caderno de resumos xx encontro didÁtico … · diagnÓstico diferencial das linfadenopatias...
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CADERNO DE RESUMOS
XX ENCONTRO DIDÁTICO
CIENTÍFICO DO CURSO DE
MEDICINA
Ano X – Número 16
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15, 16 e 17 de agosto de 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO
CADERNO DE RESUMOS
XX ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Ouro Preto, MG
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XX ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Profa. Cláudia Aparecida Marliére de Lima
Reitora
Prof. Hermínio Arias Nalini Júnior
Vice-Reitor
ESCOLA DE MEDICINA
Prof. George Luiz Lins Machado Coelho
Diretor
Profa. Eloísa Helena de Lima
Vice-Diretora
COLEGIADO DE MEDICINA
Profa. Mônica Versiani Nunes Pinheiro de Queiroz
Presidente
XX ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
Prof. Hugo Alejandro Cano Prais
Presidente Docente
Alba Larissa dos Santos Esperidião
Presidente Discente
OURO PRETO – MINAS GERAIS
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PREFÁCIO
É uma honra e uma alegria escrever mais uma vez o prefácio do Caderno de
Resumos do Encontro Didático Científico do Curso de Medicina, em especial nesse seu
décimo aniversário e vigésima edição.
Olho para trás e vejo todas as turmas e seus encantos. Sim, o Encontro nasceu de
encantos, de sonhos, de muitas vontades. Sempre envolto em uma atmosfera de carinho
e compromisso.
O empenho e o gosto com que são construídos os trabalhos nos remetem à esperança de
uma atuação profissional comprometida socialmente e cientificamente orientada. Sinto a
responsabilidade e o envolvimento dos professores, dos acadêmicos, dos profissionais,
dos gestores e da comunidade.
Então, me encho de orgulho ao apresentar a vocês mais um resultado dessa caminhada
que vimos conquistando com parceria, participação e interesse.
Os encantos permanecem presentes em cada resumo que aqui se delineia e que são
resultados de um processo de integração incomum em um espectro educacional que se
consolida a cada turma que acredita e investe no que faz.
Adriana Maria de Figueiredo
Docente do curso de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto e Coordenadora
Comissão Organizadora do Encontro Didático Científico do Curso de Medicina desde
sua primeira edição.
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CADERNO DE RESUMOS
REALIZAÇÃO:
ESCOLA DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
COMISSÃO ORGANIZADORA
Professora Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Professora Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato (UFOP)
PET-SAÚDE GRADUA SUS UFOP/SMS de Mariana/SMS de Ouro Preto
CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR
Professora Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Acadêmico de Medicina Eduardo Mesquita de Souza (UFOP)
Acadêmica de Medicina Jessica de Oliveira Jacintho (UFOP)
Acadêmica de Medicina Júlia Gallo de Alvarenga Mafra (UFOP)
Acadêmica de Medicina Maria Eliza Machado Romeros (UFOP)
Acadêmica de Medicina Marina Eduarda Santos (UFOP)
Acadêmica de Medicina Mariana de Sousa Manganelli (UFOP)
Acadêmico de Medicina Matheus Zeferino do Conde (UFOP)
Acadêmica de Medicina Miriam de Cassia Souza (UFOP)
Acadêmico de Medicina Pedro Martins Corrêa (UFOP)
Acadêmica de Medicina Renata Alexandre Gomes da Silva (UFOP)
Acadêmico de Medicina Romulo Nascimento Mundin (UFOP)
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SUMÁRIO
DISCIPLINA EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE -
APRESENTAÇÕES DE PÔSTERES
DOENÇAS CRÔNICAS COMO CAUSA BÁSICA DE MORTE NO MUNICÍPIO DE
OURO PRETO/MG, DISTRIBUÍDAS POR BAIRRO – Pág. 13
MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS NA POPULAÇÃO DE OURO
PRETO À LUZ DA EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA – Pág. 15
PERFIL DE MORTALIDADE POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO (MG) ENTRE 2001 E 2015
– Pág. 17
TAXAS DE MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO – MINAS GERAIS – Pág. 19
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE ADULTOS I - APRESENTAÇÕES
ORAIS
ABORDAGEM CLÍNICA DO EDEMA DE MEMBROS INFERIORES: RELATO DE
CASO – Pág.21
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE GRAVES EM PACIENTE COM QUEIXA DE
PERDA INVOLUNTÁRIA DE PESO: RELATO DE CASO – Pág.23
DOR ABDOMINAL FUNCIONAL: ASPECTOS CLÍNICOS E SUA RELAÇÃO
COM INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES – Pág.25
ÚLCERAS NOS PÉS: NEUROPATIA DIABÉTICA E PRESCRIÇÃO DE
ATIVIDADE FÍSICA – Pág.27
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE ADULTOS I - APRESENTAÇÕES DE
PÔSTERES
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LESÕES DE PELE EM PACIENTE ETILISTA:
RELATO DE CASO – Pág.29
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MANEJO TERAPÊUTICO DA SÍNDROME METABÓLICA – Pág.31
NEFROPATIA POR IgA – APRESENTAÇÃO CLÍNICA, DIAGNÓSTICO
ANATOMOPATOLÓGICO E TRATAMENTO – Pág.33
REVISÃO SOBRE A APLICAÇÃO DA MANOBRA DE DIX-HALLPIKE E EPLEY
PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA, UM RELATO DE
CASO – Pág.35
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE CRIANÇAS I - APRESENTAÇÕES
ORAIS
ABORDAGEM DO PACIENTE COM MALFORMAÇÃO NEUROLÓGICA
CONGÊNITA: UM CASO DE ESQUIZENCEFALIA/PORENCEFALIA – Pág.37
ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO EM CRISE ASMÁTICA NO
SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA – Pág.39
A IMPORTÂNCIA EM INVESTIGAR ASMA EM PACIENTE COM
RINOSSINUSITE RECORRENTE – Pág.41
AVALIAÇÃO DE MACROGLOSSIA EM LACTENTE COM ÊNFASE NA
SÍNDROME DE BECKWITH-WIEDEMANN: UM RELATO DE CASO – Pág.43
BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA: UM RELATO DE CASO – Pág.45
CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO DE ESTENOSE DA JUNÇÃO
URETERO-PÉLVICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO, UM RELATO DE CASO –
Pág.47
DERMATOSES NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO DE VARICELA E
ESCABIOSE – Pág.49
DIFERENCIAÇÃO ENTRE REFLUXO GASTROESOFÁGICO FISIOLÓGICO E
PATOLÓGICO EM LACTENTES E SUAS ABORDAGENS – Pág.51
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS LINFADENOPATIAS CERVICAIS NA
INFÂNCIA: RELATO DE CASO – Pág.53
MANEJO AMBULATORIAL DA ASMA EM PRÉ-ESCOLARES: UM RELATO DE
CASO – Pág. 55
RELATO DE CASO: DIAGNÓSTICO, CLASSIFICAÇÃO E MANEJO
TERAPÊUTICO DA ASMA EM CRIANÇA ESCOLAR, EM OURO PRETO-MG –
Pág.57
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: A IMPORTÂNCIA DA CONFIRMAÇÃO
DIAGNÓSTICA – Pág.59
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DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE CRIANÇAS II - APRESENTAÇÃO
ORAL
VULNERABILIDADE SOCIAL COMO CONDIÇÃO E AMPLIAÇÃO DO
ADOECER INFANTIL – Pág.61
DISCIPLINA MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA
A IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA SOCIAL NA ORIGEM E EVOLUÇÃO
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – Pág.63
AS DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS: MUDANÇA DE PARADIGMA –
Pág.65
DETERMINANTES SOCIAIS NO PROCESSO SAÚDE / ADOECIMENTO E
MORTALIDADE INFANTIL – Pág.67
HANSENÍASE: ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E CULTURAIS – Pág.69
DISCIPLINA POLÍTICAS DE SAÚDE E PLANEJAMENTO
A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA DA
UFOP – Pág.71
ABORDAGEM DA SEXUALIDADE E SUAS INFLUÊNCIAS COM
ADOLESCENTES: UM CENÁRIO DE VULNERABILIDADES – Pág.73
AÇÃO DE INTERVENÇÃO EM SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA NA
ESCOLA ESTADUAL DE OURO PRETO, MG, BRASIL – Pág.75
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COM PAIS DE ALUNOS DA APAE DE
OURO PRETO: CUIDADOS E EDUCAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA
– Pág.77
INTERVENÇÃO POR MEIO DAS ARTES CÊNICAS COM USUÁRIOS DO CAPS
AD NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO: UM ESTÍMULO DA COGNIÇÃO E
MEMÓRIA E UM INCENTIVO À INTEGRAÇÃO SOCIAL E FAMILIAR – Pág.79
PROMOÇÃO À SAÚDE: UMA ABORDAGEM SOBRE PRÉ-NATAL, PARTO E
PUERPÉRIO ÀS GESTANTES ACOMPANHADAS NA UBS BAUXITA, NO
MUNICÍPIO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS – Pág.81
9
SALA DE ESPERA: UMA OPORTUNIDADE DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE-
ACOLHIMENTO AOS CUIDADORES DOS PACIENTES DO CAPS INFANTIL DE
OURO PRETO – MG – Pág.83
DISCIPLINA PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS
MENTAIS
A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO – MG
– Pág.85
ENTRE O SUJEITO E A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: OS SUJEITOS E
SUAS REDES – Pág.87
OFICINA DE IDEIAS E FLUXOS SOBRE CRISE E SAÚDE MENTAL NO
MUNICÍPIO DE OURO PRETO – Pág.89
DISCIPLINAS SAÚDE E SOCIEDADE; PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE
I; MEDICINA, CIÊNCIA E SOCIEDADE; PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE
SAÚDE II – APRESENTAÇÕES ORAIS
A PREVALÊNCIA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS DE
ACORDO COM AS REGIÕES DO BRASIL – Pág.91
DIABETES MELITO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: UMA PERSPECTIVA
SOCIAL – Pág.93
EFEITOS DA TOXICIDADE DO ARSÊNIO NA POPULAÇÃO DE OURO PRETO –
Pág.95
MINDFULNESS-BASED STRESS REDUCTION (MBSR) COMO FORMA DE
INTERVENÇÃO NO COMBATE À ANSIEDADE E AO ESTRESSE EM
ESTUDANTES DE MEDICINA – Pág.97
O PROCESSO TRANSEXUALIZADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) –
Pág.99
PESQUISA EMPÍRICA E ANÁLISE COMPARATIVA ACERCA DA
PREVALÊNCIA DO ALCOOLISMO E DO TABAGISMO NO MEIO
UNIVERSITÁRIO DE OURO PRETO – Pág.101
10
VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER: ACOLHIMENTO POR EQUIPE DE
SAÚDE NO BRASIL – Pág.103
DISCIPLINAS PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE II; MEDICINA,
CIÊNCIA E SOCIEDADE – APRESENTAÇÕES ORAIS
CONTROLE SOCIAL: EXPERIÊNCIA NO INCENTIVO À REATIVAÇÃO DO
CONSELHO LOCAL DE SAÚDE DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) DE
PADRE FARIA NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO-MG – Pág.105
DESATANDO OS NÓS SOBRE SEXUALIDADE E GÊNERO: OFICINAS
INTERATIVAS COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO BAIRRO ROSÁRIO –
MARIANA/MG, RELATO DE EXPERIÊNCIA – Pág.107
DESVENDANDO OS MITOS DA GRAVIDEZ: OFICINA COM AS GESTANTES
DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CACHOEIRA DO CAMPO – Pág.109
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: RODAS DE CONVERSA COM ADOLESCENTES
ACERCA DA SEXUALIDADE E SUAS ABRANGÊNCIAS – Pág.111
PROMOCAO EM SAUDE ALEM DOS MUROS DA UBS: UMA INTERVENCAO
NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL NO BAIRRO PIEDADE EM OURO
PRETO – Pág.113
A VALORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELOS AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE
DE CABANAS – Pág.115
DISCIPLINA SEMIOLOGIA I – APRESENTAÇÕES ORAIS
“ÁRVORE RESPIRATÓRIA”: UMA METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DA
SEMIOLOGIA – Pág.117
DESENVOLVIMENTO DE JOGO DINÂMICO NO APRENDIZADO DE
SEMIOLOGIA MÉDICA RELACIONADA AO SISTEMA DIGESTÓRIO – Pág.119
O USO DA FERRAMENTA JOGO DE TABULEIRO PARA FIXAÇÃO DE
CONTEÚDOS RELACIONADOS À DISCIPLINA SEMIOLOGIA MÉDICA –
Pág.121
SEMIOGAME: UM JOGO SOBRE A SEMIOLOGIA DO APARELHO
CARDIOVASCULAR – Pág.123
11
DISCIPLINA SEMIOLOGIA II– APRESENTAÇÕES ORAIS
ABORDAGEM SEMIOLÓGICA DA NEURALGIA DO TRIGÊMEO – Pág.125
DOR BILATERAL NO OMBRO: UM RELATO DE CASO CLINICO – Pág.127
HIPOCALCEMIA SECUNDÁRIA À TIREOIDECTOMIA – Pág.129
RELATO DE CASO: LOMBALGIA POR ESTENOSE VERTEBRAL EM PACIENTE
IDOSO – Pág.132
DISCIPLINA SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA – APRESENTAÇÕES ORAIS
ABORDAGEM DA CONSTIPAÇÃO INSTESTINAL EM PEDIATRIA – Pág.134
ABORDAGEM DA DISFUNÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFERIOR (DTUI) EM
CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR – Pág.136
ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DE ICTERÍCIA DO LEITE E DO
ALEITAMENTO MATERNO – Pág.138
ANEMIA FERROPRIVA NA INFÂNCIA – Pág.140
AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR ATRAVÉS DA ESCALA DE DENVER – Pág.142
CONTRIBUIÇÃO DA TÉCNICA DE MAMADA CORRETA PARA GANHO DE
PESO EM LACTENTE – Pág.144
GANHO DE PESO ACELERADO EM UM PACIENTE PREMATURO: UM
RELATO DE CASO – Pág.146
IMPETIGINIZAÇÃO DE DERMATITE ATÓPICA: UM RELATO DE
CASO/IMPETIGO CROSTOSO: UM RELATO DE CASO CLINICO – Pág.148
PUERICULTURA EM LACTENTE APÓS MENINGITE BACTERIANA –RELATO
DE CASO – Pág.150
RELATO DE CASO DE CRIANÇA COM SUSPEITA DE SÍNDROME DE MARFAN
– Pág.152
QUEIMADURA POR ESCALDADURA EM LACTENTE E O PAPEL DA
PUERICULTURA NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES – Pág.154
SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS: RECIDIVAS E COMPLICAÇÕES – Pág.156
12
DISCIPLINA VIGILÂNCIA EM SAÚDE – APRESENTAÇÕES ORAIS
A VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NO MUNICÍPIO DE OURO
PRETO, MINAS GERAIS – Pág.158
A VIGILÂNCIA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO MUNÍPIO DE OURO
PRETO, MG: PANORAMA E POSSIBILIDADES – Pág.160
ANÁLISE DA SITUAÇÃO DA VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA DE
CONSUMO DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS – Pág.163
VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSIVEIS NO MUNICIPIO DE OURO
PRETO: UM RECORTE SOBRE HIV– Pág.165
TEMA LIVRE- APRESENTAÇÃO DE PÔSTER
O USO DO FACEBOOK® COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR DE
APRENDIZADO NA DISCIPLINA DE MEDICINA DE FAMILIA E COMUNIDADE
– RELATO DE EXPERIÊNCIA – Pág.167
13
DISCIPLINA EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE -
APRESENTAÇÕES DE PÔSTER
DOENÇAS CRÔNICAS COMO CAUSA BÁSICA DE MORTE NO MUNICÍPIO
DE OURO PRETO/MG, DISTRIBUÍDAS POR BAIRRO
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected]) - Orientador
Marina Eduarda Santos([email protected])
Paula Ester Mendes Barbosa Fernandes ([email protected])
Renata Durães Vaz de Melo Barreto ([email protected])
Thiago Madureira Brandão ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO:Tendo em vista a melhoria das condições socioeconômicas da
população brasileira bem como a alteração do perfil epidemiológico do país causado
pelo maior envelhecimento da população, as doenças de caráter crônico têm ganhado
relevância na atualidade. Entre elas, três albergam maior atenção: as Doenças
Hipertensivas, o Diabetes Mellitus e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Essa
última apresentando considerável importância no município de Ouro Preto devido a sua
alta prevalência desencadeada pela aspiração contínua do pó de sílica, proveniente do
ofício de característica histórica: produção artesanal utilizando a pedra sabão.
OBJETIVOS:Analisar a distribuição geográfica, utilizando-se os bairros como unidade
de espaço, no município de Ouro Preto, Minas Gerais, para se determinar os locais com
maior frequência dessas três enfermidades, como causa básica de óbito.
MÉTODO:Será utilizado um banco de dados, com a causa básica de morte do
município nos anos de 2001 a 2015, disponível em <http://medicina.ufop.br>. Esse será
analisado, distribuindo-se as frequências das doenças crônicas como causa básica por
bairros, através de duas ferramentas: Microsoft Excel 2017 e Epiinfo 7.2.1. A causa
básica de morte foi filtrada de acordo com os intervalos do CID. Assim, utilizou-se os
intervalos do CID de I10 a I15 para Doenças Hipertensivas, J41 a J44 para Doenças
Pulmonares Obstrutivas Crônicase E10 a E11 para Diabetes Mellitus. RESULTADOS:
A frequência da mortalidade, tendo como causa básica o Diabetes Mellitus, no
município de Ouro Preto, correspondeu a 113 óbitos nos anos de 2001 a 2015. Os
bairros com maior frequência dessa doença foram: Bauxita, com 10 ocorrências,
correspondendo a 8,85% dos casos; Morro Santana, com 11 ocorrências,
correspondendo a 9,73%, e São Cristóvão, também com 11 ocorrências. Já no caso de
Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas, dos 86 casos, o bairro Cabeças deteve a
maior frequência, com 14 casos e 16,28% do total de casos. Foi seguido pelo bairro
Antônio Dias, com 10 ocorrências, correspondendo a 11.63% dos casos, e o bairro São
Cristóvão, com 8 ocorrências e 9,30% dos casos. Dos 116 registros de Doenças
Hipertensivas como causa básica de morte, as maiores frequências foramas localizadas
nos bairros Alto da Cruz e Antônio Dias, ambos com 12 casos, correspondendo a um
percentual de 10,34%. Foram seguidos pelo bairro São Cristóvão, com 9 ocorrências e
um percentual de 7,76%.CONCLUSÃO:Ao se tomar conhecimento dos bairros com
maior frequência de causa básica de morte pelas afecções citadas, torna-se necessário a
criação de estratégias que busquem intervir na Atenção Primária de forma efetiva, tendo
como destaque os locais em que o acompanhamento dessas afecções é prioritário. Com
14
isso, os recursos humanos e financeiros poderão sermelhor utilizados, promovendo,
dessa maneira, uma redução da morbimortalidade entre os indivíduos afetados pelas
doenças observadas.
Palavras-chave: Epidemiologia, Doença Crônica, Atenção Primária à Saúde
Referências:
TERRA FILHO, Mario and SANTOS, Ubiratan de Paula. Silicose. J. bras. pneumol.
[online]. 2006, vol.32, suppl.2 pp.S41-S47. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180637132006000800008&l
ng=en&nrm=iso>. ISSN 1806-3713. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-
37132006000800008.
Camarano, A.A. (2002). Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição
demográfica. In: Freitas, E.V. de et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de
Janeiro (RJ): Guanabara. (Cap.6), 58-71.
15
MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS NA POPULAÇÃO DE
OURO PRETO À LUZ DA EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected]) – Orientador
Ed Maciel Andrade Rodrigues ([email protected])
José Sérgio Lopes Teixeira ([email protected])
Danilo Correa de Oliveira ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de
Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: No século XX, ocorreram modificações nos padrões de vida que
repercutiram na mortalidade por doenças infecciosas (MDI) no Brasil. Políticas públicas
de saúde como a imunização e a distribuição de preservativos contribuíram para uma
redução geral da MDI, de forma que doenças crônicas passaram a ser as principais
causas de mortalidade. Apesar dessa transição epidemiológica, com aumento da
expectativa de vida, ainda existe elevada incidência de doenças infecciosas e
parasitárias (DIP) no Brasil. OBJETIVOS: Analisar, à luz da epidemiologia descritiva,
a mortalidade por DIP no município de Ouro Preto. MÉTODOS: Análise do banco de
dados do Sistema de Informação e Mortalidade de Ouro Preto, disponibilizado no
material da disciplina no site medicina.ufop.br, de 2001 a 2015, exceto pelos dados de
2002 e de 2006, que não constavam. Foram utilizados os softwares Microsoft Office
Excel 2010® e CDC Epi Info 7®. RESULTADOS: No período, foram registrados
4998 óbitos, dos quais 153 devem-se a DIP. Dos óbitos por DIP, as causas base mais
comuns foram Septicemia não especificada (CID A41.9, 50,98%), Diarréia e
gastroenterite de origem infecciosa presumível (CID A09, 5,88%) e Tuberculose
pulmonar, sem menção de confirmação bacteriológica ou histológica (A16.2, 5,23%).
Infecções por HIV (CID B20-B24) somaram 16,99% dos óbitos por DIP. No sexo
masculino, as causas mais comuns foram A41.9 (21,57%), A09 (1,96%), A16.2
(4,58%). Óbitos devido a infecções por HIV somaram 10,46%. No sexo feminino, as
causas mais comuns foram A41.9 (29,41%), A09 (3,92%), A49.9 (1,31%). Óbitos
decorrentes de infecções por HIV somaram 6,54%. Em menores que 1 ano de idade,
foram registrados 3 óbitos: A50.9, A41.9, e A09. Entre 1 e 4 anos, foi registrado 1 óbito
por A41.9. De 5 a 19 anos, houve 3 óbitos por A41.9, 1 por A94, 1 por B01.9 e 1 por
B20.0. De 20 a 49 anos, a causa base mais comum entre os óbitos por DIP foi infecção
pelo HIV (B20-B24), com 44% dos óbitos nessa faixa. Na faixa acima de 50 anos
ocorreu o maior número de óbitos por DIP (98). A causa mais comum foi A41.9,
seguida de A09 (5,23%) e A16.2 empatada com B20-B24 (3,27% cada). A escolaridade
da maior parte do banco não consta, impossibilitando a análise desse fator na MDI. Dos
óbitos por DIP, 41 ocorreram em distritos, e 94 na sede do município, sendo que o
restante (18) das mortes não teve local especificado. CONCLUSÃO: Relatadas as
principais causas de óbitos por DIP no município, cabe ressaltar a tendência geral da
MDI, proporcional à população, ao longo dos anos. Em ordem crescente de anos
estudados, utilizando estimativas populacionais do IBGE, a MDI foi de: 2,40; 0,74;
0,44; 0,44; 1,79; 1,59; 0,72; 2,28; 1,70; 2,54; 0,95; 3,53 e 2,57 por 10.000 habitantes.
Ao traçar a reta de tendência, obtemos uma tendência geral de aumento na taxa
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mortalidade proporcional, no período estudado, por DIP, de forma que R² = 0,2502 e a
equação da reta é: y = 0,1095x – 218,29. Com isso, o setor de saúde do município deve
ficar atento no que tange a vigilância epidemiológica para controle e prevenção de DIP,
ou mesmo de se preparar para um aumento da demanda de atendimento a enfermidades
infecciosas emergentes.
Palavras-chave: Análise Estatística, Doenças Transmissíveis, Epidemiologia.
Referências:
WALDMAN, Eliseu Alves; SATO, Ana Paula Sayuri. Trajetória das doenças
infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos: um contínuo desafio. Rev. Saúde Pública,
São Paulo, v. 50, 68, 2016 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102016000100137&lng=en&nrm=iso>. access on 05 Aug. 2017. Epub Dec 22, 2016.
http://dx.doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050000232.
BUCHALLA, Cássia Maria; WALDMAN, Eliseu Alves; LAURENTI, Ruy. A
mortalidade por doenças infecciosas no início e no final do século XX no Município de
São Paulo. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 6, n. 4, p. 335-344, Dec. 2003 .
Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
790X2003000400008&lng=en&nrm=iso>. access on 05 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2003000400008.
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PERFIL DE MORTALIDADE POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO (MG) ENTRE 2001 E
2015
George Luiz Lins Machado Coelho ([email protected]) - Orientador
Edson Vander Ribeiro Júnior ([email protected])
Júlia Viegas Alves ([email protected])
Mauro Alberto do Espírito Santo ([email protected])
Wesley dos Santos Alves Marcelino ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Atualmente, cerca de 72,6% das mortes no Brasil (SIM 2015) são
causadas por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Essas doenças são
multifatoriais e se desenvolvem no decorrer da vida. Isso representa uma mudança de
paradigma que significa uma problemática para a gestão em saúde, em especial pelo
impacto das DCNT na morbimortalidade e na qualidade de vida dos indivíduos afetados
e seus efeitos econômicos negativos para a sociedade. As DCNT têm como fatores de
risco individuais o tabagismo, o consumo nocivo de álcool, o sedentarismo e a
alimentação não saudável, além de diversos determinantes sociais. OBJETIVOS:
Analisar o perfil de mortalidade por DCNT no município de Ouro Preto, Minas Gerais,
no período de 2001 a 2015. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal e
retrospectivo realizado com banco de dados do DATASUS contendo informações sobre
óbitos notificados no município. Incluiu-se no estudo os que tiveram como causa básica
as seguintes DCNT (2001 e 2015): Neoplasias, Diabetes mellitus, Doenças reumáticas
crônicas do coração, Doenças hipertensivas, Doença isquêmica crônica do coração,
Cardiomiopatias, Doenças crônicas das vias aéreas inferiores e Doenças pulmonares
devidas a agentes externos (pneumoconioses). Foi feita a análise dos dados coletados
estratificados por sexo, faixa etária e escolaridade. Para análise estatística utilizou-se o
Microsoft Excel 2013 e o software Epi infoTM 7.0. RESULTADOS: Observou-se que,
entre 2001 e 2015, a mortalidade proporcional por DCNT no município de Ouro Preto
foi de 29,44%, correspondendo a 1662 num total de 5644 óbitos. A mortalidade
específica por DCNT neste período foi de 22,35/1000 habitantes, considerando uma
população total de 74.356 habitantes (Estimativa IBGE, 2016). Ao relacionar número de
óbitos por DCNT e sexo, no período em questão, observou-se que de 1662 óbitos, 803
(48,31%) foram do sexo feminino, e 859 (51,68%) do sexo masculino, sendo que um
caso teve sexo ignorado. Quanto aos óbitos por DCNT e faixa etária identificaram-se os
seguintes percentuais em cada faixa etária: 0-19 anos: 1,14%; 20-49 anos: 11,07%;
acima de 50 anos: 87,59%. Quanto aos óbitos, as Neoplasias representaram 50,96%; as
Diabetes mellitus 14,26%; as Doenças Respiratórias Crônicas 12,15%; e as Doenças
Cardiovasculares Crônicas 22,62%. CONCLUSÕES: As DCNT demonstram
relevância para a mortalidade proporcional no município de Ouro Preto no período
estudado. Identificou-se ainda que os subtipos de DNTC que implicaram em mais óbitos
foram as Neoplasias e Doenças Cardiovasculares Crônicas. A análise da mortalidade
por DCNT relacionada ao sexo demonstrou que houve leve prevalência no sexo
18
masculino. Essa diferença pode relacionar-se aos fatores de risco supracitados, mais
frequentes no sexo masculino. A maior prevalência de óbito por DCNT foi verificada
acima dos 50 anos, sendo esta responsável por 87,79% dos óbitos, corroborando com o
caráter longitudinal dessas doenças. Assim, a análise permite identificar os grupos e
doenças aos quais devem ser direcionadas estratégias de prevenção e promoção de
saúde, a fim de aperfeiçoar o cuidado, aumentar a expectativa e a qualidade de vida
dessa população.
Palavras-chave: doença crônica, mortalidade, epidemiologia.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Mortalidade - 1996 a 2015, pela CID-10. Disponível
em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=6937>. Acesso
em 08 ago. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Análise de Situação de Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento
das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília:
Ministério da Saúde; 2011. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-
ministerio/671-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/doencas-cronicas-nao-
transmissiveis/14125-vigilancia-das-doencas-cronicas-nao-transmissiveis>. Acesso em
08 ago. 2017.
19
TAXAS DE MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS E
PARASITÁRIAS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO – MINAS GERAIS
George Luiz Lins Machado Coelho (Orientador) ([email protected]) - Orientador
Carolina Ponciano Gomes de Freitas ([email protected])
Fernanda Melazzo Nascimento Santos ([email protected])
Isabela Maria Silva Santos ([email protected])
Igor Pimenta de Souza ([email protected])
Thaís Guimarães Miranda Xavier ([email protected])
Stefânia Carolina Sousa Castanheira ([email protected])
Nathalie Bartelega Dominguetti ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A taxa de mortalidade geral é utilizada para estimar o risco de morrer
em uma determinada população e época. A mortalidade pode também ser calculada para
uma causa específica durante um determinado período e espaços geográficos
específicos. A CID-10, no capítulo I, aborda algumas doenças infecciosas e parasitárias
(A00-B99). De acordo com Araújo (2015), a taxa de mortalidade por doenças
infecciosas e parasitárias (DIP) tem sofrido um acentuado declínio nos últimos anos,
entretanto, verifica-se no Brasil que essas enfermidades ainda ocupam papel relevante
entre as causas de morte. Há uma relação direta entre sua ocorrência e o Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH, com um maior número de pessoas afetadas nas áreas
de maior pobreza. Os casos notificados são encontrados no Sistema de Informação de
Mortalidade (SIM). OBJETIVOS: Analisar, através dos dados do SIM, a taxa de
mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias por espaço geográfico do município
de Ouro Preto – Minas Gerais. MÉTODOS: Para realizar esse trabalho, utilizou-se
como ferramenta de análise estatística o programa Microsoft Excel 2013. A partir do
banco de dados SIM, foram filtradas as mortes pelo capítulo I do CID 10, calculando-se
a taxa de mortalidade por DIP, a partir da razão entre o número total de óbitos por esta
causa e a população residente no município obtida no censo de 2010, disponível na
plataforma DATASUS. RESULTADO: No período de 2001 a 2015 foram notificados
153 óbitos por doenças infecciosas e parasitárias no município, representando 3,06% do
total de mortes no período. A taxa de mortalidade por DIP no município de Ouro Preto
no período de 2001 a 2015 foi igual a 0,22%, predominando as mortes por septicemia
(51%), diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível (5,88%) e tuberculose
pulmonar (5,23%). A frequência absoluta de mortes por doenças infecciosas e
parasitárias de acordo com os bairros da sede foram: Água limpa (4), Alto da Cruz (8),
Alto do Morro (1), Antônio Dias (9), Barra (2), Bauxita (8), Cabeças (3), Centro (7),
Morro da Queimada (4), Morro Santana (4), Morro São Sebastião (2), Nossa Senhora
das Dores (2), Nossa Senhora do Carmo (3), Novo Horizonte (1), Padre faria (4),
Piedade (1), Pilar (3), Santa Cruz (5), São Cristóvão (8), São Francisco (2), Saramenha
(2), Taquaral (3), Vila Aparecida (6), Vila Itacolomi (1) e Vila São José (1). E nos
distritos foram: Amarantina (6), Antônio Pereira (6), Cachoeira do Campo (12), Catete
(1), Coelhos (1), Glaura (3), Rodrigo Silva (5), Santa Rita de Ouro Preto (6), Santo
Antônio do Salto (2). CONCLUSÕES: Conclui-se que o risco de morte por doenças
20
infecciosas e parasitárias em Ouro Preto foi de 0,22% no período de 2001 a 2015, bem
menor que o esperado para o estado de Minas Gerais que era de 0,4%, neste mesmo
período, segundo dados do DATASUS. Esses resultados podem contribuir para a
elaboração de políticas públicas voltadas à saúde e planejamento de intervenções de
saúde.
Palavras-chave: taxa de mortalidade, CID-10, doenças infecciosas.
Referências:
ARAÚJO, Pollyana Rocha de. Evolução da mortalidade por doenças infecciosas e
parasitárias. Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio
Arouca, Rio de Janeiro, 2015.
Banco de Dados Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do município de Ouro
Preto dos anos 2001 a 2015.
BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde DATASUS.
Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em 08 de agosto de 2017.
21
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE ADULTOS I –
APRESENTAÇÕES ORAIS
ABORDAGEM CLÍNICA DO EDEMA DE MEMBROS INFERIORES:
RELATO DE CASO
João Milton de Oliveira Penido ([email protected]) - Orientador
Caroline Paula Prósperi Souto ([email protected])
Eduardo Nogueira Botinha ([email protected])
Géssica Mendes de Almeida ([email protected])
Henrique Nigri Caetano de Oliveira ([email protected])
Lucas André Silva Santos ([email protected])
Marco Aurélio Cambraia Ribeiro Braz ([email protected])
Matheus Alves de Lima ([email protected])
Matheus Silva de Castro ([email protected])
Matheus Thomé Pinheiro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Edema é definido com um aumento aparente do volume do fluido
intersticial. O processo patofisiológico de formação do edema é multifatorial, caso
ocorram em um território capilar restrito, limitado aos membros inferiores (MMII), é
denominado edema periférico e caracteriza-se por inchaço de uma ou ambas as pernas,
joelhos, tornozelos e/ou pés. O edema de MMII pode estar associado a diversas
condições clinicas. RELATO DE CASO: H.A.M.N., sexo feminino, 61 anos
apresentando edema em membros inferiores de início há dois meses acompanhado por
manchas hiperemiadas e hipercrômicas em ambas as pernas. História de lombalgia
crônica e em uso constante de dipirona em caso de dor. Ao exame físico pressão arterial
de 130x92 mmHg, sinal de cacifo positivo em ambas as pernas, 2+/6+ na perna direito e
3+/6+ na perna esquerda. Facies típica (Parkinson). Mucosas coradas, hidratada,
anictérica e acianótica. Pulsos pediosos palpáveis. Jugulares nao engurgitadas,ausencia
de linfoadenomegalia e hepatoesplenomegalia. A História pregressa de doença de
Parkinson e dislipidemia. Em uso de: Cloridrato de Amantadina 100mg, Pramipexol
0,125mg, Risperidona 1mg e Sinvastatina 20mg. Associa aparecimento dos sintomas
após iniciar o medicamento Pramipexol. Durante as consultas foram solicitados exames:
radiografia de tórax, ecocardiograma, ultrassom abdominal, dosagem de íons, urina
rotina, relação proteina/creatinina, glicemia, dosagem de proteínas sericas, colesterol,
hemograma, exames para avaliação da função renal, hepática e tireoidiana e em
sequência Doppler venoso de membros inferiores. Paciente foi orientada a reduzir
ingesta hídrica para 500ml/dia. Após uma semana, sem melhora do quadro, foi suspenso
o uso do Pramipexol. No doppler venoso de MMII apresentava refluxo em veia poplítea
direita e no Ecocardiograma a função sistólica do ventrículo esquerdo preservada. A
função renal, hepática e tireoidiana preservadas. Iniciamos o uso de Hidroclorotiazida
25mg que sequencialmente foi suspenso. Referendamos a paciente para exame com a
Cardiologia e Angiologia. Cinquenta dias após início do acompanhamento, ela retorna
22
apresentando melhora do edema, que está sendo sendo acompanhada pela fisioterapia e
adoção de medidas posturais e uso de meias elásticas de leve compressão. A hipótese
diagnóstica após consulta com a angiologia foi de linfedema. DISCUSSÃO: Há vários
mecanismos para explicar esse tipo de edema. Por isso, uma história clínica e um exame
físico cuidadoso são indispensáveis para o esclarecimento diagnóstico do edema, sendo
importante investigar os efeitos de doenças de base e medicamentos em uso. No
presente caso não detectamos nenhuma desordem funcional de origem renal, cardiaca,
tireoidena, hepática e local (obstrução venosa) que justificasse o edema. Destartamos a
hipótese de linfedema pelas caracteristicas semiotécnicas e a rapidez de regressão com
medidas posturais adotadas. Assim, direcionamos o nosso raciocínio clínico para a
hipótese diagnóstica de Estase Venosa de MMII e sua possível associação com efeitos
adversos da Doença de Parkinson sobre a dinâmica da contração muscular periférica.
PALAVRAS CHAVE: Membros inferiores, Edema, Diagnóstico diferencial.
REFERÊNCIAS:
GUEDES, Henrique; ANDRADE, Mauro. O diagnóstico e tratamento do linfedema
periférico. Cirurgia Vascular & Angiologia, São Paulo, v. 2, n. 12, p.62-65, jun. 1996.
Disponível em: <http://jvascbras.com.br/revistas-antigas/1996/2/02/1996_a12_n2__ok-
2.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2017.
COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina
(Ribeirao Preto. Online), Ribeirão Preto, v. 37, n. 3/4, p. 189-198, dec. 2004. ISSN
2176-7262. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/496/495>.
Acesso em: 07 aug. 2017.
TIERNEY, L. M; MCPHEE, S. J; PAPADAKIS, M. A. Current: Medical
Diagnosis & Treatment. 40. ed. Nova York: Mc Graw Hill, 2001.
23
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA DE GRAVES EM PACIENTE COM QUEIXA DE
PERDA INVOLUNTÁRIA DE PESO: RELATO DE CASO
Roberto Veloso Gontijo ([email protected]) - Orientador
Aline Lopes Coelho ([email protected])
Isabella Gomes Santos ([email protected])
Jorge Fernando de Souza Silva ([email protected])
Loreni Perácio de Sousa ([email protected])
Lucas Camarano Leal ([email protected])
Marília de Lacerda Silva ([email protected])
Renan Ibrahim Neiva ([email protected])
Tainã Brito Porto ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
Introdução: O emagrecimento involuntário geralmente é insidioso e pode ter
implicações importantes, pois pode prenunciar uma doença sistêmica subjacente. É
definido por perdas de 4,5 kg ou maior que 5% do peso corporal do indivíduo em um
intervalo de 6 a 12 meses. As causas podem ser classificadas entre neoplasias malignas,
doenças inflamatórias ou infecciosas crônicas, distúrbios metabólicos ou transtornos
psiquiátricos. Uma vez que o emagrecimento pode ser um sinal de doença maligna ou
crônica e trazer preocupações para o paciente, esse trabalho objetiva relatar um caso
cujo diagnóstico de Doença de Graves foi dado a partir da queixa de perda ponderal.
Caso Clínico: M.J.B., 53 anos, sexo feminino, chega à Unidade Básica de Saúde de
Amarantina, Minas Gerais, com relato de emagrecimento de 6 kg nos últimos 7 meses,
sem demais queixas. Nega uso de medicação, doenças crônicas, tabagismo, etilismo e
sintomas depressivos. Não realiza atividade física e nega alterações do hábito intestinal.
Vida sexual inativa e há 5 anos não realiza consulta ginecológica. G2A0N0. Mãe
hipertensa, pai falecido (não sabe o motivo), dois irmãos hipertensos e irmã com
“doença da tireoide”. Ao exame físico, observa-se tireoide indolor, sem nódulos, porém
assimétrica, com abaulamento do lobo esquerdo. Hipóteses diagnósticas: tireotoxicose,
diabetes mellitus tipo 2, neoplasia oculta. Conduta: orientações quanto ao Papanicolau e
mamografia, pedido de exames complementares. Resultados: hemograma e urina rotina
sem alterações; glicemia de jejum: 94 mg/dL; Ureia: 32 mg/dL; Cr: 0,7 mg/dL;
colesterol total: 161 mg/dL; triglicérides: 69 mg/dL; LDL: 81,7 mg/dL; HDL: 65
mg/dL; TGO e TGP normais; TSH 0,01 mU/L; T4 livre: 2,31 ng/dL.Confirmada a
hipótese de hipertireoidismo, prescrito metimazol 10 mg uma vez ao dia, e realizados
novos exames, cujos resultados foram: anticorpo anti-receptor TSH (TRAB): 7,19 UI/L;
anti-tireoperoxidase (anti-TPO): 287,60 UI/mL; T3 total: 1,12 ng/mL. Discussão: A
queixa de perda involuntária de peso deve ser acompanhada de anamnese e exame
clínico detalhados, além de exames complementares condizentes com as principais
suspeitas. Os exames contribuem para realização do diagnóstico diferencial entre
comorbidades causadoras do sintoma, como neoplasias, distúrbios metabólicos e
sistêmicos, infecções e transtornos psiquiátricos. No caso supracitado, o exame clínico
associado à redução de TSH e aumento de T4 livre direcionaram o raciocínio clínico
para hipertireoidismo. Bócio multinodular tóxico, adenoma tóxico, adenoma hipofisário
24
secretor de TSH e Doença de Graves foram considerados no diagnóstico diferencial. Os
resultados TRAB e anti-TPO aumentados levaram ao diagnóstico de Doença de Graves,
um distúrbio autoimune comum entre mulheres de 30 a 60 anos de idade.
Palavras-chave: Hipertireoidismo; Perda de Peso; Doença de Graves.
REFERÊNCIAS:
1. LONGO, D. L; FAUCI, A. S. Gastroenterologia e Hepatologia de Harrison. 2ª
Ed. Porto Alegre: EMGH, 2014. 600 p.
2. GOLDMAN L., AUSIELLO D. Cecil: Medicina. 23ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009. Vol I e II.
3. HARRISON T.R. et al. Harrison: Medicina Interna. 17ª ed. Rio de Janeiro:
AMGH Editora Limitada, 2008. Vol I e II.
25
DOR ABDOMINAL FUNCIONAL: ASPECTOS CLÍNICOS E SUA RELAÇÃO
COM INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES
Fabiana Alves Nunes Maskud ([email protected]) - Orientadora
Breno Faria Araújo ([email protected])
Carolina Luísa de Lima Filardi ([email protected])
Gabriel Pessoa Herthel Silveira ([email protected])
Gabriela Moreira do Nascimento ([email protected])
Kamylla Versiani Araújo Faro ([email protected])
Maria Eliza Machado Romeros ([email protected])
Maria Teresa de Andrade Sol ([email protected])
Mirsail Gabriel Da Silva Neto ([email protected])
Mirelly Cota Quites ([email protected])
Tatiana Dalat Coelho Furtado ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
Introdução: Sintomas gastrointestinais que não podem ser explicados por
anormalidades bioquímicas ou estruturais bem estabelecidas são agrupados nos
chamados distúrbios gastrointestinais funcionais (DGIFs). Apesar da pouca informação
quantitativa na literatura sobre sua epidemiologia, sabe-se que essas queixas são comuns
e motivam grande parte das consultas médicas. O objetivo deste trabalho é, por meio de
um relato de caso de dor abdominal crônica e diante da suspeita de dor abdominal
funcional, apresentar um pouco sobre o diagnóstico clínico desse DGIF e sua relação
com a intolerância à lactose. Relato do caso clínico: M.R.G.H., sexo feminino, 30 anos,
policial militar, compareceu à consulta na UBS Padre Faria, queixando-se de
desconforto abdominal. Apresentava dor abdominal crônica difusa, com distensão do
abdome, que é percebida sempre em momentos de estresse e gera grande incômodo,
atrapalhando seu desempenho no trabalho. Relatava piora da dor quando ingeria muito
leite. Mantinha hábito intestinal regular e alimentação adequada. Ao exame físico, a
única alteração eram os ruídos hidroaéreos aumentados. A primeira hipótese foi a de
DGIF, sendo feita propedêutica inicial, cujo único resultado alterado revelou uma
intolerância a lactose. Assim, a hipótese permaneceu como DGIF, porém associada à
intolerância alimentar. Na conduta, a paciente foi orientada a reduzir a lactose da dieta
ou fazer uso de Paralac antes das refeições com lactose. Discussão: Os DGIFs são
definidos como uma desordem do eixo “ trato gastrointestinal - sistema nervoso
central”. Sua patogênese se baseia em um modelo biopsicossocial que reconhece a
atuação de fatores genéticos, ambientais, psicossociais e do próprio organismo,
interagindo na produção dos sintomas. O diagnóstico é baseado nesses sintomas e uma
das referências utilizadas são os critérios de Roma, sendo o mais atual o de Roma IV.
