circular 21 2010 imunidades

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    GUARDA NACIONAL REPUBLICANACOMANDO-GERAL

    COMANDO OPERACIONALDIRECCAO DE OPERACOES

    CIRCULAR N 2112010 Proc. 000.01.07Lisboa -Carmo, 14 de Maio de 2010

    ASSUNTO: IMUNIDADESRef'.: a) Constituicao da Republica Portuguesa;

    b) Lei n" 14/79, de 16 de Maio;c) Lei n 39/80, de 5 de Agosto;d) Lei nO31/84, de 6 de Setembro;e) Lei n" 21185,de 30 de Julho;1 ) Lei n47/86, de 15 de Outubro;g) Lei 34/87, de 16de Julho;h) Lei n"9/91, de 9 de Abril;i)Lei n 13/91, de 5 de Junho;j) Lei n7/93, de 1de Marco;1)Lei Organica n 1/200 1,de 14de Agosto;m) Lei n 10112003, de 15deNovembro;n) Decreto-Lei n48295, de 17MAR68;0) Decreto-Lei n 183/72, de 30 de Maio;p) Decreto - Lei n 387-N87, de 29 de Dezembro;q) Oficio n 1607, doMNE, de 16ABR83;r) Ofieio n5347, do MNE, 310UT06;s) Oficio nO30468, da ANSR, de 02DEC09.

    1. SITUAC.AOEm materia criminal e contra - ordenacional, alguns cidadaos gozam de determinadas regalias (imunidades),por forca de disposicoes constitucionais, por motivo de regulamentacao inerente ao seu estatuto profissionale/ou cargo para os quais foram eleitos ou nomeados ou, ainda, devido a convencoes ou tratadosintemacionais.Pode, tal facto, parecer, uma violacao do principio da igualdade previsto no are 13 nOI ci a Constituicao daRepublica Portuguesa "Todos os cidadiios tem a mesma dignidade social e siio iguais perante a lei",contudo estas excepcoes sao feitas pela propria constituicao, pelo que nao se coloca a questao dainconstitucionalidade.Outra questao, e esta ja e discutfvel, e 0 facto de saber se tern havido urn "aproveitamento" destaexcepcionalidade constitucional (aplicacao da lei quanto as pessoas tipificadas na propria constituicao) porpessoas que a Constituicao nao tipifica como destinatarios da mesma e, por forca de normas estatutarias,alguns tern acabado por usufruir deste regime de excepcionalidade.De igual forma, tal situacao tambem se tem verificado pontualmente em algum dispositivo da Guarda onde,por desconhecimento ou inducao em erro, se tern actuado de forma incorrecta perante situacoes ondedeterminados cidadaos invocam estatutos socio - profissionais no intuito de se eximirem it responsabilidadeda ratica de determinado ilicito,

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    2. ENQUADRAMENTO LEGAL / PROCEDIMENTOa. 1m unidade Criminal

    (1) Presidente da Republica

    (a) Por crimes praticados no exercicio das suas funcoes, 0 Presidente da Republica respondeperante 0 Supremo Tribunal de Justica (art 130 n' '! CRP).(b) A iniciativa do processo cabe a Assembleia da Republica, mediante proposta de urn quinto e

    deliberacao aprovada por maioria de dois tercos dos Deputados em efectividade de funcoes(art l30 n02 CRP).(c) Por crimes estranhos ao exercicio das suas funcoes 0 Presidente da Republica responde depois

    de findo 0mandato perante os tribunais comuns (art 130 n 4 CRP).(d) De acordo com 0 anteriormente mencionado, 0 Presidente da Republica nao pode ser detido

    ou preso pela pratica de qualquer crime, sem a autorizacao da Assembleia da Republica.(2) Membros do Govemo (primeiro - Ministro, Ministros, Secretirios de Estado, Secretanos de

    Estado Adjuntos e Subsecretarios de Estado)Nenhum membro do Govemo pode ser detido ou preso sem autorizacao da Assembleia daRepublica, salvo por crime doloso a que corresponda pena de prisao cujo limite maximo sejasuperior a tres anos e em flagrante delito (art 196 n01 CRP).

