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1 14ª JORNADA REGIONAL E 4ª JORNADA NACIONAL DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS AS LÍNGUAS EM DIÁLOGO- PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA ATUALIDADE CADERNO DE RESUMOS 15 e 18 de junho de 2011 UNIOESTE – MARECHAL CÂNDIDO RONDON

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14ª JORNADA REGIONAL E 4ª JORNADA NACIONAL DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS

AS LÍNGUAS EM DIÁLOGO- PERSPECTIVAS E

DESAFIOS NA ATUALIDADE

CADERNO DE

RESUMOS

15 e 18 de junho de 2011 UNIOESTE – MARECHAL CÂNDIDO RONDON

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14ª JELL AS LÍNGUAS EM DIÁLOGO – PERSPECTIVAS E

DESAFIOS NA ATUALIDADE

CONFERÊNCIAS

PROFESSORES E PROFISSIONAIS E APRENDIZES CONSCIENTES DE LÍNGUAS

Prof. Dr. José Carlos Paes de Almeida Filho (UnB)

RESUMO: Quando os professores de línguas evoluem na sua formação reflexiva para serem competentes e cientificamente fundamentados, seus alunos aprendizes também precisam acompanhar essa evolução. Esse esforço de harmonização dos dois grandes processos nele imbricados aumenta as chances de se adquirirem novas línguas para fins comunicacionais, geralmente marcados por uma capacidade de uso da nova língua. Buscar a afinação do preparo e abordagem de ensinar dos professores com uma capacidade consciente de gerir com sucesso o esforço de aquisição por parte dos alunos é tarefa complexa e delicada e dela precisamos nos ocupar com o sentido distintivo do estudo e da pesquisa. Nesta apresentação na 14ª JELL, a proposta será delinear os conceitos e as relações que favorecem a compatibilização consciente e reflexiva dos processos de adquirir/aprender línguas de um lado e de ensinar de outro. Nossa tarefa na condução desta palestra de abertura do evento será a de mostrar o perfil profissional do professor de línguas e o feitio consciente acadêmico dos aprendizes desses professores num diálogo cheio de promessas de renovação do ensino e da aprendizagem de línguas no país. Por fim, a apresentação indica um caminho paralelo promissor para a formação de outro grande agente dos processos de aquisição e ensino de línguas, o aprendente. PALAVRAS-CHAVE: Formação de Professores de Línguas, Competência Profissional, Modelo Reflexivo de Formação.

NOVOS LETRAMENTOS: O CRÍTICO E O RELATIVO NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS

Profa. Dra. Clarissa Menezes Jordão ( UFPR)

RESUMO: Utilizando as metáforas da árvore e do rizoma (Deleuze & Guattari, 1995, 2000), esta fala propõe uma reflexão sobre o papel das línguas no desenvolvimento da criticidade e da cidadania na escola. Estes dois conceitos, cidadania e criticidade, acrescidos da noção de relatividade que muitas vezes a eles se acopla, serão apresentados numa perspectiva discursiva pós-estruturalista e relacionados a duas abordagens educacionais: a do letramento crítico/novos letramentos e a da pedagogia crítica. Embora passíveis de aproximação em alguns aspectos, as duas abordagens serão contrastadas em seus pressupostos epistemológicos conforme a visão de mundo construída por cada uma e suas implicações no ensino-aprendizagem. A perspectiva do letramento crítico/novos letramentos será aqui privilegiada na medida em que contempla o estudo de formas contemporâneas de ensinar-aprender. PALAVRAS-CHAVE: letramento crítico, rizoma, ensino-aprendizagem

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LINGUAGEM E PODER

Prof. Dr. Allan de Paula Oliveira (UNIOESTE)

RESUMO: O texto apresenta um balanço crítico de algumas abordagens da temática da linguagem por parte da antropologia e das ciências sociais ao longo do século XX. Neste balanço serão privilegiados três momentos distintos: o estabelecimento da linguagem como um dos fenômenos centrais da sociabilidade humana, por Claude Lévi-Strauss; os estudos de etnolinguística, tais como desenvolvidos por Richard Bauman e Dell Hymes, que estabelecem os nexos entre linguagem e performance; e as abordagens de Pierre Bourdieu, que privilegiam a análise da linguagem como um campo de conflitos por hegemonia e poder. Pretende-se, desta forma, contribuir para uma abordagem comparativa das diferentes análises sócio-antropológicas sobre a linguagem e que permita ao leitor uma reflexão sobre as vantagens e as desvantagens epistemológicas de cada uma destas análises. PALAVRAS-CHAVE: Estruturalismo; Etnolinguística; Performance; Campo Lingüístico.

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14ª JELL AS LÍNGUAS EM DIÁLOGO – PERSPECTIVAS E

DESAFIOS NA ATUALIDADE

MESAS DE DEBATES

MESA 01 – LITERATURA BRASILEIRA: SOCIEDADE E MITO

Profa. Dra. Rita das Graças Félix Fortes (UNIOESTE) Profa. Ms. Maria Beatriz Zanchet (UNIOESTE)

Prof. Dr. Antonio Donizeti da Cruz (UNIOESTE) Profa. Dra. Izabel Cristina Souza Gimenez (UNIOESTE)

Profa. Dra. Ellen Mariany da Silva Dias (UNIOESTE) Profa. Dra. Regina Coeli Machado e Silva (UNIOESTE)

MAPAS DA IMAGINAÇÃO E MEMÓRIA EM LÍLIA A. PEREIRA DA SILVA:

LITERATURA, DESENHO E PINTURA

Antonio Donizeti da Cruz (UNIOESTE)

RESUMO: Uma abordagem sobre a criação artística e literária, o imaginário e memória na obra de Lília A. Pereira da Silva – Artista das palavras e das cores – bem como uma reflexão sobre as imagens poético-plásticas recorrentes em sua obra: anjos, palhaços, imagens carnavalescas, mulher, espelhos, natureza, entre outras. Lília A. Pereira da Silva publicou 103 livros nas áreas de poesia, romance, literatura infantil, artes plásticas, didáticos de Direito, de Psicologia e Artes Plásticas. Em relação às artes plásticas, suas obras encontram-se em museus brasileiros e estrangeiros. Trabalha com acrílico, esmalte, óleo, purpurina, colagem, tela, alumínio, papéis diversos, aquarela, guache, entre outros materiais. As obras de Lília Silva vão do figurativo ao abstracionismo, apresentando ousadas técnicas expressionistas e surrealistas, com uma obra poética e plástica que revela manifestações e dramas humanos.

PALAVRAS-CHAVE: Imaginário, Memória, Narrativa lírica, Desenho, Pintura.

O FILHO ETERNO: UMA PARTOGÊNESE DA CRIAÇÃO LITERÁRIA

Maria Beatriz Zanchet (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho analisa o romance O filho eterno, de Cristovão Tezza, com base na reflexão de características teóricas que o inserem como no gênero autobiográfico, dado que se coloca no entre-lugar da história e da ficção, ou seja, no limiar entre as referências ao vivido e a construção literária. Sob esse aspecto, são efetuadas três abordagens: a) a história propriamente dita, correspondendo a um narrador que, aspirante ao ofício de escritor, sofre a danação do caos existencial, a partir do nascimento de seu primeiro filho, portador de Síndrome de Down; b) os

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recursos de que se vale o escritor, tanto para conferir ao romance as características de uma escritura especular – relação entre pai e filho – , quanto para inovar, em termos de autobiografia, no tocante à utilização do ponto de vista/foco da estrutura narrativa; c) a percepção de uma face política e social na narrativa – vinculada aos episódios de juventude do narrador, reveladores de um Brasil/anos 70 – configurada na perspectiva de uma rebeldia revolucionária, ingênua, um tanto perdida, mas sonhadora. Embora marcado pelas vicissitudes que irradiam do tom confessionalista, apoiado nos eventos que dão conta da vida – considerando-se o lado descritivo, a partir das palavras do próprio narrador, “romance brutalmente autobiográfico” – , a hipótese que sustenta este trabalho defende a ideia segundo a qual O filho eterno é um romance de construção: o ato de escrever não apenas ficcionaliza o vivido, mas constrói e amadurece o sujeito narrador. Na reconstrução da história textual do filho Felipe, subjazem outras construções: a do pai e a do narrador/escritor, ambas fortificadas e prenhes de significação humana e literária. PALAVRAS-CHAVE: O filho eterno; Cristovão Tezza; partogênese literária.

A(S) REPRESENTAÇÃO(ÕES) DE ESCRITOR EM TRÊS CRÔNICAS DE CAIO

FERNANDO ABREU

Ellen Mariany da Silva Dias (UNIOESTE) RESUMO: Neste trabalho, estudaremos o(s) perfil(is) de escritor projetado(s) por Caio Fernando Abreu, de acordo com sua experiência como “autor criador” (BAKHTIN, 2003), em três crônicas produzidas durante os anos 80-90 do século XX, no Brasil, publicadas no jornal O Estado de S. Paulo. Compreendemos que a(s) representação(ões) de escritor presente(s) nestes textos é(são) formulada(s) com base no impasse insolúvel entre as suas expectativas em relação às condições de produção no contexto sócio-político-econômico e cultural da época e suas frustrações frente às reais condições de escrita. Nesse sentido, podemos notar que o autor considera a sua produção literária de duas maneiras: a primeira, ligada às peças de teatro, aos contos e aos romances, seria a fatia de maior valor estético. A segunda, composta por cartas e crônicas, se prestaria à função de laboratório para a primeira, sendo, na sua concepção, uma literatura menor. Em nosso ver, estas crônicas forneceriam elementos para refletirmos sobre o que, para este escritor, é ou não considerado literatura, que juízos de valor ele faz sobre seu trabalho e sobre sua função de escritor, o que pensa de seu público leitor. PALAVRAS-CHAVE: Caio Fernando Abreu; crônica; representação.

O EU DIVIDIDO: UMA LEITURA DA CRÔNICA “TALVEZ O ÚLTIMO DESEJO”, DE RAQUEL DE QUEIROZ

Izabel Cristina Souza Gimenez (UNIOESTE)

RESUMO: A crônica é um gênero literário, um gênero narrativo. A origem da palavra está em Krónos, deus grego do tempo. A concepção do tempo, a partir do mito, gera a ideia de momento, de oportunidade e de atualidade, fatores que vão constituir o cerne da crônica. Neste trabalho, pretende-se realizar uma leitura da crônica “Talvez o último desejo”, de Raquel de Queiroz. A cronista inicia o texto reportando-se a uma pergunta que lhe fizera uma jornalista sobre qual seria o seu maior desejo para o próximo ano, o de 1950. A partir daí inicia-se a crônica, ou seja, com a resposta dada à jornalista. O texto divide-se em duas partes: a primeira, com o que seria realmente “talvez o último desejo”. A segunda, com o que

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efetivamente a cronista realiza. Nesse sentido, observa-se um eu dividido entre o que de fato gostaria de fazer no Ano Novo e o que realmente precisa fazer. Partindo desse aspecto, a leitura que se pretende fazer será a análise dos discursos desse eu que se apresenta complexo e contraditório. Os conceitos teóricos que nortearão a análise virão, principalmente, de Mikhail Bakhtin. PALAVRAS-CHAVE: Crônica, Raquel de Queiroz, discurso.

ANTROPOLOGIA, LITERATURA E FICÇÃO

Regina Coeli Machado e Silva (UNIOESTE) RESUMO: A sociologia se instaurou com pretensões de se constituir como disciplina científica autônoma, em um debate, nos meados do século XIX, com as narrativas literárias, quanto as possibilidades de interpretação da sociedade moderna. Desde então, a arte e, correlativamente, a literatura, como uma subárea específica da reflexão sociológica, tem sido objeto de polêmicas. Elas vão desde a aceitação da arte como um subsistema específico da cultura, ou uma forma particular de cultura que escapa à linguagem comum, até a suspeita crescente quanto a existência de uma antropologia da arte como empreendimento próprio. Pretendo expor um momento de radicalização desse questionamento, feito especialmente pela antropologia norte-americana, por duas vias complementares: pelas aproximações da etnografia com a criação literária e por eleger a literatura e a mídia como objetos. PALAVRAS-CHAVE: antropologia, literatura e ficção. A VOZ PRIMORDIAL DA NATUREZA EM O RECADO DO MORRO E A EPOPEIA DE

GUILGAMECH

Rita Felix Fortes (UNIOESTE) RESUMO: No presente estudo objetiva-se analisar na novela O recado do morro – que integra a obra Corpo de baile – de João Guimarães Rosa, as personagens “primitivas”, cujos traços remetem aos primórdios da história humana e, como tais, propiciam uma leitura comparativa com as personagens da Epopeia de Guilgamech:poema épico mesopotâmico e um dos mais antigos textos literários de que se tem notícias. Tal proposta de análise ater-se-á à maneira como Guimarães Rosa concebe algumas personagens que, de tão primitivas, remeteriam à aurora dos tempos em sua relação atávica com as forças da natureza e é nesta concepção que reside um dos encantos da novela. O protagonista Pedro Osório – pedra íntegra – é dotado de tal força original que remonta aos gigantes míticos como Enkidu – da referida epopeia –e tamanha estatura e força tanto encanta as moças quanto provoca inveja nos rapazes que planejam matá-lo. Mas a natureza, reconhecendo em Pedro um dos seus filhos primários, se vale de outras personagens “simplórias”, que vivem isoladas ou presas às próprias limitações intelectuais, para avisarem a Pedroda trama da qual ele será vítima. Este tema desconcertante propicia que se proponha uma leitura comparativa entre Pedro e Enkidu, bem como sobre o empenho rosiano em abarcar em suas obras o máximo possível da grandeza e da diversidade humana, seja no que há de mais primitivamente encantador, seja no que há de mais cruel e assustador. PALAVRAS-CHAVE: O recado do morro, Guimarães Rosa, Epopeia de Guilgamech.

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MESA 2 – ESTUDOS SOBRE COMUNIDADE DE FALA (INTER) CULTURAIS E LINGUÍSTICAS

Profa. Dra. Clarice Nadir Von Borstel (UNIOESTE) Prof. Dr. Ciro Damke (UNIOESTE) Prof. Ms. Clóvis A. Butzge (UFFS)

Profa. Dra. Maria Ceres Pereira (UFGD) Prof. Dr. Rinaldo Vitor da Costa (UFGD)

COMO SE CONSTRÓI UMA IDENTIDADE?

Ciro Damke (UNIOESTE)

RESUMO: Segundo a maioria dos autores, a identidade de uma pessoa é formada por diversas características: cor da pele, dos olhos, dos cabelos, a fisionomia do rosto, o timbre da voz, a idade, a estatura, a maneira de se vestir etc. No entanto, o elemento principal do nosso “eu”, sem dúvida é o nome. No presente trabalho faremos algumas considerações sobre a formação ou construção e reconstrução da identidade, principalmente com relação ao nome da pessoa. Trazemos a opinião de alguns autores, principalmente, o depoimento de dois escritores: Moacyr Scliar, falecido recentemente, e Charles Kiefer, os quais apresentam algumas ideias sobre a participação do seu nome na sua maneira de ser, isto é, como elemento formador da sua identidade. PALAVRAS-CHAVE: Identidade; nome da pessoa; construção da identidade.

ESTUDOS SOBRE PESQUISAS ETNOGRÁFICAS EM CONTEXTOSDIVERSOS

Clarice Nadir von Borstel (UNIOSTE) RESUMO: A abordagem em questão se faz sob a perspectiva de estudos sobre a pesquisa da Etnografia da Comunicação Social e da Etnografia Escolar, apresentando como se investiga situações enunciativas sobre bidialetalismo e bilinguismo no cenário escolar e em comunidades de fala de minorias em contextos diversos. Além de indicar caminhos para interpretar a escrita em lápides de cemitério a partir de análise iconográfica: fotografia. PALAVRAS-CHAVE: Etnografia Escolar, Etnografia da Comunicação Social; Iconografia: fotografia; Comunidades de fala.

REVISITANDO A COMUNIDADE DE PESCADORES DO LAGO DE ITAIPÚ

Clóvis Alencar Butzge (UFFS) RESUMO: Entre 2003 e 2006, realizamos uma pesquisa sobre linguagem e identidade a partir de narrativas de pescadores do Lago de Itaipu. Na ocasião, definimos esses profissionais como integrantes de uma comunidade linguística, levando-se em conta o que postula Calvet (2002), para quem comunidade linguística é um “conjunto de seres humanos que compartilham o mesmo espaço geográfico-social e o uso de uma mesma língua ou variedade linguística”.

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Consideramos, então, que os sujeitos da pesquisa compartilhavam de um mesmo trabalho (caráter econômico), de uma mesma região (Santa Helena, Extremo-Oeste do Paraná), de uma mesma organização profissional (colônia de pesca), de um mesmo referencial social (pescadores profissionais), entre outros aspectos que possuem em comum. Apesar de os pescadores possuírem diversos “laços” que os unem comunitariamente, como supracitado, ao se analisar suas narrativas orais, percebeu-se diversas variantes em concorrência, colocando-se em cheque a noção de “comunidade linguística”. À luz da literatura sociolinguística, pretende-se “revisitar” as narrativas e os dados levantados junto à comunidade de pescadores do Lago de Itaipu para problematizar a definição de “comunidade linguística” adota em nossa pesquisa. Espera-se, com isso, contribuir para pesquisas sociolinguísticas realizadas com grupos de sujeitos que se relacionam cotidianamente pelo trabalho.

MESA 03 – (ENTRE) DISCURSOS: PERCURSOS ANALÍTICOS

Profa. Dra. Roselene de Fátima Coito (UNIOESTE) Prof. Dr. Alexandre Ferrari Soares (UNIOESTE)

Prof. Dr. Gustavo Biasoli Alves (UNIOESTE) Prof. Dr. João Carlos Cattelan (UNIOESTE)

Prof. Ms. Luciane Thomé Schröder (UNIOESTE) Prof. Dr. Wander Amaral Camargo (UNIOESTE)

A PRODUÇÃO DE DISCURSIVIDADE NA IMAGEM: GIAN CALVI

Roselene de Fátima Coito (UNIOESTE)

RESUMO: Levando-se em consideração que a imagem produz sentidos tantos quanto a língua, a consideração que se pode vislumbrar é de que a imagem também é um discurso, entendo-o tal qual o entende Sírio Possenti, isto é, “discurso como um efeito de sentido, uma posição , uma ideologia”, já que “o discurso se constitui pelo trabalho com e sobre recursos de expressão, que produzem determinados efeitos de sentido em correlação com posições e condições de produção específicas”.Este autor assevera a questão da discursividade quando a relaciona com a gramática. Contudo, nossa preocupação, ao aproximar o conceito de discurso utilizado por Possenti na imagem, não é com a possível narratividade e nem a gramaticalidade da imagem, mas a imagem com recursos de expressão que lhe são próprios e marcam posições e condições de produção especificas. Diante disso, utilizaremos as ilustrações de Gian Calvi, ilustrador do livro A vida intima de Laura, escrito por Clarice Lispector, com o objetivo de analisar seus recursos expressivos na produção dos efeitos de sentido, ao mesmo tempo em que, verificaremos sua posição diante do texto verbal e suas condições de produção.

SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE NA MÍDIA (2005-2010)

Alexandre Sebastião Ferrari Soares (UNIOESTE)

RESUMO: Em 2009 iniciei um projeto sobre a abordagem da homossexualidade na mídia entre os anos de 2005-2010 com o propósito de montar uma cenografia sobre o tema aqui no Brasil. Como já havia concluído uma pesquisa em 2006 sobre o mesmo tema em relação à segunda metade da década de 1980 (1985-1990) foi possível, durante o trabalho, além de

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compreender o lugar que homossexual ocupa nas páginas impressas, comparar o que se dizia na mídia sobre a homossexualidade num intervalo de 20 anos. Além de alguns deslocamentos sobre o lugar desse sujeito nesses meios de comunicação, a saber, os jornais Folha de São Paulo, O Globo, as revistas Veja, Istoé, Época, Caros Amigos e Piauí, eu apresentava também o que circulou na mídia na década de 1980. Foram mais de 200 ocorrências ao longo desses 5 anos e meio de pesquisa. O espaço reservado para se tratar da homossexualidade migrou para outras editorias: Comportamento, Gente, Sociedade, Brasil; o homossexual não é exclusivamente homem, há espaço na imprensa, para a mulher homossexual, para o travesti (longe das páginas policiais), para os transgêneros. PALAVRA-CHAVE: Discurso, arquivo, homossexualidade.

QUE EU FICO DE OLHO

João Carlos Cattelan (UNIOESTE) RESUMO: Pretendo, com este estudo, trazer à tona um descompasso entre o que a mídia diz que pretende fazer e aquilo que ela efetivamente faz, ou seja: no caso em pauta, ela afirma estar à caça das injustiças, como se fosse uma instância liberada de constrições, quando, à luz do evento observado, quem pretendia fazê-lo foi demitido do cargo por tocar em temas críticos e interditados. Dito de outro modo: uma coisa é o que se diz, outra é o que se faz: ou se pode fazer. Valho-me, como suporte de reflexão, de conceitos da Análise de Discurso de linha francesa, crucialmente, da noção de efeitos de sentido. PALAVRAS-CHAVE: Mídia, Efeito de Sentido, Constrição, Interdito.

ARMADILHA DISCURSIVA

Luciane Thomé Schröder (UNIOESTE) RESUMO: Este texto se refere a um momento da tese em andamento, que analisa o discurso do grupo de apoio a familiares de viciados em droga, que, como outras entidades de ajuda mútua, objetiva, por meio de reuniões pautadas em temas ligados ao vício, oferecer amparo espiritual aos membros. O objeto discurso selecionado é a carta de um drogado que se dirige aos seus pais. Nela, o viciado fala sobre sua condição e apresenta um breve receituário de como ele deve ser tratado. Por meio da análise dela, este trabalho busca demonstrar o que funciona como uma “armadilha discursiva” para os sujeitos envolvidos (pais e filho), pois ela funciona como um mecanismo de auto des-culpa para o drogado e coloca o familiar numa situação de presa e de culpa. A questão problema que se coloca é: o que faz como que esse discurso seja aceito pelos membros do grupo e seja organizado pelo drogado do modo como ele o é. Para a reflexão, far-se-á uso da Análise de Discurso de orientação francesa.

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MESA 4 – DESAFIOS NA E PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Profa. Dra. Rita Maria Decarli Bottega (UNIOESTE) Profa. Dra. Clarice Lottermann (UNIOESTE)

Prof. Dr. Osnir Pereira Barbaosa (UNIOESTE) Prof. Esp. Jandir Qeveha (UNIOESTE)

Profa. Esp. Tânia Aparecida Martins (UNIOESTE) Prof. Dra. Terezinha Corrêa Lindino (UNIOESTE)

Profa. Esp. Adriana da Cunha Werlang (UNIOESTE)

O PROFESSOR PERGUNTA: “COMO ENSINAR GRAMÁTICA EM SALA DE AULA”?

Rita Maria Decarli Bottega (UNIOESTE)

RESUMO: O trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que objetivou investigar as dificuldades para ensinar e aprender Língua Portuguesa sob o ponto de vista de professores do Nível Fundamental de alguns municípios do oeste do Paraná, coletadas em momentos de formação em serviço. Dentre os vários aspectos presentes nas respostas, destacam-se a) a presença de um “discurso prescritivo”, personificado nos pedidos de “como trabalhar em sala de aula” e b) o direcionamento e a qualificação deste discurso prescritivo em relação ao trabalho com a gramática normativa em sala de aula. É pertinente observar que as respostas somente são proferidas porque estão inseridas num regime de verdade para o momento (FOUCAULT, 1998), cuja relação entre professor e formador está personificada no jogo de imagens (PÊCHEUX, 1997), na relação do professor com os discursos sobre o ensino produzidos na universidade (CHAUI, 1995) em um momento específico histórico denominado como modernidade líquida (BAUMAN, 2001). Pretende-se com o trabalho contribuir para as reflexões sobre o ensino de Língua Portuguesa.

PROGRAMAS FEDERAIS DE APOIO À FORMAÇÃO DOCENTE

Clarice Lottermann (UNIOESTE) Esta comunicação pretende relatar ações que estão sendo desenvolvidas na Unioeste, através de projetos que contam com aporte financeiro advindo de programas federais (PIBID e PRODOCENCIA, ambos vinculados ao MEC/CAPES) cujo objetivo é propiciar maior contato dos acadêmicos com o campo de trabalho, através de atividades de estágio desenvolvidas em escolas da rede pública da região, contribuindo para aumentar o número de alunos interessados pelos cursos de licenciatura, diminuindo a evasão e incentivando a permanência dos bolsistas na carreira docente após a conclusão dos cursos de graduação.

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REFLEXÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM TEMPOS DE ECONOMIA COMPETITIVA

Adriana da Cunha Werlang (UNIOESTE)

Prof. Dra. Edaguimar Orquizas Viriato (UNIOESTE)

RESUMO: O presente texto pretende refletir sobre a política de formação de professores da Educação Básica no contexto das demais questões educacionais, relacionando com a materialização das reformas neoliberais nas políticas públicas de educação, que designam um certo modelo escolar que considera a educação como um bem essencialmente privado e cujo valor é, antes de tudo econômico. PALAVRAS-CHAVE: Reformas neoliberais – políticas públicas educacionais – formação de

professores

ESCOLA E HUMANIZAÇÃO: DESAFIOS À FORMAÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO EDUCADOR

Osnir Pereira Barbosa (UNIOESTE)

RESUMO: O presente trabalho reflete sobre o processo humanização em sua relação com as formações docente e discente. Situando o ato pedagógico enquanto condição de alteridade que se estabelece na tensividade gerada entre as condições objetivas de produção da vida material e as consideradas ideais para o êxito educativo, utiliza categorias analítico-compreensivas da fenomenologia merleaupontyana, em diálogo com caracteres da filosofia de Bernard Charlot e da compreensão sociológica de Zygmunt Bauman, para discutir a construção da identidade profissional do educador, ponderando sobre possíveis expectativas socioculturais implicadas em seu papel social. PALAVRAS CHAVE: Educação, Humanização, Fenomenologia.

A PROFISSÃO PROFESSOR E A AUTONOMIA INTELECTUAL DO SABER NA ESCOLA

Terezinha Corrêa Lindino (UNIOESTE)

RESUMO: Na atual modernidade líquida, a autonomia intelectual do Saber na escola vem produzindo dois tipos de aprendizagem: a aprendizagem terciária (formação de competências de modo a desmantelar os esquemas cognitivos aprendidos anteriormente) e a dêutero-aprendizagem (habilidade de aprender a aprender, consistindo no ganho de insights sobre o processo de aprendizagem). Neste contexto, as pressões que provêm do alto (do governo) ou de baixo (dos estudantes) corroboram paralela e concomitantemente com a privatização e a individualização dos processos e das situações de ensino no sistema escolar. Mais ainda, a substituição da relação ortodoxa professor-aluno pela de fornecedor-cliente modifica o contexto social dentro e fora da escola. Desta forma, este trabalho objetiva discutir o descompasso dos conhecimentos acadêmicos vivenciados por professores ao longo de sua trajetória profissional e a necessidade de se ressignificar a maneira de ver e compreender o ambiente de trabalho docente. Para tanto se analisa a relação entre os ideais elaborados durante a formação e a realidade do cotidiano escolar do professor como ponto de partida para o questionamento sobre a escolha da sua profissão. Defendemos assim que a formação do professor deva assumir a condição de continuidade no que tange às estratégias que lhes possibilitem a reflexão crítica sobre sua prática, desafiando à reelaboração dos saberes profissionais adquiridos.

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OS DESAFIOS DA PROFISSÃO PROFESSOR NO ENSINO DE LÍNGUA ALEMÃ

Jandir Qeveha (UNIOESTE) RESUMO: O que é ser professor no ensino de língua alemã nos dias atuais? Essa é uma pergunta para a qual não há resposta fácil. Mas uma coisa é certa, o nosso tempo, caracterizado por mudanças constantes e velozes, traz desafios para esse professor e o estimula a repensar continuamente sua prática. Esta é a tônica desta pesquisa e neste contexto procuramos discutir a necessidade da diversidade de argumentos e de pontos de vista de como ver a interlocução do professor neste e deste ensino. Também discutir as dimensões da produção de conhecimento, as suas condições de trabalho e vida e as contradições de experiência individual, social e histórica existentes para este profissional. Zygmunt Bauman aponta em seus estudos que a rapidez das mudanças em uma sociedade em transição (do sólido para o líquido) é sufocante. Por isso, atualmente, a necessidade de descobrir em como lidar com o acúmulo de conhecimento e a falta dele, remete o professor de ensino da língua alemã à reflexão dessas mudanças e à avaliação de como elas estão mudando o seu próprio posto de trabalho.

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES FRENTE ÀS ESPECIFICIDADES LINGUÍSTICAS DO ESTUDANTE SURDO

Tânia A. Martins (UNIOESTE)

RESUMO: Este estudo visa apresentar uma análise pautada na Política Nacional de Inclusão Escolar tendo como foco principal a temática da formação de docentes frente a inclusão do surdo e o ensino bilingue, regulamentado através do Decreto nº 5626/2005, abordada nos diferentes níveis de ensino. O papel do intérprete mescla com o papel dos professores frente às necessidades deste estudante que em sua maioria, por falta de uma metodologia eficaz, apresentam leitura e escrita insuficiente para compreender os textos acadêmicos. O ingresso dos surdos na educação básica conforme o que determinam as Leis e Decretos que o Brasil dispõe, não é algo efetivo, evidenciado pela falta de aquisição dos conhecimentos acadêmicos por parte dos surdos, mesmo com a presença do intérprete de Libras na sala de aula, confirmando que não é o intérprete que efetiva a inclusão. São muitas as dificuldades para atender as especificidades dos estudantes surdos, a falta de interação entre os docentes e demais estudantes dificulta o processo para a aprendizagem. É a formação docente e a estruturação interna da escola que consolidará a inclusão. PALAVRAS- CHAVE: Formação de docentes, Libras, Inclusão escolar.

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MESA 05 – GÊNEROS TEXTUAIS /DISCURSIVOS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGESA

Profa. Ms. Mirian Schröder (UNIOESTE) Profa. Dra. Terezinha C. Costa-Hübes (UNIOESTE)

Profa. Dra. Carmen Teresinha Baumgärtner (UNIOESTE) Profa. Esp. Claudete A. Simioni (UNIOESTE)

EU TENHO MEDO DO TEXTO, PROFESSORA!

Mirian Schröder (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho resulta da experiência como docente de língua materna desenvolvido em duas instituições de ensino, sendo uma particular e a outra, federal. Nos dois estabelecimentos, a mesma insegurança diante da produção e da leitura textual é característica da realidade discente. Frente a esta situação, o presente trabalho pretende avaliar como a sequência didática, proposta por Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz (2004), pode auxiliar na superação de problemas tangentes à aprendizagem de gêneros textuais circulantes no âmbito acadêmico. Para tanto serão relatadas ações realizadas na disciplina de “Tópicos avançados II” (FALURB/2009) e no projeto de iniciação acadêmica “Leitura e ensino de ciências” (UFFS/2010). Na primeira situação, os alunos eram concluintes do curso de Administração e precisavam produzir os gêneros: projeto de estágio, trabalho de conclusão de curso e defesa pública. No segundo caso, eram alunas bolsistas do 2° semestre da licenciatura em Ciências, as quais foram envolvidas com os gêneros: obra de divulgação científica e plano de aula. Em ambos os casos, tanto a percepção do valor dos gêneros em questão quanto o envolvimento dos discentes nas produções/leituras textuais auxiliaram na mestria dos gêneros acadêmicos.

PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais, sequência didática, ensino superior.

A SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO UMA METODOLOGIA DE ENSINO: O TRABALHO COM OS GÊNEROS NA SALA DE AULA

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE)

RESUMO: O trabalho com os gêneros discursivos na sala de aula requer uma metodologia que procure garantir o estudo da língua de forma contextualizada, ou seja, em textos socialmente produzidos que permitam explorar, conforme Bakhtin (2003), seu conteúdo temático atrelado ao contexto de produção, ao estilo e à construção composicional. Nessa perspectiva, a metodologia da Sequência Didática, conforme Dolz, Noverraz e Schenuwly (2004), e adaptações de Costa-Hübes (apud AMOP, 2007)e Costa-Hübes (2008) procura atender a esses princípios teóricos de trabalho com os gêneros. Assim, nosso objetivo e apresentar essa proposta metodológica de ensino, focalizando aspectos que dizem respeito aos seus encaminhamentos, tais como: apresentação de uma situação de interação, reconhecimento do gênero (envolvendo atividades de pesquisa, leitura e análise linguística), produção (oral ou escrita), reescrita de texto e, finalmente, a circulação do gênero, momento em que a ação social com a língua se concretiza.

PALAVRAS-CHAVE: Gêneros discursivos, metodologia de ensino, sequência didática.

