caderno jm rural 25.09.2012

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Jornal da Manhã Ijuí, 25 de setembro de 2012 Compostagem: produtor rural realiza trabalho em prol da natureza 2012 é o ano do cooperativismo Conheça os produtos da SLC Comercial Pag 3 Cultivo da canola atende demanda da indústria comestível e combustível Pag 5 Pag 6 Pag 8 pag1.indd 1 25/09/2012 08:52:19

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Edição do caderno Rural do JM

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Page 1: Caderno JM Rural 25.09.2012

Jornal da Manhã Ijuí, 25 de setembro de 2012

Compostagem:produtor rural

realiza trabalho em prol da natureza

2012 é o ano do cooperativismo

Conheça os produtos da SLC Comercial

Pag 3

Cultivo da canola atende demanda da indústria comestível e combustível Pag 5

Pag 6

Pag 8

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Seria possível? O mundo sem os químicos e a química

Plantio da soja: época e variedades

"Bom dia, gaúchos e gaúchas de todas as querências!", essa frase me lembra quando eu era criança: assistia todos os domingos o famoso "Galpão Criolo", dizeres estes do saudo-so Nico Fagundes. Saudades desse tempo. A velocidade das informações é algo extraordi-nário. Há 20 ou 30 anos tudo era diferente. Mas a química não mudou, ela evoluiu, ficou mais fina e não conseguimos viver mais sem ela. Vocês devem estar perguntando aonde quero chegar com essa conversa. Pois bem, tenho visto várias discussões referentes aos produtos orgânicos. Dizem que são muito melhores que os convencionais, pois não têm agrotóxicos, ou seja, nada de químico ou química. Bom, isso me remete a pensar um pouquinho mais e pergunto a vocês: toda essa discussão vale a pena? Não estamos perden-do tempo de melhorar e des-cobrir novas tecnologias para o agro? Não existe química em nossa vida: seja ela orgânica ou inorgânica? Nós, técnicos, não estamos confundindo as pessoas que vivem nas cidades com os objetivos econômicos?

Concluo que estamos seg-mentando o agro sem organi-zação. Vejam as montadoras: sabemos hoje exatamente o carro que queremos - 1.0, 1,4, 1.6, com ou sem air bag etc. Quem trabalha no comércio sabe do que estou falando. Isso vale também para agri-cultura: produzimos vários produtos para diferentes consumidores. Porém, não

Aproxima-se a época de plantar a soja. O agricultor está ansioso para estabelecer a lavoura, ante as boas perspec-tivas de safra cheia (as condi-ções climáticas prometem boa distribuição de chuvas = El Niño) e há promessa de bons lucros com a comercialização da produção, dada a atual conjuntura mundial favorável (seca nos EUA e estoques mundiais de passagem extre-mamente baixos) que aponta para a manutenção dos atuais altos preços da commodity.

O produtor da oleaginosa utiliza-se, resumidamente, de três opções de época de plantio e variedades para o estabelecimento da cultura:

1. Planta toda a lavoura no início da primavera, utilizando variedades precoces e super- precoces;

2. Planta toda a lavoura no início da primavera, mas utiliza variedades de ciclos diferentes; ou

3. Planta a lavoura ao longo de toda a primavera, utilizando variedades de qualquer ciclo.

Há vantagens e desvanta-gens para qualquer das três alternativas: se a escolha do agricultor recair sobre a Opção 1, ele usufruirá das vantagens de uma colheita an-tecipada da soja, favorecendo o plantio do milho safrinha, além de beneficiar-se de cus-tos menores para controlar a ferrugem asiática. Por outro lado, o potencial de produção das variedades precoces e super precoces será menor que as de ciclo médio; as ope-rações de plantio e colheita serão muito concentradas, acarretando a necessidade de contar com uma maior quantidade de máquinas, implementos e mão de obra para plantar e colher; se es-tressará com a janela estreita de plantio e de colheita; e estará sujeito a maiores riscos de uma grande frustração de safra, na ocorrência de even-tual estiagem nas fases mais críticas do desenvolvimento da planta (floração e frutifica-ção), considerando que essas fases são mais curtas nessas variedades, não permitindo sua recuperação na eventua-

lidade de a chuva voltar após uma curta estiagem.

