cadernos de seguro: segurança de sistemas industriais - parte iii

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O artigo faz parte de um conjunto de relatos que busca apresentar os meios de aplicação de roteiros de inspeção para a avaliação da eficácia dos dispositivos, e, por conseguinte, a proteção dos ambientes e pessoas.

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o seguro e a segurançapatrimonial 3~ parte

Antonio FernandoNavarro

·Engenheiro civil·Engenheiro de Segurança do Trabalho· Professor da Funenseg

I D lando seqüência a nossa série,intitulada "O Seguro e a Segu-rança Patrimonial", continuaremosabordando o dimensionamento deequipes de vigilância, bem como oscontroles exercidos sobre as edifica-ções e instalações, com vistas à me-Ihoria das condições de segurança.

Até o presente momento fizemosalgumas abordagens sobre as rotinasa serem seguidas quando se deseja im-plantar um razoável sistema de segu-rança patrimonial. A não adoção dequalquer tipo de sistema não implica,necessariamente, a falta de seguran-ça, visto que os mesmos dependem

. diretamente de uma série de fatores,dentre os quais podemos destacar:

· conscientização pela direção daempresa e pelos funcionários das van-tagens do sistema;

· adoção de sistemas de seguran-ça compatíveis com as atividades e ovulto da empresa;

· capitalização de recursos neces-sários para a implantação de progra-.mas eficientes;

· correta atualização dos progra-mas implantados, principalmente sobo ponto de vista tecnológico.

Deve frisar-se que a cada dia maise mais sistemas de segurança são cria-dos, visando a detecção de problemasem menor tempo, e com mais perfei-ção. A título de exemplo, para o con-trole de acesso a áreas restritas, exis-tem mecanismos de detecção d~ pres-são exercida quando da assinatura defichas, mapeamento das veias ocula-res e a confrontação com gabaritos,cartões magnéticos perceptíveis à dis-tância, placas metálicas sob o piso de-tectando a pressão exercida pelo an-dar, elementos sensores de calor etc.

Entretanto, por mais sofisticadosque sejam os sistemas, ainda não in-ventaram os que funcionam sem o ho-

mem. Ébem verdade que o computa-dor controla quase tudo hoje em dia,porém tem que ter alguém que o pro-grame. Por essa razão, o que poderiaser o mais simples elemento do nOS7so complexo sistema não o é, visto tra.tar-se do homem. Esse componentecomporta-se ou age de diferentes ma-neiras, de acordo com o momento, in-viabilizando a concepção de sistemainfalível.

Como se não bastasse esse fato, osnossos meios de comunicação, prin-cipalmente a televisão, levam aos nos-sos lares mirabolantes projetos de des-truição da coisa alheia, através de sa-botagens, invasões etc., transforma-dos de mera ficção em realidade con-tinuamente, por mentes deturpadas.As estórias policiais estão repletas defatos ocorridos imitando situacõespassadas nas telas das televisões.

Vigilância deáreas internas

I A I maiorou menorcomplexidadeatribuída à atividade de vigilân-cia depende, fundamentalmente, dasobstruções à visão do vigilante, pos-sibilidades de refúgio, luminosidadeinterna, tipo de operação executada,densidade populacional e de equipa-mentos etc. Por essas razões, a vigi-lância executada em áreas internas ésempre mais difícilde ser feita, além deexigir um maior conhecimento técni-co por parte dos vigilantes, os quaisdevem ser capazes de deteçtar e iden-tificar falhas e situacões anormais emequipamentos e ins'talações, além desaber integrar-se perfeitamente aoambiente.

o vigilahte não é uma vedete o...estrela que fica desfilando peloscorredores da empresa postandoostensivamente uma arma, ou exi-bindo os seus músculos, mas, sim.um funcionário da empresa treina-do para detectar situações anor-mais ou inibir ações predatóriascontra o patrimônio da empresa.

Nas áreas internas a vigilânda de-ve ser executada da seguinte forMa:

Vigilância durante o horário deexpediente

Durante o horário de expedief"\tevá-rios são os problemas normalrner'teencontrados pejos vigilantes, dertreos quais destacam-se a maior aglorne-racão de funcionários e o trabalhoco'ntínuo dos equipamentos e Maqui-nismos.