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CONSIDERAÇOES ACERCA DA NOÇÃO DE GÊNEROS DO DISCURSO E DE GÊNEROS TEXTUAIS

Carmen Teresinha Baumgärtner (UNIOESTE)

A difusão, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), da proposta de se utilizar os gêneros do discurso como instrumento para o ensino de língua, tem produzido grandes e acaloradas discussões referentes a teorias e à prática docente. Questionamentos tais como “Gênero do discurso e gênero textual são a mesma coisa?”, ou então “Gênero é o mesmo que tipologia?”, têm sido freqüentes, tanto no meio acadêmico, quanto em atividades de formação continuada de professores de que temos participado. Com o intuito de contribuir com esse diálogo, nessa comunicação objetivamos revisitar, primeiramente, a noção de discurso e de texto. Em seguida, abordar conceitos de gênero do discurso e de gênero textual. E por último, refletir acerca da tipologia textual, observando-se sua reconfiguração no trabalho com os gêneros na sala de aula.

O GÊNERO CARTA DO LEITOR NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Claudete Aparecida Simioni (UNIOESTE)

RESUMO: O trabalho com gêneros discursivos nas escolas é uma exigência tanto do Currículo Básico para a Escola Pública Municipal da Região Oeste (AMOP, 2007a), quanto das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008). Em relação ao primeiro documento citado, as escolas públicas municipais da região Oeste são orientadas a explorar os gêneros por meio da sequência didática proposta, inicialmente, por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e readaptada por Costa-Hübes (apud AMOP, 2007a) e Costa-Hübes (2008) para trabalhar os gêneros discursivos com alunos das séries/anos iniciais do Ensino Fundamental, dentro das possibilidades da educação brasileira. Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar um pouco do que temos observado a partir da nossa experiência como docente de uma turma de 4ª série e outra de 5º ano, ambas de uma escola pública municipal, relatando o interesse e a desenvoltura que esses alunos têm demonstrado em lidar com os gêneros carta do leitor e comentários do blog, sendo este um gênero digital emergente. Assim, esperamos contribuir para uma abordagem sociointeracionista de linguagem. PALAVRAS-CHAVE: linguagem, gêneros discursivos, sequência didática, séries iniciais.

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MESA 06 – LÍNGUA ESTRANGEIRA: ESPANHOL, ALEMÃO, FRANCÊS

Profa. Dra. Ximena Diaz Merino (UNIOESTE) Profa. Esp. Elise Schmitt (UNIOESTE) Profa. Esp. Leda Aquino (UNIOESTE)

Prof. Ms. Hadrien F. Pierre Henri Constanty (INSTITUTE Des RÉGIONSCHAUDES)

JOSÉ LEZAMA LIMA E A CONTRA CONQUISTA COMO RESISTÊNCIA CULTURAL NA AMÉRICA LATINA

Ximena Antonia Díaz Merino (UNIOESTE).

RESUMO: A interação entre espanhóis, índios e negros proporcionou uma nova forma ao Barroco espanhol. Esta nova expressão artística denominada Barroco de Índias expressou uma crise social, histórica, cultural e artística que pode ser observada, por exemplo, na proliferação decorativa das igrejas espanholas construídas no Novo Mundo. Os elementos iconográficos nativos misturados aos europeus constituem um processo camuflado de influência mútua que originou um novo concepto de beleza, da mesma forma as aquisições lingüísticas, tanto espanholas quanto hispano-americanas, outorgaram uma nova forma de expressão ao idioma espanhol. Para José Lezama Lima, que concebeu sua visão americanista nos anos cinqüenta do século passado, a miscigenação cultural e racial não representa subdesenvolvimento, pelo contrario representa a revanche do colonizado, ou em termos lezameanos a contra-conquista. PALAVRAS-CHAVE: Barroco, resistência cultural, contra-conquista.

HEINRICH BÖLL, SEU TEMPO E O SIGNIFICADO DO PÃO EM SUAS OBRAS

Elise Schmitt (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho terá como foco os problemas sociais da Alemanha pós-guerra, e o tema abordado, o significado do pão nas obras de Heinrich Böll, tem o aporte teórico do sociólogo e filósofo francês Émile Durkheim e do teólogo alemão Leonhard Goppelt. Böll pode ser considerado um dos autores mais conhecidos da literatura alemã pós-guerra, uma época de re-organização e reflexão. Em primeiro momento, será feita uma breve abordagem sobre a vida de Böll, uma vez que considera-se importante o conhecimento sobre autor e época de uma obra. Parte-se, então, para uma análise da obra “O pão dos anos jovens”, escrita em 1955. Mesmo sendo um discurso ficcional, é uma literatura de fundo social, uma vez que Böll trabalha questões como as grandes dificuldades sociais da época, entre elas a escassez do pão. PALAVRAS-CHAVE: Heinrich Böll, literatura alemã, pós-guerra, pão.

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DOM CASMURRO E EL TÚNEL: A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM LATINO-AMERICANO EM MACHADO DE ASSIS E ERNESTO SÁBATO

Leda Aquino (UNIOESTE)

RESUMO: A presente comunicação tem por objetivo analisar a construção das personagens Bentinho e Juan Pablo Castel como heróis problemáticos e psicologicamente complexos, que por meio de seus discursos confessionais, numa espécie de autobiografia às avessas, revelam aquilo que o ser humano tem de mais negativo e obscuro, capaz de atos atrozes, punindo suas companheiras com a morte física ou com o isolamento. Assim, comparar-se-á Dom Casmurro (1899) e El Túnel (1948) mostrando que desde o século XIX M. de Assis tratava de assuntos universais como o ciúme e a obsessão pelo objeto amado e como este tema continuou válido na primeira metade do século XX tendo ressonâncias na literatura latino-americana como é o caso de Sábato no referido romance. Obcecados por ciúmes e incapazes de lidar com o amor, esses dois personagens representam a barbárie do homem latino-americano em meio ao mundo capitalista que os cerca. Dominadores de um discurso logicamente articulado Castel e Bentinho mostram, na verdade, como o homem não se modernizou e ainda demonstra o sentido de posse que desejam ter sobre a mulher, como se quisessem manter a lógica de um mundo construído em torno do patriarcalismo bíblico em que o homem é o centro de todas as atividades.

MESA 7 – LE INGLÊS: ASPECTOS DO INGLÊS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Profa. Ms. Nelza Mara Pallú (UNIOESTE) Profa. Ms. Clarice Cristina Corbari (UNIOESTE)

Profa. Ms. Verônica Pereira C. Constanty (UNIOESTE) Profa. Esp. Suely Eiko Takashima Tierling (UEM)

A TEORIA TRANSFORMATIVA: UMA PERSPECTIVA PARA A (TRANS) FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS NA CONTEMPORANEIDADE

Nelza Mara Pallú (UFPR/UNIOESTE)

RESUMO: Este artigo apresenta uma perspectiva de contribuição para a formação de professores de inglês, diante da questão do fenômeno do inglês como uma língua global, na contemporaneidade. O trabalho expõe a necessidade de uma adequação na formação dos professores, no sentido de repensar o papel do inglês e do professor, no processo de ensino e aprendizagem de uma língua, que hoje, promove a comunicação global entre os povos. Para tanto, apresento a Teoria da Transformação de Jack Mezirow, destacando a relevância de seus preceitos como contribuições para o processo de (trans) formação dos professores de inglês nos cursos de formação. PALAVRAS-CHAVE: Professores de Inglês; Processo de (Trans) formação; Teoria da

Transformação.

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: DESAFIOS AO

PROFESSOR

Clarice Cristina Corbari (UNIOESTE) RESUMO: Diferentes ramos da sociolinguística têm apresentado um impacto considerável sobre o ensino de segunda língua (SL) e língua estrangeira (LE). Basta lembrar, por exemplo, no âmbito da etnografia da comunicação, como a noção de competência comunicativa (Hymes, 1966) exerceu papel importante para a abordagem comunicativa. Dentre as diversas questões no âmbito da sociolinguística que trazem implicações para o ensino de SL e LE, esta comunicação focaliza as relativas aos estudos da variação (dialetologia), fenômeno que ocorre em todos os níveis de análise linguística: fonologia, morfologia,léxico, sintaxe e discurso. Atualmente, com o crescimento da consciência do fenômeno do(s) World English(es), cresce também o desafio do professor de Língua Inglesa de ensinar um idioma que apresenta tantas variedades quanto os lugares em que é falado. Aliada à variação regional (diatópica), há ainda a variação social (diastrática), a que o aluno, graças à mídia e à Internet, tem acesso frequente. Ainda assim, o professor parece não estar preparado para essa realidade, e os livros didáticos, de maneira geral, ainda mostram uma discrepância entre o uso real da língua e a língua apresentada no material. Nesta comunicação, serão apresentados alguns exemplos dessa discrepância, discutidos à luz dos princípios sociolinguísticos.

A PRESENÇA DE EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS DA LÍNGUA INGLESA NA CONTEMPORANEIDADE

Suely Eiko Takashima Tierling (UEM)

RESUMO: Com o advento da globalização é possível verificar o crescimento da utilização do inglês em diferentes ambientes, seja na interação nacional e internacional, como também, um consequente aumento na procura de cursos de inglês. Isto decorre por ter sido o inglês transformado na língua internacional da contemporaneidade e a língua vernácula da informática e do entretenimento. Sendo, ainda, um idioma muito influente nas terminologias das tecnologias e das pesquisas científicas. Neste sentido, propõe-se neste trabalho discutir e verificar a presença de empréstimos linguísticos do inglês em músicas. Com esta pesquisa, pretende-se perceber, também, como ocorre o processo de absorção mediante o uso dos empréstimos pelos falantes e sua contribuição para a formação de identidade cultural híbrida. PALAVRAS-CHAVE: Empréstimos Linguísticos do Inglês; Léxicos em músicas; Identidade Cultural Híbrida.

LÍNGUA INGLESA: ABORDAGEM DE ASPECTOS CULTURAIS EM SALA DE AULA

Verônica Pereira Coitinho Constanty

RESUMO: A língua inglesa vem ocupando lugar de destaque no mundo desde as décadas de cinquenta e sessenta quando ela passou a ser utilizada como língua internacional da ciência, tecnologia e negócios. Além dessa grande abrangência, podemos destacar ainda o papel do inglês na mídia: com vasta produção de filmes e músicas nesse idioma. Apesar da destacada

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importância do inglês em nossa sociedade atual bem como de propostas de ensino de línguas que apontam, dentre outros aspectos, a língua e a cultura como fatores indissociáveis no processo de ensinar e aprender, o ensino do inglês acaba, muitas vezes, restrito a aspectos gramaticais ou a vocabulário trabalhados de forma descontextualizada. Busca-se destacar a importância do ensino e aprendizagem da língua inglesa enquanto ferramentas que conduzam o aluno a refletir sobre diferentes aspectos e valores culturais que permeiam a aprendizagem de uma língua estrangeira. PALAVRAS-CHAVE: ensino de línguas, inglês, cultura

14ª JELL AS LÍNGUAS EM DIÁLOGO – PERSPECTIVAS E

DESAFIOS NA ATUALIDADE

COMUNICAÇÕES

Aquisição e Ensino de Línguas Estrangeiras

1 – EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES DAS OFICINAS DE LEITURA DO PIBID-ESPANHOL

Ana Flávia Bedin (UNIOESTE / PIBID- CAPES) Danieli Yumi Ishi (UNIOESTE / PIBID- CAPES)

Elisane Alves de Morais (UNIOESTE / PIBID- CAPES) Greice da Silva Castela (UNIOESTE / PIBID- CAPES)

RESUMO: Este trabalho objetiva apresentar a experiência docente alcançada por meio das oficinas de leitura vinculadas ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), realizadas entre o período de setembro a outubro de 2010. As oficinas foram ministradas em dois colégios da rede estadual de ensino da cidade de Cascavel. As instituições foram escolhidas por apresentarem uma nota alta e uma nota baixa no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB). As oficinas ocorreram uma vez por semana com duração de 1 hora/aula e abordaram diferentes temáticas. Este relato apresentará as oficinas de leitura desenvolvidas com uma turma de Espanhol do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM) em cada um desses colégios. O trabalho foi embasado na perspectiva interativa de leitura e contribuiu com o processo de aprendizagem dessa habilidade em Espanhol como Língua Estrangeira pelos alunos e para o processo de iniciação à docência das bolsistas graduandas em Letras participantes do projeto.

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2 – O LÚDICO NO ENSINO DO ESPANHOL COMO SEGUNDA LÍNGUA

Carla Liane de Freitas Travessini.

RESUMO: A aquisição da língua espanhola apresenta-se como um desafio ao aprendiz brasileiro devido a interferência linguística que permeia a língua materna. No entanto, o presente artigo objetiva apresentar o processo ensino/aprendizagem utilizando uma metodologia lúdica, sendo parte da atividade humana, por ser espontânea, funcional e satisfatória. Portanto, visando essa concepção, foi procurado adotar uma abordagem interativa, que estimule e induza o educando ao conhecimento, subsidiada por uma gama de recursos disponíveis ao professor com finalidade melhoraresse processo educacional. PALAVRAS-CHAVE: Lúdico; Ensino; Língua Espanhola.

3 – IDENTIDADE DE IDOSOS APRENDIZES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Cristiane Schmidt

RESUMO: As pessoas idosas constituem um segmento da sociedade que vem adquirindo mais visibilidade em função da maior longevidade. Nesse sentido, o presente trabalho visa compreender como se constitui a identidade social de idosos na contemporaneidade, considerando as diferentes imagens acerca da velhice. Ao mesmo tempo, discutem-se algumas implicações decorrentes do contato com os diferentes discursos linguísticos e universos culturais, na perspectiva da educação permanente. Os idosos, sujeitos desse estudo, são participantes do Programa da Universidade Aberta à Terceira Idade – UNATI/UNIOESTE e aprendizes de Língua Alemã. A metodologia adotada consiste numa abordagem descritiva, destacando os aspectos pertinentes ao aprendizado da Língua Estrangeira. Dentre os principais condicionantes no tocante ao processo educativo nessa faixa etária, salientam-se a motivação, o trabalho em equipe e a busca do conhecimento linguístico e cultural, como responsáveis por uma aprendizagem efetiva.

4 – DA LÍNGUA À CULTURA: UMA APRENDIZAGEM CONTEXTUALIZADA

Joanir Rocha Pidorodeski (UNIOESTE) Gilmei Francisco Fleck (Orientador)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo propor reflexões acerca da relação entre o ensino do espanhol como língua estrangeira para brasileiros e a inserção de tópicos de cultura no processo de aprendizagem do referido idioma. Esta preocupação justifica-se ao se ter em conta a implementação do ensino obrigatório desta língua no Ensino Médio e facultativo no Ensino Fundamental. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) dão direções para a dimensão que este estudo deve alcançar: “garantir ao aluno seu engajamento discursivo, ou seja, a capacidade de se envolver e envolver outros no discurso”. (P. C. Ns, 1998, p. 9). Neste sentido, buscaremos elencar questões que mostrem a importância de se abordar aspectos culturais dos países hispanohablantes nas aulas de espanhol, tendo-se em conta fatos da construção histórica e da formação identitária dessas nações. Assim, buscaremos mostrar que a língua é fator de identidade, e, por isso, deve ser estudada em conjunto com a cultura de um povo, buscando-se,

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dessa forma, o reconhecimento do “outro” como elemento de fundamental importância para uma aprendizagem contextualizada da Língua Espanhola. PALAVRAS-CHAVE: Língua Espanhola; Cultura Hispânica; Identidade.

5 – OFICINAS DE LEITURA NO CELEM: EXPERIÊNCIAS DE ENSINO

Marielly Lautert ( UNIOESTE/ PIBID-CAPES) Ercilia Victoria Pedeaza (UNIOESTE / PIBID-CAPES) Greice da Silva Castela (UNIOESTE / PIBID-CAPES)

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo relatar uma experiência de ensino no processo de leitura em língua estrangeira espanhola, no Centro de Estudos de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM) de um colégio público na cidade de Cascavel, Oeste do Paraná. As atividades foram desenvolvidas em forma de oficinas com uma hora aproximadamente de duração cada uma vez por semana, inseridas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de Espanhol da Unioeste, financiado pela CAPES. Foram trabalhadas, quatro oficinas na perspectiva interacional de leitura, cada uma com um gênero textual diferenciado. É com a leitura que o aluno pode ampliar seus conhecimentos de mundo, pois acreditamos que os passos certos no processamento da leitura elencam a construção de sentidos e a emancipação social do sujeito leitor, de modo a contribuir para a criação de uma sociedade com cidadãos críticos e capazes de se posicionarem em relação ao que lêem e ao contexto em que estão inseridos. Os resultados foram bons tanto para os alunos como para as bolsistas integrantes do projeto. PALAVRAS-CHAVE: espanhol, leitura, oficinas.

6 – A APRENDIZAGEM E A EDUCAÇÃO DO OLHAR EM CONTEXTO DE ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA

Tallyssa Izabella Machado Sirino (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho pretende refletir sobre uma possível relação entre a linguagem visual e o ensino de Língua Estrangeira. A linguagem visual pode ser usada nas aulas de LE, a fim de proporcionar ao aluno uma maior compreensão acerca das palavras e expressões na aquisição de segunda língua. Ao associar palavra escrita e imagem, o aluno vai se inserindo no contexto do mundo visual. Sabe-se que a revolução que começou com a invenção da fotografia criou a sociedade contemporânea, que dá à imagem ou signo visual uma importância muito maior que a que é destinada à palavra escrita. Dondis (1997), afirma que explorar nossa capacidade de ver é explorar nossa compreensão sobre as mensagens visuais e ainda mais importante, criar mensagens visuais, reconhecendo que ver é parte do processo de comunicação e este abrange não somente a Linguística, mas também as artes e seus processos criativos como ampliadores das possibilidades pedagógicas.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de LE, linguagem visual, escrita, imagem.

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7 – CULTURA EM SALA DE AULA: GASTRONOMIA NAS AULAS DE ESPANHOL DO CELEM

Simone Beatriz Cordeiro Ribeiro (SEED – CELEM)

RESUMO: Dada as crescentes discussões a respeito do ensino de língua, neste foco o ensino de língua estrangeira – Espanhol, e sua prática docente em sala de aula – conteúdos e metodologia de ensino – faz-se uma discussão inicial sobre a inserção e a prática de conteúdos culturais em sala, ampliando desta forma o horizonte sócio-cultural dos discentes aprendizes de Espanhol como língua estrangeira – doravante denominada de LE. Quando se pensa em LE é comum o surgimento de falas sobre gramática e texto; em uma perspectiva mais retrógada verificava-se um ensino pautado em conteúdos gramaticais como um início e um fim do ensino de língua, em teorias advindas de discussões a respeito dessa prática surgiram estudos vinculados no ensino da gramática correlacionada com o texto, o que representou um enorme progresso no ensino-aprendizagem de LE; Contudo, estudos mais recentes têm demonstrado que a inserção de conteúdos culturais na prática pedagógica tem acrescido de maneira considerável a aprendizagem discente. Neste sentido, venho por meio desta comunicação fazer uma discussão sobre os conteúdos culturais em sala de aula de LE, em específico nas aulas de Língua Espanhola. Para tanto, serão abordados os conteúdos culturais denominados de “gastronômicos” e sua aceitação por parte dos alunos, bem como sua contribuição na aprendizagem da língua. PALAVRAS-CHAVE: Língua Estrangeira Espanhol; Conteúdos Culturais; Gastronomia.

Comunicações Ensino De Língua Materna

1 – PERÍODO PREPARATÓRIO E MANUAL DO PROFESSOR COMO COMPONENTES DA HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO

Ana Cristina Garbato (UNIOESTE)

Carmen Teresinha Baumgärtner (UNIOESTE) RESUMO: O estudo de materiais didáticos utilizados na apreensão da escrita e da leitura é algo relevante para resgatar dados da história do ensino escolarizado. Na década de 1980, na região Oeste do Paraná, contexto foco deste artigo, diante da escassez de materiais para trabalhar em salas de aula de alfabetização, as cartilhas eram o principal (e talvez o único) recurso de que o professor dispunha para ensinar a ler e a escrever. Destaca-se, também que a essa época os métodos de alfabetização eram privilegiados. Nesse sentido, este trabalho objetiva analisar dois materiais que, segundo professores alfabetizadores, foram utilizados: Manual do Professor e Período Preparatório, os quais em conjunto com a cartilha A Porta Mágica, de Isolda Peixoto Ruoso, pretendiam auxiliar o professor no processo de alfabetização. Essa pesquisa, de caráter sócio-histórico (FREITAS,2002) com abordagem analítico-reflexiva considerará tanto fatores referentes à estética do material, como por exemplo, desenhos e cores, quanto fatores referentes ao conteúdo, como concepção de alfabetização, de linguagem, de aluno e de professor, e de método. O estudo evidenciou alguns aspectos da história da alfabetização, tais como a ênfase nos método, em detrimento do papel do professor e do aluno. PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização; Período Preparatório; Manual do Professor.

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2 – CAPACIDADES DE LEITURA: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS DESCRITORES DA PROVA BRASIL

Douglas Corrêa da Rosa (UNIOESTE)

Fernanda Vaz Cordeiro Soares Teixeira(UNIOESTE) Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho é parte integrante do Projeto: “Formação continuada para professores da educação básica nos anos iniciais: ações voltadas para a alfabetização em municípios com baixo IDEB da região oeste do Paraná”, ligado ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Letras da Unioeste de Cascavel, e conta com o apoio da CAPES/INEP. Neste caso, o objetivo é analisar o resultado parcial do simulado da Prova Brasil, aplicado aos alunos da 4ªsérie/5ºano da Educação Básica, de um município situado na região Oeste do Paraná, verificando aspectos dominados e não-dominados na leitura. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado, primeiramente, um estudo teórico, tomando-se por base textos sobre alfabetização/letramento, lidos e debatidos, visando a um aprimoramento do conhecimento. Na sequência, os descritores da Prova Brasil foram analisados, verificando-se, então, o que é cobrado dos professores da Rede Municipal de Ensino para a avaliação do IDEB.

3 – LEITURA EM FOCO: ANÁLISE A PARTIR DE UM DESCRITOR DA PROVA BRASIL

Marina Casaril (UNIOESTE / CAPES)

Douglas Corrêa da Rosa (UNIOESTE / CAPES) Terezinha da Conceição Costa-Hübes, (UNIOESTE / CAPES)

RESUMO: Considerando o Projeto de Pesquisa, Formação continuada para professores da Educação Básica nos anos iniciais: ações voltadas para a alfabetização em municípios com baixo IDEB da região Oeste do Paraná, contemplado pelo Edital 038/2010-CAPES/INEP do Observatório Educacional, pretendemos analisar, neste artigo, as dificuldades de inferenciação dos alunos de 3º, 4º e 5º ano de um dos municípios que participam do referido Projeto. Nesse sentido, avaliaremos especificamente a questão que focalizou o descritor 4 (D4 - Inferiruma informação implícita em um texto – Prova Brasil) em simulados da Prova Brasil aplicados em turmas dos referidos anos de ensino por este núcleo de pesquisa. Dessa forma, identificaremos as habilidades dos alunos de responderem a essa atividade, que exige que busquem informações que não estão explícitas no texto. Sendo assim, faremos uma reflexão acerca dos resultados, buscando justificativas e trazendo sugestões para que os problemas dos alunos com esse descritor sejam cada vez menos recorrentes.

4 – ROJETO “COMUNICA”: FERRAMENTA PARA O ENSINO DE GÊNEROS JORNALÍSTICOS

Marina Maria Conchy Rodrigues (UFFS)

Patrícia dos Santos (UFFS) Clóvis Alencar Butzge (Orientador – UFFS)

RESUMO: Desde 2010, na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), vem sendo realizado o projeto “Comunica: laboratório de produção textual”, o qual objetiva desenvolver a produção de gêneros textuais da esfera jornalística (BAKHTIN, 1997). A presente comunicação visa expor a experiência vivida no Campus Realeza da UFFS, onde discentes da graduação e alunos do Ensino Médio vêm escrevendo notícias, reportagens, crônicas e

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entrevistas sobre o cotidiano universitário e acontecimentos regionais, sob orientação de docentes do Curso de Graduação em Letras Português e Espanhol - Licenciatura. Preliminarmente, observa-se a eficiência de se articular a produção de textos a situações comunicativas reais, em que a prática de escrita não é mera atividade escolar, mas sim uma forma de interação social (KOCH, 2003). As aulas do projeto visam analisar aspectos linguísticos, composicionais e contextuais dos diferentes gêneros jornalísticos, antes dos integrantes produzirem seus próprios textos. Além disso, busca-se atingir o público leitor através de murais, blogs e informativos impressos, sem limitar, portanto, o texto à sala de aula, o que o transformaria em um gênero escolarizado (ROJO, 2000). Propõe-se, por fim, demonstrar como e por que os textos produzidos no projeto “Comunica” cumprem uma função social e não são meros produtos escolares.

5 – ANÁLISE DO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA EM TURMAS DO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Mônica de Araújo Saraiva (Educacão Básica/Pesquisadora)

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE/CAPES) RESUMO: O presente texto é parte integrante de estudos e pesquisas articuladas ao Projeto Formação Continuada para Professores da Educação Básica nos anos iniciais: ações voltadas para a Alfabetização em Municípios com Baixo IDEB da Região Oeste do Paraná, do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Letras – Nível Mestrado, com área de concentração em Linguagem e Sociedade, que atendeu ao Edital 038/2010 – CAPES/INEP - do Observatório Educacional. No caso desta proposta, em específico, o objetivo é investigar as dificuldades encontradas pelo professor na efetivação do trabalho a partir dos gêneros discursivos em turmas do 1º ano do Ensino Fundamental, que se encontram no processo inicial de alfabetização. Com isso, pretendemos contribuir efetivamente com a melhoria da qualidade do processo de ensino/aprendizagem nesta fase de aquisição da leitura e da escrita por parte dos alunos oriundos da escola pública. Como base teórica, a presente pesquisa se sustenta no Materialismo Histórico Dialético e na abordagem sociointeracionista da linguagem, fundamentando as reflexões principalmente em Bakhtin por compreender a língua em uma perspectiva histórica, ideológica e socialmente constituída, determinada pelas condições de produção. PALAVRAS-CHAVE: Ensino da língua materna, aquisição da leitura e escrita, alfabetização e letramento.

6 – NOTÍCIA: ANÁLISE DE UM GÊNERO ORAL E REFLEXÕES SOBRE O ENCAMINHAMENTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Rosiane M. da Silva Swiderski (UNIOESTE) Terezinha da C. Costa-Hübes (UNIOESTE)

RESUMO: Analisamos uma notícia, no que tange aos aspectos do contexto e situação de produção, do plano textual, dos marcadores conversacionais e da estrutura linguística do texto, visando a incitar reflexões sobre o encaminhamento para o ensino-aprendizagem de gêneros orais no ensino fundamental. Trabalhamos com os conceitos de gênero discursivo, pautada no Círculo de Bakhtin, de gênero textual e de Modelo Didático do Gênero, conforme propostos pelo Interacionismo Sociodiscursivo, e de Sequência Didática, proposta por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e adaptada por Costa-Hübes (AMOP, 2007). Este trabalho caracteriza-se

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numa das atividades iniciais do Projeto de Dissertação “Formação docente em Língua Portuguesa: os gêneros orais como objeto de ensino-aprendizagem”, vinculado à Linha de Pesquisa Práticas Linguísticas, Culturais e de Ensino, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado em Letras – da Unioeste – campus de Cascavel/PR, e do trabalho que vem sendo realizado pelo Grupo de Estudo em Língua Portuguesa da AMOP. Almejamos que o presente trabalho possa vir a contribuir para ampliar o conhecimento teórico-prático sobre gêneros orais e sua aplicabilidade no ensino de LP, para professores e pesquisadores da região Oeste do Parará, ou outros que possam se interessar pelo assunto. PALAVRAS-CHAVE: Gêneros Discursivos/Textuais; Notícia; Ensino.

7 – PROJETO “POETIZANDO O QUE SOU”: A POESIA COMO MEIO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE

Patrícia de Souza Corrêa (UNIOESTE)

Rita Maria Decarli Bottega (orientadora –UNIOESTE) RESUMO: O trabalho apresenta uma pesquisa sobre poesia e poesia marginal contemporânea com fins de encaminhamentos didático-pedagógicos, vinculada à disciplina de Prática de Ensino II, do Curso de Letras, tendo como objetivo a elaboração de um projeto para o trabalho com poemas com alunos do Nível Médio. Riolfi (2008) relata que o fato de a poesia privilegiar a inventividade e as rupturas é o que torna o ensino e o gosto por tal gênero um desafio, por isso, o professor precisa elaborar atividades que possam despertar essa outra voz, a “do homem que está dormindo no fundo de cada homem” (PAZ, 1993, p. 144), fazer leitura de poemas sem ter que buscar algo já preestabelecido, mas sim pela “gratuidade do estar com os outros, e com eles se constituir” (GERALDI, 1997, p. 174). O resultado deste trabalho é propor encaminhamentos pedagógicos com poesia de maneira que os alunos possam compreendê-la como uma forma de expressão de identidade, neste caso, uma identidade do que é considerada neste momento histórico como poesia marginal contemporânea, percebida como produção literária que manifesta a identidade de um grupo. PALAVRAS-CHAVE: projeto de poesia, poesia marginal contemporânea, identidade.

8 – BLOG: UMA TESSITURA DE LINGUAGENS COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA DESPERTAR O GOSTO PARA A LEITURA

Solange Ferreira Silva Koehler(UNIOESTE)

RESUMO: O presente artigo trata de relatar o envolvimento dos professores e alunos nas teias da leitura virtual, utilizando os recursos disponíveis na Internet no processo de ensino e aprendizagem, oportunizando aos professores, a criação e o uso de blogs, como espaço de intercâmbio, colaboração, integração, comunicação, depósito de informação pesquisada, sintetizada e comentada como diários digitais de aprendizagem. O universo da Internet está em todos os setores da sociedade, porém ainda há alguns professores que sentem receio em utilizar a tecnologia, tendo em vista as dificuldades encontradas na sua interação. Ao oportunizar aos professores estudos que apontem alternativas e metodologias de utilização da internet, novas práticas de leitura surgirão, tornando o professor o mediador deste ensino que utiliza como recurso as ferramentas virtuais e estratégias tecnológicas, dentre elas, o uso do blog. PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia; blog; leitura.

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9 – O ENSINO DE GRAMÁTICA TENDO O TEXTO COMO OBJETO DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE ENGENHEIRO BELTRÃO

Katie Emanoele de Lima Gulhotti (IC)

Antonio Carlos Aleixo (TIDE) RESUMO: A partir de reflexões acerca do ensino de gramática na escola, este trabalho pretende ampliar o debate sobre o seu ensino, tendo o texto como objeto, pelos professores da rede estadual no município de Engenheiro Beltrão. O trabalho parte da revisão da literatura recente que trata do tema, tomando como base o processo histórico em que este se deu. Por meio da análise, pautada principalmente, no método dialético, objetiva-se identificar, a partir de entrevistas semi-estruturadas, como ocorreu o contato desses professores com o ensino de gramática contextualizada e quais os fatores determinantes para o uso desta prática pedagógica escolar. Os primeiros resultados apontam que são tidas como causa para a mudança de prática pedagógica a emergência das pesquisas cientificas nas universidades brasileiras e o fim da ditadura militar no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Texto, Gramática, Ensino.

10 – A LEITURA DO GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS: CAPACIDADES OBSERVADAS EM ALUNOS DE 4ª SÉRIE EM SIMULADOS DA PROVA BRASIL

Marina Casaril ( UNIOESTE / CAPES)

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE / CAPES) RESUMO: É sabido que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no Brasil ainda é um problema para o país como um todo no campo educacional. Ao restringir essa situação para a região Oeste do Paraná, temos oito municípios com o IDEB abaixo de 5,0. Sete deles participam do Projeto de Pesquisa, Formação continuada para professores da Educação Básica nos anos iniciais: ações voltadas para a alfabetização em municípios com baixo IDEB da região Oeste do Paraná, contemplado pelo Edital 038/2010-CAPES/INEP do Observatório Educacional, que tem o objetivo de auxiliar os professores da Educação Básica para que esse resultado se eleve. Vinculada a este Núcleo, esta pesquisa em especial, tem como enfoque a leitura e interpretação das histórias em quadrinhos dos alunos de 4ª série em um dos municípios. Para isso, aplicamos um simulado da Prova Brasil, o que nos permitiu verificar as maiores dificuldades dos alunos quanto à leitura de textos desse gênero, o qual exige a compreensão dos aspectos verbais relacionados aos não-verbais. Uma vez identificadas, provocaremos, juntamente com os professores desses alunos, algumas reflexões, no sentido de buscar encaminhamentos que complementem tais lacunas na formação leitora.