Se a escolha do produtor for pela Opção 2, ele terá a vantagem de um melhor escalonamento da colheita, como consequência do plan-tio de variedades de ciclos diferentes; poderá cultivar o milho safrinha nas áreas onde plantou soja precoce e super- precoce; e poderá diver-sificar as lavouras de inverno, cultivando, além do milho safrinha, o trigo, no restante da área. Como desvantagens, o agricultor terá a concentra-ção do plantio num espaço de tempo muito reduzido, e as variedades precoces e super-precoces produzirão inóculo da ferrugem para as de ciclo mais longo, aumentando o custo das pulverizações.

Quando o produtor optar pela Opção 3, ele será favo-recido pelo escalonamento das operações de plantio e da colheita; poderá executar essas operações com menor pressa, estresse e quantidade de máquinas; correrá menores riscos de uma grande frustra-ção de safra, considerando os plantios serão feitos em épocas diferentes e com va-riedades de ciclos diferentes; e poderá, ainda, diversificar as culturas de inverno, plantando trigo, além de milho safrinha. Como desvantagem, ele terá a necessidade de uma maior quantidade de pulverizações para o controle da ferrugem, visto que as variedades mais precoces e os plantios mais do cedo produzirão inóculo para a soja que florescer mais tarde.

Não há garantias de que uma opção será melhor do que a outra, todos os anos. O que a pesquisa faz quando define determinada época de plantio como a mais recomen-dada, é utilizar-se da lei das probabilidades, a qual sugere haver mais chance de êxito plantando variedade tal, nas épocas tal ou qual, em razão do comportamento do clima registrado no local, ao longo das últimas décadas. Isto não impede que, em alguns anos, a época menos indicada seja a que produz mais.

José Annes Marinho, Engenheiro Agrônomo e Gerente de Educação

da Associação Nacional de Defesa Vegetal – Andef.

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deveríamos canibalizá-los. Em geral, com essa falta de organização - de que no orgânico não há produtos químicos e os convencionais têm produtos químicos e são perigosos, esse assunto todo está simplesmente colocando dúvidas em nosso cliente.

Infelizmente esquecemos que o mundo não vive sem química e químicos. Vocês já pensaram se extinguíssemos os químicos do mundo, como seriam as nossas vidas? Não está na hora de gerarmos so-luções para ajudar as cidades e os produtores de orgânicos e convencionais, ao invés de gerarmos problemas? Caso mudássemos nosso modelo

agrícola, o quanto deveríamos produzir de esterco para adu-bar e produzir nos patamares atuais? Seria sustentável?

Ao mesmo tempo em que incentivamos isso, colocamos a culpa no boi pelo efeito estufa, não é estranho? Quem não gosta de churrasco aos domingos?! Vamos colocar os pingos nos "is"! Nossa vida tem química, nosso corpo é formado em grande parte por água, nossa digestão neces-sita de química, a produção de energia das plantas é um processo químico, então, por que fazermos essa distinção: como dizer que tudo que não tem química é melhor, se vi-vemos por causa da química?

É assim para alimentos produzidos nos diferentes modelos agrícolas, alguns usam insumos inorgânicos que têm resposta mais rápida e as plantas assimilam, em geral, com maior velocida-de, e outros usam insumos orgânicos, ambos com suas propriedades químicas en-volvidas no processo. O que precisamos entender é que somos um país diferente, temos um clima instável, ne-cessitamos da tecnologia e da química - tanto que há uma lei para produtos orgânicos que classifica, por exemplo, o cobre, como produto fitos-sanitário. O que é produto fitossanitário? Não seria um químico? Pensemos nisso.

