caderno técnico n.º 24 - guia de apoio técnico às associações

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Guia de Apoio Técnico às Associações Humanitárias de Bombeiros CADERNOS TÉCNICOS PROCIV EDIÇÃO: AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL AGOSTO DE 2012

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Page 1: Caderno Técnico n.º 24 - Guia de Apoio Técnico às Associações

Guia de Apoio Técnico às Associações Humanitárias de Bombeiros

CADERNOS TÉCNICOS PROCIV

EDIÇÃO:AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVILAGOSTO DE 2012

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Cadernos Técnicos PROCIV #2402

ÍNDICE 1. ESTATUTOS DAS ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIAS DE BOMBEIROS 42. REGIME DE ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS E DO IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO 5 3. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA) 74. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE TRANSPORTE DE DOENTES 95. LIVRO DE RECLAMAÇÕES 106. COMPARTICIPAÇÃO PARA SEGURANÇA SOCIAL 127. NOMEAÇÃO NA ESTRUTURA DE COMANDO DOS CORPOS DE BOMBEIROSVOLUNTÁRIOS OU MISTOS DETIDOS PELAS ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIASDE BOMBEIROS 138. RECONDUÇÃO DE NOMEAÇÃO NA ESTRUTURA DE COMANDO 169. PIQUETE DE BOMBEIROS EM ESPETÁCULOS DE NATUREZA ARTÍSTICA,DESPORTIVA OU OUTRA 1710. CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE SOCORRO 1811. VIDEOVIGILÂNCIA E GRAVAÇÃO DE CHAMADAS 2112. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23

Antes de imprimir estecaderno pense bem se émesmo necessário. Poupeelectricidade, toner e papel.

Se optar por imprimir, estecaderno foi preparado paraserem usados os dois ladosda mesma folha durantea impressão.

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Cadernos Técnicos PROCIV #24 03

O que é o Guia de Apoio Técnico às Associações Humanitárias de Bombeiros?É um documento que pretende de forma objectiva e prática, fornecer algumas orientações para quem detém responsabilidades na gestão de uma Associação Humanitária de Bombeiros.

A quem interessa?Este caderno técnico interessa especificamente às Direções das Associações Humanitárias de Bombeiros.

Quais os conteúdos deste Caderno Técnico?O presente manual contém orientações jurídicas e procedimentos administrativos relativos aos seguintes temas:• EstatutosdasAssociaçõesHumanitáriasdeBombeiros;• IsençãodoImpostoSobreVeículosedoImpostoÚnicodeCirculação;• ImpostoSobreValorAcrescentado;• Exercíciodaactividadedetransportededoentes;• Livrodereclamações;• Contribuições,paraasegurançasocialnoâmbitodoProgramaPermanentedeCooperação;• Nomeaçãonaestruturadecomando;• Reconduçãodenomeaçãonaestruturadecomando;• Piquetedebombeirosemespetáculos;• Conduçãodeveículosdesocorro;• Videovigilânciaegravaçãodechamadas.

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1. ESTATUTOS DAS ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIAS DE BOMBEIROS

Normasaplicáveis:Lein.º32/2007,de13deagosto.

Os estatutos das Associações Humanitárias de Bombeiros deverão ser elaborados em conformidadecomoRegimeJurídicodasAssociaçõesHumanitáriasdeBombeiros,aprovadopelaLein.º32/2007,de13deagosto,designadamentecomodispostonoseuartigo5.º.

Competeaosnotários,alémdaanálisedasuaconformidadecomaLei,fazeraprovar osestatutose/ouassuasalterações,semprequeosresponsáveisdasassociaçõesaestes se dirijam, para o efeito, através da celebração de escritura pública.

Logoqueaprovadoseregistados,deveonotárioresponsávelporestesatosproceder aoenviodeextratoparapublicaçãoemdoisjornaisdeexpansãoregionalecomunicaràANPCa constituição e estatutos, bem como as alterações a estes.

Paratal,onotáriotemaresponsabilidadedeenviarestesdocumentosparaDireçãoNacionalde Bombeiros, em ficheiro no formato “pdf” para o endereço [email protected].

ÀANPC,competepromoverasuapublicaçãonoseusítionainternet,bemcomocomunicaraos serviços regionais de proteção civil dos Açores e Madeira a constituição e os estatutos, ou as alterações a estes, caso as Associações Humanitárias de Bombeiros tenham sede nas respetivasRegiõesAutónomas.

OsórgãosdiretivosdasAHB,semprequesejapromovidaaconstituiçãooualteraçãodosestatutos, devem certificar-se junto do notário de que estes procedimentos são observados sob pena de o processo de publicitação poder vir a ser prejudicado.

Síntese esquemática:

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2. REGIME DE ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS E DO IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO

Normasaplicáveis:CódigodoImpostoSobreVeículoseCódigodoImpostoÚnicodeCirculação –(Lein.º22-A/2007,de29dejunho,alteradapelasLeisn.º67-A/2007,de31dedezembro, n.º44/2008,de27deagosto,n.º64-A/2008,de31dedezembroen.º3-B/2010,de28deabril,n.º55-A/2010,de31dedezembroen.º64-B/2011,de30dedezembro);EN1846-1eEN1846-2; Despachon.º21638/2009,de14desetembro,daANPC;Despachon.º11535/2010,de30dejunho, daANPC;DeclaraçãodeRetificaçãon.º1522/2010,de30dejulho,daANPC.

ALein.º22-A/2007,de29dejunho,aprovaemsimultâneooCódigodoImpostoSobreVeículos–ISVeoCódigodoImpostoÚnicodeCirculação–IUC.

Comsentidoseefeitosdistintos,estesimpostosinfluenciamagestãofinanceiradasAssociaçõesHumanitáriasdeBombeirosque,emambos,gozadeprerrogativasdeisenção.

Aogerir-seafrotadeveículosdasassociaçõeshaveráqueobservarnãosóasuatipificaçãoconforme normas legais em vigor bem como conformá-los com este regime fiscal, já que nem todos os veículos podem beneficiar dos regimes de isenção previstos neste diploma.

