cadernos de seguro: transporte rodoviário de produtos perigosos

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O transporte rodoviário de cargas especiais e os riscos dele decorrentes

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Casos Fbrtuitos - Parte V

Transporterodoviário deprodutos perigosos

I~,.. , ~ ,

--~1Ii. mml

C onstantemente temos conhe-cimento, pelos meios de co-

municação, de acidentes envolvendoprodutos perigosos, com grandes e ir-reparáveis prejuízos à ecologia, a bensmateriais e às pessoas. O mais divul-gado internacionalmente, envolvendoo isocianato de metila, na cidade india-na de Bophal, matou, oficialmente,aproximadamente 2.500 pessoas. AoNorte da Itália, na região de Seveso,uma grande área cultivável foi pratica-mente inutilizada, devido a vazamen-to de produto químico. Em nosso Paíssão comuns os acidentes com cargasperigosas, principalmente no trans-porte rodoviário, comparavelmente aoutros países.

A cada novo ano são criados, ouformulados, mais e mais produtos pe-rigosos, para os quais as populaçõeslocais não são nem um pouco alerta-das. O ácido sulfúrico, produzido nosEstados Unidos à razão de 55 bilhõesde quilos por ano, é um desses produ-tos perigosos, para os quais não se dáa devida atenção. Otãp famoso isocia-nato de metila, fabricado à razão de 6milhões de quilos ao ano, utilizado co-mo componente de pesticidas, é tãoperigoso que quantidades da ordemde 600 gramas são extremamente no-civas ao ser humano, a uma distânciamínima de 60 metros de ocorrência dovazamento. O carbonilo de níquel,

também conhecido como niquelcar-bonila, utilizado na eletrônica e em re-vestimentos metálicos sensíveis, fabri-cado à razão de 150 kg por ano, tor-na-se perigoso ao ser humano emquantidades acima de 45 gramas e auma distância mínima de 60 metros dolocal de vazamento.

A relação desses produtos poderiaocupar dezenas de folhas iguais a es-ta, sem que tivéssemos esgotado o as-sunto completamente.

O que vem a ser produto perigoso?Como pode ser definido?

Produtos perigosos são assim con-siderados como todos aqueles que porsuas características químicas podemexpor a saúde ou a vida das pessoas,em decorrência de uma má manipula-ção, estocagem inadequada ou con-dições ambientais agressivas. Algu-mas dessas exposições conduzem aprocessos irreversíveis de mutilação.

De um modo geral os produtos pe-rigosos são classificados de acordocom o grau de risco em:· Alto (I)

· Médio (11)· Baixo (111)Existioutra classificação,conside-

rando os produtos divididosem clas-ses:

Classe 1 - Explosivos.1.1 - substâncias e artigos com

risco de explosão em massa;

Antônio FernandoNa varro·Enget.heirocn.·Chefe de D .isão de Ú ,_ ..oz ',ac cnal de Seguus· Professor da ~

1.2 - substâ~c as e ar+g~ :~risco de projeção

1.3 - substâ~cas e a" ~os :::;~risco de fogo; -

1.4- substâncas e a"!.;DS t:..enão apresentam risco s;g~ : ca- .::

1.5.- substâncias"'~ to "'Se"S-veis.

Classe2 - Gases comprimidosliquefeitos,dissolvidos sob pfeSSãcou altamente refrigerados.

2.1 - gases permaner'tes2.2 - gases liquefeitos;2.3 - gases dissolvidos;2.4 - gases permanentes a ta

mente refrigerados;2.5 - gases inflamáveis.Classe3 - Uquidos inflamáveis.

3.1 - líquidoscompontodefulgorabaixo de 23°C;

3.2 - líquidoscom ponto de ful-g'or compreendido entre 23°C e6O,5°C.

Nota: Os pontos de fulgor devemser medidos em vaso fechado.

Classe 4 - Sólidos ou substân-cias inflamáveis.