ARTIGO

O que precisamos entender é que somos um país

diferente, temos um clima instável, necessitamos da tecnologia e da

química

Amélio Dall Agnol Engº Agronomo

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SLC Comercial: excelência em qualidade nos produtos e serviços

A SLC oferece produtos de qualidade, com configurações indicadas para as necessidades de seus usuários

Há 67 anos no mercado, a SLC Comercial, repre-sentante dos produtos

da marca John Deere, atende 70 municípios. Revende, além de máquinas, tratores e implementos agrícolas, também óleos lubrificantes, pneus agrícolas, peças e presta serviços de mão-de-obra e assistência técnica, contando com uma equipe especializada e treinada na própria fábrica.

A principal preocupação da empresa é oferecer sempre produtos de qualidade, com as configurações mais indica-das para as necessidades de seus usuários.

Sua filosofia de trabalho é revelar sua permanente prestação de serviços espe-cializados e fornecimento de peças originais dos produtos que comercializa, firmando seu compromisso com a excelência em qualidade nos produtos e serviços.

Na SLC, concessionária John Deere, você encontra tratores de 55cv a 225cv fabricados em Montenegro/RS, colheita-deiras 1175/1470/ 1570 – STS 9470 / 9570 / 9670 e 9770 fabricadas em Horizontina/RS, pulverizadores 4630 im-portados e 4730 nacionais – fabricados em Catalão/GO e plantadeiras fabricadas em Horizontina/RS.

A John Deere é uma empre-sa que atua no ramo agrícola desde 1837, e há 175 anos está ao lado dos agricultores. Ela acaba de receber o prêmio “A Granja do Ano”, promovido pela editora Centaurus, que

destaca a cada ano empresas que tiveram realce por sua atuação em diferentes setores do agronegócio brasileiro. O prêmio foi recebido na Expointer, uma das maiores exposições agropecuárias da América Latina, que foi realizada em Esteio. A edição “Granja do Ano” é publicada desde 1986 e a John Deere foi a empresa escolhida como o Destaque 2012 entre as fabricantes de colheitadeiras.

SLC Comercial, concessio-nário John Deere, na BR 285, km 458, 500. Bairro Burtet. Te-lefone: 55 33333 0886. E-mail: [email protected].

Na SLC você encontra colheitadeiras, tratores, pulverizadores e plantadeiras John Deere

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Sistemas de irrigação sãogarantia de produção agrícola

Irrigação será destaque durante Feira Agropecuária

A irrigação, uma das práticas mais seguras para garantir a produção agrícola, deve ser

vista como um meio de suprimento de água às culturas, em quantidade e no momento certo, levando em consideração condição do solo, água, clima e cultura.

Em todo o Estado, existe um pro-grama que incentiva a implantação de sistemas de irrigação, e que subsidia a aquisição de equipamen-tos, agilizando o licenciamento e a outorga de projetos de irrigação. Trata-se do projeto Mais Água, Mais

Renda, que tem por objetivo que os agropecuaristas gaúchos tenham maior produtividade e estabilida-de na produção, estimulando o aumento na reserva de água nas propriedades rurais e o uso do sis-tema de irrigação.

O programa pode ser acessado por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Fami-liar – Pronaf. O Estado paga 100% da primeira e da última parcela do financiamento, e o programa será financiado em 10 anos, com três anos de carência. Ou seja, totaliza

sete pagamentos. O projeto possibilita que haja um

aumento no número de hectares irrigados, já que o número ainda é bem menos do que o potencial que o Estado possui.

O programa Mais Água, Mais Renda foi elaborado pela Seapa, em parceria com as secretarias de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvi-mento Urbano, de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, de Desenvolvimento e Promoção ao Investimento, da Fazenda, do Meio Ambiente e Comunicação e Inclusão

Digital. Feira do Agronegócio - No Parque

de Exposições Wanderley Burmann, em paralelo com a Expo-Ijuí Fenadi 2012, ocorre a 23ª Exposição Feira do Agronegócio, que trará como destaque o sistema de irrigação, e que irá explorar a técnica que fornece água para as plantas de forma controlada, garantindo sua produtividade e sobrevivência.

Durante a feira, será demonstrada a utilização de um pivô de irrigação e de um sistema de irrigação por mantas para pecuária leiteira.

