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Page 1: Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura ITALCAM Terceiro Setor: Imunidades e Isenções Fiscais São Paulo, 10 de setembro de 2014
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Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e

Agricultura ITALCAM

Terceiro Setor:

Imunidades e Isenções Fiscais

São Paulo, 10 de setembro de 2014

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IMUNIDADES

Conceito

Normas constitucionais que proíbem que o legislador institua tributos sobre sujeitos, objetos ou operações específicos

Exemplos: Templos de qualquer culto (sujeitos), Livros (objetos), Exportações (operações)

Caso o legislador institua tributos sobre hipóteses de imunidade, tributo será inconstitucional

Imunidades dependem de regras específicas presentes na Constituição e se vinculam a valores (Liberdade religiosa, acesso à educação/cultura, desenvolvimento nacional)

Lei Complementar deve regulá-las

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos

Imunidade sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei

Assistência Social: Educação, Saúde e Assistência Social em sentido estrito

Quais impostos?

Compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas – Quais finalidades?

Entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei – Quais exigências?

Limites?

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos abrangidos pelas imunidades

Patrimônio: IPTU, IPVA, ITR, ITCMD, ITBI

Renda: Imposto de Renda

Serviços: ISS e ICMS sobre serviços (transporte e comunicação)

Dúvidas:

ICMS e IPI na venda de mercadorias?

Impostos aduaneiros (Imposto de Importação, ICMS, IPI)?

Mercadorias e serviços adquiridos pela OnG?

Só “impostos” mesmo?

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos abrangidos pelas imunidades

ICMS e IPI na venda de mercadorias:

Não é “patrimônio”, “renda” nem “serviços” - Posição STF

Checar eventuais isenções no Estados e legislação federal

SP: Isenção nas vendas de produção própria da entidade (depende de requerimento à SEFAZ/SP)

IPI: Produtos produzidos pelas próprias entidades e se destinarem, exclusivamente, a uso próprio ou a distribuição gratuita a seus educandos ou assistidos, no cumprimento de suas finalidades

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos abrangidos pelas imunidades

Impostos “Indiretos” (ICMS, IPI, ISS): Aplica-se ao adquirente?

Contribuinte “de fato” X Contribuinte “de direito”: Adquirente não é o contribuinte em sentido estrito (de direito) – Posição STF consolidada

Existem algumas isenções:

ICMS em SP: Doação para entidades com Certificado fornecido pelo Conselho Nacional de Serviço Social (Vítimas de Calamidades); Doação de equipamentos para atendimento de pessoa portadora de deficiência física, auditiva, mental, visual ou múltipla; Medicamentos para a Fundação Zerbini etc.

IPI: Venda de produtos doados por representações diplomáticas estrangeiras sediadas no País, em feiras, bazares e eventos semelhantes

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos abrangidos pelas imunidades

Tributos aduaneiros (Imposto de Importação, ICMS, IPI)?

Em geral, Fisco entende que importação não é “patrimônio”, “renda” ou “serviços” da entidade

RFB admite em alguns casos para templos de qualquer culto, quando bem importado está diretamente ligado às atividades religiosas (II e IPI) – Analogia aos casos das entidades assistenciais?

ICMS/SP: Algumas isenções:

Entidades assistenciais e de educação (mercadorias doadas do exterior);

Fundação Nacional de Saúde (Medicamentos);

Medicamentos para a APAE etc.

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos abrangidos pelas imunidades

Impostos aduaneiros (Imposto de Importação, ICMS, IPI)?

Imposto de Importação: Há uma isenção geral condicionada:

Condições gerais das entidades

Compatibilidade da natureza, da qualidade e da quantidade dos bens às finalidades essenciais do importador

IPI na Importação:

Há isenção nas mesmas condições do Imposto de Importação

STF entende que se aplica a imunidade quando bens são utilizados nos serviços prestados pela entidade (faz parte do “patrimônio”)

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

O que seriam “finalidades essenciais”?

Fisco: Interpretação restritiva – apenas atividades diretamente ligadas a educação e assistência social

Posições do STF favoráveis ao alargamento da imunidade:

IPTU sobre imóvel destinado a estacionamento gratuito de estudantes da entidade;

IPTU sobre imóveis de templos locados a terceiros (Analogia às entidades);

ITBI de imóvel desocupado ou sem edificação;

Rendimentos em aplicações financeiras revertidos em suas atividades.

Posições do STF contrárias ao alargamento da imunidade:

IPTU sobre colônia de férias de sindicato

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos – Condições das Imunidades (art. 14, CTN)

Não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título (Distribuição não é remuneração!);

Aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;

Manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

Na falta de cumprimento, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício e cobrar tributos a partir da data da constatação do ilícito.