No caso apresentado, a paciente jovem é hígida e as características da dor abdominal,
somadas ao histórico de sintomas ansiosos relatados, direcionaram a hipótese
diagnóstica para um DGIF. A dor abdominal funcional é crônica, de origem central,
pode estar ligada a distúrbios psicossociais e não se relaciona a alterações no hábito
intestinal e nem é aliviada pela defecação. Síndromes gastrointestinais orgânicas podem
coexistir com o quadro e devem, portanto, ser investigadas. No entanto, orienta-se que a
propedêutica não seja extensa e altamente invasiva, a fim de não comprometer a relação
médico-paciente com procedimentos desnecessários. Na propedêutica inicial realizada,
o único resultado de exame alterado foi o de intolerância à lactose; e como mostra a
26
literatura, há uma prevalência de intolerâncias alimentares em pacientes com DGIF,
sendo cerca de 51% no que diz respeito à intolerância à lactose, segundo um dos estudos
encontrados. A relação entre as intolerâncias alimentares e a produção de sintomas
gastrointestinais e extra-gastrointestinais é pouco clara. No entanto, a redução no
consumo de sacarídeos fermentáveis promove um alívio dos sintomas superior a muitas
das terapias medicamentosas.
Palavras-chave: dor abdominal crônica, diagnóstico, intolerância à lactose.
REFERÊNCIAS:
1. DROSSMAN,Douglas A Functional Gastrointestinal Disorders: History,
Pathophysiology, Clinical Features, and Rome IV. Gastroenterology, Volume 150 ,
Issue 6 , 1262 - 1279.e2, 2016.
2. SPERBER, Ami D.; DROSSMAN, Douglas A.. Síndrome da dor abdominal
funcional: dor abdominal constante ou frequentemente recorrente. Arq. Gastroenterol.,
São Paulo , v. 49, supl. 1, p. 34-38, 2012.
3. WILDER-SMITH, C.H., et al. Fructose and lactose intolerance and malabsorption
testing: the relationship with symptoms in functional gastrointestinal disorders.
Aliment. Pharmacol. Ther. ; 37: 1074–1083, 2013.
27
ÚLCERAS NOS PÉS: NEUROPATIA DIABÉTICA E PRESCRIÇÃO DE
ATIVIDADE FÍSICA
Luciana van den Bergen ([email protected]) – Orientadora
Alba Larissa dos Santos Esperidião ([email protected])
Ana Beatriz Castello Branco Fiume Pires ([email protected])
Gabryela Vitória Gomes ([email protected])
Jordana Mol Teixeira ([email protected])
Natália D’arc Queiroz Pimenta ([email protected])
Nicole Críscia Naves da Silva ([email protected])
Vinícius Nascimento Ferreira ([email protected])
Vitor Hugo Souza Batista ([email protected])
Escola de Medicina, Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais
Introdução: A cada ano são registrados, em todo o mundo, cerca de quatro milhões de
novos casos de úlceras em pés diabéticos³. Este relato de caso tem o objetivo de
correlacionar o desenvolvimento de úlceras cutâneas no pé diabético com a prática
inadequada de atividades físicas. A prescrição de exercícios físicos é uma estratégia
comumente usada no tratamento do diabetes mellitus (DM), pois são comprovados os
seus benefícios no controle glicêmico. A maior parte dos estudos que relacionam os
benefícios dos exercícios físicos ao controle do DM sugere a prescrição de atividades
aeróbicas que não requerem grandes recursos. A maioria dos trabalhos não leva em
consideração os pacientes que já possuem úlceras ou com grande predisposição a
desenvolvê-las, entretanto, os estudos que utilizaram treinamento resistido alcançaram
seu objetivo de controle glicêmico, levando a crer que seja bem indicado4. Relato de
caso: A.J.O, 57 anos, sexo masculino, obeso grau II, hipertenso, dislipidêmico e com
deformidades articulares nos pés, compareceu à consulta sem apresentar lesões
ulceradas. Na ocasião, foi prescrita prática de atividade física aeróbica devido às suas
comorbidades. No retorno, notou-se a presença de lesões ulceradas nos 3º e 4º
pododáctilos (falange distal) e hematoma em metatarso direito. Foi recomendado que o
paciente interrompesse o exercício, buscando o treinamento resistido, além de uma
melhor hidratação dos pés e uso de palmilhas. Notou-se também a presença de tinea
pedis, a qual foi tratada com Cetoconazol. O paciente foi acompanhado por oito
consultas seguintes, para avaliação da evolução das lesões. Discussão: Acreditava-se
que cerca de 45% a 60% das úlceras diabéticas fossem causadas exclusivamente pela
neuropatia³. Outras causas apontadas pela literatura são incapacidade do autocuidado e
deficiência quanto às orientações aos cuidados preventivos². Tais fatores, associados às
modificações osteoarticulares e aos impactos decorrentes da prática de atividades físicas
aeróbicas inadequadas, favorecem o desenvolvimento de úlceras. Assim, a preparação
do indivíduo diabético para um programa seguro e de exercícios é tão importante
quanto o próprio exercício. Os exercícios com pesos visam minimizar os riscos de
lesões ortopédicas e irritações nos pés, bem como o impacto sobre as articulações, o que é
28
de extrema importância para os diabéticos com excesso de massa corporal. Alguns artigos já
citam que a prática do treinamento resistido pode ser uma opção promissora e verificaram que
o treinamento de força foi mais eficaz que o treinamento aeróbico na melhora do controle
glicêmico e no perfil lipídico¹. A ACSM recomenda a utilização do treinamento progressivo
resistido (PRT) como parte do programa de exercícios para indivíduos com diabetes tipo II. O
PRT tem mostrado melhorar a taxa de eliminação de glicose, aumentar a capacidade de
estoque de glicogênio, aumentar receptores GLUT 4 no músculo e aumentar a sensibilidade à
insulina. Nesse contexto, o treinamento resistido é uma alternativa para pacientes diabéticos
que possuam úlcera nos pés, de modo a permitir a continuidade do tratamento não
farmacológico.
REFERÊNCIAS:
1-CAIAFA, Jackson Silveira et al . Atenção integral ao portador de pé diabético. J. vasc.
bras., Porto Alegre , v. 10, n. 4, supl. 2, p. 1-32, 2011 .
Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
54492011000600001&lng=en& nrm=iso>. Acesso em 31 Jul 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1677-54492011000600001.
2- CUBAS, Marcia Regina et al . Pé diabético: orientações e conhecimento sobre cuidados
preventivos. Fisioter. mov., Curitiba , v. 26, n. 3, p. 647-655, Sept. 2013 .
Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
51502013000300019&lng=en& nrm=iso>. access on 31 July 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-51502013000300019.
3- LEONE, Sebastiano et al. Epidemiology of diabetic foot. Infez Med, v. 20, n. Suppl 1, p.
8-13, 2012. Disponível em
http://scholar.googleusercontent.com/scholar?q=cache:tQRVZZyYsaAJ:scholar.google.co
m/+L EONE,+2012+diabetic+foot&hl=pt-BR&as_sdt=0,5 Acesso em 31 de Jul de 2017
4- MORAES, Cristiane Moulin de et al . Prevalência de sobrepeso e obesidade em
pacientes com diabetes tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 47, n. 6, p. 677-
683, Dec. 2003 .
Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
27302003000600009&lng=en& nrm=iso>. access on 31 July 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302003000600009.
29
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE ADULTOS I –
APRESENTAÇÕES DE PÔSTERES
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LESÕES DE PELE EM PACIENTE ETILISTA:
RELATO DE CASO
Luciana van der Bergen ([email protected]) - Orientadora
Breno Faria Araújo ([email protected])
Carolina Luísa de Lima Filardi ([email protected])
Gabriel Pessoa Herthel ([email protected])
Gabriela Moreira do Nascimento ([email protected])
Kamylla Versiani Araújo Faro ([email protected])
Maria Eliza Machado Romeros ([email protected])
Maria Teresa de Andrade Sol ([email protected])
Mirelly Cota Quites ([email protected])
Mirsail Gabriel da Silva Neto ([email protected])
Tatiana Dalat Coelho Furtado ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: Os transtornos relacionados ao uso do álcool apresentam grande relevância
em termos de saúde pública, devido às diversas repercussões nas esferas biológica, psíquica e
social do indivíduo. Dentre os inúmeros efeitos prejudiciais do abuso de álcool pode-se citar
diversas manifestações cutâneas como pelagra, eczema numular, psoríase, ptiríase versicolor,
entre outras. A relação entre o alcoolismo e as alterações dermatológicas é pouco abordada na
literatura, desse modo, o presente relato justifica-se por exemplificar lesão de pele encontrada
em paciente etilista, buscando elucidar os principais diagnósticos diferenciais do caso.
RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente do sexo masculino, 73 anos, natural e procedente
de Ouro Preto, pedreiro. Buscou atendimento médico na UBS São Cristóvão para avaliação
de lesão de pele pruriginosa e dolorosa em membros inferiores. Relatou possuir a lesão em
perna direita há anos, tendo iniciado atualmente o aparecimento de manchas hipocrômicas
também em perna esquerda. Relacionou durante algum tempo o aparecimento das lesões à
alergia ao cimento, tendo recebido anteriormente o diagnóstico de dermatose secundária à
insuficiência venosa crônica. Fez uso de cremes hidratantes, sem melhora. Tabagista 56
anos/maço e etilista de longa data. Ao exame físico, possuía máculas hipocrômicas em região
anterior de ambas as pernas, maior à direita, onde ocupava cerca de ⅔ de sua região inferior.
Lesões com base eritematosa, bem delimitadas e confluentes, com pequenas áreas
descamativas e de crostas. Permeada por manchas hipercrômicas. Frente ao quadro, foram
estabelecidas diversas hipóteses diagnósticas e optou-se por prova terapêutica com niacina,
visando possível diagnóstico de pelagra, prova esta que está em andamento. DISCUSSÃO: A
30
revisão dos diagnósticos diferenciais do presente caso foi motivada pela dificuldade em
realizar o diagnóstico clínico do paciente. Diante das características da lesão e da história
clínica, a principal hipótese foi a de hipocromia secundária à lesões de pelagra. O histórico de
etilismo pesado do paciente é importante fator de risco para hipovitaminoses, associadas a
síndromes clínicas como a pelagra, causada pela deficiência de niacina. A pelagra pode se
manifestar através de diversas alterações, sendo a principal delas a dermatite fotossensível em
áreas expostas, e sua cicatrização a longo prazo pode resultar em hipocromia cicatricial.
Outras possíveis etiologias da hipocromia cicatricial são o eczema numular, a psoríase e a
dermatite de contato, diagnósticos diferenciais da lesão do paciente. O eczema numular e a
psoríase possuem o etilismo como fator de risco para seu desenvolvimento e/ou exacerbação.
Já a dermatite de contato pode ser considerada no caso devido à exposição do paciente ao
cimento, relacionado à sua profissão. Diante da dificuldade em estabelecer um diagnóstico
definitivo, são imprescindíveis uma história clínica e exame físico detalhados, bem como o
acompanhamento longitudinal do paciente.
Palavras-chave: dermatopatias, alcoolismo, pelagra
Referências:
DE CARVALHO BRUNO, Maria Cecilia Teixeira; VILELA, Maria Aparecida Constantino;
DE OLIVEIRA, Carlos Alberto B. Mendes. Estudo das dermatoses e sua prevalência em
indivíduos comprovadamente alcoolistas comparativamente a um grupo de indivíduos não
alcoolistas. An Bras Dermatol, v. 88, n. 3, p. 373-80, 2013.
BURNETT, C. T.; LIM, H. W. The photosensitive patient: could it be pellagra?. British
Journal of Dermatology, v. 164, n. 6, p. 1178-1179, 2011.
VACHIRAMON, V.; THADANIPON, K. Postinflammatory hypopigmentation. Clinical and
experimental dermatology, v. 36, n. 7, p. 708-714, 2011.
31
MANEJO TERAPÊUTICO DA SÍNDROME METABÓLICA
Luciana van den Bergen ([email protected]) - Orientadora
Alba Larissa dos Santos Esperidião ([email protected])
Ana Beatriz Castello Branco Fiume Pires ([email protected])
Jordana Mol Teixeira ([email protected])
Natália D’arc Queiroz Pimenta ([email protected])
Nicole Críscia Naves da Silva ([email protected])
Vinícius Nascimento Ferreira ([email protected])
Vitor Hugo Souza Batista ([email protected])
Escola de Medicina, Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais
INTRODUÇÃO: Síndrome Metabólica (SM), tem prevalência de 35%³ e, ao se associar com
o alto risco cardiovascular, é fundamental estabelecer diagnóstico precoce e adotar um plano
terapêutico correto que adequado às nuances do paciente. Deve-se ter conhecimento do
tratamento medicamentoso, suas interações e efeitos adversos. O presente trabalho relata um
caso clínico no qual, a partir de um diagnóstico de SM, houveram alterações medicamentosas
visando substituir a terapêutica fragmentada por um manejo integral da doença. RELATO
DE CASO CLÍNICO: V.M, 61 anos, mulher, comparece ao ambulatório para renovar
prescrição. Em uso de Glibenclamida, Sinvastatina, Hidroclortiazida e Losartan. Caminha
uma hora ao dia, é tabagista (45anos/maço). Exame físico inalterado, IMC 22,7Kg/m² e
circunferência abdominal 86cm. Elencadas as hipóteses de hipertensão arterial sistêmica
(HAS) controlada, diabetes mellitus (DM) tipo II sem glicemia recente e dislipidemia a
esclarecer. Optou-se por manutenção medicamentosa e solicitação de revisão laboratorial,
glicemia inclusa. Obtidos os resultados: HDL 27mg/dL, não HDL 240mg/dL, glicemia de
jejum 169mg/dL e triglicérides 745mg/dL. As hipóteses anteriores somaram-se à glicemia
alterada, HDL baixo e triglicérides alto, confirmando a SM. Mudou-se a medicação em uso
para Metformina, Genfibrozila, Losartan e Hidroclortiazida em menor dose. A paciente
retornou com boa tolerância e glicemia e PA controladas após tal remanejo. DISCUSSÃO:
Estudos apontam que dos indivíduos de peso normal (IMC< 25Kg/m²), apenas 7% são
portadores da SM¹. A paciente em questão enquadra nessa parcela da população e exemplifica
a importância de não restringir a investigação da SM apenas a pacientes obesos, o diagnóstico
final impactou, portanto, nas escolhas prévias das medicações que precisaram ser revistas e
modificadas. Quanto ao tratamento da DM, a Biguanida, comparada à Sulfoniluréia, apresenta
menor potencial hipoglicemiante, por não estimular a secreção insulínica. Ademais a
Metformina pode alterar o metabolismo lipídico pela inibição da lipólise reduzindo
triglicérides, ácidos graxos livres, colesterol LDL e discreto aumento HDL, reduzindo o risco
cardiovascular, justificando a substituição da Glibenclamida por Metformina no caso relatado.
O tratamento com Losartan e Hidroclortiazida aparentava estar adequado por serem drogas
bem toleradas e, por isso, de primeira escolha, porém, os Tiazídicos podem interferir sobre a
ação da insulina em pacientes diabéticos e reduzir o efeito de hipoglicemiantes orais³.
Induzindo, assim, a redução da dose de Hidroclortiazida, tendo em mente que a Metformina
seria menos eficiente que a Glibenclamida na redução da glicemia. A PA manteve-se
controlada após a mudança. Na hipertrigliceridemia, os fibratos são os medicamentos de
32
escolha. As Estatinas consideradas moderadamente efetivas, tendo maior indicação para
hipercolesterolemia. O uso concomitante de fibratos e estatinas não é recomendado. Assim,
nessa paciente, que o triglicéride estava elevado, optou-se pelo fibrato em substituição à
estatina. Considera-se, portanto, que o tratamento medicamentoso remanejado está adequado
ao contexto da SM apresentado.
Palavras-chave: diuréticos; fibratos; biguanidas
Referências:
LAKKA HM, Laaksonen DE, Lakka TA, Niskanem LK, Kumpusalo E, Tuomilehto J et al.
The metabolic syndrome and total and cardiovascular disease mortality in middle-aged men.
JAMA, v. 288, p. 2709–2716, 2002.
SCHMIDT MI, Hoffmann JF, Diniz MFS et al. High prevalence of diabetes and intermediate
hyperglycemia – The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Diabetol
Metab Syndr. 2014 nov; 6(123):1-9
ACKERMAN RT, Cheng YJ, Williamson DF, Gregg EW. Identifying adults at high risk for
diabetes and cardiovascular disease using hemoglobin A1c. National Health and Nutrition
Examination Survey 2005-2006. Am J Prev Me
33
NEFROPATIA POR IgA – APRESENTAÇÃO CLÍNICA, DIAGNÓSTICO
ANATOMOPATOLÓGICO E TRATAMENTO
João Milton de Oliveira Penido ([email protected]) - Orientador;
Caroline Paula Prósperi Souto ([email protected]);
Eduardo Nogueira Botinha ([email protected]);
Géssica Mendes de Almeida ([email protected]);
Henrique Nigri Caetano de Oliveira ([email protected]);
Lucas André Silva Santos ([email protected]);
Marco Aurélio Cambraia Ribeiro Braz ([email protected]);
Matheus Alves de Lima ([email protected]);
Matheus Silva de Castro ([email protected]);
Matheus Thomé Pinheiro ([email protected]).
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A síndrome nefrótica (SN) clássica se manifesta clinicamente com
proteinúria >3,5mg/24h, hipoproteinemia, hipercolesterolemia e edema.Em alguns casos pode
se manifestar com hematúria e hipertensão arterial. Em adultos a SN pode se manifestar
como Primária (etiologia desconhecida) ou Secundária a diversas doenças. Entre as causas de
SN primária em adultos se destacam na literatura a doença de lesões minimas (DLM) a
glomerulosclerose segmentar e focal (GESF), glomerulonefrite membranosa(GNM) e em
alguns casos a Nefropatia por IGA. A nefropatia por IgA (Doença de Berger). A função renal
pode ou não estar alterada no momento da apresentação, dependendo da gravidade e da forma
de instalação (aguda ou crônica) da doença. A biópsia renal é indicada em todos os pacientes
adultos com SN idiopática. RELATO DE CASO: J.M.L, sexo masculino, 25 anos, relatou
edema de membros inferiores e “urina espumosa” com início há 30 dias, após uma partida de
futebol. Foi internado na Santa Casa de Ouro Preto com quadro clínico de edema e
hipertensão arterial sistêmica (HAS). À internação constatou-se proteinúria, microhematúria,
hipoalbuminemia e hipercolesterolemia Foi encaminahado para o Centro de Saúde da
Universidade Federal de Ouro Preto para acompanhamento, em uso de losartana e
sinvastatina. Negou faringoamigdalite recente, uso de álcool, tabaco e de drogas ilícitas. Ao
exame físico paciente estava em bom estado geral, edema de membro inferior 2+/4+, PA:
140x85 mmHg, mucosas coradas, ausência de linfoadenomegalia e hepatoesplenomegalia.
Mediante exclusão de causas de síndrome nefrótica secundária o paciente submeteu-se à
biopsia renal percutanea teleguiada por ultrassonografia. O diagnóstico anatomopatológico à
microscopia optica e de imunofluorescência concluiu achados compatíveis com nefropatia por
IgA (Doença de Berger). Em adição, estudo por microscopia eletrônica (ME) detectou
podocitopatia extensa, com ausência de lesões nos capilares glomerulares, lesoes tubulares e
lesões intersticiais. Esses achados a ME foram expressivos para a decisão de terapêutica com
Prednisona na expectativa de se aumentar a sobrevida renal a longo prazo. DISCUSSÃO: Na
vigência de um quadro de SN em adultos é fundamental classifica-la como primária ou
secundária. Após descartar uma causa secundária, o estudo anatomopatológico é essencial ao
34
diagnóstico da lesão renal, para avaliar o prognóstico a longo prazo e definição da escolha do
tratamento específico como no caso deste jovem paciente com nefropatia por IgA ( Doença de
Berger). Segundo a literatura, a nefropatia por IgA, antes considerada uma desordem
glomerular benigna passou a se destacar como uma das glomerulopatias que a médio e longo
prazo pode evoluir para perda definitiva da função renal. Neste caso o estudo à microscopia
eletrônica, detectou a presença de lesões restritas as células epiteliais viscerais da cápsula de
Bowman. Podocitopatia. O estudo a ME foi fundamental para a avaliação do prognóstico e
norteou a prescricão de corticoterapia oral diante da expectativa da resposta terapêutica
objetivando a remissão completa ou parcial da SN.
Palavras-chave: Síndrome nefrótica, nefropatia, podocitopatia.
Referências:
TIERNEY, L. M; MCPHEE, S. J; PAPADAKIS, M. A. Current: Medical
Diagnosis & Treatment. 40. ed. Nova York: Mc Graw Hill, 2001.
Tratamento da Síndrome Nefrótica Primária do Adulto. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 200,
26(1): 38-44.
JOHNSON, Richard J. et al., Nefrologia Clinica 5 Ediçao, ELSEVIER, 2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA SAS/MS N° 1.320: Síndrome nefrótica primária
em adultos. Brasília, 2013. 22 p. v. 2. Disponível em:
<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/03/pcdt-sindr-nefrotica-prim-
adultos-livro-2013.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2017.
35
REVISÃO SOBRE A APLICAÇÃO DA MANOBRA DE DIX-HALLPIKE E EPLEY
PARA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA, UM RELATO DE
CASO
Roberto Veloso Gontijo ([email protected]) - Orientador
Aline Lopes Coelho ([email protected])
Isabella Gomes Santos ([email protected])
Jorge Fernando de Souza Silva ([email protected])
Loreni Perácio de Sousa ([email protected])
Lucas Camarano Leal ([email protected])
Marília de Lacerda Silva ([email protected])
Renan Ibrahim Neiva ([email protected])
Tainã Brito Porto ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
Introdução: De acordo com López (2004), a vertigem pode ser definida como a sensação de
tontura rotatória ou de movimentação dos objetos ou do indivíduo. A causa mais comum
desse sintoma é a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), relacionando-se a
aproximadamente 30% dos casos acompanhados em clínicas especializadas. A VPPB pode ter
causas idiopáticas (primárias) – as quais correspondem à maioria dos casos – ou secundárias,
relacionadas a traumatismo crânio encefálico, neurite, entre outros. Essa vertigem,
dependendo do grau, pode afetar a vida do paciente a ponto de interferir suas atividades
diárias, como sair de casa e trabalhar, podendo causar, assim, danos psicossociais e
financeiros. O diagnóstico da VPPB, dessa forma, deve ser feito com rigor, a fim de excluir
causas secundárias e realizar o tratamento mais adequado ao paciente. Relato de Caso:
E.G.O, 74 anos, aposentada. Natural de Piranga e residente em Amarantina há cerca de 30
anos. Veio acompanhada pela filha à consulta relatando que estava com dor de cabeça,
dificuldades para deambulação e tonteira há aproximadamente um mês. Ao início dos
sintomas, tomou “chá de macaé”, sem relato de melhora, e foi levada ao Pronto Atendimento
em seguida. No local, sua pressão arterial (PA) foi de 190/90 mmHg, sendo tratada
imediatamente. No dia da consulta inicial, a PA estava 150/92 mmHg, relatando que a
sensação de vertigem permanecia, piorando à tarde, tendendo a deambular inclinada para o
lado direito. Também apresentava cefaleia holocraniana. Com a suspeita de Vertigem Postural
Paroxística Benigna, foram realizadas as manobra de Dix-Hallpike e Epley. A paciente,
assim, retornou 3 semanas após a consulta, relatando melhora significativa da vertigem.
Discussão: Em pacientes com mais de 60 anos com queixa de vertigem, 40% dos casos
apresentam VPPB (Bhattacharyya, 2017). O diagnóstico diferencial inclui causas otológicas,
neurológicas, psicológicas e medicamentosas, cuja distinção deve levar em conta a presença
ou não de fatores desencadeantes e o curso dos sintomas. Após uma análise crítica com
revisão assimétrica entre diretrizes elaboradas pela American Academy of Otolaryngology
Head and Neck surgery (AAO-HNS) e outra pela American Academy of Neurology (AAN),
36
foi possível concluir que o padrão-ouro para o diagnóstico de VPPB é a manobra de Dix-
Hallpike (Silva et al. 2011). Entretanto, um diagnóstico negativo não exclui VPPB do canal
posterior, uma vez que, de acordo com Bhattacharyya et al. (2017), fatores como o ângulo do
plano do occipital, a hora do dia e a velocidade do movimento da cabeça podem afetar a
eficácia do teste. O prognóstico benigno é relacionado à cura espontânea em 1 mês, em 20%
dos casos, ou em até 3 meses, em 50% (Bhattacharyya, 2017). No relato de caso, a paciente
retornou 3 semanas após a realização da manobra de Dix-Hallpike e Epley, gerando o
questionamento de que a melhora do quadro poderia estar relacionada ou à realização das
manobras ou a uma regressão espontânea. Contudo, a ausência de diagnóstico e tratamento
aumenta o risco, especialmente em pacientes idosos, de quedas e impacta a capacidade do
paciente de realizar suas atividades diárias.
Palavras-chave: Vertigem, Vertigem Posicional Paroxística Benigna, Tontura
Referências:
SILVA, André Luís dos Santos et al . Benign Paroxysmal Positional Vertigo: comparison of
two recent international guidelines. Braz. j. otorhinolaryngol. (Impr.), São Paulo, v. 77, n.
2, p. 191-200, abr. 2011.
PARNES, L.; AGRAWAL, S.K. Atlas J. Diagnosis and management of benign paroxysmal
positional vertigo (BPPV). CMAJ. 2003;169(07):681-93.
BHATTACHARYYA, Neil et al. Clinical Practice Guideline: Benign Paroxysmal Positional
Vertigo (Update). Otolaryngology-Head and Neck Surgery, Vol 156, Issue 3_suppl, pp. S1
- S47, mar. 2017.
LÓPEZ, Mário. Semiologia Médica: As Bases do Diagnóstico Clínico. 5. ed. Rio de
Janeiro: Revinter, 2004.
37
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE CRIANÇAS I – APRESENTAÇÕES ORAIS
ABORDAGEM DO PACIENTE COM MALFORMAÇÃO NEUROLÓGICA
CONGÊNITA: UM CASO DE ESQUIZENCEFALIA/PORENCEFALIA
Navarro Santos Gribel ([email protected]) - Orientador
Breno Faria Araújo ([email protected])
Gabriel Pessoa Herthel ([email protected])
Maria Teresa de Andrade Sol ([email protected])
Mirelly Cota Quites ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A porencefalia e a esquizencefalia são malformações raras do sistema
nervoso central (SNC), que consistem na presença de cistos (no caso da porencefalia) ou
fendas (no caso da esquizencefalia) no parênquima cerebral, que podem ser bilaterais ou
unilaterais. Apesar de possuírem etiologias diferentes, ambas cursam com sintomas
neuropsiquiátricos variáveis, como atraso geral no desenvolvimento neuropsicomotor
(DNPM), déficits motores, retardo mental e epilepsia. Apesar do cenário desfavorável, uma
abordagem precoce e acompanhamento multiprofissional podem melhorar a qualidade de vida
desses pacientes. O objetivo desse artigo é expor os aspectos clínicos da esquizencefalia e da
porencefalia, além de discutir a abordagem do paciente portador de uma dessas condições
neurológicas congênitas, com base em um relato de caso. RELATO DO CASO CLÍNICO:
Paciente E.S.G., sexo feminino, 25 dias de idade, foi levada pela mãe ao PSF Padre Faria, em
Ouro Preto, para consulta de puericultura. Nascida de parto normal com idade gestacional de
39 semanas, 3287 gramas, 45 cm de comprimento e perímetro cefálico de 33 cm. APGAR de
7/7. Após o nascimento, suspeitou-se de alterações neurológicas e fechamento precoce de
fontanelas. Foi realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio que apresentou laudo
sugestivo de esquizencefalia de lábios abertos, não se podendo excluir a possibilidade de
porencefalia. Ao exame neurológico apresentava hipertonia acentuada para idade e Reflexo de
Moro incompleto. Retornou após 20 dias com a queixa de choro agudo e inconsolável, há dois
dias. Afebril e sem dificuldade para mamar. Foi realizada propedêutica para exclusão de
etiologia infecciosa e nova TC de crânio para controle das alterações anatômicas encefálicas,
não sendo constatadas modificações expressivas em comparação ao exame anterior. A
conduta consistiu na prescrição de dipirona sódica em caso de choro intenso e orientações à
mãe quanto ao caráter neurológico do choro, relacionado à condição da criança.
DISCUSSÃO: A partir dos aspectos observados na TC de crânio da paciente E.S.G., foram
considerados os diagnósticos de porencefalia e esquizencefalia. Como alterações mais
expressivas destaca-se o aumento das dimensões dos ventrículos laterais; subversão
arquitetural grave em ambos os hemisférios cerebrais, que se apresentavam com volume
reduzido e contornos lobulados; e raros focos de calcificação em região cortical. Ambas as
condições compreendem um espectro de manifestações clínicas, variando segundo a extensão
38
do dano. Devido à extensão e localização difusa do dano cortical, o prognóstico da paciente é
desfavorável, com grande chance de evolução com atraso global do DNPM. A abordagem do
caso foi centrada na orientação da mãe a respeito da condição da criança, visando melhorias
na qualidade de vida. Também é de suma importância o acompanhamento multiprofissional
da paciente, por isso foram realizados encaminhamentos à neurologia pediátrica, fisioterapia e
terapia ocupacional, com os quais será feito acompanhamento periódico, juntamente com o
acompanhamento pediátrico.
PALAVRAS-CHAVE: esquizencefalia, porencefalia, neuroimagem
REFERÊNCIAS:
CARRIZOSA MOOG, Jaime et al. Esquizencefalia: un trastorno de la migración neuronal.
Iatreia, v. 20, n. 3, p. 275-281, 2007.
HALABUDA, Agata et al. Schizencephaly—diagnostics and clinical dilemmas. Child's
Nervous System, v. 31, n. 4, p. 551-556, 2015.
PASCUAL-CASTROVIEJO, Ignacio; VIAÑO, Juan. Esquisencefalia frente a porencefalia.
Revista de Neurología, v. 52, n. 10, p. 623-624, 2011.
39
ABORDAGEM DO PACIENTE PEDIÁTRICO EM CRISE ASMÁTICA NO
SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA
Navarro Santos Gribel ([email protected]) - Orientador
Carolina Luisa de Lima Filardi ([email protected])
Déborah Gomes Fernandes ([email protected])
Gabriela Moreira do Nascimento ([email protected])
Tatiana Dalat Coelho Furtado ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: As Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP) são problemas de
saúde que podem ser atendidos por ações típicas do primeiro nível de atenção, para os quais a
falta de atenção oportuna e efetiva durante sua evolução pode exigir a hospitalização. As
ações da atenção primária à saúde que podem ajudar a diminuir tais índices de internação no
campo da saúde infantil são diversas, dentre elas, controle de doenças crônicas e o tratamento
oportuno de agravos agudos para doenças como a asma. RELATO DE CASO CLÍNICO:
Paciente T.F.S., 6 anos, chegou ao ambulatório com queixa de tosse seca, chieira, atopia e
epistaxe, em uso de Rinosoro e Aerolin® spray combinado ao Salbutamol quando em crise.
Durante o exame físico, observou-se prostração, congestão nasal, taquicardia, sinais de
esforço respiratório, roncos, sibilos e crepitações à ausculta pulmonar e ausência de febre. A
saturação de oxigênio em ar ambiente (SatO2) era de 88-89%. Levantada a hipótese
diagnóstica (HP) de asma não controlada, iniciou-se medicação de resgate para o mesmo, com
Salbutamol spray, a cada 20 minutos, durante o período de uma hora. O paciente não
apresentou melhora do quadro, sendo então encaminhado para a Unidade de Pronto
Atendimento (UPA), onde fez uso de broncodilatador, oxigênio e xarope, obtendo alta quando
atingiu SatO2 de 92%. Em consulta seguinte, o paciente se encontrava em uso de Prednisona
e Aerolin®, não apresentando sinais de esforço respiratório ao exame físico, com murmúrio
vesicular fisiológico sem presença de ruídos adventícios à ausculta e SatO2 de 96%. Diante
disso, foi sugerida a HP de asma parcialmente controlada, com a suspenção do uso de
prednisona e substituição do mesmo por Clenil® nasal e Salbutamol sempre que tiver tosse ou
apresentar cansaço. No terceiro atendimento, o paciente estava em uso dos medicamentos
prescritos na consulta anterior, sem queixas e exame físico sem alterações. A HP foi de asma
controlada, com alteração da dose do medicamento Clenil®. DISCUSSÃO: Segundo o
Ministério da Saúde, a maioria das exacerbações de asma ocorre em intensidade leve a
moderada, podendo ser conduzida dentro das Unidades de Saúde. No manejo da criança com
crise de asma na atenção primária saúde, recomenda-se que o profissional saiba identificar os
fatores de risco durante uma crise, além de classificar corretamente a gravidade da
exacerbação. A literatura traz como medida inicial de tratamento da exacerbação doses
adequadas e repetidas de agente beta-2 agonista por via inalatória a cada 10 a 30 minutos na
primeira hora e, se não houver melhora, repetir a dose pelo mesmo tempo. Essa conduta foi
adotada no caso e como não houve uma boa resposta o paciente foi encaminhado para à UPA.
O acompanhamento regular em um serviço ambulatorial é reconhecido como um fator de
proteção à internação por asma. Nos retornos do paciente do caso acima, foi possível observar
40
sua boa evolução e a adequação dos medicamentos ao melhor nível de controle da asma do
paciente, além da ausência de comprometimento no desenvolvimento e na vida social da
criança, mostrando a eficácia da propedêutica adotada, semelhante ao que é encontrado na
maioria das literaturas.
PALAVRAS-CHAVE: Asma, Cuidado da Criança e Atenção Primária à Saúde
REFERÊNCIAS:
British thoracic society; Scottish intercollegiate guidelines network. British Guideline on the
Management of Asthma, 2008. Disponível em:
<http://www.sign.ac.ul/guidelines/oublished/numlist.html>. Acesso em: 27/07/2017
IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 29, Nº
5, 2006
41
A IMPORTÂNCIA EM INVESTIGAR ASMA EM PACIENTE COM
RINOSSINUSITE RECORRENTE
Mônica Versiani Nunes Pinheiro Queiroz ([email protected]) - Orientador
Alba Larissa dos Santos Esperidião ([email protected])
Jordana Mol Teixeira ([email protected])
Vinícius Nascimento Ferreira ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A rinossinusite (RS) é caracterizada pela inflamação da mucosa do nariz e
seios paranasais, constituindo-se em uma das afecções mais prevalentes das vias aéreas
superiores. Adicionalmente, indivíduos com rinossinusite tem reconhecidamente um fator de
risco para o desenvolvimento de asma de até 40%, então no atendimento destes pacientes é
necessário atenção e conhecimento sobre a correlação entre estas duas morbidades. RELATO
DE CASO: Paciente F.L.P. de dois anos e três meses, sexo masculino, é trazido pela mãe à
UBS São Cristóvão para consulta pediátrica com queixa de infecções recorrentes, histórico
prévio de chieira e uso de broncodilatador em nebulização. Devido ao histórico, buscou-se
excluir diagnóstico de asma. Na investigação, não foi relatado histórico familiar da doença ou
dermatite atópica na criança, nem sibilâncias na ausência de IVAS ou eosinofilia maior que
4%, apresentando apenas rinite como fator preditivo positivo para asma. Na história
pregressa, a mãe relata que no último ano, a criança teve cerca de quatro episódios com o
diagnóstico de sinusite. O paciente não apresenta outros sintomas. Ao exame físico sem
alterações à ausculta pulmonar. À rinoscopia é observada hipertrofia de cornetos. Membranas
timpânicas opacas à otoscopia e à oroscopia são identificados palato ogival e amígdalas
hipertrofiadas grau II. Portanto, é apontada rinossinusite recorrente em paciente portador de
síndrome do respirador oral como hipótese diagnóstica. Como conduta terapêutica foram
prescritos um corticoide de uso nasal e um anti-histamínico oral. DISCUSSÃO: A RS
recorrente pode ser definida pela apresentação de seus sintomas típicos, que se apresentam em
pelo menos quatro episódios ao longo de um ano, como exemplificado pelo caso relatado. A
obstrução nasal é queixa frequente e pode acarretar respiração oral e roncos. Tais sintomas
foram claramente observados no paciente. Além disso havia presença de tosse seca, rinorréia,
prurido ocular, nasal e auricular, opacidade das membranas timpânicas e coriza que
contrinuiram para a definição do diagnóstico. A sibilância não é um achado comum nas
rinossinusites isoladas, mas sua coexistência pode sugerir a associação com a asma. O
diagnóstico de asma foi excluído no relato de caso apresentado, pois a criança não preencheu
todos os critérios da doença. Dentro dos critérios de asma, a criança apresentou apenas rinite
diagnosticada. Cerca de 30% a 70% dos pacientes com asma apresentaram RS pelo menos
uma vez, enquanto que 34% dos pacientes que tiveram RS têm asma, demonstrando dessa
forma a importância de se investigar a presença de asma em pacientes com RS. Isto é
reforçado ainda pelo fato de que a asma por ser uma doença crônica e muitas vezes de difícil
controle, quando não diagnosticada precocemente pode levar a um remodelamento das vias
aéreas, causando prejuízos irreparáveis ao funcionamento adequado dos pulmões. Além disso,
por causar broncoespasmos na sua fase de exacerbação a asma pode ser uma doença fatal, o
que justifica uma anamnese detalhada buscando excluir seu diagnóstico.
PALAVRAS CHAVE: Asma, Rinite, Sinusite.
REFERÊNCIAS:
42
IV Diretizes Brasileiras para o Manejo da Asma. J. bras. pneumol., São Paulo. Disponível em
from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132006001100002&lng=en&nrm=iso. Acesso em 31 July 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132006001100002.
Anselmo-Lima WT, Sakano E, Tamashiro E, Nunes AA, Fernandes AM, Pereira EA, et al.
Rhinosinusitis: evidence and experience. A summary. Braz J Otorhinolaryngol. 2015;81:8-18.
Disponível em http://www.scielo.br/pdf/bjorl/v81n1/pt_1808-8694-bjorl-81-01-00008.pdf .
Acesso em 25 de julho de 2017
Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2017.
Available from: www.ginasthma.org
IBIAPINA, Cássio da Cunha et al . Rinite, sinusite e asma: indissociáveis?. J. bras. pneumol.,
São Paulo , v. 32, n. 4, p. 357-366, ago. 2006 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132006000400015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 25 de julho de 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132006000400015
43
AVALIAÇÃO DE MACROGLOSSIA EM LACTENTE COM ÊNFASE NA
SÍNDROME DE BECKWITH-WIEDEMANN: UM RELATO DE CASO
Kerlane Ferreira Costa Gouveia ([email protected]) - Orientador
Aline Lopes Coelho ([email protected])
Marília de Lacerda Silva ([email protected])
Tainã Brito Porto ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A Macroglossia é caracterizada por aumento do volume da língua, podendo
levar à dificuldades na respiração e na alimentação. Diversos diagnósticos podem ser
associados a esse sinal, dentre eles: Síndrome de Beckwith-Wiedemann (SBW), tumores,
hipotireoidismo congênito, Trissomia do 21, malformação vascular, lipoidoproteinose ou
causa idiopática. Sendo assim, é fundamental identificar se o achado corresponde a uma única
entidade ou faz parte de uma síndrome, a fim de que se possa instituir terapêutica e
propedêutica adequada precocemente, evitando-se complicações. O diagnóstico é clínico e o
tratamento inclui desde a abordagem da doença sistêmica até a redução cirúrgica da língua1.
RELATO DO CASO CLÍNICO: LSAD, lactente, 2 meses e 22 dias, chega à consulta
acompanhada pela mãe que relata aumento da língua da criança observado desde o 12º dia de
vida, tendo sido encaminhada à fonoaudióloga para acompanhamento de dificuldades de
sucção e deglutição. Parto cesáreo sem intercorrências, 36 semanas e 3 dias, peso de
nascimento: 3.500 g (limite superior do Gráfico de Lubchenco); comprimento: 50 cm;
perímetro cefálico (PC): 33 cm. História familiar: pai, 28 anos; mãe G1P1A0, 31 anos,
hígidos. Aleitamento materno exclusivo, hábito intestinal e urina sem alterações.
Desenvolvimento neuropsicomotor, reflexos e imunização adequados para a idade. Ao exame:
macroglossia, sem malformações arteriovenosas e massas visíveis, ausência de estigmas de
Síndrome de Down e presença de hipertrofia hemicorporal direita. Mãe informou que possui a
mesma assimetria. Sem outros achados nos demais sistemas. Antropometria (idade corrigida
em 25 dias): peso: 6.330 g; Comprimento: 61,5 cm (maior que percentil 97); PC: 40 cm.
Hipóteses diagnósticas: Trissomia do 21, hipotireoidismo e SBW, sendo solicitados os
exames: hemograma, glicemia de jejum, TSH, T4 livre e ultrassom (US) de abdome total. A
lactente retornou com resultados dos exames dentro da normalidade, inclusive o US. Após a
exclusão de possíveis achados que se relacionariam com a trissomia do 21 e hipotireoidismo,
foi solicitado exame para análise genética pensando na SBW, cujo resultado ainda não está
disponível. DISCUSSÃO: A macroglossia é um achado que pode estar associado a diversas
patologias, sendo necessário um exame clínico detalhado em busca de outros sinais que
possam direcionar para um diagnóstico mais provável. O exame físico da lactente foi menos
favorável às hipóteses de Síndrome de Down, malformações vasculares e tumores. A função
tireoidiana e o teste do pezinho normais excluíram hipotireoidismo congênito. Assim, a
principal hipótese diagnóstica recaiu sobre a SBW, uma vez que a lactente apresenta
macroglossia e gigantismo (sinais maiores) e hipertrofia hemicorporal (sinal menor); além de
peso no limite superior para sua idade gestacional ao nascimento. Assim, a SBW se manteve
44
como principal hipótese diagnóstica, sendo solicitado exame genético para a sua confirmação.
A criança segue em acompanhamento clínico pediátrico e atuação conjunta com o
fonoaudiólogo, enquanto se espera o resultado do estudo genético2,3,4
.
PALAVRAS-CHAVE: Macroglossia, Lactente, Síndrome de Beckwith-Wiedemann
REFERÊNCIAS:
TEIXEIRA, F. A. A. et al. Macroglossia: revisão da literatura. Revista Brasileira de Cirurgia
Craniomaxilofacial, v. 13, 2010.