OImpostoSobreVeículos(ISV)éumimpostoquesetornaexigívelnomomentodaintroduçãode um veículo no consumo, quer seja pela apresentação do pedido de introdução no consumo pelos operadores registados e reconhecidos, ou pela apresentação da declaração aduaneira de veículos ou ainda da declaração complementar de veículos pelos particulares, havendo um regime de isenção do qual podem beneficiar algumas entidades.

Deacordocomoestabelecidonaalíneaa)donº1doart.º51º,doCódigodoISV(AnexoI dareferidaLein.º22-A/2007),somenteestãoabrangidospeloregimedeisençãoosveículosadquiridosparafunçõesoperacionaispelaAutoridadeNacionaldeProtecçãoCivil,bemcomoos veículos para serviço de incêndio adquiridos pelas associações de bombeiros, incluíndo os municipais.

As caraterísticas técnicas dos veículos de incêndio terão de estar enquadradas pelas NormasTécnicasEuropeiasEN1846-1eEN1846-2epeloRegulamentodeEspecificaçõesTécnicasdeVeículoseEquipamentosOperacionaisdosCorposdeBombeiros,aprovadopeloDespachodaANPCn.º21638/2009,de14desetembro,naredaçãointroduzidapeloDespachon.º11535/2010,de30dejunho.

Noqueconcerneaoprocessoadministrativodeveatender-seaosseguintesprocedimentos:

1ºAAHBdevepreencherumadeclaraçãoconformeomodelodisponibilizadopelorespetivoCDOSdaANPCnoseusítionainternet(http://www.prociv.pt,especificandoascaraterísticasdoveículo(marca,modelo,versão,nºdequadro,nºdeMotor,cilindrada,pesobrutoetipologiadaviatura);

2ºAdeclaraçãoédaresponsabilidadedoórgãodiretivodaentidadedetentoradeclarante,deveseremitidaempapeltimbrado,assinadaeapostooselobrancoouaóleo,emusonaAHB;

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3ºAdeclaraçãodeveráserremetidapelosinteressadosaorespetivoCDOS,juntamentecoma documentação que atesta a compra do veículo e as suas características, bem como a folha de carga, se for caso disso, e outros documentos que, eventualmente, possam complementar ainformação,paraumamelhoravaliaçãodoprocesso;

4ºOCODISconferiráseoveículoseadaptaaofimaquesedestinaeseesteestáemconformidadecomoestabelecidonoDespachon.º21638/2009,de14desetembro,naredaçãointroduzidapeloDespachon.º11535/2010,de30dejunho,daANPC,queaprovouasEspecificaçõesTécnicasdeVeículoseEquipamentosOperacionaisdosCorposdeBombeiros;

5ºPosteriormente,oprocessoéenviadodoComandoDistritalrespetivo,paraasededaANPC,onde,apósacomprovaçãodetodososelementos,éemitidaadeclaração,assinadapeloPresidentedaANPCeenviadaàAHB,comvistaaserentregueporestanaAutoridadeTributária e Aduaneira.

Síntese esquemática:

NoquetangeaoImpostoÚnicodeCirculação(IUC),trata-sedeumimpostodeperiodicidadeanual,devidoporinteiroemcadaanoaquerespeita,noqualaANPCnãointervémneméparte.

Porém,àsemelhançadoISV,tambémesteimpostocomportaumregimedeisenção.

Nostermosdaalíneaa),don.º1,doart.º5º,doCódigodoImpostoÚnicodeCirculaçãoestãoisentos “os veículos adquiridos pelas associações humanitárias de bombeiros ou câmaras municipais para o cumprimento das missões de protecção, socorro, assistência, apoio e combate a incêndios, atribuídas aos seus corpos de bombeiros”.

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3. IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (IVA)

Normasaplicáveis:Lein.º55-A/2010,de31dedezembro;Decreto-Lein.º394-B/84,de26 dedezembro,alteradoerepublicadopeloDecreto-Lein.º102/2008,de20dejunho; Lein.º12-A/2010,de30dejunho;Circular22/01,de1dejunho,doextintoServiçoNacional de Bombeiros.

a)TaxareduzidaPorforçadaalíneaa),don.º1,doart.º2º,doCódigodoImpostosobreoValorAcrescentado(CIVA),aprovadopeloDecreto-Lein.º394-B/84,de26dedezembro,alteradoerepublicadopeloDecreto-Lein.º102/2008,de20dejunho,asAHBsãosujeitospassivosdeimposto.Conformeestabeleceaalíneac)nonº1,doart.º18ºdoCIVA(alteradopeloart.º102ºdaLein.º55-A/2010,de31dedezembro),atualmente,ataxadeincidênciadoIVAéde23%.NoqueconcernearegaliasebenefíciosemsededeIVA,asAHBbeneficiam,emalgumascategoriasdebenseserviçoselencadasnalistaIanexaaoCIVAeprevistosnaalíneaa)donº1doart.º18ºdoCIVA,daaplicaçãodetaxareduzidade6%.

b)RestituiçãodoIVAParaalémdareduçãodataxadeIVAasAHBgozamaindadeisenção,porviadarestituiçãoprevistanon.º2,doart.º2º,doDecreto-Lein.º113/90,de5deabril,enostermosdaalínea i)don.º4ealíneaf)donº5domesmoartigo,nasaquisiçõesefetuadasdentrodomercadointernoportuguês,detodososbensmóveisdeequipamentodiretamentedestinados à prossecução dos seus fins e de serviços necessários à conservação, reparação e manutenção dessesequipamentos,equeconstemdeumaúnicafaturadevalorsuperiora€1.250, comexclusãodoIVA.

AdocumentaçãonecessáriaaremeterpelaAHBaoCDOSrespetivo,noprazode8mesesacontardadatadorecibo(Circular22/01,de1dejunho,doextintoServiçoNacionaldeBombeiros)eatramitaçãoacumprir,sãoasseguintes:

1. A Associação Humanitária de Bombeiros deve formular o pedido de restituição em ofício dirigido ao Diretor-Geral dos Impostos, descrevendo os fins a que se destinam as aquisições efetuadas,eenviá-loparaorespetivoCDOS,acompanhadodosseguintesdocumentos: a.Originais,oufotocópiasautenticadas,dosrecibosoudocumentosequivalentes quecomprovemaaquisiçãodosbensouserviços; b.Relaçãodosdocumentosreferidosnaalíneaanterior,devidamenteassinada ecarimbada,daqualconste,porordemcronológica,orespetivo: i.Número; ii.Data; iii.NomeeNIFdovendedoroufornecedor; iv.Valordosbenseserviços,líquidodeimposto; v.MontantedoIVA,comindicaçãodototaldoimpostodequeépedidaarestituição; vi.DeclaraçãodaAHBadiscriminarasfaturas;

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Síntese esquemática:

Naaquisiçãodebensemcontratosdeleasing(locação),casonãoexistacláusulavinculativa de transferência de propriedade, o contrato é qualificado como operação de locação financeiraeétratadonocódigodoIVAcomoumaprestaçãodeserviços,logonãoenquadrávelnoDecreto-Lein.º113/90,de5deabril,nãosendopossível,nestescasos,obter arestituiçãodoIVApago.