4.1 - sólidos inflamáveis;4.2 - substânciassujeitasa com-

bustão espontânea;4.3 - substâncias que emitem ga-

ses inflamáveis em contato com aágua.

Classe5 - Substâncias oxidan-tes e per6xidos orgânicos.

5.1 - substâncias oxidantes comexceção dos per6xidos;

5.2 - peróxidosorgânicos.Classe6 - Substâncias tóxicas,

infectantes e irritantes.6.1 - substâncias tóxicas;6.2 - substâncias infectantes;6.3 - substâncias irritantes.Classe7 - Substâncias radioati-

vas.Classe8 - Corrosivos.Classe 9 - Substâncias perigo-

sas diversas.As definições mais clássicas para

essas substâncias são:a) ExplosivasCapazes de produzirgases ou va-

pores a uma dada temperaturas e pres-são e a uma velocidade de reação físi-ca, químicaou físico-química.

b) InflamáveisSubstâncias sólidas, líquidasou ga-

sosas que a temperaturas abaixo de6O,5°Cliberamvapores inflamáveis.

c) OxidantesSão todas as substâncias que pro-

CADERNOSDESEGURO 21

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vocamou contribuemparaa combus-tão de outras substâncias.

d) TóxicasSubstâncias que por simples inges-

tão, inalação ou contato com a peleprovocam desde uma simples irritaçãoaté lesões permanentes.

e) InfectantesSão consideradas as que contêm

microorganismos ou toxinas respon-sáveis por doenças nos organismos vi-vos.

f) IrritantesSubstâncias que diferem das infec-

tantes por causarem, exclusivamente,leve desconforto.

g) RadioativasSubstâncias emissoras de radioati-

vidade superior a 7,4 x 107microcuriepor grama.

h) CorrosivasProvocam danos por ação química

quando através de um simples conta-to direto ou por meio dos gases e va-pores emanados.

Os riscos existentes envolvendosubstâncias perigosas são muitos, de-pendendo do tipo de substância en-volvidano acidente. Entretanto, é bomque se diga que em alguns casos, oumomentos, há sempre um maior risco.Esses momentos são:

· produção;· manuseio;· armazenagem (principalmente a

granel);· transporte.Para cada uma dessas fases o risco

é maior ou menor em função da ado-ção de medidas de caráter preventivo.Porém, no transporte, apesar de todosos cuidados, há uma maior exposiçãoao risco, já que são inúmeros os fato-res que podem propiciar acidentes. Osprincipais são:

a) treinamento e capacidade técni-ca do motorista e seus ajudantes;

b) condições ambientais adversas;

c) extensão e tipo de trajeto;. d) tipode pavimentaçãoexistente

durante o trajeto;e)' condições do veículo transporta-

dor;f) intensidade de trânsito ao longo

do trajeto.Os maiores riscos estão por conta

da extensão e tipo de trajeto, condi-ções ambientais adversas e intensida-de de trânsito. É bom que não se es-queça que os demais fatores são tam-bém.importantes e não devem ser des-cuidados. A título de curiosidade, ohomem participa, direta ou indireta-mente, em cerca de 80% dos aciden-tes. Às vezes sua participação de-veu-se a um problema mais sério. Pa-ra que possamos entender o assuntocorretamente, apresentamos a seguiruma tabela onde constam os prinri-

22 FUNMG

- .~ ~

~."l,;.rJ:"

pais fatores indutores da participaçãodos homens nos acidentes:

a) Cansaço. Visual (devido às condições am-

bientais, jornada de trabalho, condi-ções orgânicas).