Uma rotina de trabalho sugeridanessas situações é a seguinte:

a) vigilância executada por rOf"\dasmóveis;

b) verificação do sistema de fecha-mento de aberturas;

c) inspeção visual dos equipamen-tos de deteccão e combate a incên-dios; ,

d) inspeção nos corredores e circu-lações de pessoal e material de formaa evitar obstruções que dificultem aevacuação das áreas'

e) verifica cão de situacões anor-mais nos equipamentos e instalações(falta de dispositivos de proteção doscircuitos, vazamentos, superaqueci-mentos, produção anormal de fagu-lhas, produção de fumaça etc.);

f) verificação das placas de sinali-zacão, controles e avisos (através dasplácas consegue-se obter a informa-ção necessária ao comando dos equí-pamentos. A título de curiosidadelembramos que ainda existem pessoas

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que sentem prazer em danificar avisas,au mesma retirá-Ias para guardar ca-ma sauveniers);

g) acampanhamenta das serviçasdas aperárias, natadamente as dasempresas cantratadas, abjetivandainibi-Ias quanta à iniciativa de açõespredatórias;

h) check-up das dispasitivas ele-trônicas de vigilância e segurança;

j) check-up das sistemas de ilumi-nação., principalmente as de emergên-cia, analisanda-se as luminárias, pra-jetares, dutas, tamadas e baterias.

É impartante que a vigilância sejaexecutada par hamens desarmadas,em rondas cam intervalas de tempo.nunca superiores a três haras.

Vigilância fora do horário deexpediente

Após as jarnadas de trabalha a ro-tina a ser adatada pelas vigilantes sa-fre uma brusca transfarmaçãa, em de-carrência da menar mavimentaçãa depessaal, paralisação. das equipamen-tas, maiar silêncio. etc.

A metadalagia de trabalha sugeri-da é a que se segue:

a) vigilância feita par hamens ar-madas e cam sistema de radiacamu-nicadar;

b) verifica cão. e testes das sistemas

de fechamento. d~ aberturas e passa-gens;

c) inspeção. visual nas equipamen-tas de deteccãa e cambate a incên-dias; ,

d) inspeção. em tadas as carreda-res evias de circulação., não.se permi-tindo. as abstruções, mesma que pra-visórias;

e) verificacãa das candicões demanutenção. de tadas as placa's de avi-sas;

f) verificacãa de situacões anar-mais nas equipamentas e instalações;

g) check-up nas quadros e painéisde cantrale, verificanda-se as candi-ções de anarmalidade;

h) rondas em intervalas de tempo.nunca superiares a uma hara;

j) check-up das dispasitivas eletrô-nicas de segurança;

j) check-up da sistema de ilumina-ção.de emergência;

I) verificação. das depósitas de lí-quidas e gases, principalmente ascantenda pradutas perigasas (infla-máveis, explasivas, carrasivas), visan-do. detectar vazamentas.

Durante aexecucãa de suas tarefasas vigilantes devém camunicar-secam a respansável pela equipe atravésde radiacamunicadar, em intervalasde tempo. nunca superiares a 30 minu-tas, transmitindo. uma senha para si-tuações narmais e autra para situa-ções anarmais.

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Após a passagem da serviço. a vi-gilante deverá apresentar um relatório.cantenda infarmações acerca dasanarmalidades encantradas e as pra-vidências tamadas para saná-Ias.

 naite a número de vigilantes de-ve ser sempre superiar ao. existentedurante a dia, em cerca de 50%.

Dimensionamento da equipeefetiva para controle de áreasinternas

Par questões de simplifica<;\ãaderaciacínia cansideremas a mesmaexemplo. descrita na 2~ parte:

. superfície de terreno. - 118milm2;

· área tatal canstruída - 46 milm2;

três turnas de trabalha.

Influencia bastante na dimensiana-menta da equipe de vigilância sa-ber-se:

· a área canstruída carrespande auma só edificacãa au a várias?

