caderno portugues - jane jordan klein

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  • 7/29/2019 Caderno Portugues - Jane Jordan Klein

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    Caderno de Lngua Portuguesa

    Dom Alberto

    Prof: Jane Jordan Klein

    Cinciasontbeis

    ADMINISTRAO

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    C122 KLEIN,Jane Jordan

    Caderno de Lngua Portuguesa Dom Alberto / Jane Jordan Klein.

    Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.

    Inclui bibliografia.

    1. Administrao Teoria 2. Cincias Contbeis Teoria 3. Lngua

    Portuguesa Teoria I. KLEIN, Jane Jordan II. Faculdade Dom Alberto III.

    Coordenao de Administrao IV. Coordenao de Cincias ContbeisV. Ttulo

    CDU 658:657(072)

    Catalogao na publicao: Roberto Carlos Cardoso Bibliotecrio CRB10 010/10

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    Apresentao

    O Curso de Administrao da Faculdade Dom Alberto iniciou sua

    trajetria acadmica em 2004, aps a construo de um projeto pautado naimportncia de possibilitar acesso ao ensino superior de qualidade que,combinado seriedade na execuo de projeto pedaggico, propiciasse umaformao slida e relacionada s demandas regionais.

    Considerando esses valores, atividades e aes voltadas aoensino slido viabilizaram a qualidade acadmica e pedaggica das aulas, bemcomo o aprendizado efetivo dos alunos, o que permitiu o reconhecimento peloMEC do Curso de Administrao em 2008.

    Passados seis anos, o curso mostra crescimento quantitativo equalitativo, fortalecimento de sua proposta e de consolidao de resultados

    positivos, como a publicao deste Caderno Dom Alberto, que o produto dotrabalho intelectual, pedaggico e instrutivo desenvolvido pelos professoresdurante esse perodo. Este material servir de guia e de apoio para o estudoatento e srio, para a organizao da pesquisa e para o contato inicial dequalidade com as disciplinas que estruturam o curso.

    A todos os professores que com competncia fomentaram oCaderno Dom Alberto, veculo de publicao oficial da produo didtico-pedaggica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto, um agradecimentoespecial.

    Lucas Jost

    Diretor Geral

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    PREFCIOA arte de ensinar e aprender pressupe um dilogo entre aqueles que

    interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de

    formao, de construo de valores, habilidades, competncias necessrias

    superao dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma

    formao profissional slida, capaz de suprir as demandas de mercado, de

    estabelecer elos entre diversas reas do saber, de atender s exigncias legais

    de cada rea de atuao, etc.Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formao de um

    profissional saber discutir diversos temas aos quais se aplicamconhecimentos especficos de cada rea, dispondo-se de uma variedade ampla

    e desafiadora de questes e problemas proporcionada pelas atuais

    conjunturas. Para que isso se torne possvel, alm da dedicao daqueles

    envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, preciso haver suporte

    pedaggico que d subsdios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que

    supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos

    na proposta pedaggica do curso.

    Considerando esses pressupostos, a produo desse Caderno Dom

    Alberto parte da proposta pedaggica do curso da Faculdade Dom Aberto.

    Com este veculo, elaborado por docentes da instituio, a faculdade busca

    apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem terico-

    prtica, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens atualizada e

    necessria para a formao profissional qualificada dos alunos do curso.Ser um canal de divulgao do material didtico produzido por

    professores da instituio motivao para continuar investindo da formao

    qualificada e na produo e disseminao do que se discute, apresenta, reflete,

    prope e analisa nas aulas do curso. Espera-se que os leitores apreciem o

    Caderno Dom Alberto com a mesma satisfao que a Faculdade tem em

    elaborar esta coletnea.

    Elvis MartinsDiretor Acadmico de Ensino

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    Sumrio

    Apresentao

    Prefcio

    Plano de Ensino

    Aula 1

    Aula 2

    Aula 3

    Aula 4

    Aula 5

    Aula 6

    Aula 7

    Aula 8

    Aula 9

    Aula 10

    Aula 11

    Aula 12

    Comunicao, leitura e escrita

    Lngua, linguagem e sociedade

    Linguagem, funes da linguagem e leitura

    Tpicos gramaticais: parnimos e homnimo

    Exerccios

    Estudo do pargrafo

    Formas de elaborao da introduo do pargrafo

    Principais problemas de Coeso

    Concordncia

    Gneros textuais

    Redao oficial ATA

    Crase

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    Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes,comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Centro de Ensino Superior Dom Alberto

    Plano de Ensino

    Identificao

    Curso: Administrao/Cincias Contbeis Disciplina: Lngua Portuguesa

    Carga Horria (horas): 60 Crditos: 4 Semestre: 1

    Ementa

    Lngua, linguagem e sociedade. Linguagem oral e linguagem escrita. Norma culta, variedades lingsticas econtextos comunicativos. Leitura e interpretao de textos. Gneros textuais. Redao tcnica: conceitos,normas e estrutura. Aspectos gramaticais.

    Objetivos

    Geral: Ampliar a competncia lingstica do aluno, tanto na modalidade oral quanto escrita, para se

    expressar de modo eficaz, satisfazendo os requisitos bsicos da profisso.Especficos: Desenvolver a leitura reflexiva, desenvolvendo a capacidade de apreender o essencial numtexto e relacionando o texto com seu contexto. Conhecer diferentes tipos de texto, especialmente osrelacionados rea administrativa, a fim de ampliar as possibilidades de interao comunicativa tanto oralquanto escrita. Desenvolver a capacidade de produzir textos, conhecendo sua estrutura e organizao eestabelecendo coeso e coerncia. Revisar de forma contnua elementos gramaticais para que hajadomnio da norma culta da lngua, sabendo-se us-la adequadamente nos mais variados contextoscomunicativos formais e informais.

    Inter-relao da Disciplina

    Horizontal: A disciplina, atravs de atividades de leitura, interpretao e produo de textos, possibilita umainterao entre diferentes habilidades lingsticas, ampliando as alternativas de comunicao oral e escrita.

    Vertical: Ao abordar competncias no uso da lngua, o estudo da Lngua Portuguesa prepara o aluno paraa elaborao adequada de diferentes tipos de texto, especialmente aqueles que fazem parte das atribuiesdos profissionais dos Cursos de Administrao e Cincias Contbeis. Alm disso, a disciplina, aodesenvolver a habilidade de expresso oral e escrita, amplia a capacidade comunicativa, favorecendo arealizao de trabalhos, seminrios, apresentaes orais, etc., que integram a formao discente em vriasdisciplinas dos Cursos.

    Competncias Gerais

    Desenvolver a capacidade de usar satisfatoriamente a lngua em diferentes situaes de interao socialbem como em processos de leitura e produo textual.

    Competncias Especficas

    Reconhecer caractersticas lingusticas e estruturais de diferentes gneros textuais a fim de proporcionaradequada leitura e redao de textos bem como uso satisfatrio da lngua em situaes comunicativas.

    Habilidades Gerais

    Analisar diferentes tipos de textos, investigando suas caractersticas lingusticas e estruturais para elaborarde modo adequado textos prprios da atuao profissional em Administrao e Cinicas Contbeis..

    Habilidades Especficas

    Elaborar diversos gneros textuais prprios da rea de formao e atuao profissional, utilizando amodalidade padro da lngua portuguesa; Usar adequadamente a lngua em situaes de interao social;

    Produzir textos coesos e coerentes; Ler criticamente diversos tipos de texto, identificando sua estrutura eideias principais e secundrias.

    Contedo Programtico

    PROGRAMA:Pgina 6

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    Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes,comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    1. Lngua, linguagem e sociedade1.1. Conceitos de lngua, linguagem e fala1.2. Funes da linguagem1.3. Variedades lingsticas

    2. Estudo do texto2.1. Fatores de textualidade

    2.2. Gneros textuais2.3. Leitura e interpretao de textos

    3. Estudo do pargrafo3.1. Estrutura e organizao3.2. Elementos de coeso e coerncia3.3. Anlise e produo de pargrafos

    4. Redao tcnica4.1. Mensagens eletrnicas4.2. Requerimento4.3. Convocao4.4. Ata

    4.5. Ofcio

    5. Recapitulao de aspectos gramaticais5.1. Ortografia5.2. Acentuao grfica5.3. Concordncia verbal e nominal5.4. Pronomes de tratamento5.5. Regncia verbal e nominal5.6. Pontuao5.7. Parnimos e homnimos

    Estratgias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula)

    Aulas expositivo-interativas. Atividades em grupo e/ou individuais. Atividades de leitura e produo textual.Apresentaes orais.

    Avaliao do Processo de Ensino e Aprendizagem

    A avaliao do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contnua, cumulativa esistemtica com o objetivo de diagnosticar a situao da aprendizagem de cada aluno, em relao programao curricular. Funes bsicas: informar sobre o domnio da aprendizagem, indicar os efeitos dametodologia utilizada, revelar conseqncias da atuao docente, informar sobre a adequabilidade decurrculos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc.

    A forma de avaliao ser da seguinte maneira:

    1 Avaliao Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): Trabalho. Este trabalho, que aborda a produo de pargrafo, a coeso e a

    coerncia, poder ser feito individualmente ou em grupo de at trs alunos e dever ser postado nacategoria Tarefas (no portal www.domalberto.edu.br, acesso restrito a aluno, na disciplina de LnguaPortuguesa) at o dia 1/10/2010.

    Em caso de trabalho realizado em grupo, somente um aluno insere otrabalho, devendo os nomes dos componentes do grupo serem indicados no trabalho, que deve serformatado em Word verso 2003.

    2 Avaliao- Peso 8,0 (oito): Prova;- Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrnicas SPE (maior nota das duas

    provas do SPE)

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    Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes,comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Avaliao Somativa

    A AFERIO DO RENDIMENTO ESCOLAR DE CADA DISCIPLINA FEITA ATRAVS DE NOTAS INTEIRAS DE ZERO A DEZ,PERMITINDO-SE A FRAO DE 5DCIMOS.O aproveitamento escolar avaliado pelo acompanhamento contnuo do aluno e dos resultados por eleobtidos nas provas, trabalhos, exerccios escolares e outros, e caso necessrio, nas provas substitutivas.Dentre os trabalhos escolares de aplicao, h pelo menos uma avaliao escrita em cada disciplina nobimestre.

    O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliaes, tais como: projetos, seminrios,pesquisas bibliogrficas e de campo, relatrios, cujos resultados podem culminar com atribuio de umanota representativa de cada avaliao bimestral.Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem mdia semestral de aprovao igual ou superior a sete(7,0) e freqncia igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) so considerados aprovados.Aps cada semestre, e nos termos do calendrio escolar, o aluno poder requerer junto Secretaria-Geral,no prazo fixado e a ttulo de recuperao, a realizao de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim desubstituir uma das mdias mensais anteriores, ou a que no tenha sido avaliado, e no qual obtiverem comomdia final de aprovao igual ou superior a cinco (5,0).