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4. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE TRANSPORTE DE DOENTES

NormasAplicáveis:Decreto-Lein.º38/92,de28demarço;Lein.º12/97,de21demaio;RegulamentodeTransportedeDoentes(aprovadopelaPortarian.º1147/2001,de28 desetembro,naredaçãointroduzidapelasPortariasn.º1301-A/2002,de28desetembro en.º402/2007,de10deabrilen.º142-A/2012,de15demaio–otextoemvigoréodarepublicaçãoefetuadapeladeclaraçãoderetificaçãon.º36/2012,DRn.º135,I.ªsérie, de13dejulho).

ALein.º12/97,de21demaio,regulaaatividadedetransportededoentesporAssociaçõesHumanitáriasdeBombeirosincluíndoaCruzVermelhaPortuguesa.

As Associações Humanitárias de Bombeiros que criem ou mantenham corpos de bombeiros e se encontrem legalmente constituídas, estão isentas de requerer o alvará (a que se refere o Decreto-Lein.º38/92,de28demarço)paraoexercíciodaatividadededoentes,nostermosdoartigo1.º,daLein.º12/97,de21demaio.

Apesar das AHBs se encontrarem isentas de alvará, impende sobre as mesmas uma obrigação decomunicaçãoobrigatóriaaoINEM,devendoserenviadoaesteInstitutoosseguintesdocumentos,tendoemvistafacultaroexercíciodaatividadedetransportededoentes:

1. AcópiadorespetivodespachodehomologaçãoemitidopelaAutoridadeNacional deProtecçãoCivil;2.Aanotaçãodaáreaterritorialondeexercemhabitualmenteaatividade;3.Areferênciasobreanaturezadostransportesarealizar;4.Aindicaçãosobreonúmerodeveículosautilizaresuascaracterísticas;5.Odocumentocomprovativodoautodepossedorespetivoórgãodiretivo(DireçãodaAHB);6.Ainformaçãodoresponsávelpelafrotaafetaaotransportededoenteserespetivacapacidadeprofissional;7.OdocumentocomprovativodafrequênciacomaproveitamentodecursosreconhecidospeloInstitutoNacionaldeEmergênciaMédica,conformeotipodeambulância.

AsAssociaçõesHumanitáriasdeBombeirosdevemposteriormenterequereràANPC,aoabrigodaalíneaa),n.º1doart.º2º,daLein.º12/97,de21demaio,aemissãodadeclaraçãoqueatestepossuírem um corpo de bombeiros devidamente homologado pela entidade tutelar.

Poroutrolado,todasasambulânciasdevemserlicenciadaspeloInstitutodaMobilidade edosTransportesTerrestres(IMTT),apósteremsidosubmetidasaumavistoriapeloINEM,queemiteorespetivocertificadodevistoria(conformedispõeoartigo6.ºdoDecreto-Lei n.º38/92,de28demarço,eon.º10doRegulamentodeTransportedeDoentes,aprovadopelaPortarian.º1147/2001,de28desetembro).

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5. LIVRO DE RECLAMAÇÕES

NormasAplicáveis:Decreto-Lein.º371/2007,de6denovembro;Decreto-Lein.º156/2005, de15desetembro;Decreto-Lein.º75/2007,de29demarço;Decreto-Lein.º220/2007, de29demaio.

Daconjugaçãodosartigos1ºe2º,doDecreto-Lein.º371/2007,de6denovembro,estabelece--seaobrigatoriedadedeasentidadesaseguirindicadaspossuíremedisponibilizarem“livrodereclamações”,taiscomoosestabelecimentosdiscriminadosnoanexoIdoDecreto-Lein.º156/2005,de15desetembro,bemcomotodosaquelesque,nãoidentificadosnoanexo,possuaminstalaçõesfísicas,fixasoupermanentes,tenhamcontactodiretocomopúblicoeexerçamofornecimentodeumbemouaprestaçãodeumserviço.Nestespressupostosenquadram-se as Associações Humanitárias de Bombeiros.

OLivrodeReclamaçõesdeveestaracessívele,sobretudo,deveexistirinformaçãovisívelquerefiraasuaexistência.

Nestesentido,ecomvistaaobviaralgunsconstrangimentos,asAssociaçõesHumanitáriasdeBombeirosdevemafixaremlocalbemvisívelumletreirocomaseguinteinformação“Esteestabelecimento dispõe de livro de reclamações”.

OLivrodeReclamaçõesdeveserfacultado,imediataegratuitamente,aoutentesemprequeeste o solicite, sob risco de sofrerem as cominações previstas na lei. Note-sequenemtodasasreclamaçõesdevemserapresentadasporessavia.Háqueconhecereteralgumdomíniodasmatériasobjetodasuautilização,cabendoaoresponsávelreferiraoutentequalaalternativaautilizarnestescasos.

Posteriormente, observar-se-á a seguinte tramitação:

1ºAAHBprocedeàentregadeumacópiadareclamaçãoaoutentenoatodareclamação;

2ºAcontardestadata,aAHBdispõede10(dez)diasúteispararemeterooriginalàsentidadesreguladorasdaatividadeobjetodareclamação,podendo-ofazeracompanhardasalegaçõesqueentendaprestaredosesclarecimentosjádispensadosaoreclamante(cf.n.º1en.º3 doart.º5º,doDecreto-Lein.º371/2007).

AANPC,noâmbitodassuasatribuições,estabelecidasnoDecreto-Lein.º75/2007,de29demarço,queaprovouasualeiorgânica,estáinvestidadepoderesderegulaçãodosectornoque concerne à atividade operacional dos corpos de bombeiros.