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos – Condições das Imunidades (Lei 9.532/97) Imunidade não abrange rendimentos e ganhos de capital auferidos em

aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável – Suspenso pelo STF!

As instituições estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, exceto:

OSCIP e Organizações Sociais (Lei 10.637/02);remuneração de diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração

inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal

Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais;

Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Impostos – Condições das Imunidades (Lei 9.532/97) (cont.)

As instituições estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos (cont.):

Conservar em boa ordem, por 5 anos, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas;

Apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal;

Recolher os tributos retidos, inclusive a contribuição social dos empregados, e cumprir as obrigações acessórias decorrentes;

Assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público.

Violações ao CTN? Discussões no STF...

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IMUNIDADES VOLTADAS AO TERCEIRO SETOR

Contribuições para a Seguridade Social

Entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei

Abrange PIS, COFINS, PIS/COFINS-Importação, CSLL e Contribuição sobre a Folha de Salários (Cota Patronal)

Não abrange a cota dos empregados (retenção na fonte do empregador)

Lei 12.101/09: Exigência de certificados para o reconhecimento da imunidade (uma série de requisitos e restrições, tais como apresentação de CND, prazo de validade, estabelecimento de convênios, metas/cotas de atendimento ao SUS/bolsas de estudo etc.): violação ao CTN?

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ISENÇÕES

Conceito

Norma produzida a partir do exercício da competência tributária pelo ente tributante, que exclui a tributação de alguns sujeitos, objetos ou situações específicas

Somente quem tem o poder de tributar tem o poder de isentar

Podem ser instituídas por lei, pois sua natureza é infraconstitucional (enquanto que a imunidade não, por ser constitucional)

O próprio legislador impõe limites e requisitos

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ISENÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

Imposto de Renda e CSLL

Na prática, ONGs que não se enquadram na imunidade devem recorrer às isenções

Abrangência: instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.

Não estão abrangidos os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável – Discutível.

Não se aplica a clubes de futebol (discutível quanto aos constituídos sob a forma de associação civil sem fins lucrativos)

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ISENÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

PIS/COFINS

Isenção do COFINS sobre as receitas da entidade

Exceção: receitas que não são próprias das suas atividades, que devem ser tributadas à alíquota de 7,6%

PIS devido sobre 1% da folha de salários

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ISENÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

Contribuição ao INSS

Isenção sobre a cota patronal, desde que atendidas as condições da lei (inclusive certificação)

Empregador deve reter e recolher o INSS devido pelos empregados (cota do empregado)

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ISENÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

ICMS e ISS

Não há isenções gerais para tais entidades

Depende das legislações nacional (CONFAZ) e locais (Estados e Municípios)

IPI, II e PIS/COFINS-Importação

Não há isenções gerais para tais entidades

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ISENÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

Isenções aplicáveis às doações para as ONGs

ITCMD - Depende da legislação de cada Estado

São Paulo

Isenções Gerais (Aplicáveis a todos):

Até 2.500 UFESPs dentro do mesmo ano civil/período de 12 meses (equivalente a R$ 50.350,00 em 2014)

Isenções Específicas:

entidades cujos objetivos sociais sejam vinculados à promoção dos direitos humanos, da cultura ou à preservação do meio ambiente, observado o seguinte:

o reconhecimento da condição deverá ser feito pela SEFAZ/SP e, dependendo do caso, outras Secretarias;

requisitos da legislação quanto às entidades imunes

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ISENÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

Isenções aplicáveis às doações para as ONGs

ICMS

Não há uma isenção geral

Alguns casos específicos – devem ser analisadas as legislações de cada Estado

IPI

Não há isenções gerais – Caso doador seja contribuinte do IPI, imposto deverá ser recolhido

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Maurício Barros – [email protected]

Gaia, Silva, Gaede & Associados – Advogados

“Esta apresentação é de autoria dos advogados da Gaia, Silva, Gaede & Associados, a quem pertencem todos os direitos, e

sem cuja autorização não deve ser, de forma alguma, fornecida, reproduzida ou divulgada. Seu conteúdo não tem por

finalidade o alcance de um determinado resultado específico, mas sim a demonstração do panorama legal sobre a

matéria no momento de sua elaboração, sobre cuja atualização não nos responsabilizamos, não consistindo em

qualquer aconselhamento jurídico, que deve ser fornecido apenas mediante a análise de cada situação concreta”.

Obrigado!