. a área tatál canstruída está dis-tribuída em um só nível au em várias?

· as canstruções passuem umadensidade de equipamentas, maqui-nismas e instalações grande au pe-quena?

Imaginemas que, após respandidasas perguntas feitas, abtivemas a se-guinte resultada:

· tratam-se de várias canstruções,quase tadas isaladas umas dasautras,senda a maiar cam aita mil m2 de áreacanstruída;· excetuanda-se a maiar canstru-çãa, tadas asdemais passuem mais deum pavimenta;

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· em todas as contruções os espa-ços ocupados por maquinismos, equi-pamentos e instalações não são supe-riores a 40% da área total.

Para um dimensionamento de equi-pe fica difícil analisar-se todos essesdados de par si e atingir-se um deno-minador comum. Por isto, em nossoprocesso, fizemos a seguinte tabula-cão:. · área construída, distribuída emuma única edificacão - fator 1,0;

· área construida, distribuída emvárias edificacões - fator 0,7.

Com o fator determinado, verifi-ca-se na tabela a seguir qual é a áreamáximaconstruída,admitidaparaca-da vigilante,em efetivoserviço:

Fig.3

pequena

um nível.

mais de um

6.000 m2

5.000 m2

Densidade pequena é aquela na'quala área ocupada por maquinismos,equipamentos ou instalações estácompreendida entre Oe 20% da áreatotal construída, avaliada pela proje-ção dos equipamentos no solo.

Densidade média é a correspon-dente ao intervalo entre 21 e 40% daárea total construída.

Densidade grande é aquela na qualo somatório da projeção das áreas dosequipamentos, maquinismos e insta-lações é superior a 40% da área totalconstruída.

No nosso. exemplo tem-se que:· área total construída: 46..000 m2· densidade de ocupação: 40%

(média) ,· mais de um nível· várias construções: fator 0,7Com os dados acima, entra-se na

tabela da figura 3 e obtem-se 3.000m2.

3.000m2xO,7 = 2.100m2paraca-da vigilante.

46.000 m2 : 2.100 m2= 21,9 vigi-

lantes (considera-se 22).Tendo em vista que os mesmos se

acham distribuídos em três turnos, eo da noite com no mínimo mais de50% de pessoal, chega-se ao seguin-te resultado:

1? turno: a - 22 = 3,5 a - 1?tur-no: 6 vigilantes.

2? turno: a - a = 6,3 (considerar6) - 2? turno: 6 vigilantes.

3? turno: a + 0,5 a - 3? turno: 10vigilantes.

Total = 3,5 a.

média

tuais faltas ao serviço e escala de fé-rias.

A cada turno de servico deve serfeito um relatório de ocorrências pelochefe da equipe de vigilantes, conten-do todas as anormalidades e fatosocorridos em seu turno. No turno danoite esse relatório deverá conter osrelatos das principais comunicaçõesfeitas pelos vigilantes em ronda, comoo horário em que essas foram feitas.

grande

4.500 m2

3.000 m2

3.000 m2

1.500 m2

Esse número mínimo não inclui opessoal de reserva, para suprir even-

RElATORIO DE OCORRÊNCIA POR TURNO DEVIGilÂNCIA

CHEFEDA EQUIPE

HORA/COMUNICAÇOESEMPRESA

COMPONENTES DA EQUIPE

OCORR~NCIAS/LOCAlIHORA

ASSINATURA

Fig.4 - Modelo de relatório de ocorrências por turno de vigilância.

CADERNOSDE.SEGURO29

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Controle dasinstalações eedificaçõesdurante e apósas jornadas de.servIço

fEl m qualquer empresa o contro-~ le sobre as condições de fun-cionamento e manutenção é executa-do pela área industrial. No tocante aocontrole com vistas à segurança patri-monial esse deve ser exercido pelo se-tor de segurança. Ésempre difícil fa-zer-se essa divisão de atribuições por-que os interesses se conflitam. A áreaindustrial cuida da produtividade e efi-ciência das instalações, cabendo àárea de segurança evitar que as mes-mas sejam atingidas por atos desabotagem.