VAILLANT, C. Le; BENETEAU C.; CHAN-LECONTE N.; DAVID A.; RITEAU, A.-S.; Le
syndrome de Beckwith- Wiedemann: que faut-il rechercher en anténatal ? À propos d’une
série de 14 cas, Gynécologie Obstétrique & Fertilité, Volume 43, Issue 11, 2015, Pages
705-711, ISSN 1297-9589, http://dx.doi.org/10.1016/j.gyobfe.2015.10.00.
JÚNIOR, E. A.; SIMIONI, C.; NARDOZZA, L. M. M.; MORON, A. F. Diagnóstico pré-
natal da síndrome de Beckwith-Wiedemann pela ultrassonografia bidimensional e
tridimensional. Radiologia Brasileira 46(6), p 379–381. 2013.
PINTO, B. L.; LUZ, M. J.; MOTTA, L.; GOMES, E. Síndrome de Beckwith- Wiedmann:
Relato de Caso da Intervenção Fonoaudiológica. Revista CEFAC, São Paulo, v. 13, n. 8,
2011.
45
BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA: UM RELATO DE CASO
Mônica Versiani Nunes Pinheiro de Queiroz ([email protected])-Orientador
Nicole Críscia Naves da Silva ([email protected])
Vitor Hugo de Souza Batista ([email protected])
Escola de Medicina, Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais
INTRODUÇÃO: A Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é a afecção das vias aéreas inferiores
que mais acomete crianças entre 2 e 3 anos de idade. Seu principal agente etiológico é o Vírus
Sincicial Respiratório (VSR) e é uma doença sazonal, geralmente presente nos meses de
outono e inverno¹. Inicia-se com um quadro clínico de infecção respiratória superior, e, à
medida que progride para vias aéreas inferiores, surgem sintomas como tosse, dispneia e
chieira. Em geral, é uma doença autolimitada de fácil diagnóstico e bom prognóstico. O
tratamento de suporte universalmente aceito é a hidratação e a oxigenação (quando indicada)
da criança1,2
. RELATO DE CASO: Y.M.G.S, sexo feminino, 2 anos e 6 meses. Compareceu
à consulta na UBS acompanhada pela mãe com a queixa de “gripe”. A criança apresentava
coriza e tosse seca, iniciada há 2 dias, sem febre. A vacina de Influenza estava atrasada, pois a
mãe optou por aguardar a resolução do processo viral. Frequenta creche há 1 ano e possui
alimentação, sono, desenvolvimento neuropsicomotor e crescimento adequados para a idade.
Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, hipocorada +/++++, anictérica,
acianótica, afebril e pele levemente ressecada. Otoscopia: hiperemia +/++++ em conduto
auditivo esquerdo. Rinoscopia: coriza hialina. Aparelho respiratório: frequência respiratória
de 42 irpm, utilização de musculatura acessória, retração de fúrcula esternal, tiragem
intercostal e subcostal e roncos em ambos os pulmões, crepitações e sibilos. Aparelho
Cardiovascular: bulhas normorítmicas e normofonéticas, em dois tempos e sem sopros.
Aparelho digestório: Ruídos hidroaéreos presentes e normais. Palpação da borda inferior do
fígado e do baço durante a fase expiratória da respiração. Elaborou-se a seguinte hipótese
diagnóstica: pré-escolar, alimentação adequada, crescimento e DNPM adequados para a
idade, vacinação atrasada e BVA. A conduta foi feita com prescrição de soro fisiológico para
higienização nasal sempre que necessário e orientação para sinais de alerta para BVA, além
de ter sido orientada quanto a vacinação. DISCUSSÃO: No caso descrito, a paciente
apresentava evidência epidemiológica (fator predisponente à infecção) e sintomas
semelhantes aos de um resfriado comum, os quais precedem a evolução natural de BVA1,2,3
.
A febre nesta afecção é usualmente baixa ou pode não estar presente, como no caso relatado¹.
Ao ser realizado o exame físico em Y.M.G.S., constatou-se uma FR de 42 irpm e sinais de
esforço respiratório. À ausculta, foram identificados roncos, sibilos e crepitações em ambos os
pulmões, sinais que favoreceram o diagnóstico de BVA. Foram excluídas outras patologias de
início súbito4. Como o diagnostico é eminentemente clínico, foi prescrito soro fisiológico
para higiene nasal, orientou-se quanto à observação de sinais de alerta na paciente e quanto à
atualização da vacinação.
PALAVRAS-CHAVE: bronquiolite, vírus sinciciais respiratórios, estações do ano.
REFERÊNCIAS:
46
LEAO, E., Pediatria ambulatorial. Belo Horizonte: Coopmed, 5ª ed, 2005.
American Academy of Pediatrics. Diagnosis and Management of Bronchiolitis: clinical
practice guideline. Pediatrics 2006 Oct;118:1774-93.
Bronchiolitis in children. A national guideline. Scottish Intercollegiate Guidelines Network
(SIGN). [Online]. 2006 Nov. Available from: URL:http//www.SIGN.AC:UK
CARVALHO, Werther Brunow de; JOHNSTON, Cíntia; FONSECA, Marcelo Cunio.
Bronquiolite aguda, uma revisão atualizada. Revista da Associação Médica Brasileira, [s.l.],
v. 53, n. 2, p.182-188, abr. 2007. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-
42302007000200027.
47
CONSEQUÊNCIAS DO DIAGNÓSTICO TARDIO DE ESTENOSE DA JUNÇÃO
URETERO-PÉLVICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO, UM RELATO DE CASO
Navarro Santos Gribel ([email protected]) – Orientador
Loreni Perácio de Sousa ([email protected])
Lucas Camarano Leal ([email protected])
Renan Ibrahim Neiva ([email protected])
Kerlane Ferreira Costa Gouveia ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A estenose da junção uretero-pélvica (JUP) é a anomalia do trato urinário
mais comum na infância, sendo mais frequente no sexo masculino. Normalmente é
diagnosticada no primeiro ano de vida, mas pode seguir não diagnosticada até a vida adulta.
Nessa afecção há um estreitamento da JUP, geralmente à esquerda, a qual pode ser decorrente
de lesão intrínseca muscular ou de descontinuidade funcional nesse segmento, o que impede o
esvaziamento adequado da pelve renal, resultando em hidronefrose. Apesar do emprego da
ultrassonografia no pré-natal, 30% dos casos não são diagnosticados corretamente. RELATO
DE CASO: V.D.S., masculino, 11 anos, adolescente, natural e residente de Mariana - Minas
Gerais e procedente em Cardoso Moreira - Rio de Janeiro. Veio à consulta no dia 06/06/2017
acompanhado pela mãe, de 27 anos. No ano de 2015, mãe relatou que o adolescente sofreu
um trauma em região abdominal durante o Muay Thai e, após esse episódio, foram realizados:
ultrassom (US) abdominal total (11/11/15), laudado como sem alterações, além de distensão
de alças do sigmoide; US abdominal total (19/11/15) – repetido devido a fortes dores em
região abdominal esquerda - apresentando rim esquerdo com hidronefrose exuberante
associada à atrofia da cortical, por provável estenose de JUP, sem alterações no rim direto;
cintilografia renal dinâmica (16/12/15), com rim esquerdo não visível; tomografia
computadorizada (TC) sem contraste (06/01/16), evidenciando, à esquerda, aumento de
volume e dilatação de pelve e do sistema calicial. Na época do último exame foi levantada a
hipótese de estenose de JUP com indicação de nefrectomia à esquerda, a qual não pode ser
realizada em virtude de um acidente automobilístico. Em 2017, a família retoma a abordagem
da patologia renal trazendo também queixas variadas de dificuldade de aprendizagem,
cefaleia e dores abdominais recorrentes. Ao exame físico o paciente apresentava grande massa
abdominal em flanco esquerdo dolorosa á palpação, sem outras alterações. Nega passado de
infecção urinária. Além da propedêutica e condutas realizadas para as queixas de cefaleia e de
dificuldade de aprendizagem, solicitou-se US Abdominal Total (25/05/2017) com achados
sugestivos de rim direito vicariante e rim esquerdo com hidronefrose acentuada e grande
ectasia de pelve. Apresentou hemograma, creatinina, TGO, TGP e uréia dentro das faixas de
normalidade. O paciente foi então encaminhado à nefrologia e agendado retorno em 15 dias.
A nefrologia solicitou cintilografia renal estática para a definição sobre a realização da
Nefrectomia ou de Duplo J. DISCUSSÃO: O caso relato reforça a importância de um
ultrassom morfológico ou, no mínimo, um ultrassom bem feito, realizado durante a gestação
48
para identificar ou fazer-se suspeitar de doenças como a estenose de JUP, mostrando que,
muitas vezes, nosso pré-natal é falho em priorizar a sua realização. Além disso, uma boa
anamnese e exame físico bem detalhado podem evidenciar sintomas sutis capazes de
direcionar o diagnóstico. A detecção precoce dessa malformação poderia ter poupado o rim
deste paciente, evitando-lhe sequelas futuras.
PALAVRAS-CHAVE: Obstrução Ureteral, Hidronefrose, Rim
REFERÊNCIAS:
ZERATI FILHO, Miguel; NARDOZZA JÚNIOR, Archimedes; REIS, Rodolfo Borges dos–
Urologia Fundamental. São Paulo, Planmark, 2010.
MARANHÃO, Carol Pontes de Miranda et al . Anomalias congênitas do trato urinário
superior: novas imagens das mesmas doenças. Radiol Bras, São Paulo , v. 46, n. 1, p. 43-50,
Feb. 2013 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
39842013000100013&lng=en&nrm=iso>
HACHUL, M.; IKARI, O.; LESLIE, B; PEDRO R.N.; SOUZA, A.S. Projeto Diretrizes-
Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM); Sociedade
Brasileira de Urologia e Colégio Brasileiro de Radiologia. Estenose da Junção Pieloureteral,
2006. Disponível em: <https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/estenose-da-juncao-
pieloureteral.pdf>. Acesso em: 26 jul. 17
IKARI, Osamu. Uropediatria. Disponível em:
<http://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/paganex/uropediatria.compressed.pdf>.
Acesso em: 26 jul.17
49
DERMATOSES NA INFÂNCIA: RELATO DE CASO DE VARICELA E ESCABIOSE
Thomás Viana de Souza([email protected]) – Orientador
Caroline Paula Prósperi Souto([email protected])
Gessica Mendes Almeida ( [email protected])
Henrique Nigri Caetano de Oliveira( [email protected])
Escola de Medicina – Universidade Federal de Ouro Preto.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Escabiose e varicela são dermatoses comuns na infância e possuem
sintomatologia semelhante. Ambas cursam com prurido intenso, erupção cutânea e são de
fácil disseminação. Como essas dermatoses possuem um alto potencial de morbidade, grande
incidência de complicações e impactos na qualidade de vida da criança é importante para o
pediatra o conhecimento científico adequado de suas características para o correto manuseio
do paciente. RELATO DE CASO: No dia 19/06/17 a paciente L.H.R.S., sexo feminino, 8
anos, foi levada ao ambulatório médico na Unidade Básica de Saúde Antônio Dias – Ouro
Preto, acompanhada do pai com o relato de que há um mês surgiram lesões papulares
pruriginosas e crostosas distribuídas pelo corpo. O prurido ocorre mais intensamente durante
o período da noite, nega fatores de melhora, febre, secreção ou outros sintomas. Eliminações
fisiológicas adequadas. Vacinação em dia, alimentação inadequada, desenvolvimento
neuropsicomotor e pôndero-estatural adequados. Pai nega cirurgias e internações prévias.
Apresenta várias lesões crostosas em todo o corpo de aproximadamente 5 mm cada,
arredondadas, sem hiperemia ou outras alterações flogísticas. Sem alterações nos demais
sistemas. No dia 10/07/2017, paciente retorna acompanhada do pai com relato de melhora das
lesões após tratamento. Porém, refere presença de novas lesões com diferentes características,
além de um prurido mais intenso. Ao ser questionada, confirmou contato com colega com
varicela. Demais sistemas sem alterações. Ao exame físico, observou-se lesões em 3 estágios
de evolução: vesículas, pápulas e crostas em todo o corpo, incluindo mucosa oral. Nega febre.
Sem alterações nos demais sistemas. DISCUSSÃO: Após análise das características das
lesões e de como realizar o diagnóstico de varicela e escabiose, observa-se que a paciente em
sua primeira consulta ao ambulatório apresentava um prurido mais intenso no período
noturno, com lesões de característica papular e crostosa distribuídas por todo corpo. Não
havia história de patologias prévias, uso de medicamentos ou substâncias tópicas e de prurido
em pessoas próximas. A análise das lesões ao exame físico e o prurido mais intenso no
período noturno, característico da escabiose, corroboram para esse diagnóstico. Em sua
segunda consulta a paciente apresenta um novo quadro de lesões, agora com características de
vesículas, pápulas e crostas no corpo e nas mucosas, além de um prurido mais intenso, sem
haver um horário específico. A criança ainda apresenta contato com uma portadora de
varicela na última semana. Não houve febre e o tratamento para escabiose foi realizado
adequadamente, inclusive com repetição do tratamento sete dias após a primeira ação
terapêutica. A característica de diversos estágios de lesões, associado a um prurido muito
intenso e a epidemiologia positiva fortalecem o diagnóstico de varicela na segunda consulta.
A paciente não retornou uma terceira vez, sugerindo que não houve complicações da varicela.
50
PALAVRAS-CHAVE: Escabiose, Varicela e Dermatoses infecciosas.
REFERÊNCIAS:
SANTOS, K. Principais infecções cutâneas na infância: uma questão de educação em saúde
na unidade básica de saúde Sagrada Família. 2016. 31 f. TCC (Graduação) - Curso de
Especialização em Estratégia Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais,
Maceió, 2016. Disponível em:
<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/kadedja-kelly-santos-infeccoes-
cutaneas-infancia.pdf>. Acesso em: 01 ago.
CHOSIDOW, O. Scabies. New England Journal Of Medicine, [s.l.], v. 354, n. 16, p.1718-
1727, 20 abr. 2006. New England Journal of Medicine (NEJM/MMS).
http://dx.doi.org/10.1056/nejmcp052784. Disponível em:
<http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMcp052784#t=citedby>. Acesso em: 01 ago.
2017.
BOZZOLA, E; BOZZOLA, M. Varicella complications and universal immunization,. Jornal
de Pediatria. (Rio J.), Porto Alegre , v. 92, n. 4, p. 328-330, Aug. 2016 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-
75572016000500328&lng=en&nrm=iso>.
DERMATOLOGIA, Sociedade Brasileira de. Catapora. 2016. Disponível em:
<http://www.sbd.org.br/doenca/catapora/>. Acesso em: 03 ago. 2017
51
DIFERENCIAÇÃO ENTRE REFLUXO GASTROESOFÁGICO FISIOLÓGICO E
PATOLÓGICO EM LACTENTES E SUAS ABORDAGENS
Thomás Viana de Souza ([email protected]) – Orientador
Eduardo Nogueira Botinha ([email protected])
Marco Aurélio Cambraia Ribeiro Braz ([email protected])
Matheus Silva de Castro ([email protected])
Escola de Medicina – Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O refluxo gastroesofágico (RGE) é definido como o retorno passivo do
conteúdo gástrico para o esôfago. Tal fenômeno pode ocorrer em circunstâncias fisiológicas,
quando não está associado a complicações ou patológicas, doença do refluxo gastroesofágico
(DRGE), com prognóstico mais grave além de abordagem diagnóstica e terapêutica diferente
(MAGALHÃES, 2009). Os sintomas presentes na DRGE incluem: regurgitações, pirose,
vômitos, baixo ganho de peso, irritabilidade, problemas respiratórios e recusa alimentar, entre
outros (PUCCINI, 2015). RELATO DE CASO: S.A.G., 6 dias, a termo, peso ao nascer
3620g, com testes de triagem neonatal sem alterações e sem queixas, peso na consulta de
3375g. Retorno aos 13 dias, início de cólica do lactente e episódios de refluxo, peso de 3580g.
Retorno aos 20 dias, apresentou 4 vômitos em jato após aleitamento na última semana, cólica
do lactente com melhora espontânea, sem outros sintomas associados, peso de 3710g, com
ganho de 18,5g por dia na última semana, sendo abaixo do esperado, questionando-se DRGE.
DISCUSSÃO: O diagnóstico do DRGE é preponderante clínico, em um lactente com
vômitos, recusa alimentar e baixo ganho de peso, pensa-se logo em DRGE. O primeiro passo
do tratamento é a adoção de medidas posturais e mudança no estilo de vida; em seguida, caso
não se obtenha sucesso pode ser realizada a pHmetria de esôfago para confirmar a DRGE e
orientar o tratamento farmacológico, com inibidores do receptor tipo 2 de hitamina(IRH2)ou
inibidores da bomba de prótons(IBP). Já o tratamento cirúrgico deve ser considerado naqueles
pacientes em que o medicamentoso não surte efeito.
PALAVRAS CHAVE: doença do refluxo gastroesofágico, lactente, puericultura.
REFERÊNCIAS:
MAGALHAES, Pedro Vieira S. et al . Revisão sistemática e metanálise do uso de
procinéticos no refluxo gastroesofágico e na doença do refluxo gastroesofágico em
Pediatria. São Paulo, v.27, n.3, p.236-242, Sept. 2009.
Guidelines for Evaluation and Treatment of Gastroesophageal Reflux in Infants and Children:
Recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology and
Nutrition.
52
Rocksane C. Norton, Francisco J. Penna. Refluxo Gastroesofágico. Belo Horizonte, 2000.
PUCCINI, F.R.S.; BERRETIN-FELIX, G. Refluxo gastroesofágico e deglutição em recém-
nascidos e lactentes: Revisão integrativa de literatura. Campinas, 2015.
53
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS LINFADENOPATIAS CERVICAIS NA
INFÂNCIA: RELATO DE CASO
Orientadora: Kerlane Ferreira Costa Gouveia ([email protected]) - Orientadora
Isabella Gomes Santos ([email protected])
Jorge Fernando de Souza Silva ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: Linfadenopatia é o termo genérico utilizado no diagnóstico de linfonodos
que apresentam diâmetro maior que 1 cm. Na infância, a prevalência de linfonodos cervicais
palpáveis é comum, variando entre 38-45%. Geralmente, as linfadenopatias cervicais estão
associadas a processos inflamatórios ou infecciosos benignos e autolimitados. Contudo, a
presença de uma massa cervical pode apresentar-se como um desafio para o pediatra
generalista, pois pode estar associada a neoplasias malignas e imunodeficiências, que devem
ser consideradas no diagnóstico diferencial dessas lesões. RELATO DE CASO: HA.O., sexo
feminino, 3 meses de idade e previamente hígida, foi trazida ao ambulatório com queixa de
irritabilidade. Durante o exame físico, notou-se uma linfadenomegalia cervical esquerda, de
surgimento súbito, medindo cerca de 5 cm de diâmetro, de consistência endurecida, aderida
aos planos profundos, aparentemente dolorosa e sem porta de entrada evidente. Afebril, sem
histórico de trauma local ou processos infecciosos recentes. Exames complementares:
Proteína C reativa (PCR): 53,52 mg/L; Hemoglobina: 9,9 g/dL; Hemácias: 3,76 milhões/mm³;
Hematócrito: 29,6%; VCM: 78,7 fL; HCM: 26,3 pg; CHCM: 33,4%; RDW: 13,2%; Global de
Leucócitos: 20.500 células/mm³; Segmentados: 10.865/mm³; Linfócitos: 6.765/mm³;
Monócitos: 2.460/mm³; Plaquetas: 870.000/mm³. Demais parâmetros dentro dos valores de
referência. Iniciada antibioticoterapia empírica. A lesão evoluiu com flutuação e abscesso,
sendo submetida a drenagem. Staphylococcus aureus foi isolado na cultura do aspirado.
Sorologias diversas normais e valor de PCR negativo em novo exame. Devido à evolução do
caso, optou-se por investigação de Doença Granulomatosa Crônica (DCG). A paciente foi
encaminhada a serviço especializado para realização do Teste de Dihidrorodamina e aguarda
resultado para desfecho do caso. DISCUSSÃO: Aproximadamente 75% das massas cervicais
na infância são causadas por processos inflamatórios ou infecciosos, enquanto menos de 5%
são causadas por neoplasias malignas. Staphylococcus aureus, como observado no caso
supracitado, Estreptococos do grupo B, Streptococcus β–hemolítico do grupo A e
Mycobacteria sp. representam cerca de 41% das adenopatias cervicais infecciosas. Neoplasias
malignas, como neuroblastoma, leucemias e linfomas foram afastadas após flutuação da lesão
e isolado infeccioso da cultura. A Doença de Kawasaki, também comum nessa faixa etária,
não teve os critérios de diagnóstico preenchidos. Assim, levantou-se a suspeita de DGC, uma
imunodeficiência primária caracterizada por disfunção fagocitária cuja manifestação inicial
mais comum é a linfadenite bacteriana. O retardo no seu diagnóstico pode favorecer o
aparecimento de infecções graves com alta taxa de morbimortalidade. Portanto, o olhar crítico
e detalhado permite o raciocínio clínico necessário para o estabelecimento dos diagnósticos
diferenciais das linfadenopatias cervicais na infância, que, quando não são apropriadamente
54
identificadas e tratadas, podem evoluir negativamente, como ocorre nos processos malignos e
imunodeficiências primárias.
PALAVRAS-CHAVE: Pediatria; Linfadenopatia; Diagnóstico Diferencial.
REFERÊNCIAS:
BONILHA, L. R. C. M. et al. Doença granulomatosa crônica: diagnóstico no primeiro
episódio infeccioso. Rev Paul Pediatr, v.28 n.3, p.362-366, 2010.
CRESPO, A. et al. Adenopatias cervicais. IV Manual de Otorrinolaringologia Pediátrica da
IAPO, p.93-101, 2006.
LEUNG, A. K. C. & ROBSON, W. L. M. Childhood Cervical Lymphadenopathy. J Pediatr
Health Care. Jan-Feb, v.18 n.1, p.3-7, 2004.
MATOS, L. L. et al. Linfadenopatia cervical na infância: etiologia, diagnóstico diferencial e
terapêutica. Arq Bras Ciên Saúde, Santo André, v.35, n.3, p.213-219, Set/Dez 2010.
55
MANEJO AMBULATORIAL DA ASMA EM PRÉ-ESCOLARES: UM RELATO DE
CASO.
Mônica Versiani Queiroz ([email protected]) - Orientadora
Autores: Lucas André Silva Santos ([email protected])
Matheus Alves ([email protected])
Matheus Thome Pinheiro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
RESUMO: Introdução: No Brasil a asma é responsável por cerca de 10% das internações
hospitalares em crianças. Considerada a doença crônica mais frequente em crianças,
geralmente se inicia nos primeiros anos de vida, podendo levar ao comprometimento do seu
desenvolvimento psicomotor, social e educacional. OBJETIVO: Avaliar as características da
asma, sua classificação e analisar seu manejo ambulatorial. Relato de caso:A.S.T.S. sexo
feminino, 2 anos e 5 meses. Tia relata episódios de febre, congestão nasal com secreção
esverdeada e tosse, chieira, esforço respitarório e dispneia que cediam com brocodilatador
inalatório. Diagnosticada há 6 meses com asma, apresenta sintomas diurnos e noturnos.
História pregressa de 2 crises de asma no último semestre, com dispneia, sibilância e idas a
unidade de pronto atendimento, recebendo oxigênioterapia e corticóide sistêmico, com
melhora. História pregressa de rinite alérgica. Atualmente em uso e Salbutamol inalatório.
Exame físico: Fáceis com boca entreaberta, hipertrofia de cornetos nasais(++/4+), secreção
hialina na cavidade nasal, leve tiragem intercostal e raros sibilos difusos a ausculta pulmonar.
Diagnóstico: asma não controlada e rinite viral aguda. Prescrito soro 0,9% para limpeza nasal,
antitérmico se necessário; e abordagem para a asma com broncodilatador de curta ação se
necessário e corticóide inalatório em baixa dose diária com adequada técnica inalatória e
controle ambiental. DISCUSSÃO: O diagnóstico de asma foi clínico, com base na história
sintomática importante de tosse, sibilos, esforço respiratório e dispneia que cediam apenas
após uso de broncodilatador inalatório, indicando um processo importante de
broncoconstrição. Aliado ao histórico de rinite alérgica e de crises, além dos achados ao
exame físico como hipertrofia de cornetos nasais, indicios para o desenvolvimentode
inflamação crônica das vias aéreas inferiores, e chegamos a hipótese diagnóstica de asma, não
controlada, com piora clínica devido à rinite viral aguda apresentada no momento. O controle
da asma implica no controle das limitações atuais e na prevenção dos riscos futuros. O
reconhecimento e a prevenção desses riscos são obrigatórios na avaliação e no manejo dos
pacientes com asma. Destaca-se a importância do relato a fim de demonstrar a aplicação dos
critérios de classificação do controle da asma desta que paciente. Classificada como asma não
controlada, tornou-se eminente o avanço na etapa de manejo, com o início de corticoterapia
inalatória, o esclarecimento da correta técnica inalatória e a educação dos cuidadores para
reconhecer exacerbações e fatores de descontrole. Conclui-se com este relato que a relação
entre médico, paciente e família é o ponto chave para o controle prolongado e a prevenção dos
riscos futuros do paciente. A realização de um acompanhamento clínico continuado depende
da correta instituição do plano terapêutico, com adesão do paciente e da sua família.
Resultando no entendimento da doença pela família: seu funcionamento, tratamento e
56
agravos, fazendo deles os protagonistas do cuidado, tem-se a adesão ideal de forma a
melhorar a qualidade de vida e prevenir agravos futuros da criança com asma.
PALAVRAS CHAVE: Asma, Tratamento ambulatorial, Pediatria.
REFERÊNCIAS:
FOWLER, M.G.,DAVENPORT M.G.,GARG R.School functioning of US chidren with
Asthma.Pediatrics1992;90: 939-44.
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma –
2012 - J BrasPneumol. 2012;38(supl.1)
Global Initiative for Asthma. Strategy for Asthma Management and Prevention, 2017.
Available from: http://ginasthma.org.
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas ASMA. Portaria SAS/MS nº 1.317, de 25 de
novembro de 2013.
57
RELATO DE CASO: DIAGNÓSTICO, CLASSIFICAÇÃO E MANEJO
TERAPÊUTICO DA ASMA EM CRIANÇA ESCOLAR, EM OURO PRETO-MG
Mônica Versiani N. Pinheiro de Queiroz ([email protected]) –
Orientadora
Ana Beatriz Castello Branco Fiume Pires ([email protected])
Gabryela Vitória Gomes ([email protected])
Natália D’arc Queiroz Pimenta ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pela
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e pela limitação variável ao fluxo aéreo.
Manifesta-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no
peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar¹. Resulta da interação de
múltiplos fatores, como predisposição genética, exposição ambiental a alérgenos e
irritantes, além de outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e
manutenção dos sintomas, como atividades físicas, infecção por vírus respiratórios,
tabagismo passivo, estresse psicológico e mudanças climática³. RELATO DE CASO
CLÍNICO: TSI, escolar, 6 anos, queixou-se de sintomas respiratórios de dispneia, tosse
e desconforto torácico em múltiplas consultas. Apresentava dermatite atópica como
comorbidade e negou histórico familiar de asma. Hipóteses elencadas de rinite alérgica
persistente, síndrome do respirador oral e asma não controlada. Após boa resposta
durante prova terapêutica com corticoide tópico e beta-2 agonista, a hipótese de asma
não controlada e rinite alérgica persistente foram elencadas como mais prováveis. Foi
pedida espirometria para confirmação diagnóstica da asma, entretanto, o resultado não
foi apresentado. A medicação prescrita mostrou-se efetiva durante alguns meses para
ambas afecções de vias aéreas, entretanto a criança retornou com queixas respiratórias
semelhantes e alterações no exame físico com sibilância em todo tórax posterior,
desencadeados por quadros virais e inversão térmica, exigindo remanejo do tratamento.
DISCUSSÃO: O diagnóstico de asma na paciente baseou-se em manifestações clínicas
de dispneia, desconforto torácico e tosse produtiva, com piora dos sintomas pela noite,
além de presença de sibilância ao exame físico, causados predominantemente pela
inversão térmica e quadro viral. A concomitância da dermatite atópica e da rinite
alérgica, contribuiu para o diagnóstico do quadro respiratório. A confirmação da
suspeita diagnóstica foi obtida a partir do primeiro step da prova terapêutica4 com
Salbutamol 6/6hrs para tratar a hiperresponsividade e Budesonida 12/12hrs para a rinite.
Após um mês de uso correto foi observada melhora do quadro respiratório havendo
controle da rinite e da asma. Entretanto, retornou ao serviço de saúde com queixas
58
respiratórias assim que houve nova inversão térmica, demonstrando a característica da
variabilidade sazonal dos sintomas no paciente asmático². A paciente foi, então,
diagnosticada com asma não controlada. Devido à exacerbação foi necessário o uso de
corticoide oral e beta-2 agonista de curta duração aplicado com maior frequência como
medicação de resgate. Portanto, ao se deparar com uma criança com asma, deve-se
principalmente acompanhar sua evolução, perceber as dificuldades existentes e observar
a resposta à proposta terapêutica, reavaliando e adaptando-se às demandas, algumas
delas incontroláveis, como infecções virais e inversão térmica. A relevância desse
trabalho baseia-se na alta prevalência da asma no Brasil, atingindo cerca 20% das
crianças em idade escolar e com índice anual de mortalidade próximo a 2050
pacientes¹,².
PALAVRAS-CHAVE: asma, sazonalidade, tratamento farmacológico e complicações.
REFERÊNCIAS:
RONCADA C, de Oliveira SG, Cidade SF, Sarria EE, Mattiello R, Ojeda BS, et al.
Burden of asthma among inner-city children from Southern Brazil. J Asthma.
2016;53(5):498-504. https://doi.org/10.3109/02770 903.2015.1108438
SIMÕES SM, Cunha SS, Barreto ML, Cruz AA. Distribution of severity of asthma in
childhood. J Pediatr (Rio J). 2010;86(5):417-23. https:// doi.org/10.1590/S0021-
75572010000500011
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Diretrizes da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da asma – 2012. Jornal
Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 38, supl. 1, p. s1-s46, abr. 2012. Acesso em 28
de julho de 2017
Global Initiative of Asthma (GINA). Global Strategy for Asthma Management and
Prevention. NIH publication 02-3659; January 1995, updated 2017. Bethesda, Md:
National Institutes of Health, National Heart, Lung and Blood Institute; 2017.
59
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: A IMPORTÂNCIA DA CONFIRMAÇÃO
DIAGNÓSTICA
Navarro Santos Gribel ([email protected]) – Orientador.
Maria Eliza Machado Romeros ([email protected])
Mirsail Gabriel Da Silva Neto ([email protected])
Kamylla Versiani Araújo Faro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa que resulta da
transferência transplacentária do Toxoplasma gondii para o concepto. Estima-se uma
amplitude de 3 a 6 casos por 1000 nativos nos países de alto risco, como o Brasil. O
risco de transmissão vertical aumenta com o decorrer da gestação, chegando a 65% no
último trimestre. Já a gravidade das manifestações é inversamente proporcional à idade
gestacional em que ocorre a infecção, podendo levar até mesmo ao aborto. RELATO
DE CASO CLÍNICO: Paciente L.H.C., sexo feminino, com 12 dias de vida, levada ao
centro de saúde pela mãe com o objetivo de mostrar exames para toxoplasmose. Na
história da gestação, a mãe conta que foram feitas 18 consultas de pré-natal e realizadas
todas as sorologias, sendo que no último trimestre gestacional, obteve resultado positivo
para toxoplasmose com tratamento realizado (Sulfadiazina e Pirimetamina) até 37
semanas de gestação. À consulta, as sorologias IgM e IgG antitoxoplasma da criança
eram negativas e a tomografia computadorizada do crânio não apresentava alterações. A
recém nascida (RN) encontrava-se assintomática e estava em uso de Sulfadiazina e
Pirimetamina. Ao exame físico, não foram encontradas alterações. As hipóteses
levantadas foram toxoplasmose congênita a investigar, desenvolvimento, alimentação e
vacinação adequados. Como conduta, a medicação foi mantida, solicitou-se sorologias
IgM e IgG maternas, com orientações sobre o acompanhamento da RN. Em consulta de
retorno, a mãe apresentou-se com exames negativos (IgG e IgM) e trouxe os exames da
gestação, que mostravam IgM positivo e IgG indeterminado com 28 semanas, e
posteriormente dois exames positivos para IgM, mas com IgG negativo. A hipótese
diagnóstica foi de resultado falso positivo para toxoplasmose, levando a suspensão dos
medicamentos e solicitação de novo exame para a criança. DISCUSSÃO: A
confirmação do diagnóstico de toxoplasmose congênita é complexa e depende
inicialmente de uma anamnese detalhada e rastreio sorológico materno, terminando com
a avaliação do recém-nascido, por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagens.
As sequelas são muitas vezes irreversíveis e podem surgir tardiamente, sendo
necessário, portanto, diagnóstico precoce, tratamento efetivo e acompanhamento da
criança. Na triagem sorológica materna, o quadro em que coexiste IgM positivo e
60
ausência de IgG ou IgA com novo exame após 14 dias é classificado como falso
positivo, tal como acontece neste relato de caso. A conduta apresentada justifica-se, no
entanto, pelo suposto quadro de infecção aguda relatado pela mãe, que em um dos
exames apresentou IgM positivo e IgG indeterminado, fato que provavelmente levou ao
tratamento até 37 semanas de gestação. Nos quadros de infecção provável ou
comprovada, recomenda-se o tratamento e avaliação complementar, por meio de
exames como hemograma, ultrassonografia transfontanelar avaliação auditiva, dentre
outros exames. O quadro clínico da RN, associado aos resultados dos exames em
conjunto à sorologia não reagente da mãe e história gestacional completa, evidenciaram
a situação como um provável falso positivo, suspendendo-se assim o tratamento.
PALAVRAS-CHAVE: Toxoplasmose congênita, transmissão vertical, diagnóstico.
REFERÊNCIAS:
McAuley JB. Congenital Toxoplasmosis. Journal of the Pediatric Infectious Diseases
Society. 2014; 3 (Suppl 1). S30-S35.
Kimberlin DW, Brady MT, Jackson MA, Long SS, eds. Toxoplasma gondii Infections.
Red Book: 2015 Report of the Committee on Infectious Diseases. 30th ed. Elk Grove
Village, IL: American Academy of Pediatrics; 2015, p. 787-796.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os
profissionais de saúde. 1ª ed. Brasília: vol. 2, p 109-122, 2011.
Amendoeira, MRR et al. Uma breve revisão sobre toxoplasmose na gestação. Sci Med,
v. 20, n. 1, p. 113-9, 2010.
61
DISCIPLINA MEDICINA GERAL DE CRIANÇAS II – APRESENTAÇÃO ORAL
VULNERABILIDADE SOCIAL COMO CONDIÇÃO E AMPLIAÇÃO DO
ADOECER INFANTIL
Kerlane Ferreira da Costa Gouveia ([email protected]) - Orientadora
Daniel Sean Minney ([email protected])
Lara Eponina Reis ([email protected])
Victor da Silveira Verona ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: Morte e adoecimento infantil perpassam pela esfera biopsicossocial.
O presente trabalho analisa vulnerabilidade social e fatores de risco e proteção ao
adoecimento infantil. RELATO DE CASO: Pré-escolar, sexo feminino com 4 anos e 5
meses de idade compareceu à Unidade Básica de Saúde acompanhada pela mãe sendo
encaminhada pela Estratégia de Saúde da Família e escola por atraso de
desenvolvimento neuropsicomotor. Criança pré-terma com numerosas complicações
neonatais. Alimentação adequada, vacinações atualizadas, crescimento dentro dos
scores esperados, quadro de pediculose intensa, fragilidade e vulnerabilidade social.
Não demonstrou dificuldades de comunicação ou alterações de linguagem e fala,
desenvolvimento motor fino e autonomia condizentes à idade, atendeu aos requisitos do
Denver II esperados para a idade. DISCUSSÃO: O quadro de pediculose intensa,
numerosas cáries e dificuldade de entendimento das instruções pela mãe da criança
presumiriam uma inabilidade do cuidar materno. Entretanto, dados os numerosos fatores
de risco para adoecimento (prematuridade, baixo peso ao nascimento, intercorrências
neonatais, baixa escolaridade materna, baixa renda, estresse doméstico) o crescimento e
desenvolvimento satisfatórios da pré-escolar provavelmente fundamentou-se no amparo
materno. Durante a anamnese notou-se que a criança realizava as tarefas escolares sem
auxílio de pessoa alfabetizada, situação provável de mimetismo para déficit cognitivo.
Ademais, surgiu o questionamento de um possível estigma dos educadores sobre a
criança, dada a baixa condição socioeconômica e existência de numerosos familiares
com déficit cognitivo importante. Dada a fragilidade infantil, a sobrevida das crianças
depende de um meio capaz de oferecer subsídios para auto-conservação e proteção.
Cabe aos profissionais da saúde o reconhecimento dos fatores de risco do adoecer
infantil e aos educadores a compreensão da importância do suporte educacional
adequado às necessidades da criança.
Palavras-chaves: Vulnerabilidade Social; Comportamento Materno; Desenvolvimento
Infantil.
62
REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual AIDPI neonatal. Brasília: Ministério da Saúde,
2014.
OLIVEIRA, Helena de; MINAYO, Maria Cecília de Souza. A auto-organização da
vida como pressuposto para a compreensão da morte infantil. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 6, n. 1, p. 139-149, 2001.
SANCHEZ, A. I. M.; BERTOLOZZI, M. R.Pode o conceito de vulnerabilidade
apoiar a construção do conhecimento em Saúde Coletiva? Ciência & Saúde
Coletiva, v. 12, n. 2, mar./abr. 2007.
SILVEIRA, Flávia Cristina Pereira; PEROSA, Gimol Benzaquen; CARVALHAES,
Maria Antonieta de Barros Leite. Fatores psicossociais de risco e proteção à
desnutrição infantil em mães de crianças desnutridas e eutróficas: o papel da
saúde mental materna. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento
Humano, v. 22, n. 2, p. 217-225,2012.
63
DISCIPLINA MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE DOENÇA-
APRESENTAÇÕES DE PÔSTER
A IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA SOCIAL NA ORIGEM E
EVOLUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected])
Alysson Alves Marim ([email protected])
Jennifer Soares Ferreira de Assis ([email protected])
Naiara Lamounier Ribeiro ([email protected])
Nathália Moura de Melo Delgado ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: Entende-se por epidemiologia social o ramo dessa ciência voltado ao
estudo de determinantes sociais do processo saúde-doença (BARATA R.B, 2004). A
concepção da influência de questões sociais e de seu fator determinante na maior
predisposição a determinados padrões de adoecimento voltaram a ter destaque com os
movimentos políticos dos anos 60. No Brasil, essa tem participação significativa na
primeira etapa do desenvolvimento epidemiológico brasileiro, remanescente até a
década de 80. Assim, tal corrente determinou a estruturação do pensamento de saúde-
coletiva da revolução sanitarista que originou o Sistema Único de Saúde (SUS). Logo, o
crescimento da epidemiologia social conecta-se com a edificação do próprio sistema
público de saúde brasileiro. OBJETIVOS: Explicitar a importância da epidemiologia
social no surgimento e na evolução do SUS, assim como sua participação na montagem
da saúde pública contemporânea, levando à análise as ameaças às quais esse sistema
está sujeito com a negligência de determinantes sociais do processo saúde-doença.
MÉTODOS: Reflexões propostas pela disciplina de Modelos Explicativos dos
Processos de Saúde e Doença guiaram, para a confecção do pôster, a seleção de artigos
e de autores, considerando suas influências nesse desenvolvimento epidemiológico. Os
artigos foram selecionados a partir de buscas na plataforma SCIELO, utilizando as
palavras-chaves “SUS” e “Epidemiologia social”. DISCUSSÃO: A epidemiologia
desempenhou diversos papéis na construção do SUS, sendo instrumento de gestão para
o estabelecimento de prioridades, alocação de recursos e orientação programática
(ROUQUAYROL M.Z, SILVA M.L, 1998) do sistema de saúde tanto no nível “macro”
como no “micro”. Por nível macro, entende-se as formas de políticas e de gestão que
tenham a equidade como escopo; por nível micro entende-se o local, como a
capacitação e a adequação de equipes profissionais à demanda da população para
realização da assistência. Outro exemplo de enfoque epidemiológico seria o estudo da
64
situação de saúde-doença de cada região, propiciando à área da saúde identificar
etiologias causais de doenças até então desconhecidas; e vigiar doenças e agravos,
através, por exemplo, da implantação de um sistema de notificação compulsória. Tais
conceitos são, logo, instrumentos de transformação e de desenvolvimento do SUS. Um
dos dilemas atuais da saúde pública discute a importância dos aspectos sociais e de seu
impacto sobre a saúde, de onde surgem vários modelos explicativos na epidemiologia
social, gerando distintas vertentes no trabalho epidemiológico (BARATA R.B, 2004). A
Epidemiologia Social engloba, assim, o social como determinante, instituindo apenas o
corpo como o espaço da saúde-doença. CONCLUSÕES: Infere-se, pois, que a
ressurgência da Epidemiologia Social e sua rede de influência foram determinantes na
construção democrática do SUS com seus pilares básicos, além de sua constante
transformação. Logo, compreende-se uma melhor análise do perfil de saúde-doença da
população e dos determinantes sociais relacionados a fim da profícua organização de
intervenções tanto no nível macro quanto no micro, beneficiando um coletivo
específico.
Palavras-chave: SUS; Epidemiologia; Saúde Pública.
Referências:
BARATA, Rita Barradas. Epidemiologia social. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v.
8, n. 1, p. 7-17, Mar. 2005 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
790X2005000100002&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2005000100002.
BARRETO, Mauricio L.. Papel da epidemiologia no desenvolvimento do Sistema
Único de Saúde no Brasil: histórico, fundamentos e perspectivas. Rev. bras.
epidemiol., São Paulo , v. 5, supl. 1, p. 4-17, Nov. 2002 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
790X2002000400003&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2002000400003.
