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ESTADO E SO CIEDADE ATUANDO PELO DESENVOLVIMENTO DA LEITURA NO BRASIL.

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ESTADO E SOCIEDADEATUANDO PELODESENVOLVIMENTO DALEITURA NO BRASIL.

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Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente da República

Ministério da Cultura

João Luiz Silva FerreiraMinistro de Estado da Cultura

Alfredo ManevySecretário Executivo

Silvana MeirelesSecretária de Articulação Institucional

Muniz SodréPresidente da Fundação Biblioteca Nacional

Fabiano dos SantosDiretor de Livro, Leitura e Literatura – SAI/MinC

Ministério da Educação

Fernando HaddadMinistro de Estado da Educação

Henrique PaimSecretário Executivo

André Luiz LázaroSecretário de Educação Continuada,Alfabetização e Diversidade

Maria do Pilar LacerdaSecretária de Ensino Básico

Marcelo SoaresDiretor de Políticas de Formação, MateriaisDidáticos e de Tecnologias para EducaçãoBásica – SEB/MEC

Publicação do Caderno do PNLLEdição Atualizada 2010

Esta edição traz atualizações nas pesquisas da área de educação eleitura e também as contribuições feitas na Pré-conferência Setorialdo Livro e Leitura realizada em março de 2010.

Em conformidade com o Acordo Ortográco da Língua Portuguesa,que entrou em vigor neste ano de 2010.

Supervisão Geral Coordenação ExecutivaJosé Castilho Marques Neto Luciana do Vale

Diretor de Políticas de Formação, Materiaisias para Educação

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W W W . P N L L . G O V . B R

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E Q U I P E T É C N I C A

Redação:

Revisão:

Fotos:

Diagramação:

Capa:Miolo:Impressão:

João Luís CeccantiniJosé Castilho Marques NetoAna DouradoLuciana do Vale

João Luís CeccantiniJorge Pereira Filho

Prêmio VivaleituraDLLL / SAIChico Gadelha

Souto Crescimento de Marca

Papel supremo 250gPapel pólen 80gGrá ca Bandeirantes

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S U M Á R I O

81 2

1 4

2 1

2 53 13 63 8

4 34 6

A P R E S E N TA Ç Õ E S

Palavra do ministro da Cultura

Palavra do ministro da Educação

Palavra do secretário executivo do PNLL

C A D E R N O D O P N L L

1. Introdução

2. Justi cativa3. Princípios norteadores

4. Objetivos e metas

5. Eixos de ação

6. Estrutura para implementação7. Financiamento

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PELA TRANSFORMAÇÃO DOBRASIL EM UM PAÍS DE LEITOLEITORES

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J U C A F E R R E I R A

Sabemos que a leitura é fundamental para a plena reali-zação da nossa condição humana e da nossa capacidadede entender o mundo. É também condicionante para apromoção de valores democráticos, porque é base parauma cultura do discernimento e do diálogo, tanto indi-vidual como coletivo. Quem lê aumenta seu repertóriode atuação sobre o mundo à sua volta. E, naturalmente,

uma sociedade leitora amplia suas possibilidades dequali car as relações humanas e resolver os problemascada vez mais complexos que a elas se apresentam. Épreciso dar conta do texto do mundo e, como diziaPaulo Freire, ante a este mundo enigmático, nós preci-samos aprender a dizer a nossa própria palavra.Neste sentido, a palavra autonomia perpassa todasas ações na promoção da leitura. Um governo pre-ocupado com o empoderamento de seus cidadãos,com a autonomia dos sujeitos individuais e coleti-vos da nação, investe em livros, em leitura. Isso por-que entende que a leitura não só qualica a rela-ção com as outras áreas da cultura como tambémquali ca a relação do indivíduo com a saúde, como mundo do trabalho, com o trânsito e a cidade,com o ambiente natural e social, possibilitando asuperação de limitações físicas e simbólicas.Nosso grande desa o é fazer com que a experi-ência da leitura, ainda pouco vivenciada no coti-diano, seja um momento de prazer e fruição. No

Brasil lê-se, em grande medida, por obrigação.

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Considerando-se somente os livros não indica-dos pela escola, é apenas 1,3 livro por ano (Re-tratos da Leitura, 2007)1, número bem inferioraos índices da Colômbia (2,4) e da França (7)2 . É preciso, portanto, desenvolver o gosto pelaleitura desde a infância. E nós, do Ministério daCultura (MinC), temos nos empenhado em es-timular crianças, jovens, adultos e idosos a par-ticipar dessa viagem imaginativa proveniente

da leitura. Mas sabemos que essa responsabi-lidade não é exclusiva do governo ou da co-munidade escolar, mas deve ser compartilhadacom a família e toda a sociedade civil.É pensando nesta ação conjunta, que precisa

ser estabelecida entre Estado e Socieda-de para o desenvolvimento da leitura no

Brasil, que o Plano Nacional do Livro e Leitura(PNLL) apresenta-se com uma das experiênciasmais bem-sucedidas de construção coletiva eparticipação social na área cultural. Ele é frutode um intenso debate entre a sociedade civile o Estado, estabelecendo as diretrizes para aspolíticas do setor. Ele simboliza não apenas amobilização social em torno do tema, mas aconsolidação de uma atualização conceitual,

a partir da visão da cultura em três dimensões.Para o MinC, as palavras livro, leitura e literaturareferem-se, respectivamente, às três dimensõesde nossas políticas culturais – a econômica, ado direito da cidadania e a do valor simbólico.Essas dimensões precisam ser desenvolvidasarticuladamente. É, portanto, dever do Estado

não apenas propiciar o aprendizado da escritae da leitura, mas também disponibilizar os ins-trumentos que faltam para a prática social deuma leitura em sentido mais pleno.É sobre estes fundamentos que o governo bra-sileiro tem investido em uma política culturalque se faz com um plano e, também, com umprograma – o Mais Cultura.Quem nasce em uma família de pais leitores,quem é apresentado ao livro por bons pro-fessores, quem experimenta o prazer de umlivro bem lido, o prazer e o deleite estético deum belo texto, sabe da importância da leiturapara a plena realização da nossa humanidade.Sabemos que a família é, de fato, o lugar porexcelência para a formação de novos leitores.Depois da família, vem a escola, a necessidadede bons professores, que saibam abrir a porta

É pensando nesta ação conjunta, que precisaser estabelecida entre Estado e Socieda

de para o desenvolvimento da leitura no

1Quando se consideram os livros indicados pela escola, o número sobepara 4,7 per capita.2Note-se que a metodologia das pesquisas difere entre os países citados.

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para o mundo encantado da leitura e desen-volvam o hábito da leitura entre seus alunos,despertando a curiosidade intelectual desde asmais tenras idades e valorizando o livro comoum tesouro. O terceiro ambiente é a bibliote-ca, um suporte acessível para ampliar o acessoaos livros. Por isso, os princípios norteadoresdo PNLL levam em conta a necessidade dedesenvolver a leitura nas casas e nos núcleos

familiares. Além disso, no Conselho do PNLL,o MinC tem chamado a atenção para a neces-sidade de tornar a escola um espaço para aformação de leitores e não, como ocorre mui-tas vezes, um espaço de desencantamento.A leitura não pode ser uma obrigação, o livroprecisa ser apresentado como algo prazeroso,

que enriqueça os que se relacionam com ele.Essa é uma preocupação nossa e do Ministérioda Educação (MEC). Precisamos ampliar, levare garantir o acesso ao livro e à leitura para ascrianças das famílias pobres. Porm, com o Pro-grama Mais Cultura, temos investido tanto naimplantação de bibliotecas quanto na quali-cação desse importante espaço cultural.O Ministério da Cultura entende a agenda doLivro, da Leitura e da Literatura como algo es-tratégico para o desenvolvimento do país ecompreende que programas e projetos de in-centivo à leitura desenvolvidos pela sociedadecivil também compõem sua política pública.Nesse sentido, por meio de editais, são reco-nhecidos e premiados projetos de pessoas fí-sicas e jurídicas. Uma política intrinsecamentealinhada ao PNLL.Quatro anos depois de consolidado, o PNLL foireavaliado pela sociedade civil e governo. Te-

mos, portanto, um plano mais vigoroso, na me-

dida que se re ete sobre ele e se fazem propo-sições para a sua melhoria. Trabalhamos, agora,para que o PNLL seja institucionalizado por lei egaranta as conquistas da sociedade.Mas não basta apenas transformar o PNLL emlei para que as políticas do setor não dependamsomente de vontades governamentais. Quere-mos o PNLL como política de Estado. Para isto,devemos recriar um órgão para gerir as políticas

públicas do livro e leitura do governo federal – oInstituto Nacional do Livro, Leitura e Literatura(INLLL). Paralelamente, neste rumo à institucio-nalização de uma política para o livro e a leitura,incluímos na reforma da Lei Rouanet um fundosetorial, dentre os oito criados no Fundo Nacio-nal de Cultura (FNC). O Fundo Setorial do Livro,

Leitura, Literatura e Língua Portuguesa terá re-cursos da União, mas também dos agentes dosetor, como previa a lei n.º 10.865/2004, quedesonerou a cadeia produtiva do recolhimentodas contribuições do PIS/COFINS.Não podemos pensar em desenvolvimentosem trabalharmos a dimensão estratégica dacultura e o direito ao livro e à leitura como di-reitos básicos de cidadania e de formação. Po-demos dizer com isso que um país se faz comcidadãos leitores capazes de compreenderseus problemas, desaos, soluções e alternati-vas para a construção de uma nação justa, sus-tentável e democrática. Nesse campo, a culturae a educação assumem papel estratégico naformulação e execução das políticas públicasfundadas no acesso ao livro e na formação deleitores como ações de cidadania, inclusão so-cial e desenvolvimento.

