Turma e Ano: Flex A (2014)

Matéria / Aula: Direito do Trabalho / Aula 05

Professor: Leandro Antunes

Conteúdo: Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho. Jornada de Trabalho:

Compensação de Jornada; Banco de Horas.

- Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho -

1. Conceito (cont.):

a) Suspensão do Contrato:

O empregado não trabalha nem recebe remuneração. O período de afastamento

não é computado como tempo de serviço, salvo acidente de trabalho e serviço militar

obrigatório.

Ex1: Afastamento por motivo de doença:

Em caso de doença, os primeiros 15 dias de afastamento são considerados

como causa de interrupção do contrato de trabalho, pois o empregado recebe salário

custeado pelo empregador. A partir do 16º dia de afastamento, o empregado não

recebe mais salário, mas sim auxílio doença custeado pela Previdência.

Para a aquisição do direito a férias o empregado deverá trabalhar por mais 8

meses, totalizando 12 meses de tempo de serviço. Isso porque os primeiros 15 dias

de afastamento por doença é causa de interrupção do contrato de trabalho, que será

computado como tempo de serviço.

Ex2: Acidente de trabalho - afastamento por 4 meses:

A doença adquirida em razão da execução do serviço é equiparada ao

acidente de trabalho. Apesar do acidente de trabalho caracterizar hipótese de

suspensão do contrato de trabalho, o período de afastamento será computado como

tempo de serviço e o empregador é obrigado a depositar o FGTS.

Diante disso, para a aquisição do direito as férias, o empregado deverá

trabalhar mais 4 meses para completar o período de 12 meses.

Obs: Somente o afastamento por acidente de trabalho gera estabilidade

para o empregado (afastamento por doença não!).

Ex3: Acidente do Trabalho - afastamento por 8 meses:

Se o período de afastamento em razão de auxílio doença ou acidente do

trabalho for superior a 6 meses, o período aquisitivo das férias zera (art. 133, IV

CLT). Destaca-se que o período de afastamento de 6 meses poderá ser até mesmo

descontínuo.

Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período

aquisitivo:

IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

b) Interrupção do Contrato de Trabalho:

Empregado não trabalha, mas recebe remuneração. Exs: Férias, Repouso semanal

remunerado (ou descanso semanal remunerado ou repouso hebdomadário), Falta

justificada.

Interrupção do CT

- Sem trabalho

- Com remuneração

- Conta como tempo de serviço

Obs1: O trabalho aos domingos só será remunerado em dobro se corresponder ao dia do

repouso semanal remunerado do empregado. Caso contrário, será recebido de forma

simples.

Obs2: A mulher deverá descansar no mínimo 2 domingos por mês. Embora esta regra seja

muito criticada pela doutrina e alguns defendam não ter sido recepcionada pela

Constituição, este é o entendimento adotado pelas Bancas de Concurso em geral.

Ex:

Tabela art. 130 CLT:

Obs1: Faltas justificadas arts. 473 c/c 131 CLT:

Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado:

I - nos casos referidos no art. 473;

Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto,

observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;

III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do

Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;

IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário;

V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e

VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica;

II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos têrmos da lei respectiva.

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas

na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para

ingresso em estabelecimento de ensino superior.

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.

Obs2: Abandono de emprego = faltas injustificadas por 30 dias consecutivos.

Ex:

A não concessão da redução da jornada (2 horas diárias ou 7 dias corridos)

descaracteriza o aviso prévio. Nesse caso, o empregador deverá ser conceder um novo

período de aviso prévio ou indenizá-lo.

Súmula 230 TST: É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de

trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.

Obs: Nota Técnica 184 do Ministério do Trabalho - a redução da jornada de 2 horas diárias

ou 7 dias corridos durante o cumprimento do aviso prévio também será aplicada quando o

período de aviso prévio for superior a 30 dias.

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- Jornada de Trabalho -

(arts. 57 a 75 CLT)

( Cai muito em provas de concurso!!!)

1. Jornada de Trabalho:

Jornada de Trabalho:

8 horas diárias

44 horas semanais

(arts. 7º, XIII CF e art. 58 CLT)

O limite máximo de duração da jornada de trabalho também se aplica aos

empregados domésticos.

2. Compensação de Jornada:

Obs: A compensação de jornada poderá ser firmada por acordo ou convenção coletiva e

acordo individual escrito, enquanto o banco de horas somente por acordo ou convenção

coletiva.

Banco de Horas

Compensação de Jornada

(gênero) Semana Espanhola

2.1 Banco de Horas:

O regime de banco de horas é espécie do gênero compensação de jornada.

Banco de Horas:

- Acordo Coletivo

- Convenção Coletiva

- Acordo individual escrito

O banco de horas somente poderá ser firmado por acordo ou convenção

coletiva. O banco de horas firmado por acordo individual é nulo, casos em que o

empregado terá direito a receber as horas trabalhadas a mais como hora extra.

Obs: Empregado doméstico - é admitida a compensação de jornada por meio

de banco de horas, desde que seja firmado perante o Sindicato por acordo

coletivo ou por convenção coletiva (difícil na prática).

Súmula nº 85, V do TST:

V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime

compensatório na modalidade “banco de horas”, que somente pode ser

instituído por negociação coletiva.

O banco de horas deverá ser compensado com o descanso do empregado no prazo

máximo de 1 ano (entendimento majoritário: "ano calendário"), sob pena das horas serem

remuneradas como extra.

2.2 Semana Espanhola:

Na semana espanhola, o empregado não trabalha mais todos os sábados (4 horas),

passando a trabalhar sábado sim (8 horas), sábado não.

A semana espanhola deverá ser firmada por acordo ou convenção coletiva.

OJ 323 SDI-1: ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA. "SEMANA

ESPANHOLA". VALIDADE(DJ 09.12.2003)

É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a

denominada "semana espanhola", que alterna a prestação de 48 horas em uma

semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, da CLT e 7º, XIII, da

CF/88 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

O empregado obrigatoriamente deverá ter um dia de descanso remunerado por

semana. Isso porque o descanso do empregado é norma de saúde, constituindo direito

fundamental, que não pode ser flexibilizado.

OJ 410 SDI-1: REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O

SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF.

VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)

Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após

o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

Se o acordo de compensação de jornada for válido, não importará em pagamento de

hora extra. Caso contrário, em sendo o acordo inválido, as horas deverão ser pagas como

extra (ex. compensação de jornada firmada por acordo individual verbal = inválido).