    Sistema de Acompanhamento para a Recuperao da Aprendizagem

    Sero utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantes Tira-Dvidas queso realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h30min s 18h50min, na sala de aula.

    Recursos Necessrios

    Humanos

    Professor.Fsicos

    Laboratrios, visitas tcnicas, biblioteca, etc.Materiais

    Recursos Multimdia.

    Bibliografia

    Bsica

    ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antonio. Lngua portuguesa: noes bsicas para cursossuperiores. 7. ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    AZEREDO, J os Carlos. Fundamentos de gramtica do portugus. 2.ed. Rio de J aneiro: J orge Zahar,2002.

    MEDEIROS, J oo Bosco. Redao empresarial. 4. ed. So Paulo: Atlas, 2005.

    ______. Correspondncia: tcnicas de comunicao criativa. 17. ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristvo. Prtica de texto para estudantesuniversitrios. Petrpolis:Vozes, 1992.

    ComplementarABREU, Antnio Surez. Curso de redao. So Paulo: tica, 1994.

    FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar a gramtica. So Paulo: FTD, 2004.

    MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lubia Scliar. Portugus instrumental: de acordo com as atuaisnormas da ABNT. 25. ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    GARCIA, Othon M. Comunicao em prosa moderna. Rio de J aneiro: Editora da Fundao, 2002.

    SOARES, Magda; CAMPOS, Edson. Tcnica de redao: as articulaes lingsticas de pensamento. Riode J aneiro: Ao Livro Tcnico, 1978.

    Peridicos

    Revistas:Exame, Carta Capital.

    Sites para Consulta

    http://www.gramaticaonline.com.brPgina 8

    http://www.gramaticaonline.com.br/http://www.gramaticaonline.com.br/
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    Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes,comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    http://www2.uol.com.br/linguaportuguesahttp://www.classecontabil.com.brhttp://www.fecap.br/adm_online

    Outras Informaes

    Endereo eletrnico de acesso pgina do PHL para consulta ao acervo da biblioteca:http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por

    Pgina 9

    http://www.classecontabil.com.br/http://www.fecap.br/adm_onlinehttp://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=porhttp://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=porhttp://www.fecap.br/adm_onlinehttp://www.classecontabil.com.br/
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    Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes,comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional.

    Cronograma de Atividades

    Aula Consolidao Avaliao Contedo Procedimentos Recursos

    1Proposta de trabalho e avaliao. Objetivos das aulas dePortugus. Importncia do ato de ler e escrever. Leitura eanlise de texto

    AE, VI QG, AP

    2Guia Ortogrfico, Discusso sobre inter-relaes sobre lnguae sociedade. Conceitos de lngua, linguagem e fala. Funesda linguagem

    AE, TG QG, DS, AP

    3 Variedades lingsticas. Tpicos gramaticais: parnimos,homnimos, uso dos porqus, dificuldades ortogrgicas AE, TI QG, AP, PS

    4 Estudo do texto. Fatores de textualidade. Leitura e anlise detextos. AE QG, AP, PS

    5 Estudo do pargrafo. Estrutura e organizao de pargrafos.Coeso e Coerncia textual. AE QG, AP, PS

    6 Gneros textuais: estrutura e organizao de pargrafos.Resumo e resenha.AE QG, AP, PS

    7 Tpicos gramaticais, pontuao. Trabalho de avaliao. AE, TG, TI QG. AP, PS

    1 Consolidao e Sistematizao dos Contedos da1avaliao

    AE QG, AP, PS

    1 Primeira Avaliao

    8 Anlise e correo da prova. Tpicos gramaticais:concordncia nominal e verbal, pronomes de tratamento.AE, TG, TI QG, AP, PS

    9 Estudo da redao tcnica: caractersticas e tipos de texto.Mensagens eletrnicas. AE QG, AP, PS

    10 Requerimento e convocao: produo textual AE ,LB QG, AP, PS

    11 Tpicos gramaticais: acentuao grfica, crase AE, TI QG, AP, PS

    12 Ata e Ofcio. Produo textual e interpretao textual. AE QG, AP, PS

    13 Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa. Reviso dostpicos gramaticaisAE QG, AP, PS

    2 Consolidao e sistematizao dos Contedos da 2Avaliao.

    2 Segunda Avaliao

    3 Avaliao Substitutiva

    LegendaCdigo Descrio Cdigo Descrio Cdigo Descrio

    AE Aula expositiva QG Quadro verde e giz LB Laboratrio de informticaTG Trabalho em grupo RE Retroprojetor PS Projetor de slidesTI Trabalho individual VI Videocassete AP ApostilaSE Seminrio DS Data Show OU OutrosPA Palestra FC Flipchart

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    AULA 1

    1. COMUNICAO, LEITURA E ESCRITA

    O homem, sendo um ser social por excelncia, porque vive em grupos e dotado da capacidade de refletir, tem usado suas habilidades para manter relaescom seus semelhantes, o que lhe possibilita partilhar pensamentos e emoes. Eesse partilhar, antes da evoluo do homem at o estgio homo sapiens, seestabelecia atravs de algumas modalidades de significantes, listadas por Vicentede Paulo Saraiva: pintura, escultura, msica, dana. Mas a capacidade de pensarfez o homem criar outra ferramenta de comunicao - apalavra.

    A palavra, como um dos recursos mais fecundos da comunicao, oinstrumento que o homem possui para difundir idias, expressar emoes edefender posies. Por isso, seu uso adequado tem sido amplamente defendido no

    s por profissionais ligados rea da comunicao, mas tambm por aqueles quevem no domnio da palavra um requisito essencial para obteno de sucesso nomercado de trabalho, independentemente do campo de atuao. Nessa linha deraciocnio, Joo Bosco Medeiros enfatiza:

    O sucesso empresarial tambm depende de um sistema de comunicao eficaz,tanto interna, quanto externamente. A comunicao imprecisa, ambgua einsuficiente tem gerado a runa de muitos empresrios. (MEDEIROS, 2005, p. 17)

    Diante disso, que estratgias adotar para estabelecer uma comunicao

    eficiente? Exercitar a leitura e a escrita e tornar-se um bom leitor.

    Quais so as caractersticas do bom leitor?

    Um bom leitor cria possibilidades mais amplas de integrao e ao social;

    Um bom leitor aquele que capta o explcito e o implcito, as entrelinhassubjacentes ao texto, as intenes do autor;

    aquele que constri uma leitura crtica do mundo;

    ainda aquele que aprecia a potencialidade da lngua concretizada no texto eavalia o que se diz e como as coisas so ditas;

    Um bom leitor incorpora leitura os seus conhecimentos prvios e as suasexperincias de vida para atingir o significado do texto.

    Assim, em um mesmo texto diferentes possibilidades de leitura podem surgir. Mas preciso ressaltar que uma leitura s vlida quando autorizada pelo texto efundamentada por indicadores que permitem uma ou mais interpretaes.

    Que leituras podem ser feitas a partir do seguinte texto?

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    ZERO HORA, 28 DE FEVEREIRO DE 2002.

    Enfim, o bom leitor aquele que constri significado/sentido no texto. E aatividade de leitura um exerccio que prepara o indivduo para a vida emsociedade, devendo, por isso, ser cultivada e aperfeioada. Isso porque:

    No basta, porm, ser alfabetizado para fazer da leitura um ato de crtica, queenvolve constatao, reflexo e transformao de significados. [...] A leitura

    uma atividade necessria no mundo de hoje e no deve restringir-se sfinalidades de estudo. preciso ler para se informar, para participar, paraampliar conhecimentos e alcanar uma compreenso melhor da realidadeatual. (ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p. 49)

    O domnio da leitura conduz ao domnio da escrita, prtica indispensvelno contexto atual, j que o homem escreve para dar ordens, avisar algum, receitar,registrar vivncias, pedir, etc. inicio9-10). Para esses autores, a escrita j nasceucom mil utilidades (2003, p. 9-10) e a sua inveno foi um sucesso: veio para ficare se espalhar pelo mundo, e foi uma arma poderosssima nas mos dos povos que a

    dominavam, de tal forma que, hoje, os povos que no dispem dela dependem daescrita dos outros para sobreviverem. E, mesmo dentro de pases civilizados, ocidado que no sabe escrever tambm depende dos que sabem para ficar vivo.(2003, p. 10).

    A dificuldade ou a ausncia do culto escrita pode tornar-se fator gerador deexlio, colonizao e dominao do homem na sociedade, pois, segundo Faracoe Tezza,

    O domnio da escrita to importante que, durante sculos, s se permitiaque uma pequenssima parcela da sociedade aprendesse a ler e a escrever.Escrever era uma questo de segurana social, poltica ou religiosa: spessoas de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido

    sempre sob estrito controle. (2003, p. 10) Com o passar do tempo, avigilncia foi sendo amenizada e a escrita, popularizada de tal modo que impensvel um mundo sem palavras escritas(FARACO; TEZZA, 2003, p. 9-11).

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    Para Faraco e Tezza, a escrita indispensvel porque amplifica alinguagem oral em dois aspectos: a escrita atravessa o tempo e atravessa oespao. Por romper a linha temporal, faz histria na dupla acepo do termo. Ao

    ultrapassar barreiras geogrficas, no envio de uma carta ou de um e-mail, porexemplo, a escrita possibilita a construo de uma memria de informaes a seremcompartilhadas por pessoas de/em diversos lugares. Essas duas peculiaridades daescrita, as quais so sintetizadas na noo de permanncia, asseguram que aescrita dominou o mundo (FARACO; TEZZA, 2003, p. 12)

    Se a escrita domina o mundo, o homem precisa domin-la para se revelarapto a interagir socialmente.

    Diante dessa necessidade de aprimoramento da capacidade de expressoescrita, algumas dicas so fundamentais:

    Ler atentamente bons textos, assumindo uma postura crtica;

    Ler autores da rea que pretende seguir;

    Observar a forma de escrever dos autores;

    Corrigir deficincias do aprendizado da Lngua Portuguesa;

    Dominar tcnicas de redao e recursos lingsticos bsicos;

    Produzir textos.

    importante destacar que produzir bons textos no significa produzirtextos literrios. Um texto bem elaborado aquele que atende a determinadosfins, seja no mbito artstico, seja no profissional. Por exemplo, se o objetivo doredator relatar pormenorizadamente tudo o que aconteceu numa reunioadministrativa de uma empresa, ele precisar escrever uma ata, tipo de texto que seorganiza segundo algumas normas especficas. Agora, se a inteno de um autor produzir uma histria a partir de acontecimentos do cotidiano e envolver o leitornuma narrativa literria, dever escrever uma crnica. Portanto, quando se escreveum texto, necessrio atender aos objetivos da produo textual, obedecendo a umsistema de regras ligado no s a normas lingsticas, mas tambm tipologiatextual.

