caderno didatico tomate em conserva

Upload: ricardocardoso

Post on 07-Jul-2018

233 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    1/42

    Produção de Tomate Seco em Conserva

    Prof. Paulo Cesar Stringheta

    Professor Titular da UFV

    1 Introdução

    A secagem é uma das técnicas mais antigas de preservação de alimentos utilizada

     pelo homem. Trata-se de um processo encontrado na própria natureza, onde a entalpia do ar

    ambiente dada pela energia solar, promove a secagem natural.

    Ainda que a secagem natural propicie um produto de boa qualidade, nem sempre as

    condições climáticas são favoráveis e, em se tratando de grande volumes de alimentos a

    serem secos, a utilização deste método torna-se impraticável, além do que a secagem

    natural no campo expõem o produto ao ataque de pássaros, roedores, fungos, insetos e

    outros fatores que podem comprometer a qualidade do produto. Desta forma, o homem

    desenvolveu vários tipos de equipamentos para a secagem de seus alimentos, de acordo

    com o tipo de produto de que necessitava como frutas, legumes, cereais, carne, etc.

    A secagem de alimentos constitui uma técnica que requer conhecimentos não

    apenas das tecnologias disponíveis para este fim, mas também das características do produto, sua composição, natureza, etc. A desidratação não é apenas a secagem pura e

    simples dos alimentos. Para que ela ocorra, há necessidade de se preparar o alimento por

    meio de lavagem, corte, branqueamento e outros processos unitários, que juntamente com a

    secagem são responsáveis pela boa qualidade do produto final.

    O sistema de comercialização das frutas brasileiras, em sua grande maioria, é

    comumente feito sem o emprego de refrigeração tanto no transporte como na

    comercialização, o que dificulta o atendimento das demandas distantes das zonas de

     produção. Os balcões-vitrines refrigerados abrem a possibilidade à venda de frutas e

    legumes não apenas pré-embaladas, mas ao mesmo tempo preparadas (fatiadas,

    descascadas, limpas, etc.), contudo, por serem muito perecíveis, e por estarem semi-

     preparadas, logo mostram sinais de descoloração, murchamento, ou presença de fungos. As

    técnicas de desidratação, permitem reduzir grande parte destes inconvenientes com a

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    2/42

    vantagem de permitir a conservação por maior tempo, a oferta do produto ao longo do ano,

    e a comercialização em mercados distantes, como os da Europa, Estados Unidos e Japão.

    Além de favorecer a preservação, a desidratação reduz o peso e o volume do

     produto a níveis significativos, aumentando a eficiência do transporte e do armazenamento.

     Nos alimentos desidratados a inibição do crescimento de microrganismo e a

    atividade enzimática, são controlados pela redução do teor de água do alimento, uma vez

    que o calor a que são submetidos durante a secagem, não é suficiente para destruir os

    microorganismos e inativar as enzimas.

    As alterações nos alimentos causadas por microorganismos são muito mais rápidas e

    intensas que as causadas por reações químicas e enzimáticas ocorridas durante o

    armazenamento. A redução do nível de umidade dos alimentos reduz sobremaneira a ação

    de microorganismos preservando consideravelmente o produto durante o seuarmazenamento.

    2. Tomate Seco

    Após a colheita, o tomate apresenta-se como um fruto altamente perecível, tendo

    um curto período de vida para utilização adequada. O tomate maduro apresenta vida média

    de prateleira de uma semana, com perdas pós-colheita de 25-50%, e, para o tomate

     parcialmente maduro, estes números são de 1-2 semanas, com 20-40% de perdas pós-

    colheita.

    A industrialização é portanto, de extrema importância não apenas por evitar perdas

    mas também por impedir a superabundância do fruto no período da safra, o que leva a

    desvalorização do produto. Estudos de novas formas de processamento do tomate são muito

    importantes. Entre as possibilidades de industrialização do tomate, uma bastante

    interessante é a sua desidratação.

    O tomate seco é originário da Itália e tem boa aceitação entre os consumidores

     brasileiros, sendo bastante utilizado em pizzarias, restaurantes, lanchonetes e antepastos. É

    um produto diferenciado, tanto no processamento como na comercialização. Trata-se de

    metades de tomates desidratadas até umidade intermediária, onde se obtém uma textura

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    3/42

    macia, sendo então embalado imerso em óleo vegetal, temperado geralmente com sal,

    orégano e, em alguns casos alho e outros condimentos e armazenados sob refrigeração. No

    Brasil trata-se de um produto relativamente novo, sendo o processamento efetuado por

     pequenas e microempresas, em geral situadas próximas às regiões produtoras.

    Quanto menor for o tempo entre a colheita e o processamento, melhor será a

    qualidade do produto final. Isto faz com que uma fábrica de tomates desidratados deva

     preferencialmente está localizada próxima à zona de produção da matéria-prima.

    3. Produção de tomate seco

    3.1. Processamento

    A Figura a seguir mostra o fluxograma de processamento do tomate seco

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    4/42

     

    Figura 1 –  Fluxograma de processamento de tomate seco.

    Recepção

    A matéria-prima deve ser pesada assim que chegar a linha de processamento, o

    que é muito importante para acompanhamento e calculo do rendimento ao final do

     processo. Para tal é conveniente que estes estejam em caixas padronizadas.

    Lavagem

    Os tomates devem ser lavados em água tratada de boa qualidade, em três etapas,

    sempre sob a forma de imersão. Na primeira, os frutos devem permanecer numa solução de

    80 ppm de CRT (cloro residual total), preparada a partir de 24 mL de hipoclorito de sódio

    ARMAZENAGEM

    PASTEURIZAÇÃO

    ACONDICIONAMENTO

    SECAGEM

    PREPARO

    SELEÇÃO

    LAVAGEM

    RECEPÇÃO

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    5/42

    comercial, contendo 10% de CRT, para 30L de água, por 20 minutos. Na próxima etapa, os

    frutos devem ser colocados numa solução de 40 ppm de CRT (cloro residual total),

     preparada a partir de 12 mL de hipoclorito de sódio comercial, contendo 10% de CRT, para

    30 mL de água, por 10 min. A última etapa a lavagem deve ser efetuada em água corrente

    sem a adição de cloro.

    O objetivo das lavagens é eliminar a grande contaminação microbiana natural nos

    frutos oriundas do solo.

    Seleção

    Esta etapa deve ser efetuada logo após a lavagem, enquanto os tomates sãoconduzidos para o interior da fábrica através de uma esteira dotadas de bancadas laterais

     para trabalho. Caso a produção seja pequena e não se possua tal aparato, os tomates devem

    ser conduzidos a uma mesa de inox em caixas plásticas previamente higienizadas, de forma

    a evitar a recontaminação do produto.

    A seleção deve ser efetuada manualmente. Eventuais pendúculos e folhas devem

    ser eliminados. O fruto a ser desidratado deve ter seu ponto de maturação firme,

    uniformidade de composição, coloração e sabor. O ponto de maturação é o mesmo do de

    consumo. Os frutos não devem apresentar sinais de deterioração ou manchas escuras.

    Preparo

    Esta operação é manual: os tomates podem ser cortados em duas ou quatro partes,

    no sentido longitudinal, com o auxílio de facas de aço inoxidável. As sementes devem ser

    retiradas com os dedos (com luvas).

    As partes obtidas devem ser imersas em uma salmoura contendo 9% de sal (para

    cada litro de água são adicionados 90 gramas de sal), na proporção de 1:2, ou seja, para

    cada 15 kG de tomate deve-se ter 30L de salmoura, onde permanecer por 30 minutos. Após

    este tempo, devem ser retiradas, escorridas

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    6/42

     

    Secagem

    O produto oriundo da salmoura e já escorrido deve ser colocado lado a lado sobre

    as bandejas teladas do secador a uma razão de aproximadamente 8-12 kg/m2. Uma das

     bandejas do secador deve ser utilizada como controle e utilizada para acompanhar o

     processo e determinar o ponto final da desidratação.