    (3) Conselho de Estado(a) Nenhum membro do Conselho de Estado pode ser detido ou pre so sem autorizacao do

    Conselho, salvo por crime punive1 com pena maior (superior a tres anos) e em flagrante delito(art 14 n''I Lei n" 31/84, de 06 de Setembro).

    (b) 0 Conselho de Estado e presidido pelo Presidente da Republica e composto pelos seguintesmembros (art 1420CRP):1) 0Presidente da Assembleia da Republica;2) 0Primeiro-Ministro;3) 0Presidente do Tribunal Constitucional;4) 0Provedor de Justica;5) Os presidentes dos Govemos Regionais;6) Os antigos presidentes da Republica eleitos na vigencia da Constituicao que nao hajam

    sido destituidos do cargo;7) Cinco cidadaos designados pelo Presidente da Republica pelo periodo correspondente a

    duracao do seu mandato;8) Cinco cidadaos eleitos pela Assembleia da Republica, de harmonia com 0 principio darepresentacao proporcional, pelo periodo correspondente it duracao da legislatura.

    (4) Provedor de Justivao Provedor de Justica nao pode ser detido ou preso sem autorizacao da Assembleia da Republica,salvo por crime punivel com a pena de prisao superior a tres anos e em flagrante delito (art8 n 2Lei n" 9/91, de 9 de Abril (Estatuto do Provedor de Justica), alterada pela Lei n 30/96, de 14 deAgosto e pe1a Lei n 52-N2005, de 10 de Outubro).

    (5) Magistrados Judiciais CJuizes)(a) Os magistrados judiciais nao podem ser presos ou detidos antes de ser proferido despacho

    que designe dia para julgamento relativamente a acusacao contra si deduzida, salvo emfla rante delito or crime univel com ena de risao su erior a tres anos (art 160 n01 Lei

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    Pagina 3de 8pags21/85, de 30 de Julho (Estatuto dos Magistrados Judiciais), alterada pelo Decreto-Lei n."342/88, de 28 de Setembro, peIas Leis n''s 2/90, de 20 de Janeiro, 10/94, de 5 de Maio, 44/96,de 3 de Setembro, 81/98, de 3 de Dezembro, e 143/99, de 31 de Agosto).

    (b) Os juizes militares so podem ser responsabilizados civil, criminal ou disciplinarmente pelassuas decisoes, nos casos especialmente previstos na lei (art 5 n''I Lei n 10112003, de 15 deNovembro - Estatuto dos Juizes Militares),

    (c) A responsabilidade por crimes comuns ou estritamente militares efectiva-se em termossemelhantes aos dos demais juizes do tribunal em que os juizes militares exercam funcoes(art" 5 n02 Lei n" 10112003, de 15 de Novembro - Estatuto dos Juizes Militares).

    (6) Magistrados do Ministerio PublicoOs magistrados do Ministerio Publico nao podem ser presos ou detidos antes de ser proferidodespacho que designa dia para julgamento relativamente a acusacao contra si deduzida, salvo emflagrante delito por crime punivel com pena de prisao superior a tres anos (art 91 n'Tl.ei n47/86, de 15 de Outubro, alterada pelas Leis n" 2/90, de 20 de Janeiro, 23/92, de 20 de Agosto,10/94, de 5 de Maio e 60/98, de 27 de Agosto).