TEIXEIRA, Carmem Fontes. Epidemiologia e planejamento de saúde. Ciênc. saúde
coletiva, Rio de Janeiro , v. 4, n. 2, p. 287-303, 1999 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81231999000200005&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81231999000200005
ROUQUAYROL, Maria Zélia; SILVA, Maria da Luz. A epidemiologia na organização
dos serviços de saúde. Sitientibus: Revista da Universidade Estadual de Feira de
Santana, Feira de Santana, BA: n.19 , p. 55-67, jul./dez., 19
65
AS DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS: MUDANÇA DE
PARADIGMA
Orientadora: Professora Dra. Olívia Maria de Paula Alves Bezerra
Autores: Carla Carolina Ferreira Silva ([email protected])
Guiley Oliveira Araújo Ferreira ([email protected])
João Pedro Rodrigues Pereira ([email protected])
Marcela de Matos Assunção ([email protected])
Raísa Cristina Moreira Rosa ([email protected])
Walfran Moraes De Oliveira Peito ([email protected])
As Doenças Tropicais Negligenciadas apresentam características em comum como a sua
prevalência sobre populações devastadas pela pobreza, com baixa visibilidade e pouca
voz política, não se disseminam facilmente, provocam estigma e discriminação, tem
impacto importante sobre morbidade e mortalidade, são relativamente negligenciadas
pelas pesquisas e podem ser controladas, evitadas e possivelmente eliminadas pelo
emprego de soluções eficazes e factíveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
começou a mudar o paradigma no controle e na eliminação de um grupo de doenças
tropicais negligenciadas (DTN), focando nas necessidades de saúde de comunidades
marginalizadas. Com essas mudanças a OMS propôs uma utilização mais eficiente dos
recursos limitados, redução da pobreza e monitoramento de doenças para milhões de
pessoas que vivem em áreas rurais e urbanas. A estratégia utilizada inicialmente foi a
medicação preventiva, através da administração de medicamentos anti-helmínticos. A
OMS publicou um manual de medicação preventiva para helmintíases humanas,
recomendando a implementação integrada de intervenções contra as quatro principais
infecções helmínticas (filariose linfática, oncocercose, esquistossomose e helmintíases
transmitidas pelo solo). A medicação preventiva é praticada atualmente em todo o
mundo, e é utilizada para o tratamento de mais de meio bilhão de pessoas por ano. Essa
ação tem apresentado sucesso uma vez que a medicação preventiva reduziu a morbidade
e a transmissão das doenças e as quatro principais infecções helmínticas estarem
focalizadas geograficamente. A utilização dos mecanismos existentes para a
administração de medicamentos anti-helmínticos oferece uma plataforma para o
combate a outras doenças transmissíveis e abre caminho para a expansão de uma
abordagem de saúde pública que compartilha características comuns com a imunização.
Visando a prevenção e o controle das doenças tropicais negligenciadas, a OMS
recomenda a utilização de cinco estratégias - medicação preventiva; intensificação da
gestão de casos; controle de vetores; provimento de água limpa, saneamento e higiene; e
saúde pública animal - que devem ser combinadas. Com a criação dessas redes de
pesquisas, a expectativa é que grupos científicos de destaque se mobilizem e estimulem
a cooperação de modo que suas competências se complementem. Assim, novos
conhecimentos sobre os diferentes aspectos – biológicos, clínicos e sociais – dessas
66
doenças serão mais produzidos, contribuindo para o seu combate, tanto no que concerne
aos indivíduos doentes ou expostos, quanto ao que tange às coletividades e suas
condições de vida.
Palavras-chave: Doença, Tropical, Negligência.
Referências:
Doenças negligenciadas: estratégias do Ministério da Saúde. Rev. Saúde Pública, São
Paulo , v. 44, n. 1, p. 200-202, Feb. 2010 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89102010000100023&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102010000100023.
ONU. Organização Mundial de Saúde. Trabalhando para superar o impacto global de
doenças tropicais negligenciadas. 2010. Disponível em:
apps.who.int/iris/bitstream/10665/44440/3/9789248564093_por.pdf . Acesso em
06/08/2017.
67
DETERMINANTES SOCIAIS NO PROCESSO SAÚDE / ADOECIMENTO E
MORTALIDADE INFANTIL
Fernanda Araujo Romera1 ([email protected])
José Eustáquio de Assis Junior1 ([email protected])
Laryssa Lages1
Rafael Boari de Souza1
Sâmia Matos Moura1 ([email protected])
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra2 ([email protected])
¹ - Acadêmicos do 4º período do curso de Medicina da Universidade Federal de Ouro
Preto 2 - Professora Doutora da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro
Preto/Departamento de Medicina de Família e Comunidade, Saúde Menta e Coletiva
(DEMSC)
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O presente trabalho consiste numa revisão bibliográfica sobre os
fatores sociais que interferem no processo saúde/doença de crianças e possuem,
portanto, certa relação com a taxa de mortalidade infantil em diferentes regiões do
Brasil e entre diferentes grupos comunitários presentes numa mesma região. Sendo a
identificação de tais determinantes e sua influência no processo saúde/doença,
indispensáveis para se identificar a origem de deficiências na saúde coletiva e
desenvolver medidas de intervenção que busquem promover redução das taxas de
mortalidade infantil e uma maior qualidade de vida. OBJETIVO: Identificar, por meio
de revisão bibliográfica, e discutir sobre alguns dos determinantes sociais que
interferem na mortalidade infantil em diferentes regiões do Brasil e possíveis aplicações
na região de Ouro Preto. METODOLOGIA: O grupo utilizou a plataforma SciELO
para a leitura de artigos sobre o assunto proposto e, em seguida, desenvolveu o trabalho
de revisão. DESENVOLVIMENTO: Hoje em dia, não se aceita mais em meio
científico, a determinação do processo saúde/doença apenas com base em aspectos
biológicos, sendo o fator social um importante determinante nesse processo. Ao analisar
as taxas de mortalidade infantil em diferentes regiões do país e correlacionar com os
níveis econômico/sociais das referentes populações, percebe-se uma clara relação entre
nível de poder aquisitivo e a taxa de mortalidade infantil. Estudos realizados no país
mostram uma direta relação entre baixo nível de escolaridade, baixo nível
socioeconômico, más condições sanitárias, a baixa prevalência de aleitamento materno e
68
a baixa qualidade de assistência médica pré-natal e pós-natal, com as taxas de
mortalidade infantil. Isso evidencia a importância dos determinantes sociais na
sobrevida da criança, já que famílias sem acesso adequado à educação ou em situação
de fragilidade econômica, muitas vezes não têm meios para cuidar adequadamente da
criança, fato exemplificado pela menor quantidade de mães que fazem o aleitamento
materno em populações menos economicamente favorecidas, além de possuírem uma
qualidade menor de assistência médica e sanitária, estando mais expostas a agravos.
CONCLUSÃO: Percebe-se, então, por meio da análise da relação entre características
sociais de grupos populacionais, a influência que tais características exercem sobre o
processo saúde/adoecimento de crianças e os fatores de risco a que estão expostas,
podendo consistir em alvos para intervenção de programas de saúde pública como
medidas para interceder na assistência à criança e à família, como forma de melhorar a
qualidade de vida e instruir as famílias quanto aos riscos e ações a serem tomadas para
manutenção da saúde das crianças e da própria família.
Palavras-chaves: Saúde, Qualidade de Vida, Atenção Integral à Saúde
Referências:
GEIB, Lorena Teresinha Consalter; FRÉU, Cheila Mara; BRANDÃO, Marlise;
NUNES, Magda Lahorgue. Determinantes sociais e biológicos da mortalidade infantil
em coorte de base populacional em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Revista de Ciência
e Saúde Coletiva, n. 15, pag. 363-370, jan. 2008.
CALDEIRA, Antônio P.; FRANÇA, Elizabeth; GOULART, Eugênio M. A.
Mortalidade infantil pós neonatal e qualidade da assistência médica: um estudo caso-
controle. Jornal de pediatria, 2001
FILHO, José Gomes Bezerra; KERR, Lígia Regina Franco Sansigolo; MINÁ, Daniel de
Lima; BARRETO, Maurício Lima. Distribuição espacial da taxa de mortalidade infantil
e principais determinantes no Ceará, Brasil, no período 2000-2002. Caderno de Saúde
Pública, n.23, pág. 1173-1185, mai. 2007
69
HANSENÍASE: ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected])
Bárbara Luisa Coraspe Gonçalves ([email protected])
Bruna Lopes dos Santos Lages ([email protected])
Erika Tiemi Kozima ([email protected])
João Pedro dos Santos Soares ([email protected])
Monaliza Mesquita Pinto ([email protected])
Patrícia Maria Wobeto ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais.
Introdução: A Hanseníase é uma doença causada pelo agente etiológico bacilo
Mycobacterium leprae. Os sinais e sintomas são dermatoneurológicos, principalmente
nos olhos, mãos e pés. Suas lesões características são as principais responsáveis pelo
estigma e preconceito contra a doença. A Hanseníase é citada em textos egípcios
datados de 1350 a.C e na bíblia hebraica, sendo tratada como significado de desonra,
vergonha e desgraça. A visão da doença como sinônimo de impureza alastrou-se por
todo mundo e perpetuou-se por muitos anos, chegando ao Brasil. Políticas de saúde
pública surgiram e o combate à Hanseníase baseou-se em um modelo extremamente
estigmatizante e pouco eficaz. Objetivos: Refletir sobre a influência de fatores sociais,
culturais, religiosos e políticos na implementação das políticas de saúde, perpassando
pelo impacto dessas medidas na vida dos hansenianos. Métodos: Análise crítica do
documentário “Lepra – O espetáculo do medo” e revisao nao sistemática da literatura
científica. Discussão: As políticas de saúde de combate à Hanseníase, no Brasil,
seguiram o modelo norueguês caracterizado por notificação obrigatória, isolamento e
vigilância epidemiológica, com forte influência do movimento higienista. Na década de
20, estabeleceu-se a Campanha Nacional de Combate à Lepra e a doença passou a ser
vista como um entrave para o progresso nacional, já que, geralmente, ela compromete a
força de trabalho. Estabeleceram-se leis e colônias agrícolas, como por exemplo, o
Decreto nº16. 300, que determinavam o isolamento das pessoas com hanseníase em
sanatórios e asilos. Além disso, segundo esse mesmo decreto, filhos saudáveis de pais
com a doença deveriam ser afastados do convívio familiar e segregados em instituições
criadas para esse fim. Evidenciando a tendência de exclusão do enfermo, ao invés da
busca por medidas de controle, diagnóstico e tratamento. Atualmente, os leprosários já
foram extintos, entretanto a reinserção dos indivíduos na sociedade ainda enfrenta
desafios. Como políticas públicas dedicadas a esse fim, pode-se citar a Lei federal
11.520, 2007, que determina pensão especial às pessoas atingidas pela Hanseníase e que
foram submetidas a isolamento e internação compulsórios em hospitais-colônia, além de
prover o fornecimento de órteses, próteses e demais ajudas técnicas, bem como na
realização de intervenções cirúrgicas. Conclusão: Mesmo que a taxa de prevalência da
70
Hanseníase tenha sido reduzida em 68%, no período de 2003 a 2013, o Brasil é o único
país do mundo em que a doença ainda é questão de saúde pública. Norte e Centro Oeste
concentram mais de 80% dos casos diagnosticados, o que reflete a associação dessa
doença às desigualdades sociais. A história da Hanseníase, no Brasil, foi marcada pela
contínua violação de direitos humanos, primordialmente pela política de isolamentos
das pessoas doentes. Como política, a prática já foi interrompida, no entanto, o estigma
e marginalização perduram. A partir disso, vale ressaltar a importância de um
tratamento integral ao hanseniano, tanto na esfera biológica, quanto na psicossocial.
Palavras chaves: Hanseníase, Vigilância Epidemiológica, Saúde Coletiva
Referências:
DOMINGUEZ, B. Problema Persistente. Revista Radis, n. 150, mar, 2015. Disponível
em: http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/revista-radis/150/reportagens/problema-
persistente “Lepra – O Espetáculo do Medo”. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Ka4EPbF56-E
GALVAN, A.L. Hanseníase(lepra): que representações ainda se mantém. Canoas: Ed.
Ulbra. 2003. 152 p. DECLERCQ, M. A era silenciosa do isolamento compulsório de
leprosos em São Paulo. 2016. Disponível em: <
https://www.vice.com/pt_br/article/nzjykk/hanseniase-lepra-isolamento-imprensa- sao-
paulo>
71
DISCIPLINA POLÍTICAS DE SAÚDE E PLANEJAMENTO – APRESENTAÇÕES
ORAIS
A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO ENTRE ESTUDANTES DE MEDICINA
DA UFOP
Eloísa Lima ([email protected]) - Orientadora
Giuliana Dias Machado ([email protected])
Izabela Washington de Souza Pereira ([email protected])
Joana Glória Pimenta de Resende ([email protected])
Júlia de Carvalho Machado ([email protected])
Tiago Medeiros Pravato ([email protected])
Thaís de Meira Alves ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A promoção de saúde vem sendo usada como promissor instrumento
de empoderamento individual e coletivo quanto ao controle e melhoramento do próprio
estado de saúde. A partir de estratégias como desenvolvimento de habilidades pessoais,
trabalha-se com o princípio de corresponsabilização da saúde, em que indivíduos são
ativos e podem participar no enfrentamento dos problemas que a afetam. Dessa forma, o
conceito de saúde amplia-se e incorpora a ideia de qualidade de vida (QV). Apesar da
dedicação intensa que envolve o ingresso na Faculdade de Medicina, pode-se dizer que
os acadêmicos estão despreparados para a complexidade e dificuldades que permeiam
tal curso. A carga horária exaustiva, longos períodos de estudo e constante vivência com
o processo de adoecimento e morte acabam por comprometer a QV de muitos
estudantes. OBJETIVOS: Avaliar a QV dos acadêmicos de Medicina da Universidade
Federal de Ouro Preto (UFOP), nos domínios psicológico, social e ambiental, e oferecer
atividades que possam auxiliar na promoção de melhor qualidade de vida aos mesmos.
METODOLOGIA: Realizou-se revisão de literatura sobre a QV dos estudantes de
Medicina e promoção de saúde nas Bases Eletrônicas Medline, Lilacs, SciELO e
PubMed. Foi feita a pesquisa qualitativa entre os estudantes de Medicina da UFOP
através de uma urna colocada no prédio desse curso, para recolher relatos e sugestões
acerca do tema explorado. A intervenção aconteceu em forma de Workshop em
associação com a Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade e, ao final, foi avaliada de
forma discursiva, com depoimentos dos participantes. RELATO DA EXPERIÊNCIA:
Os dados colhidos da urna apresentaram, em sua maioria, queixas acerca da falta de
tempo e da intensa cobrança interna e externa às quais estudantes são submetidos
72
diariamente. Muitos relataram também o início de quadros depressivos durante a
graduação. Houve minoria de depoimentos que afirmam ser possível conciliar o estudo
e garantia do bem estar. O workshop aconteceu em 27 de Julho de 2017 na UFOP, e
contou com a participação de onze (11) estudantes, de diferentes períodos do curso de
Medicina. Foi ofertado um espaço de incentivo às reflexões individuais e discussões
quanto à própria saúde mental, além de alternativas como receitas rápidas e saudáveis
de refeições e oficina de relaxamento corporal e mental. Os depoimentos recebidos e
analisados foram de cunho qualitativo e caracterizaram o workshop como uma ação
muito produtiva. Os participantes alegaram que a experiência foi uma ruptura da rotina
acadêmica, com diálogos descontraídos envolvendo temas negligenciados na graduação,
mas de extrema importância para o bem-estar dos estudantes. Relataram também ter
sido um momento de autoconhecimento e autocuidado. CONCLUSÕES: O estudo e
intervenção realizados alcançaram os resultados esperados quanto à promoção da saúde
entre estudantes de Medicina. Essa é uma ferramenta extremamente útil para
proporcionar bem-estar, porém, pouco abordada pelos docentes e pouco buscada pelos
próprios discentes. Fazem-se necessárias, portanto, medidas que alicercem posturas
conducentes à saúde, a fim de se incentivar uma boa QV entre acadêmicos.
Palavras-chaves: Medicina, Saúde, Qualidade de vida.
Referências:
FEODRIPPE, A.L.O.; BRANDÃO M.C.F.; VALENTE T.C.O. Qualidade de Vida de
Estudantes de Medicina: uma Revisão. Rev Bras Educ Méd. 37(3). 418-428. 2013.
BASSOLS, A. M. S. Estresse, ansiedade, depressão, mecanismos de defesa e coping
dos estudantes de medicina no início e no término do curso de medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tese de Doutorado. Porto Alegre. 2014.
BUSS, Paulo Marchiori; CZERESNIA, D. Uma introdução ao conceito de promoção
da saúde. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências, v. 2, p. 19-42, 2003.
FERREIRA, V.A.; MAGALHÃES, Rosana. Nutrição e promoção da saúde:
perspectivas atuais. Caderno Saúde Publica. 23(7):1674-81, 2007.
73
ABORDAGEM DA SEXUALIDADE E SUAS INFLUÊNCIAS COM
ADOLESCENTES: UM CENÁRIO DE VULNERABILIDADES
Eloísa Helena de Lima ([email protected]) - Orientadora
Bruno Francia Maia Athadeu ([email protected])
Frederico Starling Leão ([email protected])
Gabryela Vitória Gomes ([email protected])
Matteus Murta Lage ([email protected])
Paulo Eduardo Lopes Ferreira ([email protected])
Suzy Mairy Pessoa Figueiredo ([email protected])
Yargos Rodrigues Menezes ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida
psíquica das pessoas. O ambiente escolar, sendo um espaço socioeducativo que oferece
um ambiente sadio, lúdico e de aprendizado, torna-se propício para discutir várias
problemáticas de interação interpessoal, tais como questões sobre sexualidade e suas
possíveis influências na saúde mental dos estudantes. OBJETIVOS: Realizar atividades
educativas sobre sexualidade associadas à promoção da saúde mental de adolescentes
alunos do segundo ano do ensino médio da Escola Dom Pedro II, no município de Ouro
Preto, Minas Gerais. METODOLOGIA: Para obter o diagnóstico situacional inicial,
aplicou-se um questionário sobre comportamento de risco entre jovens, bem como foi
utilizada uma caixa de perguntas a fim de se obter possíveis dúvidas. A partir disso e de
informações fornecidas por um informante-chave, foram adotadas exposições
dialogadas, rodas de conversa, atividades práticas sobre utilização correta de métodos
contraceptivos e distribuição de folders educativos visando à conscientização e à
educação da população alvo acerca da temática proposta. Após a realização das
atividades metodológicas aventadas, um questionário final foi aplicado, bem como
relatos foram colhidos a fim de obter os possíveis resultados qualitativos e quantitativos
alcançados. RELATO DE EXPERIÊNCIA: Durante a análise situacional inicial foi
explanado por um informante-chave que no mês de janeiro do ano de 2017, uma
estudante do segundo ano do ensino médio, grávida pela terceira vez, cometeu suicídio,
com um tiro de arma de fogo no abdome, o que chocou a comunidade acadêmica da
escola. Ademais, foi relatado que na escola tentativas de suicídio não são raras e que o
número de estudantes grávidas é expressivo. Portanto, a intervenção na escola pautou-se
por desenvolver atividades práticas e discussões relacionadas a esse contexto. O público-
74
alvo das intervenções foram três turmas de segundo ano do ensino médio, as quais os
alunos participaram avidamente das atividades metodológicas propostas, demonstrando
muito interesse nas ações concebidas durante todas as visitas feitas pelos idealizadores
da intervenção. CONCLUSÕES: Evidencia-se na escola um espaço oportuno para
promover discussão e reflexão, oferecendo a oportunidade de educar através da
construção de diferentes saberes. Assim, projetos de intervenção que trabalhem nesse
âmbito podem ampliar o conhecimento dos adolescentes a respeito da sexualidade e das
vulnerabilidades dessa fase da vida, bem como podem os sensibilizar quanto às
implicações da gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis,
minimizando consequências negativas, e instigando os adolescentes a exercerem sua
sexualidade de forma saudável. Ademais, é preciso que haja o rompimento de tabus
relativos à educação sexual e que se abra para possibilidades de contribuir para o
desenvolvimento dos adolescentes de forma saudável e consciente de suas decisões. É
tempo de se programar na escola uma educação sexual autêntica, cujos objetivos não se
restrinjam apenas à comunicação, mas prossiga com objetivos mais integrados na
promoção da saúde física e mental dos adolescentes.
Palavras - chaves: Adolescente, Sexualidade, Saúde mental.
Referências:
BENETTI, Sílvia Pereira da Cruz et al . Adolescência e saúde mental: revisão de artigos
brasileiros publicados em periódicos nacionais. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,
v. 23, n. 6, p. 1273-1282, June 2007.
MOIZES, Julieta Seixas; BUENO, Sonia Maria Villela. Compreensão sobre sexualidade
e sexo nas escolas segundo professores do ensino fundamental. Rev. esc. enferm. USP,
São Paulo , v. 44, n. 1, p. 205-212, Mar. 2010.
VALLADERES KK. Orientação sexual na escola. 2a ed. Rio de Janeiro: Quartet;
2007.
VILLELA WV, Doreto DT. Young people’s sexual experience. Cad Saúde Pública.
2006;22(11):2467-72.
75
AÇÃO DE INTERVENÇÃO EM SEXUALIDADE E ADOLESCÊNCIA NA
ESCOLA ESTADUAL DE OURO PRETO, MG, BRASIL
Eloisa Helena de Lima ([email protected])
Eduardo Mesquita de Souza ([email protected])
Guilherme Augusto Sousa Batista ([email protected])
Jéssica de Oliveira Jacintho ([email protected])
Livya Isabella Teles de Oliveira Lima ([email protected])
Luiz Ricardo Mokfa Nogueira ([email protected])
Oscar Campos Lisboa ([email protected])
Pedro Martins Corrêa ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A adolescência é uma etapa da vida na qual a personalidade está em
fase final de estruturação e a sexualidade se insere nesse processo sobretudo como um
elemento estruturador da identidade do adolescente. Como a sexualidade é uma temática
que envolve a intimidade de cada indivíduo e suas particularidades, a educação em
saúde revela-se imprescindível na prática preventiva da gravidez na adolescência e
doenças sexualmente transmissíveis. OBJETIVOS: Realizar ações educativas em
saúde visando à construção de um comportamento responsável por parte de
adolescentes a fim de esclarecer sobre sexualidade e prevenir a ocorrência de gravidez
precoce dos alunos do 8º e 9º anos da Escola Estadual de Ouro Preto (EEOP).
METODOLOGIA: Optou-se pela pedagogia problematizadora de Paulo Freire, por
meio do levantamento de temas, da codificação e descodificação, e do desvelamento
crítico. Nesse sentido, a sistematização metodológica organizou-se a partir das seguintes
etapas: contato com a EEOP; compreensão da rotina escolar; conhecimento do
calendário escolar; identificação das demandas e necessidades; realização de práticas e
de exposição dialogada sobre os temas problemas. RELATO DE EXPERIÊNCIA:
Sexualidade e gravidez na adolescência são problemas de saúde pública que são
revestidos de preconceito e falta de esclarecimento. Levantamentos nacionais realizados
em população jovem revelam que quanto menor a escolaridade, maior o percentual de
infectados pelo HIV e de gestações indesejadas. Desta forma, observa-se o papel
modelador de comportamentos exercido pelas escolas, sendo uma mediadora no
processo de educação e construção objetiva e subjetiva dos indivíduos. Reconhecendo a
importância do espaço escolar para abordagem de temas intrigantes, a intervenção na
EEOP, mostra que há necessidade de discutir e refletir sobre a gravidez na adolescência
76
e métodos contraceptivos, bem como motivar o respeito à diversidade comportamental
concernente à sexualidade. As atividades com adolescentes vulneráveis, pelo meio
sociocultural que vivem, demonstram a importância de se discutir a sexualidade e seus
aspectos biológicos e psicológicos. A expressão por meio de dúvidas diretas e anônimas
criou ambiente de confiança para orientações e esclarecimentos. O uso de vídeos, levou
o conteúdo de modo artístico, mais atraente para os alunos. A prática de manuseio de
preservativos masculinos demonstrou que apesar de ser uma técnica básica, deve ser
ensinada, visto o progresso obtido pelos estudantes, visando a prevenção de doenças e
gravidez indesejada. Como sexualidade e a reprodução humana exigem conhecimentos
técnicos, acredita-se que as discussões permitiram que os adolescentes refletissem sobre
a temática que defrontam no presente, ou defrontarão no futuro. CONCLUSÕES: A
participação dos alunos como protagonistas das ações foi enriquecedora. Em população
de risco social esclarecer pontos sobre sexualidade, atividade sexual e romper estigmas
sociais são essenciais para a formação da autoconsciência e dos próprios valores. A
longitudinalidade do projeto possibilita que maior número de jovens estejam envolvidos
na educação em saúde.
Palavras-chave: Educação em saúde, Gravidez na adolescência, Sexualidade.
Referências:
KROLL, A.F.; BASILE, L. da C.; SILVA, F.C.F. da; BELLINI, M.I.B.; VERAS, J.K.;
LAGES, M.N. Adolescência e sexualidade: um diálogo necessário. Boletim da Saúde,
v. 19. nº2, 2005.
GUBERT, F. A. et al. Tecnologias Educativas no Contexto Escolar: estratégia de
educação em saúde em escola pública de Fortaleza- CE. Rev. Eltr. [Internet]. v.11, n.
1, p. 165-72, 2009.
SOARES, Sônia Maria, et al. "Oficinas sobre sexualidade na adolescência:
revelando vozes, desvelando olhares de estudantes do ensino médio" Esc Anna Nery
Rev Enferm 12.3 (2008): 485-91.
HEIDEMANN, Ivonete Teresinha Schulter Buss. A promoção da saúde e a concepção
dialógica de Freire: possibilidades de sua inserção e limites no processo de
trabalho das equipes de saúde da família. Tese (Doutorado em Enfermagem em
Saúde Pública) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, University of São Paulo,
Ribeirão Preto, 2006. doi:10.11606/T.22.2006.tde-15012007-170858. Acesso em: 2017-
06-06.
77
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COM PAIS DE ALUNOS DA APAE DE
OURO PRETO: CUIDADOS E EDUCAÇÃO DE INDIVÍDUOS COM
DEFICIÊNCIA
Eloisa Helena de Lima ([email protected]) - Orientadora
Anna Elisa Borges Barcelos ([email protected])
Áquilla Henrique Gonçalves Teixeira ([email protected])
Clarissa Rodrigues Nardeli ([email protected])
Fabiana Duarte Barbosa ([email protected])
Henrique Santiago França ([email protected])
Junio César Costa ([email protected])
Rômulo Nascimento Mundin ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Vivendo em um país que ainda possui um longo caminho a percorrer
em melhorias sociais, vê-se a importância de trabalhos em educação em saúde. Foi
desenvolvido uma intervenção com responsáveis pelos alunos da APAE de Ouro Preto
afim de promover melhoria na qualidade de vida dessas pessoas, trabalho este que foi
norteado com ensinamentos de Paulo Freire em educação popular. OBJETIVOS:
Promover educação popular em saúde com responsáveis por alunos da APAE visando o
aprimoramento do cuidado e assistência à saúde de pessoas com deficiência.
METODOLOGIA: Foram realizadas reuniões com representantes da APAE para
etapa de diagnóstico situacional através da estimativa participativa rápida. O
planejamento das atividades incluiu a realização de rodas de conversas conforme a
proposta da Educação Popular, visando promover a troca de experiências entre os pais
e/ou responsáveis pelos alunos. Também foram confeccionados panfletos para auxiliar
na divulgação dos encontros. RELATO DA EXPERIÊNCIA: Na data de 13 de junho,
foi realizado o encontro com os pais de alunos, no qual compareceram 53 responsáveis.
Havia sido combinado com a direção da APAE que a intervenção teria duração de 1,5
horas, contudo tal acordo não foi cumprido e tivemos 25 minutos para executar a
intervenção. Deste modo tivemos que readequar a atividade e abandonar alguns dos
planejamentos feitos anteriormente. Fizemos a apresentação do projeto, buscando
fomentar uma troca de experiências, abrindo espaço para as colocações e relatos dos
presentes. Os presentes se dispuseram a relatar dificuldades e inseguranças na lida com
a agressividade, falta de limites, erotização, dificuldade de aprendizado e uso de
medicamentos no dia a dia do cuidado com seus filhos. Dentre os pais que dividiram
78
suas experiências havia uma variedade de diagnósticos, desde Síndrome de Down até
autismo. Contatou-se que, apesar de diferenças entre as crianças, as dificuldades
enfrentadas na lida com elas eram constantes. CONCLUSÕES: A ação realizada foi de
importância, já que os aspectos tratados faziam parte da vida e dos cuidados básicos
enfrentados pelas famílias na criação de pessoas com deficiência. A intervenção
também pôs à prova nossa capacidade de adaptação às dificuldades. Isso porque uma
série de contra-tempos nos fez repensar as estratégias, para que no fim a mensagem
pudesse ser transmitida a quem dela necessitava. Julgamos que tal intervenção foi de
grande valia para os pais, que tiveram suas dúvidas e angústias mitigadas e suas
experiências trocadas nas oportunidades de conversa que foram abertas. Disso, espera-
se que se concretize nosso principal objetivo: a melhoria da qualidade de vida das
famílias com as quais tivemos oportunidade de trocar experiências.
Palavras-chave: Assistência à Saúde, Educação em Saúde, Pessoas com Deficiência.
Referências:
FREIRE, P. R. N; NOGUEIRA, A. Que fazer: teoria e prática em educação popular.
Sao Paulo: Vozes, 1989.
FREIRE, P. R. N. Pedagogia do Oprimido. 5 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
79
INTERVENÇÃO POR MEIO DAS ARTES CÊNICAS COM USUÁRIOS DO
CAPS AD NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO: UM ESTÍMULO DA
COGNIÇÃO E MEMÓRIA E UM INCENTIVO À INTEGRAÇÃO SOCIAL E
FAMILIAR
Eloísa Helena de Lima ([email protected]) - Orientadora
Gabriel Rodrigues Couto ([email protected])
Laís Martins de Abreu ([email protected])
Mayra Fonseca Borges ([email protected])
Pedro Calazans Rabello ([email protected])
Sofia Magalhães Parreiras ([email protected])
Thaysa Estevão Fernandes ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/02,
busca a consolidação de um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base
comunitária que garanta uma livre circulação das pessoas com transtornos mentais pela
comunidade. Os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) contam
com uma equipe multiprofissional e oferecem o acompanhamento clínico e a reinserção
social dos usuários do serviço. Seu objetivo é promover acesso ao trabalho, lazer,
exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários de seus
usuários. Sabe-se que o abuso do álcool e das drogas causa efeitos prejudiciais em
diversos aspectos da vida, dentre eles a cognição e a memória. Visando exercitar esses
fatores e promover uma maior integração entre usuários do CAPS AD, foi proposta uma
intervenção baseada nas artes cênicas, uma vez que o teatro é capaz de promover este
exercício e possibilitar a criação de laços entre as pessoas envolvidas. OBJETIVOS: O
objetivo geral foi contribuir por meio das artes cênicas para a melhoria da qualidade de
vida, cognição e memória dos usuários do CAPS AD do Município de Ouro Preto –
MG. Os objetivos específicos foram proporcionar integração entre os usuários do CAPS
AD; estimular a cognição e memória por meio de dinâmicas e exercícios de expressão
corporal; construir coletivamente, produzir e apresentar uma peça teatral a partir dos
conhecimentos agregados pelos usuários do CAPS AD. METODOLOGIA: Neste
contexto, foram utilizadas técnicas, exercícios e atividades do Teatro do Oprimido de
Augusto Boal. Todos os dias da realização das atividades de intervenção eram propostos
alguns exercícios de aquecimento, tanto físicos quanto mentais; um exemplo foi a
dinâmica de memorização dos nomes de todos os participantes do dia. RELATO DA
80
EXPERIÊNCIA: As dinâmicas foram realizadas ao longo de seis semanas, uma vez
por semana, tendo como foco a estimulação das funções cognitivas e a contribuição para
elevação no humor dos usuários do serviço mesmo que de maneira pontual através das
atividades. CONCLUSÕES: Foi observado um desenvolvimento da confiança e
autoestima por parte dos usuários, por meio do protagonismo desses nas
atividades, além de contribuir de alguma forma para o quadro de deficiência cognitiva
gerada possivelmente pelo álcool. Os usuários, no geral, iniciavam as atividades de
maneira tímida e por vezes de humor rebaixado, no entanto, com o decorrer da
dinâmica, os participantes demonstravam-se ativos.
Palavras-chave: Memória, Cognição, Saúde mental.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção
psicossocial. Brasília, 2004. Disponível em
<http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf>. Acesso em 30 de maio
de 2017.
BRASIL. Governo Federal. Centro de Atenção Psicossocial - CAPS Álcool e Drogas
24horas. Brasília, 2017. Disponível em
<http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/cuidado/centro-atencao-
psicossocial.html>. Acesso em 30 de maio de 2017.
BOAL, A. 200 exercícios e jogos para o ator e o não ator com vontade de dizer algo
através do teatro. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.
CUNHA J, P. e NOVAES, A. M. Avaliação Neurocognitiva no abuso e dependência
do álcool: implicações para o tratamento. Rev. Bras. Psquiatr., volume 26, suppl.1,
São Paulo, maio, 2004.
81
PROMOÇÃO À SAÚDE: UMA ABORDAGEM SOBRE PRÉ-NATAL, PARTO E
PUERPÉRIO ÀS GESTANTES ACOMPANHADAS NA UBS BAUXITA, NO
MUNICÍPIO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS
Eloisa Lima ([email protected]) - Orientadora
Cibelle Ferreira Louzada ([email protected]) - Orientadora
Débora de Oliveira Antunes Rocha ([email protected])
Erick Veiga Franco da Rosa ([email protected])
Isabella Pereira de Sousa ([email protected])
Letícia Coelho Teixeira ([email protected])
Mariana Campos Belo Moreira ([email protected])
Mona Rezende Ferreira Holanda ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: O período de gestação, parto e puerpério envolve grandes
transformações biológicas, psicológicas e sociais na vida da mulher. Entretanto a
assistência à gestante, atualmente, ainda é muito restrita à consulta médica e às práticas
de caráter intervencionista, sem ênfase adequada nas medicas de promoção à saúde.
Nesse contexto, a criação de grupos operativos que funcionem como espaço de
aprendizagem se mostra uma prática benéfica na atenção à saúde das gestantes e dos
neonatos. OBJETIVOS: Promover saúde às gestantes acompanhadas na UBS Bauxita,
bem como aos recém-nascidos, através de orientações sobre pré-natal, parto e puerpério.
METODOLOGIA: Divulgação do projeto pelos discentes com o apoio da equipe de
saúde da UBS Bauxita. Realização de dois encontros onde foram abordados três temas
principais, sendo eles: parto, amamentação e primeiros cuidados com o bebê. Ambos os
encontros constituíram-se nos seguintes momentos: aplicação do questionário
estruturado ao início e ao fim do encontro; dinâmica de mitos e verdades; roda de
conversa com explanação dos temas supracitados; coffee break e integração dos
membros envolvidos com distribuição de brindes e de certificados. Posteriormente, o
projeto foi avaliado através da análise dos questionários. RELATO DE
EXPERIÊNCIA: A divulgação foi realizada durante quatro semanas, de forma a
abranger o máximo de gestantes possíveis. O primeiro encontro foi elaborado com base
no tema “parto” e os demais temas “amamentaçao e primeiros cuidados bebê” foram
abordados no segundo encontro. A utilizaçao da dinâmica de “mitos e verdades” e de
uma linguagem acessível na roda de conversa foi implementada a fim de um melhor
entendimento e de uma maior interação das gestantes com o assunto abordado. Além
82
disso, a distribuição de brindes e de certificados foi uma estratégia utilizada para
conseguir uma maior adesão do público-alvo. Entretanto, no primeiro encontro
estiveram presentes apenas duas gestantes e no segundo encontro, apenas uma. Ao final
das intervenções, os questionários foram analisados demonstrando um resultado
positivo. Nos questionários aplicados anteriormente à apresentação, as gestante
responderam corretamente, em média, 58.7% das perguntas. Enquanto naqueles
aplicados posteriormente, as mesmas responderam corretamente, em média, 87.3%.
CONCLUSÕES: A preparação das gestantes para o período do parto e pós-parto é de
extrema importância, pois pode prevenir desfechos negativos de intercorrências
passíveis dessa fase. Diante da análise dos resultados, podemos concluir que o projeto
foi significativo devido ao maior percentual de acertos após a intervenção. Ademais, é
importante destacar que o ponto de maior dificuldade foi a baixa adesão do público-
alvo. Hipóteses como a alta oferta de ações similares já instituídas da UBS Bauxita, o
fato dos encontros terem sido realizados em dias úteis e em horário comercial ou a
influência da internet como meio rápido e fácil de informações podem explicar o porquê
dessa baixa adesão. Dessa forma, o projeto atua como uma boa estratégia de promoção à
saúde, porém deve ser redirecionado a outros locais visando aumentar a participação das
gestantes.
Palavras-chaves: Promoção à saúde, Pré-natal, Pós-parto
Referências:
READ, G. D. Childbirth without fear. Londres: Harper Brothers; 1944. Disponível
em:http://www.pollingerltd.com/bookshop/documents/Childbirth_Without_Fear_Sampl
e_Pages.pdf. Acesso em: 12 jun 2017.
SILVA, E. A. T. Gestação e preparo para o parto: programas de intervenção. O
Mundo da Saúde. São Paulo, 2013; 37(2): 208-215. Disponível em:
http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/102/10.pdf. Acesso em: 12 jun 2017.
VALDIVIA, A. Z. Proposta de implantação de grupo de gestantes no centro de
saúde Vale do Jatobá do município de Belo Horizonte - Minas Gerais. 2015. 35p.
Trabalho de conclusão de curso (Especialização Estratégia Saúde da Família) -
Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
83
SALA DE ESPERA: UMA OPORTUNIDADE DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE-
ACOLHIMENTO AOS CUIDADORES DOS PACIENTES DO CAPS INFANTIL
DE OURO PRETO – MG
Eloísa Lima ([email protected]) - Orientadora
Alice Soares Trindade ([email protected])
Bianca Hellen Sousa Martins ([email protected])
Camila Eugenia Fonseca Passo ([email protected])
Carolina Bretas Araújo ([email protected])
Joyce Aparecida Rezende Parreiras ([email protected])
Matheus Augusto de Araújo Baeta Vaz ([email protected])
Raísa Becker ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi) é responsável por
atender crianças e adolescentes portadores de transtorno de saúde mental, através de
uma equipe multiprofissional (EM). O CAPSi preza a participação dos familiares no
cuidado e reabilitação de seus pacientes, devido à grande importância do cuidador no
plano terapêutico deles. Nesse sentido, muitas vezes o cuidador principal acaba
sobrecarregado, sendo, portanto, necessário também dar atenção à saúde do cuidador.
OBJETIVOS: Oferecer suporte aos familiares por meio de encontros e proporcionar
momentos para que o familiar cuidador possa falar das suas angústias, compartilhar
experiências e também falar de si mesmo enquanto pessoa, não somente enquanto
cuidador. METODOLOGIA: Incialmente foi realizada uma Estimativa Participativa
Rápida (EPR) através de reuniões com a EM do CAPSi, durante as quais foi possível
levantar demandas locais e disponibilidade de recurso. Também foi realizada conversa
com os usuários para levantar suas demandas. Em seguida foram elaboradas oficinas de
sala de espera que contemplaram os temas: saúde do cuidador e formas de lidar com o
preconceito/bullying sofridos pelas pessoas com transtorno mental. Em todas as oficinas
foram utilizados poemas e músicas para instigar a conversa e participação dos
cuidadores. Para avaliação das oficinas foi feita análise qualitativa e aplicados
questionários aos participantes. RELATO DA EXPERIÊNCIA: Participar das
reuniões da EM possibilitou ao grupo experenciar uma imersão ao serviço de forma a
perceber as atividades e os desafios do serviço. Além disso, essas reuniões mostraram
ao grupo limitações financeiras, políticas e sociais de encontro à atividade plena do
CAPSi. Durante as visitas foi possível perceber que os acompanhantes ficavam
84
dispersos pelo ambiente sem um local adequado para uma espera confortável e, muitas
vezes, despendiam grande parcela do dia nessa espera. Levando todos esses fatores em
consideração, o grupo decidiu que a realização de grupos operativos em sala de espera
seria uma intervenção útil para aproveitar melhor o tempo de espera, oferecer suporte ao
cuidador e organizar melhor o ambiente físico do CAPSi. Utilizando a ideia de grupo
operativo, durante as oficinas foi valorizada a fala livre dos participantes com a
utilização de músicas e poemas para desencadear as conversas com intuito de promover
a valorização do eu e abordar a autoestima do cuidador. Os cuidadores demonstraram
grande interesse em compartilharem suas experiências, de forma que durante as oficinas
os participantes se aconselhavam sobre como contornar dificuldades sobre o cuidado e
conflitos sociais como bullying e preconceito. Isso pode ser demonstrado pelos
questionários em que 100% dos participantes consideraram a intervenção boa ou ótima,
consideraram que o tempo foi melhor aproveitado e gostaram da utilização de música e
poema. CONCLUSÕES: Percebeu-se que através da EPR, associada a recursos
humanos, artes e ciência, pode-se aproveitar melhor o espaço e o tempo, além de
oferecer suporte aos cuidadores dos usuários do CAPSi. Fazendo com que a experiência
em utilizar esse serviço seja mais satisfatória.
Palavras-chave: Cuidadores, Saúde mental, Acolhimento.
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. A política Nacional de Saúde Mental. Disponível
em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/caminhos_politica_saude_mental_infanto.pdf
>. Acesso em: 18 jun. 2017.
Brasil. Ministério da Saúde. CAPS - Centro de Atenção Psicossocial. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-
raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps>. Acesso em: 18 jun. 2017.
Brasil. Ministério da Saúde. Declaração de Caracas. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_caracas.pdf>. Acesso em: 18
jun. 2017.
85
DISCIPLINA PSICOPATOLOGIA E SEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS
MENTAIS
A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO -
MG
Alexandre Costa Val (Orientador) ([email protected])
Carolina Ponciano Gomes de Freitas ([email protected])
Fernanda Melazzo Nascimento Santos ([email protected])
Isabela Maria Silva Santos ([email protected])
Igor Pimenta de Souza ([email protected])
Nathalie Bartelega Dominguetti ([email protected])
Stefânia Carolina Sousa Castanheira([email protected])
Tatiana Dalat Coelho Furtado ([email protected])
Thaís Guimarães Miranda Xavier ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde, o funcionamento ideal do
sistema de saúde depende da integração do cuidado primário em saúde mental com
outros setores e níveis de atenção. Nesse sentido, é fundamental conhecermos a Rede de
Atenção Psicossocial (RAPS) e a Rede de Assistência Social (SUAS). A RAPS propõe
ampliar, criar e articular pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento mental,
com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema
Único de Saúde. Já o SUAS tem como função a gestão do conteúdo da Assistência
Social no campo da proteção social brasileira. Ambas as redes têm como objetivo
ampliar o acesso à atenção psicossocial, promover vínculos, além de prevenir riscos
sociais e pessoais. OBJETIVO: Descrever os dispositivos da RAPS e SUAS no
município de Ouro Preto - MG. METODOLOGIA: As etapas da investigação
incluíram: revisão bibliográfica; conversa com gestores e profissionais da rede
municipal; visita aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município.
DESENVOLVIMENTO: A RAPS de Ouro Preto é composta por três CAPS – CAPSI,
CAPSad, CAPSi, localizados, respectivamente, nos bairros Água limpa, Padre Faria e
Cabeças, o Ambulatório Especializado e Oficinas Terapêuticas criado em 1994, e leitos
psiquiátricos no Hospital Santa Casa de Misericórdia. Por meio das visitas ao serviço
pudemos perceber que existe pouca articulação com a assistência primária, precariedade
de espaço físico e recursos humanos insuficientes. O SUAS municipal é definido pelo
número de habitantes, composto por cinco CRAS localizados nos bairros com maior
vulnerabilidade, que são Alto da Cruz, São Cristóvão e nos distritos de Cachoeira do
Campo, Santa Rita e Antônio Pereira, bem como um CREAS localizado no bairro
Jardim Alvorada. Os CRAS organizam a proteção social básica, sendo responsáveis
86
pela prevenção de riscos sociais e pessoais em famílias vulneráveis. Já o CREAS é um
serviço especializado destinado a famílias e indivíduos que se encontram em situação de
risco, cujos direitos foram violados e rompidos os laços sociais. De acordo com a
secretária de assistência social, a maior dificuldade envolve os menores em conflito com
a lei. O município não conta com uma equipe especial para acompanhar os jovens que
precisam cumprir medidas socioeducativas nem com uma instituição adequada para
acolher alguns desses que são judicialmente tutelados pelo município. Ao que tudo
indica, a parceria da assistência social com a justiça é frágil, dificultando uma
abordagem mais adequada dessas questões. CONCLUSÃO: Apesar da rede assistencial
do município contar com os principais serviços preconizados pelas políticas públicas
assistenciais, ela se depara com dificuldades, tais como fragilidade de articulação
intersetorial, dificuldades de acesso a certos territórios e precariedade de recursos
estruturais. O conhecimento e apropriação da rede e de suas dificuldades - seja pelo
profissional, seja pelos usuários - são fundamentais para o seu fortalecimento e melhor
articulação.