Apaju faz alerta sobre o uso de agrotóxicosConsiderando que a des-

secação de lavouras em fase de maturação tem se constituído em prática de manejo do interesse dos produtores, principalmente visando a uniformização/padronização para facilitar a colheita, a Apaju - Associação dos Engenheiros Agrônomos de Ijui, promoveu uma dis-cussão sobre o tema, com o objetivo de posicionar-se e de poder orientar, tanto os profissionais envolvidos como os demais agentes da cadeia, principalmente os produtores e comerciantes de agrotóxicos, quanto às práticas recomendadas ou não, bem como informar sobre estudos que estão sendo feitos pela pesquisa, pois toda e qualquer prática que implica na utilização de

agrotóxicos somente pode ser adotada a partir de proce-dimentos definidos pela lei, incluindo a obrigatoriedade do Receituário Agronômico, e a partir de plena segurança, tanto quanto à eficiência em relação ao objetivo proposto como quanto ao impacto ambiental e para saúde.

Neste sentido, seguindo re-comendação da Reunião Bra-sileira de Pesquisa de Trigo, composta por entidades de pesquisa, ensino, extensão e de empresas de agrotóxicos, reconhece que “não existe, até o presente momento, produto registrado para a prática de dessecação em pré-colheita das culturas de inverno, visando a anteci-pação ou uniformização da colheita.

O herbicida amônio-glu-

fosinato vem sendo cogi-tado como um produto possível de ser usado para a dessecação pré-colheita de trigo e cevada. Sobre isso, vale ressaltar que esse her-bicida possui registro para manejo da vegetação em pré-semeadura das culturas. Dessa forma, para uso do amônio-glufosinato em ou-tra modalidade, é necessário que sejam realizados estudos para definir os parâmetros de aplicação (dose, volume de calda, adjuvantes e mo-mento de aplicação) e de parâmetros de toxicidade para humanos (resíduos, período de carência, inges-tão diária entre outros)” e o registro junto aos órgãos competentes.

Diante disso, a Apaju aler-ta que o uso de produtos

dessecantes e outros agro-tóxicos em desacordo com a legislação, podem acarretar na responsabilização do pro-fissional que emitir receita

agronômica, dos comer-ciantes que comercializam e dos produtores que usarem produtos sem a devida reco-mendação.

As práticas de utilização de agrotóxicos somente podem ser adotadas a partir de procedimentos definidos pela lei

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Trabalho ecológico é realizado na Linha 6 Leste

Bira faz um trabalho de catação no bairro Modelo, e leva para sua propriedade rural

Obirajá Gehm realiza há 13 anos, na proprieda-de da Linha 6 Leste de

Ijuí, um trabalho ecológico de compostagem. O trabalho iniciou quando era presidente da Sociedade Ecológica Ban-deirantes do Verde, e passou a se interessar por reciclagem.

Bira, como é mais conhe-cido, é aposentado, e utiliza seu tempo livre em prol da natureza. Ele possui residên-cia no Bairro Modelo, onde faz o trabalho de catação de folhas, e leva para sua pro-priedade rural, onde mistura com o lixo doméstico que recicla, e, assim, realiza o trabalho de compostagem. “Ao invés de jogar fora es-sas folhas, elas vêm pra cá, formam adubo e já vão para o pomar. A própria natureza é que faz o trabalho de reci-clagem”, explica Bira.

O aposentado ainda não tem nenhum retorno finan-ceiro de seu trabalho, e diz estar em fase de preparação do solo. “Por enquanto, o que eu ganho com isso, além da satisfação, é a colheita de frutas com sabor diferencia-

Lá, ele mistura com o lixo doméstico que recicla, e, assim, usa como adubo no seu pomar

do, já que a adubação é feita com resíduos do próprio solo. Com a reciclagem da matéria orgânica estou alimentando o solo, que posteriormente é passado para as plantas”, destaca o produtor, que in-veste no plantio de uva, nec-tarina, pêssego, caqui, nozes, limão, mandioca, abóbora, ameixa, bergamota e laranja.

Além dessas atividades, ele realiza um controle de formigas e de pragas, e um trabalho de adubação verde. Bira também produz frutas nativas para animais, como pera, guabiju, pitanga, amora, cereja, sete capotes e guavirova.