11 – A LEITURA ESTÁ NO AR: UMA PROPOSTA DE LEITURA E ESCRITA DE POEMAS UTILIZANDO BLOGS

Margarete Albino Pereira (Escola Estadual Cristo Redentor)

Beatriz Helena Dal Molin (UNIOESTE) RESUMO: Este artigo tem o objetivo de mostrar que o blog pode ser um valioso auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de poemas, facilitando o conhecimento de forma interativa e em consonância com a linguagem e a ferramenta que os jovens apreciam e dominam. O artigo ocupa-se de apresentar e refletir sobre as atividades de desenvolvimento de oficinas de poemas na sala de aula, paralelo ao uso do laboratório de informática e todo o espaço da escola, como possibilidades para uma nova abordagem na elaboração criativa de poemas e para a

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construção do conhecimento. A leitura é imprescindível a qualquer ser humano, ler poesias desperta a sensibilidade, é a fala do nosso eu mais verdadeiro, e precisa ser cultivada. O blog, nesse caso, leva para além da escola o que é produzido e lido nas oficinas sendo um elo de ligação entre a escola e a comunidade escolar, comunidade local e universal. PALAVRAS-CHAVE: Leitura, poema, blog. 12 – UM OLHAR PARA TEXTOS DE ALUNOS DA 4ª. SÉRIE: REFLEXÕES SOBRE A

INTERFERÊNCIA DA ORALIDADE NA ESCRITA

Ana Cristina Garbato (UNIOESTE/ CAPES) Tarissa C. Stern Soares (UNIOESTE/CAPES)

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE/CAPES) RESUMO: Pretende-se neste trabalho, analisar as marcas de oralidade presentes nos textos de alunos da 4a. série – anos iniciais, a fim de refletir sobre a interferência da oralidade na escrita nesta fase de aquisição do código linguístico. Esta pesquisa faz parte do Projeto de Pesquisa e Extensão do Observatório da Educação – Núcleo de Pesquisa Educacional – vinculado ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Letras, da Unioeste, intitulado Formação continuada para professores da Educação Básica nos anos iniciais: ações voltadas para a alfabetização em municípios com baixo IDEB da região oeste do Paraná, que atende ao Edital 038/2010 – CAPES/INEP. Para isso, estaremos nos pautando principalmente em Marcuschi (2003), para quem existe um continuum entre fala e escrita, já que uma modalidade é decorrente da outra, e o que as diferem entre si são as diferentes variedades inseridas em determinados contextos ou gêneros. Assim, pretendemos averiguar se alunos de 4ª. série, estando em processo de letramento, ainda revelam em seus textos as marcas da oralidade. Para isso, analisaremos textos produzidos por aproximadamente 50 alunos, do município de Ouro Verde do Oeste, na perspectiva de compreender melhor esse fenômeno presente na linguagem. PALAVRAS-CHAVE: Marcas da oralidade; textos escritos, alfabetização.

Comunicações Análise do Discurso

1 – A ESTILÍSTICA SEGUNDO BAKHTIN E SUAS IMPLICAÇÕES NO DISCURSO

IDEOLÓGICO E PERSUASIVO DO MST

Agahilda Moura Ferreira (UNIPAN) Ediane Rodrigues dos Santos (UNIPAN)

Susana Moreira Souza (UNIPAN) RESUMO: O presente artigo tem como proposta a tessitura de algumas reflexões acerca da formação do discurso ideológico e persuasivo do MST, através de uma perspectiva apoiada nos estudos estilísticos de Bakhtin e um vínculo analítico, de caráter comparativo, entre Linguística, Ideologia e Persuasão. Trabalha-se assim, a prerrogativa de que “toda formação ideológica implica em uma formação discursiva” (Bakhtin, 2003). E de que os recursos retóricos utilizados na organização de um texto, não são apenas recursos formais, mas sim a revelação de um comprometimento ideológico (Citelli, 2006). Desta forma, se analisa o

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processo de formação comunicativa, ideológica e persuasiva do Enunciado (oral e/ou escrito) que o MST produz. Pressupõe-se assim, que o homem representa uma determinada cultura-através do discurso ideológico que produz- a partir de uma realidade social ao mesmo tempo em que está representado por ela. PALAVRAS-CHAVE: Estilo, Ideologia e MST.

2 – AS DENOMINAÇÕES DO SUJEITO EXECUTIVO NA REVISTA VOCÊ S/A

Alessandro Alves da Silva (UEM) Pedro Luis Navarro Barbosa (Orientador-UEM)

RESUMO: As denominações (adjetivos, expressões, nominalizações, locuções verbais, etc) compõem um grande bloco de produção de sentidos em relação ao que elas se referem. Ao denominar as pessoas vão criando sítios de significância ou regiões discursivas (ORLANDI, 2006) em relação ao que é denominado. As denominações representam uma posição discursiva em relação ao que se denomina, fazendo emergir a posição-sujeito dos enunciadores e as formações discursivas (FD) a partir das quais os mesmos enunciam. Diante deste contexto, o presente artigo tem como objetivo analisar as denominações em relação ao sujeito executivo presentes na versão online da revista você/sa, buscando mostrar alguns dos saberes e dos poderes que vão se formando em relação a este sujeito. O suporte de análise é essencialmente discursivo e se vale, principalmente, do método arqueogenealógico de análise de discursos proposto pelo filósofo francês Michel Foucault. Os resultados têm demonstrado que o sujeito executivo é supostamente (nos textos analisados) um sujeito controlador de tudo o que diz e pensa; um sujeito empreendedor de si mesmo (FOUCAULT, 1996). PALAVRAS-CHAVE: Linguística; Análise do Discurso francesa; Mídia. 3 – A INSCRIÇÃO DAS FOTOGRAFIAS NA MÍDIA: UMA IMAGEM VALE, AFINAL,

MAIS DO QUE QUANTAS PALAVRAS?

Alexandre da Silva Zanella (UNIOESTE) Alexandre Sebastião Ferrari SOARES (ORIENTADOR)

RESUMO: Nesse artigo, trabalharemos com duas das fotografias que fazem parte das reportagens “Para o alto e avante” e “Taubatécnica!”, integrantes do especial Cidades médias, publicado pela Revista Veja em 01/09/2010. O especial visa a apresentar quais as cidades médias brasileiras mais propensas a se tornarem “metrópoles do futuro”; de um levantamento de 233 cidades, feito pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), a Revista Veja seleciona 20 cidades que, segundo o semanário, já apresentam bons índices de desenvolvimento. O objetivo geral deste trabalho é trazer algumas concepções sobre a fotografia, baseadas em Dubois (1993) e Barthes (1984), e posteriormente verificar como, via de regra, parte-se de uma suposição de que a fotografia representa uma realidade, um efeito de evidência. Para tanto, usamos como suporte teórico a Análise do Discurso de linha francesa, calcados em Pêcheux (2009), Orlandi (2005) e Mariani e Medeiros (2011, no prelo). Como primeiras impressões dessa análise, percebemos que as fotografias servem como reforço da materialidade discursiva, amparando os efeitos de sentidos já-lá presentes em torno da construção da reportagem.

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4 – A REPRESENTAÇÃO DA MULHER EM TEXTOS DA REVISTA PLAYBOY E

NOVA

Carmen Teresinha Baumgärtner (UNIOESTE) Raquel Jurkevicz (UNIOESTE)

Elisane Alves de Morais (UNIOESTE) Anna Deyse Peinhopf (UNIOESTE)

Toani Caroline Reinehr (UNIOESTE) RESUMO: Ancorado na metodologia de pesquisa qualitativa e nos pressupostos da Análise do Discurso de linha francesa, este trabalho tem como objetivo apontar as representações da mulher manifestadas em dois textos publicadas em 2009, em revistas de circulação nacional, uma destinada ao público masculino (Playboy) e outra ao público feminino (Nova), procurando-se perceber a presença das Formações Discursivas e das Formações Ideológicas que permeiam essas representações. Na perspectiva teórica em foco, a linguagem não é objetiva, não espelha o mundo. Ela é intencional e interpretativa. Ao desconstruirmos os conteúdos dos enunciados, expondo os processos discursivos que geram possibilidades de sentidos, observou-se que a relação homem-mulher materializada nos discursos das revistas analisadas permanece, tal como ocorrera em pesquisa análoga realizada por Orlandi (1977), fundada em estereótipos historicamente construídos por formações discursivas e ideológicas essencialmente falocêntricas e de valores sexistas. PALAVRAS-CHAVE: Análise do discurso; representação da mulher; discurso machista.

5 – A IMPORTÂNCIA DO DISCURSO MULTIFACETADO NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM DA REDE ESTADUAL NA CONTEMPORANEIDADE

Carla Liane de Freitas Travessini

RESUMO: Considerando a distração, o desinteresse e a desmotivação dos educandos quanto ao sucesso do aprendizado e, enfatizando a Análise do Discurso como prática da Linguística especializada em analisar construções ideológicas num texto, principalmente textos de mídia e as ideologias que os engendram ; e, enfatizando os Gêneros Textuais como textos com características sócio comunicativas definidas pelos conteúdos, função social e composição característica, o presente artigo objetiva demonstrar a importância de discursos híbridos no processo educacional da Rede Estadual aliados a recursos expositivos. PALAVRAS-CHAVE: Ensino; Hibridismo; Expositivo.

6 - REVISTA NOVA ESCOLA: UM ESTUDO

Cínthia Morelli Rosa (UNIOESTE) Wander Amaral Camargo (Orientador - UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas considerações sobre a Revista Nova Escola, publicação mensal, editada pela Fundação Victor Civita, do Grupo Abril. Voltada especialmente a professores da Educação Básica, a revista circula em dez edições por ano, sendo publicada somente nos meses de recesso escolar (janeiro e julho). É subsidiada através de parcerias com o governo federal, o que tem permitido sua distribuição gratuita às escolas públicas brasileiras, além de ser comercializada a preço de custo, R$ 3,40 (até o presente momento). Pode-se pressupor, através dessas informações, que o conteúdo

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apresentado neste veículo de informação e formação possui estreita ligação com um discurso vinculado aos interesses do governo federal, o qual faz parte do cotidiano de vários professores -leitores da mesma. A análise da revista justifica-se por ser objeto de estudo de uma dissertação de mestrado em que estou observando a imagem do professor veiculada nas seções “Caro Educador” (editorial) e “Caixa Postal”(espaço do leitor) sob a ótica do interacionismo social, defendido por Mikhail Bakhtin/Volochinov (1999), e do interacionismo sociodiscursivo, de Jean Paul Bronckart (1999). PALAVRAS-CHAVE: Revista Nova Escola, imagem do professor, análise do discurso.

7 – ENTRE O ONTEM E O HOJE: UM ACONTECIMENTO

Cínthia Morelli Rosa (Unioeste) RESUMO: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma breve discussão sobre o período eleitoral de 2010, como um tema do cotidiano veiculado pela revista Veja, da editora Abril. O objeto de estudo deste trabalho refere-se a duas capas da revista , edições nº 1.975, de 27 de setembro de 2006 e nº 2189, de 3 de novembro de 2010 (anexos), ambas publicadas em período eleitoral. Na primeira, Lula aparece como presidenciável, vestido de terno e gravata, enquanto na segunda é apresentado em trajes de banho. Neste sentido, procuramos discutir os efeitos de sentido nas duas caricaturas de Lula, ressaltando a união de uma memória e de uma atualidade, que é o chamado acontecimento. Tomamos para este estudo o conceito de acontecimento, conforme a teoria da análise do discurso francesa presente em Gregolim (2003) e Foucault (1986). PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso, Acontecimento, Revista Veja.

8 – CORPO DE LUZ, CORPOS DE CARNE

Eder José dos Santos RESUMO: O site Desencannes é um espaço online que se destina a publicar, segundo seus organizadores, propagandas impublicáveis ou “pérolas da propaganda” que tendem à piadinha, ao cômico. A partir do conceito de derrisão, desenvolvido por Simone Bonnafous como “[...] associação do humor e da agressão que a caracteriza e a distingue, em princípio, da pura injúria.” (BONNAFOUS, 2003, p.76), este trabalho tem como objetivo analisar a formação imaginária que pode ser estabelecida a partir da materialidade imagética virtual e derrisória sobre o corpo (corpo de luz) no site em questão, com relação ao corpo em si (corpo de carne). Tomando o corpo como local de inscrição material e, portanto, instância discursiva, cabe analisar as relações via técnicas de si que, segundo Foucault (1994), são exercícios de si que permitem aos indivíduos efetuarem operações sobre seus corpos, suas condutas, seus modos de ser, de forma a constituir o que Milanez (2006) examinou como “armadura da conduta cotidiana”. Em uma sociedade cuja mídia é forte instância constitutiva de representações imaginárias, parece-nos fundamental olhar para os “entre-” opacos de corpos em que carnes e luzes se digladiam em uma violência discursiva, somando-se ao leque inquieto em torno da famosa pergunta kantiana: quem somos nós? PALAVRAS-CHAVE: Subjetividade, Imagem online, Sujeito-Corpo.

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9 – NOMADISMO, ERRÂNCIA, SUJEITO E CORPO NA NAVEGAÇÃO ONLINE

Eder José dos Santos

RESUMO: Valendo-se das propostas teórico-práticas da Análise do Discurso de linha francesa, este trabalho objetiva traçar algumas considerações preliminares a respeito do sujeito navegador em meio à metáfora da navegação online. Dado que, para Pêcheux (1975), os homens não são mais do que suportes de discurso, interessa analisar o indivíduo navegador em suas condições de interpelação ideológica. Ou seja, tomando como objeto algumas inscrições materiais publicadas no site Desencannes, é sobre a forma-sujeito em discursividade que propomos um olhar analítico, a fim de se compreender o funcionamento do dizer sobre o corpo enquanto práticas discursivas que o criam, crivam-no e o dá a ser, enquanto experiência, no movimento próprio de sua errância, de seu caráter nômade. Nesse sentido (do sujeito como instância nômade, mas em luta pela fixação/disputa do si), objetiva-se demonstrar em termos discursivos uma constante antropológica (a errância) que, de acordo com o sociólogo Maffesoli (2001), é constituinte da natureza humana. PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso, Errância, Sujeito-Corpo. 10 – HISTÓRIA ORAL: MEMÓRIA, TEMPO E TRAJETÓRIA NA CONSTRUÇÃO DO

DISCURSO

Gilson Backes RESUMO: Estudar dimensões dos processos de migração nos coloca a refletir relações sociais e os significados construídos pelos sujeitos no decorrer de suas experiências. Esta comunicação, que em parte é resultado da dissertação de mestrado defendida em 2009 junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Unioeste, problematiza aspectos das trajetórias construídas nas práticas relacionais dos deslocamentos, o contato com o outro, bem como, o contato com a natureza nas e pelas atividades laborais. Na compreensão dessa “fronteira”, a metodologia da História Oral permitiu “desvendar” uma cadeia de episódios reconstruídos pelos sujeitos a partir de seu lugar social de pertencimento. Na elaboração dos discursos, entendemos que os sujeitos são construtores de suas próprias histórias, uma vez que relacionam passado, presente e, por vezes ainda buscam projetar o futuro, mesmo que este se apresente como incerto. Pelas recordações, adentramos no espaço/tempo das memórias em que a intersubjetividade transcende temporalidades e se constitui numa história do presente. 11 – PLURALISMO JURÍDICO: APONTAMENTOS PARA UMA NOVA ORDEM DO

DUSCURSO LEGAL

João Paulo Frai (UNIVEL) RESUMO: Tendo em vista as mudanças paradigmáticas neste contexto de transição entre a modernidade e a pós modernidade, buscar-se-á, nesta abordagem, discutir a necessidade de construção de uma nova ordem do discurso jurídico que, democrática, seja capaz de abarcar a pluralidade cultural e reconciliar lei e justiça. Trata-se, na verdade, de uma tentativa de pensar o direito a partir de alguns pressupostos da Análise do Discurso, com o fito de vencer a crise de legitimidade pela qual passa o direito moderno. Atento à crise de tal modelo (discurso) jurídico, e concebendo o discurso legal enquanto produto social e instrumento de poder, admitir-se-á a (co)existência de diversos ordenamentos jurídicos num mesmo espaço, contudo, não recepcionados pela ordem do discurso vigente. Adotando a visão Foucaultiana de discurso,

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defender-se-á o pluralismo jurídico como modelo de verdade mais adequado ao contexto social atual, uma vez que propõe um novo direito, tolerante, fundado nos pressupostos de uma democracia participativa e na necessidade de flexibilização das regras positivadas. PALAVRAS-CHAVE: Discurso, democracia, pluralismo jurídico. 12 – O INTERDISCURSO NO SLOGAN DO FILME A GAROTA DA CAPA VERMELHA

Job Lopes (UNIVALE/ESAP) RESUMO: O interdiscurso consiste em um processo de reconfiguração constante, no qual um conjunto de discursos é levado a dialogar ou a incorporar elementos externos, desenvolvidos fora do seu campo discursivo e com eles produzir sua redefinição. Este estudo tem como objetivo uma análise dos slogans do filme A Garota da Capa Vermelha num processo intertextual com o conto de fadas Chapeuzinho vermelho. O filme narra à trajetória de Valerie, uma garota ligada a dois homens que se apaixona pelo melancólico forasteiro Peter, porém seus pais a prometem em casamento ao rico Henry. Inconformados com a situação, os jovens planejam fugir, até que tomam conhecimento de que a irmã mais velha de Valerie foi morta pelo lobo que vaga pela floresta. O número de mortes cresce a cada lua, e a garota começa a desconfiar que o lobo é a pessoa que ela mais ama. A história apresenta personagens com características que dialogam com a literatura infantil. O objetivo do slogan do filme Acredite na lenda. Cuidado com o lobo. Busca alertar que por mais que o conto de fadas tenha se tornado prosaico na sociedade há um elemento fundamental que não se deve esquecer, isto é, que o personagem do lobo sempre será o antagonista. Não há nobres e sublimes intenções que o façam mudar, ele carrega uma ideologia de negatividade em sua formação discursiva.Valendo-se dos pressupostos de Bakhtin e Orlandi, pretende-se analisar um slogan fílmico que se redefine a partir de uma formação discursiva que é levada a incorporar elementos já construídos, produzindo assim o interdiscurso, desenvolvendo deste modo uma interação entre os dois campos discursivos. Cinema e Literatura unindo-se em um diálogo de texto e imagem. PALAVRAS-CHAVE: Intertextualidade, Imagem, Cinema, Literatura.

13 – O TRABALHO COM O SENTIDO NA ESCOLA PELO VIÉS DA ANÁLISE DO DISCURSO

Luciana Iost Vinhas (UFFS/UFRGS)

RESUMO: O presente estudo busca apresentar o projeto de pesquisa “Na repetição da paráfrase, o caminho para a polissemia: o trabalho com os sentidos nas escolas do Sudoeste do Paraná”, em desenvolvimento da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza. Revela-se necessária a investigação em virtude da existência de uma já cristalizada prática ditadora de significados no trabalho com o sentido nas salas de aula de língua portuguesa. Isso significa que, muitas vezes, os professores são levados a promover atividades que não levam em consideração as diferentes possibilidades de sentido colocados em circulação a partir da materialidade linguistica. Tal fato instaura processos de significação homogeneizantes, que compreendem a linguagem enquanto transparente. Disso se pressupõe uma concepção de linguagem como uma representação direta da realidade, sendo que somente é permitida e autorizada uma única leitura pela instituição escolar. Isso indica que não há espaço para a interpretação, pois os sentidos já estão postos, de modo a serem eternamente repetidos

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nesse espaço e, por conseguinte, na sociedade, o que gera, da mesma forma, sujeitos repetidores de significados. Considerações iniciais sobre o desenvolvimento do projeto deverão ser colocadas em debates, partindo de uma concepção de sentido vinculada à Análise do Discurso pêcheuxtiana.

14 – HISTÓRIA E LITERATURA: “SABERES E PODERES?”

Maria Roseli Castilho (SEED) Roselene de Fátima Coito (UNIOESTE)

RESUMO: Ao tratarmos sobre Literatura e História, percebemos a grande polêmica que envolve o tema. Os estudos relativos a tais conteúdos há algum tempo passam por inúmeros questionamentos, principalmente no que diz respeito às fronteiras entre um domínio discursivo e outro. Embora mantenham discursos, configurações e finalidades em parte distintas, Literatura e História constituem-se como ciências sociais, objetos construídos social e historicamente. Aí reside, para a analista do discurso Orlandi, a importância da historicidade, da análise, da construção dos sentidos a partir dos fatos histórico-sociais. Já que o que sobrevive, segundo a autora, não são os fatos que aconteceram no passado, mas certos documentos de representatividade, selecionados por um grupo social. Sendo assim, o presente trabalho busca compreender como se dá a construção da literatura e da história a partir de teorias da Análise do Discurso (AD), a qual busca compreender os mecanismos de funcionamento do discurso e a forma de produção e reconstrução dos sentidos, considerando suas condições de produção específicas. PALAVRAS-CHAVE: história, literatura, análise do discurso, produção de sentidos.

15 – A LEITURA DE UM TEXTO E A LEITURA DO MUNDO POLÍTICO: OS ESCRITOS DE FRANCISCO CAMPOS

Micheli Girardi Moreno (UNIOESTE)

Jaqueline Peretto (UNIOESTE) José Carlos dos Santos (UNIOESTE)

RESUMO: Francisco Campos viveu no século XX e foi um dos grandes mentores da chamada Revolução de 1930. Levando em frente a máxima de Michel de Certeau de que um autor é um construtor do espaço e de estratégias políticas, vista a necessidade de significação deste e da organização de ações efetivas, suas obras servem de meios de compreensão e decodificação de uma linguagem que edificou tal espaço social. Foi um brilhante articulador jurídico e político. Seu discurso bem elaborado, proporcionou àqueles que aspiravam por um poder centralizado, a reunião das qualidades certas para “manipular” as circunstâncias ao favor de um líder político, fazendo com que a população não percebesse de uma forma global a sua situação nesse jogo de interesses, mas que se sentisse participante enquanto mais um “brasileiro a construir” sua nação. Suas ideias permearam a elaboração da Constituição de 1937 e adquiriu um destacável respeitabilidade entre a intelectualidade dos anos 1930.

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16 – RESSEMANTIZAÇÃO DA LINGUAGEM MÍSTICA: RESISTÊNCIA NO

CONFLITO DE ITAIPU

Tarcísio Vanderlinde (UNIOESTE) Juliane Vanderlinde (UNIOESTE)

RESUMO: A construção da hidrelétrica de Itaipu no oeste do Paraná gerou inúmeros protestos entre os agricultores pela indenização de suas propriedades que vieram a ser alagadas. O artigo tem por objetivo analisar a mística, amparada por fragmentos de textos bíblicos e que ressemantizados serviam como inspiração e motivação aos camponeses na luta pela terra. No conflito de Itaipu, a mediação mística adquire uma característica impactante tendo em vista a cultura dos atingidos. Um quarto de século após o conflito, a mística do movimento retorna como reminiscência em forma de celebração litúrgica denominada Romaria da Terra. O artigo resulta de investigação bibliográfica que leva em conta parte da produção já realizada sobre o assunto e tem como atenção no recorte, o aspecto místico que marcou o conflito. Como resultado pode-se verificar que numa fase em que as manifestações políticas eram controladas, a mística metaforicamente a substitui e enquanto referencial espiritual esteve amalgamada ao processo de luta. O movimento foi mediado por entidades religiosas, que foram decisivas no sentido de mitigar os impactos sofridos pelos agricultores em decorrência da construção da barragem. PALAVRAS-CHAVE: Ressemantização; Mística; Resistência.

17 – O INTERDISCURSO PRESENTE NA OBRA MACUNAÍMA

Silvana Nath (UNIOESTE)

RESUMO: Neste trabalho propomos uma análise de um recorte do trailer e da obra fílmica Macunaíma do diretor Joaquim Pedro de Andrade publicado em 1968, sob o foco da Análise do Discurso, utilizando como escopo teórico os pressupostos da AD apresentados por José Luiz Fiorin, Eni P. Orlandi, Dominique Maingueneau, entre outros. O foco estará pautado na forma como ocorre a construção da linguagem no enredo da obra fílmica, identificando as Formações Ideológicas e Discursivas, a Interdiscursividade e os Efeitos Metafóricos, considerando que esses elementos são de fundamental importância para a compreensão da ideologia presente no próprio discurso do personagem Macunaíma, que deixa transparecer diferentes culturas presentes em nosso país, evidenciando os diversos discursos étnicos que irão constituir uma cultura nacional que viesse a romper com os modelos até então tidos como ideais e que culminariam para a construção de uma unidade cultural nacional. Portanto, é fundamental compreendermos os fatores ideológicos intrínsecos na obra e que funcionam como determinantes na construção do sentido a que nos propomos. Este artigo estará baseado numa pesquisa eminentemente bibliográfica, que, utiliza-se dos pressupostos da AD, de estudos sobre o cinema e do contexto histórico modernista para a interpretação do corpus em análise. PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso, Ideologia, Cinema.

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18 – (RE) PENSANDO O PAPEL SOCIAL DO HOMEN E DA MULHER NA PÓS-MODERNIDADE: A REPRESENTAÇÃO DOS SUJEITOS NO DISCURSO DA

PROPAGANDA IMPRESSA

Claudineya A. Grzeszezeszyn (UNIOESTE) Gustavo Biasoli Alvez (UNIOESTE)

RESUMO: É comum na sociedade atual constatarmos aspectos referentes à inversão de papéis sociais entre homens e mulheres. Ao longo da história, os sujeitos mantiveram posições sociais e valores ideológicos que demarcavam suas funções na sociedade. Com o passar do tempo, ambos os gêneros se viram diante de um contexto que colocou em xeque sua identidade, causando o que Hall (2006) designa de “crise de identidade”. A partir disso, podemos afirmar que essa “crise” à qual o homem e a mulher estão sujeitos atualmente, é consequência de um processo de mudança social e ideológica, que acaba motivando a inversão de papéis socialmente cristalizados. Desse modo, o objetivo desta pesquisa é observar como os papéis do homem e da mulher vêm sendo representados na pós-modernidade. Sob o respaldo teórico da Análise do Discurso de linha francesa (Pêcheux, 1969), buscamos no discurso publicitário, especificamente, em propagandas impressas, retiradas de revistas com destaque nacional, verificar como a inversão de papéis sociais entre homens e mulheres se materializa pela linguagem. Assim, são evidenciados no discurso da propaganda pós-moderna, modos de representação que contribuem de modo relevante para a constituição, transformação ou consolidação de (novas) identidades com relação ao comportamento do homem e da mulher.

ESTUDO DO GÊNERO DISCURSIVO CONSIDERANDO A SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO OPÇÃO METODOLÓGICA

Dilce Maria Simões dos Santos (PDE)

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE) Tendo em vista a concepção de língua apresentada nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008), apontando o trabalho com os Gêneros do Discurso como ferramenta para as aulas de linguagem, optamos, na pesquisa, por refletir sobre o trabalho com os gêneros na sala de aula, preocupando-nos, mais especificamente com a formação continuada de professores de Sala de Apoio à Aprendizagem voltada para esse enfoque. Se tomarmos como base as palavras de Marcuschi, o qual afirma que “o ensino da língua deva dar-se através do texto” (MARCUSCHI, 2008, p.51), justificamos a necessidade de preparar professores para o trabalho com os textos socialmente produzidos. Todavia, ainda é grande o desafio de muitos professores da disciplina de Língua Portuguesa, no sentido de compreender como realizar este trabalho praticamente. Na perspectiva de contribuir com tais reflexões, propomos uma atividade de formação continuada aos professores de Língua Portuguesa que atuam nas Salas de Apoio à Aprendizagem, com a intenção de buscar algumas alternativas de como superar este desafio, aprofundar o conceito de Gêneros Discursivos, apontar sugestões que possam trazer mais segurança aos profissionais que trabalham com esta disciplina e, por fim, propor o trabalho com as Sequências Didáticas como uma metodologia para desenvolver o trabalho com as questões da linguagem. Assim, neste artigo apresentamos reflexões sobre esse processo de formação, relatando sua forma de encaminhamento depois de discorrer a base teórica que subsidiou essa prática. PALAVRAS-CHAVE: Gênero Discursivo; Sequência Didática; Gênero Convite.

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Linguística, GênerosTextuais

1 – A TEORIA DOS GÊNEROS MULTIMODAIS APLICADA A MANGÁS, HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, MANWÁS E TIRINHAS

Amanda Bordin (PIBIC/ UNIOESTE/ Fundação Araucária)

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE) RESUMO: No presente artigo têm-se como objetivo, além de apresentar alguns resultados do projeto de pesquisa Estudo sobre o desenvolvimento de sequências didáticas voltadas para gêneros discursivo/textuais predominantemente imagéticos: as tirinhas, os gêneros quadrinizados ocidentais, os gêneros quadrinizados orientais, tecer considerações acerca da presença de multimodalidade nos gêneros que chamamos quadrinizados e a sua importância na definição dos gêneros que integram este grande grupo. No entanto, a teoria de gêneros multimodais não é ainda tão presente no meio acadêmico brasileiro, cuja gênese é o resultado da junção de outras três teorias: a teoria de gêneros do discurso, a psicologia cognitivista e a semiótica social, portanto, tal teoria também será foco de discussão. Para que pudéssemos, então, confeccionar este artigo, tomamos como suporte teórico: a teoria bakhtiniana de gêneros, diversas discussões sobre multimodalidade, as formulações acerca dos quadrinhos de Vergueiro (2008), Gravett (2006) e Nagado (2007). PALAVRAS-CHAVE: Multimodalidade; Gêneros discursivos; Quadrinhos

2 – MODELO DIDÁTICO DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO

Bruna Luiza dos Santos (PIBIC/CNPQ – UNIOESTE) Terezinha da Conceição Costas-Hübes (UNIOESTE)

RESUMO: A concepção de ensino sociointeracionista e o trabalho em sala de aula, tendo como objeto de ensino os gêneros textuais, apresentam-se, inicialmente, como proposta nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 2008). Com isso, essa pesquisa se inscreve na perspectiva de contribuir com o ensino em sala de aula, construindo um modelo didático do gênero artigo de opinião, a partir de um levantamento das características linguístico-dirscursivas dos textos selecionados do gênero em questão. Para isso, iremos nos pautar em autores como Dolz e Schneuwly (2004), Costa-Hübes e Baumgärtner (2009), Cristóvão e Machado (2006), dentre outros. PALAVRAS-CHAVE: Modelo didático de gênero; Artigo de opinião; Gênero textual.

3 – A APROPRIAÇÃO DO DISCURSO VIA ESCRITA DE TEXTO DE OPINIÃO NA ESCOLA

Clarice Fernandes (PDE)

Márcia Sipavicius Seide (UNIOESTE) RESUMO: O artigo trata da produção do gênero discursivo artigo de opinião em atividades escolares. Ele apresenta uma análise do ponto de vista do gênero discursivo e textual de um artigo de opinião vencedor das Olimpíadas de Língua Portuguesa – 2010. Também se busca

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verificar o contexto de produção, formato do gênero e estilo linguístico; assim como os recursos argumentativos utilizados e a estrutura construída para que o texto caracterize-se como artigo de opinião. Faz-se ainda uma tentativa de leitura da intencionalidade da autora ao produzir o artigo. PALAVRAS-CHAVE: artigo de opinião; gênero discursivo; argumentação.

4 – O GÊNERO TEXTUAL “BLOG” E SEUS LEITORES

Fernando Moreno da Silva (UNESP-FCLAr) RESUMO: A proposta do trabalho e analisar a imagem do leitor brasileiro de blog. A pesquisa é norteada pela semiótica francesa ou da Escola de Paris, focando o eixo da enunciação. Da enunciação, faremos uso dos conceitos de enunciador e de enunciatário, instâncias linguísticas que correspondem ao que a Retórica chama, respectivamente, de ethos e de pathos: imagens construídas ao longo do texto do destinador e do destinatário do enunciado. Parto do pressuposto de que nos blogs mais visitados estaria a maioria dos blogueiros, e onde estivesse a maioria dos blogueiros estaria o retrato de sua constituição. Para chegar a um corpus que contivesse os blogs mais acessados do país, vali-me de duas metodologias, reunindo uma amostragem referente a todo o ano de 2006, ano-base sobre o qual se debruça o estudo. O primeiro método foi proceder a um levantamento dos blogs mais votados pelos próprios internautas. No segundo método, apreendeu-se o corpus a partir de duas listas publicadas na mídia (Revista Época e o site IDG Now!). A pesquisa mostrou que nesse mosaico da blogosfera predominainvariavelmente três características: o desejo de buscar uma identificação com o que lê (narcisismo); a sensação de caminhos sem barreiras(pseudoliberdade); e uma leitura descontraída (lúdico).