Excluídadestaregulaçãoestáaatividadedosocorropré-hospitalar,cujaentidadereguladoraseráoInstitutoNacionaldeEmergênciaMédica(INEM)–cf.Decreto-Lein.º34/2012,de14defevereiro),eotransporteprogramadodedoentes,cujaregulaçãoédacompetênciadaDirecçãoGeraldaSaúde(DGS).

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11Cadernos Técnicos PROCIV #24

Aregulaçãodasatividadesexcluídasdoâmbitodemissãodoscorposdebombeirosdesenvolvidas pelas AHB junto dos seus associados ou utentes em geral, competirá às entidades reguladoras responsáveis pelo sector, consoante os casos ou, residualmente, àAutoridadedeSegurançaAlimentareEconómica(ASAE).

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6. COMPARTICIPAÇÃO PARA SEGURANÇA SOCIAL

Normaaplicável:Portarian.º104/2008de5defevereiro.

OProgramaPermanentedeCooperação,previstonaPortarian.º104/2008de5defevereiro,consolida, um valor global único resultante da adição de vários subsídios atribuídos às Associações Humanitárias de Bombeiros, entre os quais se inclui, a comparticipação para efeitos da segurança social.

Destemodo,àexceçãodostrabalhadoresadesempenharfunçõesnasEquipasdeIntervençãoPermanente,asassociaçõesnãoterãodeenviarparaaANPCosmapasdevencimentoparaefeitos de comparticipação.

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7. NOMEAÇÃO NA ESTRUTURA DE COMANDO DOS CORPOS DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS OU MISTOS DETIDOS PELAS ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIAS DE BOMBEIROS

NormasAplicáveis:Decreto-Lein.º241/2007,de21dejunho;Despachon.º21722/2008,de30dejulho,daANPC;Despachon.º28956/2008,de28deoutubro,daANPC;NotaExplicativaDNB/04/09.

Os processos referentes ao ato de nomeação de elementos na estrutura de comando dos corpos de bombeiros voluntários e mistos não pertencentes ao município, são administrativamente instruídos pelas entidades detentoras dos respetivos corpos de bombeiros e remetidos ao respetivoCDOS,competindoàDNBasuaanáliseeposteriorhomologação.

Adocumentaçãonecessáriaparaainstruçãodoprocesso,osprazoseosprocedimentospara a nomeação e homologação de elementos na estrutura de comando, estão definidos no Despachon.º28956/2008,de28deoutubro,publicadonoDiáriodaRepública,2.ªSérie–N.º219–de11denovembrode2008.

O provimento da estrutura de comando dos corpos de bombeiros voluntários ou mistos não pertencentes ao município, obedece aos seguintes critérios e características:

Asnomeaçõesdevemrecairemindivíduoscomidadescompreendidasentreos25eos60anosdeidade,preferencialmentedeentreosoficiaisbombeirosexistentesnocorpodebombeiros,ou,nasuafaltaeporrazõesdevidamentefundamentadas:• De entre bombeiros da categoria mais elevada (ou de entre outros elementos que integram orespetivoquadroativo,nocasodesetratardenomeaçãode2.ºComandanteouAdjuntodeComando),habilitadoscomo12ºanodeescolaridadeouequivalentecom,pelomenos,5anosdeatividadenosquadrosdocorpodebombeiros;• Ou outros indivíduos de reconhecido mérito no desempenho de anteriores funções de liderança ou de comando, devendo a declaração comprovativa do reconhecido mérito ser emitidapelaentidadeondeasfunçõesforamdesempenhadas(conformeprevistonosn.ºs3 e4,doartigo2.º,doDespachon.º28956/2008).

Trata-se de cargo a ser desempenhado em regime de comissão de serviço, por um período de5anos,renovávelporperíodosiguais.

Olimitedeidadeparaapermanêncianaestruturadecomandoéde65anosdeidade,sópodendopermanecernodesempenhodocargoatéàvésperadecompletar66anos.

A nomeação de elementos não pertencentes à carreira de oficial bombeiro deve ser precedida de avaliação destinada a aferir as suas capacidades físicas e psicotécnicas.

OselementosterãoobrigatoriamentequepossuiroCursodeQuadrosdeComando.

A documentação a remeter pela entidade detentora do corpo de bombeiros para instrução doprocessodehomologaçãoéaseguinte,enunciadanoanexoAdoDespachon.º28956/2008:

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14 Cadernos Técnicos PROCIV #24

• CartadaentidadedetentoradocorpodebombeirosaenviaraoCDOSrespetivoaremeter oprocesso.DeveobedeceraomodelopublicadonoanexoBdoreferidoDespacho;• Cópiadapropostadocomandantedenomeaçãodo2ºcomandanteouadjuntodecomando;• Cópiadaatadadireçãoemqueficoudeliberadaanomeação;• Cópiadobilhetedeidentidade/cartãodecidadão;• Fichaindividualexistentenocorpodebombeiros,excetoseonomeadoforindivíduonãopertencenteaosquadrosdocorpodebombeiros;• Declaração de fundamentação da nomeação de elementos não oficiais bombeiros, casoseaplique;• Certificadosdecapacidadesfísicasepsicotécnicas.Nocasodonomeadoseroficialbombeiro, sóseaplicaseestefororiundodoquadrodecomandooudereserva;• CópiadocertificadodoCursodeQuadrosdeComando,excetoseonomeadojáfordetentordacategoriadeOficialBombeiro;• Certificadodehabilitaçõesliterárias,excetoseonomeadoforOficialBombeiro;• Declaração comprovativa do reconhecido mérito no desempenho de anteriores funções de liderança ou comando emitida pela entidade onde as funções foram desempenhadas.

Ascópiasquesubstituemosdocumentosoriginaisdevem,obrigatoriamente,conterarubricadoPresidentedoórgãoadministrativodaassociaçãoe,sobreamesma,aaposiçãodoselobrancoouaóleoemusonarespetivaassociação,sobpenadenãoseremconsideradosválidos.

A avaliação das capacidades físicas e psicotécnicas é, transitoriamente, regulada pelo dispostonospontosII,IIIeVdaCircularn.º61/2001doextintoServiçoNacionaldeBombeiros.