Palavras-chave: Rede de Atenção Psicossocial; Atenção Integral; Integração do
cuidado.
Referências:
Organização Mundial de Saúde e Organização Mundial de Médicos de Família
(Wonca). Integração de saúde mental nos cuidados de saúde primários: uma perspectiva
global. 2009. Disponível em:
<http://www.who.int/eportuguese/publications/Integracao_saude_mental_cuidados_pri
marios.pdf?ua=1>. Acesso em 03 de agosto de 2017.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088 de 23 de dezembro de 2011. Institui a
Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF);
2013 mai 21; Seção 1:37-38.
87
ENTRE O SUJEITO E A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL:
OS SUJEITOS E SUAS REDES
Alexandre Costa Val ([email protected]) - Orientador
Breno Faria Araújo ([email protected])
Gabriel Pessoa Herthel ([email protected])
Gabriela Moreira do Nascimento ([email protected])
Kamylla Versiani Araújo Faro ([email protected])
Maria Eliza Machado Romeros ([email protected])
Maria Teresa de Andrade Sol ([email protected])
Mirelly Cota Quites ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A Rede de Atenção Psicossocial foi criada com o objetivo de garantir
o atendimento integral ao paciente com transtornos mentais, buscando melhorar o
vínculo do paciente não só com os serviços de saúde, mas também com o social. Nessa
perspectiva, expandimos a noção de rede incluindo todos os ambientes de formação de
laços sociais, como a família, a escola e o trabalho, por exemplo. O objetivo deste
trabalho é discutir, por meio de três relatos de casos acompanhados no ambulatório de
saúde mental da UFOP, a importância dessas redes na promoção do cuidado e da saúde
do sujeito. RELATOS DE CASOS: Caso 1 – J., 10 anos, encaminhado ao ambulatório
devido comportamento violento relatado pela família e pela escola. No decorrer dos
atendimentos, foi detectada a vulnerabilidade social da família e a ausência simbólica de
qualquer lei reguladora. Diante disso, temos investido em uma atuação conjunta e
integrada, envolvendo o CRAS, o Conselho Tutelar, o CAPSi e a escola. Caso 2 – L., 9
anos, levado ao ambulatório pela mãe, com a queixa de comportamento inadequado e
agressividade. Perdeu a mãe biológica aos 3 anos e foi adotado aos 7, após ter passado
por diversas famílias. Não possui boas relações na escola, na vizinhança ou mesmo na
família. No decorrer do acompanhamento, a mãe se mostrou adoecida e sem saber lidar
com a situação. Diante da intensa fragilidade dos laços sociais, as intervenções
necessárias vão além dos limites do ambulatório, demonstrando a importância do
fortalecimento da rede de apoio. Caso 3 – M., 53 anos, solteira. Histórico de 4 tentativas
de autoextermínio e abuso de álcool desde os 16 anos. Em uso de diversos
medicamentos psiquiátricos. Relata infância conturbada, sem contato com o pai e pouco
88
contato com a mãe, marcada por violência física e sexual. O gatilho para início da
última desestabilização psíquica foi o término de um relacionamento e a perda do
emprego. Concomitantemente, o grupo de crochê do qual participa foi desfeito, pois o
local foi fechado. Nesse caso pudemos localizar a perda de diversos pontos de apoio
psicossocial que contribuíram substancialmente para agravar seu quadro psíquico.
DISCUSSÃO: As relações entre adoecimento mental e vulnerabilidade social são
complexas e exigem reflexões e contextualizações. O caráter social e multidimensional
da vulnerabilidade deve ser problematizado, de forma a abrir espaço para ações
intersetoriais e para a criação de redes de atenção que englobem não apenas os serviços
de saúde, mas também outras áreas da vida do sujeito. A ampliação da concepção de
saúde/doença mental reflete em uma prática clínica mais ampliada e longitudinalizada
que transcende questões centradas na doença e na intervenção medicamentosa. Essa
abordagem busca valorizar a criação de sentidos para o sofrimento mental, de forma a
promover a tomada de responsabilidade e implicação nesse processo de enfrentamento.
Podemos citar como principal meio de alcançar estes objetivos a valorização das
relações dos sujeitos, buscando a ampliação de seus laços sociais. Neste sentido, as
redes de apoio, que não se restringem aos serviços de saúde, devem ser priorizadas.
Palavras-chave: Sistemas de Apoio Psicossocial, Saúde Mental, Vulnerabilidade
Social.
REFERÊNCIAS
GAMA, Carlos Alberto Pegolo da; CAMPOS, Rosana Teresa Onocko; FERRER, Ana
Luiza. Saúde mental e vulnerabilidade social: a direção do tratamento. Rev. latinoam.
psicopatol. fundam., São Paulo , v. 17, n. 1, p. 69-84, Mar. 2014.
AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. SciELO-Editora FIOCRUZ,
2007.
ELIA, Luciano. Responsabilidade do sujeito e responsabilidade do cuidado no campo
da Saúde Mental. Academus Revista Científica da Saúde, v. 3, n. 4, 2016.
SEVERO, Ana Kalliny; DIMENSTEIN, Magda. Rede e intersetorialidade na atenção
psicossocial: contextualizando o papel do ambulatório de saúde mental. Psicologia
Ciência e Profissão, v. 31, n. 3, 2011.
89
OFICINA DE IDEIAS E FLUXOS SOBRE CRISE E SAÚDE MENTAL NO
MUNICÍPIO DE OURO PRETO
Hugo Alejandro Cano Prais ([email protected]) - Orientador
Eduardo Nogueira Botinha ([email protected])
Caroline Paula Prósperi Souto ([email protected])
Géssica Mendes de Almeida ([email protected])
Sarah de Oliveira Mendes ([email protected])
Henrique Nigri Caetano de Oliveira ([email protected])
Lucas André Silva Santos ([email protected])
Marco Aurélio Cambraia Ribeiro([email protected])
Matheus Alves de Lima ([email protected])
Matheus Silva de Castro ([email protected])
Matheus Thomé Pinheiro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
“Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos’’.
Heráclito de Éfeso (535-475 a.C)
INTRODUÇÃO: Crise em saúde mental pode ser definida como um estado emocional
de desequilíbrio, que demonstra um conflito do individuo diante de uma situação de
mudanças, perdas E ou ameaças, de naturezas diversas. Nela pode ocorrer,
sintomaticamente, perda do contato com a realidade, com ou sem delírios e ou
alucinações, comportamento e fala desorganizada, além de agitações psicomotoras e
agressividade dirigida a si próprio e ou a outros. Em termos mais amplos, a crise deve
ser entendida também como um momento de transformação, de separação do antigo e
uma porta aberta para o novo. OBJETIVOS: Discutir os fluxos de encaminhamento de
usuários da rede de Saúde Mental de Ouro Preto de forma integrada com os diferentes
dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e a EMED-UFOP. MÉTODOS:
Propõe-se a discussão, a partir de vinhetas clínicas, entre coordenadores, professores e
estudantes dos fluxos de encaminhamentos de pessoas em sofrimento que necessitam de
intervenções em momentos de crise no município de Ouro Preto. Os participantes serão
divididos em cinco grupos juntamente com estudantes participantes da oficina. A partir
de técnicas de metodologia ativa, o conhecimento prévio sobre crise em saúde mental
dos grupos será valorizado e discutido. DISCUSSÃO: Os serviços de atenção
psicossocial devem buscar vínculos para ampliar os recursos existentes, articulando-se
com a Rede de Atenção Psicossocial, com o campo da saúde geral e com os recursos da
sociedade civil, configurando assim um cenário de intersetorialidade e
interseccionalidade. O conhecimento do fluxograma de encaminhamento e manejo da
crise é necessário para que os usuários dos serviços de saúde públicos sejam assistidos o
mais adequadamente possível em suas singularidades. CONCLUSÕES: A realização
da oficina buscará não só compreender o atual fluxograma de encaminhamento de saúde
mental da cidade de Ouro Preto, a fim de traçar manejos e condutas menos invasivas e
90
mais eficazes aos usuários, mas também ser parte do aprendizado dos estudantes sobre a
integração ensino e extensão no campo da saúde mental na comunidade. Assim, a crise,
entendida como uma separação, no primeiro momento, só pode ser superada a partir do
emprego dialético do juízo.
Palavras-chaves: crise, saúde-mental, fluxos de encaminhamento, rede de atenção
psicossocial.
REFERÊNCIAS:
HERÁCLITO. Os pré-socráticos. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1996.
SANTANA, Naum Simão de. Crise: as metamorfoses da condição humana. São
Paulo: Ed. Claridade, 2009.
91
DISCIPLINAS SAÚDE E SOCIEDADE; PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE I
- APRESENTAÇÕES ORAIS
A PREVALÊNCIA DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS DE
ACORDO COM AS REGIÕES DO BRASIL
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Marina Santos ([email protected])
Ana Luiza Godinho Gonçalves ([email protected])
Giovana Dias Paiva ([email protected])
Nayara Christini Anselmo ([email protected])
Samuel Junio Borges ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por
mais de 30 agentes etiológicos dentre vírus, bactérias, fungos e protozoários e são
transmitidas, principalmente, através de contato sexual e, eventualmente, por via
sanguínea. A transmissão ainda pode acontecer da mãe para a criança durante a
gestação, o parto ou a amamentação. OBJETIVOS: Comparar e analisar os dados
obtidos dos Boletins Epidemiológicos das infecções sexualmente transmissíveis das
regiões do Brasil, em relação à idade, ao sexo, à mortalidade e à escolaridade.
MÉTODOS: Para o estudo foram feitas revisões bibliográficas a cerca dos índices de
incidência das patologias mais frequentes no país, além da comparação de dados em
relação às regiões pesquisadas e à análise dos fatores que influenciam a maior
ocorrência das doenças. DISCUSSÃO: Segundo estimativas da OMS (2013), mais de
um milhão de pessoas adquirem Infecções Sexualmente Transmissíveis diariamente. No
Brasil, a Organização estima que, a cada ano, sejam notificados 1.967.200 casos de
clamídia, 1.541.800 casos de gonorreia e 937.000 casos de sífilis, além da notificação
compulsória de casos de síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Em relação à
gonorreia e à clamídia é difícil encontrar na literatura dados comparativos entre as
regiões do Brasil especificamente, uma vez que os dados encontrados são referentes a
amostras pequenas, geralmente específicas de um serviço ou de um município. Isso
ocorre porque essas ISTs não estão no plano de notificações, dificultando a obtenção de
dados e a realização de ações específicas. A AIDS é uma doença causada pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) que infecta principalmente as células de defesa do
organismo. O HIV transmite-se através da relação sexual realizada sem o uso de
92
preservativos, por transfusão de sangue contaminado e por via placentária. A maior
prevalência da infecção por HIV ocorre na região sudeste (53,0% dos casos registrados
de 1980 a 2016), a mais populosa do país, sendo essa região também a que possui maior
queda no índice de infecções (redução de 23,4% de 2006 a 2015). Tem maior incidência
em homens (65,1% dos casos) e nas pessoas com a faixa etária entre 25 e 39 anos
(53,0% das ocorrências). A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria
Treponema pallidum, que pode ser transmitida durante relações sexuais desprotegidas
com pessoas infectadas, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para
o bebê durante a gestação ou o parto. De 2010 a 2016, a maioria dos casos (62,1%) foi
registrada na região Sudeste. Além disso, há uma prevalência entre pessoas do sexo
masculino (60,1%), na faixa etária 20 a 39 anos (55,6%), que cursaram ensino médio
completo (16,3%), e que se declararam ser da raça/cor branca (40,1%). CONCLUSÃO:
O conhecimento da situação das Infecções Sexualmente Transmissíveis nas diferentes
regiões do Brasil é imprescindível para dar visibilidade ao problema e preparar o
sistema de saúde para o atendimento eficaz aos doentes, através da implantação de
programas de prevenção e terapêutica, mantendo confidencialidade e ausência de
preconceitos.
Palavras-chave: HIV, doença sexualmente transmissível, sífilis.
Referências:
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde (Org.). Boletim
Epidemiológico: SÍFILIS. 2016. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/>. Acesso
em: 07 ago. 2017.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde (Org.). Boletim
Epidemiológico: HIV. AIDS.Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/>. Acesso em:
07 ago. 2017.
PIAZZETTA, Regina Celi Passagnolo Sérgio et al. Prevalência da infecção por
Chlamydia Trachomatis e Neisseria Gonorrhoea em mulheres jovens sexualmente ativas
em uma cidade do Sul do Brasil. 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032011001100002>.
Acesso em: 05 ago. 2017.
SILVA, Isabelle Carvalho da et al.DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
(DST).Disponível em:
<http://www.unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/saude_foco/artigos/ano2016/042_
doencas_sexualmente_transmissiveis.pdf>. Acesso em: 06 ago. 2017.
93
DIABETES MELITO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: UMA
PERSPECTIVA SOCIAL
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Gheovanna Fonseca Oliveira ([email protected])
Karla Yanca da Silva Pereira ([email protected])
Marcus Vinícius Alves Pacheco ([email protected])
Giovana Cordeiro de Moraes ([email protected])
Guilherme de Paulo Aquino ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O diabetes melito -DM- não se caracteriza por ser uma doença única,
mas um grupo heterogêneo de síndromes poligênicas e multifatoriais associadas à
elevação da glicemia em um organismo no estado de jejum, mediadas pela ausência
parcial ou integral da insulina, um hormônio regulador do metabolismo dos carboidratos
secretado pelas células β presentes nas ilhotas pancreáticas. É dividida em dois tipos: o
tipo 1 consiste em uma deficiência absoluta da secreção da insulina e a tipo 2 em uma
resistência dos tecidos em reconhecê-la, bem como um mal funcionamento da células
betas do pâncreas. Devido à incidência crescente dessas duas variáveis da doença em
crianças e adolescentes é imprescindível uma maior análise de suas implicações na
qualidade de vida dessa faixa etária, em respectivas suas famílias e em como o serviço
público de saúde deve lidar com essa demanda. OBJETIVOS: Esclarecer em que
consiste o diabetes melito, levantar reflexões sobre a qualidade de vida de crianças e
adolescentes com essa doença, analisar a perspectiva das famílias e como o serviço de
saúde tem agido em relação a elas e discutir um modelo centrado na família.
MÉTODOS: Para a realização do trabalho fizemos uma revisão bibliográfica sobre o
diabetes, enfocando em suas perspectivas sociais entre a infância e a adolescência, visto
que consideramos importante a pauta. Discussão/análise crítica: A diabetes melito,
quando acomete crianças e adolescentes promove uma mudança na conjuntura de toda a
família e indivíduos próximos, na medida em que essa faixa etária caracteriza
indivíduos em desenvolvimento, dependentes dos pais para realizar determinadas
atividades, além de ser uma fase de brincadeiras e mudanças, e, nesse aspecto, portar
uma enfermidade crônica que necessita de um controle diário é um desafio. Diante
dessa perspectiva, conhecer o cotidiano de famílias que lidam com essa questão, torna-
se relevante. As crianças e adolescentes com DM1 apresentam demanda de cuidado
medicamentoso, diante da necessidade de insulinoterapia contínua, bem como a
demanda de cuidado habitual modificado à medida que necessitam de adequações na
dieta, atividades físicas regulares e a monitorização contínua da glicemia. Logo, os
94
familiares necessitam adquirir conhecimentos técnicos básicos sobre a doença para que
possam agir da maneira adequada em momentos em que a criança apresenta uma
hipoglicemia, por exemplo. Contudo, muitos se consideram desassistidos em relação a
esse preparo. É preciso que os serviços saúde contemplem a disponibilidade dessas
informações através de um acompanhamento amplificado e contínuo dessas famílias,
considerando os diferentes níveis de acesso à informação que oscilam com os níveis
socioeconômicos. Conclusões: Considerando essa ampliação dos impactos do DM nas
famílias de crianças e adolescentes portadoras da doença, faz-se necessário uma política
pública que contemple o cuidado centrado na família, constituindo dessa forma uma
ação completa e efetiva que objetive a qualidade de vida desses doentes.
Palavras-chave: diabetes melitus; adolescentes; criança.
Referências:
GABBAY, Monica; CESARINI, Paulo R. and DIB, Sergio A.. Diabetes melito do tipo
2 na infância e adolescência: revisão da literatura. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2003,
vol.79, n.3, pp.201-208. ISSN 0021-7557. Disponível em
<http://dx.doi.org/10.2223/JPED.1020> Acesso em 05 de agosto de 2017.
OKIDO, Aline Cristiane Cavicchioli et al. As demandas de cuidado das crianças com
Diabetes Mellitus tipo 1. Esc. Anna Nery Rev. Enferm, v. 21, n. 2, p. e20170034-
e20170034, 2017. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452017000200206&lang=pt#aff2>. Acesso em 05 de agosto de 2017.
CHAMPE, P. C. HARVEY, R. A. FERRIER, D. R. (1994) Bioquímica Ilustrada. 4ª
edição. Porto Alegre: Artmed, 2009. 519 p.
95
EFEITOS DA TOXICIDADE DO ARSÊNIO NA POPULAÇÃO DE OURO
PRETO.
Orientador: Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Autores: Bruna Rocha Lopes ([email protected])
Letícia Ferreira Coelho ([email protected])
Karine Cardoso Martins ([email protected])
Felipe Caetano Romagnoli ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A cidade de Ouro Preto, em virtude da captura de água subterrânea
em um relevo rico em metais, apresenta em sua água arsênio em alta quantidade. Essa
substância pode estar afetando a saúde da população que consome cotidianamente a
água local. OBJETIVO: O trabalho tem como principal objetivo compreender o efeito
do Arsênio, presente em alta concentração na água de Ouro Preto, sobre a saúde da
população, com ênfase para os problemas dermatológicos e neurológicos associados.
MÉTODOS: Foi realizada revisão de literatura nas bases de dados Scielo e Google
Acadêmico, a partir das seguintes palavras-chave: arsênio, saúde e toxicidade. Não
houve filtro por língua. DISCUSSÃO: Ouro Preto é uma cidade localizada no
Quadrilátero ferrífero, tendo relevo marcado por cristas rochosas constituídas por
grande variedade de minerais metálicos, com destaque para o Arsênio (As), um metal
tóxico. A grande preocupação quanto a essa constituição se dá devido ao teor desse
metal na água que abastece a população local, uma vez que a captação subterrânea
ocorre em regiões de antigas minas auríferas, de modo que cidadãos ficam expostos aos
efeitos do As. O Arsênio é tóxico ao organismo devido ao fato de atuar bloqueando o
mecanismo de respiração celular. Esse bloqueio tem início na glicólise, uma vez que,
por apresentar estrutura semelhante à do Fósforo, substitui-o no composto 1,3-
bisfosfoglicerato, intermediário da via glicolítica. Além disso, o metal atua inibindo a
enzima alfa cetoglutarato descarboxilase, uma enzima reguladora do Ciclo de Krebs.
Como consequência, ocorre comprometimento do funcionamento da via aeróbia de
produção energética, ocasionando maiores danos aos tecidos que possuem maior
demanda energética, como o tecido nervoso. Com isso, tem-se maior incidência de
problemas neurológicos, tais quais delírios, convulsões ou, até mesmo, coma. Os
estudos do grupo ainda ressaltam os efeitos da intoxicação por esse metal na epiderme,
causando distúrbios dermatológicos. Isso devido a esse composto inativar enzimas
relacionadas à síntese e ao reparo de DNA, além de ser um bioacumulador,
acumulando-se de forma expressiva na pele. Existem hipóteses de que essa inibição
enzimática pode interferir nos fatores de controle do ciclo celular, estando relacionada
com o surgimento de neoplasias. Essa situação é mais prejudicial no caso da epiderme,
pois esse tecido apresenta renovação constante, necessitando de DNA estável para a
replicação. A vermelhidão da pele, as lesões dérmicas, e os relatos de hiper e
hipopigmentação como resultados dessa intoxicação podem estar associados a essa
bioacumulação na pele. CONCLUSÃO: Conforme a revisão de literatura, o alto teor de
96
arsênio presente na água de Ouro Preto pode estar relacionado com a incidência de
problemas neurológicos e distúrbios dermatológicos na população que consome essa
água. Isso tem relação com os efeitos tóxicos desse metal no organismo.
Palavras-chaves: Arsênio, Saúde, Toxicidade.
REFERÊNCIAS:
ANDRADE,Daiene Flor; ROCHA, Marcia Santos da. A TOXICIDADE DO ARSÊNIO
E SUA NATUREZA. Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz, 2015.
BORBA, Ricardo Perobelli; FIGUEIREDO, Bernardino Ribeiro; CAVALCANTI, José
Adilson. ARSÊNIO NA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM OURO PRETO E MARIANA,
QUADRILÁTERO FERRÍFERO (MG). Rev. Esc. Minas, vol.57, no.1, Ouro
Preto, Jan./Mar., 2004.
97
MINDFULNESS-BASED STRESS REDUCTION (MBSR) COMO FORMA DE
INTERVENÇÃO NO COMBATE À ANSIEDADE E AO ESTRESSE EM
ESTUDANTES DE MEDICINA
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) - Orientadora
Alex José Porto Nogueira ([email protected])
Bruna Mundim Ramos ([email protected])
Hiago Melo de Oliveira ([email protected])
Laila Fernandes da Cunha ([email protected])
Marcos Fonseca Melo Neto ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O curso de medicina é caracterizado por exigir dos estudantes uma
elevada capacidade de absorção de informações em um curto período de tempo e por
requisitar estratégias de coping (esforços cognitivos e comportamentais para lidar com
situações de dano, de ameaça ou de desafio quando não se está disponível uma rotina ou
uma resposta automática). Nesse sentido, não são raras incidências de doenças
psicossociais nesse grupo, como ansiedade, depressão, abuso de drogas, dificuldades de
relacionamento e, por fim, suicídio. Diante dessa situação, diversas técnicas devem ser
realizadas a fim de evitar ou atenuar essas enfermidades: uma metodologia que vem
sendo bastante estudada nesse contexto é o Mindfulness-Based Stress Reduction
(MBSR). OBJETIVOS: Analisar, baseando-se em revisão da literatura, o impacto da
aplicação da técnica MBSR em estudantes de medicina. MÉTODOS: Foram utilizados
artigos e textos científicos encontrados nas revistas Scielo e PubMed, utilizando as
palavras chaves: Mindfullness AND estudantes de medicina AND ansiedade AND
estress. Esses arquivos serviram como embasamento teórico de suporte nas conclusões
de nosso trabalho. DISCUSSÃO: Mindfulness-Based Stress Reduction é um processo
psicológico que possui como constituintes a orientação intencional da atenção para o
momento presente e a vivência desse momento presente com curiosidade, abertura e
aceitação. Foi desenvolvida na década de 1970, por Jon Kabat-Zinn, em um programa
de redução de estresse da Universidade de Massachusetts. A MBSR foi desenhada para
lidar com estresse, ansiedade, enfermidades e dor, e vem sendo aplicada em centros
médicos, hospitais e instituições de saúde. O artigo Depression, stress and anxiety in
medical students: A cross-sectional comparison between students from different
semesters demonstrou a associação entre altos níveis de sintomas de depressão,
ansiedade e estresse em estudantes de medicina. Responderam ao questionário 743
(73,63%) dos 1.009 estudantes matriculados no curso de medicina, com 34,6%
98
apresentando sintomatologia depressiva; 37,2%, sintomas de ansiedade; e 47,1%,
estresse. Destarte, é clara a necessidade da aplicação de métodos como o MBSR no
cotidiano dos estudantes objetivando a melhoria de vida desse grupo. Estudos
demonstram que treino em MBSR pode contribuir para melhorar o coping adaptativo
dos estudantes de medicina, mormente naqueles com níveis mais elevados de
neuroticismo. CONCLUSÃO: Devido à variedade e à complexidade de fatores que
envolvem o bem estar psicológico, os resultados da técnica MBSR podem variar de
indivíduo para indivíduo. Contudo, diante dos diferentes estudos, pode-se correlacionar
o uso da técnica MBSR como uma ferramenta eficiente no combate à ansiedade e ao
estresse nos estudantes de medicina.
Palavras-chave: Estudantes de Medicina; Ansiedade; Mindfulness;
Referências:
DUARTE DA PAZ, Gil. Relação entre o mindfulness, o stress a satisfação com a vida e
o desempenho académico nos estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior.
Disponível em: http://www.psicologia.pt/teses/textos/TE0016.pdf. Acesso em 20 Agos.
2017.
De Vibe, M., Solhaug, I., Tyssen, R., Friborg, O., Rosenvinge, J. H., Sørlie, T., &
Bjørndal, A. (2013). Mindfulness training for stress management: a randomised
controlled study of medical and psychology students. BMC Medical Education, 13, 107.
Disponível em: http://doi.org/10.1186/1472-6920-13-107. Acesso em 20 Agos. 2017.
MENEZES, Carolina Baptista and DELL'AGLIO, Débora Dalbosco. Por que meditar?
A experiência subjetiva da prática de meditação. Psicol. estud. [online]. 2009, vol.14,
n.3 [cited 2017-08-08], pp.565-573. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722009000300018&lng=en&nrm=iso. Acesso em 20 Agos. 2017.
Artigo 1: MOUTINHO, Ivana Lúcia Damásio et al. Depression, stress and anxiety in
medical students: A cross-sectional comparison between students from different
semesters. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2017, vol.63, n.1 [cited 2017-08-08],
pp.21-28. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302017000100021&lng=en&nrm=iso. Acesso em 20 Agos. 2017.
99
O PROCESSO TRANSEXUALIZADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS)
Orientadora: Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Caroline da Silva Conceição ([email protected])
Gabriel Rodrigues Moreira ([email protected])
Gustavo Sabec Folgueral ([email protected])
Isadora Brito Nunes ([email protected])
Victor Miguel Fernandes de Moraes ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A importância de se discutir a respeito da saúde da população
transexual no Brasil é evidenciada pela burocracia excessiva e pela precariedade
infraestrutural do Sistema Único de Saúde (SUS), além da incapacitação profissional na
promoção do processo transexualizador. Segundo o Art. 5º das Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina, na atenção à saúde, o graduando deve
ser formado para considerar o espectro da diversidade humana que singulariza cada
pessoa ou cada grupo social, cabendo aos futuros profissionais da área proporcionar o
acesso integral à saúde para essa parcela marginalizada da população. OBJETIVOS:
Fazer uma análise crítica do processo transexualizador e dos seus desafios no Sistema
Único de Saúde (SUS). MÉTODOS: Foi realizada uma revisão da legislação e da
literatura relativa à saúde da população transexual, buscando os fatores legais,
biológicos e sociais que atuam como impeditivos da promoção da saúde desse grupo e
que, portanto, influenciam diretamente na progressão do processo transexualizador no
sistema único de saúde (SUS). DISCUSSÃO: De acordo com o Ministério da Saúde, o
processo transexualizador pode ser definido como um conjunto de medidas que visam
“o acolhimento e acesso com respeito aos serviços do SUS, desde o uso do nome social,
passando pelo acesso à hormonioterapia, até a cirurgia de adequação do corpo biológico
à identidade de gênero e social”. Anteriormente ao ano de 1997, as cirurgias de
redesignação sexual eram proibidas no Brasil, tornando-se oficializadas no Sistema
Único de Saúde (SUS) apenas em 2008, pela portaria nº457 do Ministério da Saúde.
Contudo, diversos dados demonstram falhas quanto à promoção desse processo.
Primeiramente, a burocracia excessiva é evidenciada no fato de que a cirurgia de
redesignação sexual só é realizada a partir dos 21 anos de idade, mediante
acompanhamento ambulatorial prévio, com duração de dois anos. Somado a isso, é
necessário o laudo psiquiátrico CID 10-F64 que diagnostica um transtorno de identidade
100
sexual no paciente, classificando a transexualidade como uma patologia. Ademais, a
precariedade infraestrutural se reflete no pequeno número de centros de saúde
especializados, assim como na quantidade reduzida de cirurgias de redesignação
realizadas anualmente. Por fim, a atual limitação do SUS nas categorias de: saúde da
criança e do adolescente, saúde da mulher, saúde do homem e saúde do idoso,
demonstra a sua inadaptação ao atendimento da diversidade, exemplificado pela falta de
profissionais preparados para atender a população transexual. CONCLUSÃO: O estudo
realizado evidenciou que o SUS possui muitos problemas na execução do processo
transexualizador. Por isso, essa temática deve ser constantemente debatida para que as
deficiências do sistema sejam identificadas e superadas, garantindo o acesso integral à
saúde para a população transexual.
Palavras-chaves: Pessoas Transgênero; Serviços de Saúde para Pessoas
Transgênero; Sistema Único de Saúde.
Referências:
PROCESSO TRANSEXUALIZADOR NO SUS. 1ª Edição. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/1174-
sgep-raiz/lgbt/21885-processo-transexualizador>. Acesso em: 0 ago. 2017.
PETRY, Analídia Rodolpho. Transgender women and the Gender Reassignment
Process: subjection experiences, suffering and pleasure in body adaptation. Revista
Gaúcha de Enfermagem,[s.l.], v. 36, n. 2, p.70-75, jun. 2015. FapUNIFESP (SciELO).
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2015.02.50158>. Acesso em: 06 de
ago. 2017.
ARAN, Márcia; MURTA, Daniela; LIONCO, Tatiana. Transexualidade e saúde pública
no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 14,n. 4,p. 1141-1149, ago. 2009 .
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232009000400020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 06 de ago. 2017.
Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais. 1ºed. Brasília, 2013. Disponível
em:<bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf>.
Acesso em 06 de ago. 2017.
Ministério da Saúde. Saúde da população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e
transexuais. Revista de Saúde Pública, Brasília, 2008, v.42, n.3, p. 570-573. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v42n3/itms.pdf>. Acesso em 06 de ago. 2017.
101
PESQUISA EMPÍRICA E ANÁLISE COMPARATIVA ACERCA DA
PREVALÊNCIA DO ALCOOLISMO E DO TABAGISMO NO MEIO
UNIVERSITÁRIO DE OURO PRETO
Professora orientadora:
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Monitora orientadora:
Renata Alexandre Gomes da Silva ([email protected])
Discentes:
Bruno Vítor Pinto Coelho Rodrigues ([email protected])
Gabriel Araújo Moura Leite ([email protected])
Marcos Maurício Reis Alves ([email protected])
Vinícius Roberto de Andrade ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A prevalência do alcoolismo, do tabagismo e do uso de drogas
ilícitas é um aspecto preocupante do cenário universitário brasileiro. No caso da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), essa situação acaba, muitas vezes, sendo
potencializada. Fatores como a jornada intensa de aulas, distância de casa, e a
necessidade de adesão a um grupo apresentam-se determinantes para essa realidade.
OBJETIVO: Determinar a prevalência do uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas entre
os universitários da UFOP, segundo o gênero, o curso e o período, buscando associá-la
ao cotidiano desses indivíduos, e comparando com análises semelhantes realizadas em
outras universidades. METODOLOGIA: Foi elaborada uma pesquisa exploratória no
campus, com amostra não probabilística, baseada nas discussões sobre a leitura das
referências, em que os dados foram utilizados para sugerirem conclusões em termos
comparativos com as outras pesquisas estudadas nos artigos pesquisados, visando
embasar as conclusões do grupo. Para isso, foram realizados 150 questionários com
alunos da universidade, sendo que 50 contemplaram estudantes da área da saúde, 50
contemplaram estudantes das ciências exatas e os outros 50 contemplaram alunos da
área de humanas. Dos entrevistados, 86 eram homens e 64 eram mulheres. Dentre as
questões analisadas, destacam-se a frequência do uso de tabaco, de álcool e de drogas
ilícitas antes e depois do ingresso na instituição, qualidade de vida e fatores
predisponentes a essa realidade. RESULTADOS: Na análise dos questionários, pode-se
perceber que cerca de 74% dos estudantes (111) fazem uso de bebidas alcoólicas pelo
menos uma vez na semana, sendo que a predominância ocorre no sexo masculino e nas
ciências exatas. Desses indivíduos, cerca de 88,3% (98) alegaram que já consumiam
essas bebidas antes do ingresso na universidade, e que esse consumo foi potencializado
após a entrada no ensino superior, devido sobretudo à necessidade de pertencimento a
algum grupo. Quanto ao tabagismo, a pesquisa apontou que cerca de 44% dos
entrevistados (66) fumam uma ou mais vezes na semana, sendo os homens a maioria
102
novamente, com 65% dos resultados (43). Vale salientar que a maioria dos alunos disse
fumar cigarros de palha, ao invés do cigarro branco, e que a frequência variou conforme
os períodos, sendo que os maiores períodos fumavam mais. Já o uso semanal de drogas
ilícitas mostrou-se com menor percentual entre os estudantes, com cerca de 18% (27), e
a maconha foi a droga mais citada. Os alunos justificaram novamente o desejo de
pertencimento a um grupo específico como um fator muito relevante para essa situação,
além do estresse devido às altas jornadas de aulas. Cabe ressaltar que o uso de drogas
ilícitas apresentou-se com maior frequência nos alunos da área de saúde.
CONCLUSÃO: Concluiu-se que a UFOP, por ser um local de novas experiências e
com uma cultura republicana que une muitas pessoas a novos grupos, têm se mostrado
um ambiente propício ao alcoolismo e ao tabagismo entre seus alunos. Ademais,
levantou-se a hipótese de essa situação ser mais grave em Ouro Preto, em relação a
outras cidades, necessitando intervenções que ajam nos fatores predisponentes.
PALAVRAS CHAVE: Alcoolismo, Tabagismo, Drogas ilícitas.
REFERÊNCIAS:
RAMIS, Thiago Rozales et al. Tabagismo e consumo de álcool em estudantes
universitários: prevalência e fatores associados. Rev. bras. epidemiol., Jun 2012,
vol.15, no.2, p.376-385. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-
790X2012000200015. Acesso em 08 de Agosto de 2017.
SILVA, Leonardo V E Rueda et al. Fatores associados ao consumo de álcool e drogas
entre estudantes universitários. Rev. Saúde Pública, Abr 2006, vol.40, no.2, p.280-
288. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102006000200014. Acesso em
08 de Agosto de 2017.
DAMASCENO, Rudson Oliveira et al. Uso de álcool, tabaco e outras drogas e
qualidade de vida de estudantes universitários. Rev. Baiana de Enfermagem, Jul/Set
2016, vol.30, no.3, p.1-10. Disponível em http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v30i3.15533.
Acesso em 08 de Agosto de 2017.
103
VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER: ACOLHIMENTO POR EQUIPE
DE SAÚDE NO BRASIL
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected])
Júlia Gallo de Alvarenga Mafra ([email protected])
Bernardo Augusto de Faria Dias ([email protected])
Elisa Bastos Martins de Oliveira ([email protected])
Letícia Cincerre de Godoy ([email protected])
Marco Antônio Linhares Velloso ([email protected])
Mohara Lana Samora Saraiva ([email protected])
Talila Swelen Prudencio Santos ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher no cenário nacional é um grave problema
de saúde pública e implica altos índices de morbidade e mortalidade feminina, sendo
uma forma de violação dos direitos humanos. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), uma em cada quatro mulheres no Brasil sofreu, sofre ou sofrerá algum
tipo de violência sexual durante a vida. Nesse contexto, a mulher violentada
sexualmente precisa de acolhimento humanizado e é indispensável para esse o
estabelecimento de protocolos que visem um relacionamento adequado entre os
profissionais de saúde e a vitima. OBJETIVOS: Analisar criticamente o contexto de
violência sexual contra as mulheres no Brasil, dando enfoque no acolhimento às vítimas
e realizar uma abordagem do protocolo de atendimento a elas, estabelecendo
comparação com relatos de caso. MÉTODOS: Revisão não sistêmica da literatura.
Busca na plataforma SCIELO e em plataformas educativas de domínio coletivo por
artigos com edição em língua portuguesa publicados entre 2005 e 2015, sobre os
assuntos em: Atendimento a mulher vítima de violência sexual, o contexto da violência
sexual da mulher no Brasil e a integração da saúde e da segurança no atendimento
imediato. DISCUSSÃO: Infere-se a partir da literatura que a violência contra a mulher
é presente em diferentes culturas e locais do Brasil, nos mais diferentes contextos,
destacando o ambiente doméstico como o principal cenário desses abusos. Em dados
mais recentes, publicados pelo 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2015, foram
registrados no Brasil 47,6 mil estupros e isso corresponde apenas a 35% da realidade
nacional, pois inúmeras mulheres são intimidadas a denunciar. Diante disso, desde 1998
existe no Brasil a Norma Técnica “Prevençao e Tratamento dos Agravos Resultantes da
Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes” que estabelece uma série de
atendimentos preventivos a sequelas da agressão, abrangendo aspectos físicos e
psicológicos, no qual se estipula uma rede de hospitais capacitados a realizarem um
acolhimento e terapia medicamentosa até 72h após a agressão, seguindo uma normativa
humanizada e especifica que visa o maior conforto e segurança da vitima. Após a
implantação do Protocolo de Ações Integrativas – Atendimento a Vítima de Violência
Sexual (PAI) no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, observou-se um crescimento nos
104
atendimentos, aumentando de 42 para 169, dos quais 87,7% são mulheres.
CONCLUSÃO: Embora enfatizado pelo Ministério da Saúde, ainda existe uma grande
discrepância entre o atendimento idealizado nos protocolos e o que é visto na realidade,
além de observar que muitas vítimas não procuram o atendimento com receio de
julgamentos, exposição ou até mesmo o medo de sofrerem represália. A proteção à
vítima de estupro ainda não é abrangida na Constituição, tornando-a também vitima do
Estado e da Sociedade, uma vez que não possui amparo no âmbito da prevenção,
controle e tratamento da violência, o que leva a crer que o enfretamento dessa violência
requer uma ação integrada de vários setores da sociedade, como saúde, segurança
pública, educação e justiça.
Palavras chaves: Violência Sexual, Acolhimento, Protocolo.
Referências:
SUDARIO, Sandra; ALMEIDA, Paulo César de; JORGE, Maria Salete Bessa. Mulheres
vítimas de estrupo: contexto e enfrentamento dessa realidade. Psicol. Soc., Porto
Alegre, v. 17, n. 3, p. 80-86, Dec. 2005. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822005000300012&lng=en&nrm=iso>. acesso em 07 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822005000300012.
CAMPOS, Maria Angela Mirim Rosa e et al . Violência Sexual: integração saúde e
segurança pública no atendimento imediato à vítima. Saude soc., São Paulo , v. 14, n.
1, p. 101-109, Apr. 2005 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12902005000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 07 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902005000100011.
LIMA, R. S. de et al. 9º anuário brasileiro de segurança pública 2015. Anuário de
Segurança Pública , São Paulo, 2015. Disponível em
<http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/wp-content/uploads/2015/10/9-
Anuario-Brasileiro-de-Seguranca-Publica-FSB_2015.pdf> Acesso em 07 Agu. 2017.
105
DISCIPLINAS PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE II; MEDICINA, CIÊNCIA
E SOCIEDADE – APRESENTAÇÕES ORAIS
CONTROLE SOCIAL: EXPERIÊNCIA NO INCENTIVO À REATIVAÇÃO DO
CONSELHO LOCAL DE SAÚDE DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) DE
PADRE FARIA NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO-MG
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) - Orientadora
Olívia Maria de Paula Alves Bezerra ([email protected]) - Orientadora
Aline Gonçalves Souza ([email protected])
Camila Assis Freitas ([email protected])
Maria Carolina Siman ([email protected])
Matheus Zeferino do Conde ([email protected])
Mayara Dutra de Coimbra ([email protected])
Pedro Henrique Paes Scott e Silva ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O controle social é um princípio norteador do Sistema Único de
Saúde (SUS) e constitui uma importante inovação da Constituição de 1988, uma vez
que permite à população fiscalizar e participar das decisões políticas em saúde. O
controle social se dá, dentre outros meios, em nível local através dos Conselhos Locais
de Saúde (CLS), formados por usuários e profissionais da UBS (Unidade Básica de
Saúde). Arantes (2007) ressalta a importância dos CLS como espaços que possibilitam a
prática da cidadania, nos quais os participantes aprendem a exercer seu papel político
intervindo nas políticas de saúde e mantendo uma relação de cooperação com os
gestores. Lisboa (2016) complementa que os CLS, por serem próximos das demandas
da sociedade, são capazes de aumentar a mobilização social e levar sugestões e
reivindicações para os conselhos e autoridades centralizadas. OBJETIVOS: O projeto
de atuação nas comunidades atendidas pela UBS Padre Faria teve como objetivo a
promoção da autonomia e a sensibilização da comunidade acerca dos aspectos que
envolvem o CLS, com o intuito de despertar na população adscrita o interesse pela
reativação do Conselho Administrativo da Unidade (CAU), bem como estimular a
implementação de programas de educação permanente junto aos membros da CAU.
METODOLOGIA: Foi realizada pesquisa de artigos e de legislação para embasamento
teórico, além de reuniões com os membros da UBS Padre Faria – em uma delas foi
realizada uma oficina com as ACS (Agentes Comunitárias de Saúde) para discussão
sobre o tema- e do Conselho Municipal de Saúde. Com o apoio dos profissionais da
UBS foi distribuído à comunidade o material de divulgação - “folders”, cartazes e vídeo
- e promovido o encontro com a população para que definissem os candidatos ao cargo
de conselheiro. A pessoa eleita poderá contar com o material produzido para educação
continuada composta por vídeos produzidos pela Fiocruz e cartilhas do Ministério da
106
Saúde. DESENVOLVIMENTO: A mobilização das comunidades visando a
participação popular nos serviços locais de saúde é ferramenta importante para o
fortalecimento do SUS e para a promoção da autonomia dos usuários. Dessa forma, eles
se tornam conhecedores de seus direitos, exercitam a cidadania e contribuem para o
estabelecimento de ações mais democráticas, que podem trazer benefícios para toda a
comunidade. Com o apoio do material produzido, os novos conselheiros e a comunidade
podem ser melhor informados quanto a função e atribuição do CAU, contribuindo para
mitigar os riscos de abandono das funções do conselho. CONCLUSÕES: O projeto
assume grande relevância já que a população e os membros da UBS se mostraram
envolvidos, esperançosos e cientes da importância do controle social, se mobilizando
para criar as condições necessárias para a reativação do CAU.
Palavras-chave: Sistema Único de Saúde; participação social; conselhos de saúde.
Referências:
ARANTES, Cássia Irene Spinelli; MESQUITA, Camila Campos; MACHADO, Maria
Lúcia Teixeira; OGATA, Márcia Niituma. O controle social no sistema único de saúde:
concepções e ações de enfermeiras da atenção básica. Texto Contexto Enferm,
Florianópolis, 2007 Jul-Set; 16(3): 470-8. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072007000300013>. Acesso em 19 de julho
2017.