5 – REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE GÊNEROS DISCURSIVOS/TEXTUAIS E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Franciele Cristina dos Santos (UNIOESTE / PIBIC – Fundação Araucária)

Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE) RESUMO: A pesquisa Reflexões Teóricas sobre Gêneros Discursivos/Textuais e sua relação com o ensino da Língua Portuguesa, faz parte do projeto de Iniciação Científica PIBIC/Ações Afirmativas, financiado pela Fundação Araucária. Seu objetivo é garantir uma compreensão maior sobre os gêneros discursivos/textuais e sobre formas de transposição didática com o propósito de incentivar o aprimoramento do ensino da Língua Portuguesa para servir de apoio às práticas docentes futuras. Com base nos fundamentos teóricos de Bakhtin (1988,1992) e nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná – DCE – (PARANÁ, 2008), tem-se o intuito de conceituar língua e fala, gêneros discursivos, aprofundar o conhecimento na área metodológica para ensino da língua e provocar reflexões sobre a interação entre sujeitos por meio dos gêneros. Segundo Bakhtin (1988), os gêneros possuem uma vasta atividade histórica que abrange todas as manifestações linguísticas que são distintas entre si e desempenham formas diferentes de se trabalhar, que valorizam, assim, a aplicação dos gêneros discursivos/textuais como um dos meios de entendimento da Língua Portuguesa. PALAVRAS-CHAVE: Gêneros discursivos/textuais, língua portuguesa, ensino.

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6 – O PATHOS COMO ESTRATÉGIA RETÓRICA: UM ESTUDO DE ELEMENTOS PERSUASIVOS DO DISCURSO POLÍTICO

Graziele Madalena Pereira Burmann (UNIOESTE)

Ivo José Dittrich (UNIOESTE) RESUMO: Partindo da noção de discurso político como discurso de razão e de paixão, busca-se com este trabalho investigar com quais estratégias retóricas Fernando Collor de Mello intentava a adesão pela emoção – pathos – no discurso como candidato a presidência da república nas eleições de 1989. A análise é amparada nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Retórica do Discurso, que considera o logos, o ethos e o pathos, provas retóricas propostas por Aristóteles, como estratégias de persuasão. Por se tratar de uma análise dos elementos persuasivos do discurso, no caso do político, esse estudo abre espaço para novas práticas de ensino concernentes à análise discursiva, com ênfase nas estratégias retóricas – recursos para tornar um discurso consistente, atraente e confiável. As primeiras análises apontam para um discurso bastante passional, com uso de expressões que revelam indignação – explode, revolta – ou aproximação com o povo – “Minha voz hoje não é só minha...”. PALAVRAS-CHAVE: Discurso Político; Pathos; Estratégias Retóricas. 7 - O USO DAS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS NA REVISTA SUPERINTERESSANTE

Jéssica Paula Vescovi (UNIOESTE)

Márcia Sipavicius SeideEIDE (UNIOESTE – ORIENTADORA) RESUMO: O objetivo desta comunicação é apresentar resultados parciais da pesquisade Iniciação Científica que vem sendo desenvolvida cujo escopo é investigar a presença das expressões idiomáticas em textos de cunho de divulgação cientifica e fazer uma proposta de aplicação da pesquisa ao ensino. Para o primeiro objetivo, analisaram-se retoricamente e lexicalmente as expressões idiomáticas encontradas em um corpus pré-selecionado da revista Superinteressante segundo Vilella (2002). Para o segundo foram elaborados planos de ensino a serem experimentados em sala de aula durante o estágio supervisionado. Conforme se perceberá ao longo da apresentação, as estratégias criadas para as aulas fazem a transposição didática dos resultados da pesquisas sobre as expressões idiomáticas. PALAVRAS-CHAVE: Lexicologia, retórica, expressões idiomáticas, divulgação científica.

8 – ESFERAS DE PRODUÇÃO DO GÊNERO DISCURSIVO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Márcia Sipavicius Seide (UNIOESTE)

RESUMO: Esta comunicação evidencia algumas das características do gênero discursivo Divulgação Científica (DC) com ênfase para as instâncias de produção dos textos jornalísticos comprometidos com a divulgação de pesquisas previamente divulgadas em Artigos Científicos (AC). Ao longo da comunicação será analisado um corpus formado pela reunião dos textos de DC pubicados ao longo de um semestre em O Estado de São Paulo e A Folha de São Paulo e copilado por Rafael de Souza Bento Fernandes, como uma de suas atividades de Iniciação Científicas. A análise do corpus segundo a fonte utilizada pelo jornalista mostra que47,73% do material é proveniente de agência de notícias internacionais, fruto portanto, de práticas tradutórias, as demais tem por fonte textos produzidos pelos jornalísticas da Folha de São Paulo ou de O Estado de São Paulo ou são provenientes da Agência de Notícias Fapesp,

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importante órgão de fomento sediado no estado de São Paulo. As análises a serem apresentadas mostrarão em que medida há mudança nas características textuais do DC segundo a fonte e se há algo peculiar aos textos escritos por jornalistas brasileiros. PALAVRAS-CHAVE: Divulgação cientifica; gênero discursivo; esferas de produção.

9 – ESTRATÉGIAS PARA TORNAR A LEITURA RELEVANTE AOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Marinesta Joaquim Tomadon (PDE)

Márcia Sipavicius Seide (UNIOESTE) RESUMO: O objetivo deste trabalho é mostrar que a leitura é uma prática social, uma interação entre leitor e texto, em que instigado pelo que lê, o leitor produz sentidos, dialoga com o texto, com os intertextos e com o contexto, ativando o seu conhecimento já adquirido. Teoricamente, o trabalho toma como embasamento a Teoria da Relevância (Sperber e Wilson – 1995). O trabalho pedagógico com a leitura segue estratégias de ensino metodológicas que conduz os alunos à compreensão e ao reconhecimento dos diferentes gêneros - cf. Bakhtin (1992) e Bronckart (2003) – Serão apresentadas algumas estratégias de leitura que podem ser aplicadas em sala de aula, de modo a comprovar que quando se leva em conta o processo cognitivo do aluno e o grau de complexidade do texto, a leitura torna-se fonte de conhecimento e, como tal, deve estar presente no dia a dia do professor ao qual cabe propor atividades que despertem a vontade de ler e permitam a descoberta do prazer que a leitura pode proporcionar. PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Conhecimento de Mundo. Teoria da Relevância

10 – O MEDO DO NOVO: REPRESENTAÇÕES DE MUNDO x REFERENCIAÇÃO EM

TEXTO JORNALÍSTICO

Poliana Sella (UNIOESTE) Alcione Tereza Corbari (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho apresenta resultados parciais de estudo desenvolvido em projeto de Iniciação Científica Voluntária, que versa sobre os processos de referenciação em textos jornalísticos. Neste momento, observam-se as estratégias de construção e reconstrução de objetos de discurso (KOCH, 2002) no texto “O medo do novo”, reportagem de capa da Revista Veja nº 1826, publicada em 29/10/2003. O texto sob análise foi julgado tendencioso pelo Greenpeace Brasil, em carta, divulgada na internet, dirigida ao editor da revista. Levando em conta essa leitura, propõe-se investigar as marcas de referenciação que a autorizam. Considera-se que a forma de se construir um texto não é involuntária, mas tem um objetivo persuasivo que vai além da informação e da superficialidade do que se diz (ORLANDI, 2009). Portanto, a linguagem não possui um funcionamento apenas linguístico; objetos de discurso, ou mesmo modelos de mundo, podem ser construídos por meio de práticas discursivas e cognitivas sócio-culturalmente estabelecidas (MONDADA; DUBOIS, 2003). Nessa perspectiva, observa-se o corpus selecionado considerando-se a referenciação como uma atividade linguística que revela a construção de dada representação de mundo, o que significa dizer que tal processo tem caráter essencialmente argumentativo, visto que reflete visões de mundo e revela as intenções que movem a atividade discursiva em curso. PALAVRAS CHAVE: referenciação, argumentação, texto jornalístico.

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11 – TEMPOS VERBAIS EM ARTIGOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Rafael de Souza Bento Fernandes (UNIOESTE)

Márcia Sipavicius Seide (UNIOESTE) RESUMO: A partir da análise de nove textos de “divulgação científica” publicados nos jornais Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e na revista Super Interessante, este artigo, vinculado ao projeto de pesquisa “Contribuições da análise retórica do discurso para o ensino de gêneros argumentativos em língua materna”, pretende apresentar algumas considerações sobre a estrutura linguística da tipologia focando a questão dos tempos verbais no que concerne à argumentação. Para tanto, foram utilizados os pressupostos da Nova Retórica segundo Perelman e Tyteca como nos explica Oliver Reboul (2004) e os valores dos tempos e modos tal qual propõe os gramáticos Cunha e Cintra (2008). Com base nos dados colhidos nestes nove textos que compõe um corpus de setenta artigos denominado DCE e DCF copilado na base da UFSC e-termos, por fim, especulamos se, de fato, há a supressão do método cientifico em textos de popularização (como já preconizou Mota (2001)) contendo, no lugar, trechos narrativos. PALAVRAS-CHAVE: Análise retórica; Divulgação científica; Tempos verbais.

12 – GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: UMA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA

Renata Calichio Gonçalves (UNIOESTE – Fundação Araucária) Profª. Dra. Terezinha da Conceição Costa-Hübes² (UNIOESTE)

RESUMO: O presente artigo visa apresentar reflexões teóricas acerca do caráter social da língua, destacando sua relação com o ensino da Língua Portuguesa por meio dos gêneros textuais, fundamentando-se, primeiramente, no conceito sociointeracionista de linguagem conforme Vygostsky (1984). Em seguida, recorreremos aos pressupostos teóricos de Bakhtin (1988) para destacar o caráter social, ideológico e histórico da língua, manifestado nos gêneros textuais. Para melhor compreendermos o conceito de gêneros textuais, pautaremo-nos, ainda, em autores como Bronkart (2003), Marcuschi (2003) e nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008), na perspectiva de relacionar gêneros textuais e ensino. Objetivamos, portanto, por meio dessas reflexões, apresentar parte do percurso investigativo que desenvolvemos durante os anos de 2010/2011, como bolsista de Iniciação Científica - UNIOESTE/Fundação Araucária – proposto no Projeto O caráter social da língua: algumas reflexões teóricas, por meio do qual procuramos alcançar um conhecimento mais sólido e aprofundado a respeito do tema, que nos auxiliarão em nossa prática como futuros professores de Língua Portuguesa.

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Comunicações Linguística, Sintaxe, Semântica, Pragmática

01 – MOSTRAR X ANALISAR O REAL: A MODALIZAÇÃO NA ABORDAGEM DE PROBLEMAS AMBIENTAIS

Alcione Tereza Corbari (UNIOESTE)

Aparecida Feola Sella (UNIOESTE) RESUMO: Objetiva-se discorrer sobre pesquisa acerca do teor de sentido exercido pelos modalizadores terminados em “-mente” e pelos verbos modais “poder” e “dever” em artigos que direcionam opinião com relação a políticas e programas ambientais. Tomou-se esta temática haja vista a repercussão que vem tomando nas políticas de estado e de órgãos não governamentais. Com o objetivo de avaliar como os modalizados servem para reforçar posições e reivindicações mais explícitas, foram avaliados textos da área grande área Ciências Exatas e da Terra, disponíveis no Portal da Capes; para exemplificar alguns resultados, tomou-se o texto “A convenção do clima e a legislação brasileira pertinente, com ênfase para a legislação ambiental no Amazonas”, de autoria de Soares e Higuchi (2006). De uma forma geral, percebeu-se que em textos dessa área o processo de argumentar pauta-se em convicções e pleitos, o que pode ser medido pelo uso de elementos modalizadores. PALAVRAS-CHAVE: Artigo Científico; Argumentação; Elementos Modalizadores.

02 – HISTÓRIA DAS IDEIAS LINGUÍSTICAS: PLATÃO E BAKHTIN

Alessandro Alves da Silva (UEM) Pedro Luis Navarro Barbosa (Orientador-UEM)

RESUMO: Este artigo tem como objetivos: 1) confrontar o capítulo IV do livro Marxismo e Filosofia da Linguagem, de Mikhail Bakhtin (Volochinov), com o texto de Platão (Naturalismo e Convencionalismo); 2) verificar se Platão segue uma destas orientações e se ele pensa no sujeito social da língua; 3) pensar na evolução e na história no Naturalismo e do Convencionalismo. Os resultados demonstraram que: 1) Platão está ligado ao objetivismo abstrato e ao naturalismo, além de desconsiderar o sujeito social da língua; 2) Bakhtin contrapõe Platão ao considerar a interação com o outro como a principal característica da língua (o sujeito social da língua); 3) o naturalismo perdeu prestígio, enquanto o convencionalismo ganhou prestígio ao longo da história. PALAVRAS-CHAVE: Linguística; História das Ideias Linguísticas; Filosofia da Linguagem.

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03 – CONDUÇÕES ARGUMENTATIVAS EM TEXTOS DE OPINIÃO: ASPECTOS DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Aparecida Feola Sella (UNIOESTE)

Glaci Terezinha Shineider (UNIOESTE) Jozeane Martinha de Lima (UNIOESTE)

RESUMO: Apresentam-se, neste trabalho, discussões ainda iniciais sobre pesquisa relativa ao funcionamento da coordenação e subordinação nos textos produzidos no Portal/Imprensa/Últimas Notícias/UOL. Concebemos os termos acima na perspectiva da Semântica Argumentativa, proposta por Ducrot (1987) e discutida no Brasil por Guimarães (1987) e Koch (2009), na qual as orientações argumentativas são consideradas como inerentes ao sentido dos enunciados, e indicam, também nessa instância, as conclusões a que se deve chegar. A proposta da pesquisa reside na aplicação do conceito de topos argumentativo, na expectativa de avaliar quais argumentos universais, genéricos e graduais sustentam a produção do texto, são inerentes ao gênero textual sob estudo e se voltam aos propósitos do interlocutor. Quanto a esta última questão, pautamo-nos nas orientações de Van Dick (1996) sobre as proposições somente possuírem coerência local se coincidirem com o tema, de forma a denotarem algo que esteja ao alcance dos conhecimentos e das crenças dos interlocutores. Até o presente momento foram analisados cinco textos produzidos no primeiro semestre de 2011. Observou-se que a subordinação está mais vinculada à constituição do discurso indireto, e isso devido ao processo próprio do gênero editorial, que acomoda argumentos postos para serem aceitos, enquanto a coordenação indica orientações no sentido de resguardar os propósitos do produtor do texto.

04 – LENDO O SUBTEXTO (DES)MATERIALIZADO NA MATÉRIA

Elisângela Redel (UNIOESTE) Franciele Maria Martiny (UNIOESTE)

RESUMO: Este estudo consiste em analisar semanticamente de que maneira os implícitos diretos e indiretos (pressupostos, acareamentos e inferências), além dos fenômenos anafóricos e da dêixis, estão presentes em dois textos: no artigo “Generosidade Masculina”, de autoria de Stephen Konitz e na música “Bienal”, de Zeca Baleiro. Para tanto, a análise está pautada na reflexão em torno do uso da linguagem em diferentes contextos e situações, o que pode proporcionar interpretações de maneiras distintas, dependendo do que está posto ou subtendido nos enunciados, bem como devido ao conhecimento de mundo e de língua, de quem os analisa. Para tanto, a concepção de linguagem é tida como uma forma de ação, interação humana, com base na Teoria dos Atos de Fala. PALAVRAS-CHAVE: Atos de fala; Implícitos; Anáforas; Dêixis.

05 – SEMISSIMBOLISMO E OS ESTUDOS DOS TEXTOS NÃO VERBAIS

Fernando Moreno da Silva (UNESP-FCLARr) RESUMO: A semiótica francesa é um modelo de descrição do sentido que se utiliza do percurso gerativo para explicar como a significação vai se construindo no interior do texto. Além de se dedicar ao estudo do conteúdo, a semiótica francesa destaca a arquitetura dele, ou seja, como o texto se organiza para expressar o conteúdo. Assim, o percurso gerativo serve para explicar a construção do sentido: como a significação vai se construindo no interior do texto. O que se percebe é que a disciplina ‘pura e dura’ que muitos quiseram ver na semiótica

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se transformava em um espaço plural habitado por diversas iniciativas e desenvolvimentos variados. Por certo tempo, sobretudo na fase inicial, a preocupação da semiótica foi exclusivamente com o percurso gerativo do sentido, focando o plano do conteúdo. Nos últimos anos, as preocupações se voltaram para o plano da expressão. O estudo dos sistemas semissimbólicos é um campo de investigação recente que parece ter sido impulsionado pelo aumento das pesquisas voltadas à compreensão dos textos midiáticos. Com base nessa tendência, busca-se nessa comunicação falar das principais contribuições da semiótica, com os recentes estudos rumo à sistematização de um “percurso gerativo da expressão” para a análise da linguagem visual.

06 – O PROGRAMA DO PROJETO ESCOLA INTERNACIONAL BILÍNGUE DE FRONTEIRA

Maria Elena Pires SANTOS (UNIOESTE)

Olga Viviana FLORES (UNIOESTE) RESUMO: A realidade educativa de áreas de fronteira, apresenta aspectos sócio-educacionais com características próprias que estão contribuindo para uma visão mais aberta da educação nessas áreas e chamam a atenção sobre aspectos educativos que alertem para a necessidade e continuidade de políticas educativas em prol da integração regional. O objetivo deste trabalho é observar no documento que rege o Projeto da Escola Internacional Bilíngue da Fronteira (PEIBF) qual é o conceito de linguagem que o sustenta. Para isso tomamos como suporte a teoria da linguagem bakhtiniana (Bakhin, 2004), o ensino de língua estrangeira (Moita Lopes, 1996) o conceito de gêneros discursivos (Bakhtin, 1992) e textuais (Dolz e Schneuwly, 1996; Marcuschi 2000). PALAVRAS-CHAVE: educação; concepção de linguagem; bilinguismo.

07 – REDAÇÃO E COERÊNCIA

Ricardo Schwaab (UNIOESTE) Ivo José Dittrich (UNIOESTE)

RESUMO: A coerência pode ser considerada fator básico de textualidade. Ela se manifesta na capacidade dos elementos semânticos subjacentes à superfície textual fazerem sentido para determinado leitor. A importância da coerência no texto pode ser percebida, por exemplo, na nota que a ela é atribuída pelas bancas de redação de concursos de vestibular. Paradoxalmente, nas salas de aula – mais especificamente nas aulas de português – costuma-se privilegiar apenas os elementos mais pontuais do texto, como a correção gramatical, por exemplo. Atitudes como estas resultam na falta de sentido e organização dos textos produzidos pelos alunos, o que reflete num desempenho ruim no vestibular. Com o intuito de compreender melhor como ocorre a construção da coerência e contribuir para o esclarecimento deste campo, este artigo tem como principal objetivo descrever critérios de coerência, ou seja, os elementos que compõem este critério de avaliação textual e as formas em que estes se manifestam no texto. A conceituação teórica tomará como base os estudos de Koch, que há muito tempo publica pesquisas e obras sobre o tema proposto. Metodologicamente, será feita a análise da coerência em redação produzida por um candidato ao vestibular da UNIOESTE 2010. PALAVRAS-CHAVE: Redação, Coerência, Texto.

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08 – ESCRITA EMERGENTE EM TURMA DE ALFABETIZAÇÃO DO OESTE DO

PARANÁ

Rosana Becker Fernandes (UNIOESTE) RESUMO: Muitas vezes, no processo inicial de alfabetização, predominam a artificialização, mecanização e descontextualização das atividades de leitura e escrita. Tais encaminhamentos dificultam a constituição de um aluno produtor/autor/leitor de discursos escritos. O oeste do Paraná, a partir do final da década de 70 e, acentuadamente no decorrer da década de 80 do século XX, foi cenário e, simultaneamente, protagonista do que se convencionou chamar “virada discursiva no ensino de língua portuguesa” no Brasil. De forte inspiração nas reflexões e propostas de Geraldi (1984), o ensino de língua portuguesa nesta região passa a ser compreendido como espaço de produção, circulação e reflexão de conhecimento, em contraposição às abordagens condutistas, prescritivistas e reprodutivistas de ensino. Interessam-nos, particularmente, nesta comunicação, analisar encaminhamentos iniciais de ensino/trabalho com a leitura e a escrita em uma turma de alfabetização do município de Cascavel-Paraná, desenvolvidos entre fevereiro e março de 2002. É possível perceber nestes encaminhamentos uma compreensão, por parte do professor, da necessidade de possibilitar aos alunos iniciantes uma vivência permanente com os usos e funcionamentos da leitura e da escrita na sociedade por meio de práticas de ensino pautadas na produção e leitura de textos. Esta comunicação resulta de reflexões oriundas dos trabalhos de formação continuada de professores da Educação Básica do Paraná e de pesquisas desenvolvidas no interior do grupo de pesquisa Linguagem, Discurso, Ensino (LIDEN) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Atualmente, essas reflexões estão sendo sistematizadas e retomadas em projeto de pesquisa junto ao Doutorado Interinstitucional em Letras e Linguística Unioeste/UFBA. PALAVRAS-CHAVE: PALAVRAS-CHAVE: alfabetização; leitura; escrita; ensino.

09 – EXPRESSÕES NOMINAIS REFERENCIAIS NO CONTEXTO DA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Leidiani da Silva Reis (UNIOESTE)

Jorge Bidarra (UNIOESTE)

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo refletir acerca do processo interpretativo, levando em consideração suas nuances linguísticas. Nessa perspectiva, verificamos como os elementos linguísticos colaboram na construção dos significados contidos nos textos, mais especificadamente, discutimos sobre o papel das expressões nominais referenciais, tendo em vista demarcarem as intenções do produtor e se constituírem numa estratégia que orienta o discurso argumentativamente. Assim, para análise ainda que inicial, tomamos como corpus uma fábula em duas versões (O Lobo e o Cordeiro), sendo uma de La Fontaine e outra de Millor Fernandes. Para tanto, fizemos, a princípio, uma discussão acerca do processo interpretativo com base nos estudos de Koch e Elias (2006), Kleiman (2009) e outros. Na sequencia, abordamos os elementos referenciais, mais especificadamente, as expressões nominais referenciais. Posteriormente, passamos a descrição e análise do corpus. Constatamos que tal mecanismo linguístico é muito mais que simples recurso de retomada, mas é marca e evidência reveladora de estratégia do sujeito na produção do enunciado.

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10 – OS EFEITOS DE SENTIDO GERADOS PELA SELEÇÃO LEXICAL EM ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Wânia Cristiane Beloni (UNIOESTE)

Sanimar Busse (UNIOESTE) RESUMO: Apresentam-se aqui algumas considerações preliminares da pesquisa que busca analisar a organização sintático-argumentativa do texto. As reflexões partem da noção de argumentatividade que se instaura no enunciado a partir da seleção lexical e da sua cadeia referencial. Assim, o texto é tomado como um projeto de dizer que reúne elementos cujo objetivo é desenvolver um roteiro argumentativo que sustenta o dizer/fazer. Conforme destaca Koch (1984), é por meio da argumentatividade representada na língua que os processos de interação social se realizam. O ambiente argumentativo-persuasivo projeta-se, portanto, nos recursos linguísticos e seus efeitos de sentido atravessam a dimensão material para compor o macro ato enunciativo. Para a análise da estrutura argumentativa desencadeada por meio da seleção lexical, no interior das orações subordinadas adjetivas, selecionaram-se artigos de opinião publicados nas colunas dos jornais Gazeta do Paraná, de Cascavel, e Gazeta do Povo, de Curitiba. Entende-se que, mesmo sob o princípio da neutralidade, os discursos organizam-se em torno da orientação de sentidos, na direção do convencer e do persuadir. Esta pesquisa pretende contribuir, ainda na sua versão inicial, com uma proposta de análise do texto tomando a sua organização linguística como orientação das pistas a serem seguidas no desvendamento dos seus vários sentidos. PALAVRAS-CHAVE: Texto; seleção lexical, argumentatividade.

Linguística Aplicada, Sociolinguística, Psicolinguística

01 – PEQUENOS GLOSSÁRIOS EM LÍNGUAS INDÍGENAS E ORIENTAIS

Benilde Socreppa Schultz (UNIOESTE)

RESUMO: O registro de palavras de uma determinada língua é uma prática comum desde a antiguidade: essa praxe exerceu sempre um fascínio sem precedentes sobre toda a humanidade, ao ponto de na antiguidade ser um hábito comum registrá-las, vejam-se as tabuas sumerianas, criadas há cerca de quatro mil anos. Somando-se a isso, a utilidade prática de se armazenar palavras e seus respectivos significados, contribui para que não desapareçam, e ainda sirva como um instrumento utilitário no uso da língua. Nessa comunicação pretendemos demonstrar como esse costume permitiu o registro em pequenos glossários de duas línguas indígenas da América do Sul e de duas línguas orientais, feitas durante a circunavegação de Fernão de Magalhães, por um viajante italiano, Antonio Pigafetta. Foram os primeiros glossários feitos de povos até então desconhecidos. Organizaremos e apresentaremos esse léxico em campos semânticos, observando como o escritor na sua Relazione del primo viaggio attorno al mondo (Relatório da primeira viagem ao redor do mundo) privilegiava os hábitos culturais dos povos que descrevia. PALAVRAS-CHAVE: glossário; línguas indígenas; Antonio Pigafetta.

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02 – O ENCAMINHAMENTO TEXTUAL E SUA RELAÇÃO COM A OCORRÊNCIA DE ALTERAÇÕES ORTOGRÁFICAS

Carmen Teresinha Baumgärtner (UNIOESTE)

Patricia Cristina Capelett (UNIOESTE) Raquel Jurkevicz (UNIOESTE)

RESUMO: Neste trabalho, trazemos para a discussão resultados parciais de uma pesquisa qualitativa, no qual refletimos sobre alguns aspectos relacionados à escrita escolarizada. O corpus é constituído de redações de alunos de 6ª e 7ª série do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública estadual de ensino, Cascavel/PR, zona urbana. As redações foram analisadas a partir de uma tabela diagnóstica por nós elaborada, a qual compreende critérios relacionados alterações ortográficas, de coesão e de coerência textuais. Pretendeu-se observar, nessa pesquisa, as principais ocorrências de alterações da escrita em produções textuais sem endereçamento e com endereçamento, verificando-se a relação entre a ocorrência de alterações da escrita e o encaminhamento estabelecido para a elaboração da produção textual. No conjunto da análise percebeu-se que as alterações mais recorrentes nos textos são de cunho ortográfico e aparecem tanto em textos sem quanto com endereçamento, porém em quantidades e maneiras diferentes, revelando, assim, maior cuidado por parte do aluno ao escrever um texto com encaminhamento especificado. PALAVRAS-CHAVE: Produção escrita; textualidade; interação. 03 - OS PROCESSOS DE MONOTONGAÇÃO E DE DITONGAÇÃO EM PRODUÇÕES

TEXTUAIS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Franciele Maria Martiny (UNIOESTE) RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados de um estudo sobre a variação fonético-fonológica inserida nos processos de ditongação e monotongação, a fim de observar se tais fenômenos linguísticos estão presentes nas produções textuais de alunos do Ensino Médio, de cinco escolas do município de Marechal Cândido Rondon – Paraná. Para tanto, foram também verificadas no corpus (184 produções textuais), as variáveis controladas sociais: série, tipo de escola e gênero. O tratamento dos dados seguiu os procedimentos próprios da Sociolinguística Variacionista ou Quantitativa. Verificou-se que as hipóteses lançadas no início do estudo foram apenas parcialmente confirmadas, sendo que as ocorrências de monotongação e ditongação foram maiores em alunos do terceiro ano, portanto, com maior idade escolar, e em estudantes de escolas estaduais do sexo masculino. Embora os referidos fenômenos linguísticos estejam presentes na escrita dos alunos, as ocorrências não foram encontradas em grande quantidade. PALAVRAS-CHAVE: Ditongação, monotongação, produção textual.

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04 – METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM DO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Helena Miyoko Miura da Costa (SEED - PDE)

Beatriz Helena Dal Molin (Orientadora – UNIOESTE) RESUMO: O presente artigo trata de apresentar a importância de metodologias de aprendizagem para compreensão das regras do acordo ortográfico e novos posicionamentos para o ensino da Língua Portuguesa. Destacamos algumas metodologias de aprendizagem que buscam promover estímulo ao aluno, para ser capaz de compreender o raciocínio do sistema dos mecanismos linguísticos do novo acordo ortográfico, de maneira simples, facilitando a aprendizagem e favorecendo compreender melhor os textos. Por meio de atividades gramaticais pretende-se suscitar algumas reflexões e ações que estimulem o aluno a observar regularidades na ortografia e motivá-lo para interagir, de forma agradável, com os mecanismos do acordo ortográfico da nossa língua escrevendo textos segundo a variante padrão, aprimorando a sua capacidade de observação e pensamento crítico. A proposta resulta de nosso entendimento de que ainda faltam ferramentas e propostas que possam contribuir para que os educandos vivenciem experiências de aprendizagem mais atraentes, interessantes e prazerosas para compreender as regras subjacentes do acordo ortográfico. Através das atividades propostas esperamos que os educandos compreendam melhor a organização do texto, a adequação do discurso e percebam os recursos linguísticos utilizados para efeitos de sentidos percebendo o quanto isto é fundamental para ter acesso ao saber. PALAVRAS CHAVE: Acordo Ortográfico, pensamento crítico, metodologias para ensino

aprendizagem.

05 – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Marlene Neri Sabadin (SEED - PDE) Sanimar Busse (UNIOESTE)

RESUMO: Esta comunicação tem o objetivo de apresentar o projeto de intervenção escolar do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), considerando-se o trabalho com a variação linguística e ensino, para, por um lado, discutir sobre o preconceito linguístico com relação às variedades populares e sua implicação no ensino da língua portuguesa; e por outro, apresentar proposta de melhoria de aprendizagem e reflexão sobre a língua. Muitos pesquisadores da área da linguística têm se dedicado aos estudos da interface variação e ensino, desenvolvendo um conjunto de discussões e reflexões. Porém, muitos dos resultados dessas pesquisas não chegam à sala de aula, para orientar e amparar o professor nas aulas de língua portuguesa e nas atividades a serem trabalhadas, principalmente, com os alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem. Conforme pesquisas da área da Sociolinguística e da Geolinguística, a língua portuguesa falada no território brasileiro reflete as particularidades sociais, regionais, culturais e históricas de cada localidade. Sendo assim, o Brasil, um país continental, formado do encontro de muitas culturas tem na língua a marca dessa pluralidade cultural. A escola, diante do papel que possui em ensinar e trabalhar com a língua padrão tem o grande desafio de levar o aluno a reconhecer sua variante linguística, analisar as origens e os aspectos da fala do seu grupo para, a partir da formação de uma consciência linguística, compreender o papel da língua padrão. PALAVRAS-CHAVE: Língua portuguesa; variação linguística; ensino.

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06 – CONDUÇÕES ARGUMENTATIVAS EM TEXTOS DE OPINIÃO: ASPECTOS DE

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Aparecida Feola Sella (UNIOESTE) Glaci Terezinha Shineider (UNIOESTE) Jozeane Martinha de Lima (UNIOESTE)

RESUMO: Apresentam-se, neste trabalho, discussões ainda iniciais sobre pesquisa relativa ao funcionamento da coordenação e subordinação nos textos produzidos no Portal/Imprensa/Últimas Notícias/UOL. Concebemos os termos acima na perspectiva da Semântica Argumentativa, proposta por Ducrot (1987) e discutida no Brasil por Guimarães (1987) e Koch (2009), na qual as orientações argumentativas são consideradas como inerentes ao sentido dos enunciados, e indicam, também nessa instância, as conclusões a que se deve chegar. A proposta da pesquisa reside na aplicação do conceito de topos argumentativo, na expectativa de avaliar quais argumentos universais, genéricos e graduais sustentam a produção do texto, são inerentes ao gênero textual sob estudo e se voltam aos propósitos do interlocutor. Quanto a esta última questão, pautamo-nos nas orientações de Van Dick (1996) sobre as proposições somente possuírem coerência local se coincidirem com o tema, de forma a denotarem algo que esteja ao alcance dos conhecimentos e das crenças dos interlocutores. Até o presente momento foram analisados cinco textos produzidos no primeiro semestre de 2011. Observou-se que a subordinação está mais vinculada à constituição do discurso indireto, e isso devido ao processo próprio do gênero editorial, que acomoda argumentos postos para serem aceitos, enquanto a coordenação indica orientações no sentido de resguardar os propósitos do produtor do texto.