Na última semana, com o temporal que atingiu o município de Ijuí e região, as parreiras de uva foram bas-tante atingidas, assim como os pessegueiros. “A chuva acabou fazendo o “raleio” automático, mas também estragou muita coisa. As parreiras, que já estavam carregadas, agora não têm mais nada”, lamenta Bira.

Algumas frutas que cultiva foram bastante afetadas pelo temporal, como é o caso dos pêssegos

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Chuva forte e vendaval causam estragos na zona rural de Ijuí

O temporal resultou em queda de árvores, postes e de energia elétrica

Na última semana, o município de Ijuí foi atingido por um tem-

poral de grandes proporções, registrando, além de muita chuva, granizo e fortes raja-das de vento. O temporal, que durou cerca de 30 minutos, segundo os bombeiros, re-sultou na destruição de casas,

Eorides Andriollo teve 90% de suas parreiras destruidas

2012: o ano das cooperativasO alcance e a força das

cooperativas se revelam em vários segmentos, inclusive na agricultura. Cooperativas são organizações de pesso-as que conseguem encarar e vencer desafios por meio de um trabalho construído em equipe, com uma relação de ajuda mútua. Pensando no desenvolvimento que o cooperativismo opera, a Organização das Nações Unidas – ONU, institui 2012 como o “Ano Internacional das Cooperativas”

Trata-se, obviamente, de um importante apoio que consolida a legitimidade e

a legalidade do cooperati-vismo, incluindo o do ramo trabalho, como alternativa válida para enfrentar e solucionar o problema do desemprego. É também, um reconhecimento de como as cooperativas auxiliam na construção de um mundo melhor.

Vantagens fiscais e ga-nhos em escala são pontos que atraem produtores rurais a aderirem ao coo-perativismo, que buscam principalmente suprir as deficiências e aumentar a competitividade. Nos últimos 10 anos, o coo-

perativismo cresceu em níveis de até 200%, puxado principalmente pelo campo, segundo dados do Sindicato e Organização das Coopera-tivas Brasileiras no Estado.

Se o papel de uma coo-perativa é representar seus associados, também é ne-cessário que os associados façam o papel de participar e de se responsabilizar pelas suas parcelas de compro-misso diante das coopera-tivas de que fazem parte, para que, com isso, a gestão e o desenvolvimento dessas cooperativas se façam fun-cionais. A força das cooperativas se revelam em vários segmentos, incluindo o rural

queda de árvores, postes e de energia elétrica. Durante o temporal, os bombeiros receberam mais de 100 pe-didos de lonas para cobrir casas destelhadas.

Para os produtores rurais, os estragos também não foram poucos. Segundo in-formações da Emater, é de

cerca de 15 milhões de reais o prejuízo causado pelo tem-poral somente nas lavouras de Ijuí, incluindo estragos em casas, galpões e estufas do interior. No caso do trigo, o prejuízo estipulado é cerca de cinco milhões de reais, e 20% da área de aveia foi perdida devido aos ventos fortes e ao granizo.

Em relação ao milho recém

plantado, além do município de Ijuí ter registrado redução de aproximadamente 500 hectares no plantio, o tem-poral destruiu cerca de 70 por cento da cultura na região mencionada anteriormente. Também houve perda nos segmentos de fruticultura, olericultura e canola. As regi-ões dos Distritos de Santana, Chorão e Floresta foram as

mais afetadas. Na Linha 6 Leste de Ijuí, o

hortigranjeiro Eorides An-driollo teve 90% dos seus 1200 pés de parreiras des-truídos. Quanto à plantação de trigo, de 70 a 80% foi atingido. “Além das parreiras, perdi cerca 180 sacas de trigo, 80 de aveia e 40 de cevada. O estrago foi realmente muito grande”, relata o agricultor.

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Danos causados em redes de energia durante temporais

Eucaliptos foram principais responsáveis pela queda de postes e rompimento de condutores no último temporal

O Rio Grande do Sul foi severamente castiga-do na última semana

por temporais que deixaram rastros de destruição por onde passaram. Na região de Ijuí não foi diferente e um dos setores mais afetados foi o elétrico. Além da instabi-lidade climática, outro fator relevante para os estragos nas redes de distribuição de energia da Ceriluz foram as árvores exóticas plantadas próximas a elas.