    Outro elemento importante na construo de um texto a ateno aocontexto comunicativo. Quem ser o leitor do texto? Que linguagem adotar paraestabelecer comunicao com determinado leitor e para obedecer caracterstica dotexto? Ao escrever um e-mail, por exemplo, o nvel de linguagem usado quando se

    comunica com um amigo no o mesmo quando o interlocutor o chefe detrabalho.

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    A atividade de escrita, ento, pressupe conhecimento do assunto a serabordado, clareza das intenes/objetivos da produo textual, adequao modalidade da lngua e ao tipo de texto e ajuste de estrutura e expresso caracterstica do leitor/receptor. Alm disso, o processo de escrita baseado em

    noes de apresentao formal do texto, como a estrutura dissertativa - que exige adiviso do texto em, no mnimo, trs pargrafos e a estrutura da redao tcnica que possui linguagem e diagramao prprias.

    Em sntese:

    Organizar adequadamente a produo de um texto significa considerar oque se escreve, para que se escreve, como se escreve e para quem seescreve.

    ATIVIDADE DE PRODUO TEXTUAL

    1. Imagine a seguinte situao: voc auxiliar administrativo de uma empresado setor fumageiro e est trabalhando em sua sala. O telefone toca. seu pai,pedindo que voc v depressa para o hospital porque sua me sofreu um acidente.Antes de sair do local de trabalho, voc precisa deixar um aviso, informando queprecisou sair mais cedo por motivos pessoais. Como voc escreveria um aviso parao seu chefe, informando o ocorrido?

    2. Diante da situao apresentada acima, considere que voc ainda precisaavisar sua esposa. Que torpedo voc enviaria a ela, noticiando os fatos?

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    LER UM EXERCCIO. UM CONVITE LEITURA:

    Nadando em letras

    Estes dias, enquanto conversava com amigos, o assunto literatura veio tona. Decepcionei-me ao saber que muitos detestavam ler e espantei-me com arazo: ler seria, na opinio deles, complicado, difcil. Sei l, isso ficou l num cantoempoeirado da minha mente, at que reapareceu, e na hora certa; na hora em quenadava. Curioso, mas os atos de ler e de nadar tm muito mais comum do queaparentemente se pensa. Ler, assim como nadar, so atividades para as quaisdevemos treinar, aprender.

    Algo gradual; no se comea nadando em uma piscina de 50 metros, assimcomo no se aprende a ler com um livro de Eco, mas com treino chegamos l.

    No princpio, mesmo uma piscina curta um desafio. A borda oposta pareceto distante; uma eternidade marcada por lentas braadas nos separa dela. Derepente a gente vai e volta, as braadas ficam rpidas e fortes; procuramos umapiscina grande. Um dia aprendemos que, ao chegar perto da borda, basta dar umameia cambalhota, impulsionar com os ps e da nadar ainda mais rpido. Depois davelocidade, vem o gosto pela distncia, este junto com as temidas cibras maistreino. Dois, trs quilmetros so (quase) brincadeira. Prximo desafio: gua aberta efria, rio, correnteza; desafio! O melhor de tudo que a qualquer momento podemoslembrar dos estgios anteriores, isto , ter conscincia de que melhoramos de fato.

    Ler similar. Quando comeamos, qualquer textinho um desafio. O pontofinal no chega nunca, nos perdemos ao mudar de linha; nossa prpria leitura mentalno consegue encontrar a entonao certa. Enfim, um calvrio de letrinhas.

    Quando os textos ficam curtos, pulamos para livretos e aos poucos desenvolvemosconscincia do contedo que expem, assim como na piscina quando aprendemosseus truques; em resumo, adquirimos experincia, a qual vital para ir adiante.Ento pulamos para livros complicados, grandes, clssicos de autores famosos ouno.

    Eles do um n na gente e no raro que tenhamos que ler determinadaspartes duas vezes, ou retornar alguns captulos para compreender o contexto. So ascibras gramaticais, digamos assim mais treino.

    O que vem depois: outras lnguas, outros autores, mais desafios .... quemsabe at mesmo escrever? E assim como a natao, o nostlgico olhar para trs gratificante e neste caso, culturalmente impagvel.

    Pessoalmente, leio muito. Sou do time do Lus Fernando Verssimo: se notenho nada para ler, corro para a torneira do banheiro para ler quente/fria. Talvezpor isso repudie aquela imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seuspesados culos, pele plida, caracterstica apatia, chatice e averso a convviopessoal e afins. Ela apenas intimida aqueles que lem, nutre um preconceito, queassim como a maioria, detestvel e infundado. E chegou aquela hora de passar amensagem final e se tenho uma, ela : leiam! Ler mentalmente saudvel; nadar (oupraticar qualquer forma de esporte) fisicamente saudvel e como o ditado latinoprescreve, mens sana incorpore sano, isto , mente s em corpo so.

    Rafael Accorsi/Universidade de Freiburg, Alemanha(Gazeta do Sul, 7 ago. 2002)

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    1. A exemplo dos amigos do autor do texto, que detestavam ler, apresenteoutras razes possveis para tanta resistncia leitura.

    2. Na viso do autor do texto, a leitura tambm complicada e difcil? Explique.

    3. Considere a seguinte afirmao: Ler, assim como nadar, so atividades paraas quais devemos treinar, aprender. Segundo o texto, como se desenvolve oprocesso de leitura?

    4. Que estratgia lingstica o autor utiliza para explicar como se desencadeiamos estgios de leitura?

    5. A partir da leitura do texto, explique o que so calvrio de letrinhas ecibras gramaticais.

    6. O autor se ope a uma viso tradicional de leitor, definida como aquelaimagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus pesados culos, pele plida,caracterstica apatia, chatice e averso a convvio pessoal e afins. Qual a razodessa oposio?

    7. A referncia a Lus Fernando Verssimo no casual. Por que Rafael Accorsio citou?

    8. No final do texto, o autor prope uma reflexo-sntese construda pelaanalogia entre nadar e ler e pela citao de um provrbio latino. Explique, com suaspalavras, essa reflexo.

    DOMNIO DA LNGUA PORTUGUESA E MERCADO DE TRABALHO

    A Lngua Portuguesa e o Mercado de TrabalhoVanessa Loureiro Correa*

    O programa de televiso "O Aprendiz 3", transmitido pelo canal fechado Peopleand Arts e retransmitido pela TV Pampa, mostra a luta de doze candidatos poruma vaga na empresa de Roberto Justus, ncora do programa. Esse emprego em Nova York e o salrio em torno de U$ 250.000 anuais, alm de todos osconfortos, ou seja, carro, apartamento, alimentao e outras vantagens. Para

    serem merecedores da vaga, os candidatos precisam mostrar liderana,

    criatividade, conhecimento tcnico e, tambm, domnio da lngua materna e deuma lngua estrangeira.

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    Vrios estudiosos da lngua portuguesa escreveram sobre a importncia de sesaber mais de um nvel de linguagem para a conquista da vaga. Justus no

    perdoou os competidores que, em algum momento, usaram termos ou aspectosgramaticais inadequados. Foi incisivo e falou, por alguns minutos, sobre a

    importncia das lnguas nas empresas. Provou que um excelente executivo nopode contar somente com o conhecimento da secretria para que a comunicaoocorra. O prprio Roberto demonstrou, em todos os programas, um alto nvel de

    domnio das lnguas portuguesa e inglesa.

    Muitos podem estar pensando que isso s ocorreu no programa porque oemprego era bom. Porm, revistas especializadas como Voc S/A informam que,atualmente, o domnio lingstico est sendo usado como fator de seleo, tendoem vista o bom currculo dos candidatos. H empresas que pedem a conjugaode um verbo, outras fazem "ditado" de palavras portuguesas e inglesas, mas agrande maioria pede mesmo a elaborao de uma redao. Sem sombra de

    dvida que a escritura de um texto , de fato, a melhor maneira de se avaliar ocandidato. Alm dos aspectos gramaticais, pode-se verificar se ele sabe coeso,coerncia, partes textuais e outros elementos que constituem uma produo

    textual.

    Sendo assim, torna-se evidente que a insero no mercado de trabalho nodepende mais de um domnio somente tcnico. Aqueles que ainda tm

    problemas com a lngua materna tero de correr atrs do prejuzo se quiseremencontrar colocao. Ainda que se possa usar o nvel coloquial com os amigos e

    em situaes informais, tem-se que dominar o culto para apresentar umdiferencial. No tem escapatria, a mensagem clara: mos obra!

    * Mestre em Lingstica Aplicada pela PUCRS, professora do Curso de Letras da ULBRA e tutora deLngua Portuguesa no ULBRA EAD. Coordenadora das Licenciaturas do ISEE.

    Texto disponvel em:http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htmAcesso em: 16 ago. 2008.

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    http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htmhttp://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htmhttp://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htmhttp://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htm
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    AULA 02

    2. LNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE

    2.1. CONCEITOS DE LINGUAGEM, LNGUA E FALA

    A comunicao em nossa sociedade pode ser realizada de diversas formas:atravs da palavra, do corpo, do gesto, da imagem, do som. Essas formas decomunicao so linguagens que se valem de diversos recursos para produzirsignificados. A linguagem um processo comunicativo pelo qual as pessoasinteragem entre si. Alm da linguagem verbal, cuja unidade bsica a palavra(falada ou escrita), existem tambm as linguagens no verbais. H ainda linguagensmistas, que intercalam a verbal com a no verbal. Veja os exemplos:

    Linguagem Verbal Texto opinativo (editorial), poema, ata, ofcio, requerimentoLinguagem noverbal

    Msica, dana, pintura, fotografia, escultura

    Linguagem mista(verbal e noverbal)

    Notcia de jornal (texto escrito e imagem, fotografia), sites daInternet, histria em quadrinhos, cinema, teatro, novela

    Segundo Dileta Martins e Lbia Zilberknop (2003), no mundo moderno ohomem no vive sem a comunicao, que uma fora de extraordinria vitalidadena observao das relaes humanas e no comportamento individual [...] Provado

    est que a comunicao um processo social e, sem ela, a sociedade no existiria(2003, p. 23). Como processo indispensvel sobrevivncia do homem nasociedade, preciso ter domnio da comunicao e esta se estabelece atravs dediversos recursos, como a palavra, os gestos, os movimentos, os smbolos, osilncio, etc. Mas de todos esses recursos, a palavra o instrumento que tem sidopreferido pelo ser humano para expressar seu pensamento, interagir com o outro ese fazer compreender.

    O uso da palavra como instrumento de comunicao regido por um cdigoespecfico, que dominado por um grupo de pessoas ou por toda uma comunidadee que possibilita a troca e a construo de mensagens. Esse cdigo a lngua.

    O que lngua?