07 – CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS SOBRE OS PARAGUAIOS

Vanessa Raini de Santana (UNIOESTE) Aparecida Feola Sella (Orientadora - UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo apresentar e avaliar a maneira como informantes da cidade de Foz do Iguaçu, inquiridos no “Projeto de Pesquisa Crenças e Atitudes Lingüísticas: um estudo da relação do português com línguas em contato”, posicionam-se quanto aos paraguaios na questão sobre qual a língua mais feia, seja em relação ao espanhol paraguaio, ao guarani ou ao jopará, que é a mistura das duas anteriores. Para isso, parte-se de pesquisa bibliográfica, baseada nas obras de López Morales (1993), Moreno Fernández (1998) e Blanco Canales (2004) para, em seguida, realizar-se uma análise qualitativa dos dados obtidos. Na questão selecionada para essa discussão, apesar de haver respostas indicando o árabe, o chinês e outras línguas como a mais feia, percebeu-se que as línguas faladas pelos paraguaios ocuparam lugar de destaque e os informantes que apresentaram justificativa pela escolha de uma dessas línguas como a mais feia a caracterizaram negativamente. Dessa forma, buscar-se-á, com a realização deste trabalho, localizar quais são os principais vocábulos utilizados nessa caracterização e avaliar quais crenças a perpassam. PALAVRAS-CHAVE: crenças, atitudes linguísticas, paraguaios.

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Comunicações Literatura Infanto Juvenil

01 – SAPATO DE SALTO NA ESCOLA

Edna Galende (SEED - PDE) Clarice Lotterman (UNIOESTE)

RESUMO: Esta comunicação tem como objetivo relatar a experiência de recepção da obra “Sapato de Salto”, de Lygia Bojunga, através de estratégias previamente planejadas, em uma turma de 8ª série do ensino fundamental, da rede pública do estado do Paraná. O trabalho está pautado nos pressupostos teóricos da Estética da Recepção (desenvolvidos por Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser) e nos estudos de Isabel Solé sobre objetivos e estratégias de leitura, além de demonstrar a aplicabilidade das abordagens de leitura utilizando-se de diversas dinâmicas na tentativa de estimular os alunos à leitura. Para o desenvolvimento da leitura eficaz foram criados espaços agradáveis e momentos que permitiram ao leitor relacionar diversos gêneros que auxiliaram o aluno a interpretar e compreender os textos lidos de forma mais autônoma, no intuito de formar leitores mais ativos e participativos. Para tanto foi produzido um material didático chamado Folhas, cujo objetivo primordial é tornar a leitura mais dinâmica e atrativa aos alunos. Os resultados obtidos na implementação desse projeto pedagógico permitem afirmar que toda prática pedagógica intencional, diferenciada com a leitura em sala de aula, traz bons resultados e contribui decisivamente para desenvolver a proficiência e o gosto pela leitura. PALAVRAS-CHAVE: Leitura, formação do leitor, Sapato de Salto.

02 – O DIABO EM CENA: O ANTIGO E O CONTEMPORÂNEO EM CONTRASTE

Roberta Cantarela (UFSC/CAPES)

RESUMO: O Diabo na literatura surge como representação imponente, mas às vezes, um tanto contraditória, pois é enganado facilmente. Os estudos críticos sobre essa personagem tão polêmica ainda são escassos, contudo, o seu aparecimento como protagonista e antagonista de inúmeros contos, identificados como infantis exploram o seu caráter ambíguo. Assim, devido à necessidade de conhecer mais sobre essa figura “maligna” e a sua aparição constante na literatura que o presente trabalho se debruçará a estudá-lo. Para tanto, o objeto deste artigo analisa o conto Três Cabelos de Ouro do Diabo dos Irmãos Grimm, datado do século XIX e o conto homônimo do escritor Ernani Ssó, publicado em 2010. Este trabalho terá aporte teórico da literatura comparada e infantil e dos estudos sobre o diabo na literatura de Ferraz (2007).

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03 – REPRESENTAÇÕES DA CRIANÇA NEGRA NA LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA

Vera Vargas (UNIOESTE)

Clarice Lottermann (Orientadora - UNIOESTE) RESUMO: Esta comunicação objetiva analisar como a criança negra é representada em obras ficcionais, a partir de uma abordagem sociológica do texto literário, a fim de verificar como personagens negras são mostradas à criança leitora, de modo a verificar se há vestígios de preconceito racial. Considerando-se que o texto literário também é permeado por diferentes valores ideológicos, é importante verificar como são abordadas questões que dizem respeito a questões raciais em obras destinadas ao público infantil. Para tanto, tomou-se como objeto de estudo o livro Xisto e Xepa, da escritora Cristina Porto, tendo como embasamento teórico autores como Gilberto Freyre, Antonio Candido e Fanny Abramovich.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Infantil; ideologia; preconceito.

04 – A ÁRVORE QUE DAVA DINHEIRO E A BUSCA PELA FELICIDADE NA SOCIEDADE CAPITALISTA

Alessandra Oliveira dos Santos Beltramim

RESUMO: A felicidade é, sem dúvida, o grande fim de todo ser humano. Neste assunto, convém lembrar a recorrente discussão sobre a possibilidade deste objeto de desejo humano – a felicidade - ser alcançado através do dinheiro: “Afinal, dinheiro traz ou não felicidade?” Valendo-se dessa premissa, o autor paranaense – Domingos Pellegrini – na obra A árvore que dava dinheiro debruça-se sobre esse tema e realiza, de forma lúdica e bem humorada, uma crítica acirrada à sociedade capitalista. Nas entrelinhas da obra novelística, fica evidente que, nessa sociedade, a ambição humana e a busca desenfreada pelo dinheiro prevalecem, tornando-se uma obsessão, produzindo a fragmentação das identidades e o dilaceramento do ser humano. No contato com o dinheiro fácil, as pessoas alteram suas relações com a família, com a sociedade, com o meio ambiente e com o dinheiro em si mesmo, adotando um estilo de vida consumista. E o resultado disso tudo é uma situação caótica, praticamente irreversível. Nesse sentido, pretende-se desenvolver uma leitura sociológica da cidade de Felicidade, a protagonista da referida obra, como metáfora do processo de busca de realização de todo ser humano, no contexto da sociedade capitalista. PALAVRAS-CHAVE: A árvore que dava dinheiro, felicidade, sociedade capitalista.

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Comunicações Tradução

01 – DESAFIOS DA TRADUÇÃO LITERÁRIA EM CONTOS DE CAIO FERNANDO

ABREU

Lara Souto Santana RESUMO: Nos últimos anos a obra de Caio Fernando Abreu (1948-1996) teve um crescimento expressivo, tanto na academia quanto em outras manifestações culturais. O autor gaúcho nos deixou uma obra composta por romances, novelas, peças teatrais, crônicas, cartas, poemas e, sobretudo, contos. A comunicação pretende apresentar o recorte de um projeto de pesquisa cujo objeto de estudo é composto pelo livro de contos Os dragões não conhecem o paraíso, de Caio Fernando Abreu (1948-1996), publicado em 1988, e sua tradução para língua inglesa, Dragons, feita por David Treece e publicada na Inglaterra em 1990. Alguns exemplos, sempre em língua portuguesa seguidos da tradução em língua inglesa, dos recursos sonoros serão apresentados, mais especificamente aliterações, e citações de canções, já que a obra de Caio Fernando Abreu é marcada por diversas sugestões para que seus textos sejam lidos ao som de determinado cantor ou canção. Pretende-se utilizar três contos do objeto de pesquisa, a saber: “Linda, uma história horrível”, “Sem Ana, blues” e “Mel & Girassóis” e suas respectivas traduções: “Beauty”, “Blues Without Ana” e “HoneyandSunflowers”. Ressalta-se ainda que os levantamentos serão feitos sem a pretensão de julgar a qualidade da tradução dos contos mencionados.

02 – A TRADUÇÃO DE SOCIOLETOS LITERÁRIOS E A VISIBILIDADE DO TRADUTOR EM FLOWERS FOR ALGERNON

Letícia Yukari Iwasaki Kushida

RESUMO: Se a tentativa de representação social e regional da fala na escrita literária é um ato de significação ócio-cultural que envolve registrar desde a sonoridade das palavras até as peculiaridades gramaticais e lexicais, a tentativa de traduzir tais representações não somente considera os aspectos sociais, culturais e regionais de pelo menos duas nações distintas como também envolve discutir a visão crítica do tradutor, marcada no texto. Sob tal perspectiva, esta comunicação tem como objetivo observar os socioletos literários no romance Flowers for Algernon (1967), do escritor norte-americano Daniel Keyes, e levantar questões que ligam escolhas tradutórias à ideologia e à visibilidade do tradutor. Para tanto, foram escolhidos alguns trechos da obra a fim de analisar o plurilinguismo e a funcionalidade do eyedialect, e discutir de que maneira questões como a estrangeirização e a domesticação aparecem nas escolhas tradutórias e expõem o caráter ético e ideológico do tradutor.

PALAVRAS-CHAVE: Flowers for Algernon, tradução, socioleto literário, eyedialect,

visibilidade do tradutor.

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03 – O CORPO BILÍNGUE: AUTOTRADUÇÃO, DESEJO (D)E RECONCIALIAÇÃO

Luís Fernando Protásio RESUMO: As correntes formas de manifestação crítica acentuam a tendência de ocultar o corpo do tradutor, cuja identidade é escamoteada em função da tarefa de dar vida às intenções de um autor ausente. Todavia, no que diz respeito à prática de autotradução, que coloca em cena outras variantes, tais como autoria, autoridade e bilinguismo, o que parece haver é uma apropriação dessa ausência a partir de um processo de reapropriação do eu. Nesse sentido, ao “redimir na própria a pura língua, exilada na estrangeira” (BENJAMIN, p. 79), há, na prática de autotradução, não o apagamento do corpo do tradutor, mas o desejo de reconciliar-se, em um corpo bilíngue, com o corpo de uma língua que se possa chamar de “materna”. Tendo em vista essas considerações, e a partir dos textos La masque... etla plume (1999)/The maskandthe pen (2002) e A tonguecalledmother (1995), da escritora canadense Nancy Huston, é objetivo deste trabalho refletir sobre algumas questões levantadas pelo processo de autotradução e revelar de quais maneiras seu discurso simultaneamente exprimi e experimenta no próprio corpo a sequela da tarefa do tradutor. PALAVRAS-CHAVE: Autotradução, bilinguismo, corpo.

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Seminário Avançado de Linguagem e Ensino

Programa de Mestrado em Letras – Unioeste

01 – PRIMEIRAS REFLEXÕES SOBRE O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA

DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Paula Domingos Baladeli (PG-UNIOESTE) Aparecida de Jesus Ferreira (UNIOESTE/UEPG)

RESUMO: Na web, a multissemiose promovida pela hibridização das linguagens verbal, visual e sonora instaura novos letramentos digitais uma vez que requer do leitor o desenvolvimento da habilidade leitora para o ambiente virtual, dado que evidencia termos como hipertexto e gênero digital cada vez mais presentes nas pesquisas sobre linguagem mediada por tecnologia. Nosso interesse de pesquisa é analisar o livro didático de Língua Inglesa dos anos finais do ensino fundamental na perspectiva dos estudos do letramento crítico (STREET, 1995; 2003) a fim de identificar a presença dos gêneros digitais e a didatização dos mesmos nas duas coleções de livros sugeridas pelo Plano Nacional do Livro Didático - PNLD 2011. Ao analisarmos as propostas de letramento subjacente às coleções esperamos ampliar as reflexões sobre o ensino de Língua Inglesa na escola pública e apontarmos para a elaboração de propostas pedagógicas que efetivamente possibilitem o desenvolvimento da leitura crítica e da autonomia do aluno numa perspectiva sociointeracionista de linguagem. PALAVRAS-CHAVE: livro didático; língua inglesa; letramento crítico.

02 – PROPAGANDA SOB O VIÉS RETÓRICO: COMO A PERSUASÃO É CONSTRUÍDA

Ângela Maria Cottica (UNIOESTE)

Márcia Sipavicius Seide (UNIOESTE) RESUMO: Na presente comunicação far-se-á a análise de uma propaganda veiculada na Revista Super Interessante, de Abril de 2011. Trata-se da divulgação da marca de calçados Timberland, que tem como uma das estratégias de divulgação, apresentar enunciados em língua inglesa. A abordagem teórica será feita à luz das concepções retóricas, considerando-se a persuasão e a eficácia na construção deste discurso publicitário. Refletir-se-á acerca da propaganda como um gênero discursivo/textual de grande circulação e poder de convencimento, graças à exploração dos recursos de linguagem e imagéticos, apontando também, na propaganda estudada, para a utilização da metáfora como elemento persuasivo e para a construção verbal em língua inglesa. PALAVRAS-CHAVE: propaganda, persuasão, retórica.

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03 – O LÉXICO DE ITAIPULÂNDIA E A FORMAÇÃO DO LAGO DE ITAIPU

Fabiane Moser (UNIOESTE)

Ciro Damke (UNIOESTE) Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE)

RESUMO: A relação existente entre linguagem e sociedade é um consenso entre os estudiosos da linguística. Os seres humanos organizam suas relações por meio da língua. A língua, como linguagem, é utilizada pelo homem como meio de comunicação e interação com seus semelhantes e também para conceituar, descrever e interpretar tanto os elementos da natureza quanto a sua experiência. Desse modo, o léxico constitui-se como uma importante fonte de pesquisa, pois contém informações sobre a história, a cultura, a organização social, política e econômica de uma sociedade. Partindo destas concepções, este trabalho tem como objetivo refletir como a formação do Lago de Itaipu influenciou na constituição do léxico no município de Itaipulândia, de modo especial na inserção de unidades lexicais e na formação de alguns neologismos surgidos com a criação do município, outros, consequência do Lago e das mudanças sociais, políticas e históricas que se seguiram nos anos subsequentes. PALAVRAS - CHAVE: Léxico; Lago de Itaipu; Itaipulândia.

04 – FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS: AÇÕES VOLTADAS PARA A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DO

LETRAMENTO

Lauciane Piovesan Zago (UNIOESTE) Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE / CAPES)

RESUMO: Esta pesquisa vincula-se ao Núcleo de Pesquisa do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Letras – Nível de Mestrado – com área de concentração em Linguagem e Sociedade, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, articulando-se a partir da temática FORMAÇÃO CONTINUADA de professores da Educação Básica – anos iniciais, da região Oeste do Paraná, focalizando, especificamente, municípios que apresentaram índices abaixo de 5,0 na avaliação do INEP/SAEB. Trata-se de um Projeto financiado pela CAPES/INEP, por meio do qual objetivamos, após análise da realidade local e possíveis problemáticas, propor ações voltadas à formação continuada em consonância às políticas educacionais de cada município, focalizando, mais especificamente, reflexões sobre leitura, na perspectiva da alfabetização e do letramento. Tomando os gêneros discursivos como objeto de ensino em Língua Portuguesa e orientados pela concepção Sociointeracionista de linguagem, alicerçamos nosso corpus de pesquisa nas obras Bakhtin (2003), Soares (1995, 2004), Kleiman (1995) e Koch (2008). Almejamos, ao término das atividades, poder acrescentar ao processo de desenvolvimento educacional um olhar analítico em relação à prática docente.

PALAVRAS-CHAVE: Formação continuada, gêneros discursivos, alfabetização, letramento.

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05 – “TIRA EM QUADRINHOS” NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Simone Aparecida Tomazetto (UNIOESTE) Clarice Nadir Von Borstel (UNIOESTE)

RESUMO: Este estudo tem como objetivo discutir questões pertinentes a cerca de gênero discursivo “Tiraem Quadrinhos”, sendo este um gênero pouco explorado em sala de aula, embora tenha umconsiderável valor discursivo, emvista da diversidade de temas que se abordam. As “Tiras em Quadrinhos” surgem no contexto didátic ocomo ferramenta pedagógica para o ensino da Língua Materna de forma leve e descontraída. Leitura predileta dos estudantes, os quadrinhos são utilizados neste estudo sob a abordagem do sociointeracionismo, concretizado em situações práticas do uso da língua. Apresenta-se uma análise semântico-pragmática das “Tirasem Quadrinhos”, tendo como suporte os recursos dos atos de fala sob a concepção da Pragmática. PALAVRAS-CHAVE: Gêneros Discursivos; Tiras em Quadrinhos; Pragmática.

06 – APRENDER INGLÊS É APRENDER CULTURA, MAS CULTURA DE QUEM?

Taís B. Felipe (UNIOESTE) Clarice Nadir Von Borstel (Orientadora - UNIOESTE)

RESUMO: Este artigo tem como objetivo problematizar a questão do ensino de cultura nas aulas de inglês como língua estrangeira a partir da conceituação desta língua como língua internacional. Diante de uma forma globalizada alcançada pela língua inglesa como língua oficial da tecnologia, turismo e outras áreas afins, é pertinente questionar como e qual cultura deve ser abordada como parte do ensino dela, visto que as DCEs do estado do Paraná priorizam um ensino voltado à multiculturalidade que não vise a hierarquização das culturas e sim o respeito a todas. O livro didático público de línguas estrangeiras modernas que foi organizado pela Secretaria da Educação do Paraná apresenta no capítulo V um tema correntemente abordado em aulas de LE, e o faz de maneira tradicional, apresentando diferenças entre o cardápio americano, o britânico e o brasileiro. No entanto, um professor bem preparado para o ensino de língua como cultura será que poderá desenvolver a competência social dos alunos a partir de discussões sobre este tema? PALAVRAS- CHAVE: Cultura, ensino de língua inglesa, livro didático, público.

07 – XANADU: TECNOLOGIA E APRENDÊNCIA - UM OUTRO MODO DE FAZER PEDAGÓGICO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Talismara Pereira (UNIOESTE)

Beatriz Helena Dal Molin (Orientadora -UNIOESTE)

RESUMO: Este artigo versa sobre a importância de enfatizar uma forma diferenciada do fazer pedagógico através do uso das tecnologias digitais, focando no aprendizado de língua estrangeira. Pretendemos mostrar de que forma o aprendizado se estabelece nesta vertente, partindo dos pressupostos teóricos de Deleuze sobre o conhecimento rizomático, a multiplicidade e a diversidade. Procuramos sintetizar as características do hipertexto e de que forma este pode ser aplicado ao ensino. Além disso, ressaltamos a importância de se utilizar essa nova ferramenta no ensino de línguas e que contribuições as tecnologias de comunicação digital podem trazer ao aprendizado. Evidenciamos, também, a importância dos cursos de formação continuada de professores para o uso das tecnologias digitais e discorremos sobre

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o início de uma pesquisa que contará com a nossa participação em um curso de formação continuada para comprovar de que forma é possível utilizar a tecnologia de comunicação nas aulas de língua estrangeira, de modo a tornar o evento educativo, mais interessante e produtor de novos conhecimentos. PALAVRAS-CHAVE: Hipertexto, tecnologia, língua estrangeira.

08 – ANÁLISE DO PROLIBRAS NA PERSPECTIVA DA SEMÃNTICA LEXICAL

Tânia A. Martins (UNIOESTE) Jorge Bidarra (Orientador- UNIOESTE)

RESUMO: Com o objetivo de estudar a ambiguidade de sinais morfologicamente idênticos na Libras, mas que apresentam significados diferentes dependendo do contexto enunciado, este trabalho pretende verificar a ocorrência desses sinais no PROLIBRAS, que é um Exame Nacional para Certificação de Proficiência no uso e no ensino da Libras e Certificação de Proficiência na tradução e interpretação da Libras/Português/Libras. Para tanto, utilizar-se-á a aplicação de um questionário contendo seis perguntas sobre o desempenho do candidato em relação a interpretação dos sinais nos enunciados e nas alternativas da primeira etapa do exame, em 20 informantes (sendo dez surdos e dez ouvintes). A análise dos dados se pauta nas dificuldades dos participantes no que se refere à semântica lexical, visto que os enunciados e as alternativas apresentam sinais que dependem de amplo conhecimento lexical, caso contrário ocorrerá ambiguidade. Os candidatos tendem a justificar suas dificuldades apontando uso de regionalismos. Todavia defende-se que esta carência se pauta muito mais na falta de compreensão de vocabulários como principal fator no entendimento das questões pelos candidatos ao PROLIBRAS. PALAVRAS-CHAVE: PROLIBRAS, ambiguidade lexical.

09 – LÍNGUA/CULTURA COMO FATOR DE PERTENCIMENTO IDENTITÁRIO

Eliane Kreutz Rosa – (UNIOESTE)

RESUMO: A identidade do ser humano, a partir da perspectiva dos Estudos Culturais, segundo Hall, Silva e Woodward (2008) é definida como fragmentada, não fixa e alicerçada na diferença para com o outro. A globalização e o consequente intercâmbio de pessoas e encurtamento de fronteiras são, em parte, responsáveis por esta constante transformação das identidades em novas identidades, as chamadas identidades híbridas, no dizer de Hall (2006). Este artigo tem como objetivo discorrer sobre a língua/cultura como fator de pertencimento identitário entre os falantes do alemão da cidade de Missal-Paraná. Devido a proximidade com a chamada Tríplice Fronteira que compreende Brasil, Argentina e Paraguai, onde várias línguas e culturas estão em contato e onde se verifica a existência de múltiplas identidades, os falantes daquela comunidade têm a língua alemã como meio de comunicação e transmissão de sua identidade e cultura. Entende-se que a vivência entre seres humanos de diversas etnias passa pela aceitação da diferença e aceitar uma identidade diferente da sua é respeitar a do outro, sem estigmatizar cultura, crenças e sua língua, pois “as línguas não existem sem as pessoas que as falam e a história de uma língua é a história de seus falantes” (CALVET, 2002, p. 12). PALAVRAS-CHAVE: identidade; língua; cultura.

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Seminário Avançado em Análise do Discurso

Programa de Mestrado em Letras – Unioeste

01 – BOCA DE OURO: UMA QUESTÃO DE AUTORIA

Cássia Peres Martins. (UNIOESTE) Roselene de Fátima Coito

RESUMO: Este trabalho traz reflexões sobre a função/posição autor, a partir da análise da peça teatral Boca de Ouro, escrita em 1959, pelo dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, de acordo com pensamentos de Foucault (2001), Orlandi (2007) e Baktin (1999), com objetivo de mostrar que o texto em análise trata-se de uma instancia instável de autoria. Dedicou-se atenção à construção da narrativa por meio dos discursos de personagens, e o distanciamento do escritor da função de autor da narrativa. PALAVRAS-CHAVE: autoria, personagem, narrativa.

02 – A FORMAÇÃO DE CONSCIÊNCIA SOCIAL ATRAVÉS DO DISCURSO MOTIVACIONAL

Cibelle Cristina Preussler

RESUMO: O Discurso Motivacional no âmbito profissional está muito difundido em nossa sociedade. Este artigo tem o objetivo de mostrar como esse tipo de discurso contribui para a formação da consciência em sujeitos sociais. Para tal fim, usaremos como base teórica o pensamento bakhtiniano sobre Linguagem e Ideologia. Segundo a teoria de Bakhtin e seu Círculo, a consciência de indivíduos é formada através das interações em que eles participam no decorrer de suas vidas. São inúmeras as “vozes sociais” que formam sua consciência, sempre em uma relação tensa e contraditória de concordância e discordância. O Discurso Motivacional é uma novidade, entre essas inúmeras vozes e, assim, por sua constituição ideológica, produz e reproduz o atual modo de produção. PALAVRAS-CHAVE: Consciência, sujeito, ideologia.

03 – SLOGAN COMO ESPAÇO DISCURSIVO: ASSEMBLÉIA DE VOZES HEGEMÕNICAS

Claudemir Hauptmann (UNIOESTE)

RESUMO: Em plena era do conhecimento, é essencial que as pessoas consigam selecionar dentre tantas informações que lhes chegam diariamente, as mais úteis. O dilema da escolha é o preço a pagar pelo desenvolvimento das tecnologias da informação. Uma das saídas mais comuns tem sido a preferência por mensagens cada vez mais simples, daquelas que não exigem muito esforço de decodificação. Logo, ganham espaços entre consumidores – e produtores - mensagens cada vez mais panfletárias, verdadeiras palavras de ordem, jargões, slogans. O slogan não é apenas um recurso técnico típico do discurso da publicidade e propaganda, ou do

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marketing. Assim como uma metáfora conceitual, o slogan também pode ordenar e orientar pensamentos e comportamentos? Visto como um local de prática discursiva, o slogan pode ser caracterizado como uma assembléia de vozes? Na busca de respostas a essas perguntas, esse artigo propõe uma reflexão a partir de excertos de Pêcheux e da AD francesa, sobre os slogans utilizados por duas emissoras de rádio em Cascavel (PR), valendo-se do método etnográfico de abordagem, para tentar compreender o funcionamento do slogan na sociedade. Ao acionar conceitos como o de polissemia, formação discursiva e esquecimentos/apagamentos, discute-se o uso da língua e o papel dos meios de comunicação no cenário da sociedade do conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: slogans, rádio, Análise do Discurso, Polissemia.

04 – PORTAS ESCANCARADAS: COTAS E A AMEAÇA AO MÉRITO.

Luiz Carlos de Oliveira (UNIOESTE) RESUMO: O artigo proposto aborda o discurso em relação às cotas raciais com objetivo de analisar uma matéria jornalística e perceber como ocorre o funcionamento, o processo discursivo, em relação às cotas. Metodologia: o estudo está amparado na análise do discurso francesa, mais exatamente, nas discussões teóricas de Pêcheux (2009) e Orlandi (2007). O corpus é constituído por uma matéria da revista veja - “Uma segunda opinião” de 04 de março de 2009 da edição 2102. Para a análise foram selecionadas algumas sequências discursivas que focam temáticas recorrentes - mérito pessoal, qualidade do ensino - na matéria em relação às cotas raciais. Principal resultado: ao abordar as cotas, há um discurso que suscita uma gama de efeitos de sentidos que marcam constantemente uma oposição, ou seja, cotas raciais versus mérito pessoal, permitindo constatar posições discursivas em choque. PALAVRAS-CHAVE: Discurso, cotas raciais, mérito.

05 – NÃO CONTE A NINGUÉM: A COERÇÃO FAMILIAR SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE

Mirielly Ferraça (UNIOESTE)

RESUMO: Ao prestar atenção à sociedade, percebe-se que há sujeitos que são marginalizados por causa de suas escolhas e atitudes. Os “diferentes” são negados e, por vezes, excluídos. São colocados à margem por não terem um comportamento “comum”, “esperado”, “desejável”, “normal”. Os discursos delineiam o certo do errado, o que se pode e o que não se pode fazer e à família é atribuído o papel de direcionar, ou mesmo de vigiar, o comportamento dos membros familiares. Com base na produção cinematográfica peruana No se lo digas a nadie, de 1998, dirigida por Francisco Lombardi, este artigo pretende tecer considerações sobre o personagem Joaquin, que, desde criança, demonstra interesses homossexuais. Ao perceber essas atitudes, o pai, delineado na película como o responsável pelo lar, obriga o filho a ter comportamentos considerados de homem, com o intuito de dissuadi-lo desse desejo e direcioná-lo ao “bom” caminho. A partir de sequências discursivas retiradas da película, pretende-se analisar o personagem principal, Joaquin, e o pai, Luiz Fernando, tendo como aporte teórico a Análise de Discurso de orientação francesa. PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso; Não conte a ninguém; homossexualidade.

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06 - O SILENCIAMENTO DE CANUDOS

Simone Carina Gehlen (UNIOESTE)

RESUMO: No final do século XIX, o arraial de Canudos foi o reduto dos sertanejos desamparados do sertão nordestino, que tinham como líder, o monarquista, Antônio Conselheiro. Canudos cresce, e com ele, as ideias de Conselheiro – opostas a do governo. É chegado o momento abafar tais idéias, e o Brasil presencia a guerra de Canudos. Analisando os fatos que culminaram na guerra, nos perguntamos: pode-se considerar o ataque do governo ao arraial uma forma de silenciamento? Tendo em vista que no conflito de Canudos temos duas FDs distintas: a do governo (republicana) e a de Canudos (monarquista), este trabalho pretende apontar as ações do governo como medidas de “silenciamento” de Antônio Conselheiro e seus seguidores. Para analisarmos tal silenciamento, teremos como base os estudos de Orlandi sobre a política do silêncio que consiste em silenciar sentidos proibidos em uma determinada conjuntura. Esta é uma pesquisa bibliográfica, pautada no materialismo histórico, que nos permite perceber que a guerra de Canudos, representada na obra “Os Sertões”, apresenta não somente os fatos de guerra acontecidos no sertão nordestino, mas deixa transparecer os embates discursivos e ideológicos existentes no seio das formações discursivas do governo e de Antônio Conselheiro que culminaram na guerra de Canudos. PALVRAS-CHAVE: Os Sertões, Silenciamento, Análise do Discurso.

7 – ANÁLISE DISCURSIVA DE POEMAS E PEÇAS RADIOFÔNICAS DE GÜNTER EICH

Elise Schmitt (UNIOESTE)

RESUMO: No trabalho a ser apresentado far-se-á uma análise discursiva de poemas e peças radiofônicas de Günter Eich, seguindo um embasamento teórico fundado nos critérios de Eni Orlandi, principalmente no que se refere às condições de produção e ao silêncio em suas obras Análise de Discurso – Princípios e Procedimentos e As formas do silêncio. Para auxiliar na compreensão das análises, usa-se de alguns dados biográficos do referido autor com o propósito de facilitar a localização do momento histórico. As obras de Eich a serem analisadas são os poemas Inventur e Latrine, apresentados com tradução para o português, bem como referências às suas peças radiofônicas. Tem-se por objetivo levar ao conhecimento dos interessados na literatura alemã estilo e características das obras de Eich, um dos autores alemães de renome do período pós-guerra. PALAVRAS-CHAVE: Günter Eich; análise discursiva; pós-guerra.

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Sessão Coordenada: O Ensino de Língua Inglesa na Era Digital

COORDENADORA: ROSE MARIA BELIM MOTTER

01 – ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA CRIANÇAS NO PROGRAMA DE ENSINO DE LÍNGUAS (PEL)

Amanda Bordin (UNIOESTE) Luana R Souza (UNIOESTE)

Rose M. B Motter (Orientadora - UNIOESTE) Alessandra Ribeiro (Orientadora -UNIOESTE)

RESUMO: O Programa de Ensino de Línguas (PEL) é um Programa de Extensão vinculado a UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) Campus de Cascavel. Projeto, cujo objetivo é propiciar o ensino das mais diversas Línguas para a comunidade cascavelense e região. No presente momento, o PEL conta com trinta e sete turmas ofertando cursos de alemão, espanhol, francês, gramática do português, inglês, italiano e chinês (mandarim), sendo que três destas turmas são destinadas ao ensino para crianças de 7 a 10 anos de idade, duas de inglês e uma de italiano. O ensino de língua estrangeira para crianças é um desafio, pois esses alunos estão passando pelo processo de alfabetização em língua materna. No entanto, muitos pesquisadores da área afirmam que a idade crítica para o ensino-aprendizado de língua estrangeira deva ocorrer na infância, período em que de fato a língua será adquirida e não apenas aprendida. Com base nesses dados, o objetivo principal desse trabalho é tecer considerações sobre o ensino de línguas estrangeiras para crianças tendo como referencia a experiência das turmas do PEL.

02 – O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS NA ERA DIGITAL

Amanda Bordin (UNIOESTE) Luana Rodrigues de Souza (UNIOSTE)

Rose Maria Belim Motter (UNIOESTE/UFSC)

RESUMO: A sociedade contemporânea vive correntes mudanças propiciadas, principalmente pelas mídias digitais criando reviravoltas no modo de vida das pessoas. Mudanças de ordem pessoal, psicológica e cultural redesenham um novo sujeito: um ser que imerge no mundo da informação com um perfil cognitivo diferente do homem de eras anteriores. Um sujeito que é acossado pela urgência do tempo e que se desliga de signos duráveis e imóveis e migra para experiências no ciberespaço. Esse novo homem com um novo tipo de cognição se torna “um leitor em estado de prontidão” Santaela (2007). Este fato suscita a necessidade de ver o ensino-aprendizagem de Língua Inglesa com outros olhos: olhos que vejam a tecnologia digital como suporte positivo nesse processo e que faz com que leitores em prontidão possam observar o fenômeno do inglês como língua global e suas interferências nas crenças repassadas no ato de ensinar, assim como entender que a globalização, ao mesmo tempo em que traz conceitos de fora para o interior da sociedade suscita a valorização do interno e o leva para outras dimensões geográficas do planeta. Dessa forma, esta apresentação pretende olhar o ensino de inglês de forma que, mesmo sendo “imigrante digital”, o professor possa atender aos estudantes -“nativos digitais” (Prinskyy, 2001). PALAVRAS-CHAVE: Ensino de língua Inglesa; Tecnologia digita; Imigrantes e nativos

digitais.