Como dissemos anteriormente, ca-be ao setor de segurança patrimoniala fiscalização dos bens, evitando queos mesmos sejam atingidos por açõesdanosas. Assim sendo, durante suas'rondas, qualquer situação de anorma-lidade deve ser comunicada de imedia-to à área responsável, para as provi-dências necessárias. Como o objetivodo servico não é o de se executar re-paros, mas, sim, o controle da área, ainspeção de anormalidades é semprevisual. Excepcionalmente o vigilantepode executar algum serviço, como,por exemplo, o fechamento de umaválvula deixada inadvertidamenteaberta.

.Controle sobreas instalações

As instalacões normalmente en-contradas em indústrias são as seguin-tes:

· água potávele água industrial;· luz e força;· esgoto sanitário e industrial;· ar comprimido;·gases industriais (oxigênio, ace-

tileno, hidrogênio, gás carbônico);· óleos combustíveis e inflamá-

veis;· vapor;· vácuo; etc.Cada uma dessas instalações pos-

sui características diferentes e formasde controle diferenciadas. As situa-ções de anormalidades que podem serobservadas durante uma inspeção vi-sual são:

30 FII"iE'N:G

· vazamentos;· amassamentos;. flexão de tubulações pela ausên-

cia de suportes;· perda de envoltórios térmicos;. rompimentos;. falta de equípamentos (cone-

xões, registros, válvulas etc.);. ligaçôes aparentes sem isola-

mento;. ausência de dispositivos de pro-

teção (disjuntores, fusíveis).Em particular, pode-se enfocar as

instalações elétricas, principalmenteas chaves disjuntoras. Algumas vezes,por sobrecarga na instalação, costu-ma-se substituir os fusíveis ou disjun-tores por moedas, arames, palha deaço, fios de cobre, papellaminado decigarro etc., que só prejudicam a ins-talação, podendo mesmo vir a ser res-ponsável por curtos-circuitos.

O vigilante deverá ter o bom sensopara entender o que é uma situaçãoanormal e acionar de imediato o setorresponsável, para as providências ca-bíveis. Apenas como caráter informa-tivo e para facilitar a perfeita identifi-cação das tubulações e os seus váriosusos, fornecemos o código de coresindicadas na segurança do trabalho epara tubulações, baseado nas normasda Associacão Brasileira de NormasTécnicas (ABNT):

· vermelho - sistemasde comba-te a incêndio;

. alaranjado- produtos químicosnão gasosos, em geral;

· amarelo - gases não liquefeitos;. verde claro - água em geral;· azul - ar comprimido; --

1-

.marrom- materiaisfragmenta-dos (minérios);

. cinza claro - vácuo;

. cinzaescuro - eletrodutos;

. branco - vapor dágua;. preto - inflamáveis e combustí-veis de alta viscosidade;

· alumínio - gases liquefeitos,in-flamáveis e combustíveis de baixa vis-cosidade.

Controle sobreas edificações

Da mesma forma como no contro-le das instalações, o controle sobre asedificações, executado pelo setor desegurança patrimonial, é apenas vi-sual, tendo por meta evitar ações pre-datórias contra o patrimônio da em-presa. Considera-se como fazendoparte das edificações não só a cons-trução, como também as melhorias aelas incorporadas.

Os principais itens a serem obser-vados são os seguintes:· pisos;

. paredes internas e externas;

. estruturas da construção (colu-nas, vigas, lajes);. aberturas internas e externas;

. dispositivos de isolamento con-tra fogo (porta corta-fogo e paredecorta-fogo);

· proteção contra a entrada de es-tranhos;

· telhado e travejamento.As anormalidades encontradas de-

vem ser comunicadas de imediato eanotadas no relatório diário, elabora-do após o turno de trabalho.