· Físico(devido a jornada de traba-lho, falta de alimentação adequada,problemas metabólicos etc.).

b) Stress (inclusive por causas or-gânicas) .

c) Desatenção· Motivada por problemas familia-

res;· Devido a fome ou sede;· Motivada por falta de dinheiro;· Devido a doenças;· Em função de instabilidade no

emprego;. Preocupação com o perigo da

carga;· Causas diversas (medo de assal-

to, preocupação com pneu furado,passagem de mulheres etc.).

d) Inaptidão física ao trabalhoe) Brincadeiras com os colegas

ou com pessoas de foraf) Premeditaçãog) Crime (aqui incluímos - von-

tade de causar prejuízos econômi-cos ao patrão ou para favorecer ter-ceiros)

h) Falta de treinamentoi) Falta de motivação· Baixo salário;· Perspectiva de ser mandado em-

bora;· Proximidade da aposentadoria;· Pressão no trabalho;· Não possibilidade de ascensão

. funcional;· Jornadas de trabalho excessivas;

· Causas diversas.j) Inaptidão ao equipamento

I) Condições ambientais adver-sas

. Iluminação (pouca ou excessi-va);

. Ruído contínuo ou intermitente(normalmente produzido pelo motor);

· Temperatura excessiva;· Vibração;. Inacessibilidade dos comandos

do equipamento;· Nevoeiros;· Chuvas.Como se vê, um acidente pode ser

devido a uma única causa (p.ex. dire-ção travada) ou a associação de diver-sas causas (p.ex. veículo sem freio,em velocidade elevada e em estradacom ml,litascurvas). Ésempre impor-tante que em qualquer análise de aci-dentes seja feito um estudo cuidado-so para apuração das causas do aci-dente.

O Serviço de Poluição Acidental da .Feema fez, em 1975, um levantamen-to das indústrias com alto potencial derisco, chegando a um número bastan-te assustador, e o que é pior: a frotade veículos transportadora de todosesses produtos perigosos apresen-ta-se com somente 30% dos mesmosem condições de utilização e obede-cendo às legislações vigentes. Éreal-mente espantoso que vejamos por aígrandes carretas transportando pro-dutos perigosos sem um controle apu-rado. De alguns anos para cá a situa-ção melhorou um pouco não só por-que passou a existir um maior controlepor parte das autoridades, mas tam-bém porque passou-se a identificar oproduto através de legendas interna-cionais. .

O Decreto-lei n? 2.063, de 6 de ou-tubro de 1983, e o Decreto n? 88.821,

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Risco de fogotambém da mesma data, regulamen-tam o transporte rodoviário de produ-tos perigosos. Ainda regulamentandoo assunto têm-se as Portarias: n? 881,de24de novembro de 1983; n? 18, de6 de janeiro de 1984; n? 105, de 14defevereiro de 1984; n? 589, de 4 de ou-tubro de 1984 e n? 712, de 19 de no-vembro de 1984.

Normalizando ainda o assunto te-mos as seguintes normas elaboradaspela Associação Brasileirade NormasTécnicas, registradas no Inmetro:

NBR 7.500 - Transporte, arma-zenagem e manuseio de materiais.

NBR 7.501 - Transporte de car-gas perigosas - terminologia.

NBR 7.502 - Transporte de car-gas perigosas - classificação.

NBR7.503 - Ficha de emergên-cia para o transporte de cargas perigo-sas - características e dimensões -padronização.

NBR 7.504 - Envelope para otransporte de carga perigosa - di-mensões e utilização - padronização.

,

NBR 8.285 - Preenchimento daficha de emergência para o transpor-te de cargas perigosas - procedimen-to.

NBR8.286 - Emprego da simbo-logia para o transporte de cargas pe-rigosas - procedimento. .

Elaboramos a seguir algumas con-siderações a respeito de providênciasque devem ser tomadas quando dotransporte rodoviário de produtos pe-rigosos.

I - Veículos e equipamentos

Para que seja executado o trans-porte de produtos perigosos deverãoexistir equipamentos e veículos espe-cíficos, construídos e projetados deacordo com normas também especí-ficas. Independente do regulamentoadotado o Instituto Nacional de Me-trologia, Normalização e Qualidade In-dustrial - Inmetro deverá atestar aadequação dos veículos e equipamen-tos, para fins de transporte de produ-tos perigosos. Além desse atestado osveículos e equipamentos serão visto-riados pelo Inmetro, periodicamente,em prazos nunca superiores a trêsanos. Independentemente dessa ins-peção, toda a vez que o veículo sofrerum acidente ou uma avaria deverá ser

vistoriado, inspecionado e testado,antes de retomar à atividade de trans-porte.