    (7) Presidente e Deputados da Assembleia da RepublicaNenhum Deputado pode ser detido ou preso sem autorizacao da Assembleia, salvo por crimedoloso a que corresponda pena de prisao cujo limite maximo seja superior a tres anos e emflagrante delito (art 157 n03 CRP e art 11 n''I Lei 7/93, de 1 de Marco (Estatuto dos Deputados)alterada pelas Leis n" Lei n 24/95, de 18 de Agosto, 55/98, de 18 de Agosto, 8/99, de 10 deFevereiro, 45/99, de 16 de Junho, 3/2001, de 23 de Fevereiro, 24/2003, de 4 de Julho, 52-Al2005,de 10 de Outubro, 44/2006, de 25 de Agosto, 45/2006, de 25 de Agosto, 43/2007, de 24 de Agostoe 16/2009, de 1 de Abril).Sendo urn deputado no exerclcio de funcoes eleito peIo plenario, 0 Estatuto dos Deputados aAssembleia da Republica aplica-se ao Presidente da Assembleia da Republica.

    (8) Membros do Govemo Regional dos Ayoreso estatuto dos membros do Govemo da Republica e aplicavel aos membros do Govemo Regional,no que se refere aos deveres, responsabilidades, incompatibilidades, direitos, regalias eimunidades, com as necessarias adaptacoes e de acordo com as especificidades consagradas nopresente Estatuto e no respectivo regime legal de execucao (art 104 da Lei n," 39/80, de 5 deAgosto (Estatuto Politico - Administrativo da Regiao Autonoma dos Acores), alterada pelas Leisn 9/87, de 26 de Marco, 61198, de 27 de Agosto e 2/2009, de 12 de Janeiro).

    (9) Deputados a Assembleia Regional dos Acoreso Estatuto dos Deputados a Assembleia da Republica e aplicavel aos deputados a AssembleiaLegislativa no que se refere aos direitos, regalias e imunidades constitucional e legalmenteconsagrados, com as necessarias adaptacoes e de acordo com as especificidades consagradas nopresente Estatuto e no respectivo regime legal de execucao (art 97 Lei n 39/80, de 5 de Agosto(Estatuto Politico - Administrativo da Regiao Autonoma dos Acores), alterada pelas Leis n? 9/87,de 26 de Marco, 61198, de 27 de Agosto e 2/2009, de 12 de Janeiro).

    (10) Membros do Govemo Regional da MadeiraNenhum membro do Govemo Regional pode ser detido ou preso sem autorizacao da AssembleiaLegislativa Regional, salvo por crime doloso a que corresponda a pena de prisao cujo limitemaximo seja superior a tres anos e em flagrante delito (art 64 n" 3 Lei n" 13/91, de 5 de Junho(Estatuto Politico - Administrativo da Regiao Autonoma da Madeira), alterada pela Lei n" 130/99,de 21 de Agosto).

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    (a) Os funcionarios consulares nao poderao ser presos ou detidos, excepto em casos de crimerave ou em virtude de decisao da autoridade iudicial com etente art 41 nOl Conven ao de

    (11) Deputados itAssembleia Regional da MadeiraNenhum deputado pode ser detido ou preso sem autorizacao da Assembleia Legislativa Regional,salvo por crime doloso a que corresponda a pena de prisao superior a tres anos e em flagrantedelito (art 23 n 3 Lei n 13/91, de 5 de Junho (Estatuto Politico - Administrativo da RegiaoAutonoma da Madeira), alterada pela Lei n 130/99, de 21 de Agosto).

    (12) Candidatos a Assembleia da Republica(a) Nenhum candidato pode ser sujeito a prisao preventiva, a nao ser em caso de flagrante delito,

    par crime punivel com pena de prisao maior (superior a tres anos) (art 10 n"l Lei n 14/79de 16 de Maio (Lei Eleitoral para a Assembleia da Republica), alterada pelas Leis n 28/82,de 15 Novembro, l4nN85, de 10 Julho, 18/90, de 24 Julho, 31191, de 20 Julho, 72/93, de 30Novembro, 10/95, de 7 Abril, 35/95, de 18 Agosto, pelas Leis Organicas n" 1199,de 22 Junhoe 2/2001, de 25 Agosto, e pelos Decreto - Leis n" 400/82, de 23 de Setembro e 55/88, de 26Fevereiro).