A região vem registrando nos últimos anos a incidência de fenômenos climáticos destrutivos, como ventos aci-ma dos 100 quilômetros por hora, que por onde passam abrem caminho derrubando o que estiver pela frente. Um destes casos ocorreu na última semana, afetando principalmente o setor elé-trico. A Ceriluz inclui-se entre as distribuidoras afetadas, sendo que na noite em que o correu o fato, 18 de se-tembro, praticamente 90% de seus associados ficaram desabastecidos. O estrago nas redes foi tamanho que, apesar da maioria dos casos terem sido regularizados no dia seguinte ao fato, alguns danos mais complexos só foram completamente recu-perados três dias após. Entre o dia 18 e 21 foram atendidas 420 ocorrências.

Este temporal mostrou-se mais complexo pelo fato de ter tido como principal consequência a derrubada de postes, diferenciando-se dos demais dias de chuva, quando a maioria dos danos é causado pelas descargas atmosféricas que provocam a queima de transformadores e abertura de chaves fusíveis. Neste temporal registrou-se um total de 51 postes derru-bados e apenas 3 transforma-dores queimados, além dos casos de abertura de chaves fusíveis e religadores. Contu-do, o vento por si só não é o único responsável pela queda de tantos postes, até porque a infraestrutura de distribui-ção de energia da Ceriluz é 100% composta de postes de concreto. O grande problema nestes casos é a queda de árvores sobre as redes, que provocam ou o rompimento dos condutores ou a queda

das estruturas. Nos casos ocorridos, um complicador foi o fato das redes atingidas serem alimentadoras, ou seja, linhas principais que abas-tecem regiões inteiras. Há outro agravante nesta situa-ção: a maioria destas árvores são exóticas, especialmente eucaliptos, plantadas pelos próprios agricultores. A esti-mativa é que mais de 90% dos danos foram causados por árvores plantadas próximas a rede, conforme informa o responsável técnico pelo setor de construção e manu-tenção de redes da Ceriluz, Bráulio Schussler. “O que a gente pede é que o associado pense nisso e evite plantar árvores próximo ou embaixo das redes, porque no mo-mento que dá um temporal, o principal prejudicado, além da Ceriluz, será ele próprio”, solicita. Mesmo estas árvores não sendo atingidas pelos temporais, o plantio delas acaba aumentando o custo operacional da Cooperativa, uma vez que ela faz periodi-camente a condução (poda) das árvores para que seus ga-lhos não provoquem curtos circuitos e quedas de energia.

Schussler ressalta que essa medida pode evitar que o associado permaneça várias horas ou dias sem energia, o que prejudica suas ativida-des diárias, como aconteceu neste temporal.

Precauções – A falta de energia nas propriedades rurais tem como principal consequência prejuízos na produção e a perda de produtos. Infelizmente a Ceriluz não pode garantir que nunca vai faltar ener-gia, uma vez que não há como controlar o clima,

como bem lembra Schussler. “Muitos associados ligam para o 0800 51 3130 ou nos procuram nos escritórios solicitando que religuemos a energia, uma vez que tem animais para ordenhar, leite e carne para conservar, mas a Ceriluz não pode atender imediatamente cada caso. Nós temos que primeiro colocar energia nas linhas principais , para depois conseguirmos levar energia para cada associado”, expli-ca. Neste sentido, ele sugere que o consumidor pense

em adquirir um gerador próprio de energia para es-tes casos. “Hoje o mercado possibilita vários modelos de geradores, cujos custos caíram, e, muitas vezes, este equipamento pode se pagar apenas evitando prejuízos nestes dias sem energia”, acredita o técnico. A única garantia que a Ceriluz pode dar é de empenho máximo para atender ao seu quadro social. Foi o que aconteceu neste temporal quando, du-rante a maior parte do tem-po, a Cooperativa atuou com quinze equipes próprias e duas terceirizadas para regularizar o fornecimento de energia. Os colaborado-res também não pouparam esforços e trabalharam noite e dia, com poucas horas de descanso. “Nossos associa-dos precisam de energia, nós sabemos disso, mas sabemos também que cada funcionário tem sua família e a gente preza para que eles vão trabalhar e voltem em segurança para os seus lares. Levar energia, com segurança é a nossa prio-ridade nestes momentos”, conclui Bráulio Schussler.