    A umidade do produto que está sendo desidratado pode ser estimada por meio do

     peso do produto o que faz com que o ponto final do processo seja determinado pela

     pesagem da bandeja controle. A formula seguinte permite efetuar alguns cálculos

     pertinentes:

    Pf  = Pi Uf  

    Ui

    100

    100  equação 1

    Onde,

    Pf  significa o peso líquido para que o produto tenha a umidade desejada.

    Pi significa o peso líquido inicial, obtido por meio de pesagem.

    Ui significa a umidade inicial, e

    Uf  significa a umidade final desejada.

    A umidade inicial do produto pode ser determinada experimentalmente por meio

    do método da estufa, no entanto costuma-se utilizar um valor médio encontrado para o

    tomate que é 93. A umidade final desejada para o produto desidratado deve ficar em torno

    de 60 a 65%.

    A temperatura de secagem deve ser ajustada entre 60 a 65 oC com a velocidade do

    ar em torno de 1,6 m/s. Com estas condições o processo o tempo de secagem para o tomate

    destinado ao preparo de conservas é de aproximadamente 13 horas.

    Uma vez atingido o peso (bandeja controle) para a umidade final desejada, o

    secador deve ser desligado e os frutos devem permanecer no equipamento até entrarem em

    equilíbrio com a temperatura ambiente. Este procedimento é importante para evitar que o

     produto reabsorva umidade.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    7/42

    Outro ponto relevante a ser observado durante a secagem é que cada bandeja deve

    ser girada a cada hora para propiciar a obtenção de um produto mais uniforme.

    Acondicionamento

    As partes de tomates devem ser retiradas do secador e imediatamente colocadas

    em recipientes de vidro previamente esterilizados juntamente com as suas respectivas

    tampas. A esterilização deve ser feita em água em ebulição durante 30 minutos.

    Paralelamente deve ser preparado o condimento a ser utilizado para preparar a

    conserva. Sugere-se como condimento a mistura de 80% de óleo de girassol, 20% de azeite

    de oliva e orégano a gosto (sugestão: 0,2%). Na realidade o tipo de tempero a ser utilizadodepende do custo final e das exigências do mercado. Pode-se usar 100% de azeite, no

    entanto ter-se-á um produto mais caro e, segundo pesquisas efetuadas, com aceitabilidade

    semelhante a formulação sugerida.

     Nos frascos já contendo o tomate deve ser adicionado o condimento, previamente

    aquecido a 90oC por 1 minuto. Durante o enchimento deve-se ter o cuidado de não deixar

     bolhas de ar no interior pois elas podem se tornar pontos de alteração do produto após o

    armazenamento.

    Os frascos devem então serem fechados e levados para pasteurização. Tal processo

    consiste em submeter o produto ao aquecimento por um dado período de tempo visando a

    eliminação de grande parte dos microrganismos presentes, especialmente os patogênicos.

     No presente caso, a pasteurização é efetuada expondo os fracos a água fervente por 30

    minutos.

    Decorrido este tempo, os recipientes devem ser colocados pra esfriarem a

    temperatura ambiente.

    Armazenagem

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    8/42

    Uma vez pronto o deve ser armazenado ao abrigo de luz em loca fresco por pelo

    menos 30 dias antes de ser consumido.

    4. Secador

    O equipamento mais importante em tal processo é o secador, sem o qual não é

     possível obter o produto em questão. Mesmo que a produção ser a nível artesanal, o secador

    é imprescindível.

    As câmaras de desidratação são as mais comuns e utilizadas pelos pequenos e

    médios produtores de frutas e vegetais desidratados. É um sistema de secagem que consiste

    de um compartimento fechado (Mas com abertura para entrada do ar de secagem e saída doar de exaustão) dotada de várias bandejas posicionadas horizontalmente, sobre as quais

    coloca-se o produto a ser desidratado. Estas bandejas se encontram no interior de uma

    câmara, por onde circula o ar insuflado por um ventilador, previamente aquecido em um

    queimador a gás ou em um conjunto de resistências elétricas. Estes tipos de secadores são

    de fácil construção, manutenção e flexível quanto ao tipo de produto. São de menor custo

    que os demais tipos, sendo por isso muito empregado na desidratação de frutas e hortaliças

    em pequena escala.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    9/42

     

    ]

    Produção de Maçã Desidratada

    1. 

    Introdução

    As frutas apresentam grande importância em todo o mundo no que se refere ao

    aspecto social econômico e alimentar. A fruticultura possibilita a exploração intensiva de

    áreas produtivas tornando-as lucrativas. Além disso, utiliza uma elevada quantidade de mão

    de obra constituindo-se uma fonte geradora de emprego, não somente na produção, mas

    também no armazenamento, processamento e comercialização de frutas.A boa aceitação geral de uma fruta pelos consumidores não se deve somente à sua

    composição química e conteúdo em vitaminas, mas também ao seu aroma e sabor.

    O mercado de frutas desidratadas apresenta-se em franca expansão. A desidratação

    aumenta a vida útil dos alimentos por ser uma técnica de conservação que consiste na

    remoção de água, inibindo o crescimento dos microorganismos. A cada ano percebe-se um

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    10/42

    aumento na quantidade e na variedade de produtos desidratados, que se estende do

    segmento de carnes, condimentos ao de frutas e hortaliças.

    Uma das técnicas mais antigas e mais utilizadas pelo homem de preservação de

    alimentos e a remoção de água dos alimentos através do processo de secagem. Comparadas

    com outros métodos de conservação para períodos longos como a refrigeração, a

    apertização ou os tratamentos químicos, etc; a desidratação é de custo mais baixo e de

    operação mais simples.

    A maçã desidratada é um produto bastante interessante. A industria de confeitaria e

    de chás são compradores deste produto, além disso a maçã desidratada por si só é um bom

    aperitivo, caindo facilmente no gosto do consumidor, sobretudo por sua praticidade. Além

    disso, com o maior esclarecimento da população quanto a uma alimentação saudável, o

    consumo de frutas desidratadas tem se ampliado por ser uma excelente alternativa aoconsumo de doces. Os supermercados são compradores de maçã desidratada para venda

    direta ao consumidor.

    A maçã desidratada conserva-se a temperatura ambiente, conservando suas

    características sensorias e nutricionais a um baixo custo de armazenamento, uma vez que

    não se utiliza um sistema frigorífico e tam’bem porque o seu volume e sua massa total

    foram reduzidos.

    Entre os fatores que tem dificultado a expansão desses mercados, ressalta-se a baixa

    qualidade da maioria dos produtos comercializados, sem padrões definidos,

    comprometendo, muitas vezes, a sua imagem junto do consumidor. Por sua vez, entre os

    fatores que tem concorrido para a continuidade dessa situação, destacam-se: o pouco

    conhecimento técnico dos fabricantes e a escassez de informações disponíveis relacionadas

    à industrialização.

    Por proporcionar meios efetivos para a fixação do homem no campo, agregar valor

    ao produto agrícola, utilizar tecnologia e equipamentos nacionais, o governo incentiva a

    implantação deste tipo de indústria nas regiões produtoras e subdesenvolvidas

    industrialmente.

    A tecnologia de desidratação é bastante simples, o que permite que iniciativas de

     pequeno porte sejam plenamente viáveis. Neste material poderá ser encontrado as fases

    mais importantes para implantação de uma unidade de processamento de maçã desidratada,

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    11/42

    destacando-se as etapas de fabricação, boas práticas de processamento, instalações

    necessárias e os custos envolvidos na produção da mesma.

    2. Características do produto e etapas de processamento

    A maçã desidratada é um produto de baixa umidade, na faixa de 3 a 5%, utilizando-

    se de maçã fatiada sem casca e sementes de espessura final aproximadamente de 0.1 cm

    com durabilidade aproximada de 4 a 6 meses quando corretamente armazenadas em locais

    frescos e de baixa umidade.