Todo veículo utilizado no transpor-te de produtos perigosos deverá estarrotulado, enquanto durar as opera-ções de carga, transporte, descarga etransbordo. O rótulo, através de códi-gos numéricos indicativos, deveráapresentar o tipo de produto que estásendo transportado e o grau de riscoque esse apresenta.

PAINEL DE SEGURANÇA

Cuidado explosivo

n? de indicacão de substância tóxican? de complemento de substância (grau de risco)6 - substância tóxicaO - ausência de risco

601846

1846- tetracloreto de carbonon? indicativoda ONUsobre o tipo de substância

RÓTULO DE RISCO

n? indicativo de substância tóxicacaracterística da substânciaclasse de risco

A forma de saber-se as caracterís-ticas das substâncias é a seguinte:

1 - Painel de segurança

Pelo número inferior, procurar natabela 6 (n? de identificação de risco)da Norma NBR 8.286/83 e verificar onome do produto, a classedo mesmoe o número de identificação de risco.

No exemplo anterior, com o núme-ro 1846verifica-seque o produto é otetracloreto de carbono, risco 60, clas-se 6,1, grupo 11,provisão especial 1,quantidade isenta até 100 kg. Pelaanálise desses dados sabe-se tratar deuma substância tóxica que apresentasério risco de env~nenamento. A pro-visãoespecialespecíficado limite deisenção só é válida se não houverou-

Cuidado corrosivo

tros produtos perigosos na unidade detransporte.

11 - Cargas e seus acondiciona-mentos

Para que o transporte de produtosperigosos seja feito com toda a segu-rança, os produtos fracionados de-vem ser acondicionados adequada-mente, de forma a poder suportar osriscos de carregamento, transporte,de~carregamento e transbordo.

Eproibido o transporte de produtosjuntamente com outro tipo de carga,salvo se houver compatibilidade entreessas. Entretanto, essa ressalva nãovalerá caso o outro carregamento se-ja composto de alimentos ou medica-mentos.

11I - Itinerários

Os veículos que transportem pro-dutos perigosos devem evitar o uso devias próximas de ou em áreas densa-mente povoadas, áreas de proteçãode mananciais, reservatórios de águaou reservas florestais e ecológicas.

Quando obrigatoriamente tiverem

CADERNOSDE SEGURO 23

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Cuidado radioatividade

que transitar por esses locais, deveráser comunicado às autoridades com-petentes, com antecedência mínimade 72 horas, o trajeto completo.

Os itinerários para o transporte dosprodutos classificados como extrema-mente perigosos devem ser previa-mente aprovados pelas autoridadescom jurisdição sobre as vias a serempercorridas.

A circulação, a parada ou o estacio-namento de veículo que esteja trans-portando produtos perigosos, em viade grande fluxo de trânsito, devem serevitados nos horários de maior inten-sidade de tráfego.

IV - Estacionamento

Os veículos transportando produ-tos perigosos somente poderão esta-cionar em áreas previamente determi-nadas pelas autoridades de trânsito ouem estacionamento e áreas separadasde instalações, edificações e de outrosveículos.

Somente em casos de emergênciaos veículos transportando cargas ouprodutos perigosos poderão estacio-nar ou parar nos acostamentos de ro-dovias.

V - Pessoalenvolvidona operação

Todo o pessoal envolvido na ope-ração de carregamento, transporte,descarregamento e transbordo deveusar trajes e equipamentos de prote-ção individual compatíveis com os ris-cos causados pela carga transporta-da. .

Os condutores de veículos quetransportem cargas perigosoas, alémdas qualificações e habilitações im-postas pela legislação de trânsito, de-vem receber treinamento específicopara a operação com tais cargas.