Juca Ferreira é Ministro de Estado da Cultura

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O Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) é umainiciativa que agregou esforços dos Ministériosda Educação e da Cultura e de instituições com-

prometidas com a promoção do livro e da lei-tura. A organização do PNLL teve por objetivoinicial mapear as ações em curso no país cujofoco eram o livro e a leitura, tanto no âmbito dosgovernos como da sociedade civil. Os resultadosforam extremamente animadores e motivaramos participantes a procurar fortalecer sua insti-

tucionalidade por meio da formalização da co-operação entre os ministérios e também pelaorganização de instâncias de promoção dos ob- jetivos do Plano.A iniciativa veio atender a expectativas presentestanto nas políticas públicas quanto nas ações dasociedade civil, incluindo o setor editorial queabraçou o PNLL e lhe deu apoio para avançar. Ehá avanços: os estados, os municípios e o Distri-to Federal foram convidados a formalizar e im-plementar seus planos estaduais e municipais,sempre dentro da perspectiva de somar esforçose agregar compromissos para a promoção da lei-tura, a difusão do livro, a formação de mediadorese o incremento da economia do livro. Hoje a rea-lidade do PNLL ultrapassa seu impulso inicial e jáse consolida como estratégia adequada para osobjetivos propostos.O PNLL reúne projetos, programas e ações de

ministérios, instituições públicas dedicadas à edu-cação e à cultura, empresas estatais de todos osníveis de governo e ainda, empresas e entidadesprivadas como as organizações não governamen-

tais (ONGs) que apoiam a educação e, gradativa-mente, vão aderindo ao plano que se estruturouem quatro eixos:

de mediadores3

A educação no Brasil vive um momento impor-tante: a ampliação dos investimentos, em todosos níveis e modalidades, veio acompanhada deinovações constitucionais como a escolaridadeobrigatória na faixa etária de 4 a 17 anos, o esta-belecimento do piso salarial nacional dos profes-sores e a determinação de quehaverá um percentual do Produto Interno Bruto(PIB) destinado ao atendimento das metas queconstarão do novo Plano Nacional de Educaçãopara o decênio 2011/2020. Essas conquistas con-taram com amplo apoio do Congresso Nacional eda sociedade brasileira que, a cada dia, manifestaa convicção de que a educação é o fator-chavepara o desenvolvimento sustentável do país.A melhoria dos indicadores da educação brasilei-

DESAFIOS A VENCE

3Que passa a ser denominado “Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico” a partir de 2010.

ENCERNCER

a convicção de que a educação é o fator-chave

melhoria dos indicadores da educação brasilei-

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F E R N A N D O H A D D A D

ra – sejam os de atendimento, de qualidade e de equi-dade – indica que temos um rumo a seguir, metas aalcançar, desa os a vencer. A leitura tem papel centralem todas as dimensões: pela leitura desenvolvem-se

habilidades que favorecem o aprendizado em todasas áreas do conhecimento; pela leitura motiva-se oestudante a seguir aprendendo, permanecendona escola e nela alcançando melhores resultados;e, não menos importante, a leitura nos conduz acompreender melhor a diversidade da socieda-de brasileira e a nos tornamos, desse modo, mais

capazes de admirar, valorizar e promover nossariqueza cultural.Há muitos desaos: a formação de professoresdeve promover o gosto e o hábito pela leitu-ra literária, de tal maneira que todos os nossosprofessores sejam leitores habituais. Um bomleitor tem o dom de motivar outros leitores. Asescolas, em obediência à determinação legal,precisam contar com bibliotecas e acervospara seus estudantes. Nossos alunos das esco-las públicas – são 48 milhões, em mais de 160mil escolas – devem ter acesso aos livros, demodo o mais livre possível, e precisam natu-ralmente adquirir na escola a capacidade deler de modo uente. O Ministério da Educa-ção tem trabalhado para superar todos es-ses desa os, garantindo que a escola seja,de fato, um ambiente formador do cida-dão, no sentido pleno desta palavra.Hoje os programas do MEC para os livros

atendem desde a pré-escola ao ensino

médio, incluindo a educação de jovens e adultose programas de acessibilidade. E não são apenaslivros didáticos: o Programa Nacional de Biblio-teca Escolar vem diversicando seus acervos eatende todos os níveis e modalidades. O Portal dePeriódicos da Coordenação de Aperfeiçoamen-

to de Pessoal de Nível Superior (CAPES), um dosmais importantes instrumentos de trabalho dosprogramas de pós-graduação, também tem seampliado. Além disso, com o desenvolvimentodo Portal Domínio Público, importantes obras datradição literária brasileira e estrangeira estão dis-poníveis, gratuitamente, na internet.

O desa o de tornar a leitura literária um patrimô-nio de todos os brasileiros exige ações como asque o MEC vem promovendo e precisa ir além.Este é um dos sentidos do PNLL: agregar todosos esforços disponíveis para superar históricasdesigualdades no acesso ao livro e à leitura, for-mar mediadores, estimular a produção editoriale fortalecer, na sociedade, o valor do livro comoinstrumento de promoção de uma vida melhorpara todos e para cada um.No momento em que a sociedade brasileira pas-sa por importantes transformações, enfrentandoa herança da pobreza, promovendo a inclusãosocial e econômica de milhões de pessoas, é fun-damental que o livro e a leitura também façamparte desta agenda de conquistas e, assim, con-tribuam para a sustentabilidade cultural de umanação que se renova.

Fernando Haddad é ministro de

Estado da Educação.

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J O S É C A S T I L H O M A R Q U E S N E T OE S N E TOE TO

O governo brasileiro nos dois mandatos doPresidente Lula retomou a luta pelo livro,a leitura, as bibliotecas e a literatura coma necessária perspectiva e escala de polí-tica pública. Esta retomada, comandadapelo Ministério da Cultura e o da Edu-

cação, criou em 2006 o Plano Nacionalde Livro e Leitura – PNLL - que se esta-beleceu, após 4 anos de implantaçãoe forte atuação indutora junto aos go-vernos, como uma real possibilidadedo nosso país obter uma Política deEstado para o setor.Há muitos anos o Brasil esperavauma política que pudesse se plei-tear duradoura e permanente,mais abrangente e inclusiva doque qualquer outra que já tivesse

PLANO NACIONAL DO LIVRO E LEITURA

OS PRIMEIROS QUATROANOS E O FUTURO

“... O que importa não é que os

alvos sejam ou não atingíveis

concretamente na sua sonhada

integridade. O essencial é que

nos disponhamos a agir como se

pudéssemos alcança-los, porque

isso pode impedir ou ao menos

atenuar o a oramento do que

há de pior em nós e em nossa

sociedade.”

Antônio Cândido 4

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4Professor Doutor Antonio Candido deMelo e Souza, em discurso de agrade-cimento ao título de Intelectual do Anode 2008, oferecido pela União Brasileirade Escritores.

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sido realizada no país, respeitando os avançose sabedorias acumulados desde as primeiraslutas para que a leitura se tornasse parte docotidiano dos brasileiros. Uma política que pu-desse, nalmente, romper a barreira que con-sidera o letramento uma questão apenas dealfabetização, sem considerar os inúmeros as-pectos culturais que acompanham a aquisiçãodo direito à leitura, conciliando a Educação e aCultura como partes indispensáveis ao proces-so de construção de leitores. E que, da mesmamaneira que conciliasse Cultura e Educação,pudesse também se apoiar em outro binômioindispensável a esta luta pela leitura: a ação co-ordenada do Estado com a Sociedade.Com o PNLL e seu desdobramento nos Planos

Estaduais e Planos Municipais de Livro e Leitura

muitos cantos do país, o Brasil pode armarque está próximo de conquistar uma Políticade Estado para a leitura.O Brasil alcançou com o PNLL um patamar po-lítico e conceitual que é imprescindível para se

consolidar uma Política de Estado para o setor,isto é, o desejado consenso entre governo e so-ciedade tanto no diagnóstico do que é precisofazer quanto nos objetivos a alcançar para setornar um país de leitores.A obtenção deste consenso foi o que mais pro- jetou o PNLL para os países ibero-americanos,tornando-o referência para muitos dos planosde leitura que também se desenvolvem nospaíses irmãos do continente americano e nomundo ibérico. Os entrelaçamentos conceitu-ais e práticos da ação do Estado com a socie-dade e a indissociabilidade entre a cultura e aeducação na formação de leitores são pontos

referenciais que o PNLL do Brasil possui e foramintensamente debatidos e assimilados comonecessidade da política pública de leitura eminúmeros foros internacionais. Nesses 4 anoso plano brasileiro de leitura foi intensamentedebatido e assimilado em dezenas de conven-ções, seminários, congressos e reuniões de es-pecialistas de inúmeros países, particularmenteaqueles organizados pelo Cerlalc/UNESCO (Red

de Dirigentes de Planes de Lectura) e pela OEI(Comite de expertos en lectura y bibliotecas).O debate amplo e nacional do que seria precisofazer iniciou-se em 2005 com a ativa participaçãoda sociedade no Ano Ibero-americano da Leitura,o VIVALEITURA, e não parou mais. Os resultadoscolhidos nas 24 Assembleias Setoriais de Livro,

Leitura e Literatura, que precederam a Conferên-cia Nacional de Cultura em março de 2010, ga-rantem a continuada aprovação do PNLL e seuseixos após 4 anos de implantação, fato relevanteem políticas públicas. O engajamento organizadoda cadeia do livro e da leitura na antiga CâmaraSetorial, agora Colegiado Setorial do Livro, Leitura

e Literatura, garante a saudável permanência dodebate sobre os rumos dos programas pró-leiturae a delidade aos 4 eixos consensuais do PNLL.O Plano que o Brasil tem hoje é fruto do esforçode milhares de pessoas que, num ato de apo-deramento civil maravilhoso considera-o patri-mônio do esforço coletivo que é de cada um ede todos que lutam pela leitura. Por todos oscantos do Brasil por onde passei o PNLL é cha-mado de “o nosso Plano!”. E de fato ele pertencea todos os brasileiros, principalmente daquelesque mantém a esperança de uma nação livre,com cidadãos conscientes e formados para obem comum e o gosto pelo belo.