    As maçãs destinadas à desidratação devem possuir características como textura

    firme, polpa branco-amarela e porcentagem elevada de sólidos solúveis.

    Colheita

    A maçã é uma fruta climáterica, ou seja, que continua a desenvolver a maturação

    mesmo depois da colheita. Apresenta assim a vantagem de se poder colher o fruto a pós seu

    completo desenvolvimento fisiológico, permitindo assim, maior tempo de vida após a

    colheita, possibilitando o transporte até a indústria, com maior preservação de suas

    características físicas.

    De modo geral, as frutas destinadas ao processamento devem apresentar uma

    uniformidade quanto à composição, coloração e sabor.

    A qualidade é extremamente afetada pelo tempo decorrente entre a colheita e o

     processamento, sendo necessário assim que as frutas sejam manuseadas com cuidado e

    acondicionadas em caixas apropriadas no transporte do pomar a indústria. Recomenda-se

    que o transporte seja efetuado o mais rápido possível.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    12/42

    Estocagem

    A estocagem da matéria-prima na indústria tem como finalidade uniformizar a

    maturação das frutas para o processamento e evitar descontinuidade no funcionamento da

    linha de produção.

    É importante ressaltar que a umidade relativa do ar superior a 90% favorece o

    desenvolvimento de fungos que provocam o apodrecimento rápido das frutas.

    Para a micro e pequena indústria, recomenda-se galpão telado com boa ventilação e

    que os frutos sejam colhidos no ponto de maturação conhecido como maduro firme,

    atingindo o ponto de maturação para processamento, o mais rápido possível.

    Recepção

    Ao chegar na indústria, as maçãs são descarregadas e submetidas a uma pré-seleção

    em que todas as impróprias (podridões, alterações fisiológicas etc) para o processamento

    são descartadas. Dependendo das condições de fornecimento de fruta à indústria, a matéria-

     prima recebida pode ser enviada para o sistema de armazenamento ou ir diretamente para

    linha de produção.

    Lavagem

    A lavagem da maçã é realizada em três etapas. É possível fazer a lavagem utilizando

    tanques de imersão, utilizando água clorada com teores de cloro variável de 10 a 50 ppm

    (mg/L)e o tempo de imersão de 20 a 30 minutos.

    Recomenda-se utilizar três tanques de imersão; o primeiro para retirada de

    sujidades, o segundo para sanitização, e o terceiro para enxágüe.

    A concentração de cloro ideal para o banho de imersão é de 30 ppm, e o tempo em

    torno de 20 minutos. O segundo tanque deve ser feito com água tratada, numa concentração

    de cloro que varie entre 10 e 20 ppm, num tempo de 10 a 20 minutos. Terminando o

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    13/42

    segundo banho, os frutos são colocados no terceiro tanque de imersão para a última

    lavagem.

    Pode-se aplicar o cloro utilizando os produtos comerciais hipoclorito de sódio (mais

    recomendado) e água sanitária, que contém outros compostos químicos como soda cáustica,

    alvejante, etc.

    É necessário, nesta etapa, fazer os cálculos da quantidade de cloro livre a ser

    adicionado à água (Tabela 1).

    Tabela 1  –  Preparo de água clorada a partir de solução comercial de hipoclorito de sódio

    com diferentes concentrações de cloro livre. Medir o volume indicado em mL e diluir para

    10 Litros de água.

    Soluções de cloro (ppm) Hipoclorito de sódio comercial (% de cloro)10 2.5 5 10 1520 4.0 2.0 1.0 0.7

    30 8.0 4.0 2.0 1.350 20.0 10.0 5.0 3.3100 40.0 20.0 10.0 6.6150 60.0 30.0 15.0 10.0200 80.0 40.0 20.0 13.3

    Seleção e classificação

    É feita manualmente, fazendo-se uma classificação final da fruta que será processada. Nesta etapa são retiradas todas as frutas que possam comprometer a qualidade

    do produto final.

     Nesta seção as frutas são expostas sobre mesas onde são avaliadas quanto à

    maturação, firmeza, machucaduras, defeitos causados por fungos, roedores e insetos.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    14/42

     

    Descascamento e preparo das frutas

    O descascamento e a retirada do talo central e da semente podem ser realizados de

    forma manual ou mecânica.

    O trabalho de descascamento pode ser realizado usando-se facas comuns de

    cozinha, em aço inox e para a retirada do miolo utiliza-se um extrator apropriado.

    Acabamento

     Nesta etapa são retiradas manualmente as imperfeições que a operação mecânica dedescascamento possa vir a deixar.

    Corte

    Consiste no corte das maçãs, em fatias bem finas, de espessura de 0.3 a 0.5 cm,

    sempre da mesma espessura. Este trabalho pode ser feito com facas ou com o auxílio de

    fatiadores manuais ou mecânicos, que proporcionam um bom rendimento no trabalho de

    cortes das frutas.

    Pré-tratamento

    É realizado para evitar o escurecimento enzimático e não enzimático durante a

    secagem. Consiste da imersão das maçãs fatiadas em uma solução de ácido ascórbico 500

     ppm (500 mg/L) com ácido cítrico a 0.1% (1 ml/L) por um período de 10 minutos.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    15/42

    Secagem

    As maçãs fatiadas e pré-tratadas são colocadas nas bandejas do secador de maneira

    que as partes fiquem bem distribuídas a uma razão aproximada de 1.0 kg/m2.

    O secador deverá estar regulado para trabalhar em temperatura de 75oC durante as 5

     primeiras horas e a 60oC nas 4 horas restantes.

    O tempo de secagem pode variar em função da fruta, do tamanho, espessura que foi

    cortada e do teor de umidade inicial e final. Pode ainda variar, em função das condições de

    secagem, ou seja, em função da temperatura, umidade relativa e do fluxo do ar, e do tipo de

    secador.

    O teor de umidade residual da maçã desidratada está em torno de 3 a 5%, porém

    caso o produto se destine à utilização para produção de chás, a umidade residual poderá seraquela para produtos com teor intermediário de umidade, ou seja, 25  a 30%.

    A partir do teor de umidade inicial e do teor de umidade final pode-se calcular o

     ponto final da desidratação pelo peso a partir da equação 1.

     No fluxograma apresentado a seguir pode-se verificar a variação das massas e

    umidades durante o processo, aplicando-se a citada fórmula, pode-se definir o ponto ideal

     para interromper o processo de desidratação.

    Inspeção / Acondicionamento

    Concluído o processo de desidratação, desligue o sistema de aquecimento do ar e

    deixe o produto apenas sob o efeito da ventilação, até que o mesmo atinja a temperatura

    ambiente. Desta forma, não ocorrerá condensação de umidade no interior da embalagem, o

    que fatalmente seria um sério problema para a vida útil do produto.

    Embalagem

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    16/42

    A maçã desidratada pode ser embalada de diversas formas, deve-se decidir pelo

    sistema de embalagem em função do seu público consumidor e, naturalmente, dos custos. O

    mais comum é acondicionar o produto final em embalagens plásticas que além de

    favorecerem a visualização do produto protegem quanto à umidade e contaminação

    garantindo sua durabilidade.

    Rotulagem e armazenamento

    Após a embalagem o produto deve ser rotulado de acordo com a legislação de modo

    que deve conter as informações como nome de venda do produto, lista de ingredientes, peso

    líquido, identificação de origem, identificação do lote, prazo de validade, etc.O armazenamento deve ser realizado em local ventilado e seco para evitar alterações

    do produto, manchas no rótulo e amolecimento das caixas.

    Fluxograma de desidratação de maçã na razão de secagem de 10:1.