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03 – INGLÊS COMO LÍNGUA INTERNACIONAL: REFLEXÕES ACERCA DO

ESTADO DA ARTE DO IDIOMA

Alison Roberto Gonçalves (UNIOESTE) RESUMO: Este estudo aborda questões referentes ao inglês como língua internacional, sua expansão no mundo e as influências que este idioma recebe ao ser usado na comunicação por diferentes povos. A partir da leitura de estudos já realizados acerca desta temática: Jenkins (2001), Kirkpatrick (2007), Seidlhofer (2005), como também a cerca da pronúncia do inglês por brasileiros Motter (2001 e 2011), é observada a arquitetura do ensino-aprendizagem da Língua Inglesa no contexto atual. Na troca de saberes, propiciada pelas Tecnologias de Comunicação digital e também pelo emprego do inglês na comunicação, ocorrem as influências do idioma na cultura e postura do falante e, ao mesmo tempo, o idioma é matizado pelas características do sujeito, pois a fala dos indivíduos é carregada de informações construídas historicamente. Considerando este cenário de pluralização linguística, pretende-se observar as evidencias das diferentes variações da pronúncia dos diferentes ingleses do mundo, com foco no inglês falado por brasileiros,analisando se trazem benefícios ou prejuízos na aprendizagem da Língua Inglesa como língua estrangeira. PALAVRAS-CHAVE: Língua Inglesa; Língua Internacional; Fonética.

04 – LÍNGUA E CULTURA INGLESA NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO

Camila Belim Motter (UNIOESTE) Rose Maria Belim Motter (UNIOESTE/UFSC)

RESUMO: Com o propósito de ensinar a língua estrangeira como repasse do código linguístico, a cultura estrangeira, geralmente, é abordada de maneira repetitiva e estagnada durante as aulas nessa disciplina. Concepções estereotipadas são transmitidas por meio de celebrações descontextualizadas. Isso gera considerações equivocadas e fazem com que se crie pré-conceitos a respeito do “outro”. Em vista disso nasce a intolerância não só em relação às pessoas que estão inseridas em contextos sociais diferentes, mas a rejeição à disciplina de língua estrangeira. A cultura abordada nas aulas de Língua Inglesa, muitas vezes se restringem às celebrações que reproduzem atitudes dos habitantes nativos desta língua, sem que os aprendizes reflitam e conheçam os fundamentos e as razões de tais comemorações. Nesse sentido, esse estudo tem a intenção de mostrar que as manifestações artístico-culturais de um povo estão intrinsecamente ligadas à língua e, que sendo bem exploradas, podem facilitar a aprendizagem do novo idioma e promover reflexão para que o estudante passe a pensar e agir de forma consciente em seu espaço na sociedade contemporânea. Para a confecção deste estudo buscou-se suporte teórico em Justino (2001), Crystal (1995); Catapan (2006),Lévy (2000), dentre outros. PALAVRAS-CHAVE: Cultura; Língua estrangeira; Ensino.

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05 – INTEGRANDO A TECNOLOGIA DENTRO DA AULA DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS O USO DA TECNOLOGIA DIGITAL NO ENSINO DE LÍNGUA

INGLESA

Francieli Motter Ludovico (PEL/Unioeste) Rose Maria Belim Motter (Unioeste)

RESUMO: O uso da tecnologia na educação não é uma ideia nova. Estudos diversos já foram realizados argumentando sobre a necessidade da aproximação da escola com as Tecnologias Digitais. No entanto nota-se ainda a escassez dessa prática na sala de aula, principalmente, nas aulas de Língua Inglesa. Este artigo tem por objetivo refletir acerca da conexão da tecnologia com o ensino de Língua Inglesa trazendo a asseveração de que em sendo algo do cotidiano do estudante pode gerar interesse maior pela aprendizagem porparte deles, assim como a construção e disseminação do conhecimento. No entanto para haver um trabalho, no qual, língua e tecnologia possam dialogar de forma que haja a verdadeiratransposição didática argumenta-se sobre a necessidade de formação para professores na área tecnológica. O presente estudo tem sua origem em cursos de formação continuada em tecnologias digitais e mídias interativas para professores de Língua Inglesaque atuam nos anos iniciais. Para o desenvolvimento teórico buscou-se suporte teórico em Catapan (2005), Prinsky (2001), Belloni (2001), Lévy(2000, dentre outros. PALAVRAS-CHAVE: Língua Inglesa, tecnologia digital, formação continuada.

Comunicações Literatura Brasileira e de Língua Portuguesa

01 – TUPI OR NOT TUPI: EIS A QUESTÃO

Adenilson de Barros de Albuquerque ( UNIOESTE) Wagner de Souza (UNIOESTE)

RESUMO: O presente trabalho busca realizar um estudo comparativo entre alguns aspectos presentes no romance histórico Terra Papagalli (1997), de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, e peculiaridades contemporâneas presentes na Aldeia Indígena TekohaAñetete, de Diamante D’Oeste, PR. As transformações culturais ocorridas entre as três primeiras décadas do século XVI – período histórico representado na obra aqui referida – e a realidade atual de um povo de origem tupi são, no mínimo, interessantes. O predomínio do idioma autóctone naquele tempo e a oficialidade da língua portuguesa que veio se impondo nos séculos seguintes, é um dos traços que melhor representam as mudanças de valores sociais, religiosos, etc., que ocorreram nos mundos pré e pós cabralino. No entanto, a ascensão de um povo mestiço e a redução das tribos indígenas não se deram de modo imparcialmente separatista. Tanto os “brasileiros”, frutos de mesclas biológicas e culturais, como os grupos que procuraram manter-se "puros", não puderam isentar-se de um processo de hibridação. Assim, para além do aspecto demográfico, Eduardo Bueno, em Brasil: terra à vista! (2003), afirma que, em abril de 1500, um velho mundo desaparecia e um novo amanhecia. PALAVRAS-CHAVE: Romance histórico. Contemporaneidade. Hibridação.

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02 – CONSTELAÇÃO DE OSSOS, DE BÁRBARA LIA: GÊNERO E REPRESENTAÇÃO

Adriana Lopes de Araujo (UEM)

RESUMO: Nossa proposta é tecer considerações acerca das personagens femininas que integram a obra Constelação de ossos (2010) da escritora paranaense Bárbara Lia, a fim de evidenciar como tais personagens são construídas e representadas ao longo da narrativa, se reduplicam, questionam ou ironizam as relações tradicionais de gênero. O estudo se insere, portanto, no âmbito dos estudos de gênero e toma como referencial teórico a Teoria Crítica Feminista. Importa salientar, ainda, que a análise refere-se a um primeiro momento do projeto de pesquisa intitulado A personagem na literatura de autoria feminina paranaense contemporânea, coordenado pela professora Lúcia Osana Zolin e com o apoio da Fundação Araucária. O projeto objetiva um estudo acerca da personagem que compõe a prosa de ficção contemporânea (publicada a partir dos anos 1970), de autoria feminina, no Paraná para, posteriormente, organizar um banco de dados a ser disponibilizado com vistas a pesquisas futuras mais específicas. PALAVRAS-CHAVE: Gênero, Representação; Bárbara Lia.

03 – MACUNAÍMA: A REPRESENTAÇÃO DO POVO BRASILEIRO

Adriele Gehring (FECILCAM) Wilma dos Santos Coqueiro (Orientadora - FECILCAM)

RESUMO: A literatura brasileira foi marcada, em seus primeiros séculos, pela exclusão do negro e idealização do índio. Essa realidade literária passa por um processo de ruptura com o modernismo, quando Mario de Andrade apresenta como proposta de representação da identidade nacional na narrativa Macunaíma, publicada em 1928. “Ele integra pela primeira vez o mito indígena aos mitos africanos para explicar a formação do brasileiro” como afirma Zilá Bernd (2003, p. 61). Este trabalho – que se respalda nas leituras teóricas de Manuel Cavalcanti Proença (1977), Antonio Candido (2000) e Zilá Bernd (2003) – tem como objetivo apresentar a representação da identidade nacional contida nesta obra, que reúne as características das três raças, branco, índio e negro, em um único personagem: Macunaíma, nosso herói sem caráter. Segundo Bernd (2003, p. 20), “Mário de Andrade implode as noções etnocêntricas empenhadas em descrever e exaltar a alma brasileira”. PALAVRAS-CHAVE: Macunaíma; pluralidade racial; identidade brasileira.

04 – RUBEM FONSECA: A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA E DAS RELACÕES DEPODER ENQUANTO AGRESSÃO AO LEITOR NO CONTO “O

COBRADOR”

Antonio Rediver Guizzo (SEED)

RESUMO: Em uma linguagem concisa, contundente e perturbadora, a literatura de Rubem Fonseca procura revelar, nos menores detalhes, a violência, as diferenças econômicas, erotismo e as relações de poder surgidas nas grandes metrópoles. Nesta perspectiva, este artigo pretende analisar o conto O cobrador, no qual a voz do elemento marginalizado exibirá, por meio da violência, as falhas da sociedade moderna e conduzirá o leitor à incomoda reflexão

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sobre seus princípios, valores e leis, ora pela empatia, ora pela aversão ao indivíduo transgressor e seu discurso. PALAVRAS-CHAVE: Literatura contemporânea, violência, poder.

05 – SÁTIRA À BUFONARIA CAUDILHESCA NO ROMANCE OS TAMBORES SILENCIOSOS

Celimara Cristine Lima Strelow (SEED-PDE)

Rita Felix Fortes (UNIOESTE) RESUMO: O objeto deste estudo é a obra Os Tambores Silenciosos, de Josué Guimarães, romance escrito na década de 1970: período marcado por protestos que levaram aditadura militar a censurar os meios de comunicação, as produções artísticas, bem como todas as manifestações culturais que se opunham ao regime imposto.O presente estudoestá voltado para a sátira menipeia, acarnavalização e a adequação espaço-temporal constatadas no romance. Através de um recorte temporal, o autor insere as personagens na Semana da Pátria de 1936, momento de prelúdio ao Estado Novo, mas, de fato, o autor está satirizando os desmandos políticos resultantes do golpe militar de 1964. Esta análise pauta-se nas obras teóricas: Problemas da Poética de Dostoiévski e Questões de Literatura e de Estética − a teoria do romance, de Mikhail Bakhtin, e Protesto e o Novo Romance Brasileiro, de Malcolm Silverman. PALAVRAS-CHAVE:“Os Tambores Silenciosos”. Sátira menipeia. Carnavalização.

06 – IMAGINÁRIO MÍTICO E POÉTICO EM COBRA NORATO, DE RAUL BOPP

Cristina Hinterlang (UNIOESTE)

RESUMO: O presente estudo tem por objetivo analisar como se dá a construção do universo imaginário mítico e poético no poema Cobra Norato (1931) do poeta modernista gaúcho Raul Bopp. A obra, a qual se constitui como corpus e interesse desse estudo, apresenta vasto e rico imaginário mítico em consequência da marcada presença de imagens simbólicas e arquetípicas, além de ser considerada por muitos estudiosos como um marco literário do imaginário amazônico, que valoriza e resgata questões poéticas, bem como, características da literatura brasileira. Nessa perspectiva, a pesquisa em questão busca subsídios na teoria do imaginário de Gilbert Durand para analisar os elementos míticos e simbólicos como também, destacar a relação existente entre homem e mundo que atuam no poema de Bopp. Busca-se ainda apoio em estudos de outros autores que são fundamentais para o entendimento e assimilação da teoria investigada, como Jung (1964), MirceaEliade (1996), Ana Maria Lisboa de Mello (2002), entre outros. PALAVRAS-CHAVE: Imaginário, miticismo, poesia boppiana.

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07 – A MORTE E SUAS REPRESENTAÇÕES EM AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE, DE JOSÉ SARAMAGO

Diana Milena Heck (UNIOESTE)

Sandro Adriano da Silva RESUMO: O presente artigo reflete sobre um tema que sempre tocou a literatura, nas artes e no imaginário social: a morte. Apresentada sob diferentes matizes, a morte capilariza-se nas artes como um elemento tragicamente revelador de nossa natureza e condição, e contra a qual reagimos simbolicamente de acordo com o estatuto cultural em que fundamentamos nossas crenças e percepções. Tendo como auxílio uma bibliografia específica, como a de Ariès (2003), propomos discutir como o tema da morte sofreu transformação no decorrer dos séculos e por que ela é vista hoje como algo que passa medo, mistério e repudia e como seria a sociedade se ninguém mais morresse. Eliade (1996) discute a necessidade de um espaço para morrer. Esse espaço pode ser traduzido como um lugar para a purificação da alma na hora da morte; Eagleton (1997) aponta a morte como um tema recorrente na literatura, tanto de maneira direta como indireta, mas que sempre esteve presente. A um só tempo tão natural quanto misteriosa, a morte pode ser vista como um tema que engendra sentidos nas obras culturais, e, aqui, ela norteia uma interpretação do romance As Intermitências da Morte (2005), de José Saramago. PALAVRAS-CHAVE: Literatura contemporânea, José Saramago, morte.

08 – TERRA PAPAGALLI: O VIÉS DO DEGREDADO

Ediandra de Borba (UNIOESTE) Wagner de Souza (UNIOESTE

RESUMO: A narrativa que se propõe estudar no presente trabalho configura-se uma releitura da história do Brasil nos seus primórdios. Terra papagalli (2000) de Torero e Pimenta refigura o passado lançando luzes sobre a temática do descobrimento. Adrede o texto aponta, para a história vista de baixo, Burke (1992), o prisma dos excluídos, Le Goff (1988) bem como para a carnavalização, Bakhtin (1981). Este estudo objetiva a leitura e análise do entrecruzamento da história e da literatura, tendo como aporte teórico Menton, Novo romance histórico (1993) e Hutcheon (1991) metaficção historiográfica. Os estudos empreendidos com a leitura de Walter Mignolo (2001) e a tese defendida por Fleck (2008) indicam como resultado tratar-se de um romance contemporâneo de mediação, haja vista presença de elementos que estão em consonância com o pós-modernismo, ao questionar a verdade histórica.

09 – O PLURILINGUÍSMO E A PLURIVOCALIDADE NO DISCURSO DAS “MARIAS” DE OS TAMBORES SILÊNCIOSOS

Elisangela Redel (UNIOESTE)

Izabel Cristina Souza Gimenez (UNIOESTE) RESUMO: O presente artigo tem como objetivo apresentar alguns resultados da pesquisa de Iniciação Científica (PICV), ainda não concluída, “As Marias de Os Tambores Silenciosos: uma análise das vozes sociais. Este estudo tem por foco analisar o discurso das sete “Marias”, do citado romance de Josué Guimarães, sob o viés das concepções de plurilinguísmo e plurivocalidade de Mikhail Bakhtin (1988), realizando, em primeira instância, um levantamento das manifestações discursivas das sete personagens e a identificação do tema central do

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discurso de cada uma. Em segundo momento, verifica-se como, a partir do discurso das sete Marias, são tecidas as relações discursivas no romance e, desta forma, como o autor faz a representação sócio-histórica da época, bem como a crítica do período no qual está ambientada a história. PALAVRAS-CHAVE: Os tambores silenciosos, discurso, Mikhail Bakhtin.

10 – O ENCANTAMENTO DO CORDEL

Emanoela Luisiana Pereira RESUMO: A Literatura de Cordel, caracterizada pela cultura popular e expressão da oralidade, mantém o encantamento nos leitores de todas as idades e, atualmente com o uso das mídias essa arte popular tem se expandido e encantado um público cada vez maior. O presente trabalho objetiva analisar, por meio de textos de diversas épocas, as estratégias de construção dos versos rimados utilizados pelos cordelistas para provocar o encantamento do leitor, técnica esta que transcende gerações, mostrando ao público que o encantamento na Literatura não está apenas em textos bem elaborados, com vocabulário rebuscado ou formas perfeitas. O encantamento da Literatura de Cordel está, por sua vez e, principalmente, na linguagem simples, muitas vezes de temática inverossímil, mas que estabelece uma cumplicidade que gera aproximação com a identidade popular. 11– A INTERTEXTUALIDADE ENTRE O CONTO “A VICTORIA DE LÚCIFER” E A

PINTURA “O ARCANJO EM LUTA COM O DIABO”

Fabiano Cardoso

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar comparativamente o conto A Victoria de Lúcifer, de Coelho Neto e a pintura românica O Arcanjo em luta com o Diabo, de autoria desconhecida, sob o âmbito da teoria da Intertextualidade que tem nos estudos de Bakhtin(1998), o termo foi cunhado pela teórica Julia Kristeva(1971). A literatura e a pintura são expressões de linguagens diferentes, mas podem explorar uma mesma temática, é o que acontece com as obras escolhidas para esta análise. Ambas tratam do tema religioso. As noções de intertextualidade tem ajudado na interdisciplinaridade o que é muito importante para aproximar linguagens que poderiam ser consideradas antagônicas, confirmando o grande valor que a intertextualidade pode trazer para pesquisadores das disciplinas das áreas humanas. 12 – RELEITURAS DA HISTÓRIA PELA FICÇÃO: EM A MÃE DA MÃE DA SUA MÃE

E SUAS FILHAS

Fernanda Vaz Cordeiro Soares Teixeira (UNIOESTE) Wagner de Souza (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo uma análise do romance histórico de mediação A mãe da mãe da sua mãe e suas filhas de Maria José SILVEIRA (2002), visando a fomentar discussões que propiciem reflexões no que tange ao entrecruzamento da literatura e da história. A partir de novas perspectivas históricas, que fogem ao viés euro-falocêntrico, cuja autenticidade tem sido amplamente questionada e discutida na pós-modernidade, intenta-se,

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ainda, contribuir para que a história possa ser (re)pensada. O paradigma tradicional redimensionado possibilita a articulação das vozes que estiveram à margem da história (BURKE, 1992). O romance em questão apresenta a trajetória de 21 (vinte e uma) personagens, todas protagonistas femininas, que, gradativamente, delineiam a história do Brasil, demarcando, assim, presença ativa/participativa na construção sócio-cultural do país. O aporte teórico volta-se aos estudos da nova história por lançarem luz aos aspectos ignorados pelos historiadores oficiais, bem como, por trazerem ao centro personagens que estiveram na periferia dos acontecimentos sócio-econômicos, fornecendo, desse modo, amplas possibilidades de análise das obras literárias, cujo foco é repensar o que já foi dito (e sacramentado) pelo paradigma tradicional.

13 – ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA DO ROMANCE NORDESTINO DE 30

Franciele Cristina dos Santos (UNIOESTE) Wagner de Souza (UNIOESTE)

RESUMO: Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma análise do romance histórico Os Desvalidos (1996) de Francisco J.C. Dantas ao abordar o cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião. A narrativa é multifacetada, apontando para o bandoleiro como assassino e frio, quanto os que ampliavam seus feitos heroicos por cidades afora como um paladino da justiça. Como metodologia, prepõe-se revisar os dois lados do discurso presentes no livro: a história vista de cima e vista de baixo, relacionando fatos históricos e literários para evidenciar a vida e os feitos do personagem Lampião no romance proposto. Por fim, fazer releituras partindo dos textos teóricos e ficcionais para investigar e compreender o passado de Lampião, refigurando o personagem e o fenômeno do cangaço. PALAVRAS-CHAVE: Cangaço, História, Ficção.

14 – “FARPA”: LEMBRANÇA E ESQUECIMENTO NO CONTO DE ARRIETE VILELA

Giancarla Bombonato (UNIOESTE)

RESUMO: A narrativa de autoria feminina sempre lutou pelo reconhecimento de seu espaço e, em consequência disso, se expande no universo cultural brasileiro, apresentando características individualizadoras. No entanto, pelo fato das grandes narrativas, em geral, estarem carregadas do chamado olhar masculino, questiona-se que estratégias as mulheres, ao narrar e adjetivar o mundo, utilizam para construir significados e articular os discursos, enquanto constituem o mundo de uma determinada maneira. Considerando essa indagação, este artigo objetiva identificar algumas características do discurso construído por mulheres, em especial o fato de que comparece, na perspectiva feminina, uma voz em primeira pessoa, revisitando o passado, reestruturando o presente, projetando para o devir um novo sentido para vivências e experiências. Assim, com base em autores, como BOSI (1983), HALBWACHS (1990) E ARENDT (1995), este trabalho tem como objeto de estudo e análise o conto “Farpa”, de Arriete Vilela, o qual mostra que nossa memória está em constante embate entre a lembrança e o esquecimento e nossas lembranças permanecem carregadas das múltiplas vozes que nos cercam. Esta pesquisa é destinada àqueles que têm como intenção entender como a escrita, no caso a feminina, nos auxilia na reflexão sobre nós mesmos. PALAVRAS-CHAVE: narrativa feminina, memória, reflexão.

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15 – MITO E POESIA EM MYRIAM FRAGA: INTERTEXTUALIDADES

Gleika Schlindvein Back (UNIOESTE)

Luana Aguiar da Silva (UNIOESTE) Antonio Donizeti da Cruz (Orientador-UNIOESTE)

RESUMO: O presente estudo tem por objetivo analisar a obra poética de Myriam Fraga, poeta baiana da Geração de 60. Em suas obras, Myriam apresenta intertextualidades com os mitos gregos, com abordagens contemporâneas através da poesia. Assim, o enfoque central consiste na abordagem dos mitos na obra da autora. Os textos “Esfinge”, “Teogonia”, “Medusa” e “Penélope”, serão analisados com base, principalmente, nas personagens míticas femininas, com destaque à “Penélope”. PALAVRAS-CHAVE: Myriam Fraga, mito, poesia, intertextualidade. 16 – “TAPIIRAIAUARA”: ORALIDADE E (RE) INVENÇÃO DO REAL NUM LOCUS

SERTANEJO

Héder Junior dos SANTOS (UNESP) RESUMO: Esse trabalho tem por objetivo analisar o conto “Tapiiraiauara”, trigésima quinta estória de Tutaméia (1967), de João Guimarães Rosa. A referida narrativa descortina uma enunciação de caça no sertão. Primeiramente, o alvo é uma anta e seu filhote. São duas personagens que tentam desempenhar essa façanha: IôIsnar, experiente caçador, e o próprio narrador-personagem, que se mostra contrário a tal prática. É na saída encontrada por tal narrador para que o caçador não matasse a anta, que encontramos uma forte situação de oralidade, a qual perseguiremos nesse trabalho. O narrador se ampara num meio bastante fecundo para extasiar Isnar, faz um aproveitamento corrente no locus sertanejo: lança mão da fantasia, da mentira, do “inventar uma estória oralmente” como elemento que provoque no caçador certa reinterpretação da realidade, isto é, um efeito catártico clássico. A nosso ver, esse conto materializa certa valorização de uma cultura falada, suas potencialidades, a presença de quem fala e o efeito de quem ouve; faz emergir os elementos e o meio empregado por eles para sintetizarem um conhecimento popular, além do fato de trazer à baila a própria situação de enunciação oral, que encontra nas relações rurais de grupo, seu meio de existência e sobretudo de sobrevivência. Ao que tudo indica, Guimarães Rosa e o engenho narrativo arranjado no conto em questão levantam um discurso que reforça o engajamento do autor com aquilo que provém do sertão, seus temas, vocabulário e a técnica oral, que por sua vez, são oriundos da fala do homem sertanejo, ou seja, o autor confere credibilidade e verossimilhança ao que é ensinado através das manifestações orais. Vale mencionar que nossa análise parte de alguns pressupostos norteadores: da particularidade como valor estético dentro da obra de arte, da consciência construtivo-intelectiva cultivada pelo escritor, da arte como mediadora da realidade histórico-social brasileira, e por fim, da arte como reflexo das condições sociais e humanas. PALAVRAS-CHAVE: Oralidade; tradição; modernidade; conto.

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17 – NEO-HOLLYWOODIANISMO NA FICÇÃO LITERÁRIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: A CONFLUÊNCIA DE ELEMENTOS CINEMATOGRÁFICOS

NO ROMANCE CIDADE DE DEUS (1997), DE PAULO LINS

Héder Junior dos Santos (UNESP) RESUMO: É inegável que as potencialidades narrativas da literatura e do teatro tenham sido referencial em inúmeras circunstâncias para solidificação do engenho narrativo do cinema, desde sua linguagem à composição estrutural. Nesse primeiro contato entre essas diferentes formas artístico-expressivas, o que estava em questão era a constituição da linguagem cinematográfica, que se desenvolveu acompanhando as firmes pegadas das artes consagradas. No entanto, ao longo dos anos, a sétima arte adquiriu autonomia e especificidade, encontrando-se hoje na condição de disponibilizar uma série de recursos, que muito contribuem para o alargamento do poder expressivo, inclusive da literatura. Nesse sentido, esse trabalho tem por objetivo analisar as relações que se estabelecem entre cinema e literatura, a partir do romance contemporâneo Cidade de Deus (1997), de Paulo Lins. Desse modo, perseguiremos as colaborações de alguns recursos narrativos próprios da composição cinematográfica, que fundamentam o eixo expressivo da obra em questão (como a forma de representação naturalista de Hollywood, a reentrância da montagem apegada ao “campo-contra-campo”, a composição de um plano direto de movimentação, além de um narrador esteticamente encurtado), buscando destacar suas inserções, desdobramentos e articulações na ficção literária brasileira. Para isso, partiremos das reflexões de Walter Benjamin, Theodor Adorno e Ligia Leite sobre a configuração do narrador na modernidade e na contemporaneidade, da interpretação de Roberto Schwarz sobre a movimentação das personagens na obra de Lins e também dos estudos de Ismail Xavier acerca da linguagem cinematográfica. PALAVRAS-CHAVE: Relações entre cinema e literatura; Cidade de Deus; narrativa

ficcional contemporânea; assimilação.

18 – REPRESENTAÇÃO DE PROFESSORES EM OBRAS DA LITERATURA BRASILEIRA

Jane Deise Bezerra Duarte (UNIOESTE/UFBA)

RESUMO: Esta pesquisa objetiva investigar, em obras da literatura brasileira, o modo como é representada a imagem do professor. Tema que nos interessa tanto do ponto de vista literário quanto da forma de compreensão do sentido humano dessa representação. STAINER, (2005) e TODOROV (2009). O corpus, ainda em fase de delimitação, será submetido a uma análise das personagens/professores sob o olhar da personagem/protagonista que relata suas memórias e com a qual faremos reflexões a partir das suas descrições. Um estudo, ainda assistemático, resultou numa reflexão a respeito das pesquisas já desenvolvidas, a partir daí, levantamos uma problemática sob o viés dos estudos das representações literárias com instrumentos específicos da crítica literária. Realizaremos tal análise com base em CANDIDO (1956), LAFETÁ (2004), entre outros. A teoria do romance será pautada em BAKHTIN (1993), LUKÁCS (2000), WATT (2007), além de AUERBACH (2001), CANDIDO (1956) e outros para fundamentar a base memorialista e confessional. O centro de convergência das discussões é a obra Infância, RAMOS (1993). Diante dos aspectos até então encontrados nesta obra, o escritor constrói um mosaico de quadros em que descreve a infância do narrador. Neles são representados personagens bem delineados. Dentre os quais se encontram as imagens de seus professores. PALAVRAS-CHAVE: Representação do professor; Literatura Brasileira.

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19 – UM DIÁLOGO VERDE E AMARELO: MÁRIO DE ANDRADE E EDU LOBO

Job Lopes (UNIVALE/ESAP) RESUMO: Em Clã do Jabutí, Mário de Andrade, utiliza-se do folclore e das matrizes africanas, indígenas e sertanejas, o autor pinta o retrato de uma identidade brasileira plural, composta de múltiplas origens e elementos. Para tanto, Mário de Andrade capta nas entrelinhas os aromas e sabores da tradição do povo, da cultura popular brasileira e seu folclore. O eu poético se apresenta na obra Clã do Jabuti com inúmeras faces, cada uma com sua marca e sua história. Faces que se encontram numa pluralidade, com um mesmo objetivo, a busca pela identidade brasileira. O compositor carioca Eduardo de Góes Lobo com um olhar minucioso em relação ao Brasil, retoma nos anos sessenta, os ideais de Andrade, ao refletir em suas canções a cultura nacional, os contrastes e traços singulares que delineiam o país. Lobo partindo de uma ótica ufanista compõe músicas que ecoam a diversidade cultural, que dão vida ao folclore e cores as facetas nacionais. Propondo um diálogo entre poesia e música busca-se analisar o poema Lenda do céu da obra Clã do Jabuti e a música Boto de Edu Lobo que faz uma abordagem folclórica ganhando contornos expressivos. Por meio, desse encontro artístico, procura-se compreender os objetivos do poeta e do músico em explorar o cenário folclórico do Brasil em seus versos e partituras. PALAVRAS-CHAVE: Música, Poema, Folclore.

20 – O ENTRE-LUGAR DO DISCURSO LATINO-AMERICANO EM JOÃO GUIMARÃES ROSA E GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ: ESTUDOS PRELIMINARES

Jociele Fernanda Rodrigues Marino (UNIOESTE)

Rita das Graças Felix Fortes (UNIOESTE) RESUMO: Este artigo trata de uma breve análise das obras Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, e Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, sob um olhar que parte do – conforme denominação de Silviano Santiago – entre-lugar do discurso latino-americano. Para tanto, se faz necessário um breve levantamento histórico da literatura da América Latina, em especial do momento no qual as obras em questão foram escritas. Momento este que é de suma importância, pois é nele que escritores de vários países latino-americanos constroem uma real identidade literária que busca sua alteridade em relação ao modelo europeu que até então prevalecera. A característica principal dessa nova escrita latino-americana é a relação que se cria entre autor e leitor através do diálogo tratado entre os dois e a forma como este diálogo se desenvolve. PALAVRAS-CHAVE: entre-lugar, João Guimarães Rosa, Gabriel García Márquez.

21 – A MUDANÇA NO HORIZONTE EXPECTATIVA E A DESCONSTRUÇÃO TECNOLÓGICA DE GÊNERO: UM ESTUDO DA POESIA ADELIANA

Kátia Caroline de Matia (UEM)

RESUMO: Este artigo, por meio de reflexões sobre as questões de gênero e sexualidade, tem por objetivo expor algumas análises realizadas acerca do texto poético e sua real necessidade no desenvolvimento da personalidade e da criticidade. Para tanto, selecionamos algumas

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poesias de Adélia Prado, poeta contemporânea que trata com amplidão de fatos do dia-a-dia e aborda diversos temas, inclusive a sexualidade, a fim de compreender como a poesia adeliana rompe o horizonte de expectativas (JAUSS, 1994) ao tratar da sexualidade no âmago das relações sociais. Com referência ao texto literário, a sexualidade subverte a predominância masculina através da ironia, do riso, do carnavalesco, da produção de diferenças instáveis e da inversão das hierarquias há muito tempo estabelecidas. Portanto, compreende-se que a sexualidade está imbricada em uma construção tecnológica de gênero (LAURETS,1994), de acordo com os pressupostos foucaultianos, e está presente nas diversas formas institucionais em nossa sociedade, considerando neste aspecto o estudo de Bordieu (1999) quanto às relações de dominação mascilina e submissão feminina. A literatura, assim, é uma das formas de se pensar a desconstrução da hierarquização da diferença física natural contituída historicamente. 22 - O PROFESSOR E A LITERATURA: UMA TRANSFIGURAÇÃO DA REALIDADE

EM SALA DE AULA Kátia Caroline de Matia (UEM)

RESUMO: O propósito deste artigo é expor os resultados de pesquisas realizadas em observações e aplicações em aulas no 3º ano “A” do Colégio Vinícius de Moraes de Campo Mourão no ano de 2010. A pesquisa objetivou um trabalho de práxis literária contribuindo para o entendimento da Literatura como um lócus de conhecimento na escola, entendendo por letramento literário a apropriação da escrita e das práticas sociais que a ela estão relacionadas. Buscando para tanto as concepções de Cosson (2006), de Lajolo (1986) e de Cândido (1972), em que a Literatura é vista como arte que transforma/humaniza o homem em sociedade. Desenvolvemos, para tanto, uma prática em sala de aula considerando os pressupostos da Estética da Recepção, a fim de promover o trabalho com o gênero poético por um viés social, de acordo com os postulados do gênero poesia de Paz (1982), visando a produção do gênero poético pelos alunos, uma vez que a poesia tem apresentado verdadeira necessidade para a ação formadora tendo sido um gênero mais difícil e pouco cultivado entre os leitores e até professores. 23 – REPRESENTAÇÃO FEMININA NO CONTO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO:

HERANÇAS DO SISTEMA PATRIARCALISTA

Kayanna Pinter (UNIOESTE) Regina Coeli Machado e Silva (Orientadora – UNIOESTE)

RESUMO: Os contos Moça de família e Sinal fechado, do escritor brasileiro Marcelino Freire, têm como tema a representação do gênero feminino. Mariazinha e Marília, personagens, podem ser vistas como a representação da “mulher contemporânea”, que caminham, ainda que timidamente, para a esfera publica de nossa sociedade. Porém, essa semelhança entre estas duas personagens é pequena em comparação aos aspectos relacionados ao gênero feminino, nos dois contos. Enquanto Mariazinha tem sua honra protegida pela família, Marília está sozinha, contando apenas com um companheiro do qual ela não precisa e não quer estar ligada, apesar de ser este o seu “destino”. Enquanto uma ainda necessita de proteção, a outra precisa de um espaço, que ainda não lhe é permitido. Observa-se assim representações multifacetadas da mulher, que convive com multiinteresses. Partindo desse tema, pretendemos explicitar a estreita relação entre sociedade e literatura vendo as manifestações literárias como um dos meios de expressar a sociedade, sendotambém condicionada por ela. PALAVRAS-CHAVE: Gênero feminino; literatura brasileira contemporânea; sistema

patriarcalista; Marcelino Freire.