    Lngua um cdigo que possibilita a comunicao. um sistema de signos,combinaes e de sons, de carter abstrato, utilizado na fala. (MEDEIROS,2005, p. 28)

    A lngua portuguesa o cdigo quebrasileiros usam nas diversas situaes decomunicao e interao social. Por isso, quantomaior for o domnio da lngua portuguesa, maioressero as possibilidades de obter uma

    comunicao eficiente. Dominar de formacompetente uma lngua no significa somenteconhecer o seu vocabulrio; necessrio dominar

    A lngua portuguesa, assim comooutras lnguas neolatinas, originou-se do latim vulgar. Durante aexpanso martima, no sculo XV,foi levada pelos portugueses aoutros continentes. Hoje falada por

    200 milhes de pessoas. Habitantesde Portugal, Moambique, Angola,Cabo Verde, Macau, So Tom ePrncipe, Guin-Bissau falam alngua portuguesa.

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    as suas leis combinatrias, isto , fazer umacombinao de palavras que propicie sentido.

    O falante de lngua portuguesa pode conhecer o sentido das palavras, mas seno respeitar as leis de combinao das palavras, no produzir significado, sentido.

    Como cdigo que possibilita a comunicao na sociedade, a lngua assumeum carter social, pois o indivduo sempre recorre ao mundo dos signos lingsticospara formular suas mensagens. Dino Pretti (1984) sintetiza a relao entre lngua esociedade:

    Nas grandes civilizaes, a lngua o suporte de uma dinmica social, quecompreende no s as relaes dirias entre os membros da comunidade,como tambm uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dosmeios de comunicao de massa at a vida cultural, cientfica e literria.(PRETTI, 1984, p. 53)

    preciso destacar que a lngua pertence a toda uma comunidade, evolui etransforma-se historicamente. Quando se fala em lngua, deve-se abandonar abusca da homogeneidade e da instabilidade. A lngua mutvel. Como exemplodessas mudanas, pode-se observar o vocabulrio: algumas palavras perdem ouganham fonemas (sons); outras deixam de ser utilizadas; outras palavras socriadas de acordo com as necessidades das pessoas o caso dos neologismos edos emprstimos de outras lnguas com as quais uma comunidade tem contato.

    Como podemos observar a flexibilidade e as mudanas da lngua? Vejamos ostextos:

    Texto 1:Em nossa ltima conversa, dizia-me o grande amigo que no esperava viver

    muito tempo, por seu um cardisplicente._ O qu?_ Cardisplicente. Aquele que desdenha do prprio corao.Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionrio._ Cardisplicente no existe, voc inventou - triunfei._ Mas se eu inventei, como que no existe? espantou-se o meu amigo.Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-

    amadas. Homens de bom corao no deveriam ser cardisplicentes.

    Questo: Mas se eu inventei, como que no existe?Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a lngua, para ele, eraum cdigo aberto,

    (a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular.(b) A ser enriquecido pela criao de grias.(c) Pronto para incorporar estrangeirismos.(d) Que se amplia graas traduo de termos cientficos.(e) A ser enriquecido com contribuies pessoais.

    Texto 2:Explicao moderna para uma pergunta antiga

    _ Pai, como que eu nasci?_ Boa pergunta, filho. Muito bem, tnhamos mesmo que ter essa conversa um

    dia. O que aconteceu foi o seguinte: eu e sua me nos conhecemos aps nos

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    encontrarmos num Chat desses da net, que existem para se conversar. O papaimarcou uma interface com a mame num cybercaf e acabamos plugados. A seguir,a mame fez uns downloads nojoy-stickdo papai e quando estava tudo pronto paraa transferncia de arquivo, descobrimos que no havia qualquer tipo de firewall

    conosco. Como era tarde demais par dar o ESC, papai acabou fazendo o uploaddequalquer jeito com a mame e, nove meses depois, voc apareceu. Entendeu?(Gazeta do Sul, Gazeta Mix, 02 mar. 2006, p.6)

    De que forma o pai explicou o nascimento do filho?

    A lngua um cdigo aceito por conveno. Por isso, um indivduo,isoladamente, no consegue modific-la. As transformaes da lngua soocasionadas por alteraes lingsticas surgidas em comunidades ou grupos sociais.

    Alm disso, a lngua usada tanto na escrita quanto na fala. A fala,segundo Medeiros, regida pelo uso consensual que os falantes fazem dos

    elementos do sistema (2005, p. 28). Alm disso, a fala um ato intencional eindividual, de vontade e de inteligncia. Tanto a fala quanto a escrita so usosindividuais da lngua (CEREJA; MAGALHES, 2005, p. 21), pois os indivduos nofalam e escrevem da mesma forma.

    Como enfatiza Medeiros (2005), a lngua escrita e a lngua faladaapresentam diferenas de forma, gramaticalidade e recursos expressivos:

    Estabelece-se diferena fundamental entre lngua falada e lngua escrita. Aprimeira livre, desativada de componentes situacionais; a segunda presas regras da gramtica e ao padro considerado culto. Uma criativa,espontnea; outra cuidada, elaborada. Ainda que a lngua seja a mesma, a

    expresso escrita difere muito da oral, podendo-se facilmente comprovar queningum fala como escreve, ou vice-versa. (2005, p. 29).

    O autor tambm ensina que na lngua falada h mais contato entre osfalantes, enquanto na escrita h mais distanciamento, pois o contato entre quemescreve e quem l indireto (2005, p. 29). Nesse sentido, o autor afirma que alngua falada concreta, no apresenta grande preocupao gramatical, temvocabulrio reduzido e constantemente renovado e pode contar com outros recursosextralingsticos, como os gestos, as expresses faciais, a postura. A lngua escrita,ao contrrio, abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforo paraelaborao e obedincia s regras gramaticais. Seu vocabulrio deve ser preciso e

    apurado.

    DIFERENAS ENTRE LNGUA FALADA E LNGUA ESCRITA

    LNGUA FALADA LNGUA ESCRITA

    Vocabulrio restrito e repeties de palavras Vocabulrio amplo e variado

    Emprego de grias e neologismos Emprego de termos tcnicos

    Uso de onomatopias Uso de vocabulrios eruditos e abstratos

    Emprego restrito de certos tempos verbais Emprego do mais-que-perfeito, subjuntivo,futuro do pretrito

    Ausncia de rigor na colocao pronominal Rigor na colocao pronominal

    Supresso de pronomes relativos, como cujo Emprego de pronomes relativosSubjetividade e uso de expresses emotivas Objetividade e ausncia de expresses

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    emotivas

    Frases feitas, clichs, chaves, provrbios Uso criativo de frases

    Sintaxe simples Sintaxe elaborada

    Frases inacabadas Frases construdas com rigor gramatical

    Formas contradas e omisso de palavras nointerior das frases

    Clareza na redao, sem omisses eambigidades

    Predomnio de oraes coordenativas Uso de oraes coordenadas e subordinadasQuadro adaptado de Medeiros (2005)

    Medeiros ainda observa que tanto a lngua falada/oral quanto a lngua escritaapresentam nveis ou registros:

    Em situaes formais, a expresso se d coma utilizao de uma lngua maisgramatical, com pronncia cuidada. Em situaes menos tensas, como a domeio familiar, a lngua adquire caractersticas de informalidade, e aspreocupaes com a clareza e a correo tornam-se menos rigorosas.(MEDEIROS, 2005, p. 29-30).

    Exerccios:

    1) Coloque V (verdadeiro) e F (falso) nas alternativas a seguir:( ) A lngua, como elemento de comunicao, sofre mudanas, que variam notempo e no espao. Por isso, o modo como falamos e escrevemos hoje no omesmo de pocas anteriores.( ) Enquanto a lngua falada necessita de nexos entre frases, a escrita dispensaesses elementos, pois sua comunicao dispe de outros recursos (como a riquezavocabular) que auxiliam a comunicao.( ) A gria um elemento de criatividade e expressividade usada na lngua e admitida na fala.( ) Na lngua falada, comum o uso de perodos subordinados, que so maislongos e demonstram mais cuidado na elaborao lingstica.( ) A lngua falada mais espontnea, usa clichs, frases feitas, que, na lnguaescrita, so evitados.

    2) Leia o dilogo estabelecido entre dois jovens, Viviane e Juliana, no telefone arespeito de um trabalho em grupo para a faculdade.

    _ Oi, Ju, c acabou o trabalho?_ J detonei, Vi! S que no deu para passar na facu! O Giba ficou pegando nomeu p pra arrumar uns lances nuns grficos._ Ah! Falei que ia dar zica. Mas c t ligada que tem que escrever uma carta prasecretaria para entrega fora do prazo, n?_ Desencana. O Giba disse que ia resolver essa parada..._ Ah, ento beleza! D um toque pro Marquinho, fal? Bejo!

    a) Que expresses, palavras demonstram a oralidade da lngua?b) Em que contextos comunicativos a lngua falada deve se manter mais formal

    ou se apresentar de forma espontnea, como acontece no dilogo entre osuniversitrios do texto acima?

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    No uso da lngua, o locutor deve ajustar sua fala e/ou escrita ao contextocomunicativo e especialmente ao interlocutor, j que a lngua oferece umamultiplicidade de possibilidades de uso. Medeiros explica como o locutor/redatordeve proceder ao elaborar seu texto, considerando o interlocutor:

    Assim, o redator empresarial utiliza uma variante mais elaborada da LnguaPortuguesa se o texto que escreve se destina a pessoas de grau elevado deinstruo; se se dirige a um pblico de grau de escolarizao reduzido, devefazer uso de uma variante mais adequada a esse nvel. (MEDEIROS, 2005, p.30)

    Outro ponto a destacar que a lngua falada e a lngua escrita so formasdiferentes de comunicao. Nenhuma melhor ou pior do que a outra. Cada umadelas apropriada a uma determinada forma de comunicao.

    Apesar de reconhecer as diferenas de nveis da lngua oral e da lngua

    escrita, Medeiros categrico ao afirmar que imprescindvel o domnio da lnguaescrita na sociedade atual:

    Note-se que, no entanto, a falta de domnio da lngua escrita estigmatizante eque no atual momento crescente a importncia da lngua escrita como meiode informao cientfica e tecnolgica. (MEDEIROS, 2005, p. 30)

    2.2. INTENO COMUNICATIVA E FUNES DA LINGUAGEM

    Toda vez que se estabelece uma interao entre as pessoas ocorre umasituao comunicativa. Todo o ato de comunicao verbal envolve sempre seiscomponentes bsicos, descritos nos anos 1960 pelo formalista russo RomanJakobson:

    # o locutor(aquele que diz algo a algum)# o interlocutor(aquele com quem o locutor se comunica)# a mensagem (o texto, isto , o que foi transmitido entre os falantes)# o cdigo (a lngua portuguesa)# o canal (a lngua oral, ou seja, o meio fsico que conduz a mensagem at ointerlocutor)

    # o referente (o assunto da mensagem)

    Esses elementos podem ser esquematizados:

    ReferenteMensagem

    Locutor ....................................................................................InterlocutorCanal

    Cdigo

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    Quando as pessoas interagem por meio da linguagem, h sempre umainteno, explcita ou implcita, de modificar o pensamento ou o comportamento dointerlocutor. No existe texto neutro. No h fala ou escrita vazia de sentido.Assim, possvel dizer que toda situao comunicativa pautada em uma inteno

    comunicativa. E o sucesso das interaes verbais, seja na condio do locutor, sejana do interlocutor, depende da capacidade de o falante lidar com a intencionalidade,pois, por meio dela, possvel impressionar, ordenar, ofender, persuadir, informar,pedir, implorar, solicitar, etc.