    O processo de produção de maçã desidratada pode ser representado pelo fluxograma

    mostrado na Figura 2. O processamento deve seguir uma seqüência de etapas a fim de que

    se possa garantir um produto final dentro dos padrões de qualidade e higiene.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    17/42

     Figura 2 –  Fluxograma de processamento de maçã desidratada

    35 kg de resíduos

    52,3 kg de água evaporada

    2,6 kg de água evaporada

    0,1 kg de resíduos

    Armazenamento

    Embalagem(10 kg de maçã a 2,5% de umidade)

    Inspeção e acondicionamento

    10,1 kg de fatias de maçã a 2,5% de umidade

    Secagem secundária

    (60-65oC por 5h)

    Seleção e classificação

    12,7 kG de fatias de maçã a 23% de umidade

    Secagem(75 oC por 5 h)

    Pré-tratamento(500 ppm de ácido ascórbico e 0,1% de ácido cí trico)

    (65 kg de fatias de maçã a 85% de umidade)

    Esfatiamento(0,3 a 0,5 cm de espessura)

    Acabamento

    Descascamento e retirada do talo central e das sementes

    Seleção e classificação

    (100 kg de maçã a 85% de umidade)

    Lavagem

    Recepção

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    18/42

     

    Figura 2 –  Fluxograma de processamento de maçã desidratada

    35 kg de resíduos

    52,3 kg de água evaporada

    2,6 kg de água evaporada

    0,1 kg de resíduos

    Armazenamento

    Embalagem(10 kg de maçã a 2,5% de umidade)

    Inspeção e acondicionamento

    10,1 kg de fatias de maçã a 2,5% de umidade

    Secagem secundária

    (60-65oC por 5h)

    Seleção e classificação

    12,7 kG de fatias de maçã a 23% de umidade

    Secagem(75 oC por 5 h)

    Pré-tratamento(500 ppm de ácido ascórbico e 0,1% de ácido cí trico)

    (65 kg de fatias de maçã a 85% de umidade)

    Esfatiamento(0,3 a 0,5 cm de espessura)

    Acabamento

    Descascamento e retirada do talo central e das sementes

    Seleção e classificação

    (100 kg de maçã a 85% de umidade)

    Lavagem

    Recepção

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    19/42

    PRODUÇÃO DE BANANA PASSA

    1. Introdução

    A produção de banana é bastante relevante no território nacional. Com a utilização

    de irrigação, a banana tornou-se uma fruta disponível durante o ano todo, sendo em

    grande parte comercializada no mercado interno para consumo in natura,  além de ser

    também destinada a exportação.

    Do ponto de vista biológico, a banana é um dos frutos que apresenta uma das

    maiores perdas por decomposição pós-colheita, visto ser ela extremamente perecível.

    Este fato nos leva a idéia básica de que a industrialização é uma das formas mais

    indicadas para um melhor aproveitamento da produção.

    Grande parte da produção nacional oferece as características desejáveis para o

     processamento industrial respeitando os padrões mínimos de qualidade da matéria-prima

     para se obter um bom produto. Se esta produção for processada adequadamente, haverá

    uma vantajosa agregação de valor ao produto, minimizando as perdas de banana.

    Dentre os processos de aproveitamento industrial da banana, a produção de banana

     passa é um dos mais indicados, uma vez que requer um baixo investimento inicial, com

     perspectiva de lucratividade compatível com o investimento e com um mercado que permite a absorção de um volume muito maior do produto, em relação à oferta atual.

    Entretanto, sabe-se que um dos principais fatores que dificultam a implantação de

    unidades agroindustriais de alimentos é a dificuldade de acesso a informações

    qualitativas e quantitativas a respeito do produto que se deseja industrializar. Quando se

    discute a produção de banana passa, particularmente, informações técnicas são raras e

     pouco acessíveis. O processamento é praticado na maioria das vezes de forma artesanal,

    onde a qualidade dos produtos não é determinada por nenhum parâmetro pré

    estabelecido. O fato gera distorções e ocasiona a lenta evolução dos mercados interno e

    externo, além de dificultar a implantação de novos empreendimentos neste ramo de

    atividades.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    20/42

     

    2. A banana

    De acordo com os dados da FAO ( 1994 ) , o Brasil ocupou a posição de segundo

    maior produtor mundial de bananas até 1987, quando foi superado pela Índia. A

     produção nacional média de banana para os seis primeiros anos da década de 90 foi de

    559.228 mil cachos por ano (IBGE  –  Produção Agrícola Nacional).

    Considerando as contribuições regionais para oferta nacional, os estados da Bahia,

    Pará, São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais foram os estados responsáveis pelas

    maiores quantidades produzidas. Os estados do Maranhão, Paraná e Piauí registraram os

    maiores rendimentos médios da produção do ano de 1995. Os rendimentos foram

    respectivamente 1.703, 1.549 e 1.509 cachos por ha.

    De um modo geral, as variáveis de oferta da banicultura brasileira são

    qualitativamente insatisfatórias. Entre 1973 e 1990, a produção brasileira apresentou o

    agravante de elevado índices de perdas, em torno de 40 % desde a produção até a

    colheita. Este elevado índice de perda seria decorrente de processos inadequados de

    manuseio pós-colheita e transporte, causando baixa qualidade do produto ofertado. É

     provável, segundo pesquisas da CEPLAC/UFV que essas perdas tenham sido reduzidasnos últimos anos, principalmente nas regiões mais tecnificadas do Sul e Sudeste e nos

    cultivares irrigados do Norte de Minas e do Nordeste.

    Os preços da banana são definidos diariamente nos "leilões de banana verde",

    realizados no CEAGESP, em São Paulo. A cotação depende também do volume de

    exportação e das vendas feitas diretamente a grandes compradores, como os

    supermercados.

    3. Manejo pós-colheita

    As atenções dispensadas ao bananal, desde sua implantação até o surgimento das

    inflorescências e subsequente desenvolvimento dos frutos, deverão ser redobradas

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    21/42

    durante e após a operação de colheita, pois, caso contrário, o manuseio inadequado da

     banana, nestas etapas, poderá comprometer todo o sucesso da exploração agrícola. A

    redução dos danos e a preservação da qualidade dos frutos somente poderão ser

    conseguidas mediante a adoção de determinados critérios no manejo pós-colheita da

     banana.

    A colheita dos cultivos nanica e nanicão deve ser feita quando apresentarem estágio

    de desenvolvimento ¾ gordas ou com diâmetro entre 34 e 36 mm. Abaixo destes

     padrões, ou seja, quando as frutas ainda apresentam angulosidade pronunciada na sua

    superfície, estas não devem ser colhidas por não amadurecerem satisfatoriamente. Se as

    frutas colhidas fora do ponto ideal da maturação forem processadas, certamente

    influenciarão na qualidade do produto final, tornando-se menos adocicadas,

    apresentando adstringência, aparência esbranquiçada e textura mais firme.Para a proteção dos cachos contra os raios solares e contra os possíveis

    amassamentos durante o transporte, pode-se envolvê-los nas folhas da bananeira;

    acomodá-los em superfícies macias ou transportá-los em cachos por sistema de trilhos

    suspensos (aéreo). O tipo de organização do bananal, mão-de-obra disponível e o

    veículo utilizado são fatores que influenciam no transporte.

     No local de recepção, os cachos devem ser manuseados de modo a evitar que,

    durante a operação de despencamento, não ocorram danos que se transformem em

    manchas nas frutas depois de amadurecidas. Para isso é aconselhável trabalhar próximo

    a tanques de água para imersão dos cachos. Este procedimento estancará o líquido

    nodoso, não permitindo que este entre em contato com a fruta.