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24 - A PERSPECTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA EM “ENTREVISTA AO VIVO”, DE LUCI COLLIN

Lígia de Amorim Neves (UEM)

RESUMO: A narrativa ficcional se caracteriza por um sistema de perspectivas que não se atualizam paralelamente no texto, mas de forma interativa. Compreender esse processo constitui mecanismo fundamental para construir o sentido no texto, ainda mais no contexto contemporâneo, cujas formas miméticas levam a perspectividade a um grau de complexidade mais elevado. Tendo em vista isso, esta comunicação tem como objetivo mostrar de que forma a teoria do efeito de Iser auxilia no estudo da narrativa literária. Para tanto, faz-se uma análise, com um viés feminista, do conto “Entrevista ao vivo”, de Luci Collin, a partir dos conceitos de leitor implícito, tema e horizonte, negatividade e, sobretudo, perspectividade. Como resultado, observa-se que é a partir da leitura das forças antagônicas que pulsam do texto que se pode desconstruir a relação de emancipação da protagonista na materialidade linguística do conto e estabelecer, por outro lado, uma relação polêmica no nível profundo do discurso, a qual revela uma crítica à representação identitária feminina engendrada no conto.

25 – “PAI CONTRA MÃE”: UMA RELÍQUIA HISTÓRICA CONTRA A ESCRAVIDÃO NO CONTO DE MACHADOS DEASSIS

Maiara Cristina Segato Rocha Pereira (UEPR-FECILCAM)

Wilma dos Santos Coqueiro (UEPR-FECILCAM)

RESUMO: O presente trabalho tem como propósito fazer uma leitura do conto “Pai contra mãe” do escritor Machado de Assis. Procuramos levantar alguns aspectos da vida de Machado, levando em consideração a sua origem pobre e escrava bem como a sua cor negra, embora isso não tenha servido de empecilho na sua escalada social e intelectual. Destarte, nossa análise do conto partirá de um Machado que se reveste de um estilo próprio e compõe um narrador representante da classe dominante, utilizando uma ironia e sutilezas a fim de denunciar a sociedade escravocrata do século XIX, dando destaque a um panorama social do conto fundamentado em exclusão e sofrimento vividos não só pelos escravos, mas também por brancos livres e miseráveis que lutavam pela sobrevivência, em um luta onde o mais forte sobreviveria ao mais fraco. PALAVRAS-CHAVE: Machado de Assis; Escravidão; Luta pela sobrevivência.

26 – A MEMÓRIA SOCIAL E A TRAJETÓRIA INDIVIDUAL EM O HOMEM DUPLICADO, DE JOSÉ SARAMAGO

Mirielly Ferraça (UNIOESTE)

Stanis David Lacowicz (UNESP – FAPESP) RESUMO: O romance O homem duplicado, de José Saramago, traz a fábula do homem cuja vida entendiante de professor de história separado, passa por uma reviravolta quando percebe um outro idêntico a si atuando em um filme sugerido por um colega de trabalho. Para além do enredo, o narrador saramaguiano conduz seu discurso em diversas camadas, em uma cadência quase poética, musical, proferindo sempre uma volta do texto sobre o próprio texto, fazendo emersas as relações entre a representação pela linguagem e o objeto da realidade. A

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metalinguagem apresenta papel fundamental no decorrer do romance, acompanhando a personagem e seu narrador, possibilitando inclusive a criação da uma atmosfera fantástica, sem receios de questionar as próprias palavras, sendo solidário ou crítico para com as personagens, mas sempre em voltas da autocrítica. Pretendemos analisar neste trabalho o modo pelo qual a personagem chamada “senso comum”, personificação dessa ideia, é utilizada pelo narrador para inserir ecos de uma voz social, e quais as relações que se estabelecem dessa entidade ligada ao coletivo, à memória discursiva e ao interdiscurso, e os eventos vivenciados na esfera do extraordinário, principalmente no tocante a tentativa de dotar a realidade de sentidos, expressa na narrativa pela atmosfera fantástica que lhe vai trespassando. 27 – O MITO DE DON JUAN EM O CHALAÇA (1994), DE JOSÉ ROBERTO TORERO

Stanis David Lacowicz (UNESP – FAPESP)

Antonio Roberto Eesteves (UNESP) RESUMO: O romance O Chalaça (1994), traz o relato autobiográfico de Francisco Gomes da Silva, personagem de extração histórica cuja existência geralmente é “esquecida” dos registros oficiais. Isto se dá, provavelmente, pela posição que esse personagem ocupava no primeiro império brasileiro: secretário pessoal e amigo do então imperador D. Pedro I, e desse modo, seu companheiro de festas e responsável por intermediar os relacionamentos extraconjugais do membro da realeza. O texto de Torero pode ser caracterizado como um romance histórico contemporâneo, guiando sua composição por uma perspectiva mais crítica frente aos dados oferecidos pela história oficial e, para tal, lança mão de uma série de recursos discursivos, dos quais apontamos o fator intertextual como base de sua escritura; seu diálogo se dá, portanto, não apenas com os signos da historiografia orientada pelas classes hegemônicas, mas com textos de procedência diversa, dentre os quais o literário. Nesse sentido, buscamos nesse trabalho estabelecer aproximações entre o romance em questão e o mito de Don Juan, principalmente acerca da reconstrução discursiva da personagem de D. Pedro e, com isso, analisar os sentidos que podem surgir dessa confluência. Dentre esses, apontamos o próprio caráter subversivo do donjuanismo, que se alia aos intuitos do romance histórico contemporâneo na ruptura para com imagens cristalizadas das normas sociais e do discurso histórico oficial.

28 – SEPÉ TIARAJU: A CRIAÇÃO DO MITO REPRESENTADO NA LITERATURA

Toni Juliano Bandeira (UNIOESTE-PIBIC-CNPq) Gilmei Francisco Fleck (UNIOESTE)

RESUMO: Este trabalho versa acerca da representação literária do herói guarani Sepé, na obra Sepé Tiaraju: Romance dos sete povos das missões, de Alcy Cheuiche (1984). Sabe-se que são ainda correntes na contemporaneidade os estereótipos criados em relação aos povos indígenas de que estes seriam a representação de sociedades perfeitas e paradisíacas ou expoentes da máxima contrária, ou seja, a selvageria, a antropofagia, a ausência de organização social. Neste caso, o de Sepé, nota-se que o mesmo representa uma ação heroica do povo Guarani durante a Guerra Guaranítica, conflito que ocorreu em meados do século XVII entre a aliança de portugueses e espanhóis contra o referido povo, o qual não aceitou deixar seu espaço territorial e migrar para o outro lado oeste do rio Uruguai. Neste sentido, busca-se mostrar nesta investigação, por meio do corpus, qual é a caracterização que se tem de Sepé, buscando-se entender quais elementos presentes na obra em questão o elevam à categoria de heroi. PALAVRAS-CHAVE: Sepé Tiaraju; Povo Guarani; Romance Histórico;

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29 – UMA QUESTÃO PESSOAL: O ACERTO DE CONTAS ATRAVÉS DA ESCRITA DE SI

Vera Vilma Fernandes Leite

RESUMO: Compreender a liminaridade entre o confessional e o autobiográfico, a ficção e a não-ficção, retomando a discussão da autonomia ficcional da literatura brasileira contemporânea, no romance O filho eterno, de CristovãoTezza, é o objetivo desta pesquisa. Também se pretende discutir o tema do romance que é sobre a problemática relação da paternidade diante de um filho portador de Síndrome de Down no momento em que há, na sociedade atual, uma crescente sensibilidade para com as limitações físicas e mentais.Esperamos compreender a atual estética da ficção brasileira contemporânea e o romance autobiográfico como uma nova forma de publicização do privado, abordando a frágil relação entre texto e seu autor, assim como a posição do autor na significação do texto tentando evidenciar o que FOUCAULT (1968) denominou de “lugar do autor”.

PALAVRAS-CHAVE: Romance autobiográfico, síndrome de Down, paternidade.

30 – ANÁLISE LITERÁRIA DA PERSONAGEM “COMISSÁRIO DE POLÍCIA” EM

ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ

Nataly yolanda capelari dos santos

RESUMO: Determinado governo é surpreendido, em dia de eleições, pelo fato de a maioria da população ter votado em branco. Um comissário de polícia é designado para descobrir o grupo ou indivíduo subversivo que estaria por trás desse “atentado à democracia”. O que parecia ser uma honrosa missão transforma-se em uma descoberta revoltante da verdadeira intenção do governo vigente: culpar alguém mesmo que este fosse inocente. Partindo de uma análise do personagem denominado ‘comissário de polícia’ na obra intitulada Ensaio sobre a lucidez, de José Saramago; e utilizando como suporte teórico principal, as ideias de Antonio Candido (1985), analisaremos a importância do personagem na obra literária. Segundo Candido (1985), por mais que encontremos características reais e nos identifiquemos com o modo de ser de uma personagem, temos de ter consciência que o que está em seu interior é sempre inventado pelo escritor, mediante suas concepções e intenções no romance. Apesar de o comissário de polícia não ser considerado personagem principal, percebemos mediante a análise, que ele desencadeia ações e permite reflexões de muita importância na obra literária, além de provocar no leitor, o sentimento da verossimilhança e de revolta perante a condição do ser humano, principalmente do governo. PALAVRAS-CHAVE: Personagem; Verossimilhança; Comissário de Polícia.

31 – JOSÉ AGRIPPINO DE PAULA: UM ODISSEU OLVIDADO

Roberta Cantarela (UFSC/CAPES) RESUMO: José Agrippino de Paula, considerado o precursor do Tropicalismo, pela publicação em 1967 do livro PanAmérica, passa por desconhecido para muitos no mundo acadêmico das Letras. No entanto, a relevância da epopeia brasileira contemporânea PanAmérica e de também da sua outra obra, o Lugar Público (1965), marcaram um lugar cativo para Agrippino no rol do escritor pop brasileiro mais significativo da história da literatura. A forma da escrita peculiar, em forma de blocos e a utilização de mitos bíblicos e hollywoodianos nas suas narrativas demonstram claramente a sua excentricidade. Por conseguinte, este trabalho tem como objeto o estudo de elementos narrativos singulares

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presentes nos dois livros de Agrippino, Lugar Público e PanAmérica que balizam como expoentes na literatura pop brasileira.

32 – AS BRUMAS DANÇAM SOBRE O ESPELHO DO RIO: PAISAGEM E LITERATURA

Roseméri Aparecida Back

RESUMO: A paisagem do litoral catarinense é motivo de um amplo estudo, inclusive para a literatura. Assim, este trabalho procura evidenciar os tipos de paisagem e como este conceito está inserido na obra As brumas dançam sobre o espelho do rio (1981), da escritora catarinense Urda Alice Klueger. O enfoque dado à paisagem se deve, primeiramente, devido às suas diversas formas presentes nesta obra; mas também, por se tratar de uma nova perspectiva de estudo no campo da literatura. O trabalho está dividido em duas partes, tratando, respectivamente, dos conceitos de espaço, paisagem e literatura; e a observação destes pontos na obra em estudo. Para o embasamento desta proposta, busca-se respaldo em obras de Milton Santos sobre paisagem e Antonio Candido acerca de literatura. PALAVRAS-CHAVE: Literatura. Espaço. Paisagem. Litoral Catarinense.

33 – O SENTIDO DA IMAGEM NA POESIA DE LINDOLF BELL

Rosana Salete Piccininn (Faculdade da Fronteira – FAF) RESUMO: O presente trabalho contempla a O Sentido da Imagem na Poesia de Lindolf Bell, tem-se como propósito ater-se aos aspectos da influência do imaginário na produção poética, visto que o poeta vincula sua criatividade ao material retido pela memória, recriando por meio da imaginação os fatos rememorados, dando-lhes novos tons e novas matizes. Sendo assim, torna-se relevante uma reflexão a respeito da imagem na poesia como um elemento significativo, carregado de significações, com um passado que a constitui e um presente que a mantém viva e que permite a sua recorrência. Para fins de análise, partiu-se dos pressupostos apresentados por Bosi, Bachelard, Benjamin, Octavio Paz e do próprio escritor Lindolf Bell. PALAVRAS-CHAVE: imagem, poesia e memória. 34 – UMA EITURA DA CONDIÇÃO FEMININA NOS CONTOS “SOTA E BARLA”, “O

PRIMO” E “MAS VAI CHOVER”

Sandra Aparecida Pessetti Peron (SEED – PDE) Rita Felix Fortes (Orientadora PDE)

RESUMO: Tendo como objeto de estudo os contos ”Sota e barla”,de João Guimarães Rosa, “O primo”, de Dalton Trevisan e “Mas vai chover,” de Clarice Lispector, objetiva-se analisar como estes autores se atém à eterna contraposição entrea condição masculina e a feminina com vistas a levar os alunos a refletirem tanto sobre os contos em análise quanto sobre as relações sociais e familiares dos homens e mulheresno contexto social brasileiro como um todo. Analisar-se-á a contraposição entre a virgem e a “mulher experiente” no conto “Sota e barla”, bem como as motivações sociais que levaram Doriano – o protagonista – a optar por casar-se com a donzela Bici e adesistir de Aquina, de quem ele também gostava muito e com a qual cogitou casar-se,; discutir-se-á no conto “O primo” como o profundo amor de Bento não é

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forte o suficiente para romper com os preconceitos morais e sociais; apontar-se-á no conto “Mas vai chover”, de Clarice Lispector, como, a despeito da liberação feminina e da independência econômica e social da mulher da segunda metade do século XX, o homem, mesmo quando na condição de objeto sexual, ainda é quem determina os rumos da história. PALAVRA-CHAVE: “Sota e barla”, “O primo”, “Mas vai chover”

35 – GÊNERO, DIVERSIDADE ÉTNICA E SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA NO ROMANCE O CORTIÇO, DE ALOÍSIO AZEVEDO

Tânia Regina Zimmermann

RESUMO: O objetivo desta pesquisa é desvelar os discursos no romance sobre os conflitos individuais, entre grupos sociais, entre homens e mulheres a partir da categoria gênero e diversidade étnica. Para este feito usaremos a análise de discurso e a pesquisa bibliográfica. Desta pesquisa chegou a algumas conclusões relativas, ou seja, no texto conjecturam-se conflitos entre diferentes grupos étnicos assim como na conformação de novas vivências de gênero. Embora este tipo de narrativa vislumbre olhares sobre o cotidiano do período, o mesmo está preso por determinado discurso sobre o meio social e de sobremaneira sobre as relações étnicas e de gênero como, por exemplo, os corpos que importam no romance são o do português viril e da brasileira sensual.

36 – MASCULINIDADE HEGEMÔNICA, VIOLÊNCIAE RELAÇÕES DE GÊNERO NO ROMANCE LUZIA-HOMEM

Tânia Regina Zimmermann

RESUMO: Nesta comunicação objetiva-se uma abordagem analítica do romance Luzia-Homem de Domingos Olímpio sobre as relações de gênero, as configurações da masculinidade hegemônica e a violência perpetrada contra a personagem principal da narrativa. Como metodologia nos apoiaremos na categoria gênero e em uma pesquisa bibliográfica sobre a literatura brasileira, imaginário, violência de gênero, representações e análise de discurso. Como resultado apresenta-se o pressuposto de que o narrador e autor naturalizam a violência a partir do modelo de masculinidade dominante representada no personagem Crapiúna. Este modelonão se relaciona apenas ao ato sexual ativo e sim há várias outras caracterizações como o domínio e posse de uma mulher e de suas emoções, a hiperatividade que se confunde com a agressividade e consequentemente com o uso da violência física no final do romance.

39 – A LÍRICA FEMININA DE ADÉLIA PRADO EM CONTRAPOSIÇÃO À LÍRICA MASCULINA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Vilma Wons (SEED - PDE)

Rita Felix Fortes (UNIOESTE)

RESUMO: Objetiva-se no presente estudo analisar comparativamente alguns poemas de Carlos Drummond de Andrade e Adélia Prado, comparando-se/ contrapondo-se a perspectiva masculina à feminina em relação aos temas: o fazer poético; os conflitos existenciais; a relação entre o homem e a natureza; a educação patriarcal. Os alunos em geral, têm dificuldades em estabelecer relações entre o uso da língua falada, sua transformação em linguagem escrita, bem como as especificidades desta, incluindo-se nesse rol linguagem literária, seja em prosa, seja em poesia. A partir da consciência dessas dificuldades, o que pode ser feito para que o

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aluno tenha maior habilidade no manejo da linguagem escrita? Como se pode, a partir do uso corriqueiro da linguagem, levar o aluno a compreender a linguagem literária para que ela se transforme numa produção de sentido que possa ampliar a visão de mundo? A partir de que enfoque se pode adentrar na poesia sem que essa pareça algo estanque, sem qualquer referência com a realidade? Estas são algumas indagações recorrentes sobre as quais se aterá o presente estudo. PALAVRAS-CHAVE: Adélia Prado, Carlos Drummond de Andrade; perspectiva masculina e

feminina.

40 – AS PROBLEMÁTICAS RELAÇÕES DE GÊNERO NOS CONTOS DE MÁRCIA DENSER: UMA LEITURA DE DIANA CAÇADORA

Wilma dos Santos Coqueiro (Fecilcam)

RESUMO: Esse trabalho centrar-se-á na análise das relações de gênero na coletânea de contos Diana Caçadora, publicada em 1986, por Márcia Denser. Trata-se de uma leitura que tem como objetivo refletir sobre a construção social feminina em alguns contos da coletânea citada, relacionando-os a análise com a fase feminista de protesto aos valores patriarcais ainda vigentes no século XX. Essa trajetória da literatura de autoria feminina no Brasil, dividida em fases, foi proposta por Elódia Xavier (1998) com base nos estudos da crítica americana Elaine Showalter (1985). Para Xavier, essa crítica na obra da escritora paulista Márcia Denser “assume um caráter violento e mordaz”, uma vez que a protagonista ao evitar relações duradouras, acaba atirando-se a busca desenfreada por independência e identidade, o que acaba por levá-la à degradação física e moral, invertendo os papéis: de caçadora, torna-se caça, nesse arriscado jogo de sedução tipicamente pós-moderno. A análise tem como aporte teórico os estudos pós-modernos (Hutcheon, 1991), a crítica ginocêntrica (Showalter, 1994), os estudos de gênero (Campos, 1992) e obras que abordam o percurso da autoria feminina no Brasil (Xavier, 1998 e Cunha, 1999). PALAVRAS-CHAVE : Literatura de autoria feminina; Márcia Denser; relações de gênero.

41 – ENTRE COLEGAS E CAPITÃES: REFLEXÕES SOBRE CONVIVÊNCIA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL NAS OBRAS OS COLEGAS E CAPITÃES DA AREIA

Valdinei José Arboleya (UNIOESTE)

RESUMO: O presente trabalho se inscreve no campo do estudo da intertextualidade literária e visa uma aproximação teórica a cerca da linguagem e do discurso na perspectiva bakhtiniana. Busca-se uma reflexão em torno da constituição formal, ideológica e crítica da literatura tomando como ponto de partida o estudo das obras Os Colegas, de Lygia Bojunga, e Capitães da Areia, de Jorge Amado, clássicos da literatura brasileira que revelam entre si diálogos particulares desde a estrutura formal até as preocupações sociais exploradas na narrativa. O exercício de intertextualidade que se busca aqui, parte do princípio de que o diálogo que travam não é uma correlação intencionalmente criada durante sua construção, mas uma aproximação que se forja a partir da interação com o texto, que apoiada na memória discursiva nos permite encontrar num texto elementos estruturados noutro. As obras são tomadas na íntegra e apresentam vários pontos de aproximação. PALAVRAS-CHAVE: Intertextualidade, valores, sociedade.

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42 – FIGURAÇÕES DA AIDS EM CONTOS DE CAIO FERNANDO ABREU: UMA LEITURA DE “LINDA, UMA HISTÓRIA HORRÍVEL”

Patrícia de Oliveira (Fecilcam)

Wilma dos Santos Coqueiro (Orientadora – Fecilcam)

RESUMO: Partindo de reflexões acerca da representação ficcional temática da Aids na literatura, o presente trabalho visa pela exploração do conteúdo sócio-literário do conto “Linda, uma história horrível” que integra a coletânea Os dragões não conhecem o paraíso, de Caio Fernando Abreu, publicada em 1988. Em vista disso, pretende-se analisar no conto citado as marcas do vírus HIV na representação do protagonista por meio de representações metafóricas presentes em todo o conto. Seguindo uma tendência pós-moderna, Abreu apresenta um ser humano fragmentado e angustiado frente à escuridão em que se encontra. Nesse sentido, a AIDS surge com um tema fulcral na sua literatura. Caio Fernando Abreu desvela esta temática por meio de signos e linguagem ambígua, não nomeando diretamente a doença da qual também foi vítima. Assim, ao abordar as desconcertantes temáticas do homossexualismo e da Aids, no contexto cultural dos anos 80, o autor utiliza-se da relação simbólica entre as imagens de decomposição da casa e as marcas no corpo das personagens, desvelando um universo em ruínas. As análises respaldam-se nos aportes teóricos do pós-modernismo (Santiago, 1989; Hutcheon, 1991; Santos, 2002) e dos estudos homoeróticos (Barcellos, 1998, 2000, 2002, 2006; Souza, 2007). PALAVRAS-CHAVE: Literatura homoerótica; Caio Fernando Abreu; AIDS.

43 – O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO TEXTO LITERÁRIO

Thais Luana Del Castanhel de Assis (UNIOESTE)

RESUMO: A literatura tem por objetivo retratar a realidade de diferentes maneiras. As narrativas não apenas representam, mas constroem um espetáculo enigmático em que o escritor, segundo Aristóteles, não diz realmente o que aconteceu, mas o que poderia ter acontecido. Se a literatura não representa fielmente o real, não age diretamente sobre ele, o que ela faz é ampliar sua compreensão por meio de um processo que consiste em destruí-lo e reconstruí-lo. Nesse sentido, buscaremos verificar de que forma se processa a criação do texto literário, que apresenta uma maneira particular de ver o mundo, por meio da produção ficcional em que o conhecimento cientifico se distingue do mundo inteligível. Para melhor compreensão, utilizaremos o aporte teórico de Roland Barthes (1972) e (2004), Leyla Perrone-Moisés (1990) e Antoine Compagnon (2001). PALAVRAS-CHAVE: Literatura, criação, representação.

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Comunicações Formação de Professores

01 – LIVROS DIDÁTICOS: COMPONENTE DA HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO EM CASCAVEL/PR

Ana Rubia da Costaoliveira (UNIOESTE)

Carmen Teresinha Baümgartner (UNIOESTE)

RESUMO: Ao longo dos anos, a alfabetização escolar tem sido alvo de inúmeras controvérsias teóricas e metodológicas, exigindo que a escola e sobretudo, os profissionais que lidam com o desafio de alfabetizar, se posicionem em relação às mesmas (REGO 2005). Um dos materiais que concretizam sentidos e práticas são os atualmente denominados livros de alfabetização (FRADE, 2003). Por se tratar de um material de significativa relevância para a história do pensamento e das práticas educativas, por ser portador de conteúdo reveladores de representações e de valores, predominantes num dado tempo (Chervel, 1992),realizamos um estudo historiográfico, de caráter descritivo e interpretativo, a respeito de livros didáticos de alfabetização, utilizados em salas de alfabetização, no município de Cascavel - Paraná, no período de 2000 a 2010, em escolas da zona urbana, geograficamente equidistantes, sendo uma em cada região: norte, leste, oeste, sul e centro. Objetivando contribuir para a reconstituição da história da alfabetização do município de Cascavel-Paraná, zona urbana, seja para melhor compreênde-la, seja para ter uma percepção mais concreta dessa realidade. PALAVRAS CHAVE: Livros Didático, Alfabetização, História da Alfabetização.

02 – O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Anadir Fochezatto

RESUMO: Este artigo tem por objetivo apresentar algumas considerações sobre as inquestionáveis contribuições do pensamento de Paulo Freire para a formação de professores na atual sociedade. Para tanto procuramos abordar questões como a contradição entre educação bancária e educação problematizadora, práxis educativa e a necessária dialogicidade das relações humanas. Deste modo, procura-se desvelar as contradições existentes entre a primeira forma de educação – reacionária - e a segunda forma - a educação revolucionária, para a partir de então, provocar a reflexão sobre a função do educador no processo de ensino-aprendizagem que não pode ser dicotômico.

03 – FORMAÇÃO DE PROFESSORES MUNICIPAIS COORDENADOS PELO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO DA AMOP: TESSITURA DE SENTIDOS,

TECNOLOGIA E CONHECIMENTO

Beatriz Helena Dal Molin (UNIOESTE)

RESUMO: Este artigo trata da Formação Continuada de professores municipal, enfocando a experiência de formação desenvolvida no Oeste do Paraná, com os professores dos municípios que estão sob a jurisdição da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP),

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coordenada pelo departamento de educação da referida entidade. Reflete sobre a necessidade de rever conceitos e, metodologias para trabalhar com a tecnologia nas escolas, adotando, para tanto, uma postura rizomática frente ao conhecimento e a forma de abordá-lo e produzi-lo. Expressa ainda o embasamento teórico, a metodologia adotada para os cursos de formação e os resultados obtidos a partir desta formação, que vem sendo desenvolvida desde 2007, no âmbito da integração entre a tecnologia de comunicação digital e os processos de ensino aprendizagem. Trata das possibilidades virtuais como linhas de fuga, que orientam o indivíduo que acessa um computador conectado à rede mundial dos computadores, como– linhas-rizoma de infinitas ramificações e possibilidades abertas a um mundo de informações que devem transformar-se em conhecimento voltado ao crescimento do aluno enquanto cidadão planetário .Tece considerações sobre os processos de imersão tecnológica dos professores cursista, em contexto de estudo, práxis e aplicação dos conhecimentos auferidos, no cotidiano do fazer pedagógico dos participantes do referido curso em suas escolas de atuação. PALAVRAS-CHAVE: Formação continuada; conhecimento; tecnologia.

04 – LER NA INFÂNCIA PARA LER SEMPRE

Cleonice Alves Lopes Flois

RESUMO: Objetiva-se apresentar algumas reflexões realizadas no decorrer do trabalho final de pós-graduação realizada no ano de 2010 no qual estudou-se a importância da criação do gosto/hábito de ler na infância e estratégias para sua manutenção na juventude e na idade adulta. Neste estudo partimos da problemática do adolescente e do jovem que não lê porque não aprendeu a gostar de ler e/ou que lia na escola somente por obrigação e que ao sair dos bancos escolares não torna a sequer folhear um livro constituindo assim o imenso grupo dos estudantes que tem dificuldade até mesmo para interpretar enunciados de exercícios. Defendendo a ideia de que a criança precisa passar por todos os níveis de encantamento com o livro, para que, quando chegar ao ensino fundamental e médio consiga ler e compreender as leituras mais elaboradas, compilaram-se estratégias de leitura analisando in loco uma prática existente em uma única Instituição escolar para fazer reflexões acerca dos hábitos e gostos dos adolescentes daquela escola. Assim como é possível conduzir a criança a fazer essa experiência lúdica poderemos também levar o adolescente e o adulto à literatura juvenil. Apenas dessa forma, conseguiremos ter mais leitores entre os jovens e adultos. 05 – DISCUTINDO A CONDIÇÃO DE ALUNO-PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA

NA PERSPECTIVA DA AGÊNCIA

Édina Aparecida Cabral Bührer

RESUMO: O Estágio Curricular Supervisionado configura-se como uma etapa de construção da identidade profissional que envolve situações conflitantes relacionadas à condição aluno-professor. Entre os conflitos que envolvem esta fase de preparação acredito estar o próprio termo aluno-professor. A partir da interpretação que faço a partir da discussão sobre o descentramento do sujeito (Hall, 2005), da dicotomia na perspectiva freireana na concepção bancária e problematizadora (FREIRE, 1997p, 68) e da différance (DERRIDA, 2008) procuro problematizar o termo aluno-professor. A contradição que surge na utilização deste termo, originário de uma relação entre referente e signo, parece conduzir o professor pré-serviço a uma condição de binalidade, à negação de uma identidade pela outra, nesse sentido é que o termo aluno-professor é antagônico e direciona-se para um lugar de “hibridização”, de um “terceiro espaço” onde a “agência” pode emergir (BHABHA, 1998).

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06 – O IDEAL DA EDUCAÇÃO LIBERAL

Fausto José da Fonseca Zamboni (UNIOESTE)

RESUMO: Originariamente, as universidades proporcionavam a chamada Educação Liberal, que não visava a preparar para o exercício de uma profissão — algo que era feito pelas corporações de ofício — mas para a formação da personalidade e para a orientação nas questões que o homem inteiro, e não apenas o profissional, tem que lidar. Pouco a pouco, a universidade desviou-se desta missão e optou por um caráter utilitarista, formando especialistas que atuarão como empregados no mercado de trabalho, perdendo seu traço diferenciador e tornando-se instrumento para consecução de fins que lhe eram, anteriormente, estranhos. Um confronto das concepções primordiais da universidade com as que estão, hoje, em voga, pode ser útil tanto para o diagnóstico da nossa situação quanto fecundo na busca de soluções. PALAVRAS-CHAVE: educação liberal, universidade, clássicos.

LIMITAÇÕES DA VIDA INTELECTUAL UNIVERSITÁRIA

Fausto José da Fonseca Zamboni (UNIOESTE/Cascavel) RESUMO: A reflexão sobre a missão e as limitações intrínsecas da vida intelectual universitária são fundamentais para que estudantes e professores possam orientar-se adequadamente e vencer as dificuldades estruturais, que podem provocar a implosão do edifício do conhecimento. Dentre elas, podemos destacar a divisão em disciplinas, departamentos e cursos, que conduzem a um enrijecimento; as exigências burocráticas que controlam a produção acadêmica e geram uma corrida pela formação do currículo; a avaliação de desempenho e a necessidade de subir na carreira, que podem incentivar a produção de um tipo de discurso que não seja comprometedor, que esteja em uma média aceitável e não implique uma desaprovação pelos dos colegas. Tendo em mente a distinção entre os ideais da vida intelectual e a limitação dos meios que servem de apoio ao seu exercício, é mais fácil contorna-los na busca de uma vida intelectual genuína. PALAVRAS-CHAVE: universidade, conhecimento, limitações.

07 – A SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM (SAA) COMO ALTERNATIVA AO ENSINO E À APRENDIZAGEM DE LEITURA

Helena Aparecida Gualtieri Prates (PDE)

Terezinha Corrêa Lindino (orientadora-PDE) RESUMO: A leitura é imprescindível na formação dos discentes, representa uma atividade mais importância para a vida de cada indivíduo, pois, por meio dela pode-se interagir e compreender o mundo a nossa volta. Neste sentido, uma das manifestações de maior descontentamento entre docentes é que os discentes não sabem ler, não gostam de ler e não entendem o que o docente diz. Mas, será que ele não sabe fazer a leitura ou o tema não lhe é próximo de sua idade ou agradável? Portanto questiona-se: É possível desenvolver e/ou aprimorar o potencial da leitura da palavra, tornando o discente eficiente no uso da língua escrita, da interpretação e na formação do pensamento crítico? Este projeto será efetivado com discentes de 5ª série/6º ano e 6ª série/7º ano da Sala de Apoio à Aprendizagem (SAA), do Colégio Maximiliano Ceretta. A metodologia de trabalho se fundamenta em atividades lúdicas, visando o desenvolvimento da leitura, da escrita e da oralidade por meio de textos e fontes

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diversificadas. São elas: Canto 1 - Leitura e escrita; Canto 2 - Interpretação simbólica; Canto 3 - Construção de novos símbolos; Canto 4 - Decifrar símbolos e formação de frases; Canto 5 - Produção de textos.