    Dependendo da inteno comunicativa do falante, ele organizar a linguagemembora a maioria das pessoas acredite que o uso da linguagem se d de modoautomtico. Segundo Cereja e Magalhes, por isso que raramente se percebeque o modo como se organiza a linguagem est diretamente ligado funo que sedeseja dar a ela, isto , inteno do locutor. (2005, p. 33)

    A linguagem desempenha sempre uma funo na comunicao de acordocom a nfase que o falante queira dar a um dos componentes do ato comunicativo.

    Nas palavras de Medeiros, A linguagem estrutura-se em funo do fator decomunicao (referente, emissor, receptor, canal, mensagem, cdigo) a que seinclina (2005, p. 41). Dependendo do objetivo da comunicao, o locutor recorrer adeterminados elementos da linguagem.

    Funo pode ser entendida como serventia. Assim a linguagem serve paracomunicar, para exprimir emoes, para levar o receptor a uma ao, paraagradar, embelezar, para esclarecer algo da prpria linguagem ou,simplesmente, para manter viva a comunicao. (MEDEIROS, 2005, p. 41)

    Assim como so seis os componentes da comunicao, so tambm seis asfunes da linguagem: emotiva, conativa, referencial, metalingstica, ftica epotica.

    Funo referencial

    Fundamento de toda comunicao; sua principalpreocupao estabelecer relao entre amensagem e o objeto a que se refere. Por isso,denota, referencia, informa. uma funo queprocura essencialmente dar linguagem qualidadesde objetividade, verificabilidade, evitandoambigidades e confuses entre a mensagem e a

    realidade codificada. [...] utilizada para produzirtextos impessoais, objetivos. (MEDEIROS, 2005, p.41)

    Funo emotiva

    Estabelece relao entre a mensagem e o emissor.Quando utiliza essa funo, o redator, emboratambm exponha idias sobre o referente (funoreferencial), tem em vista, principalmente, exteriorizaremoes, apresentar sua atitude em relao aoobjeto, que poder ser bom, ruim, belo, feio,agradvel, desagradvel. No h preocupao com o

    referente nem com o receptor, mas com asafirmaes do eu. (MEDEIROS, 2005, p. 41-42)

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    Funo conativa

    a funo que est centrada no destinatrio; temcomo objetivo influenciar-lhe o comportamento;estabelece relao entre a mensagem e o receptor,uma vez que toda comunicao objetiva obter do

    receptor uma reao. (MEDEIROS, 2005, p. 42)

    Funo potica

    Funo da linguagem que consiste na atualizaodas potencialidades estruturais da lngua. Estabelecerelao da mensagem consigo mesma. Ascaractersticas fsicas do signo (som e visualizao)so valorizadas; o sentido que da advm no previsto em uma mensagem convencional, utilizadanas relaes dirias. (MEDEIROS, 2005, p. 42)

    Funo ftica

    O objetivo da funo ftica estabelecercomunicao, controlar sua eficcia, prender a

    ateno do receptor, ou cortar a comunicao. Estcentrada no contato fsico ou psicolgico. Apenasaproxima receptor e emissor. (MEDEIROS, 2005, p.44)

    Funo metalingstica

    Essa funo est centrada no cdigo, isto , seuobjeto a prpria linguagem e seu objetivo definir osentido dos signos que dificultam a compreenso doreceptor. Serve para dar explicaes ou precisar ocdigo utilizado pelo emissor. (MEDEIROS, 2005, p.45)

    IMPORTANTE:As funes da linguagem no existem isoladas em cada texto. Embora uma delasacabe predominando, elas convivem, mesclam-se, entrecruzam-se o tempo todo,obtendo-se de suas combinaes os mais diferentes efeitos.

    EXERCCIOS

    1) Identifique qual funo da linguagem predomina nos fragmentos:

    a) Oh! Que saudades que tenho

    Da aurora da minha vida,Da minha infncia queridaQue os anos no trazem mais! (Casimiro de Abreu)

    b) Apesar de todas as oportunidades oferecidas pela organizao, o funcionrio nodemonstrou crescimento, pois continua desempenhando suas atividades de modoinadequado, alm de desperdiar tempo, o que dificulta o alcance das metas.Portanto, senhor, tenho convico de que, para o sucesso de nossa empresa, necessrio diminuir a carga horria dele e substitu-lo aos poucos por outroprofissional, cujo perfil se aproxima das nossas expectativas.

    c) Pessoal! A OAB acaba de divulgar a lista dos candidatos aprovados no exame.Consegui! Fui aprovada!

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    d) Aos dezesseis dias do ms de maro do ano de dois mil e seis, s dezenovehoras, na sala de reunies da empresa Fontoura SA, situada na Rua Silva Jardim,82, Porto Alegre, reuniram-se o diretor geral, Adonildo da Silva, o coordenadoradministrativo e financeiro, Felipe Ferreira, e a secretria administrativa, Caroline

    dos Santos, para discutir as novas metas da organizao. O diretor destacou que aprincipal meta da empresa para o ano seguinte o aumento nas vendas de produtosalimentcios, principal foco da organizao.

    e)Al! Como vai? Voc est me ouvindo?

    f) VejaNo diga que a cano est perdidaTenha f em Deus, tenha f na vidaTente outra vez

    BebaPois a gua viva ainda est na fonteVoc tem dois ps para cruzar a ponteNada acabou, no, no (Raul Seixas)

    g) Estrangeirismo a utilizao na lngua oral ou na escrita de palavra ou expressode lngua estrangeira. Shopping center um exemplo.

    2) A maioria dos textos de jornais e revistas especializadas na rea deAdministrao so construdos seguindo uma funo da linguagem. Leia umaparte de um artigo sobre a histria da Administrao no Brasil para responders questes: Qual funo da linguagem dominante no texto? Por que talfuno predomina nesse tipo de produo textual?

    O incio da valorizao da cincia da Administrao no Brasil est relacionado auma necessidade de aprimoramento da Administrao Pblica Federal para aadoo de mudanas e reformas sociais que permitissem alavancar odesenvolvimento do pas. Transformaes, idealizadas durante a gesto dopresidente Getlio Vargas, que a burocracia existente at ento no era capaz deprocessar pelo seu despreparo tcnico-profissional. Foi na Era Vargas, nas dcadasde 30 e 40, que a Administrao comeou a ganhar espao, importncia e statuscomo atividade profissional e campo de ensino, pesquisa e documentao. A criao

    da Lei 4.769, em 1965, que regulamentou a profisso, foi o resultado de umprocesso de amadurecimento dos primeiros administradores brasileiros, queperceberam a incapacidade de evoluir sem a proteo legal de seus direitos e dadefinio clara das atividades privativas do Administrador. At 1930, o ensino daAdministrao Pblica era sempre agregado aos cursos de Comrcio, Direito,Cincias Sociais ou Engenharia. Mas nessa poca que comeam a chegar no pasas idias de Frederick M. Taylor e Henry Fayol sobre a ento chamadaAdministrao Cientfica. Com o objetivo de preparar a mquina do Poder Executivopara as metas e propsitos da Revoluo de 30, tornando-as duradouras eeficientes, o regime de Vargas trouxe consigo o fortalecimento de uma nova rea deestudos que, por conseqncia, terminou resultando em uma nova profisso:

    Tcnico de Administrao. Embora o termo hoje nos remeta a uma qualificao denvel mdio, na poca referia-se aos postos mximos do servio pblico, aos expertsem Administrao. (Revista Brasileira de Administrao, n 50, set. 2005)

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    3. Na internet e nas bibliotecas, h um grande acervo de textos que do dicasde como o contabilista deve se comportar para obter sucesso profissional.Leia um texto, extrado do site

    http://www.multiempresa.com.br/_etiqueta001.htm, em 2 de agosto de 2006.

    ETIQUETA EMPRESARIAL

    Saiba como fazer do marketing pessoal uma estratgia dentro e fora do mundodos negcios

    Todo mundo quer aparecer na mdia. Andy Warhol j dizia que todos tm os seus 15

    minutos de fama; alguns querem mais.Um bom marketing pessoal faz milagres. Mas deve ser sutil, discreto, inteligente.No pense que um armrio cheio de marcas de grife far de voc o "bam-bam-bam"do qual todos querem informaes. Roupa no tudo. Voc precisa ter o que falar.A exposio excessiva aos holofotes da imprensa pode ser desastrosa.

    Abaixo, damos algumas dicas para quem quer levar sua imagem at a imprensa:

    Marketing de sucesso

    - Fale na mdia, de preferncia sobre a sua rea de atuao profissional;- No use chaves;- Participe de entidades de classe;- Se for capaz, publique livros e artigos;- Freqente cursos de ps-graduao;- Mantenha a mdia informada sobre os seus projetos empresariais e pessoaisrelevantes;- Procure um caminho original quando seus conhecimentos forem requisitados;- Conserve amizades dos tempos de colgio e universidade;- No se deixe picar pela mosca da vaidade;- Mantenha a vida pessoal fora das pautas dos jornalistas.

    Caso voc queira um trabalho mais profissional, contrate uma assessoria deimprensa. O trabalho do marketing eficiente envolve um conjunto de aes decomunicao que procura ordenar a apario do cliente na imprensa em ocasiespontuais. E, para isso, nada melhor que um jornalista para mostrar o caminho daspedras.

    a) Qual a inteno do autor ao produzir esse texto?

    b) Que funo da linguagem predomina no texto? Que marcas lingsticaspodem justificar sua resposta?

    c) De todas as dicas apontadas para obter sucesso na rea da Contabilidade,qual a mais importante no seu ponto de vista? Por qu?