    Um cacho de banana é constituído por várias pencas de idades diferentes. As pencas

    vão se formando umas após as outras em dias consecutivos mediante a abertura das

     brácteas do coração, e  formam-se de 10 a 12 pencas em cada cacho. Por esta razão, é

    necessário separar, em câmaras diferentes, as pencas mais desenvolvidas (1ª à 5ª) das

    menos desenvolvidas (6ª à 10ª ou 12ª) para se obter melhor uniformidade no

    amadurecimento do lote de banana. Na câmara de maturação, as pencas são colocadas

    em caixas que permitem a circulação do ar no seu interior através de aberturas nos

    fundos e nas laterais. Existem normas de embalagens para acondicionamento, manuseio,

    transporte, armazenagem e comercialização de produtos hortícolas destinados ao

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    22/42

    mercado atacadista interno. Este perfil considera a utilização de caixas para conter 17 a

    20 kg de frutas com as dimensões baseadas nas especificações da Portaria nº 127/91

    estabelecida pelo órgão específico do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Elas

    são de madeira do tipo "Torritão", construídas com as dimensões de 500 x 285 x 350

    mm. Nos fundos são utilizadas tábuas de 55 mm de largura; nas laterais usam-se tábuas

    inferiores a 10cm; o espaço entre as tábuas laterais é de 10 cm e as quatro canteiras

    medem 40 x 40 x 250 mm para impedir que as frutas sejam esmagadas nos cantos. As

    caixas podem e devem ser forradas com a própria folha para impedir o contato direto

    com madeira evitando formação de manchas. A Figura.1 apresenta detalhes de caixa de

    madeira utilizada para transporte de pencas de banana.

    4. O produto: banana-passa

    Devido às características do produto e do seu valor nutricional, a banana passa

    apresenta excelentes propriedades como complemento da merenda escolar, como

    sobremesa em restaurantes industriais e como fonte de energia para desportistas. Por ser

    um produto natural, desperta um grande interesse pelos consumidores. Além disto a

     banana passa é muito utilizada pelas indústrias de balas, principalmente bombons, como parte integrante de diversos recheios que compõem as formulações destes produtos.

    A boa aceitação geral da banana passa pelos consumidores não se deve apenas à sua

    composição química e conteúdo em vitaminas, mas também ao seu aroma e sabor. É um

    alimento altamente energético, com cerca de 300 calorias por 100 gramas de produto,

    sendo facilmente assimilável, constituindo uma fonte de energia ativa. Segundo alguns

    estudos do ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), 125 g de banana seca, por dia,

     bastariam para cobrir um quarto das necessidades alimentícias de um menino de dez

    anos, em valor energético, glícides, magnésio e outros importantes nutrientes.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    23/42

    5. Descrição dos processos de produção

    A fabricação de banana passa deve ser realizada preferencialmente com as pencas

    menos desenvolvidas (da 6ª a 10ª ou 12ª). A vantagem está no tempo de secagem, que

    será reduzido, quando comparado com a secagem das bananas que se desenvolveram

    completamente. Isto afeta diretamente a eficiência dos equipamentos  –  maior capacidade

    de secagem e menor consumo de gás  –  e, consequentemente, o custo do produto final,

    que também será reduzido. Outra vantagem em se utilizar estas bananas é que, por serem

    menos desenvolvidas, têm valor comercial inferior para venda "in natura", ocasionando

    um produto final com preço mais acessível. Na Figura 3 se detalha o fluxograma de

     produção de banana passa.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    24/42

     

    Fluxograma de produção de banana passa

    Figura 3 - Fluxograma de processamento de banana passa

    ESTOCAGEM

    PRENSAGEM E EMBALAGEM

    PREPARAÇÃO E PESAGEM

    CONDICIONAMENTO

    SECAGEM

    SULFURAÇÃO

    SELEÇÃO E DESCASCAMENTO

    LAVAGEM

    DESPENCAMENTO

    MATURAÇÃO

    RECEPÇÃO

    BANANA VERDE

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    25/42

    Maturação

    A maturação da banana tem como objetivo controlar o ponto adequado de

    amadurecimento da fruta para atender as diferentes necessidades do mercado.

    O método de maturação mais antigo consiste na queima de serralha em recintos

    convencionais, onde a falta de controle e de conhecimento de quem o utiliza são os

     principais inconvenientes. Neste caso a temperatura pode atingir 45 0C, comprometendo

    totalmente a qualidade do produto.

    O amadurecimento à temperaturas superiores a 22 ºC causa alterações na polpa,

    com relação à sua textura, tornando-a menos consistente, com coloração mais escura e

    com maior perda de aroma, tornando-a imprópria para o processamento da banana na

    forma passa.As câmaras de climatização, dotadas de controle de temperatura e umidade relativa,

    regulador dos gases ativadores da maturação e com sistemas de circulação e renovação

    do ar interno, são as mais adequadas para a maturação da banana. Estas câmaras são

     providas de isolamento interno e de compressores capazes de manter a câmara

    refrigerada à temperatura de 18 ºC. O uso da refrigeração no preparo da fruta (lavagem

    com água fria) reduz as despesas com instalação e gastos energéticos para a refrigeração

    da fruta na câmara de maturação. Quando se tratar de regiões muito frias, é conveniente

    instalar um sistema de aquecimento ao invés de refrigeração, pois temperaturas

    inferiores à 13 ºC podem resultar em "queimaduras pelo frio". Podem ser empregados

    sistemas de aquecimento por meio de resistência elétrica ou vapor.

    Devido ao alto investimento inicial e ao custo operacional elevado dessas câmaras,

    tem-se utilizado câmaras não climatizadas, que quando bem construídas e manejadas,

     possibilitam a obtenção de frutos maduros com boa qualidade para processamento. O

     presente perfil considera a aquisição de câmaras não climatizadas com o intuito de

    reduzir o investimento inicial necessário. O futuro empreendedor deverá obter maiores

    informações técnicas e de custos na elaboração do seu próprio projeto. Esta decisão

    deverá levar em consideração as condições climáticas da região de implantação da futura

    agroindústria.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    26/42

    As câmaras não climatizadas não exigem investimentos elevados e são facilmente

    construídas, podendo-se utilizar para sua construção madeira, alvenaria ou lona plástica,

    sendo que esta última deverá ser substituída periodicamente, devido a sua pequena

    durabilidade. Com esse sistema, a maturação é realizada parcialmente dentro da câmara

    e completada fora da mesma, em condições ambientes.

    Diversos são os gases utilizados para ativar e provocar uma maturação uniforme,

    mas que não participam das reações químicas naturais que se processam no interior da

    fruta. Entre os principais incluem-se o etileno, o acetileno e o azetil. A utilização do

    acetileno é mais comum por ser mais barato e por não oferecer riscos de explosão nas

    concentrações utilizadas. O gás etileno é tóxico e letal acima de certos limites, o que

    requer treinamento adequado do pessoal, restrição quanto ao acesso à câmara, uso de

    máscara protetora, entre outros. Para maiores especificações recomenda-se procurar umtécnico da área de pós-colheita devido aos riscos associados à aplicação do gás etileno.

    O acetileno é um gás de odor característico desagradável. Pode-se obter o acetileno

    através da sublimação do carbureto de cálcio, ou seja, adicionando-se água a uma porção

    sólida de carbureto obtendo-se o gás acetileno. Para a concentração de 0,1% de acetileno

    em volume, que é a quantidade recomendada para aplicação, necessita-se de 2,66 g de

    carbureto de cálcio por metro cúbico e uma quantidade em dobro de água.

    Para se processar 2.500 kg de banana por dia (num turno de trabalho de 8 horas),

    com a operação de secagem durando 24 horas (em média), e um ciclo de maturação de

    48 horas dentro da câmara e 48 horas fora, são necessárias duas câmaras de maturação,

    com aproximadamente 9 m3  cada, para manter o secador em regime ininterrupto de

    trabalho.

    O ponto final de maturação, adequado para o processamento de banana passa, deve ser

    feito por meio de análise visual, pela cor da casca. A casca deve estar totalmente amarela

    com pequenas manchas pardas.

    Quando se torna difícil a avaliação visual, recorre-se à degustação para se avaliar o

     ponto de maturação. A fruta não deve apresentar sabor adstringente residual (maturação

    incompleta) nem sabor de passada (excessivamente madura). A realização de análises

    químicas, na maioria da vezes, é inviável.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    27/42

     

    Despencamento

    O despencamento dos cachos (já maduros) é feito manualmente com o auxílio de

    faca inox. Após o despencamento, as frutas são encaminhadas à lavagem e transportadas

    ao setor de processamento, parte interna do lay-out da fábrica.