Sobre este requisito, é importante referir que não tem aplicação ao processo em apreço oestabelecidonoart.º1º,doDecreto-Lein.º242/2009,de16desetembro,quevempermitir acomprovaçãoderobustezfísicaeperfilpsicológicopordeclaraçãodoprópriocandidato,pois a obrigatoriedade da avaliação das capacidades físicas e psicotécnicas encontra-se previstaemlegislaçãoespecial(Decreto-Lein.º241/2007,de21dejunho).Comotal, oscertificadosdevemseremitidospelasentidadescertificadasouautorizadasparaoefeito,podendo ainda ser substituídas por atestado médico que demonstre de forma inequívoca que o candidato é portador das referidas aptidões e capacidades.

NãoobstanteosserviçosdaDireçãoNacionaldeBombeirosprovidenciaremqueoelementosejainscritonoCursodeQuadrosdeComandoquandoverificaqueonomeadonãoopossui,a entidade detentora poderá promover a sua inscrição imediata, enviando para o efeito o AnexoEdocitadoDespachoparaoendereço:[email protected],masdeveráterjádadoinícioaoprocessoinstrutório,sobpenadainscriçãonãoserconsideradaouficarsuspensa.Refira-seigualmentequeapenaspodemserprovidosnasfunçõesdaestruturadecomandooselementosdetentoresdoCursodeIngressonacarreiradeOficialBombeiroenosQuadrosdeComandoecujanomeaçãotenhasidoobjetodehomologaçãopelaDireçãoNacionaldeBombeiros.

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15Cadernos Técnicos PROCIV #24

O circuito esquemático deste processo administrativo será o seguinte:

Noscorposdebombeirosemquenãoexistenenhumelementohomologadonaestruturadecomando(possivelmenteporexoneraçãodosexistentes),asfunçõesdecomandodevemserassumidaseasseguradaspelooficialbombeirodemaiorgraduaçãoou,nainexistênciadeste,pelobombeiromaisantigoegraduadonacarreiraenoposto.Talexercíciodefunçõesnãoatribuiodireitoaostentareminsígnias(galões)daestruturadecomandonemaotítulode comandante, comandante interino ou comandante substituto (estes dois últimos não têmnesteregimejurídicoqualquerenquadramentolegalexpresso,umavezquenãohánomeações/homologaçõesdeexercícioemregimedesubstituiçãooudeinterinidade).Deste modo, entenda-se, asseguram o comando até à conclusão do processo de nomeação. Situaçãodiferenteseráadoregimedesubstituiçãoassumidopelo2ºComandanteoudoAdjuntodeComandoque,emsituaçãodeausênciaouimpedimentodeumdostitulares,assume as funções nessa qualidade, mas mantendo o cargo para o qual foi nomeado.

DevemserregistadosnoRecenseamentoNacionaldeBombeirosPortugueses(RNBP)todosos movimentos relevantes e, designadamente, deve, antes de a nomeação ser homologada, ser registada a frequência com aproveitamento do curso de quadros de comando logo que este seja concluído. Da mesma forma, a homologação da nomeação deve ser registada no RNBP,apósasuanotificaçãoaosinteressados.

DevemaindaprocederaoregistodosmovimentosnoRNBPlogoqueoselementosnomeadosconcluam a formação.

1NúcleodeVerificaçãoTécnicadaDireçãoNacionalde Bombeiros.

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16 Cadernos Técnicos PROCIV #24

8. RECONDUÇÃO DE NOMEAÇÃO NA ESTRUTURA DE COMANDO

Normasaplicáveis:Decreto-Lein.º241/2007,de21dejunho;Despachon.º9915/2008,de12 defevereiro,daANPC;NotaExplicativaDNB/04/09.

A renovação da comissão de serviço na estrutura de comando, por igual período, encontra-seprevistanon.º4,doart.º32ºdoDecreto-Lein.º241/2007,de21dejunhoeocorreautomaticamentequandooórgãodeadministraçãodaAHBnãonotificaporescrito ointeressado,comumaantecedênciamínimade30dias(contínuos),adecisãodevidamentefundamentada de não renovação da comissão. Desta decisão cabe recurso para uma comissão arbitral composta pelo presidente da mesa da assembleia-geral da AHB, que preside, porumrepresentantedesignadopelaANPCeporumelementoindicadopelaLigadosBombeiros Portugueses.

A renovação da comissão de serviço de um elemento é sempre possível mesmo que este elementojátenhaatingidoos61anosoumaisdeidadeecessarádeimediatoquandoesteatingir o limite de idade para a sua permanência no quadro de comando, ainda que os cinco anos da comissão não se tenham concluído.

A renovação da comissão não implica nova homologação, dado verificar-se nesta situação umacontinuaçãodasfunçõesanteriormentedesempenhadas,peloquenãoexisteanecessidadedeinstruirqualquerprocessoaremeteràANPC,bastandoparataldarconhecimentoàANPCeprocederaorespetivoregistonoRNBP.

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2ODecreto-Lein.º315/95 fazreferênciaàDirecção- -Geral dos Espectáculos, jáextinta;estascompetências estão atribuídas, presentemente, àIGAC.

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9. PIQUETE DE BOMBEIROS EM ESPETÁCULOS DE NATUREZA ARTÍSTICA, DESPORTIVA OU OUTRA

Normasaplicáveis:Decreto-Lein.º315/95de28denovembro;Lein.º32/2007,de13deagosto.

A necessidade efetiva da presença de piquetes de bombeiros em recintos de espetáculos, eventos ououtrosdivertimentosanálogosdecorredodiplomaemreferênciaeaindadaexistência de eventuais posturas municipais que vigoram no município onde o evento possa ocorrer.

O objetivo é garantir a segurança de todos os intervenientes no espetáculo, quer se trate de intervenientes ativos neste, quer se trate de colaboradores ou assistência em geral.

Oart.º37º,sobaepígrafe“piquetesdebombeiros”,reguladonoDecreto-Lein.º315/95,estabeleceaobrigatoriedade,porpartedopromotordoespetáculodenaturezaartísticaaovivo,decomunicarpreviamenteasuarealizaçãoàInspecção-geraldasAtividadesCulturais(IGAC),dado que compete a esta entidade verificar a necessidade da presença do piquete de bombeiros2.