    (b) Movido procedimento criminal contra algum candidato e indiciado este por despacho depromincia ou equivalente, 0processo so pode seguir apos a proclamacao dos resultados daseleicoes (art 10 n02 Lei n 14/79 de 16 de Maio (Lei Eleitaral para a Assembleia daRepublica), alterada pelas Leis n" 28/82, de 15 Novembro, 14-N85, de 10 Julho, 18/90, de24 Julho, 31/91, de 20 Julho, 72/93, de 30 Novembro, 10/95, de 7 Abril, 35/95, de 18 Agosto,pelas Leis Organicas n 1199, de 22 Junho e 2/2001, de 25 Agosto, e pelos Decreto - Leis n400/82, de 23 de Setembro e 55/88, de 26 Fevereiro).

    (13) Candidatos aos Orgaos das Autarquias Locais(a) Nenhum candidato pode ser sujeito a prisao preventiva, a nao ser em caso de flagrante delito,

    por crime doloso a que corresponda pena de prisao cujo limite maximo seja superior a 3 anos(art 9 n''] Lei n" 112001, de 14 de Agosto (Lei E1eitoral dos orgaos das autarquias locais),alterada pelas Leis Organicas n" 5-N2001, de 26 de Novembro e 3/2005, de 29 de Agosto).

    (b) Movido procedimento criminal contra algum candidato e indiciados estes definitivamente pordespacho de pronuncia ou equivalente, 0 processo so pode prosseguir apos a proclamacaodos resultados das eleicoes anos (art 9 nO}Lei n 1/2001, de 14 de Agosto (Lei Eleitoral dosorgaos das autarquias locais), alterada pelas Leis Organicas n" 5-Al2001, de 26 de Novembroe 3/2005, de 29 de Agosto).

    (14) JuradosOs jurados nao podem, durante 0 exercicio da respectiva funcao, ser privados de liberdade semculpa formada, salvo no caso de detencao em flagrante delito por crime punivel com pena de prisaosuperior a tres anos (art 15 n''I Decreto - Lei n 387-N87, de 29 de Dezembro).

    (15) Corvo Diplomatico(a) A pessoa do agente diplomatico e inviolavel, Nao podera ser objecto de qualquer forma de

    detencao ou prisao (art 29 Convencao de Viena sobre Relacoes Diplomaticas - Decreto - Lein 48295, de 27 de Marco de 1968).

    (b) Os membros da familia de urn agente diplomatico que com ele vivam gozarao dos privilegiose imunidades mencionadas nos artigos 29 a 36, desde que nao sejam nacionais do Estadoacreditador (art 37 Convencao de Viena sobre Relacoes Diplomaticas - Decreto - Lei n48295, de 27 de Marco de 1968).

    (16) Corpo Consular

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    Pagin 5de 8pagsViena sobre Relacoes Consulares - Decreto - Lei n" 183/72, de 30 de Marco).

    (b) Exceptuando 0 caso previsto na alinea anterior, os funcionarios consulares nao poderao serpresos nem submetidos a qualquer outra forma de limitacao a sua liberdade pessoal, salvo emexecucao de uma decisao judicial (art 41 n02 Convencao de Viena sabre RelacoesConsul ares - Decreto - Lei n 183/72, de 30 de Marco).

    (17) Outras entidadesOutras entidades, como sendo os Governadores Civis, Presidentes de Municipios, Presidentes deJuntas de Freguesia, elementos das Forcas e Services de Seguranca, militares das Forcas Armadas,advogados, etc, nao gozam de qualquer imunidade criminal.