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Mas acertos e avanços pontuais não devemobscurecer nosso raciocínio estratégico nemesmorecer o esforço para alcançar os objetivosmaiores que poderão ser implementados, reali-zando as mudanças que desejamos.Os quatro primeiros anos do PNLL fez com quea esperança de que o governo federal pudesseir além de programas pontuais de compra delivros, migrando para um patamar superior, odas políticas públicas de livro, leitura, literatu-ra e bibliotecas, se tornasse uma realidade aomenos parcialmente. Em diversos programasgovernamentais orientados estrategicamentepelos conceitos e objetivos de longo prazo doPNLL, há uma nítida orientação inovadora. Masa consciência do quanto se avançou principal-

mente na democratização do acesso à leitura,precisa se somar no próximo quadriênio dogoverno federal às ações e iniciativas que am-pliem e fortaleçam denitivamente o que já sealcançou até agora.Avançamos mas ainda estamos muito frágeis! Aordem das razões aponta para a consolidação

do caminho seguido até aqui e rumo a uma Po-lítica de Estado, permanente e durável, sucien-temente sólida para ser a diretriz dos programasde leitura dos governos que virão nas futurasgerações. O objetivo maior é alcançar em longoprazo e com ação contínua e estrategicamentecoerente, a fruição dos livros em todos os seussuportes técnicos, do prazer da literatura e dademocratização do acesso à leitura. Talvez tudoisso possa ser sintetizado no Direito à Leitura,de toda leitura, de toda literatura, sem censu-ras e peias, num país de homens e mulheresalfabetizados, cidadãos plenos em seus direitosdemocráticos. Estes objetivos são permanentes,

valores intrínsecos à democracia, aos direitosfundamentais da pessoa, à liberdade.Se hoje vivenciamos um movimento que en-contra nas políticas públicas apoio e parceriacontra a reserva da informação, do conheci-mento e da re exão para poucos e a favor da

luta pelo tão sonhado direito à leitura paratodos, sempre haverá o grande risco de retro-cesso se apostarmos na ocultação das discor-dâncias que ainda persistem e não no debateconstrutivo e aberto. Há que se superar o con-ito acima do razoável entre os interesses do

Estado e os dos setores produtivos. Há que sesuperar desentendimentos paroquiais e mes-quinhos que atrasam o avanço do setor para olugar que merece no escopo cultural do país: aleitura como item imprescindível para o desen-volvimento de todas as manifestações culturais.Se a hora é agora e se concordamos todos emavançar e consolidar os patamares alcançados,

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vamos prosseguir no diálogo em patamaresainda mais elevados e ambiciosos, superandoatos menores que criam obstáculos e impe-dem que o livro e a leitura alcancem o patamarde prestígio e in uência que deveriam ter nocenário político, social e econômico do Brasil.Este é o momento de todas as lideranças polí-ticas comprometidas com o setor, das lideran-ças associativas, culturais e do povo da leiturae da literatura juntarem forças para dar o gritoque seja nalmente ouvido pelos que dirigemo país e comandam seus recursos.Governos mostram que têm uma política efeti-va para um setor quando criam marcos de lega-lidade e instrumentos gerenciais para sustentarinvestimentos su cientes para que aquele se-

tor se desenvolva na escala necessária ao país.Sociedades civis se armam quando demons-tram quais são os valores e bens culturais quesão mais essenciais ao desenvolvimento dopaís e da cidadania.Após os 4 primeiros anos do PNLL há ações re-ferenciais mínimas que clamam pela urgência

na sua efetiva implementação, consolidando ocaminho percorrido e viabilizando-o como Po-lítica de Estado.

Cito as principais:-

res e continuados investimentos nos seusquatro eixos estratégicos de ação, princi-palmente no que se refere à democrati-zação do acesso à leitura em seus váriossuportes tradicionais e tecnológicos,abrangendo as diversidades e as literatu-ras de t odas as regionalidades brasileiras.Neste processo de democratização daleitura reforçar as bibliotecas públicas e

escolares nas cidades e no campo, comocentro irradiador de recursos de informa-ção, conhecimento e fruição estética, compro ssionais capacitados para o efetivoexercício da mediação da leitura.

necessária perenidade dos objetivos doPNLL, enviando ao Congresso Nacionalum projeto de lei para sua institucionali-zação de nitiva, tornando-o uma determi-nação política que emane das autoridadesmaiores da nação, a Presidência da Repú-blica e o Congresso Nacional.

-forço de leitura do governo Lula, reforçan-do os binômios Cultura/Educação e Esta-

do/Sociedade, ampliando radicalmenteos investimentos públicos em leitura e, aomesmo tempo, dando uma solução su-perior e qualicada à contribuição da ini-ciativa privada no Fundo Setorial de Livro,Leitura e Literatura, o Fundo Pró-Leitura.

ao Estado para atuar ecaz e republicana-mente sobre os avanços já conseguidose dialogar com a enorme diversidade demanifestações literárias, além de enfrentarproblemas historicamente persistentes, épreciso avançar na estrutura político-admi-nistrativa deste setor dando-lhe a muscula-tura institucional e política necessária. Obje-tivamente seria a criação de uma SecretariaNacional do Livro, Leitura e Literatura ou doInstituto Nacional do Livro, Leitura e Litera-tura, este último uma autarquia vinculadaao MinC, que agregaria todas as ações queenvolvessem políticas públicas de leitura

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naquele ministério e pudesse se tornar forteinterlocutor perante os outros ministérios,governos estaduais e municipais e com ins-tituições da sociedade nos assuntos que lhesão pertinentes. Amplamente reivindicadopelo setor criativo, produtivo, distributivoe mediador do livro e da leitura, este novoórgão superior recuperaria ferramentas ad-ministrativas e recursos ecazes de gestãoque dariam conta dos novos patamaresalcançados pelo Brasil após a implantaçãodo PNLL. Enfrentaria também os desaosde crescimento de leitores no país, aondea importância da leitura nas estratégias go-vernamentais faria parte da busca pela ple-na cidadania dos brasileiros na sociedade da

informação e do conhecimento.

Muitas aeronaves decolaram em várias épocasneste país com tripulação disposta e com pro-gramas e projetos de incentivo à leitura. Todaselas não resistiram após aterrissarem aonaldos períodos dos seus respectivos governos.

Nenhuma delas alcançou o patamar de Políticade Estado em seu conjunto. Espero e luto, e atodos convoco, para que no próximo quadriê-nio de governo comandado pela mulher, mãe,avó e leitora – característica maior dos grandesmediadores de leitura - Presidente Dilma Rous-sef, a aeronave do PNLL siga sua rota, semprepara cima, decididamente rumo às estrelas queiluminam, onde estão os poetas e a cidadaniaplena dos homens livres. É hora de avançar enão permitir retrocessos porque há ainda mui-to por se fazer e o Brasil não permite mais queo direito à leitura lhe seja negado!Após 4 anos como Secretário Executivo do

PNLL, este é meu depoimento! Estive em to-dos os cantos do país, conversei e debati comcentenas e centenas de pessoas – ministros,governadores, secretários, prossionais de to-das as ordens, militantes da leitura e da escri-tura, leitores, gente do meu país – sempre nacerteza de que o PNLL se constrói com críticahonesta e diálogo permanente entre o Estadoe a Sociedade.Ao oferecer ao país uma segunda edição doCADERNO DO PNLL, texto que é fruto do con-senso mais uma vez logrado e consagrado na2ª Conferência Nacional de Cultura em marçode 2010, o PNLL atualiza suas argumentaçõesem prol de uma política pela leitura, pela lite-ratura e pelas bibliotecas. É importante frisar

que este texto reeditado reforça os quatro ei-xos constitutivos acordados em dezembro de2006 e que originou o primeiro CADERNO DOPNLL, reforçando ainda mais, aqui pela provado tempo, a certeza de que o Brasil alcançouum patamar sólido para construir sua Políticade Estado neste setor.

Agradeço a todos que participaram intensa-mente desta construção durante os últimosquatro anos pelo convívio e pela acolhida,pela cumplicidade e pela força buscada emcada olhar, em cada esperança compartilhada.O Brasil está apenas começando a se projetarcomo um país leitor e ainda precisará do incan-sável trabalho de muitos para atingir a dignida-de que deve aos seus cidadãos.

José Castilho Marques Neto é Secretário Execu-tivo do PNLL. Doutor em Filosoa pela USP. É Pro-fessor da FCL/UNESP- Araraquara, e Diretor-Presi-dente da Fundação Editora da UNESP.