LISBOA, Edgar Andrade et al.Conselhos locais de saúde: caminhos e (des) caminhos da
participação social. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 679-698, Dez.
2016. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198177
4620160003006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 14 de junho 2017.
107
DESATANDO OS NÓS SOBRE SEXUALIDADE E GÊNERO: OFICINAS
INTERATIVAS COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO BAIRRO ROSÁRIO –
MARIANA/MG, RELATO DE EXPERIÊNCIA
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) - Orientadora
Gabriela Mayumi Kolling Higaki ([email protected])
Iago Teixeira Vital ([email protected])
Jorge Luiz Marques Gervásio ([email protected])
Maryane de Oliveira Silva ([email protected])
Yuri Barbosa de Menezes ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Mesmo nos dias atuais, falar sobre sexualidade e gênero continua
sendo um tabu, devido à desinformação disseminada e à cultura heteronormativa ainda
vigente na sociedade. Segundo Santos et al. (2015), há uma rotulaçao do que é “certo” e
do que é “errado” – baseada no contexto sócio-histórico de socialização – que classifica
os indivíduos de acordo com a forma que exteriorizam sua sexualidade, o que torna
necessária a desconstruçao das noções de “normal” e “anormal”. Nesse âmbito, o
preconceito que circunda as concepções de gênero e sexualidade, enraizado
socialmente, também reflete na conduta profissional dentro de instituições de alto grau
de influência como Saúde e Educação. OBJETIVOS: Dialogar com os profissionais de
saúde da Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) do Bairro Rosário e com os
profissionais de educação da Escola Dom Luciano, do município de Mariana/MG, a fim
de perceber como a sexualidade do indivíduo é entendida por eles. A partir disso,
construir reflexões sobre os temas abordados nas oficinas, de forma que sejam geradas
novas perspectivas sobre o papel de atuação deles dentro das instituições e da
comunidade às quais pertencem. METODOLOGIA: Baseado no artigo elaborado para
o XIX Encontro Didático Científico e aliado a uma revisão de literatura, foram
selecionados três grandes temas para serem pesquisados e discutidos nas oficinas.
Realizaram-se cinco encontros, sendo o primeiro para apresentação do projeto e o
último para seu encerramento e feedback dos participantes. Os outros três encontros
consistiram em oficinas temáticas que ocorreram por meio de debates horizontais
mediados pelos próprios alunos do 2º período do curso de Medicina da Universidade
Federal de Ouro Preto (UFOP), com apresentação de mídia visual e sonora, dinâmicas e
recreações, sempre relacionadas ao conteúdo abordado em questão. RELATO DE
EXPERIÊNCIA: Houve a adesão ao projeto apenas dos profissionais de saúde da
UAPS, que se mantiveram presentes do início ao fim. Os profissionais de educação da
Escola Dom Luciano encontravam-se em férias letivas e os alunos do curso de
Pedagogia da UFOP, também convidados, não tiveram disponibilidade para o horário.
Em todas as oficinas houve interação entre os presentes (profissionais e alunos), com
direito livre de fala – desde que respeitando o Acordo de Convivência criado no
primeiro encontro, com termos sugeridos pelos próprios participantes, a fim de reger os
demais encontros – e com abordagem gradual de temas, tornando o espaço confortável
108
para promover desconstruções de conceitos sociais induzidos historicamente.
CONCLUSÃO: Tornou-se evidente a relevância do projeto ao gerar discussões sobre
sexualidade e gênero. Por meio do envolvimento dos participantes, pode-se perceber a
desconstrução de alguns conceitos e preconceitos que eles possuíam, etapa fundamental
para se atingir um atendimento amplo e eficaz à saúde de todos os indivíduos, de acordo
com suas especificidades. Além disso, o uso de espaços horizontais e dinâmicos de fala
foi essencial para a obtenção dos resultados positivos.
Palavras-chave: Sexualidade, relações de gênero, profissionais de saúde.
Referências:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
PINHO, Raquel; PULCINO, Rachel. Desfazendo os nós heteronormativos da escola:
contribuições dos estudos culturais e dos movimentos LGBTTT. Educ. Pesqui., São
Paulo, v. 42, n. 3, p. 665-681, set. 2016. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
97022016000300665&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 jun. 2017.
RUFINO, Andréa Cronemberger; MADEIRO, Alberto Pereira. 6 Práticas Educativas
em Saúde: Integrando Sexualidade e Gênero na Graduação em Medicina. Rev. bras.
educ. med., Rio de Janeiro, v. 41, n. 1, p. 170-178, jan. 2017. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022017000100170&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 27 jul. 2017.
SANTOS, Adilson Ribeiro dos et al. Implicações bioéticas no atendimento de saúde ao
público LGBTT. Rev. Bioét., Brasília, v. 23, n. 2, p. 400-408, ago. 2015. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
80422015000200400&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 24 fev. 2017.
109
DESVENDANDO OS MITOS DA GRAVIDEZ: OFICINA COM AS
GESTANTES DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CACHOEIRA DO
CAMPO
Elaine Leandro Machado ([email protected]) - Orientadora
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) - Orientadora
Andressa de Almeida ([email protected])
Carolina Pamêla da Costa ([email protected])
Gabriel Henrique de Faria Freire ([email protected])
Isadora Dantas Sakr Khouri ([email protected])
Luiza Zaidan de Souza Prado ([email protected])
Nágella Samara Eleutério da Silva ([email protected])
Pedro Henrique Moreira Leal ([email protected])
INTRODUÇÃO: A gravidez é um período de grandes transformações para a mulher,
para seu (sua) parceiro (a) e toda a família. São vivências intensas e por vezes
sentimentos contraditórios, momentos de dúvidas, de ansiedade, especialmente se
ocorrido na adolescente (Caderneta da Gestante, 2016). Muitas vezes a aprendizagem
sobre a gravidez e o parto é realizada de forma incorreta e empírica, interiorizada por
histórias e relatos de gravidezes e partos complicados, através, sobretudo da tradição
oral (COUTO, 2004). Dentre os métodos de ensino em saúde, a dinâmica de grupo
favorece a troca de experiências e ajuda a desfazer o ciclo de ansiedades e temor muitas
vezes introduzido pela tradição oral. Na gestação, a mulher está motivada e preocupada
com o seu bebê, buscando os melhores cuidados para assegurar um nascimento saudável
Nesse cenário, o Programa de Saúde da Família (PSF) é o elo que estabelece a proposta
de vinculação dos multiprofissionais com a comunidade. A partir levantamento das
demandas da Unidade Básica de Saúde de Cachoeira do Campo, verificou-se a
necessidade de criar um ambiente no qual as gestantes se sintam à vontade para
compartilhar experiências e se tornarem empoderadas nesse processo. OBJETIVO:
Estabelecer um ambiente propício ao diálogo e esclarecimento de dúvidas das gestantes
atendidas acerca dos mitos que envolvem a gravidez e levantar as demandas desse
grupo específico para servir de base para um possível grupo de gestantes na Unidade
Básica de Cachoeira do Campo. MÉTODOS: A partir de visitas à UBS e região, foram
identificados seus principais desafios e demandas. A partir da escolha do tema, de
acordo com a demanda local, foi realizada uma entrevista com algumas grávidas da
região, estabelecendo um diálogo aberto sobre a período gestacional. A partir desta
entrevista, foi feito o convite a uma oficina “Desvendando os mitos da Gravidez” que
foi ministrada na semana seguinte. Foi confeccionada uma caixa para que as gestantes
depositassem suas dúvidas que serviriam também de material para elaboração da
oficina. No dia desse encontro , foi aplicado um questionário para as duas grávidas
presentes sobre os mitos da gravidez antes da realização da oficina sobre o período
gestacional, desvendando os mitos da gravidez, criando um ambiente de troca de
experiências. Depois da apresentação, foi aplicado o mesmo questionário respondido
110
por elas anteriormente. Ao fim do encontro entregamos uma caderneta da gestantes,
criada pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais,, fornecida pela própria
UBS, que reúne todas as informações relevantes. RESULTADOS: O questionário
realizado primeiro, antes da oficina com as gestantes, apresentou 72,5% de acertos
enquanto após a oficina foram de 82,5%. Observou-se um aumento de acertos de 10%.
CONCLUSÃO: Dessa forma, podemos concluir que a dinâmica da oficina criou um
ambiente propício para que as gestantes pudessem expor suas dúvidas e s anseios, além
de favorecer o incremento de seus conhecimentos sobre a gravidez e sobre o período
pós gestacional. Nota-se que, pelo aumento de acertos do questionário, a oficina foi de
grande relevância para que as grávidas presentes conhecessem mais sobre o período que
elas estão vivendo. Ademais, o material produzido pele grupo auxiliará os profissionais
da UBS na criação do grupo de gestantes.
Palavras-chave:
Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante. 3ª edição Brasília – DF 2016
Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher:
plano de ação 2004-2007. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.
Freire P. Conscientização: teoria e prática da libertação, uma introdução ao pensamento
de PF. São Paulo: Moraes; 1980.
Ministério da Saúde (BR). Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de 2011: aprova a Política
Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
organização da Atenção Básica para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília (DF): MS; 2011 [acesso 2012 Jun
30]; Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html
111
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: RODAS DE CONVERSA COM ADOLESCENTES
ACERCA DA SEXUALIDADE E SUAS ABRANGÊNCIAS
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) - Orientadora
Dâmaris Mariana da Fonseca ([email protected])
Letícia Calazans Queiroz ([email protected])
Luíza Araújo Diniz ([email protected])
Rayane Elen Fernandes Silva ([email protected])
Rogério Pinheiro Rodrigues ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Com a iniciação, cada vez mais precoce, da prática sexual entre
adolescentes tornam-se indispensáveis a abordagem de assuntos relacionados à saúde
dos jovens, seu conhecimento e acesso a métodos contraceptivos, bem como a
afirmação de sua autonomia e determinância em relação a processos que tangem à
sexualidade e ao seu empoderamento pessoal. (MOURA, et al., 2014). OBJETIVOS:
Realizar rodas de conversa, visando orientar e elucidar os jovens a respeito de temáticas
que envolvam a sexualidade, como Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs),
métodos contraceptivos, autodeterminação dos jovens em relação às práticas sexuais.
MÉTODOS: Foram realizadas rodas de conversa com alunos da Escola Estadual de
Antônio Pereira, situada no município de Ouro Preto, Minas Gerais, na faixa etária dos
12 aos 19 anos, sobre a temática sexualidade e seus desafios na adolescência.
DISCUSSÃO: A adolescência é um período considerado crítico, pois os jovens estão
em constante busca pela própria identidade e afirmação individual e/ ou grupal. Uma
das melhores estratégias de se incutir nos adolescentes os conhecimentos necessários
sobre educação sexual, desde o contexto da prática sexual à prevenção contra gravidez e
ISTs, está em envolvê-los em um debate (GURGEL, et al., 2010). Buscando realizar um
trabalho cujo objetivo não se reduzisse a simplesmente passar informações sobre a
dimensão biológica da sexualidade, mas trabalha-la enquanto dimensão integradora do
ser humano, optou-se por realizar a metodologia de rodas de conversa, o que, de acordo
com SAMPAIO et al, fornece uma estratégia política libertadora, que favorece a
emancipação humana, política e social de coletivos humanos. A abordagem aos
adolescentes baseou-se no modelo biopsicossocial (MATSUKURA e VIEIRA, 2017), o
qual leva em consideração os aspectos sociais e subjetivos da sexualidade, não se
restringindo aos seus aspectos biológicos. Com essa abordagem, buscou-se uma maior
aproximação dos jovens, tornando-os atores diretos e principais de um debate de caráter
instrutivo e horizontal. CONCLUSÃO: O trabalho pretende, portanto, disseminar a
educação em saúde por meio de uma prática de intervenção biopsicossocial, oferecendo
aos jovens informações sobre tal assunto e com a participação livre e crítica dos
educandos.
Palavras-chave: Sexualidade, adolescência, educação em saúde.
112
Referências:
MOURA, Laís Norberta Bezerra de; GOMES, Keila Rejane Oliveira. Planejamento
familiar: uso dos serviços de saúde por jovens com experiência de gravidez. Ciênc.
saúde coletiva. 2014, vol.19, n.3, pp.853-863
GURGEL, Maria Glêdes Ibiapina et al . Desenvolvimento de habilidades: estratégia de
promoção da saúde e prevenção da gravidez na adolescência. Rev. Gaúcha Enferm.
Porto Alegre , v. 31, n. 4, p. 640-646, Dec. 2010
SAMPAIO J, SANTOS G. C., AGOSTINI M, SALVADOR AS. Limits and
potentialities of the circles of conversation: analysis of an experience with young people
in the backcountry of Pernambuco, Brazil. Interface (Botucatu). 2014; 18 Supl 2:1299-
1312.
VIEIRA, Priscila Mugnai; MATSUKURA, Thelma Simões. Modelos de educação
sexual na escola: concepções e práticas de professores do ensino fundamental da rede
pública. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , v. 22, n. 69, p. 453-474, June 2017
113
PROMOCAO EM SAUDE ALEM DOS MUROS DA UBS: UMA
INTERVENCAO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL NO BAIRRO
PIEDADE EM OURO PRETO
Eloísa Helena de Lima ([email protected]) - Orientadora
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) - Orientadora
Artur Lara Meinick ([email protected])
Érico Henrique Araújo de Morais ([email protected])
Fernando Victor Eliseu Macedo ([email protected])
Marco Wellington Junio Estevam ([email protected])
Rafael Rocha Carneiro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Casos de doenças sexualmente transmissíveis recorrentes entre os
adolescentes na Unidade Básica de Saúde do Bairro Piedade em Ouro Preto - MG, em
especial a sífilis, abriu um precedente para efetuar uma intervenção nessa localidade.
Sabido que a atuação de uma Unidade Básica de Saúde não se restringe ao seu espaço
físico, mas sim a toda a comunidade, e que a educação em saúde permite a promoção de
um desenvolvimento responsável dos adolescentes, quanto ao seu corpo e seus atos, foi
proposta uma intervenção em promoção da saúde com os jovens do Bairro. Tendo como
foco a prevenção de doenças, o cuidado com o corpo e projetos de vida, foi eleito a
Escola Izaura Mendes como local principal para a intervenção. OBJETIVOS:
Fomentar o conhecimento e desenvolver o senso crítico a cerca da sexualidade e da
perspectiva para o futuro dos jovens da escola. Além disso, objetiva-se melhorar as
habilidades de comunicação, liderança e gestão dos estudantes de medicina envolvido
no projeto, que serão de suma importância na pratica medica. METODOLOGIA: Com
base em metodologias ativas foram realizadas as rodas de conversa com as turmas do
sétimo, oitavo e nono ano da instituição, em eventos separados para aumentar a adesão
dos alunos ao projeto, com o intuito de promover a reflexão e incentivar a participação.
Além disso, foi utilizado um jogo de perguntas e respostas, vídeo educativo e na sala de
informática os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os programas públicos de
qualificação profissional oferecidos na região de Ouro Preto e Mariana.
DESENVOLVIMENTO/ RELATO DE EXPERIENCIA: As informações coletadas
na UBS foram ao encontro das obtidas em conversas preliminares com professores e
diretores acerca da sexualidade. Todavia, no decorrer das dinâmicas realizadas em sala
com os alunos, constatou-se um maior interesse, além da já mencionada, em
perspectivas para o futuro, especificamente as opções para mercado de trabalho e os
cursos profissionalizantes. Por meio das dinâmicas, houve boa participação dos alunos,
contribuindo para a obtenção de conhecimento, dando ênfase em métodos de
114
transmissão e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e também relacionado
as políticas governamentais profissionalizantes. CONCLUSÃO: Nesse trabalho foi
observado a precariedade do conhecimento dos alunos que participaram da ação em
relação a questões elementares que são fundamentais para a manutenção da saúde. Isso
evidencia a necessidade da continuidade de uma promoção em saúde que vise aprimorar
ainda mais o conhecimento desse público. O projeto contribuiu para que os jovens
participantes conhecessem políticas públicas que favoreçam suas perspectivas com
relação aos projetos de vida. Além disso, contribuiu para que os acadêmicos de
medicina envolvidos tenham uma formação que prime pelos cuidados da saúde da
população de uma forma holística e não somente biomédica.
Palavras chave: Promoção em saúde; Atenção Primária à Saúde; Adolescente.
Referências:
GUIMARÃES, R.G.M.; FERREIRA, M.C.; VILLAÇA, F.M. O debate necessário: a
importância da extensão universitária para a formação médica. Cadernos ABEM,
volume 4. Outubro 2008.
VIERO, Vanise dos Santos Ferreira et al. Educação em saúde com adolescentes: análise
da aquisição de conhecimentos sobre temas de saúde. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro,
v. 19, n. 3, p. 484-490, Sept. 2015.
AFONSO, Maria Lucia; ABADE, Flavia Lemos. Para reinventar as rodas. Belo
Horizonte: Rede de cidadania Mateus Afonso Medeiros (RECIMAM), 2008. Publicação
Eletrônica.
SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA. Guia de Referência Rápida -
Doenças Sexualmente Transmissíveis. Rio De Janeiro. 2011. 1ª Edição. p.32-39.
115
A VALORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS PELOS AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A
COMUNIDADE DE CABANAS
Adriana Maria de Figueiredo ([email protected]) – Orientadora
Arthur Vartuli Yokoo ([email protected])
Daniel Ananias da Silva ([email protected])
Emanuelle Scarlath Tomaz ([email protected])
Flavia Marcella Sena Gonçalves Borba ([email protected])
Lucas Soares do Valle ([email protected])
Vinicius Moura de Castro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A profissão de agentes comunitários de saúde (ACS) é caracterizada
pelo exercício de promoção da saúde e atividades de prevenção de doenças através de
ações domiciliares. Esses profissionais têm as seguintes atribuições: desenvolver ações
que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à unidade
básica de saúde (UBS); trabalhar com adscrição de famílias em área geográfica
definida; desenvolver ações educativas, visando à promoção da saúde e à prevenção das
doenças, de acordo com o planejamento da equipe; cadastrar as pessoas de sua
microárea; orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
desenvolver atividades de promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos e de
vigilância à saúde; acompanhar, por visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob
sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe. A proposta
deste projeto partiu do entendimento de que o perfil deste profissional e suas atividades
realizadas precisam ser mais bem definidos e especificados tanto para os profissionais
quanto para a população. OBJETIVOS: incrementar a autovalorização dos ACS e,
dessa forma, melhorar suas condições psicoemocionais. Além disso, refletir junto com
os ACS sobre as peculiaridades de seu ofício, seus direitos e também levar
conhecimento sobre as atribuições desses profissionais para os indivíduos da
comunidade de Cabanas. METODOLOGIA: foi utilizada a pedagogia renovada como
norteadora das seguintes atividades: roda de conversa com os ACS que participaram
ativamente, acompanhamento da atuação do profissional por meio da participação da
reunião de matriciamento e das visitas domiciliares, oficinas e dinâmicas.
Posteriormente, foi realizada uma reunião com os coordenadores das equipes de saúde
da Unidade, além de confecção de alguns banners e cartazes, para expor os principais
problemas enfrentados pelos ACSs e divulgar sobre a importância destes para a
população. As reuniões e oficinas foram executadas na sala de reuniões da Unidade
Básica de Saúde de Cabanas com o auxílio das enfermeiras responsáveis.
DESENVOLVIMENTO/RELATO EXPERIÊCIA: foi possível observar
acompanhando os ACSs que os mesmos apresentam diversos problemas na execução do
seu trabalho, como a falta de material, identificação para ter acesso a casa do paciente,
116
falta de informação da população sobre a estratégia de trabalho em família e da
importância dos ACSs entre outros. Foi possível notar uma grande instabilidade
emocional desses profissionais que possuem pouco aporte psicoemocional e sofrem de
grande desvalorização profissional. Acompanhando os ACSs foi possível também
observar a complexidade e a importância da sua função dentro da dinâmica de serviços
da unidade. CONCLUSÕES: é necessário que os ACSs sejam mais preparados para
exercerem suas funções, possuam direitos mais bem delimitados (para que os mesmos
não sofram desvio de função) e seja proporcionado a eles melhores condições de
trabalho. Ademais, é preciso levar à população a relevância do trabalho desses
profissionais na equipe de saúde, para que sejam valorizados e respeitados.
Palavras chave: Agentes Comunitários de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Unidade
Básica de Saúde de Cabanas;
Referências:
GARCIA, Ana Claudia Pinheiro et al . AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NO
ESPÍRITO SANTO: DO PERFIL ÀS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS. Trab. educ.
saúde, Rio de Janeiro , v. 15, n. 1, p. 283-300, Apr. 2017 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-
77462017000100283&lng=en&nrm=iso>. access on 03 July 2017. Epub Dec 08,
2016. http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00039.
MACIAZEKI-GOMES, Rita de Cássia et al . O trabalho do agente comunitário de
saúde na perspectiva da educação popular em saúde: possibilidades e desafios. Ciênc.
saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 21, n. 5, p. 1637-1646, May 2016 . Available
from <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232016000501637&lng=en&nrm=iso>. access on 27 July 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015215.17112015.
COSTA, Marta Cocco da et al . Processo de trabalho dos agentes comunitários de
saúde: possibilidades e limites. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre , v. 33, n. 3, p.
134-140, Sept. 2012 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
14472012000300018&lng=en&nrm=iso>. access on 27 July 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472012000300018.
LOTTA, Gabriela Spanghero. Saberes locais, mediação e cidadania: o caso dos agentes
comunitários de saúde. Saude soc., São Paulo , v. 21, supl. 1, p. 210-222, May 2012 .
Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12902012000500018&lng=en&nrm=iso>. access on 27 July 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902012000500018.
117
DISCIPLINA SEMIOLOGIA I – APRESENTAÇÕES ORAIS
“ÁRVORE RESPIRATÓRIA”: UMA METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO DA
SEMIOLOGIA
Allan Jefferson Cruz Calsavara ([email protected]) - Orientador
Camilla de Paiva Silva Ferreira ([email protected])
Fernanda Guimarães Avelar ([email protected])
Paula Ester Mendes Barbosa Fernandes ([email protected])
Thiago Madureira Brandão ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Ao entrarem no ciclo clínico, os estudantes de medicina geralmente
apresentam dificuldades relacionadas não só à assimilação de conteúdo, mas também ao
desenvolvimento de práticas semiológicas. Nesse contexto, os jogos podem servir como
ferramenta adicional de aprendizado, sendo grandes colaboradores pedagógicos ao
atuarem de maneira diferenciada, dinâmica e atrativa, características fomentadoras da
criatividade e pensamento crítico. São, portanto, agentes facilitadores da promoção das
faculdades intelectuais, as quais estimulam a iniciativa individual e favorecem, dessa
forma, a memorizaçao e o progresso na disciplina. O surgimento do jogo “Árvore
respiratória” foi, assim, desenvolvido utilizando-se tais premissas. OBJETIVOS:
Ampliação e fixação do conhecimento da semiologia do aparelho respiratório, incluindo
anamnese, exame físico e principais doenças pulmonares; treinamento de habilidades
clínicas; estimulação do trabalho em equipe. MÉTODO: O jogo consiste em um
tabuleiro com uma árvore traqueobrônquica de doze degraus, sendo eles aleatoriamente
distribuídos nas cores azul, amarelo, verde e vermelho. Cada cor representa um tema do
aparelho respiratório do qual será realizado uma pergunta: sinais e sintomas, exame
físico, principais doenças pulmonares e a cor verde corresponde a uma habilidade
clínica que será solicitada. Todos os jogadores começarão no primeiro degrau. À
medida que forem acertando as questões ou a demonstração da habilidade referente
àquela cor irão progredindo no jogo. Quem atingir primeiro o topo da pirâmide será o
vencedor. DISCUSSÃO / ANÁLISE CRÍTICA: O jogo “Árvore respiratória” consiste
na criação de cartões com perguntas e assertivas. Possui como um dos princípios
basilares o conhecimento de como fatores emocionais estão intrinsicamente
relacionados com o processo de aprendizagem. A cada acerto, o cérebro envia
comandos específicos que geram prazer e satisfação. Tal mecanismo auxilia na retenção
de dados, que aumenta na medida em que são deflagrados estímulos novos e prazerosos.
Não obstante, a memorização é facilitada ainda que estímulos negativos sejam
provocados. Essa integração entre o emocional e a memória é ensejado pelo
envolvimento do sistema límbico, componente responsável pelas emoções,
118
comportamento social e controle das funções de aprendizado e memória. Além disso, os
jogos favorecem o surgimento e discussão de opiniões divergentes. Isso induz a
formação do pensamento crítico, bem como a troca de conhecimentos entre os
estudantes, além da procura de alternativas para solucionar as adversidades,
características fundamentais para um aprendizado amplo e consistente na disciplina de
semiologia médica. CONCLUSÃO: O jogo “Árvore respiratória” permite, portanto, a
fixação do conteúdo da disciplina Semiologia I de forma lúdica e descontraída, bem
como o exercício de habilidades clínicas em equipe, aumentando a dinamicidade e
eficiência do aprendizado.
Palavras-chave: Aprendizagem, Sistema Respiratório, Jogos Experimentais.
REFERÊNCIAS:
ALVES, Luciana; BIANCHIN, Maysa Alahmar. O jogo como recurso de
aprendizagem. Ver. Psicopedagogia 2010; 27(83): 282-7. Disponível
em:http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v27n83/13.pdf
JAFFE, L. (2007) Games amplify motivation in education. IN BRADSHAW, M. J. &
LOWENSTEIN, A. J. (Eds.) Innovative teaching strategies in nursing and related
health professions. 4th ed. Sudbury, Mass., Jones and Bartlett Publishers.
119
DESENVOLVIMENTO DE JOGO DINÂMICO NO APRENDIZADO DE
SEMIOLOGIA MÉDICA RELACIONADA AO SISTEMA DIGESTÓRIO
Nathane Tayná Dias Machado ([email protected]) - Orientadora
Paulo César Rodrigues Pinto Corrêa ([email protected]) - Orientador
Danilo Correa de Oliveira ([email protected])
Ed Maciel Andrade Rodrigues ([email protected])
José Sérgio Lopes Teixeira ([email protected])
Rafael Augusto Magalhães Lima ([email protected])
Rolan Henrique Pires Brozeghini ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Frente ao atual processo de aprendizagem nas escolas de medicina
brasileiras, muitas vezes herméticos e hierarquizados, com a transmissão do
conhecimento de forma passiva, faz-se necessária a estruturação de novas frentes de
aprendizado no âmbito pedagógico. Uma delas é a utilização de jogos didáticos. Tais
jogos proporcionam discussão sobre a temática em grupo, a busca ativa de
conhecimentos, o compartilhamento de ideias e a gestão do tempo, atributos essenciais à
formação de um bom profissional de saúde. OBJETIVOS: Propõe-se o
desenvolvimento de um jogo que relacione os principais achados clínicos semiológicos
e dados epidemiológicos às principais comorbidades do aparelho digestório a fim de
estimular o raciocínio clínico dos estudantes de medicina para a futura prática clínica.
METODOLOGIA: O embasamento teórico para realização dos 20 desafios presentes
no jogo consistirá em informações de livros de clínica médica, semiologia e patologia.
A apresentação dos desafios, incluindo as dicas em cada rodada será feita utilizando-se
o dispositivo Microsoft Office Power Point com o auxílio de um mediador. Será
necessário um cronômetro digital para computar o tempo entre as rodadas do jogo,
assim como caneta e papel para cada grupo realizar os eventuais palpites.
DISCUSSÃO: O jogo será desenvolvido no padrão perguntas-dicas-respostas e
consistirá em desafios diversos, cada qual com 5 dicas relacionadas a alguma
comorbidade do aparelho digestório, que serão ditas uma a uma a cada rodada do jogo,
totalizando, portanto, um máximo de 5 rodadas e 5 dicas para cada desafio. Entre as
dicas, podem incluir informações relacionadas a aspectos semiológicos, patológicos ou
epidemiológicos associados a alguma doença. Os participantes irão se reunir em
pequenos grupos com até 6 integrantes, e terão um tempo estabelecido entre cada
rodada para discutirem sobre o possível diagnóstico. Ao final de cada rodada, os
participantes ou grupos terão uma chance de se manifestar, escrevendo em um papel o
120
que sugerem ser o achado diagnóstico (Ex.: doença diverticular do cólon) e o mediador
as lerá em voz alta para todos. Se a resposta estiver errada, o grupo que se manifestou
perderá a chance de acumular pontos no desafio, podendo se manifestar novamente
apenas no desafio seguinte enquanto os demais grupos continuam. Caso um ou mais
grupos acertem antes das 5 dicas, os que acertaram acumulam os pontos referentes a
rodada e os demais grupos ficam com zero no desafio em questão. Com relação a
pontuação, o grupo que conseguir descobrir a resposta com 1 dica acumulará 1000
pontos, 2 dicas 500 pontos, 3 dicas 300 pontos, 4 dicas 200 pontos e 5 dicas 100 pontos.
O grupo vencedor será aquele que acumular 6.000 pontos primeiro. Se ao final dos 20
desafios nenhum grupo tiver atingido essa pontuação, o vencedor será aquele que
estiver com mais pontos. CONCLUSÃO: Pretende-se, com o emprego do jogo, não
apenas estimular o raciocínio clínico dos estudantes de medicina, mas também a
capacidade de gerenciamento e gestão de tempo, o cooperativismo e a interação
interpessoal, que são habilidades muitas vezes ignoradas no meio acadêmico, todavia,
indispensáveis ao médico.
Palavras-chave: Faculdades de Medicina, Aprendizagem por Associação, Estudo de
Casos.
REFERÊNCIAS:
ASSIS, M. Uma nova sensibilidade nas práticas de saúde. Interface Comunic., Saúde,
Educ., v.5, n.8, p.139-40, 2001.
VASCONCELOS, E.M. Redefinindo as práticas de saúde a partir de experiências de
Educação Popular nos serviços de saúde. Interface Comunic., Saúde, Educ., v.5, n.8,
p.121-6, 2001.
121
O USO DA FERRAMENTA JOGO DE TABULEIRO PARA FIXAÇÃO DE
CONTEÚDOS RELACIONADOS À DISCIPLINA SEMIOLOGIA MÉDICA
Carolina Ali Santos ([email protected]) - Orientadora
Carolina Ponciano Gomes de Freitas ([email protected])
Fernanda Melazzo Nascimento Santos ([email protected])
Igor Pimenta de Souza ([email protected])
Isabela Maria Silva Santos ([email protected])
Nathalie Bartelega Dominguetti ([email protected])
Stefânia Carolina Sousa Castanheira ([email protected])
Thais Guimarães Miranda Xavier ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
Introdução: A Semiologia é o capítulo da patologia geral que se ocupa do estudo dos
sinais e sintomas das enfermidades; é o ramo da ciência médica que ensina a técnica
correta para obter sinais ou sintomas de determinado estado patológico mediante
inspeção, palpação, percussão e ausculta.³ De acordo com Vasconcelos et al (2010),
constata-se uma pobreza no desenvolvimento de novos instrumentos que possam
enriquecer a Semiologia em suas dimensões psicológica e social, ao mesmo tempo em
que se presencia a incorporação pouco crítica de recursos tecnológicos desenvolvidos
para contemplar a dimensão biológica das doenças. ³O jogo como instrumento de
aprendizagem é um recurso de extremo interesse aos educadores, uma vez que sua
importância está diretamente ligada ao desenvolvimento do ser humano em uma
perspectiva social, criativa, afetiva, histórica e cultural.¹Nesse contexto, os jogos,
quando utilizados de forma a colaborar no processo de ensino, podem ser ferramentas
capazes de contribuir efetivamente para uma educação de qualidade, e seu uso nas
atividades educativas demonstra uma clara percepção da natureza lúdica do ser
humano.² Objetivos: O objetivo do presente trabalho é aplicar a ferramenta jogo de
tabuleiro para consolidação do aprendizado na área de semiologia médica.³ Métodos: A
partir de uma breve revisão literária foram encontrados artigos que validam a utilização
de jogos como ferramenta de aprendizado. Assim, foi criado um jogo de tabuleiro para
fins didáticos explorando a temática da Semiologia do Abdômen. Discussão/Análise
crítica: Esse jogo consiste em um jogo de tabuleiro com sequência de casas com cores
alternadas em que cada cor corresponde a um modelo de pergunta diferente em relação
a temática da semiologia do abdômen. Inicialmente os participantes lançam os dados e
de acordo com a ordem decrescente dos números obtidos será decidido quem iniciará o
jogo. Assim, definida a ordem de início, o dado é lançado pelo primeiro participante e
de acordo com o número obtido ele anda a quantidade de casas correspondentes. Na
casa resultante haverá uma pergunta definida pela cor, sendo que cada cor corresponde a
estilos de perguntas diferentes, são eles: simulação de uma manobra de palpação
abdominal, perguntas objetivas e questões discursivas. Caso o participante acerte ele
permanece na casa e, caso ele erre, retrocederá duas casas passando sua vez para o
122
próximo jogador. Ganha aquele que conseguir chegar primeiro ao final da sequência de
casas. As questões a serem respondidas serão retiradas aleatoriamente de um banco de
dados desenvolvido pelo grupo organizador e selecionadas de acordo com o estilo de
pergunta durante o jogo. Conclusão: Devido à relevância da Semiologia na formação
médica e à necessidade de ampliar os espaços de troca de saberes e experiências sobre o
ensino médico, o jogo criado representa um recurso de aprendizado que visa facilitar a
fixação e compartilhamento desses conhecimentos, de forma divertida e lúdica.
Palavras-chave: Jogo, Abdome, didática.
REFERÊNCIAS:
ALVES, Luciana; BIANCHIN, Maysa Alahmar. O jogo como recurso de
aprendizagem.Rev. psicopedag., São Paulo , v. 27, n. 83, p. 282-287, 2010 .
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862010000200013&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 05 ago. 2017.
PIETRUCHINSKI, Mônica Hoeldtke; NETO, João Coelho; MALUCELLI, Andreia;
REINEHR, Sheila. Os jogos educativos no contexto do SBIE: uma revisão sistemática
de Literatura. Aracaju, p. 476-485, 2011. Disponível em: <http://www.br-
ie.org/pub/index.php/sbie/article/view/1614>. Acesso em: 05 ago. 2017
MIDAO, Claudia M. de Vasconcellos; RUIZ-MORENO, Lidia. O ensino da Semiologia
nas escolas médicas do Estado do Rio de Janeiro. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro
, v. 34, n.3, p.397-405, Sept. 2010. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022010000300009&lng=en&nrm=iso>. access on 05 Aug. 2017.
123
SEMIOGAME: UM JOGO SOBRE A SEMIOLOGIA DO APARELHO
CARDIOVASCULAR
Allan Jefferson Cruz Calsavara ([email protected]) - Orientador
Edson Vander Ribeiro Júnior ([email protected])
Júlia Viegas Alves ([email protected])
Mauro Alberto do Espírito Santo ([email protected])
Raphael David Pimenta de Carvalho ([email protected])
Thalyta Joana de Oliveira ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Os conhecimentos a serem adquiridos dentro de um único semestre
da graduação são muitos e necessitam de métodos de apoio para sua fixação. Um dos
métodos para isso é o uso de jogos didáticos, que contribuem para os processos de
ensino e aprendizagem, facilitando a fixação dos conhecimentos adquiridos ao longo do
semestre. O SemioGame, dentro desta proposta, será utilizado para testar e cimentar o
entendimento dos estudantes do ciclo clínico sobre a semiologia do aparelho
cardiovascular. OBJETIVO: Os jogadores devem se esforçar para reconhecer
condições, achados clínicos e alterações anatomopatológicas do aparelho cardiovascular
através de dicas, reveladas uma a uma ao longo de cada rodada do jogo. No jogo, o
objetivo de cada equipe é chegar o mais próximo possível do “coraçao” do tabuleiro.
MATERIAIS: O jogo será composto por 3 jogadores, sendo um representante de cada
subturma, que deverão ser escolhidos por livre consenso antes do início da atividade,
sendo cada um deles representado por um pino de cor diferente. Além desses três
participantes, haverá um quarto, representante da subturma elaboradora do jogo, que
atuará como um contra-jogador. O jogo contém 1 tabuleiro, com 10 casas em cada
membro, onde deverão ser posicionados os pinos, que caminharão em direção ao
“coraçao”. Contém ainda, 25 cartas, numeradas, com 4 dicas cada uma, sobre
condições, achados clínicos, alterações anatomopatológicas do aparelho cardiovascular,
bem como a resposta dessas dicas. MÉTODOS: Os jogadores decidirão quem
começará o jogo por meio de 2 ou 1. O escolhido retirará uma carta, irá entregá-la ao
mediador do jogo e depois escolher um número de 1 a 4. O mediador vai ler em voz alta
a dica referente ao número escolhido e o jogador terá uma chance de resposta – para
isso, deve se reunir à sua subturma e juntos a escolherem. Se acertar, anda uma casa no
tabuleiro, rumo ao “coraçao”, se errar, o jogador à sua direita escolhe um outro número
de 1 a 4, e o mediador lê a dica referente. O jogo continua dessa forma até que alguém
acerte o que está sendo descrito na carta ou que se esgotem as dicas e ninguém tenha
acertado a resposta. Neste caso, o contra-jogador, caminha uma casa no tabuleiro e o
mediador revela a resposta. Vence o jogo quem chegar ao “coraçao” primeiro, ou quem
124
mais se aproximar dele no tempo disponível para o jogo. CONCLUSÕES: A utilização
de metodologias lúdicas de ensino, como o SemioGame, permite que os estudantes não
somente consolidem conteúdos acadêmicos, mas aprimorem aptidões pessoais como
capacidade de comunicação e expressão, trabalho em grupo e cooperação, contribuindo
para sua formação técnica e social.
Palavras-chaves: materiais de ensino, aprendizagem, semiologia.
REFERÊNCIAS:
LIMA, M. I. A.; SANTOS, D. L.; BEZERRA, T. M. O.; SILVA, A. P. S.; PEDROSA,
L. B., SANTOS; G. L. S., PADOVAM, I. P.. “Cara a cara com a célula”: o jogo como
agente facilitador na aprendizagem de citologia. Anais do Congresso Nordestino de
Biólogos. V.6: Congrebio 2016. ISSN2446-4716.
Regras do Jogo Perfil Júnior 1. Grow. Disponível em:
<http://www.growgames.com.br/Content/Files/01131_Regra%20Perfl%20J%C3%BAni
or%201.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2017.
125
DISCIPLINA SEMIOLOGIA II – APRESENTAÇÕES ORAIS
ABORDAGEM SEMIOLÓGICA DA NEURALGIA DO TRIGÊMEO
Fabiana Alves Nunes Maksud ([email protected])
Anna Elisa Borges Barcelos ([email protected])
Áquilla Henrique Gonçalves Teixeira ([email protected])
Clarissa Rodrigues Nardeli ([email protected])
Fabiana Duarte Barbosa ([email protected])
Felipe Otávio Vieira Santos ([email protected])
Giuliana Dias Machado ([email protected])
Henrique Santiago França ([email protected])
Izabela Washington de Souza Pereira ([email protected])
Joana Glória Pimenta de Resende ([email protected])
Júlia de Carvalho Machado ([email protected])
Junio Cesar Costa ([email protected])
Rômulo Nascimento Mundin ([email protected])
Thaís de Meira Alves ([email protected])
Tiago Medeiros Pravato ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A neuralgia do trigêmeo (NT) é a mais conhecida e debilitante forma
de neuralgia facial. É caracterizada por uma forte dor, distribuída ao longo de um ou
mais ramos do trigêmeo, descrita como “latejante”, “queimaçao” ou “choque elétrico”,
paroxística e de curta duração, desde alguns segundos até minutos, com severidade e
frequência bastante variáveis. Pode afetar de maneira crítica a qualidade de vida dos
pacientes, sendo descrita pela literatura como uma das dores mais intensas, podendo
inclusive levar ao suicídio. O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na
sintomatologia reportada pelo paciente. É essencial uma anamnese criteriosa a respeito
da evolução dos sintomas para se conhecer quais os estímulos exatos e os locais que
deflagram a dor. RELATO DE CASO: Paciente V.E.D., 63 anos, sexo masculino,
natural e procedente de Ouro Preto, Minas Gerais, compareceu à consulta ambulatorial
no Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto no dia 20 de junho de 2017.
Já fazia acompanhamento no serviço devido a uma coronariopatia que já havia cursado
com dois episódios de infarto agudo do miocárdio. O paciente já se queixara de
sintomas de natureza neurológica, como zumbidos e dor “em luva” na mao esquerda,
em atendimentos anteriores. Na consulta em questão, relatou dor periauricular à
126
esquerda, intensa e difusa, irradiando para grande parte da hemiface e algumas vezes
alcançando a região periorbitária. Os sintomas iniciaram no mês de fevereiro de 2017 e
evoluíram gradualmente com piora da dor. O uso de compressas sobre o pavilhão
auricular trazia ligeiro alívio. O paciente alegou não ter outros fatores de melhora ou de
piora da dor. Ao exame de otoscopia, evidenciou-se alodinia da região periauricular
esquerda nas regiões temporal, infratemporal e parotideomassetérica da face. Não
apresentou sinais flogísticos tampouco alterações relacionadas ao tímpano em nenhum
ouvido. Entretanto, o toque do otoscópio no conduto auditivo esquerdo e sua inserção
provocaram dor, relatada como intensa e lancinante a ponto de ter feito o paciente tentar
interromper o exame otológico, sem outras alterações. Diante disso, tem-se como
hipótese diagnóstica a NT, de origem desconhecida, para justificar o quadro do
paciente, e, como conduta, o paciente foi encaminhado para o ambulatório de
Neurologia. DISCUSSÃO: A NT, por acometer um nervo somático misto sensorial e
motor que fornece grande parte da inervação sensitiva da face e cavidade oral, pode
envolver diversas especialidades no seu processo de diagnóstico diferencial e
tratamento, indicando a complexidade do diagnóstico desse sintoma. A fisiopatologia da
NT ainda não está esclarecida na literatura, mas está mais associada a compressão das
raizes nervosas do nervo trigêmeo. A realização de uma anamnese minuciosa associada
ao exame clínico, como foi feito no caso descrito, torna-se fundamental para o
diagnóstico correto ou para o referenciamento adequado. Essa conduta preserva o
paciente de passar por vários profissionais e da realização de exames complementares e
terapias inadequadas, o que contribui para uma melhora mais precoce de seus sintomas
e para a recuperação de sua qualidade de vida.
Palavras Chave: dor, neuralgia do trigêmeo, sinais e sintomas.
Referências:
COSTA, Grazielle Mara Ferreira; LEITE, Camila Megale de Almeida. Trigeminal
neuralgia: peripheral and central mechanisms. Rev. dor, São Paulo , v. 16, n. 4, p. 297-
301, Dez. 2015 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
00132015000400297&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 05 de Agosto de 2017.
http://dx.doi.org/10.5935/1806-0013.20150061.
TACON, Kelly Cristina Bordes. Abordagens médica e odontológica da neuralgia
trigeminal. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE, UFG.
Goiânia, 2014. Disponível em: <
http://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/4380/5/Tese%20-
%20Kelly%20Cristina%20Borges%20Tacon%20-%202014.pdf>. Acessado em 05 de
agosto de 2017.