    (18) ProcedimentoNeste contexto, no intuito de uniformizar procedimentos no tratamento desta materia, peranteuma situayao de pnltica de crime em que 0 seu autor goze de imunidade criminal. nao podendoser detido, deve 0dispositivo da Guarda, adoptar 0seguinte procedimento:(a) Adoptar as medidas cautelares de policia adequadas para fazer cessar a conduta tipicamente

    criminosa que seja verificada;(b) Proceder it identificacao do agente do ilicito criminal;(c) Pro ceder ao levantamento do auto de noticia e envio do mesmo it autoridade judiciaria

    competente;(d) Envio de RELIM ao CCCO (FAX N" 213217153 I 213217149), com conhecimento a

    Direccao de Operacoes, Direccao de Informacoes e Divisao de Comunicacao e RelacoesPublicas,h. Imunidade Contra - Ordenacional

    As entidades mencionadas na allnea anterior nao gozam de imunidade contra - ordenacional.No que respeita aos agentes diplomattcos e funcionartos consulares, a Convencao de Viena SobreRelacoes Diplomaticas (Decreto-Lei N 48 295, de 27 de Marco de 1968) e a Convencao de VienaSobre Relacoes Consulares (Decreto-Lei N 183 /72 , de 17 de Maio) olio os isenta, respectivamente,da responsabiJidade contra - ordenacional, facto este que foi confinnado pelos servicos doProtocolo de Estado do Ministerio dos Neg6cios Estrangeiros, atraves do documento em referenda r).Assim, no intuito de uniformizar procedimentos no tratamento desta materia, deve 0 dispositivo daGuarda, adoptar 0 seguinte procedimento:(1) Levantamento do auto de contra - ordenadio

    (a) Deve ser instaurado 0 respectivo auto de contra-ordenacao, contra 0 condutor do veiculo,caso a infraccao tenha sido praticada no exercicio da conducao, ou contra 0 Estadoacreditado em Portugal titular do documento de identificacao do veiculo, caso a contra-ordenacao praticada seja relativa as disposicoes que condicionem a admissao do veiculo aotransite nas vias publicas.

    (b) Sendo a contra - ordenacao praticada no exercicio da conducao, nao tendo sido possivel aoagente identificar 0 respectivo autor e verificar que 0 titular do documento de identificacaodo veiculo e urn determinado Estado acreditado em Portugal, deve-se proceder a notificacaoda respectiva Missao Diplomatica ou Consular, para em confonnidade com 0 n 5, do Art171 do CE, identificar 0condutor.

    (c) Ap6s a identificacao do condutor, pela respectiva Missao Diplomatica ou Consular, deve serinstaurado 0 com etente auto de contra-ordena a~.

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    (d) Se a Missao Diplomatica ou Consular nao identificar 0 condutor deve, de acordo com 0disposto no n 2, do Art 171 do CE, ser levantado urn auto de contra-ordenacao relativo ainfraccao praticada, em nome do Estado acreditado em Portugal e concomitantemente, outroauto em nome do mesmo Estado, por nao ter procedido a identificacao do condutor, deacordo com 0 disposto no n" 6, do Art 171 do CE, punivel pelo n" 2, do Art 4, do CE.

    (2) NotificacaoOs autos de contra - ordenacao levantados pelas entidades constantes do art 5 do Decreto - Lein 44/2005, de 23 de Fevereiro, devem ser notificados por estas, aos respectivos arguidos,seguindo 0regime de notificacao postal previsto no Art 176 do CE, ou seja:. Por carta registada com aviso de recepcao, efectuada atraves do envio do triplicado do auto decontra-ordenacao para:-0 domicilio em Portugal do arguido, constante do requerimento apresentado pelo MNE no