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C A D E R N O D O P N L L

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As diretrizes para uma política pública voltadaà leitura e ao livro no Brasil (e, em particular, àbiblioteca e à formação de mediadores), apre-sentadas neste Plano, levam em conta o papelde destaque que essas instâncias assumem nodesenvolvimento social e da cidadania e nastransformações necessárias da sociedade paraa construção de um projeto de nação com umaorganização social mais justa. Elas têm por basea necessidade de formar uma sociedade lei-tora como condição essencial e decisiva para

promover a inclusão social de milhões de bra-sileiros no que diz respeito a bens, serviços ecultura, garantindo-lhes uma vida digna e a es-truturação de um país economicamente viável.Pretende-se conferir a este Plano a dimensão deuma Política de Estado, de natureza abrangente,que possa nortear, de forma orgânica, políticas,

programas, projetos e ações continuadas desen-volvidos no âmbito de ministérios – em particu-lar os da Cultura e da Educação –, governos esta-duais e municipais, empresas públicas e privadas,organizações da sociedade e de voluntários emgeral, procurando evitar o caráter por demais as-sistemático, fragmentário e pulverizado com quese têm implementado essas iniciativas em nossopaís, desde, pelo menos, o início do século XIX.Essa Política de Estado se traduz em amplosprogramas do governo, com coordenaçõesinterministeriais devidamente articuladas com

estados, municípios, empresas e instituições doterceiro setor, para alcançar sinergia, objetivida-de e resultados de fôlego quanto às metas quevenham a ser estabelecidas. Quatro eixos prin-cipais orientam a organização do Plano:

-mento de seu valor simbólico5

O Plano como aqui se vê congurado é produtodo compromisso do governo federal de construirpolíticas públicas e culturais com base em umamplo debate com a sociedade e, em especial,com todos os setores interessados no tema. Soba coordenação dos Ministérios da Cultura e da

Educação, participaram do debate que conduziuà elaboração deste documento representantesde toda a cadeia produtiva do livro – editores,livreiros, distribuidores, grácas, fabricantes depapel, escritores, administradores, gestores públi-cos e outros pro ssionais do livro –, bem comoeducadores, bibliotecários, universidades, espe-cialistas em livro e leitura, organizações da so-ciedade, empresas públicas e privadas, governosestaduais, prefeituras e interessados em geral.Entre as diversas iniciativas que contribuíramdiretamente para a elaboração deste Plano,

I N T R O D U Ç Ã O

5Na versão de 2006, denominado “Valorização da leitura e comunicação”

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podem ser lembradas: o Programa Nacional doLivro Didático (PNLD), o Programa Nacional daBiblioteca Escolar (PNBE), o fórum da CâmaraSetorial do Livro, Leitura e Literatura (instituídapor decreto presidencial em 2005 e da qual de-correu o atual Colegiado Setorial de Livro, Leitu-ra e Literatura), o Projeto Fome de Livro (inicia-tiva do MEC/Biblioteca Nacional), o ProgramaNacional do Livro no Ensino Médio (PNLEM), oPrograma de Formação do Aluno e do Profes-sor Leitor e o Vivaleitura – Ano Ibero-americanoda Leitura (2005), imenso programa desenvol-vido pelo MinC, MEC, organismos internacio-nais e entidades da sociedade. Merece especialênfase a contribuição oferecida pelo ProgramaNacional de Incentivo à Leitura (PROLER), que,

com a experiência acumulada ao longo demais de quase duas décadas na realização deprojetos de fomento à leitura por todo o país,com a promoção de o cinas, cursos, palestrase eventos artístico-culturais das mais diferentesnaturezas, pôde fortalecer subsídios para o de-bate em questão.

Vale destacar que, entre junho de 2004 e de-zembro de 2005, foram realizados “encontrospreparatórios” em todas as macrorregiões doBrasil (Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janei-ro, Minas Gerais, Distrito Federal, Ceará e Pará),a m de colher sugestões para o Plano, debatero conhecimento acumulado sobre o assuntoe integrar novos olhares. Também foram reali-zadas cinco videoconferências regionais, alémde uma com abrangência nacional, reunindonesse debate todos os estados brasileiros e oDistrito Federal – todas transmitidas ao vivopela internet, com forte interação nacional eacompanhadas por observadores de diversos

-contros, na forma de debates, conferências, pa-lestras, o cinas, seminários e mesas-redondas,realizados por todo o país em feiras de livros,festivais de literatura, fóruns, congressos e coló-quios, envolvendo não apenas os prossionaisda leitura e do livro, mas cidadãos de modo ge-ral (líderes indígenas, comunidades quilombo-las, grupos de de cientes visuais, movimentossociais, sindicatos de trabalhadores, parlamen-to, igreja e clubes de serviço, entre outros).Após três anos de implantação do PNLL e de in-tenso trabalho, uma vez mais se reuniram o es-tado e a sociedade em todo o país com o obje-tivo especí co de avaliar o caminho percorrido.

-

reiro de 2010, 24 assembleias estaduais do livroe da leitura reunindo gestores públicos, repre-sentantes de organizações da sociedade civil epro ssionais que atuam nas cadeias produtiva ecriativa do livro. Essas instâncias de articulaçãolocal exerceram um papel importante nas açõesde mobilização, reexão, e avaliação, vinculadas

à atual política nacional do livro e da leitura. Oseixos estratégicos e linhas de ação do PNLL fo-ram intensamente debatidos e as sugestões dasassembleias foram levadas à Pré-ConferênciaNacional do Livro e da Leitura, que aconteceuem Brasília, em março de 2010. Os resultadosdesses debates públicos apontaram para umaavaliação bastante positiva do PNLL. Não houvepropostas de mudanças nos conceitos, princí-pios e diretrizes do Plano, mas contribuiçõesque, em sua essência, apontam para um desejodaqueles que trabalham nos estados e municí-pios em trazer para uma dimensão local as ba-ses em que está consolidada a política nacional.

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Entre as contribuições sistematizadas na Pré--Conferência, destacam-se preocupações comimplantação, dinamização e manutenção debibliotecas de acesso público. Na verdade, sãosugestões que reforçam princípios já defendi-dos pelo PNLL, como o da compreensão dabiblioteca como um equipamento cultural quereúna elementos de acessibilidade do espaçofísico; a ampliação e a qualicação do acervo;a contratação de mediadores de leitura capaci-tados; a incorporação à biblioteca de diferentessuportes de texto e novas tecnologias.Outras contribuições relevantes tocam na te-mática da diversidade – tanto cultural comosocial. De um lado, muitas propostas focarama necessidade de garantir maior espaço à pro-

dução literária local nos acervos das bibliotecase nos prêmios e editais referentes à cadeia cria-tiva do livro. Por outro lado, a diversidade deque se fala tem uma relação direta com a am-pliação de atividades e equipamentos culturaispara pessoas que tradicionalmente tiveramacesso restrito ao livro e à leitura. Nesse senti-

do, foram fundamentais as contribuições feitaspara que o PNLL tornasse ainda mais explícitaa importância da criação de políticas públicaspara pessoas com de ciência, comunidadesribeirinhas, áreas rurais, comunidades quilom-bolas e pessoas em situação de vulnerabilidadesocial. Embora o PNLL tenha, em sua origem,tratado de todos esses temas, as demandas dasassembleias e da Pré-Conferência dirigem-se àreivindicação de posicionamentos mais incisi-vos que inspirem políticas públicas de inclusãonas áreas do livro e da leitura.A larga participação de diversos setores da so-ciedade ligados à questão da leitura e do livro,

além de assegurar o caráter pluralista e demo-crático do processo desencadeado pela propo-sição do Plano, procura garantir que se evitemeventuais sombreamentos e sobreposições deações, assim como a preservação da autonomiae da independência das iniciativas em curso edas futuras, tudo convergindo para a otimiza-ção de recursos e esforços que venham conferirmaior e cácia às políticas públicas.É fundamental reconhecer os avanços conse-guidos até aqui, sem deixar de investir com vi-gor na continuidade deste processo. O consen-so a que se conduziu esse amplo debate é que,para transformar o tema da leitura e do livro emPolítica de Estado, é preciso avançar e priorizaralguns pontos:

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Livro e Leitura – que se consubstanciou em2006 e recebe, nesta versão, uma revisão, atu-alização e ampliação –, dando-lhe uma situ-ação institucional estável ao mesmo tempoque traduz a Política de Estado para a leiturae o livro, plenamente assumida pelo governofederal;

Livro, Leitura e Literatura do MinC, fórum per-manente do setor entre Estado e Sociedade,como espaço institucional por excelência parao debate e a construção de consenso, sempreque possível, para avaliar e fazer avançar aspolíticas setoriais, contribuir para amadurecero processo e legitimar e criar proteções insti-

tucionais a essas políticas;Constituição, que tornem viáveis as políticas,os programas, os projetos e as ações conti-nuadas preconizados pelo Plano, como a Leida Desoneração Fiscal do Livro (lei federaln.º 11.030, de 21/12/2004, combinada com

a lei federal n.º 10.865, de 30/04/2004), bem

como os decretos que instituíram e atribuíramresponsabilidades aos ministérios (especial-mente da Cultura e da Educação), ao SistemaNacional de Cultura e ao Plano Nacional deCultura, ou a Lei do Livro (lei federal n.º 10.753,

legislação sobre direitos autorais e dá outrasprovidências a todo esse conjunto de marcoslegais, gerando decretos, portarias e instru-ções normativas, com desdobramentos noâmbito dos estados e dos municípios;

de governo, que deve ser consolidada e/ouinstituída no âmbito da administração públicafederal para a área da leitura e do livro (e, por

conseguinte, da biblioteca e da formação demediadores) e que contemple o novo pata-mar atingido pela articulação entre o MEC e oMinC no que se refere às questões em pauta.No âmbito do debate até aqui realizado cons-truiu-se a proposta de criação do Instituto Na-cional do Livro, Leitura e Literatura, autarquia

vinculada ao MinC que ocuparia o lugar alme- jado para a operacionalidade e governança dapolítica nacional de livro, leitura e literatura.olítica nacional de livro, leitura e literatura.

e ono que se refere às questões em pauta.

o âmbito do debate até aqui realizado cons-Na-

iteratura, autarquia

que ocuparia o lugar alme-jado para a operacionalidade e governança dapolítica nacional de livro, leitura e literatura.olítica nacional de livro, leitura e literatura.