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    AULA 03

    LINGUAGEM, FUNES DA LINGUAGEM E LEITURA

    A identificao das funes da linguagem um exerccio para ampliar acompetncia de leitura, que depende no s do reconhecimento das inter-relaesdas linguagens, mas tambm da capacidade de apontar a inteno de um texto e deconsiderar dos gneros textuais

    EXERCCIOS1. (ENADE-2005)

    (Laerte. O condomnio)

    (Laerte. O condomnio)(Disponvel em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-condomnio.html)

    As duas charges de Laerte so crticas a dois problemas atuais da sociedadebrasileira, que podem ser identificados pela crise(A) na sade e na segurana pblica.(B) na assistncia social e na habitao.(C) na educao bsica e na comunicao.(D) na previdncia social e pelo desemprego.(E) nos hospitais e pelas epidemias urbanas.

    2. (ENADE-2005) Leia e relacione os textos a seguir.O Governo Federal deve promover a incluso digital, pois a falta de acesso stecnologias digitais acaba por excluir socialmente o cidado, em especial a

    juventude.(Projeto Casa Brasil de incluso digital comea em 2004.

    In: MAZZA, Mariana. JB online.)

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    Comparando a proposta acima com a charge, pode-se concluir que

    (A) o conhecimento da tecnologia digital est democratizado no Brasil.(B) a preocupao social preparar quadros para o domnio da informtica.(C) o apelo incluso digital atrai os jovens para o universo da computao.(D) o acesso tecnologia digital est perdido para as comunidades carentes.(E) a dificuldade de acesso ao mundo digital torna o cidado um excludo social.

    VARIAES LINGSTICAS

    Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristvo Tezza (1992), a lngua umimenso conjunto de variedades (1992, p. 11). As diferenas perceptveis no uso de

    uma lngua caracterizam as diferenas lingsticas, que so decorrentes de distintosfatores. Mauro Ferreira (2003) explica que j na Antigidade Clssica, Horcio,grande poeta e intelectual latino, indicava a possibilidade de os usurios de umadeterminada lngua usarem-na de forma diferente embora todos tenhamconhecimento das estruturas gerais de funcionamento desse cdigo:

    Huma grande diferenase fala um deus ou um heri;se um velho amadurecidoou um jovem impetuoso na flor da idade;se uma matrona autoritria

    ou uma ama dedicada;se um mercador erranteou um lavradorde pequeno campo frtil [...]

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    (Horcio,Arte potica)

    O fragmento de um poema de Horcio explicita a idia de que, dentro de ummesmo idioma, a estrutura da lngua possa sofrer variao devido a uma srie defatores, como a idade do falante, o grupo social a que pertence, a relao entre ele e

    o ouvinte, etc. Algumas dessas variaes so facilmente perceptveis, outras somais sutis. Tais variaes so chamadas variaes lingsticas.

    As variaes lingsticas so causadas por trs fatores principais: o tempohistrico, o ambiente geogrfico e o grupo sociocultural.

    VARIAO HISTRICAComo a lngua no esttica nem imutvel, com o passar do tempo natural

    ocorrer mudana na forma de falar, na grafia de palavras e no significado dosvocbulos. Essas transformaes surgidas ao longo do tempo recebem o nome devariaes histricas.

    Veja como Carlos Drummond de Andrade comenta a variao histrica de

    uma lngua:Antigamente

    Antigamente, as moas chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Nofaziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo no sendo rapages, faziam-lhes p-de-alferes, arrastando asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tbua, oremdio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...] Os mais jovens, esses iam aoanimatgrafo, e mais tarde ao cinematgrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar deaeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa onze varas, e at calas pardas; no admira quedessem com os burros ngua.

    [...] Embora sem saber da missa a metade, os presunosos queriam ensinar padre-nosso ao vigrio, ecom isso punham a mo em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia

    de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho eraartioso. Verdade seja que s vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido,atrs da igreja. As meninas, no: verdadeiros cromos, umas tetias.

    [...] Antigamente, os sobrados tinham assombraes, os meninos lombrigas, asthma os gatos, oshomens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma [...] no havia fotgrafos, mas retratistas, e os cristosno morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto , outrora.

    Carlos Drummond de Andrade

    VARIAO GEOGRFICA

    Observe os versos:E o corao vazio voa vadio

    Como umapipa no ar.(Boca Livre, CD Songboca, 1994)

    O cu povoado de inquietaspandorgas. Outros meninoserguem-nas, o dia inteiro.

    (Osman Lins)

    Conforme explica Ferreira (2003), os termos pipaepandorgaso variaesde nome de um brinquedo, o qual tambm ser chamado de papagaio, tapioca,maranho, arraia ou quadrado, dependendo da regio do falante. Nesses casos emque num determinado lugar o objeto recebe um nome e em outro lugar esse mesmoobjeto conhecido por outra expresso tem-se um exemplo de variao geogrficano vocabulrio: o nome do brinquedo muda de lugar para lugar, de regio pararegio (2003, p. 77).

    Ferreira ainda destaca que Alm de estar presente no vocabulrio, avariao geogrfica pode ser constatada tambm em certas estruturas de frases eprincipalmente na pronncia. A pronncia caracterstica dos falantes de uma regio

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    comumente chamada de sotaque: sotaque nordestino, sotaque mineiro, sotaquegacho, etc. (2003, p. 77)

    VARIAO SOCIOCULTURAL

    A variao sociocultural, segundo Ferreira (2003), no difcil de serconstatada. O autor explica essa variao da seguinte forma:

    Suponha, por exemplo, que algum diga a seguinte frase:

    T na cara que eles no teve peito de encar os ladro. [Frase 1]

    Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracteriz-la,por exemplo, pela profisso: um advogado? um trabalhador braal da construocivil? Um mdico? Um garimpeiro? Um reprter de televiso?

    E quem usaria a frase a seguir?

    Obviamente faltou-Ihes coragem para enfrentar os ladres. [Frase 2]

    Sem dvida, associamos frase 1 os falantes de grupos sociaiseconomicamente mais pobres. Pessoas que, muitas vezes, no freqentaram aescola, ou, quando muito, fizeram-no em condies no-adequadas.

    J a frase 2 mais comum aos falantes que tiveram possibilidadessocioeconmicas melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro coma escola, com a leitura, com pessoas de um nvel cultural mais elevado e, dessaforma, "aperfeioaram" seu modo de utilizao da lngua.

    Para Ferreira (2003), a comparao entre as duas frases permite concluir,portanto, que as condies sociais influem no modo de falar dos indivduos,gerando, assim, certas variaes na maneira de usar uma mesma lngua (p. 78).Essas variaes recebem o nome de variaes socioculturais. nesse tipo devariaes que esto includos os estrangeirismos e as grias.

    EXERCCIOS

    1. Leia este relato de um professor portugus que, em 1960, mudou-se de seu pase veio morar no Brasil:

    Vim em 1960 e fui dar aula no Colgio Salesiano de Recife. Logo na primeirasemana, fui chamado pela direo: um pai se queixara de que eu ofendera sua filha. que eu dissera cale-se, rapariga, sem saber que, no Nordeste, rapariga significaprostituta.a) Com que significado o professor pretendeu utilizar a palavra rapariga, ao falarcom a aluna?b) Que tipo de variao lingstica gerou o problema? J ustifique.

    2. (ENADE)Samba do ApproachVenha provar meu brunch

    Saiba que eu tenho approachNa hora do lunchEu ando de ferryboat

    Eu tenho savoir-faireMeu temperamento light

    Minha casa hi-techToda hora rola um insightJ fui f do J ethro Tull

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    Hoje me amarro no SlashMinha vida agora coolMeu passado que foi trashFica ligada no link

    Que eu vou confessar, my loveDepois do dcimo drinkS um bom e velho engovEu tirei o meu green cardE fui pra Miami BeachPosso no ser pop star

    Mas j sou um nouveau richeEu tenho sex-appealSaca s meu backgroundVeloz como Damon Hill

    Tenaz como FittipaldiNo dispenso um happy endQuero jogar no dream teamDe dia um macho manE de noite uma drag queen.(Zeca Baleiro)

    I - (...) Assim, nenhum verbo importado defectivo ou simplesmente irregular, etodos so da primeira conjugao e se conjugam como os verbos regulares daclasse. (POSSENTI, Srio. Revista Lngua. Ano I, n.3, 2006.)

    II - O estrangeirismo lexical vlido quando h incorporao de informao nova,que no existia em portugus. (SECCHIN, Antonio Carlos. Revista Lngua, Ano I,n.3, 2006.)

    III - O problema do emprstimo lingstico no se resolve com atitudes reacionrias,com estabelecer barreiras ou cordes de isolamento entrada de palavras eexpresses de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gnioinventivo do povo. Povo que no forja cultura dispensa-se de criar palavras comenergia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou no queiram os seusgramticos, condio de mero usurio de criaes alheias.(CUNHA, Celso. A lngua portuguesa e a realidade brasileira. Rio de J aneiro: TempoBrasileiro, 1972.)

    IV - Para cada palavra estrangeira que adotamos, deixa-se de criar ou desapareceuma j existente. (PILLA, da Heloisa. Os neologismos do portugus e a face socialda lngua. Porto Alegre: AGE, 2002.)

    O Samba do Approach, de autoria do maranhense Zeca Baleiro, ironiza a maniabrasileira de ter especial apego a palavras e a modismos estrangeiros. As assertivasque se confirmam na letra da msica so, apenas,(A) I e II.

    (B) I e III.(C) II e III.

    (D) II e IV.

    (E) III e IV.

    O CERTO E O ERRADO NO IDIOMA

    Observe novamente as frases:

    T na cara que eles no teve peito de encar os ladro.Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladres.

    Qual dessas frases gramaticalmente correta?Mas, se tanto a frase 2 como a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer

    pessoa que seja falante de nosso idioma pode compreend-las perfeitamente, por queconsiderar uma frase correta e outra errada? Como determinar o que certo e o que errado em um mesmo idioma?

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    Ferreira enfatiza que, de modo geral, os falantes de um idioma so levados aaceitar como correto o modo de falar do segmento social que, em conseqncia desua situao econmica e cultural privilegiada, tem maior prestgio na sociedade.Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padro, enquanto as

    demais variedades lingsticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passama ser consideradas erradas. (2003, p. 81)

    importante estar ciente de que, em princpio, no existe uma forma melhor("mais certa") ou pior ("mais errada") de falar. Trata-se apenas de umadiferenciao que se estabelece com base em critrios sociais e em situaesde uso efetivo da lngua. (FERREIRA, 2003, p. 81)

    Nessa mesma linha de raciocnio, Faraco e Tezza defendem a idia de que hatribuio de valor diferente entre uma e outra variedade lingstica e que essa

    valorao est ligada a condicionamentos histricos e sociais:as variedades mantm uma relao de valor umas com as outras. Em bomportugus, a verdade que todas as sociedades humanas estabelecem umahierarquia entre suas variedades, atribuindo valores a este ou quele trao dafala. Por motivos sociais e histricos, algumas variedades so consideradasboas (a essas damos o nome tcnico de variedades padres ou lngua padro) eoutras ms. (FARACO; TEZZA, 1992, p. 13).