    Instituto da Mobilidade e dos Transportes terrestres, IP- !MIT, IF, para emissao da licencaespecial de conducao estando a pnitica da infracdio relacionada com 0 exercicio da conduCao.a u para:- A morada constante do documento de identificadio do veiculo ( morada da MissaoDiplomatica ou Consular) nos casos em que nao fOl possivel identificar 0 condutor ou em que ainfraccao praticada diga respeito a disposiCao que condicione a admissao do veiculo ao trfmsitonas vias publicas;OU:. Por carta simples, se a notificacao efectuada atraves do envio do triplicado do auto de contra-ordenacao por carta registada com aviso de recepcao for, por alguma razao, devolvida a entidaderemetente, caso em que 0 triplicado do auto de contra-ordenacao deve ser reenviado para 0endereco do notificando.Nesta situacao, a entidade autuante, para constar do processo, lavrara uma cota com a indicacaoda data de expedicao da carta simples e do endereco para a qual a mesma foi enviada, juntando-secopia do oficio atraves do qual foi expedida a notificacao do auto por carta simples.

    (3) Pagamento I Deposito da coima(a) 0 Art", 173 do Codigo da Estrada ( CE) estabelece que sempre que no momento da

    verificacao da infraccao, seja possivel contactar com 0 infractor e proceder ao levantamentodo respectivo auto de contra - ordenacao, 0 agente autuante deve efectuar os seguintesprocedimentos:- Indagar se 0 infractor pretende efectuar, imediatamente ou no prazo maximo de quarenta eoito horas, 0 pagamento voluntario da coima pelo minimo ou prestar deposito pelo mesmovalor, informando-o que, caso nao opte por nenhuma das solucoes indicadas, ter-se-a quesujeitar a apreensao de documentos;- Caso haja lugar a apreensao de documentos, 0 agente autuante tern que emitir a(s)respectiva(s) guia(s) de substituicao dos mesmos.

    (b) Ora:- Atendendo ao estatuido no n" 3 do Art 22 da Convencao de Viena Sobre RelacoesDiplomaticas, publicada pelo Decreto-Lei N 48 295, de 27 de Marco de 1968, adiantedesignada apenas por Convencao, os meios de transporte da missao, nao podem ser objectode busca, requisicao, embargo ou medida de execucao, e que, de acordo com 0 disposto non" 2, do Art 30 e nos nOs 1 e 2 do Art 37, ambos da Convencao, os bens do agentedi lomatico, do essoal administrativo e tecnico da missao, das suas familias ue com e1es

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    Identico procedimento aplica-se aos documentos respeitantes aos veiculos propriedade deurn Estado acreditado em Portugal, ou dessas mesmas pessoas, por forca do disposto no art22 da referida Convencao.

    vivam, desde que sejam nacionais do Estado acreditador nem nele tenham residenciapermanente gozam de inviolabilidade. Logo, as veiculos propriedade de urn Estadoacreditado em Portugal, au dessas mesmas pessoas, nao podem ser objecto de apreensao,bloqueamento, remocao ou deposito;- Atendendo ao estatuido no n 2, do Art 30, n''s 1 e 2 do Art. 37, ambos da Convencao deViena sobre Relacoes Diplomaticas, segundo os quais os documentos das pessoas suprareferidas, gozam de inviolabilidade;- Atendendo ao estatuido no n 4 do Art 310 da Convencao de Viena Sobre RelacoesConsulares, publicada pelo Decreto-Lei N 183172, de 17 de Maio, adiante designada apenaspor Convencao, os meios de transporte do posto consular de carreira, dos seus funcionarios eoutros membros do posto consular de carreira, nao podem ser objecto de requisicao, Logo,os veiculos propriedade de urn Estado acreditado em Portugal, ou dessas mesmas pessoas,nao podem ser objecto de apreensao, bloqueamento, remocao ou deposito;- Atendendo ao estatuido no art 33 da Convencao de Viena Sobre Relacoes Consulares, osdocumentos dos funcionarios e outros membros do posto consular de carreira, gozam deinviolabilidade.