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(Inep, 2003), a evolução da taxa de analfabetis-mo da população de 15 anos ou mais, diminuiu

-lizando grande avanço nesse campo ao longo

ainda possuía, em 2000, cerca de 14 milhões deanalfabetos absolutos (pessoas que se declara-ram incapazes de ler e escrever um bilhete sim-

(pessoas de 15 anos ou mais, com menos dequatro séries de estudos concluídas). Além dis-so, 42,7% dos analfabetos já tinham freqüenta-do a escola em algum momento de suas vidas6.Com outra abordagem sobre o analfabetismo,os dados de uma das mais relevantes pesquisas

sobre o assunto, denominada Indicador Nacio-nal de Alfabetismo Funcional (INAF), realizadapelo Instituto Paulo Montenegro (Ibope pelaEducação), deniu quatro níveis de alfabetismode acordo com as habilidades em leitura/escri-ta (letramento) e em matemática (numeramen-to) demonstradas pelos entrevistados no teste

pradonizado, aplicado na faixa de 15 a 64 anose tendo 2 pontos percentuais de margem deerro máxima. O resultado do INAF 2001/20027,resultado combinado do teste em leitura/escri-ta de 2001 com o teste em matemática 2002,classi cou 12% dos entrevistados como anal-fabetos absolutos; 27% foram classicados nonível rudimentar de alfabetismo, pois conse-guem apenas ler títulos ou frases, localizandoinformações bem explícitas; 34% foram classi-cados no nível básico de alfabetismo, pois são

aqueles que conseguem ler textos curtos, loca-lizando informações explícitas ou que exijampequena inferência; e 26% foram classicadosno nível pleno de alfabetismo, correspondendoàquelas pessoas capazes de ler textos mais lon-gos, localizar e relacionar mais de uma informa-ção, comparar vários textos, identicar fontes.As pesquisas do INAF de 2003 a 2007 mostrampouca variação da distribuição da populaçãonos quatro níveis.. O percentual estimado da po-pulação que atingem o nível pleno de habilida-de não teve evolução signicativa, mantendo-sepróximo a um quarto da população estudada.Ou seja, apenas um em cada quatro jovens eadultos brasileiros conseguia compreender to-talmente as informações contidas em um texto

e relacioná-las com outros dados. Congura-se,assim, um quadro reprodutor de exclusão social,que deixa à margem do efetivo letramento cer-ca de três quartos da população brasileira. Entre-tanto, já houve tendência de avanços, pois em

pessoas classicadas como analfabetas ou com

alfabetismo rudimentar, enquanto em 2007 essemesmo percentual era 34%.

anterior (de 2001 e 2003), ou seja, a reduçãopara 7% de analfabetismo absoluto, e tambémdo nível rudimentar, com 21%. Quanto ao nívelbásico, houve aumento para 47%, permane-cendo o índice de 25% para o pleno. Ou seja,72% das pessoas de 15 a 64 anos podiam serconsideradas com pelo menos o nível básico deletramento e numeramento, um acréscimo de

6Dados disponíveis em www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1708&id_pagina=17Dados colhidos no site www.ipm.org.br - Acesso em novembro de 2006

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6 pontos percentuais em relação à 2007. Entre-tanto, con rma-se, nesta década, a manutençãodos índices no nível de alfabetização pleno.Deve-se enfatizar que, de acordo com os espe-cialistas, uma das principais causas do elevadoíndice de alfabetismo funcional e das diculda-des generalizadas para a compreensão verticalda informação escrita se localiza na crônica faltade contato com a leitura, sobretudo entre as po-pulações mais pobres. Como os investimentospara combater o analfabetismo têm sido cres-centes nos últimos anos, isso equivale a dizer queao mesmo tempo que milhões de brasileiros in-gressam a cada ano na categoria de leitores empotencial, outros milhões saem pela porta dosfundos – a do alfabetismo funcional. Assim, um

formidável conjunto de esforços, energia e inves-timentos públicos e privados não se realizam ple-namente, não atingindo suas nalidades.É importante observar que, embora nas socie-dades atuais a leitura seja imprescindível para oingresso no mercado de trabalho e para o exer-cício da cidadania, no Brasil as pesquisas e as

avaliações educacionais apontam para a precá-ria formação de um público leitor e revelam asimensas di culdades para o sucesso das açõesenvolvidas na solução do problema. Se, por umlado, o sistema educacional brasileiro incluiu osestudantes que estavam fora da escola, por ou-tro essa inclusão não foi plena, do ponto de vistaqualitativo, porque o desempenho dos alunos,revelado em instrumentos de avaliação como oSAEB ou o PISA, tem sido baixo, demonstrandosérios problemas no domínio da leitura e da es-crita e o aprofundamento das desigualdades.

O Sistema Nacional de Avaliação da EducaçãoBásica, desenvolvido pelo Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixei-

cada biênio, de pro ciência em Matemática eem Língua Portuguesa (leitura) em uma amos-tra de estudantes de 4ª e 8ª séries do EnsinoFundamental e de 3ª série do Ensino Médio, nasredes de ensino público e privado, em todas asregiões do país. O SAEB-2007 , reiterando índi-ces das veri cações anteriores, revela que ape-

resultados de pro ciência acima do nível reco-mendado. Comparando valores, as conclusõessão ainda mais alarmantes: cerca de 25% dosalunos da 8ª série e 13% dos alunos da 3ª série

do Ensino Médio ainda não estão no nível ade-quado para a 4ª série do Ensino Fundamental I. Também o Relatório do PISA-2000 (Programa In-ternacional de Avaliação de Estudantes da Orga-nização para a Cooperação e DesenvolvimentoEconômicos - OCDE) rearma os dados mostra-dos pelo SAEB. O Brasil apresentou nível em le-

tramento em leitura inferior a todos os países daOCDE. Nessa pesquisa, o conceito de leitura empauta não se resume à noção muito frequentede mera decodi cação e compreensão literalde textos escritos, mas à capacidade de o jovemcompreender e utilizar textos de várias nature-zas para alcançar seus objetivos, desenvolvendoconhecimentos e participando ativamente dasociedade. Daí porque a expressão letramen-to foi escolhida para reetir a complexidadedas variáveis em jogo, a amplitude de conheci-mentos, habilidades e competências em causa,

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procurando-se vericar a operacionalização deesquemas cognitivos em termos de: conteúdosou estruturas do conhecimento que os alunosprecisam adquirir em cada domínio; processosa serem executados e contextos em que essesconhecimentos e habilidades são aplicados.Apesar de não ter sido a leitura o foco da ava-liação, o PISA-2006, ao medir o letramento emleitura, posiciona o Brasil ao lado de Qatar, Azer-baijão, Tunísia, Indonésia, Argentina, Colômbia,Romênia, Sérvia e Bulgária. Estes estados sãoidenti cados com número maior de estudantesno nível 1 ou abaixo dele, que equivale ao con-ceito de limitados conhecimentos cientí cosque permitem apenas aplicações em algumaspoucas situações familiares, considerando que

esses estudantes não são capazes de apresen-tar explicações cientí cas a não ser as óbvias etirar conclusões de evidências que não estejamexplicitamente apresentadas.Em uma avaliação sosticada como o PISA,destaca-se ainda mais o desempenho insatis-fatório dos alunos brasileiros, próximos donal

da educação básica, revelando que necessitamdesenvolver diversas habilidades para enfrentaros desa os do conhecimento nas complexassociedades contemporâneas. Uma performancedessa natureza acarreta prejuízos de toda ordem.A baixa competência de leitura não apenas inuino desenvolvimento pessoal e prossional dosestudantes como também, e até por isso, con-tribui decisivamente para ampliar o gigantescofosso social existente em países como o Brasil,

promovendo mais exclusão e menos cidadania.Outros tópicos signicativos sobre a situação daleitura no país são enfatizados na pesquisaRe-tratos da leitura no Brasil,10 a maior – ainda queinsu ciente – investigação já feita no Brasil sobreleitura fora de uma perspectiva prioritariamente“escolar” (com leitores com idade igual ou supe-rior a 14 anos e o mínimo de três anos de escola-ridade), realizada em 2001 pela Câmara Brasileirado Livro (CBL), Sindicato Nacional dos Editoresde Livros (Snel) e Associação Brasileira dos Edi-tores de Livros (Abrelivros). Um aspecto capitalapontado pela pesquisa é o de que o brasileirolê em média 1,8 livro por ano11, índice muito bai-xo se comparado a outros países.O Retratos-2007 (Instituto Pró Livro) registra, na

mesma faixa etária da edição anterior, a média de3,7 livros por habitantes no Brasil. Com a amplia-ção da faixa etária pesquisada (a partir de cincoanos), a média passa a ser de 4,7 livros por habi-tantes no Brasil, aumento que exige observaçãocriteriosa, dado que boa parte dele se deve aoinvestimento estatal na compra de livros para es-

colas e demais programas educativos e culturais.Cerca de 30% dos livros de acesso ao públicoleitor escolarizado (entre 5 e 14 anos) correspon-de à categoria “distribuídos pelo governo e/ouescolas”. Em outros termos, subtraindo os livrosacessados via escola, os índices não passam de2 livros por habitante. Comprovação de que aatuação do Estado é, ao menos neste momen-to, fator imprescindível para se manter a taxa de4,7 livros por habitante no Brasil, considerando-