127
DOR BILATERAL NO OMBRO: UM RELATO DE CASO CLINICO
Bruno Francia Maia Athadeu ([email protected])
Debora Oliveira Antunes Rocha ([email protected])
Erick Veiga Franco da Rosa ([email protected])
Frederico Starling Leao ([email protected])
Isabela Pereira de Sousa ([email protected])
Leticia Coelho Teixeira ([email protected])
Mariana Campos Belo Moreira ([email protected])
Matteus Murta Lage ([email protected])
Mona Rezende Ferreira Holanda ([email protected])
Paulo Eduardo Lopes Ferreira ([email protected])
Suzy Mairy Pessoa Figueiredo ([email protected])
Yargos Rodrigues Menezes ([email protected])
Orientador: Alexandre Barbosa Andrade ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: No Brasil, 2,9% do total de diagnóstico de lesões no ombro (CID-10
M75), foram caracterizados como doença ocupacional/acidente de trabalho, configurando o
oitavo principal agravo no ano 2013. A bursite, a tendinite e a artrite reumatoide são
patologias inflamatórias das articulações, sendo caracterizadas por acometerem as bursas,
os tendões e as articulações de forma sistêmica, respectivamente . O presente estudo visa
apresentar um relato de caso de um paciente que apresenta um quadro de inflamação nas
articulações dos ombros. RELATO DE CASO: C. S., sexo feminino, 50 anos, faxineira,
natural de Ouro Preto. Deu entrada no Centro de Saúde da UFOP no dia 06/06/2017
relatando queixa de dor intensa nos ombros, de intensidade 9 em 10, com limitação de
movimento e interferência nas atividades diárias. A dor teve inicio a cerca de um mês com
caráter progressivo e intensidade máxima há uma semana antes da consulta, com piora no
período matutino. Fez uso de Piroxicam 20mg sem indicação, cursando sem melhora. Ao
exame físico, através das manobras de Neer, de Hawkins, de Yocum, constatou-se
comprometimento da movimentação do ombro. As hipóteses diagnósticas da primeira
consulta foram: bursite, tendinite e artrite reumatóide. A partir dessa análise, a conduta foi
baseada no tratamento sintomatológico, com uso de Prednisona 20mg, Miosan 5mg, Tylex
30mg (se dor). Além disso, solicitou-se exames laboratoriais de rotina como TSH, VHS,
creatinina, urina rotina, glicemia de jejum, e exames focados na queixa principal como,
hemograma, PCR, FAN, fator reumatóide e ácido úrico. Após 15 dias, paciente retornou ao
centro de saúde relatando melhora sintomatológica com o uso das medicações prescritas. Os
resultados dos exames não apresentaram alterações. Dessa maneira, as hipóteses
diagnósticas foram bursite e/ou tendinite. DISCUSSÃO: A avaliação física de alterações
no ombro envolve uma série de manobras semiológicas específicas que avaliam lesões do
128
manguito rotador. Clinicamente, a bursite, a tendinite e a artrite reumatóide manifestam-se
com dor articular e limitação de movimento. Os sinais flogísticos de edema, rubor e
aumento de sensibilidade são comuns as três patologias. O diagnóstico diferencial de artrite,
doença com apresentação autoimune, poliarticular, não migratória, podendo ter deformação
das articulações, é excluído através dos exames laboratoriais, o que elimina essa hipótese do
presente caso. Por outro lado, o diagnóstico de bursite e de tendinite se diferenciam
apenas com exames de imagem, não realizados. Dessa maneira, o diagnóstico final ficou a
esclarecer. O tratamento de bursite e tendinite consiste no uso de analgésico,
antinflamatório, repouso e aplicação de gelo no local da lesão. Em casos sem melhora com
as medidas anteriores é indicado cirurgia e fisioterapia. A paciente C. S. possui fatores de
risco que elevam as chances de desenvolver bursite e tendinite, como sua idade e sua
profissão, que requer movimentos repetitivos que exercem pressão sobre uma articulação
específica.
Palavras-chave: Bursite, Tendinite, Artrite Reumatóide.
Referências:
01 – PORTO, C. C. Semiologia Medica. 7 Edição. Rio de Janeiro. Guanabara
Koogan2014.
02 – COHEN, M. Tratado de Ortopedia. 1 Edicao. Editora Roca, 2007.
03 – MAEDA, E. Y. et al. O ombro em um linha de produção: estudo clínico e
ultrassonográfico. Revita Brasileira de Reumatologia, 2009.
04 – EJNISMANN, B.; MONTEIRO, G. C.; UYEDA, L. F. Ombro doloroso. Einstein,
São Paulo, v. 6, 2008.
129
HIPOCALCEMIA SECUNDÁRIA À TIREOIDECTOMIA
Fabiana Alves Nunes Maksud ([email protected])
Camila Eugênia Fonseca Passos ([email protected])
Carolina Bretas Araujo ([email protected])
Eduardo Mesquita de Souza ([email protected])
Guilherme Augusto Sousa Batista ([email protected])
Jéssica de Oliveira Jacintho ([email protected])
Joyce Aparecida Rezende Parreiras ([email protected])
Livya Isabella Teles de Oliveira Lima ([email protected])
Luiz Ricardo Mokfa Nogueira ([email protected])
Luiza Barbosa de Oliveira ([email protected])
Marcos Capanema Nogueira ([email protected])
Oscar Campos Lisboa ([email protected])
Pedro Martins Corrêa ([email protected])
Sarah de Oliveira Mendes ([email protected])
Valkiria Lopes Rachid ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O paciente submetido à tireoidectomia está exposto a diversas
complicações relativas ao período pós-operatório recente e tardio. No primeiro grupo é
mais frequente a hipocalcemia, a paralisia das pregas vocais, a infecção da incisão
cirúrgica e o hematoma. No segundo grupo nota-se o hipoparatireoidismo, a paralisia
permanente das pregas vocais e o hipotireoidismo. Entretanto, cerca de 2/3 dos casos de
hipotireoidismo são benignos e transitórios, com exceção dos casos de tireoidectomia
total. As manifestações clínicas do hipoparatireoidismo são em sua maioria alterações
neuromusculares devido à redução do cálcio ionizado, observando sinais de Chevostek e
Trousseau positivos. RELATO DE CASO: No dia 18/02/2016, I.G.P, sexo feminino,
67 anos, aposentada, natural de Ouro Preto, procura o Centro de Saúde da UFOP com
resultado de exame ecográfico da tireoide de 2012 que apontou nódulo isoecogênico no
terço inferior. No momento, a paciente fazia uso de tapazol 5 mg (TID) e afirma ter
palpitações e ansiedade, além de preocupação com crescimento do bócio. Ao exame
físico a tireoide estava aumentada em 5 vezes, irregular à palpação. Manobra de
130
Pemberton positiva. Após 4 meses paciente retorna com TC cervical evidenciando
glândula tireoide difusamente heterogênea, aumentada, comprimindo estruturas
cervicais, sendo então encaminhada para cirurgia de tireoidectomia. Em 06/07/17
paciente retorna após tireoidectomia (realizada dia 29/05/2017) com queixa de choques
em todo o corpo e incapacidade de abrir as mãos, sintomas que iniciaram 6 dias após a
cirurgia. Ao procurar a policlínica lhe foi receitado carbonato de cálcio 500 mg por 4
dias. Entretanto, devido fraqueza muscular cervical e incapacidade de deglutição dos
comprimidos, procurou o cirurgião, que lhe receitou carbonato efervescente. Houve
melhora do quadro de tetania e choque, mas permanência da astenia. Paciente relata
hiporexia, disfagia alta, odinofagia, rouquidão e intolerância ao frio. Trazia exames de
03/06/2017 com Mg 1,40 mg/dL, Ca 6,3 mg/dL, K 3,6 mEq /L e P 5,6 mg/dL e exames
de 21/06/2017 Ca 9,7 mg/dL proteina total 3,2 g/dL e bócio coloide ao exame
anatopatológico. À ectoscopia apresentava-se hipocorada, com tremores e espasmos em
membros inferiores. Ao exame físico, PA 162/90 mmHg MMSS direito em pé,
sibilância inspiratória no exame do aparelho respiratório, sinal de Trousseau positivo e
ausência de achados nos demais aparelhos. Nesta consulta, foi receitado levotiroxina 75
mcg e carbonato de cálcio 500 mg. DISCUSSÃO: No hipotireoidismo após
tireoidectomia a tetania aparece usualmente entre 1 a 5 dias após a operação, como
neste relato. Com a clínica de hipocalcemia e hipotireoidismo foi receitado bicarbonato
de cálcio e levotiroxina. Já a rouquidão, também observada, é um sinal cuja percepção
no período pós-operatório imediato pode chegar a 87%, mesmo em pacientes sem lesão
do nervo laríngeo recorrente. Possíveis lesões podem ser diagnosticadas com exames
laboratoriais, ainda não solicitados para a paciente, tendo em vista a preferência para
resolução dos outros achados pós-operatórios mais relevantes.
PALAVRAS-CHAVE: Endocrinologia, Tireoidectomia, Hipocalcemia.
REFERÊNCIAS:
LORENZI, Geraldo. Complicações da tireoidectomia. Revista de Medicina, São Paulo,
v. 44, n. 1, p. 19-24, feb. 1960. ISSN 1679-9836. Disponível em:
131
<http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/57698>. Acesso em: 06 aug. 2017.
doi:http://dx.doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v44i1p19-24.
ERNANDES NETO, Miguel et al . Fatores que influenciam nas complicações das
tireoidectomias. Braz. j. otorhinolaryngol., São Paulo , v. 78, n. 3, p. 63-69, June
2012. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
86942012000300012&lng=en&nrm=iso>.Access on 06 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1808-86942012000300012.
SOUZA, Lincoln Santos; CRESPO, Agrício Nubiato and MEDEIROS, Jovany Luís
Alves de.Laryngeal vocal and endoscopic alterations after thyroidectomy under local
anesthesia and hypnosedation. Braz. j. otorhinolaryngol. (Impr.) [online]. 2009, vol.75,
n.4,pp.511-516.ISSN1808-8694. http://dx.doi.org/10.1590/S1808-6942009000400008.
132
RELATO DE CASO: LOMBALGIA POR ESTENOSE VERTEBRAL EM
PACIENTE IDOSO
Orientador: Felipe Ferreira Guimarães ([email protected]);
Alice Soares Trindade ([email protected]);
Bianca Hellen Sousa Martins ([email protected]);
Bárbara Christina Noelly e Silva ([email protected]);
Gabriel Rodrigues Couto ([email protected]);
Lais Martins de Abreu ([email protected]);
Matheus Augusto de Araújo Baeta Vaz ([email protected]);
Maria Rita Alves Barbosa de Paiva ([email protected]);
Mayra Fonseca Borges ([email protected]);
Pedro Calazans Rabello ([email protected]);
Raísa Becker ([email protected]);
Sofia Magalhães Parreiras ([email protected]);
Thaysa Estevão Fernandes ([email protected]).
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Dentre os vários diagnósticos diferenciais levantados na abordagem
da lombalgia, a estenose vertebral é considerada uma lombalgia músculo esquelética
(mecânica) do tipo específica. Os pacientes, tipicamente, queixam-se de desconforto
persistente nas costas e pernas, associado com a posição ortostática e o ato de caminhar,
com alívio ao sentar-se. Os sintomas são bilaterais e, frequentemente, descritos como
sensação de pseudoclaudicação. A estenose vertebral é resultado de processos
degenerativos que comprimem a medula espinhal, cauda equina, raízes nervosas
individuais e/ou vasos sanguíneos da região. A escolha desse caso clínico foi orientada
pelos achados semiológicos presentes e pela relevância dessa moléstia, particularmente
presente nos pacientes idosos. RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente do sexo
feminino, 82 anos, casada, residente de Cachoeira do Campo distrito de Ouro Preto,
Minas Gerais. Apresenta mobilidade limitada devido à lombalgia que irradia para
ambos os membros inferiores, até os pés. Dor em queimação e intensidade forte, sente
alívio com repouso. Faz uso de Cloridrato de Tramadol e Paracetamol quando há dor
muito intensa. Ao exame físico, apresenta marcha em pseudoclaudicação. Ausência de
alterações ao exame neurológico, sensibilidade tátil, vibratória e propriocepção
preservados. Dor à extensão dos membros inferiores e força muscular preservada. A
hipótese diagnóstica levantada foi de estenose do canal vertebral. Na conduta do caso
foi solicitado uma radiografia da coluna lombar, anteroposterior e perfil. Prescrição de
Dipirona 1g (uso contínuo), 8 em 8 horas, nos episódios de dor e de Cloridrato de
Tramadol 50 mg, 1 comprimido de 12 em 12 horas em casos de dor forte. A paciente foi
encaminhada ao ortopedista. DISCUSSÃO: A queixa de Lombalgia é comum em
pacientes idosos, acometendo 1 em cada 4 indivíduos desta faixa etária. Inúmeros são os
fenômenos fisiopatológicos que levam à lombalgia, entretanto, ao lidar com pessoas de
60 anos ou mais, deve-se pensar principalmente em algumas causas mais comuns
133
como: mecânicas, radiculopatias, fraturas por osteoporose, processos degenerativos das
vértebras e tumores. Assim, com uma anamnese realizada adequadamente a fim de
explorar a lombalgia, aliada a um exame físico bem feito, o diagnóstico pode ser feito
com precisão na maior parte dos casos, propiciando um tratamento mais adequado e
uma melhora na qualidade de vida do paciente. Importante salientar a relevância do
exame clínico bem feito dentro da atenção primária, que pode evitar pedidos de exames
complementares desnecessários, atendimento por especialistas, menos leitos
ocupados e, dessa maneira, onerar menos a saúde pública.
Palavras-chave: lombalgia, canal vertebral, atenção primária.
Referências:
WONG, A; KARPINEN, J.; SAMARTIZIS, D. Low back pain in older adults: risk
factors, management options and future directions. BioMed Central The Open Access
Publisher: Scoliosis and Spinal Disorders, 2017 April 18, Vol.12 no.14.
LEOPOLDINO, AAO; DIZ, JBM; MARTINS, VT; HENSCHKE, N; PEREIRA, LSM;
DIAS, RC; OLIVEIRA, VC. Prevalência de lombalgia na população idosa brasileira:
revisão sistemática com metanálise. Rev. Bras. Reumatol. Vol.56 no.3 São Paulo
May/June 2016.
SCOTT, DCS; ADAM, SC; DAIANE, A. Symptom to Diagnosis: An Evidence-Based
Guide. 3rd ed. United States: McGrawl-Hill Education; 2015
http://accessmedicine.mhmedical.com/content.aspx?bookid=1088§ionid=61697331
. Accessed August 08, 2017.
LOPEZ, M; MEDEIROS, JL. Semiologia Médica. 5 ed. Rio de Janeiro: Revinter;
2004.
134
DISCIPLINA SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA – APRESENTAÇÕES ORAIS
ABORDAGEM DA CONSTIPAÇÃO INSTESTINAL EM PEDIATRIA
Bruno Francia Maia Athadeu ([email protected])¹
Isabella Pereira de Sousa ([email protected])¹
Mariana Campos Belo ([email protected])¹
Paulo Eduardo Lopes ([email protected])¹
Orientadora: Cibelle Ferreira Louzada²
¹Acadêmico(a)de Medicina da Escola de Medicina da UFOP
² MédicaPediatra e Professorada Disciplina Semiologia Pediátrica UFOP
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO:A constipação intestinal é uma doença funcional do intestino que acomete
cerca de 20% da população mundial. A constipação não possui uma definição
completamente delineada, entretanto há o consenso que critérios como diminuição da
quantidade de defecações por semana, excesso de esforço/dor ao evacuar e consistência das
fezes, são suficientes para o diagnóstico, mesmo não estando todos presentes. O diagnóstico
da constipação é predominantemente clínico e o tratamento relaciona-se fortemente com a
relação médico-paciente. O presente artigo tem como objetivo discutir sobre a Constipação
Intestinal em pacientes pediátricos, a partir do relato de caso de um paciente pré-escolar
atendido no Centro de Saúde Universidade Federal de Ouro Preto-MG. RELATO DE
CASO:O.L.J.S., sexo feminino, 2 anos e 4 meses, acompanhada da mãe que relata
constipação intestinal crônica desde 1 ano de idade, com episódio agudo na semana anterior
à consulta, com presença de dor e fissuras anais acompanhadas de sangue nas fezes. Mãe
relata que a frequência de evacuações da filha varia semanalmente, com média de 5 dias
sem evacuar, fezes escurecidas e em cíbalos, presença de gases, distensão abdominal, dor
nos episódios de evacuação e alguns episódios de fissura anal acompanhada da presença de
sangue nas fezes. Informa piora significativa após a retirada do leito materno da
alimentação. Relata ter utilizado simeticona e oléo mineral em algumas ocasiões. Ao exame
físico, ausência de achados patológicos. Foi prescrito Polietilenoglicol 4.000 unidades sem
adição de eletrólitos 0,5g/Kg/dia e realizadas orientações alimentares e para estimulação do
reflexo gastrocólico. DISCUSSÃO: A Constipação Crônica Funcional é caracterizada por
episódios de evacuações persistentemente difíceis, pouco frequentes e quase sempre
incompletas. As manifestações clínicas são variáveis podendo ocorrer eliminação de fezes
ressecadas na forma de cíbalos ou muito volumosas. O quadro clínico pode conter vômitos,
sangue nas fezes, infecções urinárias de repetição, retenção urinária e enurese. A anorexia
ou diminuição do apetite também pode ocorrer e atuar como um fator de agravo e
perpetuação da constipação. Náuseas, cefaleia, flatulência, indisposição seriam secundários
ao aspecto obstrutivo ou doloroso da síndrome. O aparecimento do quadro ocorre
comumente em três períodos da infância: quando ocorre a introdução de outros alimentos
além do leite materno, durante a fase de treinamento dos esfíncteres e
135
quando a criança começa a frequentar a escola. O tratamento para Constipação Funcional
Crônica requer uma abordagem que envolve vários aspectos e direciona-se tanto para a
criança quanto para os pais. O tratamento farmacológico de primeira escolha é o
Polietilenoglicol 4.000 unidades sem adição de eletrólitos. Além disso, é importante uma
reeducação alimentar com a ingestão de alimentos que forneçam quantidades adequadas de
fibras e água, sendo importante o papel da família nesse contexto.
Palavras-chave: Motilidade gastrointestinal, constipação intestinal, criança.
Referências: 1. GOMES, Patrícia Boechat et al. Polietilenoglicol na constipação intestinal crônica
funcional emcrianças.Revista Paulista de Pediatria, v. 29, n. 2, p. 245-250, 2011.
2. GALVÃO-ALVES, JOSÉ. "Constipação intestinal."J. bras. med101.02 (2013): 31-37.
3. VIEIRA, Mario C. et al. Conhecimento do pediatra sobre o manejo da constipação
intestinal funcional.Revista Paulista de Pediatria, v. 34, n. 4, p. 425-431, 2016.
136
ABORDAGEM DA DISFUNÇÃO DO TRATO URINÁRIO INFERIOR (DTUI)
EM CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR
Cibelle Ferreira Louzada ([email protected])
Débora Oliveira Antunes Rocha ([email protected])
Joyce Almeida Franco Policarpo ([email protected])
Letícia Coelho Teixeira ([email protected])
Suzy Mairy Pessoa Figueiredo ([email protected])
Yargos Rodrigues Menezes ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A Disfunção do Trato Urinário Inferior (DTUI) é um problema
comum na prática pediátrica e acomete principalmente o sexo feminino. Está associado
a outras condições clínicas, como infecção do trato urinário (ITU) e constipação
intestinal, e causa grande impacto social na criança em idade escolar. O presente artigo
tem por objetivo descrever um caso clínico e fazer uma breve discussão sobre a
abordagem do paciente com suspeita de DTUI na Atenção Primária, valorizando a
anamnese e exame físico como fundamentais para o diagnóstico. O manejo adequado do
paciente possibilita a adequação miccional e pode ser realizado de forma satisfatória
pelo pediatra. RELATO DO CASO CLÍNICO: A.D.S., sexo masculino, 5 anos e 5
meses, atendido no Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto-MG, com
queixa de incontinência urinária diurna e enurese. Os episódios miccionais involuntários
ocorrem de maneira frequente em casa e em ambiente escolar, com volume variável.
Nega alterações de cor ou odor na urina, bem como sinais de hematúria ou algúria. O
controle de esfíncter anal é adequado, com eliminação de fezes pastosas cerca de uma
vez ao dia. Foi aplicado o questionário “Dysfunctional Voiding Symptom Score”
totalizando 10 pontos, valor acima do corte sugestivo de DTUI. Possui rendimento
escolar adequado e no âmbito social, mãe relata divórcio há 4 anos e ausência de
presença paterna desde então. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral,
eutrófico e sinais vitais normais para a idade. Aparelho genitourinário com exposição
completa da glande e testículos não palpáveis na bolsa escrotal, mas palpáveis na região
inguinal. Demais aparelhos sem alterações que sugerissem alguma patologia ou
anormalidade. Foram aventadas as seguintes hipóteses diagnósticas: escolar, com
crescimento, vacinação, alimentação, sono e desenvolvimento neuropsicomotor
adequados, DTUI suspeita e testículo retrátil bilateral. Foram solicitados os seguintes
exames: hemograma completo, glicemia de jejum, urina rotina, gram de gota e
137
urocultura. A mãe foi orientada quanto à micção com hora marcada (conduzir a criança
ao banheiro a cada três horas) e sobre o controle de ingestão hídrica, sobretudo no
período noturno. Além disso, foi encaminhado à urologia para avaliação de testículo
retrátil; solicitou-se retorno em 30 dias. Paciente retornou após 1 mês, referindo melhora
parcial do quadro ao seguir orientações dadas na primeira consulta; exames laboratoriais
não realizados. DISCUSSÃO: A sintomatologia de enurese e incontinência urinária
diurna, associada à pontuação alcançada no questionário realizado, sugeriram a hipótese
de DTUI. Esta disfunção deve ser diagnosticada e tratada de forma individualizada e
criteriosa nos pacientes pediátricos, uma vez que a detecção precoce e a abordagem
satisfatória dessa condição pode minimizar tanto o risco de lesão renal futura, bem
como o impacto social que gera em crianças em idade escolar. O manejo do quadro é
preferencialmente interdisciplinar e se inicia com terapia comportamental seguida de
tratamento farmacológico e/ou cirúrgico quando as medidas iniciais não são suficientes.
Palavras-chave: Incontinência urinária, Enurese, Pediatria.
Referências:
BALLEK, Nathaniel K.; McKENNA, Patrick H. Lower Urinary Tract Dysfunction in
Childhood. Urologic Clinics, v. 37, p. 215-228, maio 2010.
DE AZEVEDO, Roberta Vasconcellos Menezes. Disfunção do trato urinário inferior:
impacto do tratamento e fatores de risco para o espessamento da parede vesical e
cicatriz renal em crianças e adolescentes. 2012.
NEPPLE, Kenneth; COOPER, Christopher. Evaluation and diagnosis of bladder
disfunction in children. 2017.
VASCONCELOS, Monica Maria de Almeida et al. Disfunção do trato urinário inferior:
um diagnóstico comum na prática pediátrica. J. bras. nefrol, v. 35, n. 1, p. 57-64, 2013.
138
ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL DE ICTERÍCIA DO LEITE E
DO ALEITAMENTO MATERNO
Daiana Elias Rodrigues ([email protected])
Laís Martins Abreu ([email protected])
Maria Rita Alves Barbosa de Paiva ([email protected])
Matheus Augusto de Araújo Baeta Vaz ([email protected])
Raísa Becker ([email protected]).
Universidade Federal de Ouro Preto - Escola de Medicina.
Introdução: A icterícia é uma manifestação clínica frequente no período neonatal. A
coloração amarelada da pele e mucosas é expressão clínica da hiperbilirrubinemia. Pode
ter uma causa fisiológica no recém-nascido (RN) ou decorrer de processos patológicos,
alcançando concentrações elevadas lesivas ao cérebro (encefalopatia bilirrubínica). O
objetivo desse trabalho é discutir o diagnóstico diferencial de icterícia neonatal com
enfoque na icterícia do leite e do aleitamento materno. Relato de Caso: ASVT nasceu
com 37 semanas e 2542 gramas, parto vaginal, mãe com 30 anos hígida. Aos 18 dias de
vida é levada pela mãe ao Centro de Saúde da UFOP. À anamnese acompanhante relata
que paciente apresentou icterícia por volta do oitavo dia de vida. Ao exame físico
evidenciado icterícia com extensão cefalocaudal até a região inguinal, ausência de
visceromegalias, mucosas levemente ictéricas. Peso de 2560 gramas e comprimento de
47 cm. Exames com 14 dias de vida: BT = 16,23 mg/dL, BD = 0,1 mg/dL e BI = 16,03
mg/dL. Como hipóteses diagnósticas dessa consulta: recém-nascida com crescimento
inadequado, desenvolvimento adequado, alimentação inadequada, vacinação atualizada,
risco moderado de acidente e iniciou-se pesquisa sobre a causa da icterícia. A paciente
retornou ao serviço de saúde com 25, 31, 38 e 55 dias de vida mostrando inicialmente
valores oscilantes de bilirrubina com tendência a normalização por volta de um mês.
Através dos exames laboratoriais também foram descartadas as principais causas de
hiperbilirrubinemia no período neonatal. Discussão: Durante as primeiras semanas de
vida ocorre uma adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina, e 98% dos RN
apresentam níveis séricos de BI aumentados na primeira semana, o que é chamado de
hiperbilirrubinemia fisiológica. Ela geralmente declina em até uma semana, tem seu
pico médio ao redor do 3º dia de vida (valor máximo de BT não ultrapassa 12,9mg/dL).
Assim, nesse caso não se tratava de uma icterícia fisiológica, tanto devido aos altos
valores de bilirrubina alcançados quanto ao tempo de evolução prolongado do quadro.
Deve-se então investigar alguns fatores que levam à suspeita de causas patológicas
(como doenças hemolíticas, deficiência de G6PD e hipotireoidismo congênito). Quando
ausentes tais fatores, o diagnóstico de icterícia do leite materno é feito por exclusão,
como no caso descrito. A icterícia do leite materno é de início tardio e decorre de
múltiplos mecanismos como a inibição da conjugação da bilirrubina devido a
concentrações séricas elevadas de ácidos graxos livres e o aumento da circulação
enterohepática por maior atividade da β-glucorinidase intestinal. Como a paciente
também apresentava dificuldade de amamentação nos primeiros dias e ganho ponderal
inadequado, é possível que a icterícia do aleitamento materno também estivesse
associada. Apesar da maioria dos casos de icterícia neonatal ter evolução benigna, é
139
essencial reconhecer os fatores de risco e principais diagnósticos diferenciais dessa
condição para conduzir de maneira adequada e evitar consequências graves como a
encefalopatia bilirrubínica.
Palavras Chave: Icterícia, Recém-nascido, Aleitamento materno.
Referências:
ENK, I., ABEGG, M. P.; ALVES, R. J. V.; STRINGHANI, F.; CAMPOS, J. F.;
MENEZES, H. S.; JUNG, C Icterícia como causa de internação neonatal: a
experiência em um serviço terciário de Porto Alegre, RS. Revista da AMRIGS,
Porto Alegre, n 53 v.4, p.361-367, 2009.
FACCHINI, F. P.; MEZZACAPPA, M. A.; RODRIGUES, I. M. R. Rodrigues
MEZZACAPPA FILHO, F.; ARANHA NETTO, A.; MARBA, S. T. A.
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tardios. Jornal de Pediatria. Porto Alegre, v. 83, n. 4, p.313-318, 2007.
LIMA, G. M.; PORTO, M. A. S. C.; BARBOSA, A. P.; CUNHA, A. J. L. A.
Fatores de risco preditivos de hiperbilirrubinemia neonatal moderada a grave.
Einstein. São Paulo, n.5, v.4, p.352-357, 2007
ALMEIDA, M. F. B., and C. M. Draque. "Icterícia no recém-nascido com idade
gestacional> 35 semanas. Documento Científico. Sociedade Brasileira de Pediatria,
2012.
140
ANEMIA FERROPRIVA NA INFÂNCIA
Orientadora: Fátima Lúcia Guedes Silva ([email protected])
Áquilla Henrique Gonçalves Teixeira ([email protected])
Henrique Santiago França ([email protected])
Joana Glória Pimenta de Resende ([email protected])
Junio César Costa ([email protected])
Thaís de Meira Alves ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A anemia por deficiência de ferro (ADF) é definida por níveis séricos
de hemoglobina abaixo do normal para idade e gênero, causada pela carência desse
micromineral. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde de 2006 mostra que a
prevalência de ADF entre crianças menores de 5 anos no Brasil é de 20,9%. Devido a
essa elevada prevalência, repercussões sobre o crescimento, desenvolvimento e
associação com a mortalidade em menores de 2 anos, a ADF é considerada um dos
principais problemas de saúde pública, sendo a carência nutricional mais comum no
mundo. RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente DGSG, sexo masculino, 1 ano e 9
meses, atendido no ambulatório de Pediatria do Centro de Saúde da UFOP, para
consulta de puericultura e apresentação de exames complementares solicitados no mês
anterior à consulta. Estes revelaram alterações nas plaquetas (631.000/ mm3); ferritina
sérica (9,0 ng/ml); capacidade total de combinação do ferro (441mcg/dl); índice de
saturação de transferrina (9%); capacidade livre de combinação do ferro (400 mcg).
Mãe informou que o filho interrompeu o uso do sulfato ferroso há um mês da data da
consulta. Ao exame físico, apresentou palidez cutânea e mucosas hipocoradas, sem
demais alterações. A hipótese diagnóstica considerada foi a Anemia Ferropriva, com
prescrição de sulfato ferroso 5mg/kg/dia. DISCUSSÃO: O ferro é um componente
essencial da hemoglobina (Hb), que provém da dieta, reservas de ferro no sistema
reticuloendotelial e degradação de eritrócitos senescentes. Fatores como prematuridade,
baixo peso ao nascer, desmame precoce, condutas alimentares inadequadas, parasitoses
intestinais e baixo nível socioeconômico e de escolaridade dos pais predispõem à ADF
na infância. O início dessa anemia é insidioso, com progressão gradual dos sintomas.
Dessa forma, a sintomatologia é muitas vezes inespecífica, cursando com fadiga,
palidez e capacidade reduzida de exercício físico. Há distúrbios cognitivos e
comportamentais, com maior predisposição à infecções na criança. Alguns parâmetros
laboratoriais são definidos para caracterizar a ADF. Espera-se que pacientes com ADF
apresentem um hemograma com valores de Ferritina Sérica inferior a 10ug/l;
Capacidade Total de Ligação do Ferro maior que 400ug/dl; Ferro Sérico inferior a 75
ug/dl e capacidade de saturação de Transferrina inferior a 20%. Para prevenir a ADF é
141
usual a suplementação de ferro para lactentes. Apesar da alta biodisponibilidade do
ferro no leite materno, a partir dos seis meses de vida, o leite materno exclusivo
fornecerá somente metade da necessidade do lactente, aproximadamente 4mg/dia. Neste
momento, é necessário o início da alimentação complementar rica em ferro e a
suplementação medicamentosa com 1mg/kg/dia de ferro até dois anos de idade. Para os
casos em que já se instalou o quadro de ADF, institui-se o tratamento para corrigir o
valor da Hb circulante e repor os depósitos de ferro nos tecidos onde é armazenado.
Recomenda-se o uso de sais ferrosos, preferencialmente por via oral. A posologia
sugerida é de 3 a 5 mg de ferro elementar/kg/dia, dividida em 2 a 3 doses.
Palavras chave: Anemia Ferropriva, Ferro, Infância
Referências:
CARVALHO, MC; BARACAT, ECE; SGARBIERI, VC. Anemia Ferropriva e
Anemia de Doença Crônica: Distúrbios do Metabolismo de Ferro. Segurança
Alimentar e Nutricional, Campinas, v. 2, n. 13, p.54-63, 2006.
DE CARVALHO, et al. Anemia ferropriva e anemia de doença crônica: distúrbios
do metabolismo de ferro. Segurança alimentar e nutricional, v. 13, n. 2, p. 54-63,
2006.
QUEIROZ, SS; MARCO, AA. Anemia ferropriva na infância. J Pediatr (Rio J), v. 76,
n. Supl 3, p. s298-s304, 2000.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação
para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na
escola. São Paulo; 2008.
142
AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR ATRAVÉS DA ESCALA DE DENVER
Felipe Otávio Vieira Santos ([email protected])¹
Izabela Washington de Souza Pereira ([email protected])¹
Júlia de Carvalho Machado ([email protected])¹
Rômulo Nascimento Mundin ([email protected])¹
Tiago Medeiros Pravato ([email protected])¹
Fátima Lúcia Guedes Silva²
1-Discentes do curso de medicina da UFOP
2-Docente e orientadora
Introdução: A Mielomeningocele (MMC) é uma malformação congênita da medula
espinhal e sistema nervoso central, sendo a expressão mais grave da falha no
fechamento do tubo neural do embrião. Tal problema leva à exposição, em graus
variados do conteúdo nervoso da região afetada. Os problemas físicos comumente
associados à MMC incluem déficit neurológico e sensório-motor em diferentes escalas,
disfunções urogenitais e intestinais e malformações esqueléticas. Aliado a esses
problemas, algumas crianças apresentam o quadro de hidrocefalia congênita
concomitante, o que representa grande problema de saúde e sócio-econômico, devendo
ser, portanto, frequentemente avaliado o desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo
desses pacientes. Inúmeros são os métodos empregados para avaliação do
desenvolvimento infantil. Escalas e testes são utilizados, alguns, inclusive em nível
mundial, na tentativa de quantificar e qualificar o desenvolvimento da criança. O
Denver II é o teste de rastreamento de risco de desenvolvimento infantil mais utilizado
no Brasil, sendo empregado também em diversos países. Este instrumento inclui
avaliação de comportamento social e pessoal, linguagem e habilidades motoras
preconizadas como típicas do desenvolvimento. Relato de Caso: E.V.S. S, 5 anos, sexo
feminino, peso de 17.3 quilos, comprimento de 107 cm, compareceu ao ambulatório
para um acompanhamento de rotina. Durante acompanhamento de pré-natal, foi
detectado, através de ultrassonografia, um quadro de hidrocefalia. Após o nascimento,
foi também observada a mieloneningocele. Realizou-se então as cirurgias de correção e
a paciente passou a ter acompanhamento médico de 3 em 3 meses. Foram feitas várias
sessões de fisioterapia, dos 4 meses aos 3 anos de idade. Foi relatado ainda que a
paciente engatinhou, assentou aos 10 meses e teve controle dos esfíncteres ( vesical e
anal) aos 2 anos. Apresenta bom envolvimento social, sendo bastante ativa e receptiva
em suas atividades e convivência. Após a aplicação da Escala de Denver observou-se os
quatro campos de habilidade no desenvolvimento: motor grosseiro, motor fio ou
adaptativo, linguagem e pessoal-social, conforme idade. Após avaliação, contatou-se
que o desenvolvimento motor grosseiro era compatível com o de uma criança de 4 anos.
Discussão: Devido à importância e ao impacto dos atrasos no desenvolvimento, em
relação à morbidade infantil, é de fundamental importância que a identificação das
crianças de maior risco seja feita o mais precocemente possível, a fim de minimizar os
143
efeitos negativos decorrentes dessa malformação. Existem evidências suficientes de que
quanto mais precoce for o diagnóstico de atraso no desenvolvimento, menor será o
impacto desses problemas na vida futura da criança. Sendo, portanto, de essencial
importância o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor desses pacientes.
Segundo análise dos resultados deste caso clínico, verificou-se desempenho
praticamente normal no desenvolvimento dessa criança, o que representa surpreendente
evolução após as referidas patologias que afetaram-na, contribuindo assim para melhor
desenvolvimento futuro.
Palavras Chave: Desenvolvimento Infantil;
Referências:
BRITO, Cileide Mascarenhas Lopes et al . Desenvolvimento neuropsicomotor: o teste
de Denver na triagem dos atrasos cognitivos e neuromotores de pré-escolares. Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 27, n. 7, p. 1403-1414, July 2011 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2011000700015&lng=en&nrm=iso>. access on 03 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2011000700015.
KLIEMANN, Susana Ely; ROSEMBERG, Sérgio. Hidrocefalia derivada na infância:
um estudo clínico-epidemiológico de 243 observações consecutivas. Arq. Neuro-
Psiquiatr., São Paulo , v. 63, n. 2b, p. 494-501, June 2005 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
282X2005000300024&lng=en&nrm=iso>. access on 03 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X2005000300024.
COLLANGE, Luanda André et al . Desempenho funcional de crianças com
mielomeningocele. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 15, n. 1, p. 58-63, 2008 .
Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
29502008000100010&lng=en&nrm=iso>. access on 03 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1809-29502008000100010.
144
CONTRIBUIÇÃO DA TÉCNICA DE MAMADA CORRETA PARA GANHO DE
PESO EM LACTENTE
Fátima Lúcia Guedes Silva¹ ([email protected])
Anna Elisa Borges Barcelos² ([email protected])
Clarissa Rodrigues Nardeli² ([email protected])
Fabiana Duarte Barbosa² ([email protected])
Giuliana Dias Machado² ([email protected])
¹Docente da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto
²Discentes da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto
INTRODUÇÃO: É recorrente o número de vezes que mães procuram o Centro de
Saúde da UFOP por problemas relacionados a técnica de mamada, sejam dores ao
amamentar ou baixo ganho de peso. Isso leva ao desmame precoce do bebê, tendo em
vista o sofrimento da mãe com as dificuldades da amamentação, o que é prejudicial ao
desenvolvimento da criança. Vê-se, portanto, a importância em se discutir mais a
respeito de algo que parece tão simples: a técnica de mamada. CASO CLÍNICO: M.H.,
lactente de 2 meses, acompanhada pela mãe, com queixa principal de baixo peso, tendo
ganhado apenas 400 gramas no primeiro mês. Na anamnese foi relatada que não houve
alteração de apetite de M.H. e as mamadas estavam intercaladas de 2 em 2 horas, sendo
que em cada mamada o peito não era completamente esvaziado. No exame físico os
dados antropométricos mostraram comprimento de 47,5cm e peso de 2880g. Durante a
primeira consulta, pode-se observar a técnica de mamada da mãe: lactente não estava
bem apoiado, apresentava ruídos com a língua e o lábio inferior não estava virado para
fora. As hipóteses diagnósticas foram posição inadequada de mãe/lactente resultando
em uma “má pega” e nao alimentaçao o leite posterior. Na conduta a mae foi orientada
quanto a técnica de mamada correta e prescrição de polivitamínico. Na consulta de
retorno foi relatada amamentação satisfatória, exceto à noite, quando há maior procura
do peito. Nos novos dados antropométricos adquiridos obteve-se aumento de peso para
3500 gramas, uma melhora ainda não suficiente para atingir o peso ideal, e
comprimento de 52cm. Foi observado que a técnica de mamada ainda não tinha sido
totalmente aperfeiçoada pela mãe, e, a fim de manter a criança mamando no peito e não
desmotivar a mãe, foi prescrita fórmula de partida somente a noite. Nas duas consultas
seguintes de acompanhamento, M.H. ganhou peso, apresentando atualmente 5090g e
comprimento de 58,5cm, um peso expressivo, no entanto, não o esperado para sua
idade. DISCUSSÃO: Nesse relato de caso, é possível mostrar o quão importante é a
145
técnica correta de mamada para o ganho de peso do lactente, que deve ganhar 700g por
mês no primeiro trimestre de vida, 600g, 500g e 400g nos trimestres posteriores,
respectivamente. Além de fundamental para a saúde da criança, mamar no peito
fortalece laços afetivos entre mãe e filho, ajuda na volta do peso adequado da mãe e na
involução uterina. Uma mãe que sofre ao amamentar ou não consegue o fazer se sente
angustiada e tende a desmamar a criança precocemente, o que deve ser evitado, tendo
em vista todos os benefícios que o leite materno traz para o lactente. M.H.
provavelmente não ganhava peso, pois, além da técnica de mamada incorreta, também
não mamava o leite posterior que é rico em energia e sacia melhor a criança. O leite
materno é rico em imunoglobulinas, que vão compor o imaturo sistema imune do bebê;
contém também doses ajustadas de proteínas, minerais e açúcares que são perfeitamente
assimiladas e importantes pelo organismo do bebê. O Brasil apresenta baixos índices de
amamentação exclusiva até os 6 meses de vida e cabe aos profissionais de saúde tentar
mudar essa realidade, ensinando técnicas e benefícios da mamada.
Palavras chave: Técnica de mamada. Aleitamento materno. Ganho de peso.
Referências
1- Promovendo o Aleitamento Materno. Unicef. Ministério da Saúde. Disponível
em: <http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2012/12/albam.pdf>. Acessado
em 04 de agosto de 2017.
2- Caderno de atenção à saúde da criança; Aleitamento materno. Secretaria de
Estado da Saúde. Disponível em: <
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/pdf3.pdf>. Acessado em 04 de agosto de
2017.
3- LEÃO, Ênio. Pediatria ambulatorial. 5ª edição.
4- ROCCI, Eliana; FERNANDES, Rosa Aurea Quintella. Dificuldades no
aleitamento materno e influência no desmame precoce. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/html/2670/267030130003/>. Acessado em 04 de agosto de
2017.
146
GANHO DE PESO ACELERADO EM UM PACIENTE PREMATURO: UM
RELATO DE CASO
Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato ([email protected])
Guilherme Augusto Sousa Batista ([email protected])
Joyce Aparecida Rezende Parreiras ([email protected])
Oscar Campos Lisboa ([email protected])
Pedro Martins Corrêa ([email protected])
Sarah de Oliveira Mendes ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, MG, Brasil.
INTRODUÇÃO: A análise longitudinal do peso, estatura e perímetro cefálico é
imprescindível para avaliação do crescimento, o qual pode servir como marcador do
bem-estar físico e psicológico e antever consequências a longo prazo para a saúde da
criança. Para prematuros, o padrão de crescimento rápido, chamado catch-up, deve ser
gradualmente obtido, caso seja acelerado, pode culminar em distúrbios cardiovasculares
e metabólicos tardios. Esse trabalho tem como objetivo ilustrar um caso de catch-up
acelerado em prematuro. RELATO DE CASO: Paciente T. A. L, sexo masculino,
gemelar, nascido pré-termo (idade cronológica: 2 meses e 8 dias, idade corrigida: 28
dias, peso de nascimento: 2475g, AIG. A alimentação do lactente mostrou-se
inadequada, com mamadas em excesso e uso de fórmula. O exame do paciente mostra
ganho de peso acelerado, cerca de 60g/dia. Na consulta do mês seguinte, paciente
continua a apresentar ganho acelerado de peso: 1,5 kg em 1 mês e 12 dias. Dentro da
curva de crescimento, corrigida para idade, evidenciou uma mudança no canal de
crescimento, passando do escore Z +1 para situar-se entre escore Z +1 e +2. A mãe foi
orientada quanto aos riscos de superalimentação e ganho de peso acelerado para o filho.
DISCUSSÃO: Crianças pré-termo, PIG, crescimento acelerado e alto peso são fatores
independentes associados com risco aumentado de adiposidade na infância. No caso de
crianças pré-termo, os primeiros meses são importantes para o desenvolvimento
neurocognitivo, além de ser um período de janela de risco para a saúde metabólica a
longo prazo. O paciente em questão apresenta alguns fatores de risco para distúrbios
metabólicos, pelo ganho excessivo de peso. Mesmo sendo orientada a cortar os
complementos de fórmula, a mãe continuou oferecendo ao filho, levando à manutenção
do ganho de peso excessivo mensal. A interpretação da situação de saúde e crescimento
de crianças prematuras pode estar associada com os medos da desnutrição crônica ou de
uma necessidade de compensação da do déficit de peso de nascimento, o que pode ter
levado a esse comportamento. CONCLUSÃO: Melhora na qualidade e quantidade da
nutrição provida aos prematuros é essencial para evitar obesidade e efeitos metabólicos
posteriores na vida dessas crianças. Os pais devem ser bem orientados sobre essas
complicações, para que possam aderir ao tratamento proposto.