    Assim, proferir a frase "Eles no teve peito de encar os ladro" estlingisticamente correto, j que possvel compreender as idias que expressa, masest gramaticalmente incorreto, pois o enunciado no obedece aos padres definidos

    pela gramtica normativa.

    LNGUA CULTA E LNGUA COLOQUIAL

    As proposies de Ferreira (2003) sinalizam que, convencionalmente, considerada "certa" ou "modelar" a variedade lingstica utilizada pelos falantes queintegram o grupo de maior prestgio social. Essa a chamada lngua culta, falada eescrita em situaes mais formais, pelas pessoas de maior instruo e difundidaprincipalmente pela ao da escola e dos meios de comunicao.

    J a lngua coloquial uma variante mais espontnea, utilizada nas relaesinformais entre os falantes. a lngua do cotidiano, sem muita preocupao com asnormas. O falante, ao utiliz-la, comete deslizes gramaticais com freqnciaconsidervel. Outra caracterstica da lngua coloquial o uso constante de expressespopulares, frases feitas, grias, etc. (FERREIRA, 2003, p. 81)

    Numa comparao entre a lngua culta e a lnguacoloquial, possvel constatar que, em certos aspectos,as diferenas entre as duas so bem evidentes, mas, emoutros, os limites no so to claros, ficando difcil,nesses casos, definir uma "fronteira" entre o que culto eo que coloquial.

    As diferenas percebidas com mais facilidade entrea lngua coloquial e a lngua culta so as mesmasobservveis entre a lngua falada e a lngua escrita.

    IMPORTANTE!Empregar a lngua cultano significa,necessariamente, falardifcil, usando palavras eexpresses raras. Usar alngua culta significa falar(ou escrever) obedecendos regras da gramticanormativa.

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    ADEQUAO E INADEQUAO LNGSTICAQuando uma pessoa se comunica com outra(s), para que esse ato se

    realize de forma eficiente, necessrio que ela faa a adequao da linguagem.H situaes em que a relao entre os interlocutores mais descontrada, mais

    informal ou pessoal, casos em que fica mais adequado o emprego de umalinguagem informal, mais "solta". Outras vezes, essa relao mais impessoal,mais distanciada, o que requer uma linguagem mais formal, mais cuidada" .

    So vrios os fatores que, isoladamente ou combinados, levam o falante aadequarsua linguagem s circunstncias do ato de comunicao. Entre essesfatores, destacam-se:

    #o interlocutor(no se fala do mesmo modo com um adulto e com umacriana);

    # o assunto (no se fala sobre a morte de uma pessoa amiga da mesmamaneira que' se fala sobre a derrota do time de futebol);

    # o ambiente (no se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em umchurrasco com amigos);

    #a relao falante-ouvinte (no se fala da mesma maneira com um amigo ecom um estranho; ou em uma relao informal e em uma relao formal).

    Em um ato de comunicao, a influncia desses e de outros fatores resulta nummaior ou menor grau de formalidade ou informalidade na linguagem. O grau deformalidade do redator empresarial, por exemplo, deve ser alcanado considerando-seo pblico-alvo do texto. Se o interlocutor for um sujeito com pouca escolarizao, avariedade lingstica utilizada dever ser menos formal. Agora se o falante for um

    indivduo culto, a lngua culta deve ser adotada para a comunicao.Observando as variantes lingsticas adotadas no meio empresarial, J oo BoscoMedeiros (2005) constata que os profissionais desse ramos tm usado geralmente umnvel comum tenso, ou seja, no tm redigido textos em linguagem s compreensvelpara doutores, nem escrito textos com uma variedade que agrida o padro culto dalngua. E essa uma sada correta para adequar a lngua ao contexto decomunicao?

    EXERCCIOS1. Em cada situao a seguir, indique se a linguagem utilizada pelo falante est

    adequada ou inadequada.a) Um advogado, num tribunal de jri, diz: T na cara que a testemunha ta enrolando.b) Um advogado, num tribunal de jri, diz: evidente que a testemunha est faltandocom a verdade.c) Um advogado, batendo um papo com um amigo, diz-lhe, a respeito de um

    julgamento: Tava na cara que a testemunha tava enrolando.

    Leia o texto a seguir para responder s questes 2 a 4.

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    2. (MEC) Explorando a funo emotiva da linguagem, o poeta expressa o contrasteentre marcas de variao de usos da linguagem em:a) situaes formais e informaisb) diferentes regies do pas

    c) escolas literrias distintasd) textos tcnicos e poticose) diferentes pocas

    3. (MEC) No poema, a referncia variedade padro da lngua est expressa noseguinte trecho:a) A linguagem / na ponta da lngua (v. 1 e 2)b) A linguagem / na superfcie estrelada de letras (v. 5 e 6)c) [a lngua] em que pedia para ir l fora (v. 14)d) [a lngua] em que levava e dava pontap (v. 15)e)[a lngua] do namoro com a priminha (v. 17)4. Analise as assertivas.

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    I. Embora o sujeito-lrico afirme que figuras de gramtica, esquipticas (v. 11) oatropelam, ele parece dominar regras do padro culto da lngua, como se percebe nouso dos pronomes no verso 12.II. O verso 14 poderia receber o pronome mim depois da preposio para na

    expresso para ir l fora e essa alterao no provocaria inadequao em relao sregras da lngua culta.III. O uso reiterado de pronomes de primeira pessoa indica um posicionamento pessoaldo sujeito-lrico acerca da lngua portuguesa e de suas variaes lingsticas.

    Qual(is) da(s) alternativa(s) est(ao) correta(s)?a) Apenas I.b) Apenas I e II.c) Apenas I e III.d) Apenas II e III.e) Todas esto corretas

    5. (ENADE 2006)

    Jornal do Brasil, 3 ago. 2005.

    Tendo em vista a construo da idia de nao no Brasil, oargumento da personagem expressa(A) a afirmao da identidade regional.(B) a fragilizao do multiculturalismo global.(C) o ressurgimento do fundamentalismo local.(D) o esfacelamento da unidade do territrio nacional.(E) o fortalecimento do separatismo estadual.

    6. (ENADE 2007) Vamos supor que voc recebeu de um amigo de infncia e seucolega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos:Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o emprstimo do seu livro de Redao paraConcurso, para fins de consulta escolar.

    Essa solicitao em tudo se assemelha atitude de uma pessoa que(A) comparece a um evento solene vestindo smokingcompleto e cartola.(B) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calando sapatos deverniz.(C) vai a uma cerimnia de posse usando um terno completo e calando botas.(D) freqenta um estdio de futebol usando sandlias de couro e bermudas de

    algodo.(E) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferncia internacional.

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    TPICOS GRAMATICAIS:PARNIMOS E HOMNIMOS

    Algumas palavras confundem tanto no momento de escrever quanto no de falar,porque, embora sejam diferentes no sentido, apresentam semelhana na escrita e na

    pronncia as parnimas ou apresentam diferena na escrita e semelhana napronncia as homnimas.As palavras parnimas e homnimas mais comuns so:

    Acender: pr fogo

    Ascender: subir

    Vou acender meu cigarro.

    Vou ascender profissionalmente quando tiver umdiploma de curso superior.

    Atuar: agir

    Autuar: processar, lavrar auto de infrao

    Eu vou atuar como administrador em empresa doramo fumageiro.

    O fiscal vai autuar todas as empresas queestiverem com contabilidade fraudulenta.

    Comprimento: extensoCumprimento: saudao; ato de cumprir

    O comprimento da mesa 1m.Aceite meus cumprimentos pela formatura.

    Caar: perseguir a caa

    Cassar: anular, tirar os direitos polticos de

    Que tal caar os pssaros que esto invadindo alavoura de arroz?

    Alguns polticos ameaaram cassar o presidenteLula.

    Censo: recenseamento

    Senso: juzo claro

    O ltimo censo realizado no Brasil mostroudiminuio da desigualdade social.

    Nem todo mundo tem bom senso.Cesso: ato de ceder, doao

    Seo ou seco: corte, diviso

    Sesso: reunio, assemblia

    A cesso de brinquedos para entidades carentes foiuma excelente atividade promovida pelo Lions.

    A seo de esportes da Gazeta do Sul apresentareportagens especialmente sobre futebol

    Iremos amanh sesso do filme de ElizabethTaylor

    Concerto: harmonia; composio musical

    Conserto:reparo

    Concerto de msica clssica nem sempre atraigrande pblico.

    O conserto do sapato ficou excelente.

    Delatar: denunciar

    Dilatar: estender, retardar; aumentar devolume

    O presidente da cmara vai delatar quatro polticosenvolvidos no mensalo.

    Os pulmes contraem-se e dilatam-se.Descrio: representao; ato ou efeito dedescrever

    Discrio: ato de ser discreto, reserva

    Voc j fez a descrio da turma de alunos?

    Guardando sigilo, tu agirs com discrio.

    Emergir: vir tona

    Imergir: mergulhar

    Emergiu o escndalo do mensalo na polticabrasileira.

    Preciso imergir na piscina para pegar meu culos

    que caiu enquanto nadava.Eminente:alto, excelente

    Iminente: que est prestes a ocorrer

    Aquele um eminente conferencista.

    O parto de uma mulher com quase nove meses degestao est iminente.

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    Flagrante: ato de ser surpreendido emalguma situao; evidente; patente

    Fragrante: perfumado, aromtico

    O criminoso foi apanhado em flagrante.

    Como esse sabonete fragrante!

    Infligir: aplicar (pena ou repreenso)

    Infringir: violar, transgredir, desrespeitar

    O delegado infligiu-lhe um duro castigo.

    Um guri infringiu a lei ao arrombar uma casa.Mandado: ordem judicial

    Mandato: perodo de misso poltica

    O mandado de priso foi levado at o acusado.

    Acabam em 2006 os mandatos de deputados.

    Ratificar: confirmar

    Retificar: corrigir

    A palestrante ratificou sua presena no evento.

    Preciso retificar o texto do redator da CPI.

    Soar: dar ou produzir som ; ecoar

    Suar: transpirar

    O sino da igreja soa todas as manhs.

    Quem corre muito, sua.Tachar: censurar, notar defeito em

    Taxar: estabelecer preo ou imposto; avaliar,julgar

    Mrcio T. Bastos tachou o presidente de mentiroso.

    O governo taxou fortemente as bebidas e cigarros.

    Trfego: trnsito

    Trfico: comrcio ilcito

    O trfego de caminhes proibido nas principaisruas da cidade.

    O trfico de drogas proibido, mas existe.Vultoso: volumoso

    Vultuoso: atacado de vultuosidade

    (congesto da face)

    Fez um negcio vultoso essa semana.

    Seu rosto estava vultuoso e irreconhecvel.