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11Dados disponíveis em: www.snel.org.br/ui/pesquisaMercado/retratoLeitura.aspx (acesso restrito) e citado em <http://unesdoc.unesco.org/

12Disponível em <http://sic.conaculta.gob.mx/ cha.php?table=centrodoc&table_id=144> Encuesta Nacional de Lectura 2006. Acesso em 30/11/2010

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livreiro 15

no Brasil (aumento de 11% em relação a 2006),com média de uma para cada 64.255 habitan-tes, proporção ainda longe da considerada idealpela UNESCO, uma para cada 10.000 habitantes16.Além disso, a distribuição desses estabelecimen-tos é extremamente desigual, se considerarmosque mais de 50% das livrarias concentram-se naregião Sudeste e cerca de 20% na região Sul. O

-giões Nordeste e Norte perderam espaço. O Nor-deste, que na pesquisa de 2006 aparecia com umpercentual de 20%, apresentou índice de 12% no

obteve um percentual de 5%, caiu para 3% em-

doxalmente, deve ser frisado que esse cenáriodesolador se insere no contexto de um país queé o oitavo produtor de livros do mundo, com umpoderoso e atualizado mercado editorial, queconta com mais de 2 mil editoras e movimentamais de 52 mil títulos e 386 milhões de exempla-res publicados anualmente17.

No entanto, não se pode considerar o livro comoobjeto cultural isolado, particularmente na so-ciedade contemporânea, em que as práticasde leitura são concretizadas em um contextocultural bastante amplo. Em pesquisa realizadaem 2004, a UNESCO comprovou que a inuên-

cia do entorno cultural é bastante relevante nodesenvolvimento do gosto pela leitura. O estudofoi denominado Juventude, Juventudes: o que unee o que separa18

anos. Com o objetivo principal de compreendera multiplicidade de conceitos e comportamen-tos relacionados à juventude, embora a leituranão se apresente como prioridade de lazer dos jovens, sua percepção torna-se bastante positivaentre os entrevistados à medida que acumulamanos de escolaridade. Identicando os fatoresque levam à composição de um ambiente le-trado no entorno dos jovens, a pesquisa apontapara a conclusão de que seus interesses estãodiretamente relacionados às condições materiaisque lhes são oferecidas. E quanto mais acessoaos livros, mais os jovens se mostram abertos avivenciar uma experiência positiva com a leituraem suas múltiplas plataformas e possibilidades.Daí que, para fortalecer qualquer política ou açãoligada ao livro, é preciso uma valorização da esferada cultura como um todo, franqueando o acessoa uma variada gama de objetos culturais que hoje

estabelecem vínculos estreitos com os livros. Háde se considerar a diversidade cultural e inúmerasinstâncias – e não apenas a escola – que inuen-ciam a cultura, tais como a família,a mídia, as ins-tituições voltadas ao lazer, à religião, à política etc.

1516

17FIPE, CBL e SNEL. Produção e vendas do setor editorial brasileiro, relatório so-

18ABRAMOVAY, Miriam; ANDRADE, Eliane Ribeiro; ESTEVES, Luiz Carlos Gil. Ju-ventudes: outros olhares sobre a diversidade. Secretaria de Educação Continu-ada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC); Unesco, Brasília, 2007

DOURADO, Ana Cristina Dubeux; Políticas Públicas e Experiências da Socie-dade Civil na Área de Promoção da Leitura e sua contribuição em estratégiasde aprendizagem ao longo da vida. I Congresso Internacional da CátedraUnesco de Educação de Jovens e Adultos

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e adultos que não tiveram acesso ou continui-dade de estudos nos ensinos fundamental emédio, hoje frequentemente denominados ne-

oleitores. Trata-se de pessoas que iniciam suatrajetória como leitores, mas já possuem umnível razoável de experiência adquirida, no tra-balho, no cotidiano, na vida afetiva. E o aspectoparticularmente relevante é que essa experi-ência se acumulou antes da alfabetização dosujeito, implicando uma relação diferenciadacom os livros e a leitura, na comparação, porexemplo, com as crianças recém-alfabetizadas,mas inexperientes em outros setores da vida.

NECESSIDADES ESPECIAIS

as pessoas com de ciências ou transtornosglobais do desenvolvimento (impedimentosde longo prazo de natureza física, mental, in-telectual ou sensorial), tenham acesso a livrose outros materiais de leitura, valorizando açõescomo a versão ou a tradução, em Libras e embraile das obras em circulação, permitindo a

inclusão desses potenciais leitores nas escolasregulares.

MEIOS EDUCATIVOS-

cativos (livros, periódicos e demais materiaisde leitura utilizados como instrumentos para a

educação na escola), tal como vem fazendo oMEC (por meio de implementação de políticasde produção e distribuição de materiais didá-ticos e literários que atendam às especicida-des dos diversos públicos), am de assegurar oacesso a bens culturais produzidos em diferen-tes linguagens e suportes, sobre temas diver-

si cados, gerados em contextos culturais va-riados, para leitores de diversas modalidades efaixas etárias; não só estudantes, mas também

professores, bibliotecários e demais membrosda comunidade escolar.

ESTADO DA QUESTÃO

livro, da biblioteca, da formação de mediado-res e da literatura devem ter como ponto departida o conhecimento e a valorização dovasto repertório de debates, estudos, pesqui-sas, e experiências sobre as formas mais efeti-vas de promover a leitura e o livro e de formarleitores, existentes nas esferas municipal, es-tadual e nacional. Devem ser implementadastanto pelo poder Público como pelas orga-nizações da sociedade, atentando-se, ainda,para o contexto internacional, em particular oibero-americano.

POLÍTICAS PÚBLICAS

base em processos de formulação e implanta-ção de políticas públicas de educação e culturados governos em todos os seus níveis e moda-lidades de ensino e de administração, e, juntocom o tema das línguas, perpassá-las estrutu-ralmente, tal como proposto no Plano Nacionalde Cultura (PNC), elaborado pelo Ministério da

Cultura. A consolidação de políticas e progra-mas de fomento à leitura deve ser pensada acurto, médio e longo prazos, com ênfase no ca-ráter permanente. Nesse processo, o fomento ea elaboração de Planos Estaduais e Municipaisdo Livro e Leitura articulados com o Plano Na-cional se tornam fundamentais.

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O objetivo central da Política de Estado aqui delineada é o deassegurar e democratizar o acesso à leitura e ao livro a todaa sociedade, com base na compreensão de que a leiturae a escrita são instrumentos indispensáveis na época con-temporânea para que o ser humano possa desenvolverplenamente suas capacidades, seja individual ou coletiva-mente. Há a convicção de que somente assim é possívelque, na sociedade da informação e do conhecimento, oindivíduo exerça de maneira integral seus direitos, parti-cipe efetivamente dessa sociedade, melhore, em amplosentido, seu nível educativo e cultural, fortaleça os va-lores democráticos, seja criativo, conheça os valores emodos de pensar de outras pessoas e culturas e tenhaacesso às formas mais verticais do conhecimento e àherança cultural da humanidade. Trata-se de intensavalorização dos caminhos abertos ao indivíduo pelacultura escrita, sem que se deixe de reconhecer ese tente apoiar e preservar a cultura oral de nosso

povo. Busca-se criar condições necessárias e apon-tar diretrizes para a execução de políticas, progra-mas, projetos e ações continuadas por parte doEstado em suas diferentes esferas de governo etambém por parte das múltiplas organizaçõesda sociedade civil, lastreada em uma visão repu-blicana de promoção da cidadania e inclusão

social e segundo estratégias gerais para o de-senvolvimento social e de construção de umprojeto de nação que suponha uma organiza-ção social mais justa.São estabelecidos aqui alguns objetivos quedevem ser alcançados no curto, médio elongo prazos:

O B J E T I V O S E M E T A S

valorização dos caminhos abertos ao indivíduo pela

se tente apoiar e preservar a cultura oral de nosso

--mas, projetos e ações continuadas por parte do

stado em suas diferentes esferas de governo etambém por parte das múltiplas organizaçõesambém por parte das múltiplas organizaçõesda sociedade civil, lastreada em uma visão republicana de promoção da cidadania e inclusão

social e segundo estratégias gerais para o desenvolvimento social e de construção de umprojeto de nação que suponha uma organiza