    Lavagem

    A lavagem é efetuada com água clorada em lavador mecânico e em duas etapas:

    · primeiro por imersão numa concentração de 50 ppm de cloro durante 30

    minutos, para a retirada de impurezas pesadas; esta concentração pode chegar a ser de

    100 ppm/15 min. Todavia, possíveis rompimentos da casca colocarão a polpa da banana

    em contato com a área clorada, podendo então conferir sabor indesejável ao produto;

    · em seguida, sobre uma esteira com jatos de água com uma concentração de

    cloro entre 10 e 20 ppm, para retirada de impurezas mais aderidas.

    Para pequenas produções, a lavagem pode ser efetuada em tanque de alvenaria com

    acabamento em azulejos, projetado para trabalhar com cestos metálicos perfurados que

    são movimentados manualmente.

    Descascamento e Seleção

    O descascamento é realizado manualmente sobre esteira rolante, com velocidade

    adequada com o número de operários envolvidos nesta etapa. As cascas devem ser

    colocadas em baldes plásticos, mantidos próximos à esteira, e retirados periodicamente e

    encaminhados para o local onde serão reaproveitadas.A seleção é feita junto ao descascamento, sendo que as frutas amassadas e

    manchadas devem ser descartadas.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    28/42

     

    Tratamentos pré-secagem

    A banana passa, na maioria das vezes, é desidratada na forma inteira, mas pode,

    também, ser seca em rodelas de aproximadamente 10 mm de espessura. Para a indústria,

    a vantagem da 1ª forma em relação à 2ª deve-se ao fato das economias no que tange à

    mão de obra adicional para o preparo das rodelas e ao resultado estético obtido da

    segunda forma, que é menos atrativa. Apesar do corte em rodelas apresentar a vantagem

    de acelerar o processo de secagem e este poderia, ainda, ser realizado em equipamento

    apropriado para a sua preparação, isto implicaria em maiores investimentos. Este perfil

    não considera a aquisição de máquinas para o preparo em rodelas.

    Outro tratamento pré-secagem refere-se à preservação da cor natural da banana e

    controle da carga microbiana, realizado pela aplicação de anidrido sulfuroso (SO2) ou do

     bissulfito de sódio (Na2S2O5). O primeiro é aplicado por meio da sulfuração pela queima

    do enxofre e o segundo pela sulfitação em solução aquosa. A cor obtida com estes

     procedimentos é mais clara e a carga microbiana é reduzida.

    Sulfitação

    Esta operação é realizada com a imersão da fruta em solução aquosa de bissulfito de

    sódio (Na2S2O5), por tempo determinado. As bananas devem ser colocadas em cestos

     perfurados para a sua imersão nos tanques, que devem ser de aço inoxidável, bem como

    qualquer utensílio em contato direto com a fruta. A concentração da solução deve ser de

    0,4% onde as bananas devem ficar submersas durante 40 segundos. Desta forma, o teor

    de sulfito residual (SO2 livre) não será superior à 0,01% (100 ppm).

    Secagem

    Terminada a operação de sulfitação, os carrinhos contendo as bandejas com as

    frutas devem ser conduzidos imediatamente para o secador. Para bananas inteiras a

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    29/42

    densidade de carregamento das bandejas é de 12 kg/m2  enquanto que para rodelas a

    densidade é de 4 kg/m2 

    A secagem deverá ser conduzida em secador com circulação forçada de ar quente.

    Sob temperatura de secagem de 60 a 70 ºC e velocidade do ar de secagem de 1m/s, o

    tempo de secagem será de aproximadamente 24 h. Esse tempo poderá variar em função

    do diâmetro e do ponto de maturação da fruta.

    Para se obter um lote de secagem com teor de umidade homogêneo entre cada

    carrinho, recomenda-se que a cada duas horas os carrinhos sejam trocados de posição.

    Esta operação pode ser feita com o secador em funcionamento, devendo o operador

    utilizar luvas apropriadas contra possíveis queimaduras.

    Sistemas de reversão de fluxo de ar nos secadores podem elevar consideravelmente

    o seu custo. Nos secadores dotados de sistema de reaproveitamento de parte do ar deexaustão, visando a redução do consumo de energia, é necessário medir a umidade

    relativa do ar na saída da câmara de secagem para definir a taxa de recirculação

    adequada.

    A determinação do ponto final da secagem poderá ser feita por meio da pesagem.

    Para isso, carrega-se uma pequena bandeja com bananas colocando-a sobre uma das

     bandejas de secagem propriamente dita. As pesagens desta pequena bandeja devem ser

    feitas no início e próximo ao fim do processo de secagem. Por meio da equação 1 pode-

    se determinar o peso final correspondente ao teor de umidade final desejado.

    Esta determinação pode ser feita com maior precisão por meio de balança semi

    analítica com sistema medidor de umidade por infravermelho que acusa a umidade em

    menos de 10 segundos.

    Acondicionamento

    O objetivo do condicionamento é uniformizar a umidade entre as frutas, visto que o

    diâmetro das bananas não é uniforme e também para compensar possíveis problemas de

    distribuição de ar dentro da câmara de secagem.

    Concluída a secagem da banana, antes do condicionamento propriamente dito, deve-

    se proceder o resfriamento das frutas. Uma vez que a secagem é feita em lotes ou por

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    30/42

     bateladas pode-se realizar o resfriamento das frutas dentro do próprio secador. Para isso,

    desliga-se a fonte de aquecimento, mantendo o sistema de ventilação em operação com

    ar à temperatura ambiente por aproximadamente 15 minutos.

    Após o resfriamento, é feito o condicionamento sob condições herméticas, em sacos

     plásticos de polietileno com 25 um de espessura por parede para uma capacidade de 10

    kg de banana seca. Os pacotes devem ser colocados dentro de caixas de papelão e

    armazenadas em local fresco e arejado. O ideal é condicionar as frutas secas por um

     período de 10 a 15 dias à temperatura ambiente, embora na prática este período nem

    sempre tem sido respeitado. Durante o período de condicionamento não deverá ocorrer

    condensação da umidade na superfície das frutas secas. Se isto ocorrer é porque o

     produto está com teor de umidade superior a 23%, o que o tornará impróprio para

    comercialização.

    Embalagem

    O produto antes de ser embalado deve ser inspecionado para que as extremidades ou

     partes escuras que depreciem sua aparência final sejam eliminadas.

    Para a comercialização da banana passa a granel a embalagem primária

    normalmente utilizada é o saco de polietileno com 25 um de espessura por parede, paraconter de 10 kg de produto ( a mesma usada para o condicionamento), e recomenda-se

    caixas de papelão ondulado para a embalagem secundária.

    As embalagens para venda no varejo, normalmente encontradas são para 200 ou

    250g de produto. As frutas após inspecionadas, são pesadas, moldadas e prensadas em

     prensa manual. O bloco obtido é embalado em papel celofane usando a primeira camada

    transparente e a segunda de cor amarela para proteger contra a ação da luz e tornar o

     produto mais atrativo.

    Atualmente, com grande desenvolvimento do setor fabricante de embalagens, novas

    opções podem ser utilizadas para comercialização de banana passa. Para a conquista de

    novos consumidores é muito importante que as embalagens tragam o máximo de

    informações sobre o produto e principalmente as informações nutricionais e que sejam

     práticas para abrir e para conservar o produto após aberto.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    31/42

    A caixa de papelão ondulada deve ser utilizada para o armazenamento e transporte,

     pois oferecem proteção contra umidade, choques e amassamento. Durante o

    armazenamento as caixas devem permanecer em local seco, fresco, arejado e protegido

    contra a ação de insetos e roedores.

    Balanço de massa previsto para um dia de operação da fábrica

    Controle de Qualidade

    Todo produto possui uma série de atributos característicos, é a chamada qualidade,

    cuja existência irá definir o sucesso ou insucesso do produto em sua comercialização.