VI - Documentação

Todo e qualquer veículo deveráportar documentação específica parao tipo de carga perigosa que estejatransportando.

O certificado para o despacho eembarque de produtos, um dos docu-mentos específicos, terá validade pa-ra apenas uma viagem.

24 FI'~E~(j

VII - Serviço de escolta

O transporte de produtos classifi-cados como extremamente perigososestará sujeito, obrigatoriamente, aserviço de escolta regulamentado peloMinistério dos Transportes. Caberá aesse serviço a preservação da carga,dos bens e pessoas, percursos e ins-talações por onde circule a mesma,bem como a adoção de providênciasespeciais aserem tomadas em caso deacidente ou em ocorrência de emer-gência.

VIII - Situações de emergência

Os veículos que transportam pro-dutos perigosos têm que portar umenvelope contendo uma ficha de in-formações com as característicasfísico-químicas, os riscos, as formasde prevenção de acidentes eo que de-ve ser feito, quanto a eles, em situa-ções de emergência, acidente ou ava-rias.

Sempre que houver um serviço deescolta do veículo transportador cabe-rá a esse a adoção de medidas neces-sárias.

IX - Deveres, obrigaçõese responsabilidades

O fabricante dos equ ipamentos detransporte de produtos perigosos res-ponde pela qualidade e adequaçãodos mesmos ao fim aque sedestinam.

A operação de carga é de respon-sabilidade do expedidor e a de descar-ga de responsabilidade do destinatá-rio.

Constitui dever do expedido r acoordenação de qualquer operação detransbordo envolvendo cargas perigo-sas, bem como sua supervisão, se taloperação for realizada sob sua respon-sabilidade.

O expedidor deve tomar todas asprecauções no carregamento dos pro-dutos, quanto à preservação de bens,com especial atenção para a compa-tibilidade entre os aludidos produtos.

O expedidor deverá exigir do trans-portador o uso de veículo e equipa-mentos em boas condições operacio-nais e adequadas para a carga a sertransportada.

A responsabilidade pela adequaçãodo acondicionamento dos produtos édo expedidor.

Constitui-se responsabilidade legaldo transportador:

· controla r e fazer vistoria das con-dições de funcionamento e de segu-rança da rotina de transporte, execu-ção do serviço e dos equipamentosutilizados;

· somente transportar produtos a

granel que estejam especificados nocertificado de capa citação para otransporte de produtos perigosos agranel;

· providenciar o certificado de ca-pacitação e o conjunto de equipamen-tos necessários às situacões de emer- .gência, acidente ou avária;

· instruir o pessoal envolvido naoperação de transporte quanto à cor-reta utilização dos equipamentos ne-cessários às situações de sinistro, equanto ao uso dos adequados equi-pamentos e trajes de proteção indivi-dual.

Évedada ao transportador autôno-mo a execução do serviço de transpor-te de cargas ou produtos classificadoscomo extremamente perigosos.

Apesar de tudo o quanto foi apre-sentado, a tendência generalizada é ade considerar-se como produto peri-goso aquele explosivo ou inflamável.Entretanto, convém salientar que apericulosidade não está afeta única eexclusivamente àvida do trabalhador.

Um defensivo agrícola longe de serum explosivo ou um inflamável trazconsigo tanto mal quanto. A diferen-ça reside no fato de o produto não ex-por a vida do indivíduo, mas sim suasaúde.

As causas dosacidentes não são

questionadas

Diariamente lidamos com produtosperigosos. A nossa falta de conheci-mento adequado algumas vezes nãonos permite ver o grau de risco quecorremos.

Por exemplo, em nossas férias aca-minho de um local aconchegante, po-deremos estar em um engarrafamen-to atrás de um veículo transportandoproduto perigoso. O simples vaza-mento, mesmo despretencioso, podepôr em risco a vida de nossos familia-res.

Obviamente que o nosso objetivoaqui não éo de transcrever relações deprodutos com seus códigos de risco,já que as normas pertinentes foramanteriormente comentadas. Porém, ésempre interessante falar algo sobreeles e seus usos.