A falta de energia nas propriedades rurais tem como principal consequência prejuizos na produção e a perda de produtos

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Canola: importante alternativa para rotação de culturas

Há u m a s e m a n a , aconteceu a aber-tura nacional da

colheita da canola, que vem sendo cultivada no município de Ijuí desde o ano de 2005.

Para a professora Cleusa Bianchi Krüger, professora de Agronomia da Unijuí, a canola tem como van-tagem ser uma espécie produtora de ó leo na estação fria do ano, sen-do, portanto, mais uma alternativa para a rotação de culturas. “Além disso, ajuda a quebrar ciclo de determinadas doenças do trigo, quando emprega-da na rotação. E tem, na maioria das vezes, retorno econômico compensador, ao ser comparado com o trigo”, explica.

Ao produzir óleo, ela tem bastante interesse para o biodiesel também. Pela sua qualidade, ele é mais des-tinado para a indústria co-mestível e não combustível. “No meu ponto de vista, a

canola deve ser empregada para a produção de alimen-tos. Logicamente, o que vai determinar seu destino é o preço pago ao produtor, já que ele precisa viabilizar sua atividade. Além disso, a situação do mercado na-cional pode determinar um ou outro destino”, destaca a professora.

Quanto aos volumes de chuva que aconteceram na última semana, ela acredi-ta que pode ser prejudicial dependendo da fase em que se encontra a cultura da canola. “A canola tem problemas na colheita de-vido às altas temperaturas, granizo, ventos intensos e elevados volumes de chu-va, que tendem a favorecer a deiscência da síliqua, ou seja, a debulha dos grãos. No caso de volumes ele-vados de chuva na fase de maturação, a canola pode levar mais tempo para atingir a umidade ideal para a colheita, caso ainda não esteja madura,

ou perder grãos pela deis-cência devido ao excesso de umidade ou pela movi-

mentação das plantas em razão do vento forte. No entanto, a chuva, tende

a ter menores perdas de grãos se comparada às al-tas temperaturas”, relata.

Ao produzir óleo, a canola também tem grande interesse para o biodiesel

Na próxima sexta-feira, dia 28 de setembro, termina o prazo para as pessoas físicas e jurídicas pro-prietárias de imóvel rural entregar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - DITR, referente ao exercício 2012.

São obrigados a prestar contas os proprietários de imóvel rural, titulares do domínio útil ou possui-dor a qualquer título, inclusive os usufrutuários; um dos condôminos quando, na data da apresentação

da declaração, o imóvel rural per-tencer a mais de uma pessoa física ou jurídica, em decorrência de contrato ou decisão judicial; e os donatários, em função de doação recebida em comum.

Também devem remeter o docu-mento ao Fisco as pessoas físicas e jurídicas que perderam a posse do imóvel rural entre 1º de janeiro e 28 de setembro de 2012; ou o direito de propriedade pela transferência ou incorporação do imóvel ao

patrimônio do expropriante, em decorrência de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, inclusive para fins de reforma agrária; a posse ou a propriedade do móvel rural, em função de alienação ao Poder Público, bem como o inven-tariante, em nome do espólio, e um dos compossuidores quando mais de uma pessoa for possuidora do imóvel rural.

Quem não entregar a documen-

tação até as 23 horas, 59 minutos e 59 segundos da data limite, terá que pagar multas. A não entrega da declaração, para os casos de imóvel rural imune ou isento, que tenha tido alteração cadastral, também implicará em uma multa de R$ 50.

O documento deve ser transmiti-do pelo www.receita.fazenda.gov.br ou entregue em disquete nas agências do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, durante o horário de expediente.

Última semana para entregar a declaração do imposto sobre a

propriedade rural

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