogador será um representante da

fauna da Mata Atlântica (escolher espécies não comuns para expansão do conhecimento dos

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alunos sobre a fauna). Cada aluno jogará o dado para avançar nas casas do tabuleiro e, cada casa

representará um desafio especial que corresponderá aos conhecimentos desenvolvidos ao longo

da sequência didática. Os desafios de cada casa corresponderão a cartas, as quais devem ser

respondidas corretamente pelos alunos para que possam receber o bônus correspondente. Caso a

resposta seja incorreta, o jogador receberá uma “punição” que prejudicará seu avanço no jogo.

Os desafios serão relacionados a situações nocivas à preservação do meio ambiente para as

espécies em questão (tráfico, caça, tutoria irresponsável, fogo, etc), além de situações

corriqueiras da vida na natureza (pouca oferta de alimento, predação - interações ecológicas

negativas no geral-, mudança de clima, etc). O animal que chegar ao fim (uma analogia ao

sucesso reprodutivo e adaptativo) primeiro, ganha o jogo. Isso, entretanto, não deve ter qualquer

relação com a avaliação quantitativa que indicará se o aluno está apto a ser aprovado na

disciplina ou não, será apenas uma averiguação do desenvolvimento do aprendizado.

O tabuleiro (sugestão estrutural no anexo 3b) contará com 35 casas, sendo que 18 delas

conterão um conceito abordado nas aulas, compreendendo um avanço ou retrocesso no jogo de

acordo com a resposta, e 17 casas com instruções simples, sem desafios. As casas de desafios

serão separadas em três categorias: Interações ecológicas negativas (representada por um

símbolo de “menos”), interações positivas (representada por um símbolo de “mais”) e obstáculos

(representada por uma caveira), sendo que cada uma delas corresponderá a um bolo de cartas

(Modelos das cartas no anexo 3c) que deve ser retirada pelo jogador ao cair em determinada

casa. Além disso, haverá uma pilha de cartas com 11 perguntas pertinentes sobre os assuntos

abordados que deverão ser retiradas aleatoriamente quando as cartas indicarem que o jogador

deve passar por um desafio. As cartas serão as seguintes:

a) Interações ecológicas negativas

1. Amensalismo: Você teve sua toca/ninho remexida e destruída por uma onça parda.

Responda uma pergunta corretamente, ou volte três casas e refaça seu abrigo.

2. Competição interespecífica: você e o jogador à esquerda deverão desenhar dois animais

que competem na natureza. O que desenhar primeiro e de forma correta, andará 2 casas.

3. Competição intraespecífica: Sua população acabou ficando muito grande graças a um

desequilíbrio e falta comida para todo mundo. Responda uma pergunta corretamente e

ganhe a competição por comida.

4. Predação por invasores: você e o jogador à direita deverão tirar 2 ou 1. Aquele que

perder, retornará 1 casa.

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5. Predação natural: você foi cercado pela espécie topo de cadeia. O jogador que estiver

com o peão representado pela espécie topo de cadeia deverá lançar algum desafio para

você completar. Se o jogador cumprir, avançará 2 casas, caso contrário, deverá

permanecer uma rodada sem jogar pelas consequências da predação.

b) Interações ecológicas positivas (não consigo pensar em coisas positivas no jogo, só em

competição sanguinária)

1. Comensalismo: Você encontrou um animal que quer sua ajuda, e isso não vai te

prejudicar. Escolha alguém para andar duas casas e continue no lugar

2. Comensalismo: Você encontrou um animal que pode te ajudar, e não vai prejudicá-lo.

Avance uma casa.

3. Protocooperação: Você estava com dificuldades e encontrou um animal parceiro que

pode te ajudar. Avance duas casas.

4. Sociedade: Você estava andando sozinho e encontrou um bando da sua espécie. Mas para

ser aceito no grupo, você precisa acertar uma pergunta. Se acertar, ande uma casa. Se

errar, você será expulso do território, volte uma casa.