ODecreto-Lein.º315/95fazreferênciaàDirecção-GeraldosEspectáculos,jáextinta;estascompetênciasestãoatribuídas,presentemente,àIGAC

Destemodo,seaIGACconsiderarnecessáriaapresençadopiquetedebombeirosopromotordo evento providenciará a sua presença, que deverá comparecer no local pelo menos uma horaantesdoiníciodoespetáculo,salvoseopromotorouqualqueragentedefiscalizaçãoconsiderar necessária uma maior antecipação.

Tratando-sedeumeventodecarizcomercial,poderáaAssociaçãoHumanitáriadeBombeiros, aoabrigodonº2,doart.º2º,daLein.º32/2007,de13deagosto,contratarcomopromotora presença de pessoal e veículos de socorro a fim de garantir a presença de um piquete de prevenção ao espetáculo.

Para outras informações mais detalhadas deve ser consultada a entidade reguladora, não se dispensando ainda a leitura do diploma.

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10. CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE SOCORRO

NormasAplicáveis:Decreto-Lein.º114/94de3demaio;Portarian.º311-A/2005,de24demarço; Portarian.º311-C/2005,de24demarço;Decreto-Lein.º313/2009,de27deoutubro;Despachon.º21638/2009,de28desetembro,daANPC,alteradopeloDespachon.º11535/2010,de15 dejulho,daANPC.

OCódigodaEstrada,aprovadopeloDecreto-Lein.º114/94,de3demaio,definecomoprioritários todos os veículos que transitem em missão de polícia, de prestação de socorro ou de serviço urgente de interesse público, assinalando adequadamente a sua marcha. Entre estes, estão, naturalmente, os veículos de socorro dos corpos de bombeiros.

Os condutores dos veículos de bombeiros, na circulação para a prestação de socorro quando asuamissãooexigir,podemdeixardeobservarasregraseossinaisdetrânsito,devendonoentantorespeitarsempreasordensdosagentesreguladoresdotrânsito,enãocolocandoemperigo,emcircunstânciaalguma,osdemaisveículoseutentesdavia.

Porém, quando entram nas autoestradas pelos ramais de acesso, não têm prioridade de passagem, assim como são obrigados a suspender a sua marcha nos seguintes casos:a)Peranteosinalluminosovermelhoderegulaçãodotrânsito,emborapossamprosseguir,depoisdetomadasasdevidasprecauções,semnecessidadedeesperarqueasinalizaçãomude;b)Peranteosinaldeparagemobrigatóriaemcruzamentoouentroncamento.

A“marchaurgente”deveserassinaladaatravésdautilizaçãodosavisadoresluminososdecorazule,semprequeautilizaçãosejustifique,deavisadoressonorosespeciais,cujautilizaçãonãoestásujeitaarestrições,mesmodenoiteenointeriordaslocalidades.

Contudo,autilizaçãodestessinaiséproibidaesancionadaquandoosveículosnãotransitemem missão urgente.

Refira-sequesomentepodemserinstaladosavisadoresluminososesonorosespeciaisnoutrosveículos(leia-seveículosparticularesdoselementosbombeiros)decujodocumentodeidentificaçãoresulteasuaafetaçãoexclusivaamissõesdesocorroouserviçourgente,nostermosfixadospeloInstitutodaMobilidadeedosTransportesTerrestres(IMTT).

Outra questão importante relacionada com a condução dos veículos de socorro é a obrigatoriedade dos condutores das categorias C, C+E, D, D+E, das subcategorias C1, C1+E, D1 e D1+E, bem como os condutores das categorias B e B+E,queexerçamaconduçãodeambulâncias,veículosdebombeirosoudetransportededoentes,entreoutros,teremaverbado a menção de “Grupo 2” na carta de condução.

Comefeito,oRegulamentodaHabilitaçãoLegalparaConduzir(aprovadopeloDecreto-Lein.º138/2012,de5dejulho)vemestabelecerestaobrigação,sendoaclassificaçãoaplicávelquando da emissão ou revalidação dos respetivos títulos.

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Para os condutores com o “grupo 2 averbado”, o termo de validade das cartas e das licenças de condução obtidas a partir de 1 de Janeiro de 2013 ocorre nas datas em que os seus titularesperfaçamasseguintesidades:25,30,35,40,45,50,55,60,65e70anose,posteriormente, de 2 em 2 anos.

As cartas de condução de qualquer dos modelos aprovados por legislação anterior ao mesmo regulamento(anterioresa1deJaneirode2013)mantêmaobrigatoriedadederevalidaçãonasdatasemqueosseustitularesperfaçam40,45,50,55,60,65e68anose,posteriormente,de dois em dois anos.

Estão dispensados de revalidar os títulos de condução aos 30 anos de idade os condutores das categorias AM, A1, A2, A, B1, B e BE e os titulares de licenças de condução que os tenham obtidocomidadeigualousuperiora25anos.

NasrevalidaçõesdascartasdeconduçãodascategoriasC1,C1E,C,CE,D1,D1E,DeDEeaindadascategoriasBeBEcujostitularesexerçamaconduçãodeambulâncias,veículosdebombeiros,detransportededoentes,transporteescolaredeautomóveisligeirosdepassageirosdealuguerfeitasapartirdos25anos,éobrigatóriaacomprovaçãodamanutenção das condições mínimas de aptidão física e mental, através da junção de certificado de aptidão física e mental do requerente.

Nasrevalidaçõesefetuadasapartirdadataemqueosseustitularescompletem50anosdeidadeparaascategoriasC1,C1E,C,CE,D1,D1E,DeDE,bemcomoparaascategoriasBeBEseostitularesexerceremaconduçãodeambulâncias,veículosdebombeiros,detransportededoentes,transporteescolardecriançasedeautomóveisligeirosdepassageirosdealuguer,éaindaexigidaaapresentaçãodeumcertificadodeavaliaçãopsicológica.

A avaliação da aptidão física e mental dos candidatos e condutores dos grupos 1 e 2 é realizadapormédicosnoexercíciodasuaprofissão.

Aavaliaçãodaaptidãopsicológicadoscandidatosecondutoresdogrupo2érealizadaporpsicólogosnoexercíciodasuaprofissão.