    Esta qualidade é observada principalmente por dois aspectos fundamentais: o primeirodeles diz respeito ao consumidor que busca características desejáveis, do ponto de vista

    econômico, nutricional, estético, etc; o segundo aspecto se refere à legalidade, onde o

     produto passa por uma série de análises laboratoriais e é classificado dentro de padrões

     preestabelecidos e sua qualidade final é atestada.

    Planta de produção de banana-passa

    15% banana seca, 370kg ou 1850 unidades

    de 200 g.

    35% água evaporada:75 kg na maturação e850 kg na secagem

    48% casca ou1205 kg

    100% banana verde ou

    2500 kg

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    32/42

    Embora a legislação brasileira não possua padrões específicos para comercialização

    de banana passa, são utilizados padrões referentes à produtos desidratados. As

    características de qualidade da banana passa, tais como sabor, cor e textura devem ser

    especificadas através de testes de aceitação ou preferência do consumidor. A experiência

    tem mostrado que em relação à qualidade sensorial podemos definir alguns atributos

    desejáveis para banana passa:

    ·Aparência: ausência de crosta dura e pegajosa na superfície externa;

    ·Cor: castanho áurea, uniforme e sem manchas;

    ·Sabor:  deve ser adocicado, e o mais natural possível da fruta madura, não

    caramelizado;

    ·Textura: deve ser firme e uniforme, mas não dura.

    Em função do mercado a ser atingido, devem ser estabelecidos os parâmetros do

     processo, principalmente, tempo e temperatura de secagem que determinarão a obtenção

    das características desejáveis.

    Quanto às características microbiológicas, o processamento de banana passa proposto

    neste perfil tem o seguinte efeito sob a atividade de microrganismos:

    ·Secagem: inativa significativamente a carga microbiana inicial pelo efeito do calor e

    inibe uma ampla faixa de microrganismos

    ·Sulfuração:  além do efeito tecnológico de evitar escurecimento enzimático, exerce

    efeito germicida sobre fungos e leveduras na superfície.

    ·Embalagem: evita contaminação através do meio ambiente e absorção de umidade do

    meio; entretanto a condensação de umidade na superfície interna favorecerá

    significativamente o desenvolvimento de fungos e bolores.

    Estes efeitos influenciam diretamente a qualidade e segurança do produto e as

    formas de controles são sugeridas no item a seguir.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    33/42

     

    16- Equipamentos

    Câmara de Maturação

    Equipamento destinado a realizar a maturação da banana verde até o ponto

    adequado ao seu processamento para "passa". Este equipamento, normalmente é

    fabricado sob encomenda, de acordo com as características de cada projeto. 

    Lavador

    O tanque deve ser confeccionado em aço inoxidável, uma vez que trabalha-se com

    água clorada, e ter um volume de 1 m3. A esteira acoplada ao tanque deve ser dotada de

     paletas e de uma determinada inclinação. O objetivo desta esteira é a retirada das

     bananas do tanque e transportá-las para o interior da unidade. O principal objetivo da

    lavagem, em água clorada, é retirar as impurezas (pedras, terra, paus, etc) e reduzir acarga microbiana.

    As dimensões do lavador são: altura 1,50 m; largura 0,5 m e comprimento 2,5 m. O

    aço inox empregado é do tipo AISI 304 x 2 mm, com uma esteira transportadora em

    PVC, tracionada por um motoredutor de 2 cv de potência, transmissão pôr engrenagem e

    correntes de rolo.

    Esteira para Seleção e Descascamento

    As bananas serão descascadas e selecionadas manualmente, sobre uma esteira

    contínua. Este equipamento para movimentação de cargas possui lona lisa transportadora

    horizontal onde o comprimento é de 5 metros, a largura de 50 centímetros e a velocidade

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    34/42

    de 31 m/min, mas recomenda-se a regulagem desta velocidade para 15 m/min. A esteira

     possui correia do tipo sanitária e os roletes de carga em tubo industrial, a estrutura em

    tubos regulares e cantoneiras em aço carbono SAE 1020. O motoredutor é do tipo

    Cestari com potência de 1,0 cv e acionamento por chave elétrica Lombard. A tinta da

     pintura deve ser anti-corrosiva tipo epoxi. 

    Balança Eletrônica

    Capacidade de pesagem: 500 g, portátil, devidamente dimensionada para a

    capacidade de pesagem. A plataforma é construída em chapa lisa de aço carbono SAE-

    1020 ou aço inoxidável AISI-304. Indicador de peso por dígitos luminosos. Aconselha-

    se o uso de balança onde a característica de construção garanta pesagens precisas

    independente do ponto da plataforma onde o objeto a ser pesado é depositado.

    Secador de Bandejas Tipo Cabine

    Secador do Tipo Cabine com circulação forçada de ar aquecido por meio da

    combustão de Gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), dotado de 3 carrinhos , sendo cada

    um com 21 bandejas, confeccionadas totalmente em alumínio.

    Equipamentos como Bandejas, Carrinhos e Sistemas de Aquecimento e Ventilação,

    destinados a realizar a operação de secagem, normalmente são fabricados sob

    encomenda, de acordo com as características do projeto do secador.

    Utensílios para Acondicionamento

    Os demais utensílios, tais como, as prensas manuais, as chapas quentes (utilizadas

    no processo de selagem a quente da embalagem de celofane) e as mesas  também são

    fabricados sob encomenda, conforme característica de cada projeto. O investidor deve

    selecionar balanças onde as características construtivas garantam pesagens precisas

    independente do ponto da plataforma onde o objeto a ser pesado é depositado.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    35/42

     

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    36/42

    Boas Práticas de Fabricação

    Fundamenta-se em recomendações e critérios para o processamento sob condições

    higiênicas e sanitárias corretas e adequadas às indústrias de alimentos capazes de prevenir

     possíveis contaminações de ordem química, física ou microbiológica dos alimentos.As Boas Práticas de Fabricação nada mais são do que Práticas de Higiene

    recomendadas para o Manuseio de Alimentos, tendo como objetivo a obtenção de produtos

    seguros.

    São práticas preventivas e incluem aspectos que vão desde a produção no campo até

    o consumidor final, passando pela industrialização e a distribuição.

    Alguns fatores devem ser observados para que uma empresa tenha Boas Práticas de

    Fabricação, como:

    Cuidados com os alimentos:

    Escolha da matéria-prima de boa qualidade, isenta de contaminação

    Seguir os procedimentos de lavagem da matéria-prima corretamente.

    Manter os mais elevados padrões de higiene pessoal

    -  Segurar pratos, panelas, louças, etc., pelos lugares destinados ao manuseio, que

    não entram em contato com os alimentos

    -  Fazer com que todos os manipuladores de produtos alimentícios usem as roupas

    de proteção apropriadas e sigam as regras relativas ao não uso de bijuterias,

     perfumes, etc.

    -  Observar os métodos corretos para a limpeza e desinfecção dos locais de

     preparação e produção de alimentos

    -  Manter sempre os alimentos e os equipamentos fora do chão

    Evitar o uso de equipamentos e utensílios sujos, ou insuficientemente limpos- 

     Não permitir a entrada na cozinha de animais de estimação e evitar a presença

    de roedores e insetos.

    -   Não usar panos sujos ou manchados, na área de manipulação de produtos

    alimentícios, para limpar ou enxugar

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    37/42

    Procurar usar superfícies e utensílios separados para a preparação de alimentos

    crus e de alto risco.

    -  Manter separados os alimentos crus e cozidos.

    -   Não usar os lavatórios destinados à lavagem das mãos para a limpeza de

    alimentos, nem lavar as mãos nas pias destinadas à preparação de produtos

    alimentícios

    -  Remover imediatamente toda a sujeira e restos de comida para um latão alto,

    com tampa, mantido fora da área de preparação de alimentos.

    -  Manter todos os alimentos cobertos, sempre que possível. E armazenar os

     produtos alimentícios em panelas ou caldeirões dotados de tampas bem justas,

     para impedir entrada de roedores e insetos.