Palavras-Chave: prematuro, ganho de peso, crescimento, pediatria.
147
REFERÊNCIAS
1. BAIRD, J. Being big or growing fast: systematic review of size and growth in
infancy and later obesity. BMJ, v. 331, n. 7522, p. 929-0, 2005.
2. BELFORT, M. et al. Preterm Infant Linear Growth and Adiposity Gain: Trade-
Offs for Later Weight Status and Intelligence Quotient. The Journal of
Pediatrics, v. 163, n. 6, p. 1564-1569.e2, 2013.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e
alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2009. 112 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de
Atenção Básica, n. 23).
4. BROWN, L.; HAY, W. The Nutritional Dilemma for Preterm Infants: How to
Promote Neurocognitive Development and Linear Growth, but Reduce the Risk
of Obesity. The Journal of Pediatrics, v. 163, n. 6, p. 1543-1545, 2013.
5. EKELUND, U. et al. Association of Weight Gain in Infancy and Early
Childhood with Metabolic Risk in Young Adults. The Journal of Clinical
Endocrinology & Metabolism, v. 92, n. 1, p. 98-103, 2007.
6. GASKINS, R. et al. Small for Gestational Age and Higher Birth Weight Predict
Childhood Obesity in Preterm Infants. American Journal of Perinatology, v. 27,
n. 09, p. 721-730, 2010.
7. LEÃO, E. et al. Pediatria Ambulatorial. 5ª edição. Belo Horizonte. Coopmed.
2013.
8. Multifetal Pregnancy | Williams Obstetrics, 24e | AccessMedicine | McGraw-
Hill Medical. Disponível em: <http://accessmedicine.mhmedical.com/content.
aspx?bookid=1057§ionid=59789189>. Acesso em: 23 jul. 2017.
9. ONG, K. Catch-up growth in small for gestational age babies: good or bad?.
Current Opinion in Endocrinology, Diabetes and Obesity, v. 14, n. 1, p. 30-34,
2007.
10. ONG, K.; LOOS, R. Rapid infancy weight gain and subsequent obesity:
Systematic reviews and hopeful suggestions. Acta Paediatrica, v. 95, n. 8, p.
904-908, 2006.
11. SINGHAL, A. Long-Term Adverse Effects of Early Growth Acceleration or
Catch-Up Growth. Annals of Nutrition and Metabolism, v. 70, n. 3, p. 236-240,
2017.
12. XAVIER, César C. et al. Crescimento de recém-nascidos pré-termo. J Pediatr, v.
71, n. 1, p. 22-7, 1995.
148
IMPETIGINIZAÇÃO DE DERMATITE ATÓPICA: UM RELATO DE CASO
Erick Veiga Franco da Rosa ([email protected])
Frederico Starling Leão ([email protected])
Matteus Murta Lage ([email protected])
Mona Rezende Ferreira Holanda ([email protected])
Orientadora: Cibelle Ferreira Louzada ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: O impetigo não-bolhoso oucrostoso é uma infecção piogênica dapele,
contagiosa, superficial,causada principalmente por S. aureus eS. pyogenes. Acomete
normalmente crianças entre 2 e 10 anos, preferencialmente na face e nos membros
superiores. Essa infecção tem distribuição universal, sendo mais frequente em áreas com
precárias condições de higiene pessoal. Pode ocorrer em pele normal ou como forma
secundária a uma dermatose prévia, como por exemplo, dermatites de contato e atópica,
picadas de inseto, pediculoses, escabiose. A principal complicação do impetigo é o seu
potencial epidêmicopor ser uma doença de caráter altamente contagioso. RELATO DE
CASO: M.M.L., 3 meses e 13dias,leucodermo, natural e procedente de Ouro Preto, é
levado ao Centro de Saúde da UFOP em 12 de julho de 2017 pela mãe com queixa de pele
ressecada em face há cerca de 1 mês. Mãe relata uso de óleos de girassol e mineral sem
melhora do quadro. Ao exame físico, presença de pápulas eritematosas descamativas em
face, sendo prescritocreme hidratante a base de óleo de amêndoas 10% e ceramidas 2% e
sabonete neutro. Paciente retornou após duas semanas com relato de piora do quadro,
apresentando mácula eritematosa extensa em região malar esquerda encoberta por crosta
melicérica. Aventado o diagnóstico de impetigo crostoso secundário à dermatite atópica e
prescritos cefalexina 50mg/kg/dia e hidrocortisona 1% tópico por 7 dias. DISCUSSÃO: O
impetigo crostoso representa cerca de 70% dos casos de impetigo. Apresenta acometimento
endêmico com alvo principal em crianças, uma vez que a transmissão direta é favorecida
em ambientes de aglomeração, como creches, escolas ecolônias de férias. Apesar de ocorrer
em pele normal, o mais comum é a impetiginizaçãosurgir sobre dermatose prévia, como por
exemplo,a dermatite atópica presente nesse caso. A lesão avançada normalmente éuma
crosta melicérica característica, podendovariar de milímetros a dois centímetros, geralmente
pruriginosa e indolor, porémquando profunda é dolorosa. Diante disso, o diagnóstico é
baseado nos aspectos clínicos da lesão, podendo, também, realizar exames
bacterioscópicose cultura para identificação do agente. Os sintomas gerais normalmente
estão ausentes e podem ser acompanhados de linfadenite regional. O paciente não se
enquadra na faixa etária de maior acometimento (entre 2 e 5 anos), sendo imprescindível o
acompanhamento do quadro clínico, visto que pode apresentar acometimentos mais graves,
como glomerulopatias e septicemia. Além disso, é indispensável a orientação aos
acometidos quanto a forma de contágio e a higiene pessoal, de modo a prevenir
atransmissão dadermatopatologia.
Palavras-chave: Pediatria, Impetigo, Dermatite.
149
Referencias:
01 –LEAO, E; CORREA, E. J.; MOTA, J. A. C.; VIANNA, M. B.; VASCONCELLOS, M.
C. Pediatria Ambulatorial. 5 Edição. Belo Horizonte. COOPMED, 2013. 1448p.
02 –AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R.; AZULAY-ABULAFIA, L. Dermatologia.6
Edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2013. 1133p.
03 –PETRY, Vanessa et al . Bacterial skin colonization and infections in patients with
atopic dermatitis.An. Bras. Dermatol.,Rio de Janeiro ,v. 87,n. 5,p. 729-734,Oct.2012 .
04 –BADDOUR, L. M. Impetigo, Uptodate, 2017. Disponível em:
<https://www.uptodate.com/contents/impetigo>. Acesso em: 06 de ago. de 2017.
150
PUERICULTURA EM LACTENTE APÓS MENINGITE BACTERIANA –
RELATO DE CASO
Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato ([email protected])
Carolina Bretas Araújo ([email protected])
Eduardo Mesquita de Souza ([email protected])
Livya Isabella Teles de Oliveira Lima ([email protected])
Marcos Capanema Nogueira ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A meningite bacteriana (MB) é responsável por elevada morbidade e
mortalidade em crianças, a despeito dos recentes avanços nos métodos diagnósticos, no
tratamento antimicrobiano e de suporte. As sequelas neurológicas devem-se
principalmente ao retardo no estabelecimento do diagnóstico e no início do tratamento
antimicrobiano eficaz e ocorrem em 5% a 30% dos sobreviventes. RELATO DE
CASO: M.A.P, sexo feminino, quatro meses de idade, foi ao Centro de Saúde (CS) para
acompanhamento pediátrico com história de meningite há um mês e meio
aproximadamente. Com três meses de idade, paciente iniciou com febre baixa e
persistente, hiporexia e irritabilidade. O quadro evoluiu com piora progressiva,
chegando a chorar inconsolavelmente, dificultando até a mamada. O diagnóstico de
meningite foi confirmado cinco dias depois do início do quadro por punção liquórica. A
paciente foi medicada com ceftrioxina e transferida para Belo Horizonte. Internada
durante um mês, a paciente obteve melhora do quadro e recebeu alta, porém apresentava
hipotonia axial e perímetro cefálico (PC) elevado. Na primeira consulta no CS,
observou-se meningismo residual, desenvolvimento motor atrasado para idade,
vacinação atrasada e PC elevado (escore Z +2). A paciente retornou após 15 dias,
apresentando meningismo residual em melhora e manutenção dos aspectos da última
consulta. A criança fez avaliação auditiva, sendo confirmada perda auditiva total do
lado direito e parcial à esquerda. Após um mês, paciente retorna com uma queixa no
sistema respiratório, atualização da vacina de quatro meses, porém de cinco e seis meses
atrasados. Paciente já se encontrava em acompanhamento neurológico, fonoaudiológico,
fisioterápico e com infectologista pediátrico. DISCUSSÃO: A meningite é a principal
causa de deficiência auditiva neurossensorial adquirida, déficit motor e cognitivo, sendo
importante um acompanhamento clínico detalhado e multiprofissional na detecção
precoce de complicações. Foi verificado um aumento (escore Z +2) do PC após
avaliação temporal em duas consultas pelas curvas de crescimento da OMS. A medida
deste índice é de grande importância durante os 2 primeiros anos de vida, período em
que ocorre o crescimento rápido de massa encefálica. Durante o processo de triagem do
desenvolvimento neuropsicomotor pelo teste Denver II foi detectado um atraso no
ganho dos marcos para a idade, mais notadamente do desenvolvimento motor grosseiro.
151
Foi observada uma sustentação cervical deficiente, pouca fixação do olhar, persistência
do reflexo de sucção em vigília, dificuldade na apreensão de pequenos objetos e não
responsividade a estímulos sonoros. Levantou-se uma suspeita de meningismo residual
após sinais de dor em extensão da coluna na posição sentada, provavelmente pelo
estiramento de meninges. Após realização do exame digital dos Potenciais Evocados
Auditivos de Tronco Encefálico foi verificada uma perda auditiva total à direita e
parcial esquerda, podendo significar uma sequela orgânica da MB ou ototoxicidade
farmacológica. Neste relato foram encontrados alguns sinais de alerta durante o exame
físico que devem ser considerados na conduta de vigilância na saúde da criança.
PALAVRA-CHAVE: Meningites Bacterianas; Lactente; Desenvolvimento Infantil.
REFÊRENCIAS
1) ANTONIUK, S. A. et al. Meningite bacteriana aguda na infância: fatores de
risco para complicações agudas e sequelas. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v.
87, n. 6, p. 535-540, Dec. 2011.
2) BRUMMETT, R.E. Ototoxicity of vancomycin and analougues. In
Otolaryngologic Clinics off North America. 1993; 26(5), p.821-828.
3) DE FARIA, Sonia M.; FARHAT, Calil K. Meningites bacterianas-diagnóstico e
conduta. Jornal de Pediatria, v. 99, n. 75 -Supl 1, p. S46, 1999.
4) FERNANDES, D.M.Z. et al. Acompanhamento do desenvolvimento da
linguagem de lactentes de risco para surdez. Revista da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia, 2011;16(1):30-6.
152
RELATO DE CASO DE CRIANÇA COM SUSPEITA DE SÍNDROME DE
MARFAN
Valkíria Lopes Rachid1, Luiza Barbosa de Oliveira
1, Jéssica de Oliveira Jacintho
1,
Camila Eugenia Fonseca Passos1, Luiz Ricardo Mokfa Nogueira ¹, Aline Joice Pereira
Gonçalves Nicolato2.
1 Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP);
2 Professora e Coordenadora da disciplina de Pediatria na UFOP.
Contatos: ¹ [email protected], [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected], ²
Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto – Minas Gerais
INTRODUÇÃO: A síndrome de Marfan é uma desordem genética que afeta o tecido
conjuntivo, com clínica variável. Pode se apresentar na forma neonatal, infantil e
clássica, tendo variações quanto a sua gravidade e prognóstico. RELATO: O paciente
S.G.W.L, sexo masculino, lactente de 5 meses, foi atendido no setor de pediatria do
Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto. Aos 5 meses de idade,
S.G.W.L apresentava face assimétrica, pectuscarinatum, membros e dedos longos,
epispádia e sopro holossistólico. No exame físico foi realizada a relação entre o
comprimento dos membros e estatura, obtendo o valor de 1,05 caracterizado como um
achado para o diagnóstico de Síndrome de Marfan. Também foi realizado o teste do
sinal do polegar, com resultado positivo. Ao ecocardiograma, apresentava dilatação da
aorta ao nível do anel valvar. O cariótipo com banda G foi normal. Sua história e
achados clínicos levaram à suspeita da síndrome de Marfan, por isso a condução do seu
caso e encaminhamentos foram direcionados para confirmação do diagnóstico e
estabelecimento do melhor acompanhamento possível. DISCUSSÃO: A conduta para
os pacientes com a síndrome de Marfan inclui acompanhamento com diversas
especialidades. Sendo assim, S.G.W.L foi orientado a acompanhar com fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional e especialidades médicas, além de dar continuidade à puericultura
no Centro de Saúde em questão. A síndrome de Marfan apresenta critérios clínicos que
auxiliam na sua investigação, por isso, ressalta-se importância do estudo da semiologia
pediátrica, através das técnicas de anamnese e exame físico que foram fundamentais no
acompanhamento de um caso consideravelmente raro.
153
Palavras-chave: Marfan, pediatria, puericultura.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Maria Rita et al. Síndrome de Marfan: novos critérios diagnósticos, mesma
abordagem anestésica? Relato de caso e revisão. Brazilian Journal Of
Anesthesiology, [s.l.], v. 66, n. 4, p.408-413, jul. 2016
OLIVA, Pamela N et al . Síndrome de Marfán. Rev. méd. Chile, Santiago , v. 134, n.
11, p. 1455-1464, nov. 2006 .
154
RELATO DE CASO: QUEIMADURA POR ESCALDADURA EM LACTENTE E
O PAPEL DA PUERICULTURA NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Orientadora: Daiana Elias Rodrigues ([email protected])
Alice Soares Trindade ([email protected])
Bárbara Christina Noelly e Silva ([email protected])
Bianca Hellen Sousa Martins ([email protected])
Mayra Borges Fonseca ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: No Brasil, em 2012, na faixa etária de zero a nove anos, os acidentes
foram responsáveis por 3.142 mortes e 75 mil hospitalizações, sendo 220 mortes e 17%
das hospitalizações relacionadas às queimaduras. Além disso, as injúrias causadas pelas
queimaduras podem resultar em longos períodos de tratamento e deixar sequelas físicas,
psicológicas e financeiras à família e à sociedade, sendo, portanto, uma relevante
questão para a saúde pública. RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente, M.V.S., 1
ano e 9 meses, proveniente do distrito de Santo Antônio do Salto, Ouro Preto, Minas
Gerais, compareceu ao Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto,
acompanhada da mãe e da avó materna para consulta de puericultura. Criança com
história prévia de queimadura por escaldadura aos 4 meses de idade. Durante o preparo
do banho, a banheira com água fervente foi deixada sobre o braço do sofá pela avó
enquanto a mesma buscava água fria para regular a temperatura do banho. Nesse
intervalo de tempo a banheira caiu sobre o sofá onde a criança havia sido deixada
desacompanhada, provocando queimaduras do tipo escaldadura de 1º e 2º grau na região
do tronco, períneo, membro superior direito e membro inferior esquerdo. Após o
acidente, a criança permaneceu internada por 75 dias, com graves complicações como
parada cardiorrespiratória, estenose subglótica secundária a intubações e extubações
recorrentes e realização de traqueostomia. Ao exame físico foi evidenciada a presença
da cânula de traqueostomia, assim como de cicatrizes hipocrômicas e extensas nas
regiões do tronco, membro superior direito e membro inferior esquerdo. Em relação ao
crescimento apresentava padrão insatisfatório, com alimentação inadequada e na
avaliação de Denver II evidenciamos um atraso na fala. DISCUSSÃO: A literatura
evidencia grande número de acidentes por queimaduras em crianças menores de 4 anos.
Questões como o aspecto sociocultural e características inerentes a faixa etária como
imaturidade física, mental e motora e incapacidade para prever e evitar situações de
perigo contribuem para ocorrência desse tipo de acidente. Outros fatores de risco são o
baixo nível socioeconômico e de instrução dos cuidadores da criança no momento do
acidente, moradias pequenas para o número de residentes e equipamentos de cozinha
precários, uma vez que a cozinha é o local da casa onde ocorre a maior porcentagem de
acidentes. Em relação aos principais agentes causais, estudo retrospectivo realizado no
centro de Tratamento de Queimaduras na cidade de Ribeirão Preto, aponta a
escaldadura por água como principal causa das queimaduras na faixa etária de 0 a 3
anos. Neste relato de caso, observamos que a faixa etária da paciente, o local do
155
acidente, o agente causal e o nível socioeconômico da família correspondem aos
principais fatores de risco descritos pela literatura. Nesse contexto, fica evidente a
relevância das medidas preventivas na abordagem de acidentes e, dentro do âmbito
preventivo na faixa pediátrica, destaca-se a importância de adequadas e efetivas
consultas de puericultura.
Palavras-chave: queimadura, prevenção de acidentes, cuidado da criança.
Referências
PEDRO, ICS; RINALDI, ML; PAN, R; GONÇALVES, N; ROSSI, LA; FARINA, JAJ
et al. Perfil das hospitalizações para o tratamento agudo de crianças e adolescentes
queimados, 2005-2010. Rev Bras Queimaduras2014; 13 (3):154-160
Rede Nacional Primeira Infância. Plano Nacional da Primeira Infância - Projeto
Observatório Nacional da Primeira Infância. Mapeamento da Ação Finalística Evitando
Acidentes na Primeira Infância. 2014. Acesso em 28 de set 2016. Disponível em:
http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/01/RELATORIO-
DEMAPEAMENTO-EVITANDO-ACIDENTES-versao-4-solteiras.pdf.
156
SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS: RECIDIVAS E COMPLICAÇÕES
Orientador: Daiana Elias Rodrigues ([email protected]);
Alunos: Gabriel Rodrigues Couto ([email protected]);
Pedro Calazans Rabello ([email protected]);
Sofia Magalhães Parreiras ([email protected]);
Thaysa Estevão Fernandes ([email protected]).
Universidade Federal de Ouro Preto - Ouro Preto – MG.
Introdução: A sinéquia de pequenos lábios consiste na fusão parcial ou total das bordas
internas na região do introito vaginal. A alteração, presente na faixa etária de 3 meses a
6 anos, é de simples diagnóstico e tratamento, mas pode evoluir com complicações e
recidivas se não for abordada adequadamente. Assim, destaca-se a importância da
puericultura e do exame físico pediátrico completo. Relato de Caso Clínico: Paciente
M.A.M, 3 anos e 8 meses, sexo feminino, acompanhada pela mae com queixa “vagina
colada”, pela segunda vez. Associado ao quadro, relatava disúria, tenesmo vesical, dor
pélvica, oligúria e infecções urinárias recorrentes. Foi diagnosticada com sinéquia de
pequenos lábios aos 12 meses e submetida a procedimento clínico cirúrgico com 1 ano e
6 meses, porém apresentou recidiva aos 3 anos. Ao exame físico visualizava-se
pequenos lábios aderidos desde a fossa vestibular até a extremidade inferior do óstio da
uretra, sendo assim, uma fusão total. Foi optado por tratamento medicamentoso com
pomada de estrógeno por 15 dias. Discussão: A coalescência de pequenos lábios pode
ser de causa congênita ou adquirida. É denominada congênita quando a fusão dos
pequenos lábios ocorre entre o terceiro e quarto mês de vida embrionária. A forma
adquirida pode estar relacionada com processo inflamatório que conduz a alteração do
epitélio local e por consequência adesão das superfícies. A maioria dos casos de
sinéquia de pequenos lábios é assintomática. No entanto, quando presentes, os
principais sintomas são a retenção urinária, micção com esforço ou em dois tempos,
pseudo-incontinência urinária, infecções urinárias, vaginais e vulvares de repetição,
disúria, devido à retenção de urina na vagina e prurido. O diagnóstico é essencialmente
clínico. A maioria dos casos (80%) de coalescência de ninfas resolve-se de forma
espontânea no período aproximado de um ano. Os casos assintomáticos são tratados de
forma expectante, com orientações quanto à higiene e eliminação de agentes irritantes
locais. Para pacientes sintomáticas, pode-se indicar tratamento clínico ou, em alguns
casos, tratamento cirúrgico. Após o tratamento e a separação da sinéquia, deve-se
manter cuidadosamente a higiene para evitar-se a recorrência. Por possuir diagnóstico
essencialmente clínico, evidencia-sea importância do exame físico completo da genitália
que por vezes é negligenciado, devido à dificuldades não apenas técnicas mas culturais
dos profissionais de saúde. Além disso, o tratamento precoce dos casos sintomáticos e
as orientações quanto aos cuidados gerais após o tratamento podem evitar complicações
futuras. Palavras Chaves: “Sinéquia”; “pequenos lábios” “Complicações”.
Referências: SPINATO, G. AGOSTINI, A. Sinéquia de pequenos lábios. Ambulatório
de Ginecologia Infanto-Juvenil; Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo (RS).REV
157
MÉDICA HSVP 2005; 17(36):25-27; LEÃO, Enio; CORREA, Edison José. Pediatria
Ambulatorial. Editora COOPMED. 4ª edição, 2005.
; MAYOGLOU, Lazarus. DULABON, L. MARTIN-ALGUACIL, N. PFAFF, D.
SCHOBER, J. Success of treatment modalities for labial fusion: a retrospective
evaluation of topical. and surgical. Treat J Pediatr Adolesc Gynecol (2009) 22:247e
250.
.
158
DISCIPLINA VIGILÂNCIA EM SAÚDE – APRESENTAÇÕES ORAIS
A VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NO MUNICÍPIO DE OURO
PRETO, MINAS GERAIS
Elaine Machado ([email protected]) - Orientadora
Carolina Luisa de Lima Filardi ([email protected])
Gabriela Moreira do Nascimento ([email protected])
Kamylla Versiani Araújo Faro ([email protected])
Maria Teresa de Andrade Sol ([email protected])
Mirelly Cota Quites ([email protected])
Tatiana Dalat Coelho Furtado ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: Segundo dados do IBGE de 2014, o município de Ouro Preto, Minas
Gerais, possui uma população de 70.281 habitantes, sendo que a maioria desses se
encontra em idade produtiva. Dentre a população com emprego formal, a maioria atua
na área da indústria, principalmente na extração e beneficiamento do minério de ferro.
A condição empregatícia de uma população influencia diretamente nas ações de
Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT). A VISAT é um dos componentes do
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e visa à promoção da saúde e a redução da
morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que
intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de
desenvolvimento e processos produtivos (Portaria GM/MS Nº3.252/09). Assim, a
existência desse serviço nos municípios é fundamental para identificar e registrar a
população economicamente ativa, as atividades produtivas e riscos ocupacionais, bem
como registrar os casos de acidentes e doenças ocupacionais, organizar e analisar esses
dados para que consiga atuar na melhora da atenção à saúde do trabalhador.
OBJETIVOS: Investigar o serviço de VISAT em Ouro Preto, descrevendo sua
estrutura e processo de trabalho. Além de realizar análise comparativa entre os dados
divulgados pelo serviço em relação aos acidentes de trabalho (AT) e doenças
ocupacionais no município. METODOLOGIA: Visita única ao departamento de
Vigilância em Saúde do município de Ouro Preto e busca nos bancos de dados do
Ministério da Previdência Social e do SINAN por AT e doenças ocupacionais no
município de Ouro Preto, com análise e posterior comparação dos dados.
DESENVOLVIMENTO: O departamento de Vigilância em Saúde de Ouro Preto
159
possui o serviço de VISAT, com uma única funcionária responsável, e possui como
referência o CEREST de Belo Horizonte. O serviço objetiva principalmente diminuir a
subnotificação do município contudo, diante da impossibilidade de realizar mais visitas
não foi possível obter tais dados. A partir da análise da base de dados de AT da
previdência social, obtivemos que, em Ouro Preto, ocorreram 1.888 acidentes no
período de 2008 a 2015 sendo 1505 acidentes típicos, 256 de trajeto e 137 doenças
relacionadas ao trabalho. Já a análise de dados do SINAN, mostra que, no mesmo
período, ocorreram 216 notificações de agravos de saúde do trabalhador e 21
notificações de doenças relacionadas ao trabalho. A partir desses dados, foi possível
conhecer um pouco do perfil de acidentes de trabalho do município, contudo, sem
acesso ao perfil produtivo não foi possível o cálculo de indicadores específicos. Essa
análise comparativa entre os dados dessas instituições demonstra uma subnotificação
dos agravos de saúde do trabalhador e de doenças ocupacionais pelos serviços de saúde
de Ouro Preto. CONCLUSÃO: A VISAT é estruturante e essencial ao modelo de
Atenção Integral em Saúde do Trabalhador e deve ser bem articulada intra e
intersetorialmente. A VISAT no município de Ouro Preto ainda não se encontra bem
estabelecida, necessitando de melhores condições técnicas, mais recursos humanos e
melhor coordenação para a realização das ações de saúde do trabalhador em sua
abrangência.
Palavras-chave: Vigilância em Saúde do Trabalhador, Previdência Social, Sistemas de
Informação em Saúde.
REFERÊNCIAS:
Base de dados de Acidentes de trabalho da previdência social:
http://www3.dataprev.gov.br/aeat/http://www.numeros.mg.gov.br/QvAJAXZfc/opendo
c.htm?
document=MapaResultados.qvw&host=QVS%40vm13532&anonymous=true
DALDON, Maria Teresa Bruni, LANCMAN, Selma. Vigilância em Saúde do
Trabalhador: rumos e incertezas. Rev. bras. saúde ocup. [online]. 2013, vol.38,
n.127, pp.92-106. ISSN 0303-7657. http://dx.doi.org/10.1590/S0303-
76572013000100012.
LIMONGI, Jean Ezequiel et al. Estrutura e processos da Vigilância em Saúde em
municípios mineiros: uma análise qualiquantitativa. Cad. saúde colet., Rio de
Janeiro , v. 25, n. 1, p. 31-44, Mar. 2017.
MALTA, Deborah Carvalho et al. Acidentes de trabalho autorreferidos pela
população adulta brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde,
2013. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 1, 2017
160
A VIGILÂNCIA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO MUNÍPIO DE OURO
PRETO, MG: PANORAMA E POSSIBILIDADES
Elaine Leandro Machado ([email protected]) - Orientadora
Alba Larissa dos Santos Esperidião ([email protected])
Ana Beatriz Castello Branco Fiume Pires ([email protected])
Jordana Mol Teixeira ([email protected])
Natália D’arc Queiroz Pimenta ([email protected])
Nicole Críscia Naves da Silva ([email protected])
Vinícius Nascimento Ferreira ([email protected])
Vitor Hugo Souza Batista ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: As violências expressam-se com alto impacto no adoecimento e
morte da população, na diminuição da expectativa e da qualidade de vida. Em relação
ao sexo, as mulheres compõem o grupo de maior vulnerabilidade, sendo a violência
manifestada de modo físico, psicológico ou pela restrição de acesso aos serviços
públicos¹. OBJETIVO: Traçar o perfil dos agravos de violência contra a mulher
notificados no município de Ouro Preto, MG, comparar os dados obtidos com as
estatísticas nacionais e propor possíveis planos de ação que possam reduzir tais agravos
e melhorar a coleta e o processamento das notificações de violência.
METODOLOGIA: Os métodos utilizados para a realização deste trabalho foram
consultas à base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN) e busca em sites como Scielo, Google Acadêmico e plataforma da CAPES,
com os descritores: “violência contra a mulher” e “vigilância em saúde”, além de
consultas à base de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto e regiões.
DESENVOLVIMENTO: Estima-se que 35% das mulheres em todo mundo já tenham
sofrido algum tipo de violência física ou sexual³. O Brasil ocupa o quinto lugar entre os
países com maior taxa de feminicídio, o que justifica o estudo sistemático sobre os
agravos de violência contra a mulher4. De acordo com os dados encontrados, a
ocorrência das violências é mais prevalente nas mulheres pardas entre 15 a 19 anos e
que não tenham concluído o ensino fundamental. Entre os anos de 2009 a 2015, foram
notificados 157 casos de violência doméstica, sexual e de outros tipos no município de
Ouro Preto. Ainda no município, a taxa de violência contra a mulher (a cada 1000
habitantes) foi de 6,87 no ano de 2015, quando a taxa média dos municípios do estado
no foi de 5,15², o que exige empenho para identificação, estudo dos casos e possíveis
intervenções. Apesar da taxa apresentada no município ser maior que a média estadual,
161
segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os dados ainda são subnotificados. Esse
quadro exige o desenvolvimento de diversas estratégias e ações intervencionistas que
reduzam não somente a ocorrência dos agravos, mas também os casos de
subnotificação. Algumas medidas que devem ser consideradas nesta abordagem
envolvem: melhoria das bases de dados local, contribuindo para registros de violências
pelas próprias Unidades Básicas de Saúde; capacitação dos profissionais de saúde para
realizar essas notificações e registros corretamente, além de promover o reconhecimento
de situações de agravo e necessidade de ações específicas. CONCLUSÃO: A violência
contra a mulher apresenta uma forte associação com os determinantes sociais como a
pobreza, reflexo das desigualdades sociais e da exclusão. A promoção das ações
propostas facilitaria o reconhecimento desses fatores e análise dos dados, possibilitando
assim, um monitoramento mais específico e efetivo das ocorrências e notificações. A
partir daí, estabelecer-se-ia um atendimento e ações voltadas à demanda daquela
determinada área, que poderia resultar na redução dos agravos.
Palavras-chave: Violência contra a Mulher, Vigilância em Saúde Pública, Direitos da
Mulher.
REFERÊNCIAS:
MALTA, Deborah Carvalho et al . Iniciativas de vigilância e prevenção de acidentes
e violências no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Epidemiol. Serv. Saúde,
Brasília , v. 16, n. 1, p. 45-55, mar. 2007 . Disponível em
<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679497420070001000
05&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 04 ago. 2017. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-
49742007000100005.
MINAS GERAIS. Diagnóstico De Violência Doméstica E Familiar Nas Regiões
Integradas De Segurança Pública De Minas Gerais. 2016. Disponível em
http://www.seds.mg.gov.br/images/2016/NOVEMBRO/DIAGNOSTICO%20DE%20V
IOLENCIA%20DOMESTICA%20E%20FAMILIAR.pdf Acesso em 04 ago. 2017
VELOSO, Milene Maria Xavier et al . Notificação da violência como estratégia de
vigilância em saúde: perfil de uma metrópole do Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio
de Janeiro , v. 18, n. 5, p. 1263-1272, May 2013 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232013000500011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 04 Aug. 2017.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000500011.
162
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência 2015: homicídios de mulheres no Brasil
[internet]. Brasília (DF): Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial
da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres; Ministério das Mulheres,
da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos; Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais; 2015 [cited 2016 Jun 06].
163
ANÁLISE DA SITUAÇÃO DA VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA DE
CONSUMO DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS
Orientadora: Elaine Leandro Machado ([email protected]) - Orientadora
Felipe Otávio Vieira Santos ([email protected])
Isabella Gomes Santos ([email protected])
Jorge Fernando de Souza Silva ([email protected])
Loreni Perácio de Sousa ([email protected])
Lucas Camarano Leal ([email protected])
Renan Ibrahim Neiva ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
INTRODUÇÃO: A Vigilância Ambiental em Saúde constitui-se no estudo de fatores
ambientais que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar medidas de
prevenção e controle dos fatores de riscos ambientais, relacionados a agravos à saúde.
Entre esses fatores, a água destaca-se não só como um recurso vital, mas também
veículo de transmissão de várias doenças, as quais correspondem a 80% de todas as
doenças nos países em desenvolvimento. OBJETIVOS: Analisar a Vigilância
Ambiental no município de Ouro Preto quanto a sua estrutura, processos e resultados,
tendo como foco a vigilância da qualidade da água de consumo. METODOLOGIA:
Busca ativa de dados por meio de entrevista semiestruturada com informantes-chave e
revisão de literatura. DESENVOLVIMENTO: Em relação a equipe responsável pela
Vigilância Ambiental, há uma única coordenadora responsável também pela Vigilância
em Saúde do Trabalhador, e os recursos físicos são escassos. Por meio de parceria com
a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), processos como as análises laboratoriais
da água de consumo são realizadas. Berçário de fontes de águas, a serra de Ouro Preto é
o divisor das bacias do Rio das Velhas e Rio do Carmo, as principais a drenarem água
na região. Grande parte da água das nascentes é utilizada para o abastecimento da
população, da indústria e da mineração. O tratamento dessa água é realizado pelo
Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto (SEMAE-OP), criado em 2005, o
qual possui seis estações de tratamento de água. Conforme a Portaria Nº 2914/2011,
averigua-se a qualidade da água pela análise do padrão microbiológico, dos aspectos
físico-químicos e da presença de contaminantes inorgânicos. Estudos realizados
previamente à criação da SEMAE-OP no sistema Itacolomi e distrito Santa Rita
evidenciaram a impotabilidade da água consumida, com grande percentual das amostras
com concentração de cloro residual abaixo do valor mínimo obrigatório de 0,2 mg/mL,
elevada turbidez e alto índice de coliformes fecais. Entretanto, não foram encontrados
estudos após a criação do SEMAE. Adicionalmente, há evidência de elevados teores de
contaminantes inorgânicos nas águas de minas da serra de Ouro Preto, entre eles,
arsênio (As), cádmio e manganês, constituindo um risco potencial à saúde humana. Em
particular, o As é uma substância carcinogênica cuja exposição crônica pode causar
severos agravos à saúde, incluindo hiperqueratose, câncer de pele, câncer pulmonar,
distúrbios do sistema nervoso, abortos espontâneos e outras doenças graves. Porém, não
164
foi evidenciada contaminação da população potencialmente exposta a esse elemento em
Ouro Preto. Por outro lado, em Passagem de Mariana, distrito de Mariana, demonstrou-
se contaminação humana pela presença de As em amostras de urina da população local.
Contudo, a repercussão dessa exposição na saúde dessa população ainda não foi
investigada. CONCLUSÕES: Faz-se necessária a implementação de um sistema de
tratamento de água adequado para Ouro Preto e região, bem como o fomento de
pesquisas com o intuito de investigar o impacto da qualidade da água na saúde da
comunidade local.
Palavras-chave: Vigilância Epidemiológica; Saúde Ambiental; Qualidade da Água.
REFERÊNCIAS:
BARBOSA, C. C., CASTRO, M. C. F. M., GUARDA, V. L. M. Parasitoses
intestinalis e qualidade sanitaria da água potável distribuida no Sistema Itacolomi
no distrito de Ouro Preto, MG. Universidade Federal de Ouro Preto. 2002
BORBA, Ricardo Perobelli; FIGUEIREDO, Bernardino Ribeiro; CAVALCANTI, José
Adilson. Arsênio na água subterrânea em Ouro Preto e Mariana, Quadrilátero
Ferrífero (MG). Rem: Rev. Esc. Minas, Ouro Preto , v. 57, n. 1, p. 45-51, Mar. 2004 .
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-
44672004000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 4 ago. 2017.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011.
Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água
para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, 2011.
Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>.
Acesso em: 4 ago. 2017
NOCE, T. S. Avaliação da Composição Geoquímica das Águas de Antigas Minas da
Serra de Ouro Preto, se do Quadrilátero Ferrífero, MG. Monografia do Trabalho
Final de Graduação – n. 50., Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2013.
165
VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSIVEIS NO MUNICIPIO DE OURO
PRETO: UM RECORTE SOBRE HIV
Elaine Leandro Machado ([email protected]) – Orientadora
Eduardo Nogueira Botinha ([email protected])
Caroline Paula Prósperi Souto ([email protected])
Géssica Mendes de Almeida ([email protected])
Henrique Nigri Caetano de Oliveira ([email protected])
Lucas André Silva Santos([email protected])
Marco Aurélio Cambraia Ribeiro([email protected])
Matheus Alves de Lima ([email protected])
Matheus Silva de Castro ([email protected])
Matheus Thomé Pinheiro ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: A Vigilância Epidemiológica das doenças infecciosas e parasitarias
constitui-se um importante instrumento de prevenção e controle dessas doenças,
fornecendo importantes subsídios para o planejamento, organização e operacionalização
dos serviços de saúde. A Aids ainda é considerada um grande problema de saúde
pública, pois apesar dos investimentos em tratamentos e remédios, o crescimento de
casos relacionados ao HIV no país cresce a cada dia. No Brasil, em 2015, havia
798.366 pessoas vivendo com HIV. Estima-se que tenham ocorrido 44.000, novas
infecções e número de mortes relacionadas à AIDS foi estimado em 15.000.
OBJETIVOS: Realizar a análise da situação da Vigilância de doenças transmissíveis
do município de Ouro Preto – Minas Gerais, considerando a estrutura e processos
existentes, tendo como foco específico o HIV. MÉTODOS: Os instrumentos de
trabalho serão pesquisa nos sites de referencia, realização de grupos operativos para
diálogo e troca de informações entre os estudantes e coordenadores de saúde,
abordagem comparativa das informações coletadas, análise de dados de Programas
Nacionais, Estaduais e Municipais. DESENVOLVIMENTO: A partir da análise
situacional da Vigilância de Doenças Transmissíveis do munícipio de Ouro Preto, foi
possível traçar um perfil epidemiológico da população ouropretana em relação ao HIV e
compará-lo com o que é proposto pela Política Nacional de DST/AIDS. O total de casos
de AIDS no Brasil de 1980 a 2015 foi de 798.336, com predomínio das notificações na
região sul e sudeste, sendo 65% no sexo masculino e dentro do sexo feminino 35% eram
gestantes. 41,4% acometeram heterossexuais. Do total de casos notificados no Brasil,
foram registrados 222.301 obitos desde 1996. Em Ouro Preto, os casos notificados no
166
SINAN somaram 130 casos, com predomínio no sexo masculino em 87 casos e 43 do
sexo feminino, 4 casos em menores de 5 anos e 9 casos entre 15 e 24 anos. Ouro Preto
tem uma taxa de detecção de 4,1 a cada 100.000 habitantes na populacao geral. A taxa
de mulheres detectadas corresponde a 5,5 e a de homens 2,9 em 2016. Óbitos por causa
básica AIDS somaram 32 casos de 1980 a 2003. A taxa de mortalidade em Ouro Preto
em 2007 foi cerca de 9 por 100.000 habitantes e 7,7 em 2010. CONCLUSÕES: Há
ainda pequena capacidade no município de Ouro Preto em notificar eficientemente as
doenças trasmissiveis por limitações de pessoal, treinamento e estrutura. Para tal se faz
necessário melhorar o acesso e a qualidade dos indicadores e desenvolver indicadores
de incidência/prevalência da população transitória, para traçar o perfil epidemiológico
em relação a Aids da população ouro pretana. Permite-se assim direcionar os recursos
segundo perfil traçado, desenvolver indicadores específicos de tratamento e se
complementar com programas de prevenção de HIV.
Palavras-chaves: Vigilância de doenças transmissíveis, HIV, Ouro Preto.
REFERÊNCIAS:
IV Conselho Nacional de Secretarios de Saude (CONASS). Indicadores Universais do
Rol de diretrizes, objetivos, Metas e Indicadores – 2013-2015. Disponivel em >
http://www.conass.org.br/guiainformacao/category/indicadores-universais-do-rol-de-
diretrizes-objetivos-metas-e-indicadores-2013-2015-coap/ > Acesso em 2017 Agosto
Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 5. ed. Brasília :
FUNASA, 2002. 842p. Disponivel em >
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/guia_vig_epi_vol_l.pdf>. Acesso em
2017 Agosto
Secretaria de Saude de Minas Gerais. Portal de vigilancia e protecao a saude.
Disponivel em > http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/sala-de-situacao-
municipal/> Acesso em 2017 Agosto
RODRIGUES, Manuel Jorge. Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) na
Adolescência. Nascer e Crescer, Porto , v. 19, n. 3, p. 200, set. 2010 . Disponível
em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-
07542010000300020&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 06 ago. 2017.
167
TEMA LIVRE- APRESENTAÇÃO DE PÔSTER
O USO DO FACEBOOK®
COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR DE
APRENDIZADO NA DISCIPLINA DE MEDICINA DE FAMILIA E
COMUNIDADE – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Orientador: Leonardo Cançado Monteiro Savassi ([email protected])
Autores: Álisson Oliveira dos Santos ([email protected])
Bárbara Rodrigues Toneli ([email protected])
Leonardo Cançado Monteiro Savassi ([email protected])
Rodrigo Pastor Alves Pereira ([email protected])
Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina.
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil.
INTRODUÇÃO: Apresenta-se uma experiência desenvolvida na disciplina Medicina
de Família e Comunidade, da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro
Preto, em que a Rede Social Facebook®
é utilizada como ferramenta complementar no
processo de aprendizado dos acadêmicos. OBJETIVOS: Discutir a importância da
adaptação das práticas docentes ao cenário tecnológico e comunicacional atual, com o
objetivo de qualificar o aprendizado e o processo de formação do raciocínio clínico dos
alunos. METODOLOGIA: Foi criado um grupo controlado e secreto nessa rede social,
sob a supervisão dos professores, como ferramenta de maximização do potencial
didático da disciplina. Essa estratégia foi embasada por uma ampla revisão literária que
aponta a eficácia da utilização de ferramentas complementares do aprendizado sitiadas
em uma plataforma de uso cotidiano dos alunos. RELATO DA EXPERIÊNCIA: No
grupo criado, os alunos convertem dúvidas clínicas em objetivos de aprendizado,
discutidos pelos alunos matriculados na disciplina sob a mediação dos professores
responsáveis. A participação dos acadêmicos nessas atividades não é obrigatória e não
possui caráter avaliativo, mas consiste numa estratégia complementar ao processo de
aprendizado, no qual eles podem participar ativamente a partir das dúvidas levantadas
nos atendimentos ambulatoriais. CONCLUSÕES: O uso de Redes Sociais como
ferramenta complementar no processo de aprendizagem se expandiu nos últimos anos
devido à popularidade entre os estudantes e à flexibilidade de tempo e potencial de
168
interação entre professores e alunos oferecido por elas. Entretanto, é importante avaliar
qual é o impacto que a inserção dessas atividades de fácil acesso, e da exposição
contínua a informações técnicas, tem na qualidade de vida do estudante.
Palavras-chave: Rede Social – Educação – Medicina de Família e Comunidade
Referências:
1. PAGE, D.; BARANCHUK, A. The Flexner report: 100 years later.
International Journal Of Medical Education, v. 1, p.74-75, 12 out. 2010.
2. SOTO-AGUILERA, C.A. et al. Actividades profesionales confiables
(APROC): un enfoque de competencias para el perfil médico. FEM (Ed.
impresa), Barcelona, v. 19, n. 1, p. 55-62, fev 2016.
3. CARRACCIO, C. et al. Shifting Paradigms. Academic Medicine, v. 77, n. 5,
p.361-367, maio 2002.
4. Flynn L, et al. Learning theory and its application to the use of social media
in medical education. Postgrad Med J 2015;91:556–560.