Oatestadomédicoeocertificadodeavaliaçãopsicológicasãoemitidosrespetivamentepelomédicoepelopsicólogoecontêmamençãode«Apto»ou«Inapto»,consoanteocaso,eaindicação,noscasosde«Apto»eseexistirem,dasrestriçõesimpostasaocondutoreouadaptações do veículo.

Podefazer-seopedidoderevalidaçãoatravésdosServiços em LinhadoIMTT(https://servicos.imtt.pt/).

Esta funcionalidade está disponível para titulares de carta de condução de modelo comunitário(formatocartãodeplástico)ecomsenhadeacessoàsdeclaraçõeseletrónicasdaDirecção-GeraldosImpostosouCartãodeCidadão.OsServiçosemLinhatêmumdescontode10porcentosobreastaxasrespetivas.Continua,também,aserpossívelrevalidar a carta de condução nos balcões de atendimento do IMTT.

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Para revalidar as habilitações averbadas na carta de condução são necessários os seguintes documentos:• Exibiçãodooriginaldacartadecondução;• 1fotografiaatual(tipopasse),acoresedefundolisoeclaro;• Exibiçãodooriginaldodocumentodeidentificaçãooufotocópiasimples;• ApresentaçãodoNúmerodeIdentificaçãoFiscal:• AtestadoMédicoemimpressopróprio(até1dejaneirode2013,emitidopelodelegado desaúde);• RelatóriodeexamepsicológicofavorávelparaoscondutoresdoGrupo2:condutores deveículosdascategoriasC,C+E,D,D+E,dassubcategoriasC1,C1+E,D1eD1+E,bemcomo oscondutoresdascategoriasBeB+Equeexerçamaconduçãodeambulâncias,veículos debombeiros,detransportededoentes,transporteescolaredeautomóveisligeiros de passageiros de aluguer.

Astaxasdevidassãode€15paracondutoresdeidadeigualousuperiora70anosede€30para os restantes condutores.

Os formulários necessários, bem como informações adicionais, estão disponíveis no site do IMTT:http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/Condutores/CartaConducao/Revalidacao/Paginas/Revalidacao.aspx

Outroaspetoqueaquiimportarealçaré,ainda,autilizaçãodeacessóriosdesegurançanosveículosdeemergência,odesignado“cintodesegurança”.OCódigodaEstrada,designadamentenoseuartigo82º,impõeousodeequipamentoseacessóriosdesegurança.

Nestecontexto,aPortarian.º311-A/2005,queaprovouoRegulamentodeUtilizaçãodeAcessóriosdeSegurançaestabeleceomododeutilização,ascaraterísticastécnicaseascondiçõesexcecionaisdeisençãooudedispensadaobrigaçãodeusodosreferidosacessórios.

Nãoobstanteoscondutoresdeveículosdebombeiros,bemcomoosbombeirosquandotransportadosnessesveículos,estaremdispensadosdousoobrigatóriodocintodesegurança dentro das localidades, considera-se impreterível a recomendação do seu uso.

Noqueconcerneaosdoentessentadosembancos,sendoestesconsideradospassageiros,a obrigação do uso de cinto de segurança deve ser sempre observada e verificada pelo responsável do veículo.

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11. VIDEOVIGILÂNCIA E GRAVAÇÃO DE CHAMADAS

Normasaplicáveis:Lein.º67/98,de26deoutubro.

Tem-sereveladofrequenteproceder-seàinstalaçãodesistemasinternosdevideovigilâncianos quartéis de bombeiros e equipar as centrais de comunicações com gravadores de chamadas, a fim de assegurar interesses vitais e a proteção de pessoas e bens.

Porém, frequentemente não são respeitados os requisitos legais estabelecidos para a sua instalação,usoeutilização,oqueparaalémdepoderconstituirumgraveincumprimentopoderá ainda criar situações geradoras de conflitos e constrangimentos de vária ordem.

Istoporque,tantoossistemasdevideovigilânciacomoodosgravadoresdechamadas,encontram-sesujeitosereguladospelasnormasestabelecidasnaLein.º67/98,de26 deoutubro,namedidaemque–comoresultadonº4º,doartigo4º–estaleiéaplicada “àvideovigilânciaeoutrasformasdecaptação,tratamentoedifusãodesonseimagens” que permitem identificar pessoas e captar os seus movimentos.

Revela-se,porisso,importanteintroduziraquiumabreveabordagemdoenquadramentolegalparaautilizaçãodosreferidosequipamentoseasimposiçõeslegaisquedaídecorrem,muito em particular, para as associações humanitárias que pretendam optar pela instalação destessistemasnointerioreexteriordassuasinstalações.

I. VideovigilânciaOaspetofundamentalafixaréodequeossistemasdevideovigilânciaenvolvemsemprerestrições de direitos, liberdades e garantias, como o direito à imagem, à liberdade de movimentos, à reserva da vida privada, etc.

Assim,antesdaentidadeinteressadaadquirireimplementarumsistemadevideovigilânciae de este ser ligado para captação de dados, independentemente de ser feita ou não a sua gravação,devepreviamentenotificaraComissãoNacionaldeProtecçãodeDados(CNPD), afimdeestaemitirocompetenteparecereeventualautorização.

AnotificaçãotemdeserfeitapeloórgãodeadministraçãodaAssociaçãoHumanitária,epodeser feita através do preenchimento de um formulário específico, que poderá ser obtido no sítio eletrónicodaCNPD,devendodepoisserenviadoparaaqueleorganismoporcorreiopostal.

Anotificaçãoestásujeitaaopagamentodeumataxa,quedeveráserpagapréviaousimultaneamente,aoenvio/entregadoformulário.

Comoformuláriodevemserenviadososseguintesdocumentos:• Plantaoudiscriminaçãodalocalizaçãodascâmaraselocaisabrangidospelasimagens;• Cópiadoavisoinformativodaexistênciadevideovigilância;• Descriçãodaatividadedaentidaderequerente;• ParecerdaComissãodeTrabalhadoresoudeclaraçãodasuainexistência,nocasodevideovigilâncianolocaldetrabalho(noqueconcerneaosbombeiroscomcontratodetrabalho).

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Importasublinharqueotratamentodedados(captaçãodeimagem)estásujeito aautorizaçãopréviadaCNPD,antesdesepoderemrealizar.Oincumprimentodestadisposição legal, fará incorrer a entidade em sanção.