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A segurança deva avitar atos da sabotagem na áraa industrial

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Nas situações de emerglncia, a equipe de segurança deve iso/ar as áreds afetadas

Controle desituaçõesde emergência

rc' onstituem situações de emer-~ gência aquelas que pela suaexistência e gravidade podem pôr emrisco a saúde ou a vida de terceiros.São exemplos de situações deemergência:

· artefatos explosivos (bombas);· incêndios;· acidentes pessoais, incluindo cri-

mes;· acidentes envolvendo as instala-

ções e edificações (explosões de equi-pamentos, acidentes elétricos, rompi-mento de tubulações, desabamentos,vazamento de efluentes);

· inundação e alagamento;· seqüestros;· sabotagens;· roubos e assaltos;· contaminação ambienta I;· vazamentos de produtos tóxicos,

inflamáveis ou corrosivos.A equipe de Segurança Patrimonial

deve estar preparada para prestarapoio a cada uma dessas situações. Oseu envolvimento nunca é direto, ex-cetuando-se em casos da existênciade artefatos explosivos, seqüestros,sabotagens, roubos. Afora estes, suaparticipação é a do isolamento e con-trole das áreas afetadas e a evacuaçãodos locais.

Atítulode ilustraçãovejamosalgu-mas dessâs situações, imaginandoque ocorram durante o expediente

normal, situação essa a mais críticaquanto à segurança das pessoas.

Artefatos explosivos

A colocação de bombas, visando aintimidação, obtenção de vantagensfinanceiras ou sabotagens cria sempreuma situação de pânico, bastante pre-judicial e de difícil controle.

Os artefatos explosivos são forma-dos por uma substância explosiva, só-lida (granulada ou não) ou pastosa,com um elemento detonador (mecâ-nico, elétrico, eletrônico ou manual).Sua aparência não deve servir comoelemento comparador de seu poder dedestruicão.

As p'rovidências a serem tomadaspelo setor de segurança patrimonialsão as seguintes:

· verificar a exata localização doartefato e as características visuais domesmo, procurando fazer com que omesmo não seja tocado ou deslocado;

· avisar à polícia civil ou militar;· criar um cordão de isolamento ao

redor da área, formando uma região desegurança ao redor do artefato;

· providenciar a desocupação dolocar, encaminhando as pessoas paraum local seguro, até que novas ordensvenham a ser dadas;

· oartefato somente deve ser ma-nuseado pela políciamilitarou do exér-cito, a qual poderá optar pela sua re-moção imediata ou sua desmonta-gem;

· antes de a área ser liberada deve-rá sofrer uma completa varredura, comvista a detectar-se qualquer outraanormalidade;

· após a liberaçãoda áreapelapo-lícia, encaminhar os funcionáriosàs

suas atividades normais;· acompanhar posteriormente o

desenvolvimento dos serviços no fo-cal, principalmente quanto ao com-portamento dos funcionários.

Incêndio

Ocorrendo um incêndio, ou umprincipio de incêndio, várias são as ati-vidades que devem ser iniciadas deimediato e simultaneamente:

· identificação do locale do tipo defogo;

· aviso à brigada de incêndio pró-pria ou à guarnição do Corpo de Bom-beiros mais próxima, em função da ex-tensão do incêndio;

· evacuação do local;· criação de um cordão de isola-

mento ao redor da área atingida;· deslocamento dos equipamen-

tos de combate a incêndio-para o lo-cal;

· início do combate ao incêndio,apoiando as atividades da brigada deincêndio;

. retirada de materiais e equipa-mentos valiosos, situados próximo aofogo, se houver possibilidade.

Caberá unicamente ao chefe da bri-gada de incêndio a responsabilidadepela avaliação das condições do fogoe as possibilidades do mesmo vira las-trar-se a outras áreas, e, com isso, avi-sar ou não à guarnição do Corpo deBombeiros mais próxima.

A evacuação do local do incêndiopode ser executada contando-se como auxílio do grupo de apoio existentena área, treinado para essas ocasiões.

O encaminhamento do pessoalevacuado será feito para um local se-guro, quer quanto à incidência de ca-lor radiante, quer quanto à possibilida-de de intoxicação por fumaças e ga-ses tóxicos, e afastado dos centros deatividades e das rotas de deslocamen-to.