A seguir transcrevemos alguns pro-dutos perigosos e suas principais uti-lizações, com o grau de risco entre pa-rênteses.

Acetal - solvente.Acetato de Amila - solvente de

tintas.Acetato de Butila - solvente e

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agente desidradante.Acetato de Etila - solvente para

revestimentos e plásticos.Acetato de Metila - remoção de

tintas e solvente de lacas.Acetileno - soldagem e corte de

metais e outros usos.Acetona - solvente para tintas,

vernizes e lacas, limpezae secagem departes de equipamentos de precisão.

Ácido Naftênico - secante de tin-tas, solvente e detergente.

Álcoois (etílico, metílico, propíli-colo ,

Benzeno - solvente e removedorde tintas.

Cloreto de Metila - agente de ex-tração, propelente de aerosóis, refri-gerante.

Dicloreto de Etileno - aditivo pa-ra gasolina, removedor de acabamen-tos, desengraxante metálico.

Dietileno Glicol - extração de sol-vente de petróleo, desidratação de gásnatural.

Éter Isopropílico - removedordetintas e vern izes, solvente para óleos,cera e resinas.

Heptano - anestésico, solvente,padrão para determinação do índicede octanos.

Hidrogênio.Isobutano - refrigerante, fluido

para calibração de instrumentos.Monóxido de Carbono - combus-

tíveis.Nitrato de Etila - corantes e dro-

gas.Óxido de Etileno - desemulsiona-

mento do petróleo.Óxido de Propileno - detergente,

lubrificante sintético.Propano - solvente, propelente de

aerosol, combustível.Tolueno - solvente, detergente.Trietilamina - inibidor de corro-

são.Xileno - recobrimento protetor,

solvente.Acetilaneto de Prata - detonador.Acetileno Mercuroso.Ácido Pícrico - explosivos,fósfo-

ros, baterias elétricas.Acroleína - herbicida.Amatolbutiltitril - detonador, car-

ga de iniciação.Clorato de Amônia.Clorato de Bário - explosivo.Cloreto de Estrôncio - tubos ele-

trônicos, pirotécnica.Cordite.Cresilite - cargas explosivas.Diazodinitrofenol - carga primária

em cápsulas explosivas.Dinamite.Dinitroresorcinol.Etilenodiaminadinitrato.Fosfeto de Cálcio - fogos de sina-

lizacão.Fósforo Branco - combate a ani-

mais roedores re,es;..~e"':::S ei:'r:>-lurr>;nescer"ltes

FlJ ~'nato de ','erc :; - 'a::-:.:ção de cápsu as de e, :; os . ::''$

Gelati'1a E.,p os . aGuar"~'trosa~ ~cgua.~ d €"':: -

drazina.Hexanitrod &e~ s... 'e'o

Hexogêr oMonon~oresorc""a'c ae : :.,cNitrato de Cá coNitroamidoNitroglicerP'la.Nitroglicol.Oxíliquita.Perclorato de Arro6~cPólvora Negra.Stifinato de ChumboSulfeto de Nitrogêr {)Termita.Tetraceno.Tpinitrobenzeno.Trinitroresorci na.Trinitrotolueno.

Será que é importante para o "'e'-cado segurador criar legislações pe"'-tinentes ao transporte de produtos pe-rigosos? O que acontece se L~ car-reta acidenta-se por não atender às ie-gislações vigentes?

Em primeiro lugar é bom que se dt-ga que as causas dos acidertes ~ãosão de todo questionadas.

Ese houver a responsabilidade Ct-vildo transportador e esse não ligar amínima para a legislação viger-te"> at-vez seja mais barato contratar-se ur'"seguro, a um custo baixo, do que :n_vestir-se em segurança.

BIBLIOGRAFIACOMPLEMENTAR

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(Continua no próxif'1o n...~

CADERNOSDESEG~~:: 25

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