5. Mutualismo: Você não estava indo muito bem das pernas e encontrou um animal que

pode ser seu parceiro. Responda a pergunta corretamente e encontre o animal certo, ande

três casas. Se errar a pergunta, escolha alguém para encontrar o parceiro e andar uma casa

no seu lugar.

6. Propagação de linhagem: Sua linhagem aumentou. Avance uma casa ou escolha um

jogador para voltar uma casa.

c) Obstáculos

1. Incêndio: a mata que você habita está pegando fogo. Responda uma pergunta ou retorne

3 casas.

2. Armadilha: Você caiu em uma armadilha. Fique 1 rodada sem jogar.

3. Palmiteiro: Você encontrou com um palmiteiro. Responda uma pergunta corretamente ou

retorne 2 casas.

4. Caçador: Você deu de cara com um caçador. Cite 2 espécies que sofrem a pressão da

caça ou retorne 2 casas.

5. Tráfico: Você deu de cara com um traficante. Explique, de forma correta, porque não se

deve comprar animais traficados ou retorne 2 casas.

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6. Alterações climáticas: O período de seca chegou. Descreva características do bioma mata

atlântica ou fique 1 rodada sem jogar.

7. Falta de alimento: Você não encontrou alimento. Retorne 1 casa.

8. Desmatamento: A área em que você se encontra está sendo desmatada. Cite 2 espécies de

mamíferos da mata atlântica ou retorne 1 casa.

9. Deslizamento de terra: houve um deslizamento de terra na sua trilha. Cite 2 espécies

exóticas ou retorne 1 casa.

10. Supressão de habitat: Explique o que é ecossistema ou seu habitat será destruído e você

retornará 3 casas.

11. Rodovia - atropelamento: Você precisa atravessar uma rodovia. Cite três formas de

colaborar com o meio ambiente ou seja atropelado e fique uma rodada sem jogar.

12. Epidemia: Uma nova epidemia está acontecendo. Explique o que é comunidade ecológica

ou fique 1 rodada sem jogar.

13. Predação por domésticos: Você encontrou um cachorro abandonado feral. Responda

corretamente a uma pergunta ou fique 1 rodada sem jogar.

Cartas de perguntas:

1. Desafio: Desenhe uma teia trófica com, pelo menos, 4 elementos.

2. O que é um bioma?

3. Quais são os principais biomas brasileiros?

4. O que são espécies exóticas invasoras?

5. Como as espécies exóticas invasoras podem prejudicar a fauna silvestre da sua cidade?

6. O que é uma teia alimentar?

7. Numa cidade existem ecossistemas? Quais?

8. O que são os decompositores?

9. Como o desmatamento causa danos aos ecossistemas?

10. Como o homem pode prejudicar os ecossistemas?

11. Como o homem pode preservar os ecossistemas?

Estrutura do jogo

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Os peões compreenderão 5 animais impressos e colados em papelão com uma base para apoio no

tabuleiro. As espécies possíveis serão:

Tabela 2: Especificação das espécies correspondentes aos peões

Combinação 1 Combinação 2 Combinação 3

1. Tatu peba 1. Jaguatirica 1. Cachorro do Mato

2. Lambari 2. Lips 2. Jacundá

3. Araponga 3. Tiê Sangue 3. Periquito Rico

4. Jararaca 4. Cascavel 4. Cobra parelheira

5. Perereca-de-folhagem 5. Rã-de-vidro 5. Sapo-de-chifres

4ª) 10 minutos. Fechamento: Retomar a pergunta inicial, sanar possíveis dúvidas, amarrar as

conclusões finais das três atividades.

Materiais necessários: tabuleiro, cartas e peões impressos, folha sulfite e lápis.