ão estabelecidos aqui alguns objetivos quedevem ser alcançados no curto, médio e

também por parte das múltiplas organizações-

blicana de promoção da cidadania e inclusão

-senvolvimento social e de construção de um

-

ão estabelecidos aqui alguns objetivos que

) F l i b d d i ) C ã d ê i l d h

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a) Formar leitores, buscando, de maneira con-tinuada, substantivo aumento do índice na-cional de leitura (número de livros lidos por

habitante/ano) em todas as faixas etárias edo nível qualitativo das leituras realizadas;

b) Implantação, modernização e qualica-ção de acervos, equipamentos e insta-lações de bibliotecas de acesso públiconos municípios brasileiros;

c) Fomentar a formação de mediadores eagentes de leitura;

d) Incentivar programas de bolsas de cria-ção, formação, intercâmbio, pesquisa eresidências literárias;

e) Realização bienal de pesquisa nacionalsobre leitura;

f ) Implementação e fomento de núcleosvoltados a pesquisas, estudos e indicado-res nas áreas da leitura e do livro em uni-versidades e outros centros;

g) Concessão de prêmio anual de reconhe-cimento a projetos e ações de fomento eestímulo às práticas sociais de leitura;

h) Expansão permanente do número de sa-las de leitura e ambientes diversicadosvoltados à leitura;

i) Identicação e cadastro contínuos das açõesde fomento à leitura em curso no país;

j) Identicação e cadastro contínuos dospontos de vendas de livros e outros mate-riais impressos não periódicos;

k) Elevação signicativa do índice de em-préstimos de livro em biblioteca (sobre ototal de livros lidos no país);

l) Aumento do número de títulos editados eexemplares impressos no país;

l) Elevação do número de livrarias do país;m) Aumento da exportação de livros; ex-

pansão do número de autores brasileirostraduzidos no exterior;

n) Aumento do índice per capita de livrosnão didáticos adquiridos; ampliação doíndice de pessoas acima de 14 anos, com

o hábito de leitura e que possuam ao me-nos dez livros em casa;o) Estimular continuamente a criação de

planos estaduais e municipais de leitura;p) Apoiar o debate e a utilização de copyri-

ghts não restritivos (copyleft e creativecommons), equilibrando o direito de autor

com direitos de acesso à cultura escrita;q) Assegurar o acesso a pessoas com de-

ciência, conforme determinações da le-gislação brasileira e dos imperativos con-ceituais e objetivos expressos no amplodireito à leitura para todos os brasileiroscontidos neste Plano.

versidades e outros centros; traduzidos no exterior;n) Aument

não didáticos adquiridos; ampliação doíndice de pessoas acima de 14 anos, com

o hábito de leitura e que possuam ao menos dez livros em casa;o) Estimular continuamente a criação de) Estimular continuamente a criação de

planos estaduais e municipais de leitura;p) Apoiar o debate e a utilização de copyri

ghts não restritivos (copyleft e creativecommons), equilibrando o direito de autor

com direitos de acesso à cultura escrita;q) Assegurar

ciência, conforme determinações da legislação brasileira e dos imperativos conceituais e objetivos expressos no amplodireito à leitura para todos os brasileiroscontidos neste Plano.

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No caso dos eixos e linhas de ação que são des-critos a seguir, é preciso enfatizar que não se trataaqui da explicitação de um conjunto de iniciati-vas e ações a serem efetivamente desenvolvidaspelo Governo Federal. Trata-se daxação, do de-lineamento e da sistematização dessas iniciativase ações, de tal modo que o conjunto dos eixospossa servir como uma baliza clara para que asmais variadas instituições e entidades da socie-dade planejem e implementem suas ações, con-centrando o foco nas prioridades do setor e nãodispersando recursos de qualquer natureza.

EIXO 1DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO

1.1. Implantação de novas bibliotecasImplantação de novas bibliotecas de acessopúblico, estaduais, municipais e escolares(com acervos que atendam, pelo menos, aosmínimos recomendados pela Unesco, in-cluindo livros em braile, livros digitais, audio-

livros etc, computadores conectados à in-ternet, jornais, revistas e outras publicaçõesperiódicas) e funcionando como centros deampla produção e irradiação cultural. Aber-tura de bibliotecas comunitárias (periferiasurbanas, morros, hospitais, creches, igrejas,zonas rurais, clubes de serviços, ONGs etc.).

E I X O S D E A Ç Ã O

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1.2. Fortalecimento darede atual de bibliotecasFortalecimento e consolidação do sistema na-cional de bibliotecas públicas, tornando-o real-mente um sistema integrado, com níveis hie-rárquicos de bibliotecas e meios de circulaçãode acervos, informatização de catálogos, capa-citação permanente de gestores e bibliotecá-rios como promotores da leitura e atualizaçãode acervos. Instituição e/ou fortalecimento dossistemas estaduais e municipais de bibliotecas,com funções de gerenciamento entre União,Estados e Municípios. Criação do sistema de es-tatísticas das bibliotecas. Conversão das biblio-tecas em centros geradores de cultura. Progra-mas permanentes de aquisição e atualizaçãode acervos. Transformação das bibliotecas em

unidades orçamentárias. Bibliotecas públicascom quadro de pessoal adequado às necessi-dades e especializado.

1.3. Conquista de novos espaços de leituraCriação e apoio a salas de leitura, bibliotecascirculantes e “pontos de leitura” (ônibus, vans,

peruas, trens, barcos etc.). Atividades de leituraem parques, centros comerciais, livrarias, aero-portos, estações de metrô, trem e ônibus. Lei-tura em hospitais, asilos, penitenciárias, praçase consultórios pediátricos. Leitura com criançasem situação de rua. Espaços de leitura nos lo-cais de trabalho.

1.4. Distribuição de livros gratuitosProgramas para distribuição de livros didáticose não didáticos, não apenas para alunos e pro-fessores nas escolas, mas também para crianças, jovens e adultos inseridos em outros contextos,tais como hospitais, asilos, presídios, zona ruraletc. Projetos de educação para a cidadania comlivros (saúde, meio ambiente, trânsito, trabalho, juventude etc.). Distribuição de livros em cestasbásicas, estádios, ginásios etc.

1.5. Melhoria do acesso ao livroe a outras formas de expressão da leituraCircuito nacional de feiras do livro. Coedições delivros em braile, livros digitais e audiolivros paraatender a pessoas com de ciências, especialmen-te as de natureza visual. Projetos editoriais com jornais e revistas. Campanhas de doações de livros.

1.6. Incorporação e uso detecnologias de informação e comunicaçãoFormulação e aprimoramento de técnicas quevisem facilitar o acesso à informação e à produ-ção do saber, incluindo capacitação continua-da para melhor aproveitamento das tecnolo-gias de informação e comunicação. Produção e

desenvolvimento de tecnologias para a preser-vação de acervos, ampliação e difusão de bensculturais, como livros digitais, informatizaçãode bibliotecas e bibliotecas digitais, entre ou-tros. Instalação de Centros de Leitura Multimí-dia, voltados para a pesquisa e divulgação, emespecial nas áreas da leitura e do livro.

EIXO 2 livros bem como pesquisas qualitativas sobre a re-

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EIXO 2FOMENTO À LEITURA E ÀFORMAÇÃO DE MEDIADORES

2.1. Formação de mediadores de leituraProgramas de capacitação de educadores, bi-bliotecários e outros mediadores da leitura.Projetos especiais com universidades e centrosde formação de professores. Cursos de forma-ção de educadores com estratégia de fomentoà leitura e de estudantes que se preparam parao magistério em literatura infantojuvenil. Am-pla utilização dos meios de educação a distân-cia para formação de promotores de leitura emescolas, bibliotecas e comunidades.

2.2. Projetos sociais de leituraProjetos para fomentar a leitura. Rodas da leitura,atividades de formação do leitor na escola, clubesde leitura. Atividades de leitura em comunidadestradicionalmente excluídas (indígenas, quilom-bolas etc.). Projetos de formação de neoleitores jovens, adultos e idosos em diversos contextos.

Mediadores de leitura e contadores de histórias,performances poéticas, rodas literárias e murais.O cinas de criação literária para crianças e jo-vens. Encontro com autores. Banco de dados deprojetos de estímulo à leitura, com avaliação eformatação para sua replicação. Editais de órgãospúblicos e empresas estatais para apoiar projetos.

Continuidade e fortalecimento do PROLER/FBN ede suas ações.

2.3. Estudos e fomento à pesquisanas áreas do livro e da leituraDiagnósticos sobre a situação da leitura e do livro.Pesquisas sobre hábitos de leitura e consumo de

livros, bem como pesquisas qualitativas sobre a recepção dos mais variados gêneros. Investigaçõessobre formação de base de conhecimento e sobre

experiências inovadoras e bem-sucedidas com lei-tura. Apoio às pesquisas sobre a história do livro noBrasil, história editorial brasileira, história das biblio-tecas, história das práticas sociais de leitura, históriadas livrarias nos núcleos universitários de pesquisae fora da academia. Programas denanciamentoà pesquisa nas áreas do livro e da leitura e a publi-cação, com apoio de instituições ociais e/ou dasociedade, dos resultados dessas pesquisas.

2.4. Sistemas de informação nasáreas de bibliotecas, da bibliogra ae do mercado editoria lEstudos e pesquisas para conhecer a realidadedas bibliotecas, das editoras, das livrarias e doconsumo de livros no Brasil. Estudos sobre a ca-deia produtiva do livro e projetos e programaspara a política pública setorial. Levantamentode dados para apurar os números de bibliote-cas, livrarias, investimentos no setor editorial

brasileiro, de investimentos das políticas públi-cas etc. Portal de projetos, programas, ações ecalendário de atividades e eventos da área.

2.5. Prêmios e reconhecimentoàs ações de incentivo e fomentoàs práticas sociais de leitura

Concursos para reconhecer e premiar expe-riências inovadoras na promoção da leitura eda literatura. Prêmios para ações de fomento àleitura desenvolvidas em escola, biblioteca, co-munidade, empresa etc. Prêmios para identi-car, reconhecer e valorizar as diferentes práticassociais de leitura existentes.