O isolamento da área afetada pelofogo poderá ser conseguido forman-do-se cordões de isolamento. E mui-to importante que na área de ataqueao fogo só estejam as pessoas emcondições de combatê-Io. Durante oisolamento não deve ser permitido oingresso de pessoas que desejem rea-ver os seus objetos de uso pessoal.

Após o rescaldo a área atingida de-verá ser mantida isolada para fins deperícia técnica e apuração das causasdo incêndio. Nessa ocasião a segura-dora djls instalações será comunicadaoficialmente, sendo solicitada imedia-ta inspeção no local sinistrado e a libe-ração da área afetada.

Em princípio, o combate ao incên-dio deve feito ser pela brigada de in-cêndio. Porém, como o pessoal da Se-gurança Patrimonialtem conhecimen-

CADERNOSDE SEGURO 31

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Em caso de acidente, a responsabilidade é do Serviço Especializado em Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho

tos específicos e treinamento adequa-do, poderá auxiliá-Ia.

Acidentes pessoais,incluindo crimes

Os acidentes sem gravidade, ocor-ridos em indústrias, são os mais co-muns, consistindo de luxações, into-xicações leves, arranhaduras e esfola-duras, picadas de insetos ou animaisdaninhos, especialmente vetores. En-tretanto, não estamos descartando apossibilidade da existência de fraturasmúltiplas, lesões por objetos pontea-gudos, queimaduras de 2? e 1? graus,intoxicações graves pneumõnicas etc.

O que fazer nessas situações?Em princípio, havendo Serviço Es-

pecializado em Segurança, Higiene eMedicina do Trabalho, a responsabili-dade pelo atendimento ao acidentadoserá unicamente desse serviço.

Dificilmente poderá ocorrer dos vi-gilantes terem de prestar os primeirossocorros. Porém, o exigido da equipede vigilância é o isolamento da áreaonde o acidentado se encontra e a ga-rantia de sua remoção para um localdeatendimento mais adequado, sob asupervisão de um médico ou de um-enfermeiro.

Após a remoção do acidentado, e

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em conjunto com o setor de seguran-ça do trabalho, deverão ser apuradasas causas do acidente, sobretudo emapurações de casos de sabotagens oucrimes. O resultado da apuração deve-rá constar do Livrode Ocorrências e daFicha do Funcionário.

A ocorrência de óbito, seja ou nãopor crime, é sempre mais trabalhosa,haja vista que a polícia deverá ser no-tificada de imediato, não podendo serdesfeito o local até a liberacão defini-tiva pela polícia. .

Vazamentos de efluentese contaminação ambiental

Efluentes são todos os despejos re-sultantes de um dado processamento.Podem ser sólidos, líquidos ou gaso-sos. Tem-se os efluentes resultantesdo processo industrial, da mesma for-ma que os derivados de cozinhas ousanitários.

Independente de sua origem, osefluentes antes de serem lançados nomeio exterior sofrem um processo dedepuração e tratamento. Esses pro-cessos de tratamento variam de acor-do com o tipo de material a ser trata-do, sendo alguns: lavadores de gases,filtros manga, ciclones, precipitado-res, valas de infiltração,decantadores,

aeradores, gradeamento etc.Eventualmente, por uma falha no

processo, no sistema de tratamentoou condições ambientais adversas, hápossibilidade dos efluentes vazarempara o meio exterior, contaminando oambiente. Periodicamente, surgemnotícias nos jornais a respeito de in-dústrias que poluíram determinado rioou cidade, com grandes prejuízos fi-nanceiros.

Cabe ao setor de Segurança Patri-monial, após ser cientificado do vaza-mento, como órgão de apoio, verificara extensão dos danos e as áreas atin-gidas. Émuito comum surgirem recla-mações de pessoas que não foramatingidas só porque a região em quemoram o foi. Há sempre uma tendên-cia das pessoas de tirarem proveito desituações envolvendo empresas degrande porte.

Em nosso próximo artigo conclui-remos a nossa série, abordando:

· iluminação ambiental externa;· condições de limpeza externa;· controle de documentos;· análise de pontos críticos;· dimensionamentoda equipe de

segurança patrimonial;· barreiras de proteção.

o