Aleinãoestabeleceprazodeconservaçãodosdados,masatendendoaoentendimentodaCNPD,queponderacomocritériorazoávelafinalidadedeclaradananotificaçãoedemaiscircunstâncias,estaconsidera,emabstrato,queoprazomáximode30diasseráumprazoajustadoparaagarantiadaprossecuçãodasfinalidadesdeterminantesdarecolhae/oudotratamento.

Noentanto,osprazosidentificadosnãoprejudicamapossibilidadedeconservaçãodosdadosem caso de litígio, devendo, todavia, os mesmos ser eliminados quando tal litígio cessar.

II. Gravação de chamadasAs gravações de chamadas constituem tratamentos de dados pessoais, que recaem sobre dados sensíveis sujeitos a sigilo e ao princípio da confidencialidade das comunicações.

PorforçadaLeideProtecçãodeDados(Lein.º67/98,de26deoutubro),careceoseutratamentodeautorizaçãopelaCNPD,nãopodendoiniciar-seantesdaobtençãodamesma.

AnotificaçãotemdeserfeitapeloórgãodeadministraçãodaAssociaçãoepodeserefetuadaatravésdopreenchimentodeumformuláriogeral,quepoderáserobtidonosítioeletrónicodaCNPD,devendodepoisserremetidoparaaqueleorganismo,porcorreiopostal.

Anotificaçãoestásujeitaaopagamentodeumataxa,quedeveráserpagaprévia ousimultaneamenteaoenvio/entregadoformulário.

Quantoaoprazodeconservaçãodosdados,aCNPDtemconsiderado,emabstrato, queoprazomáximode90diasseráumprazobastanteparaagarantiadaprossecução dasfinalidadesdeterminantesdarecolhae/oudotratamento.

Damesmaforma,osprazosidentificadosnãoprejudicamapossibilidadedeconservação dos dados em caso de litígio, devendo, todavia, os mesmos ser eliminados quando tal litígio seextinguir,àsemelhançadoquesepassacomosistemadevideovigilância.

Paraosefeitosdopresentediplomaerespetivasautorizaçõesouconsultarecomenda-se ocontactodaCNPDatravésdosítiodainternet–e-mail:[email protected],comsede naRuadeS.Bento,nº148,3º,1200-821emLisboa.

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Decreto-Lein.º394-B/84de26dedezembro,DiáriodaRepúblican.º297;Decreto-Lein.º38/92de28demarço,DiáriodaRepúblican.º147;Decreto-Lein.º114/94de3demaio,DiáriodaRepúblican.º102;Decreto-Lein.º315/95de28denovembro,DiáriodaRepúblican.º275;Lein.º12/97,de21demaio,DiáriodaRepúblican.º117;Lein.º67/98de26deoutubro,DiáriodaRepúblican.º247;Portarian.º1147/2001,de28desetembro,DiáriodaRepúblican.º226–1.ªSérie–B;Circularn.º61/2001,de28dedezembrodoServiçoNacionaldeBombeiros;Portarian.º1301-A/2002,de28desetembro,DiáriodaRepúblican.º225–1.ªSérie–B;Portarian.º311-A/2005de24demarço,DiáriodaRepúblican.º59–1.ªSérie–B;Portarian.º311-C/2005,de24demarço,DiáriodaRepúblican.º59–1.ªSérie–B;Decreto-Lein.º156/2005,de15desetembro,DiáriodaRepúblican.º178;Decreto-Lein.º75/2007,de29demarço,DiáriodaRepúblican.º63;Portarian.º402/2007,de10deabril,DiáriodaRepúblican.º70;Decreto-Lein.º220/2007,de29demaio,DiáriodaRepúblican.º103;Decreto-Lein.º241/2007,de21dejunho,DiáriodaRepúblican.º118;Lein.º22-A/2007,de29dejunho,DiáriodaRepúblican.º124;Lein.º32/2007,de13deagosto,DiáriodaRepúblican.º155;Decreto-Lein.º371/2007,de6deNovembro,DiáriodaRepúblicaN.º213;Lein.º67-A/2007,de31dedezembro,DiáriodaRepúblican.º251;Portarian.º104/2008de5defevereiro,DiáriodaRepúblican.º25;Decreto-Lein.º102/2008,de20dejunho,DiáriodaRepúblican.º118;Despachon.º21722/2008,de30dejulho,DiáriodaRepúblican.º160;Lein.º44/2008,de27deagosto,DiáriodaRepúblican.º165;Despachon.º28956/2008,de28deoutubro,DiáriodaRepública,n.º219–2.ªSérie;Lein.º64-A/2008,de31dedezembro,DiáriodaRepública,n.º252;Despachon.º21638/2009,de14desetembro,DiáriodaRepública,n.º188–2.ªSérie;Decreto-Lein.º313/2009,de27deoutubro,DiáriodaRepública,N.º208;Lein.º3-B/2010,de28deabril,DiáriodaRepública,n.º82;Lein.º12-A/2010,de30dejunho,DiáriodaRepública,n.º125;Despachon.º11535/2010,de30dejunho,DiáriodaRepública,n.º136–2.ªSérie;DeclaraçãodeRectificaçãon.º1522/2010,de30dejulho,DiáriodaRepública,n.º147–2.ª;Lein.º55-A/2010,de31dedezembro,DiáriodaRepública,n.º125;EN1846-1.2011,Firefightingandrescueservicevehicles–Nomenclatureanddesignation.Brussels,CEN;EN1846-2.2009,Firefightingandrescueservicevehicles–Part2:Commonrequirements–Safetyandperformance.Brussels,CEN.

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Cadernos Técnicos PROCIV #24Guia de Apoio Técnico às Associações Humanitárias de Bombeiros VoluntáriosEdição:AutoridadeNacionaldeProteçãoCivil/DireçãoNacionaldeBombeirosAutores:MariaJoãoLira(NúcleodeVerificaçãoTécnica)Design gráfico:www.nunocoelho.netData de publicação: Agosto de 2012ISBN: 978-989-8343-18-5Disponibilidade em suporte pdf:www.prociv.pt

Autoridade Nacional de Proteção CivilAv.doForteemCarnaxide2794-112Carnaxide/PortugalTel.:+351214247100/Fax:[email protected]/www.prociv.pt