EIXO 3 3.3. Publicações impressas e outras mídias

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EIXO 3VALORIZAÇÃO INSTITUCIONAL DA LEITURAE INCREMENTO DE SEU VALOR SIMBÓLICO

3.1. Ações para converter ofomento às práticas sociais daleitura em Política de EstadoProgramas governamentais de fomento à leitura(como o Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Li-teratura – CSLLL, o Programa Nacional de Incenti-vo à Leitura – PROLER etc). Formulação de PlanosEstaduais e Planos Municipais de Livro e Leitura(PELL e PMLL), formulação de políticas nacional,estaduais e municipais. Marcos legais (leis do livrofederal, estaduais e municipais; decretos e porta-rias). Realização de fóruns, congressos, seminá-rios e jornadas para propor agendas sobre o livroe a leitura. Pesquisas e estudos sobre políticaspúblicas do livro, leitura e biblioteca pública. Es-truturação da área de formulação, coordenação eexecução da política setorial. Criação de fundos eagências para nanciamento e fomento à Leitu-ra. Criação de grupos de apoio entre parlamenta-

res e formadores de opinião.3.2. Ações para criar consciênciasobre o valor social do livro e da leituraCampanhas institucionais de valorização da lei-tura, do livro, da literatura e das bibliotecas emtelevisão, rádio, jornal, internet, revistas, outdo-

ors, cinema e outras mídias. Campanhas comtestemunhos de formadores de opinião sobresuas experiências com livros e leitura. Publica-ções de histórias de leitura e dicas de persona-lidades e pessoas anônimas da comunidadesobre livros. Campanhas de conscientização daimportância da biblioteca pública.

3.3. Publicações impressas e outras mídiasdedicadas à valorização do livro e da leituraPublicações de cadernos, suplementos espe-

ciais, seções, revistas, jornais, portais e sítios nainternet sobre livro, literatura, bibliotecas e lei-tura. Resenhas em jornais e revistas com lança-mentos do mercado editorial. Programas per-manentes e especiais na televisão e no rádio.

EIXO 4

DESENVOLVIMENTO DAECONOMIA DO LIVRO

4.1. Desenvolvimento dacadeia produtiva do livroLinhas de nanciamento para grá cas, edito-ras, distribuidoras e livrarias e para a edição delivros. Programas governamentais de aquisi-ção que considerem toda a cadeia produtiva eos interesses das práticas sociais de leitura nopaís. Programas de apoio às micro e pequenasempresas. Fóruns sobre políticas do livro e daedição. Programas de formação para editores,

livreiros e outros prossionais do mercado edi-torial. Programas para ampliação das tiragens,redução de custos e barateamento do preço dolivro. Programas de apoio ao livro universitário.

4.2. Fomento à distribuição,‘circulação e consumo de bens de leitura

Política para fomentar a abertura de livrarias eapoiar as existentes. Livrarias em praças públicas.Livros em bancas de jornal. Programas de forma-ção de livreiros-empreendedores. Apoio enan-ciamento ao setor livreiro. Programas de apoio àabertura de pontos alternativos de venda. Progra-mas de educação continuada aos prossionais de

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A lei n.o 10.753, de 30/10/2003, que ins-tituiu a Política Nacional do Livro, é oinstrumento legal que autoriza o PoderExecutivo a criar projetos de incentivo àleitura e acesso ao livro. A regulamen-tação da lei permitirá a criação de ins-trumentos que facilitem a execução dodisposto no art. 13 e suas alíneas, queincluem a articulação de diferentes

instâncias e âmbitos governamentaise parcerias com o setor de criação ea cadeia produtiva do livro. A regu-lamentação da lei n.o 10.753 deveráapresentar o Plano Nacional do Livroe Leitura e formas possíveis para suaorganização e estrutura, capazes de

formular, coordenar e executar açõesdessa política setorial. Para sua im-plantação, os ministérios da Culturae da Educação deram o passo inicialao editarem a Portaria Interministe-rial n.º 1442 de 10/08/2006, garan-tindo a estrutura e o marco legal

para essa fase do processo, com a criação de umConselho Diretivo, uma Coordenação Executivae um Conselho Consultivo.O Conselho Diretivo é composto por dois re-presentantes do Ministério da Cultura, dois re-presentantes do Ministério da Educação, umrepresentante dos autores, um representantedos editores de livros, um representante de es-pecialistas em leitura. A Coordenação Executiva

é composta por cinco membros, representan-tes do Ministério da Cultura, do Ministério daEducação, da Fundação Biblioteca Nacional ede entidades representativas dos bibliotecáriosque compõem o Colegiado Setorial do Livro,Leitura e Literatura (antes Câmara Setorial do Li-vro, Literatura e Leitura). O Conselho Consultivo

é o próprio Colegiado Setorial do Livro, Leitu-ra e Literatura. A coordenação dessa estruturaestá a cargo de um Secretário Executivo, nome-ado pelos ministros da Cultura e da Educação.Após a fase inicial de implantação, encerradadepois dos primeiros três anos, outras açõesdemandarão novos instrumentos legais (por-

A lei n.o 10.753, de 30/10/2003, que insolítica

E S T R U T U R A P A R A I M P L E M E N T A Ç Ã

tarias, outros decretos, leis, PECs), bem como b) Formulação e execução – No âmbito fe-

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os ajustes e a institucionalização que se façamnecessários na estrutura governamental, de

tal modo que seja possível enfrentar de formaadequada os novos momentos do processodesencadeado por este Plano. Distribuída emvárias instâncias diretivas nas últimas adminis-trações federais, a formulação e a ordenação depolíticas públicas para o livro e a leitura reque-rem re exão dentro do atual momento refor-mulador expresso pelo PNLL.

INSTÂNCIAS DIRETIVAS ATUAIS:a) Debate/assessoria – O Colegiado Setorial

de Livro, Leitura e Literatura, que integrao Conselho Nacional de Política Cultural,instituído por Portaria do Ministério da

antiga Câmara Setorial de Livro, Leitura eLiteratura (instituída por decreto presiden-cial em agosto de 2005), é o instrumentode participação política na elaboração,monitoramento e execução de políticas

públicas de livro, leitura e literatura. É oespaço de concertação para articulação,entendimentos e busca do consenso,sempre que possível, na implementaçãode políticas públicas. É o espaço para a so-ciedade civil debater, defender e legitimarsuas propostas para o setor;

deral, a Diretoria de Livro, Leitura e Litera-tura, vinculada à Secretaria de Articulação

Institucional, é o órgão do Ministério daCultura responsável por formular políti-cas, programas, projetos e ações de aces-so, difusão, produção e fruição ao livro eà leitura. Cabe ainda à Diretoria articularcom a Fundação Biblioteca Nacional/Sis-tema Nacional de Bibliotecas Públicas osprogramas de implantação e moderniza-ção de bibliotecas públicas municipais;integrar as políticas do Ministério com oPlano Nacional do Livro e da Leitura; ar-ticular e mobilizar os entes federados e asociedade civil em torno de leis e de pla-nos estaduais e municipais de livro e leitu-ra; coordenar, integrar, monitorar e avaliaras ações de livro e leitura do ProgramaMais Cultura. Cabe à Fundação Bibliote-ca Nacional promover a difusão do livro,incentivando a criação literária nacional,no país e no exterior; atuar como centro

referencial de informações bibliográcas;adquirir, preservar e difundir os registrosda memória bibliográca e documentalnacional; coordenar, orientar e apoiar o

adquirir, preservar e difundir os registrosda memória bibliográca e documentalnacional; coordenar, orientar e apoiar o

Proler; coordenar o Sistema Nacional debl úbl b d f l

nal de Estudos e Pesquisas Educacionaisí ) b ( d f

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Bibliotecas Públicas; subsidiar a formula-ção de políticas e diretrizes voltadas para

a produção e o amplo acesso ao livro,dentre outras atribuições. No âmbito doMinistério da Educação, cabe ao FundoNacional do Desenvolvimento Educacio-nal (FNDE), em parceria com a Secretariade Educação Básica (SEB), Secretaria deEducação Continuada, Alfabetização e Di-versidade (Secad) e Secretaria de Educa-ção Especial (Seesp) executar programasdo livro e apoiar programas de leitura, pormeio de convênios. Ao MEC cabe dar con-tinuidade às diversas políticas e ações quevem implementando nos últimos anosem diferentes frentes (acesso à produçãocientí ca, didática e artístico-cultural; fo-mento à projetos de mediação de leitura;produção de material cientí co, didáticoe artístico-cultural; pesquisa e avaliaçãosobre leitura e escrita, formação de me-diadores de leitura; apoio à produçãoe distribuição de material literário paraneoleitores), por meio de Instituições eProgramas como o Inep (Instituto Nacio-

Anísio Teixeira); Cibec (Centro de Informa-ção e Biblioteca em Educação); TV Escola,

Portal de Periódicos da Capes; PNLD (Pro-grama Nacional do Livro Didático); PNBE(Programa Nacional da Biblioteca Escolar);PNLDEJA (Programa Nacional do Livro Di-dático para EJA); Concurso Literatura para Todos; Napro (Núcleo de Atividades doProjeto Rondon); Sinaes (Sistema Nacionalde Avaliação da Educação Superior); SAEB(Sistema Nacional de Avaliação da Educa-ção Básica).

Outros projetos e programas que se relacio-nam de forma transversal com a política seto-rial – caso, por exemplo, daqueles referentes àcadeia produtiva do livro, como as ações de ex-portação, desenvolvimento da indústria, apoionanceiro às pequenas e médias empresas, en-

tre outros – são também desenvolvidos por ou-tros ministérios e suas instituições vinculadas aempresas estatais.

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