    (c) Quando qualquer agente de autoridade, no exercicio das suas funcoes de fiscalizacao,presenciar contra-ordenacao rodoviaria, cometida por alguma das referidas pessoas e/ou comvefculo propriedade de determinado Estado acreditado em Portugal, perante aimpossibilidade de efectuar os procedimentos previstos no Art. 173 do CE, e caso 0infractor nao queira efectuar, imediatamente ou no prazo maximo de quarenta e oito horas, 0pagamento voluntario da coima ou prestar deposito da mesma, nao Ihe poderao serapreendidos os respectivos documentos e/ou os do veiculo, devendo limitar-se a solicitarao condutor os respectivos documentos e os do veiculo, recolhendo os elementos necessariespara 0 levantamento do competente auto de contra-ordenacao, apos 0 que os documentosdevem ser devolvidos.

    (4) Apreensao de documentos(a) Convencao sobre Relacoes Diplomaticas

    De acordo com 0 disposto no n" 2, do Art 30, nOs1 e 2 do Art. 37, ambos da Convencao,os documentos do agente diplornatico, do pessoal administrativo e tecnico da missao, dassuas familias que com eles vivam, desde que nao sejam nacionais do Estado acreditador nemnele tenham residencia permanente, gozam de inviolabilidade, pelo que nio poderio serapreendidos.

    (b) Convencao sobre Relacoes ConsularesDe acordo com 0 disposto no art 33 da Convencao, os documentos dos funcionarios eoutros membros do posto consular de carreira, gozam de invioiabilidade, pelo que naopoderio ser apreendidos.Identico procedimento aplica-se aos documentos respeitantes aos veiculos propriedade deurn Estado acreditado em Portugal, ou dessas mesmas pessoas, por forca do disposto no n04do art 31 da referida Convencao.

    (5) Apreensao / Bloqueamento / Remocao / Deposito de veiculos(a) Convencao sobre Relacoes Diplomaticas

    De acordo com 0 dis osto no n 3 do Art 22 da Convencao, os meios de trans orte da

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    Pdgina 8 de 8pagsmissao, nao podem ser objeeto de busea, requisicao, embargo ou medida de execucao, e deacordo com 0 disposto no n" 2, do Art 30 e nos rr's 1 e 2 do Art 37, ambos da Convencao,os bens das pessoas supra referidas gozam de inviolabilidade, pelo que se concIui que osveiculos propriedade de urn Estado acreditado em Portugal, ou dessas mesmas pessoas, naopodem ser objeeto de apreensao, bloqueamento, remocao ou deposito.

    (b) Convencao sobre Relacoes ConsularesDe acordo com 0 disposto no 4 do art 31o da Convencao, os meios de transporte da missao,nao podem ser objecto de requisicao, Assim, os veiculos propriedade de urn Estadoacreditado em Portugal, ou dessas mesmas pessoas, nao podem ser objecto de apreensao,bloqueamento, remocao ou deposito.

    (6) Aplicacao de sancao acessoria de inibis:ao de condudio / apreensao do veiculoEm conformidade com as normas das Convencoes citadas no numero (4)., neste caso em relacaoa inviolabilidade dos documentos das pessoas abrangidas, conclui-se que os titulos de conducao eas licencas especiais de conducao daquelas e os documentos dos veiculos da sua propriedade,bern como os documentos de veiculos propriedade de urn Estado acreditado em Portugal, naopodem ser apreendidos.

    (7) Infraccoes cometidas com veiculos de matricula "FM"As infraccoes cometidas com veiculos de matricula "FM", nao usufruem de imunidadediplomatica ou consular, em virtude de estes veiculos serem propriedade de funcionariosadministrativos das embaixadas ou dos postos consulares.

    3. ENTRADA EM VIGORA presente Circular entra em vigor em OlJUNIO, e revoga as demais instrucoes que contrariem 0 presentedocumento, nomeadamente a msg n" 7410, da 3aREP/CG/GNR, de 30AG002.

    o COMANDANTE OPERACIONAL

    ~~

    MANUEL ANTONIO MElRELES CARVALHOTENENTE - GENERAL

    DISTRIBUICAO: Listas:A+B+C+D+E