    Cuidados com o local de trabalho:

    A área de produção é crítica na elaboração dos produtos, portanto estas precauções

    devem ser tomadas para que esta seja mantida em condições que não causem qualquer

    contaminação, tais como:

    -  Examinar regularmente áreas internas e externas para detectar infestação de

     pragas, entre outros.

    -  O chão, as mesas, as prensas, os tanques e utensílios devem estar sempre limpos

    usando-se água clorada.

    Limpeza e sanificação de equipamentos e utensílios.

    Assegurar a qualidade da água (deve ser potável) como ingrediente, para

    limpeza, etc.

    -  As refeições devem ser realizadas no refeitório ou áreas designadas para isso.

     Na linha de produção não se admite: copos, garrafas ou lanches.

    Deve-se evitar condutas perigosas, tais como: correr, fazer manutenção de

    máquinas em funcionamento, manipular utensílios cortantes de forma

    inadequada.

    -  A área livre é de responsabilidade de todos os funcionários. Deve-se evitar o

    acúmulo de produtos, lixo ou resíduos que possam ser fontes de contaminação

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    38/42

    dos alimentos e, principalmente, evitar que alimentos processados entrem em

    contato com alimentos crus.

    -  Todas as janelas e portas externas devem ser mantidas fechadas, para evitar

    entrada de insetos e roedores.

    Cuidados que o funcionário deve ter:

    Todas as pessoas que tenham contato com o processo, matéria-prima, material de

    embalagem, produto em processo e terminado, equipamentos e utensílios, devem ser

    treinadas e conscientizadas quanto às práticas e às medidas de higiene e segurança do

     produto. A base é a seguinte:

    Antes de tossir ou espirrar, afastar-se do produto por isso é recomendável o usode máscaras.

    -  A calça, jaleco, aventais, bonés e botas têm que ser brancos, para identificar

    mais fácil a sujeira.

    -   Não é permitido ao funcionário o uso de relógios, pulseiras, caneta, termômetro

    e etc. a fim de não cair nem contaminar o produto.

    -  A barba deve estar feita e principalmente a unha bem aparada e sem esmalte,

     pois estes são um dos maiores focos de contaminação na manipulação de um

     produto.

    -  As mãos sempre limpas se possível com água clorada.

    Tomar banho diariamente

    Lavar e secar bem os pés

    Lavar a cabeça com freqüência e escovar bem os cabelos

    -  Escovar os dentes após as refeições

    -   Não utilizar perfumes

    Usar desodorante inodoro ou bem suave

    -   Não aplicar maquiagem

    -  Conservar os uniformes limpos

    -  Evitar bigodes e costeletas

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    39/42

    Áreas de higiene pessoal (as áreas de higiene pessoal em que se deve ter maior

    cuidado) são as seguintes:

    -  Mãos e pele

    -  Cortes, machucados, feridas, raspões, etc.

    Cabelos

    -  Orelhas, nariz e boca

    -  O uso de bijuterias, perfumes e loção após a barba

    -  Roupas de proteção

    -  Estado de saúde

    A falta de Boas Práticas de Fabricação pode levar à contaminação dos alimentos e,

    conseqüentemente, causar males aos indivíduos.

    Uma boa higienização tem reflexos externos ao processo de produção de maçãdesidratada, interferindo até mesmo no sucesso da empresa perante o mercado consumidor.

    O processo de limpeza:

    Três critérios são utilizados para determinar o grau de limpeza:

    FÍSICOS –  visando a remoção de sujidades visíveis e matérias depositadas.

    QUÍMICOS - visando a remoção de qualquer resíduo químico indesejável.

    MICROBIOLÓGICOS –  para evitar a presença de bactérias, bolores ou leveduras.

    Limpeza é remoção dos restos de alimentos, gordura e sujeira. Seis estágios fazem

     parte da operação de limpeza:

    -  Pré-limpeza: é a remoção da sujeira, dos restos de alimentos, terra, etc.,

    esfregando, varrendo, raspando ou realizando uma lavagem prévia. É uma

    operação de grande importância no sentido de reduzir a quantidade de resíduos

    aderentes aos equipamentos e, quando efetuada de forma adequada, chega a

    remover até 90% do material solúvel presente.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    40/42

    Limpeza com detergente: é a remoção da gordura, sujeira, etc., que encontramos

    na superfície a ser limpa, usando um detergente. A limpeza com detergente é

    talvez a operação mais importante.

    -  Enxágüe: é o processo de remoção de toda a sujeira, resto de alimentos, etc.,

    além da remoção do detergente usado na limpeza principal. Feito com água

    corrente.

    -  Sanificação: é a destruição das bactérias, com o uso de um desinfetante (não

     perfumado, claro), vapor ou água a 82oC ou mais. A sanificação por meios

    químicos (desinfetante) é muito usada na prática, principalmente por razões

    econômicas, destacando-se o uso de compostos clorados. Utensílios, peças de

    equipamentos, bancadas, pisos, paredes devem ser imersos, banhados ou

     borrifados por 2 minutos em água clorada a 250 ppm.- 

    Esta desinfecção também pode ser feita por imersão, durante dois minutos, em

    água aquecida a uma temperatura não inferior a 77oC ou imersão, durante um

    minuto, em água aquecida a uma temperatura não inferior a 82oC.

    -  Enxágüe final: é a remoção de todos os sinais de desinfetante

    -  Secagem: é o processo de secagem de todos os artigos, usando panos limpos ou,

    de preferência, pelo ar, ou seja, deixando que os artigos sequem com o ar, sem

    usar pano algum. Pode ser feita em escorredores, em estufa ou com ar quente.

    Após a higienização, os utensílios e recipientes deverão ser guardados em local

    limpo, de uso exclusivo para este fim, de fácil limpeza e protegidos contra poeira, insetos e

    roedores.

    Tabela 1 –  Produtos recomendados

    Hipoclorito de sódio –  10% 1 litro para 400 litros de água

    Água sanitária –  2.5% 1 litro para 100 litros de água

    Solução clorada a 200-250 ppm: 10 mL (1 colher de sopa rasa) de água sanitária

     para uso geral a 2.0  –   2.5% em 1 litro de água ou 20 ml (2 colheres de sopas rasas) de

    hipoclorito de sódio a 1% em 1 litro de água.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    41/42

    Deve-se desinfetar:

    Todas as superfícies com as quais as mãos entram em contato, utensílios, pequenas

     peças de equipamentos, maçanetas de portas e todas as ferramentas além de tudo aquilo que

    as mãos tocam durante o dia de trabalho. Especialmente as superfícies dos banheiros e dos

    lavatórios.

    Todas as superfícies que entram em contato com os alimentos –  tudo o que toca os

    alimentos durante o seu armazenamento, preparação, cozimento e consumo.

    Todo o equipamento

    As mãos, o manipulador de alimentos deve certificar-se de que suas mãos estão

     bastante bem desinfetadas o tempo todo, durante o seu dia de trabalho. A lavagem das mãos

    não é suficiente.

  • 8/18/2019 Caderno Didatico Tomate Em Conserva

    42/42

     BIBLIOGRAFIA

    MELONI, P. L. S. Como Montar uma Pequena Fábrica de Frutas Desidratadas . Viçosa

    Ed. CPT, 1998, 42p.

    MELONI, P. L. S., STRINGHETA, P. C Produção de Tomate Seco em Conserva e Shiitake

     Desidratado. Viçosa. Ed. CPT, 1999. 50p.

    RAMOS, M. A., PEREZ, R. Apostila: Processamento de Doces de Frutas. 71a. Semana do

    Fazendeiro. Departamento de Tecnologia de Alimentos, UFV, Viçosa, MG. 20p.

    TEIXEIRAS, L. J. Q. Estudo do Processo de Desidratação de Maçã para Obtenção de um

     Produto de Umidade Intermediária. Trabalho de iniciação científica. Departamento

    de Tecnologia de Alimentos, UFV, Viçosa, MG. 2000. 27p.