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VI. Cronograma

Atividades a realizar Período de duração

Elaboração da parte visual do jogo pela equipe da PMSP Um mês

Disponibilização do Kit Educativo online no site da PMSP Dois meses

Contato com a Secretaria da Educação e formação de rede

parceira de escolas

Dois meses

Treinamento de grupos de professores Seis meses

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VII. Resultados pretendidos

A partir do presente projeto busca-se a conscientização das futuras gerações sobre as questões

ambientais enfrentadas no ambiente urbano, como o da cidade de São Paulo, e implantar na

comunidade escolar o sentimento de pertencimento em relação a natureza, a noção da ecologia,

da interdependência dos seres vivos e do impacto que o ambiente urbano causa na sobrevivência

dos animais silvestres.

Espera-se que a educação ambiental referente aos animais silvestres gere resultados a longo

prazo quanto à mudança de mentalidade dos cidadãos ainda em fase escolar de aprendizagem,

focando na prevenção, ao invés da mera remediação dos problemas ambientais citados neste

documento. Aliado a ações imediatas e trabalho contínuo de conservação já realizado pela

divisão de fauna da SVMA, aprimora-se as chances de encontrar um cenário mais favorável à

fauna e ao meio ambiente urbano e geral que nos cerca, num futuro próximo.

Por fim, este projeto nasceu no departamento de Medicina Preventiva da Divisão Técnica de

Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre (DEPAVE-3). O objetivo deste departamento é

monitorar e conduzir o levantamento dos motivos de entrada da fauna silvestre aos cuidados da divisão

para, então, buscar soluções preventivas. Portanto, um projeto de educação ambiental que visa a

conscientização da população quanto aos agravos antrópicos espera resultados profundos,

abrangentes e de curto a longo prazo, cujos desdobramentos poderão ser monitorados pelo

levantamento de dados realizado pela Medicina Preventiva.

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VIII. Conclusão

O desenvolvimento do projeto e treinamento de professores contribuirão de forma positiva e

palpável na difusão da educação ambiental de uma maneira pouco explorada: dentro do ambiente

escolar e não apenas como educação não formal. Permitirá que professores da rede pública

tenham fácil acesso ao material de ensino por investigação, cujo desenvolvimento demanda um

tempo muitas vezes não compatível com a carga horária destes profissionais, e Além disso,

provê aos alunos a possibilidade de entrar em contato com a ecologia e conservação do meio

ambiente de forma contextualizada e próxima a sua realidade, em profundidade de

compatibilidade não prevista pelo currículo comum.

Contribuirá com a formação diferenciada de uma geração, se aplicado de forma correta e

disciplinadamente, trazendo resultados em longo prazo imprescindíveis e de grande urgência

para a conservação do meio ambiente, mas que costumam ser negligenciados.

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IX. Custos

A criação da sequência ficará por conta dos próprios integrantes do grupo.

A divulgação e disponibilização do material serão feita através do site e redes sociais da

Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. O material deverá ser impresso pelas escolas

participantes, sendo necessário somente o material já previamente fornecido, com as instruções e

passo-a-passo devidos, pela Secretaria da Educação.

Desse modo é possível prever custo zero para a realização deste projeto.

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X. Referências Bibliográficas

IBAMA (1989). Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Portaria no 1522 de 19 de dezembro de 1989.

PARIS, AMV et al. Sentimento de pertencimento de estudantes à mata atlântica: do

desconhecimento à pouca afeição.

SCARANO, Fabio Rubio. Biomas brasileiros: retrato de um país plural. Casa da Palavra,

2012.

SÃO PAULO (Cidade). Lei nº 10.309, de 22 de abril de 1987. Dispõe sobre sobre controle de

populaçoes animais, bem como sobre prevenção de zoonoses no Município de Sao Paulo, e dá

outras providências. Diário Oficial do Município de São Paulo, São Paulo, 23 abr. 1987, p. 2.

SICK, H., 1997. Ornitologia Brasileira, uma Introdução. Nova Fronteira, Rio de Janeiro.

24

XI. Anexos

Anexo 1

a)

b)

c)

25

d)

26

e)

Anexo 2

a)

27

Anexo 3

a)

b)

28

c)

29