    EXERCCIOS1. Qual das alternativas completa adequadamente o perodo: O guarda ________ em

    ________ o motorista que _________ as normas de trnsito.a) atuou fragrante infringiub) autuou fragrante infringiuc) atuou fragrante infligiu

    d) atuou flagrante inflingiue) autuou flagrante infringiu

    2. Preencha os espaos com seo, sesso oucesso:

    a) Durante a ___________ parlamentar, uma _____________ do partido doGoverno manifestou-se contrria ____________ de terras a imigrantes do J apo.b) Na _________ plenria estudou-se a __________ de direitos territoriais aestrangeiros.

    3. Complete as lacunas com uma das opes indicadas entre parnteses:a) Cidados ___________________ antecederam-me neste cargo. (eminente iminente)b) Ao fim das investigaes, a verdade ______________ , e tudo ficou bemesclarecido. (emergiu imergiu)c) inadmissvel que se ______________ pessoas por religio, sexo ou cor.

    (descriminem discriminem)d) Se as leis forem ____________________, as penas tero de ser aplicadas.(infligidas infringidas)e) As despesas com a reforma do prdio sero __________. (vultosas vultuosas)

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    f) Por sua solidariedade, ______________-no de benfeitor da humanidade.(taxaram tacharam)g) Est ________________ a mudana da legislao salarial. (eminente iminente)h) O _________________ dos representantes classistas, em todas as instncias,

    de trs anos. (mandado mandato)i) Quando, algum tempo depois, ele voltou, trazia as orelhas vermelhas e o rosto____________. (vultuoso vultoso)

    4. Leia as frases abaixo:I Assisti a um _______ de meu computador.II Ele fez ao filho a ___________ de uma parte das terras.III De tempo em tempo se faz um novo ________ da populao.

    Escolha a alternativa que oferece as seqncia certa de vocbulos para aseqncia das lacunas.

    a) conserto, sesso, censob) concerto, seo, sensoc) conserto, seco, censo

    d) conserto, cesso, censoe) concerto, cesso, senso

    5. Assinale a alternativa em que o significado no corresponde palavra dada:a) Expiar: pagar (a culpa), remirb) Sela: arreioc) Seo: corte, diviso

    d) Ratificar: confirmare) Flagrante: perfumado

    6. Escolha, entre as alternativas abaixo, a que prope a substituio dos termos ouexpresses em destaque, sem que haja alterao no sentido da sentenaapresentada abaixo:

    Parecia estar prestes a acontecer a punio do ru, visto que os fatos jindicavam que ele realmente teria desrespeitado as leis e, nesse sentido toda apopulao j est censurando de indevida a atitude do acusado.a) iminente porqu infringido taxandob) iminente porque infligido tachandoc) eminente por que infringido tachandod) eminente porque infligido tachandoe) iminente porque infringido - tachando

    7. Assinale a alternativa correta:a) Trouxeram-me um ramalhete de rosas brancas flagrantes.b) O governo, cada vez mais, procurar controlar o trfico no trnsito.c) Os ladres, apesar das tentativas de fuga, foram pegos em flagrante.d) As despesas de mudana ser vultuosas.e) Os jogadores espanhis soaram muito na partida contra o Brasil, pois

    fizeram muitos esforos fsicos para acompanhar o ritmo dos brasileiros.

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    Aula 06

    ESTUDO DO PARGRAFO

    Nas diversas situaes do nosso cotidiano, convivemos com textos. Estespodem ser uma conversa entre amigos, uma propaganda, uma histria emquadrinhos, um ata, um resumo, um ofcio, uma resenha. Cada um desses textostem um modo especfico de elaborao com estrutura, linguagem e objetivosdistintos. Um texto pode ser mais narrativo, enquanto outro serve-se especialmenteda descrio ou da argumentao. E por isso que, no ensino fundamental e mdio,so estudados os modos de organizao de um texto: narrao, descrio edissertao/argumentao.

    A escolha por um desses modos de organizar um texto depende da intenoe das necessidades comunicativas do redator. Nesse sentido, se o objetivo do

    locutor , por exemplo, instruir seu interlocutor, ele produz um texto que se organizaem torno de argumentos, uma vez que seu objetivo convencer. Se o objetivo contar fatos reais ou fictcios, ele pode optar por produzir um texto que apresente emsua estrutura os fatos, as pessoas ou personagens envolvidas, o momento e o lugarem que os fatos ocorreram. Se transmitir conhecimentos, o locutor deve construirum texto que exponha os saberes de forma eficiente.

    Dependendo da situao de produo de texto, este pode ser extenso oucurto. O importante organizar adequadamente as idias do texto e, para isso,existe o pargrafo, que uma unidade de composio, uma microestrutura de umatotalidade, o texto. Estruturalmente, os pargrafos so blocos ou parcelas de textoque estabelecem seqncia de informaes, mantendo a unidade de sentido. Ospargrafos, semelhana das oraes que os compem, mantm relaes desentido entre si. Por isso, os pargrafos tm funes importantes em relao coerncia do texto: eles contribuem para assegurar a unidade e para possibilitar aprogresso das idias.

    Qual a importncia do pargrafo no texto?

    A diviso do texto em pargrafos uma estratgia para facilitar acompreenso do leitor, fazendo com que o receptor acompanhe a linha de raciocniodo autor. Alm disso, segundo Faraco e Tezza (2003), O pargrafo tem, antes de

    tudo, uma importncia visual. O texto dividido em pargrafos descansa a vista doleitor, impedindo que o olhar se perca num emaranhado sem fim de linhas (2003, p.208)

    Um texto dissertativo-argumentativo formado, geralmente, por um pargrafoque introduz o tema da redao, outros que o desenvolvem e um ltimo que concluio texto. A paragrafao serve para o autor indicar o movimento de um texto.

    ESTRUTURA DO PARGRAFO-PADRO

    A estrutura do pargrafo-padro em um texto dissertativo compreende trspartes: introduo, desenvolvimento e concluso.

    a) introduo: consiste em um perodo que expressa, de maneira geral e suscinta,a idia-ncleo do pargrafo, ou seja, contm a frase-chave do resto do pargrafo.

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    b) desenvolvimento: formado por perodos secundrios, que constituemexplicaes, detalhes e desenvolvimento da idia-chave.

    c) concluso: um perodo que anuncia o clmax do pargrafo ou sintetiza seucontedo.

    Observe um exemplo de pargrafo-padro e as partes que o compem.

    O futebol da vrzea est em extino. A prtica quase centenria do jogo de bolanos terrenos vazios e nos saudosos campinhos escassa nos dias de hoje. Nosanos 30 eram comuns as peladas que reuniam jovens de todas as idades, dos 10aos 50 anos e times que disputavam o poder da pelota. Primeiro veio a especulaoimobiliria e muitos dos terrenos destinados prtica do esporte se foram naconstruo de edifcios. Depois vieram os anos de denncias vazias e a falta de

    moradias populares. Conseqentemente, aumentaram as ocupaes de reasurbanas no construdas, o que acarretou a diminuio radical dos jogos debola nos campinhos.

    O pargrafo-padro apresentaIntroduo Exposio da idia central do pargrafo. Objetivos: apresentar

    a idia-ncleo e estimular a continuao da leitura.

    Desenvolvimento Desdobramento da idia ncleo.Objetivo: expor idias secundrias que explicam ou esclarecema idia central, atravs de exemplos, comparaes, etc.

    ConclusoConcluso ou fechamento do pargrafo.Objetivo: finalizar o pargrafo, propondo uma retomada dasidias, um questionamento, uma opinio, etc.

    Exerccios1. Identifique as partes (introduo, desenvolvimento e concluso) dospargrafos a seguir:

    a) A realidade brasileira deixa claro que o pas palco de grandes contradiessociais, culturais e econmicas. A origem disso pode ser procurada e provavelmenteser encontrada na explorao do Brasil pelas grandes potncias, que contavamcom o apoio de nossa elite e com a falta de voz ativa dos menos favorecidos. Almdisso, preciso considerar que o pas tem sido governado de maneira irresponsvelpor alguns polticos. A atuao de Fernando Collor de Mello exemplar nessesentido, pois permitiu que os anes do oramento desviassem verbas pblicas quepoderiam minimizar os problemas sociais da grande maioria da populao em vezde aumentar os cofres de uns poucos privilegiados. Diante dessas contradies edessas injustias, os brasileiros precisam encontrar uma forma de tornar o pas

    menos contraditrio e socialmente e economicamente mais justo.

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    b) Hoje no se diz mais cercou um frango, diz-se engoliu um frango. H quemconfunda uma coisa com outra e, confundindo-as, chegue a achar que noutrostempo o torcedor tinha mais graa. A expresso cercou um frango era realmenteperfeita. Quando algum, na arquibancada, pela primeira vez, gritou cercou um

    frango, todo mundo viu o frango, o gesto familiar de cercar um frango, o quper debraos abertos, acocorado, cerca a bola daqui, cerca a bola dali, a bola aos saltos,fugindo, como um frango. No se sente o mesmo no engoliu um frango, embora otorcedor v ao ponto de, s vezes, medir ou pesar o frango. Este no foi frango, foiuma galinha, e das gordas. Ou este foi um peru, e argentino. A verdade que antes,muito antes de se dizer cercou um frango, o torcedor, em relao ao gol, jpensava no verbo engolirou comer, mais em comer do que engolir. A prova est noapelido de Guloso que se deu a um quper da Mangueira. (Mrio Filho, 1994, p.150)

    2. Analise o pargrafo abaixo. As frases de que se compem constituem o

    desenvolvimento de uma idia anterior. Escolha, entre as alternativas abaixo, afrase que contm a orientao bsica do pargrafo, isto , a introduo................................................................... Temos criado, nesse pas, uma gerao-tartaruga, uma gerao medrosa, recolhida para dentro de si. E estamos todosimpregnados por esse esprito de tartaruga. No temos coragem para contestarnossos dirigentes, para nos opor s suas idias e criar solues alternativas. Agimosapenas de maneira reativa, negativa, covarde.

    a) Precisamos assumir o desafio de educar nossas crianas para desenvolver oinstinto da guia.b) Com o atual sistema de ensino, estimulamos o esprito do medo e da covardia edele nos contaminamos.c) Procuramos em nossas escolas fazer com que nossas crianas se recolham paradentro de si e percam a agressividade o instinto prprio do homem corajoso, capazde vencer o perigo que se lhe apresenta.

    3. Os dois pargrafos a seguir encontram-se fora da ordem dada pelos autores.Restitua a ordenao original, numerando, em ordem crescente, os perodos.a) ( ) O quebra-quebra dominou o centro da cidade, e o governo perdeu o controleda situao. ( ) No saldo final do protesto, 700 pessoas presas, 65 feridas e 20mortas. ( ) Era a rebelio popular contra a vacinao antivarilica obrigatria. ( )

    Arandelas de gs partidas, postes de iluminao vergados, fragmentos de vidro portoda parte, paraleleppe