08 – UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A PARTIR DA TEORIA DE ESTÉTICA DA RECEPÇÃO, NA PERSPECTIVA DO

MÉTODO RECEPCIONAL E LETRAMENTO LITERÁRIO

Helena Maria Medina Marques (UNIOESTE) Jane Deise Bezerra Duarte (UNIOESTE/DINTER UFBA)

RESUMO: Um gênero literário que se destaca por instigar o aluno na sua capacidade leitora e, conseqüentemente, interpretativa do leitor são os Haicais. De origem oriental com uma longa tradição que remonta à cultura chinesa, os haicais são pequenos poemas compostos por três versos de 5-7-5 sílabas. Com o objetivo de estimular no discente a produção de leitura e despertar no aluno-leitor o gosto por este gênero poético levamos para sala de aula com uma proposta de Letramento literário (Cosson, 2009), com base no Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1993), princípios da Estética da Recepção (JAUSS e ISER 2002 ) e da Hermenêutica (GADAMER ,2007). As noções teórico críticas foram embasadas em Eagleton (2003). Portanto, por intermédio de tais autores nucleares, desenvolvemos este projeto e acreditamos que esta prática da literatura, seja pela sua leitura, ou pela produção textual, explorou potencialidades lingüísticas e proporcionou ao aluno-leitor uma experiência de ampliação de sua capacidade leitora e interpretativa, através de um processo criativo entre do leitor, capaz de preencher “as lacunas” do texto, numa interpretação hermenêutica, por conseguinte de letramento literário. PALAVRAS-CHAVE: Haicais; Lírica Paranaense; Letramento literário.

09 – PROJETO NAVEGAR: OUTRO MODO DE TRABALHAR NO ESPAÇO ESCOLAR EMPREGANDO A TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL

Ida Blank Sabadin (SEED)

Beatriz Helena Dal Molin (UNIOESTE) RESUMO: A contemporaneidade exige constante atualização e domínio em várias áreas do conhecimento e instâncias da vida. Quando a escola dispõe de recursos tecnológicos, pode ser o cadinho de fomento dos o educador para o uso cada vez mais intenso e criterioso da tela, do ciberespaço e das atividades digitais de ensino-aprendizagem. A partir desta premissa, nosso artigo trata de explicitarsobre o curso de imersão tecnológica realizado com o objetivo de facultar aos educadores, além do conhecimento teórico, uma formação tecnológica e metodológica, que lhes possibilite desenvolver um outro fazer pedagógico aliado a construção de conhecimentos e domínio de ferramentas, programas e dispositivos, digitais para a elaboração de material didático enriquecendo, deste modo, o campo de ação do profissional, na sala de aula, promovendo, assim, a aprendência. O trabalho com os gêneros nos anos iniciais do Ensino Fundamental e a relação com os descritores da prova Brasil PALAVRAS-CHAVE: Formação continuada; tecnologia de comunicação digital; imersão

tecnológica.

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10 – O TRABALHO COM OS GÊNEROS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E A RELAÇÃO COM OS DESCRITORES DA PROVA BRASIL

Ilda Fátima de Lourdes Oliveira (Professora da Ed. Básica)

Silvana Nath (Capes/UUNIOESTE) Terezinha da Conceição Costa-Hübes (Orientadora)

RESUMO: A análise que se pretende empreender neste estudo busca compreender a importância do trabalho com os gêneros textuais nas séries iniciais na perspectiva de explorar os resultados da prova Brasil do 5º Ano ou 4ª Série nos municípios de baixo IDEB da região Oeste do Paraná. O foco deste estudo estará pautado na ampliação e aprimoramento dos conhecimentos acerca dos gêneros textuais e dos descritores da Prova Brasil por parte dos professores, a fim de contribuir significativamente com a prática docente da sala de aula, cujo ápice estará voltado para a melhoria qualitativa do trabalho, levando os educadores a compreenderem a importância da exploração dos diversos gêneros textuais no contexto escolar. Sob este prisma, será tomado como escopo os pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin, que trata da língua como elemento carregado de sentidos ideológicos e da linguagem como meio de interação social, sendo estes aspectos fundamentais e norteadores para a interação e formação de sujeitos. O presente trabalho será desenvolvido por meio de pesquisas teóricas e oficinas de produção de material para a prática pedagógica em sala de aula. PALAVRAS-CHAVE: PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais; Interação Social; Prova Brasil.

11 – REPENSANDO A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – ENSINO FUNDAMENTAL / 2º SEGMENTO: UMA PROPOSTA DE (RE)ORIENTAÇÃO

TEÓRICA E PRÁTICA

Margarete Aparecida Nath Braga (SEED-PDE)

Terezinha da Conceição Costa-Hubes ( Orientadora)

RESUMO: O presente artigo apresenta o resultado de um trabalho de pesquisa realizado no período de 2009 a 2011, com professores que atuam na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, II segmento do Ensino Fundamental, dos Núcleos Regionais de Educação de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo. O objetivo deste trabalho foi de propor uma discussão acerca do ensino da disciplina de língua portuguesa para alunos da Educação de Jovens e Adultos, visando um redimensionamento teórico-prático. Este estudo teve como fundamentação teórica a concepção sociointeracionista da linguagem apresentada, entre outros, por Vygotsky e M. Bakhtin, assim como a proposta de trabalho com os gêneros discursivos introduzida por M. Bakhtin e, ainda, as contribuições teóricas de Michele Noverraz, Joaquim Dolz e Bernard Schnewuly acerca da sequência didática. A metodologia escolhida para o desenvolvimento desse projeto foi o grupo de estudo presencial, organizado em 80h de estudo de questões teóricas e práticas com professores de EJA e alguns acadêmicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE e da União Panamericana de Ensino – UNIPAN. Este trabalho culminou com a produção de um caderno pedagógico estruturado em dez sequências didáticas com diferentes gêneros, a saber: biografia e autobiografia, conto, cartum, notícia, resenha crítica, carta do leitor, fatura, notícia de divulgação científica e propaganda. PALAVRAS-CHAVE: Gêneros textuais. Formação continuada. Educação de Jovens e Adultos. Encaminhamento metodológico.

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12 – “NO CHÃO DA ESCOLA”: DA LITERATURA ÀS MINIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS

Maria Luzia Soares da Silva Buzanello

RESUMO: O objetivo desta comunicação é relatar a experiência de atividades motivacionais de leitura, aplicada em uma turma do 1º Ano do Ensino Médio, ressaltando que o professor, na maioria das vezes, é o único agente que leva o estudante a ter contato com os livros. Sendo assim, ele precisa motivar e cativar para a leitura e, no planejamento e encaminhamento dessa atividade, lançar mão de vários artifícios como seminários, saraus, entre outros, prevendo estratégias como a intertextualidade e ainterdisciplinaridade, as quais permitem uma abordagem mais complexa do que seja mesmo o ato de ler. No que se refere à intertextualidade, asatividades foram realizadas a partir da leitura dos livros “Todos contra D@nte”, de Luís Dill: e “Olhai os lírios do campo”, de Érico Veríssimo: e no que se refere à interdisciplinaridade, destaca-se que na organização de uma Mostra Cultural, além de ser possível intertextualizar gêneros diversos como literários, dança, teatro, desenho e outros, é um momento oportuno para se estabelecerem relações interdisciplinares, numa interação plena, no chão da escola, onde passa a ser o lugar de realizações concretas, e também onde o professor tem oportunidade para fazer com que o aluno desvele o mundo através da leitura. PALAVRAS-CHAVE: Professo, intertextualidade, interdisciplinaridade.

13 – CONCEITOS DE LETRAMENTO

Maura Bernardon (UNIOESTE)

RESUMO: Na área da educação e dos estudos linguísticos, o conceito de letramento, um neologismo, precisa ainda ser revisitado, pois a realidade social, sempre em constante mudança, trouxe a necessidade do uso dessa nova palavra e de outros conceitos a ela relacionados (Soares, 2010). Para a compreensão desse conceito, realizou-se uma revisão bibliográfica dos estudos sobre o letramento no Brasil e dos Novos Estudos sobre Letramento (NEL), desenvolvidos principalmente por Street (1984) e Heath (1983, 1984), e que serviram de modelo para os pesquisadores brasileiros. Algumas dentre as referências consultadas foram Soares (2010a, 2010b), Rojo (2009), Marinho (2010), Kleiman (2009). Percebe-se que o uso do conceito letramento, revestido por palavras como letramento, literacy e literacia na literatura estrangeira, percorreu um caminho diferente do que ocorreu no contexto brasileiro. No Brasil, tem-se privilegiado a perspectiva da educação e do ensino, enquanto na literatura estrangeira é a perspectiva etnográfica e antropológica do letramento e da alfabetização que está em evidência. As reflexões aqui produzidas também abrem caminho para o estudo do uso da palavra letramentos, no plural, que, mais recentemente, surgiu para designar os diferentes tipos de letramento decorrentes da sociedade moderna e que não podem mais se referir somente às culturas que se utilizam do sistema alfabético (KRESS 2003, citado em MARINHO, 2010, KLEIMAN 2004). PALAVRAS-CHAVE: Letramento. Novos Estudos sobre Letramento. Revisão bibliográfica

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14 – INVESTIMENTO NA FORMAÇÃO CONTINUADA EM LINGUA PORTUGUESA

Mônica de Araújo Saraiva (Educacão Básica) Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE/CAPES)

RESUMO: O presente texto reflete sobre estudos e pesquisas desenvolvidas pelo projeto nuclear Formação Continuada para Professores da Educação Básica nos anos iniciais: ações voltadas para a Alfabetização em Municípios com Baixo IDEB da Região Oeste do Paraná, do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Letras – Nível Mestrado, com área de concentração em Linguagem e Sociedade, que atendeu ao Edital 038/2010 – CAPES/INEP - do Observatório Educacional. Como professora pesquisadora e integrada ao núcleo de pesquisa, pretendemos, por meio deste texto,viabilizar reflexões acerca dos aspectos relacionados aos investimentos na formação continuada em Língua Portuguesa, aos professores dos anos iniciais da rede pública municipal de Braganey e Lindoeste. Tal propósito se justifica por tais municípios, dentre outros, integrarem as ações do Observatório Educacional, as quais têm como propósito contribuir efetivamente com a elevação do índice do IDEB, investindo, para isso, na formação continuada dos professores. Assim, como ponto de partida, serão consideradas as ações de formação já efetivadas pelos municípios nos últimos cinco anos.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino da língua materna; formação continuada, qualidade do ensino.

15 – A TECNOLOGIA COMO MOTIVAÇÃO PARA A LEITURA.

Neusa Krewer Kollenberg (SEED-EFM) Beatriz Helena Dal Molin (UNIOESTE)

RESUMO: Atualmente a sociedade está imersa na cibercultura, isto é, a cultura através das tecnologias digitais e virtuais. Os conhecimentos e informações são disponibilizados no ciberespaço e são acessados por inúmeras pessoas ao mesmo tempo, gerando facilidade e rapidez na busca de informações que aparecem de forma muito dinâmica, atendendo ao interesse de todos. Devido a este dinamismo, a internet envolve e fascina a todos. Percebe-se que a curiosidade pelo novo está intrínseca no ser humano e independe de idade, nível cultural, social ou econômico. Sendo assim, a internet nos torna seus discípulos, sempre ávidos por saber e conhecer mais... Considerando que a leitura é o caminho que conduz ao conhecimento, é preciso encontrar formas de incentivar e motivar o aluno para a leitura. Então parece que o ciberespaço com seus recursos tecnológicos e digitais que fascinam e envolvem a todos no mundo virtual, como numa espécie de magia, é um caminho relativamente fácil, acessível, fascinante e eficaz..Pretende-se utilizar os recursos tecnológicos digitais e virtuais em sala de aula, para através da internet, explorar e trabalhar a leitura e a produção escrita, utilizando-se de blogs para formar alunos leitores, e consequentemente construir e adquirir conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: Leitura, tecnologia, formação do leitor.

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16 – O PAPEL DO PROFESSOR NA DESMISTIFICAÇÃO DO PRECONCEITO EM SALA DE AULA, POR MEIO DO USO DA POESIA PÓS-COLONIALISTA “GRITO

NEGRO”, DE JOSÉ CRAVEIRINHA

Rutí Rosane Pêgo Santos (UTFPR) Claudiana Soerensen (Orientadora/UNIOESTE)

RESUMO: Neste trabalho analisa-se a possibilidade de utilização do poema “Grito Negro”, de José Craveirinha, como uma alternativa para ensinar a poesia pós-colonialista e, também, como uma tentativa de desmistificar o preconceito incutido nos discursos da sociedade, principalmente no discurso escolar. Percebe-se, com a análise dessa poesia, que ela não é só um meio de leitura em sala de aula, mas, sim, uma possibilidade de provocar discussões e questionamentos. Por meio dessa atividade, é possível mostrar onde está incutido o preconceito, principalmente o preconceito racial, levando os alunos a refletirem sobre os vários discursos presentes no poema. É necessário incentivar a conscientização para ações coletivas visando à transformação do aluno e à transformação do outro, combatendo as ideias raciais e preconceituosas sobre os negros e sobre outros grupos, que conspiram contra a democracia e a igualdade de direitos e de oportunidades em nossa sociedade, utilizando-se do poder que lhes é assegurado constitucionalmente. O uso do poder, que atualmente é igual para todos os brasileiros, só nos permite aceitar o desafio de uma sociedade moderna em constante mudança e transformação e a luta por essa transformação é histórica e os resultados por enquanto são simbólicos. PALAVRAS-CHAVE: Desmistificação: Literatura moçambicana: Papel do Professor.

17 – CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS NO CONTEXTO ESCOLAR: EM ANÁLISE, O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Wânia Cristiane Beloni (UNIOESTE) Alcione Tereza Corbari (UNIOESTE)

Poliana Sella (UNIOESTE) RESUMO: Neste trabalho, parte-se do pressuposto de que a todo uso da linguagem - forma de ação sobre o mundo, dotada de intencionalidade - subjaz uma ideologia (KOCH, 2002), o que significa dizer que não é possível a existência de enunciados neutros (BAKHTIN, 2003). Nessa perspectiva, o discurso pedagógico, que se dissimula como transmissor de informação sob a rubrica da cientificidade (ORLANDI, 1987), também se constitui lugar de posicionamento ideológico. Essa leitura embasa a análise aqui proposta, que visa a observar como o livro didático “Português: linguagens” (CEREJA, MAGALHÃES, 1998), direcionado a alunos de oitava série, aborda questões relativas às seguintes temáticas: família, religião, homossexualidade, tribo jovem e indígenas.Entende-se que uma leitura crítica, por parte do professor, em relação aos discursos presentes no livro didático contribui para a formação de leitores cientes dos discursos que são reforçados e naturalizados no contexto escolar – neste caso, via livro didático – e que entendam a linguagem, elemento de mediação necessária entre homem e a realidade, como lugar do conflito, de confronto ideológico (BRANDÃO, 1995). PALAVRAS CHAVE: Língua portuguesa, livro didático, construções discursivas.

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18 – HABITUS E CAMPO SOCIAL: A TEORIA DE PIERRE BOURDIEU APLICADA À FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL

Sueli Gedoz (UNIOESTE)

Terezinha da Conceição Costa-Hubes (UNIOESTE)

RESUMO: Partindo do pressuposto de que a formação ofertada a professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser um processo contínuo e planejado, nosso propósito de elaboração deste trabalho é o de apresentar uma possível associação entre esse processo e a teoria do filósofo francês Pierre Bourdieu. Para isso, pautamo-nos em Costa-Hübes (2008) como referencial sobre a formação continuada no oeste do Paraná, foco da nossa pesquisa; em Bourdieu (1975, 1983 e 1989) que discute os conceitos de habitus e campo social; em Nogueira e Nogueira (2002) e Martins (1990), entre outros autores, que orientam as associações do pensamento de Bourdieu à formação continuada de professores. Por meio dessas referências procuraremos estabelecer um breve olhar para o pensamento bourdieusiano, reconhecendo como a formação continuada pode modificar a ação pedagógica do professor por meio de uma interferência no seu habitus, considerando também o campo social nos qual o docente se insere. PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores, habitus, campo social.

Comunicações Literatura Estrangeira

01 – A FICCIONALIZAÇÃO DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA NO CINEMA E NA LITERATURA: O CASO DE SOLDADOS DE SALAMINA, DE JAVIER CERCAS

Adriana Aparecida de Figueiredo Fiuza (UNIOESTE)

RESUMO: História e memória constituem a matéria para a construção de narrativas que abordam personagens ou fatos relevantes que ocorreram na sociedade. Estas narrativas, inseridas na produção literária designada por romance histórico contemporâneo, apresentam como recurso estético a autorreflexidade literária, conjugada a outros processos como a inserção do discurso irônico e o diálogo intertextual. O objetivo da comunicação é analisar, neste contexto, por meio de metodologia comparativa, a representação poética da Guerra Civil e do franquismo no romance Soldados de Salamina (2002) de Javier Cercas e no filme, de mesmo título, de David Trueba.

02 – A RECONSTRUÇÃO DA POÉTICA DO DESCOBRIMENTO NAS OBRAS CRÓNICA DEL DESCOBRIMIENTO E THE AZTEC CHRONICLES

Ana Maria Klock (UNIOESTE)

Gilmei Francisco Fleck (UNIOESTE)

RESUMO: Resumo: O presente trabalho tem como foco de abordagem a poética do descobrimento da América na literatura do continente, que reconstrói por meio do discurso paródico e carnavalizado, um novo viés dos fatos históricos como também de seus personagens e dos acontecimentos. Em destaque, observa-se que a figura dicotômica de Cristóvão Colombo

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é constantemente utilizada na narrativa histórica por representar um dos personagens históricos de maior marco no processo do “descobrimento” e da descontrução de valores no universo europeu, como também por deixar marcas na cultura e na identidade que formaram o mundo latino-americano. É nas obras The Aztec Chronicles (1995), de Joseph P. Sánchez e Crónica del Descubrimiento (1991), de Alejandro Paternain, que esse estudo analisará tais aspectos apontados e como se estruturam no romance histórico, destacando também a relação conflituosa entre a literatura e a historiografia no que se refere ao tratamento dado aos personagens e fatos passados. Outro ponto que será esclarecido nesse trabalho são os aspectos referentes ao romance histórico e ao novo romance histórico, resaltando as suas características e mudanças ao longo do tempo. Para embasamento teórico dessa pesquisa, foram utilizados os teóricos Carlos Fuentes (1992) e Fernando Ainsa (1992) como norteadores desse trabalho dentre outros. PALAVRAS-CHAVE: Romance histórico contemporâneo, The Aztec Chronicles (1995), Crónica del Descubrimiento (1991).

03 – CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS A CERCA DA AUTOBIOGRAFIA E AUTOFICÇÃO

Camylla Galante (UNIOESTE)

Lourdes Kaminski Alves (UNIOESTE) RESUMO: O estudo da obra dramática de August Strindberg aponta para a necessidade de compreender o aspecto autobiográfico de sua produção artística e, para isso, é importante entender as diferenças entre a autobiografia e a autoficção, já que os estudos sobre o autor e sua obra são controversos, pois ora são tidos como ficção, ora como obras autobiográficas. Isto posto, neste trabalho propõe-se explorar algumas concepções de autobiografia e autoficção, definições que normalmente se encontram nas pesquisas sobre Strindberg e podem servir de embasamento teórico aos estudos sobre a produção dramática desse dramaturgo. Para este estudo partimos das proposições de Bakhtin (1988), Lejeune (2008), Rodrigues (2007) e Klinger (2007), as quais foram apresentadas e comparadas, a fim de estabelecer critérios para a análise das peças do dramaturgo sueco e para outros estudos futuros sobre escritos autobiográficos e escrituras do eu. PALAVRAS-CHAVE: Autobiografia; autoficção; texto dramatúrgico. 04 - DESPERSONALIZAÇÃO E IMPESSOALIDADE: PRINCIPAIS CONCEITOS DE

T.S. ELIOT, FERNANDO PESSOA E EDGAR ALLAN POE

Dhandara Soares de Lima (UNIOESTE/CAPES) José Carlos Aissa (Orientador – UNIOESTE)

RESUMO: Quando se pesquisa a respeito dos principais conceitos estéticos que influenciaram a literatura moderna e contemporânea, é inevitável encontrar os termos "despersonalização", "despersonalidade", "impessoalidade", "impersonalidade", entre outras variações. Neste contexto, este trabalho objetivou elucidar as principais diferenças entre os conceitos de despersonalização e impessoalidade na literatura. A metodologia empregada é de revisão bibliográfica, comparando as teorizações acerca da divisão entre indivíduo e criação literária, ainda que alguns trechos de poemas sejam utilizados como ilustração a determinados conceitos estéticos apresentados pelos autores – uma vez que os teóricos a que nos atemos foram,

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também, poetas. Utilizamos como base para este estudo os princípios e conceitos teorizados por Thomas Stearns Eliot (1888-1965) e por Fernando Pessoa (1888-1935). Tecemos também uma conexão comparativa com as ideias apresentadas por Edgar Allan Poe (1809-1849) em seus ensaios "Eureka" (1848) e "The Philosophy of Composition" (1946), em que o autor teoriza a respeito da necessidade de separação entre o poeta e sua criação. Este trabalho faz parte de uma dissertação de mestrado em andamento do Programa de Pós-Graduação em Letras, área de concentração em Linguagem e Sociedade, da UNIOESTE. PALAVRAS-CHAVE: Lírica Moderna, Teoria da Poesia, Literatura Comparada.

05 – “O JARDIM DE VEREDAS QUE SE BIFURCAM”, DE JORGE LUIS BORGES: MUNDOS FICCIONAIS

Denise Scolari Vieira (UNIOESTE/UFBA)

RESUMO: O longo percurso que o conceito de Representação Literária realizou em sua singularidade histórica mobiliza perguntas feitas aos textos e às práticas culturais que ordenam ou desordenam a leitura da arte. Mas, de que forma um ensaio pode explicitar as inscrições mínimas desse confronto? Aqui, a alternativa se resume, na referência desses temas tipicamente presentes no diálogo entre várias teorias hoje, numa espécie de exercício de organização de um arcabouço teórico-interpretativo pelo qual são abordadas questões concernentes à Representação Literária. Trata-se de ler a Jorge Luis Borges e problematizar a ideia de mundos ficcionais, através dos quais não lemos a realidade em si, mas a representação da realidade; para essa argumentação serão utilizados os pressupostos de Gilles Deleuze, Jacques Derrida, Antoine Compagnon, entre outros, apresentando como protagonista desta análise o conto “O Jardim de Veredas que se bifurcam” (1941), do escritor argentino Jorge Luis Borges. PALAVRAS-CHAVE: Literatura Argentina; Jorge Luis Borges; Teoria e Representação Literária e Cultural.

06 – POÉTICA DA TRAVESSIA: JORGE LUIS BORGES

Denise Scolari Vieira (UNIOESTE/UFBA)

RESUMO: Um dos aspectos incorporados à criação literária pós-moderna ganha o atributo de revolução dos limites do discurso, então, por esse movimento é suscitada uma perspectiva múltipla que acentua a escritura recriada, isto é, que pode configurar-se em textos híbridos, localizados na fronteira entre a prosa, o verso, a ficção, o teatro, o cinema. Ao deslocarem-se os limites do gênero, ocorre a expansão do olhar, bem como é solicitada a releitura dos objetos culturais, até o ponto em que a complexidade dessa questão se faz notar pelo interesse de distintos autores acerca da experiência estética pautada por elementos heteróclitos internos e externos à escritura, e ao mesmo tempo, suscetível de provocar avaliações. Esta comunicação pretende suscitar a reflexão sobre a experiência estética marcada pela perspectiva de fronteira, pela qual o escritor argentino Jorge Luis Borges acentua a convivência entre várias vertentes teórico-metodológicas, importante objeto de indagação presente no âmbito dos estudos literários. PALAVRAS-CHAVE: Literatura Argentina; Jorge Luis Borges; Crítica Literária e Crítica Cultural.

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07 – ESSÊNCIA E APARÊNCIA: A DUALIDADE SIMBÓLICA EM LAS DOS FRIDAS

Elis Regina Basso ( UNIOESTE) Ximena Díaz Merino (UNIOESTE)

RESUMO: Este estudo objetiva analisar a obra “Las dos Fridas” (1939), da pintora mexicana Frida Kahlo, nos basearemos no conceito de criatividade proposto por Fayga Ostrower (1987), além de levantar questionamentos sobre a simbologia presente na tela, para tanto, utilizaremos o livro de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (1993); além de retratar as múltiplas interpretações que a referida obra propõe. Este quadro foi pintado no ano em que Frida se divorciou de Diego Rivera, por isso trataremos sobre a relação dos pintores e sua influência na tela em questão; além do mais, há ligação entre a pintura e fatos da infância de Kahlo. Infere-se que na obra analisada há uma dicotomia entre a mulher sonhada e a mulher real, além de retratar suas próprias experiências Frida trata da inquietude da mulher latino-americana; portanto, há uma mescla entre realidade, simbologia e cultura em “Las dos Fridas”.

08 – LITERATURA E TEATRO DO ABSURDO: UMA DEMONSTRAÇÃO DA REBELDIA IRLANDESA EM GODOT

Franciele Alves Pereira (UNIOESTE)

Nelza Mara Pallú (UNIOESTE)

RESUMO: Muito se sabe da fama que traz a riqueza literária da Irlanda. Mas pouco explorado, a autoreferência que a literatura irlandesa mantém com a identidade própria de um povo subjugado e oprimido por séculos. Assim, a principal proposta do presente trabalho é comentar a respeito de uma tradição literária que está enraizada na história e cultura dessa nação, valendo-se, para tanto, da análise de uma das obras mais consagradas no “teatro do absurdo” e irlandês – Esperando Godot. A peça, escrita por Samuel Beckett, trata de uma paródia da vida moderna, onde os personagens se encontram presos em uma situação sem solução, forçados a executar ações repetitivas e, aparentemente, sem significado. A forma inusitada que é tratada a realidade, na obra, revela que não só Beckett, assim como outros escritores irlandeses, inspirou-se histórica e socialmente na herança de seu povo para produzir essa literatura única com o refinamento da rebeldia. PALAVRAS-CHAVE: Esperando Godot, teatro do absurdo, identidade irlandesa. 09 – O ESPELHO DE JÚLIO CORTÁZAR: UM PROCESSO DE CRIAÇÃO ESTÉTICA

Julie Fank (UNIOESTE/ CAPES) Lourdes Kaminski Alves (UNIOESTE)

RESUMO: Perpassando a obra crítica e ficcional do escritor latino-americano Júlio Cortázar, revelam-se relações muito estreitas entre as concepções estéticas do escritor e a concretização das mesmas em sua obra. As possibilidades de leitura de sua prosa, por sua vez, manifestam-se dentro de seu legado de artigos e outros gêneros ensaísticos, como considerações acerca do processo de criação literária – leia-se aí o seu próprio processo de criar -, o que constitui ferramenta chave nos estudos de sua produção. É objetivo, portanto, destas leituras prévias, elucidar como se inscreve, na ficção, o ensaísmo cortazariano e de que maneira autoficção e autobiografia entrecruzam-se em trechos da obra póstuma Papeles inesperados (2010). Abalizada por esses conceitos e apoiada nos pressupostos de Lejeune (2008), Klinger (2007) e Derrida (1971), esta leitura de Júlio Cortázar pretende-se espelho na frente de espelho, como um duplo que sugere intermináveis olhadas. PALAVRAS-CHAVE: Autobiografia; autoficção; Júlio Cortázar.

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10 – O SENHOR DOS ANÉIS E OS CENÁRIOS DA RESISTÊNCIA À MODERNIDADE

Lucas André Berno Kölln (UNIOESTE)

RESUMO: A obra mais conhecida de J.R.R. Tolkien (1892-1973) é O Senhor dos Anéis. Mesmo tendo somente sido publicada em meados do século XX, o contexto histórico de sua escrita e elaboração remonta toda a primeira metade do século, bem como um processo de industrialização cuja origem remonta ao século XVIII. Apesar da ser conhecida como obra máxima da literatura fantástica, O Senhor dos Anéis não é um mero exercício de escape da realidade, muito menos de alienação; sua fantasia tem as raízes plantadas no solo histórico, em um momento que Marshall Berman chama de modernidade. Ao abordar O Senhor dos Anéis, analiso-a como uma crítica à modernidade, cujas características são intensificação da industrialização, aceleração da noção de tempo, massificação da produção, destruição dos recursos naturais de forma desenfreada, acirramento das relação capitalistas de produção etc. Essa crítica e descontentamento podem ser percebidos, por exemplo, através dos ambientes que o autor criou para que a história tomasse lugar, bem como as descrições e sentidos atribuídos a eles. Essas atribuições transparecem uma visão acerca do processo histórico no qual Tolkien está inserido e permitem analisar a obra em questão como uma crítica à modernidade. PALAVRAS-CHAVE: O Senhor dos Anéis, História, Literatura.

11 – DOM QUIXOTE: MITO E FICÇÃO

Roseméri Aparecida Back (FAF) Solange Borba (FAF)

Lidiana Ermínia Mazzocato (FAF) RESUMO: Este artigo tem por objetivo discutir e analisar a obra de Miguel de Cervantes, em especial seu principal protagonista Dom Quixote de La Mancha. Com ênfase se ocorre a ficcionalização e a mitologização do mesmo. Também analisar a representação mais autêntica das lutas e as universais atitudes humanas, ou seja, a subjetividade frente à objetividade, e ainda, a relação da escrituração do livro com as novelas de cavalaria. Como principais referências foram estudadas e citadas as obras de Rocha e Campbell. Começaremos com a definição de o que é mito entre vários contextos e situações, destacando o mito de Joana D’arc na situação Dom Quixote. Em seguida daremos sequência ao mito na obra com destaque no personagem Dom Quixote de La Mancha e suas aventuras, comprovando a existência do mito já citado. PALAVRAS-CHAVE: mito, literatura, Dom Quixote.

12 – O PURITANISMO E A FAMÍLIA JOAD: UMA LEITURA DE VINHAS DA IRA, DE JOHN STEINBECK

Samuel Carlos Wiedemann (UTFPR)

RESUMO: Este trabalho constitui-se de uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo é analisar o sentido religioso presente na obra Vinhas da Ira, de John Steinbeck, analisando como o protestantismo puritano interfere na postura inconformista da família Joad frente às situações de miséria e nomadismo. O protestantismo norte-americano entende a pobreza como um

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castigo de Deus, ou a conseqüência pela não observância dos mandamentos divinos. Esse pensamento religioso está pautado no pressuposto teológico da prosperidade dos filhos de Deus, aos quais Ele não deixará faltar nada. A família Joad, refletindo esse sentimento religioso, assume uma postura inconformista frente à miséria provocada pela crise econômica que os Estados Unidos passaram na década de 1930. Para a confecção desse trabalho utilizou-se, como referencial teórico Mircea Eliade (1992), Klein (2004), McEntyre (2008) e Fonterose (2008). PALAVRAS-CHAVE: PALAVRA-CHAVE: Vinhas da Ira, puritanismo, nomadismo.

13 – A TEORIA E O PRAZER NA BUSCA DA FELICIDADE EM GIACOMO LEOPARDI

Sandra Dugo (UNIOESTE) RESUMO: Na interpretação crítica de Giacomo Leopardi, o nexo entra a filosofia e a poesia é fundamental para reinterpretar o poeta da cidade de Recanati (Centro - Itália) como filosofo da existencialista, autor dos versos poéticos de Cantie da prosa das Operettas Morais. Em Cantie encontramos a poética das imagens e do encantamento, inspirada no classicismo novo do pensamento, através de estudos dos textos gregos clássicos. Parece que existe a tentativa de colocar a realidade pragmática proposta pelo Iluminismo. Mas Leopardi é mais do que o poeta do romantismo, ele está entre o Romantismo eo Iluminismo. Por isso, é difícil estabelecer-se a sua colocação exata: ele é romântico ou o Iluminista? Na verdade, o aspecto filosófico do pensamento do Leopardi leva a crítica literária italiana à interpretação do pensamento poético, em um debate aberto hoje. PALAVRAS-CHAVE: filosofia poética, poética das imagens, filosofia existencialista. 14 – A ARTE DE INVESTIGAR E DE CANTAR: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DO

HISTORIADOR E DO LITERATO

Thamara Parteka (UNIOESTE) RESUMO: A fronteira entre o que se considera fonte histórica e as fontes literárias mostra-se bastante tênue. Num passado recente, várias fontes, hoje consideradas fundamentais para estudo, foram consideradas fantasiosas, não dignas de confiança. Os elementos em torno da autoria, dos receptores e das interpretações de um texto são questões sempre presentes na construção do conhecimento histórico. Partindo do pressuposto do caráter intersubjetivo do ato da leitura, pretende-se discutir o papel do autor/escritor na elaboração de sua obra. Ao mesmo tempo tencionamos problematizar a relação que se estabelece entre este mesmo autor/escritor e os potencias leitores das obras, bem como analisar o contexto de produção dos textos para perceber as motivações dos referidos autores. Para tanto nosso estudo se volta para a História e para a Literatura, atualmente áreas em constante diálogo. Para estudos de caso, elegemos as Epopeias Ilíada de Homero, escrita no século VIII a.C, na Grécia, e Os Lusíadas de Luís Camões, em Portugal, no século XVI d.C. Tal relação se justifica, pois se percebe no século XVI uma inclinação de grande parte de obras de pensamento pela antiguidade clássica, quer seja, outras épocas releem ou se apropriam de elementos e conceitos de períodos considerados modelares ou importantes. PALAVRAS-CHAVE: Intelectual, história e literatura.