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Caderno de Resumos

V Jornada de Educação, Linguagem e Tecnologia

Agendas e Desafios para a Linguística Aplicada Pós-Humanista: das políticas, práticas de linguagens, pedagogias e mídias

30 e 31 de maio de 2019

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Ficha Técnica

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Reitor Marcelo Knobel

Coordenadora Geral da Universidade Teresa Dib Zambon Atvars

Pró-Reitora de Desenvolvimento Universitário Prof. Dr. Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto

Pró-Reitora de Graduação Eliana Martorano Amaral

Pró-Reitor de Pós-Graduação Profa. Dra. Nancy Lopes Garcia

Pró-Reitor de Pesquisa Munir Salomão Skaf

Pró-Reitor de Extensão e Cultura Fernando Augusto de Almeida Hashimoto

Chefe do Gabinete do Reitor Joaquim Murray Bustorff Silva

Diretor do Instituto de Estudos da Linguagem Prof. Dr. Jefferson Cano

Diretora do Centro de Ensino de Línguas Profª. Ms. Ayako Akamine

Chefe do Departamento de Linguística Aplicada Érica Luciene Alves de Lima

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Ficha Técnica

Caderno de Resumos da V JORNADA DE EDUCAÇÃO, LINGUAGEM E TECNOLOGIA – JELT Realização Departamento de Linguística Aplicada/IEL Centro de Ensino de Línguas/CEL Grupo de Pesquisa E-Lang (CNPq/Unicamp) Apoio Projeto Nacional de Letramentos (CNPq/USP) Núclo de Estudos Críticos em Linguagens, Educação e Sociedade (NECLES/UFF) Presidente da Comissão Organizadora Cláudia Hilsdorf Rocha

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Ficha Técnica

ORGANIZAÇÃO Comissão organizadora

Ayako Akamine (CEL/Unicamp)

Bruno Albanese (IEL/Unicamp)

Cláudia Hilsdorf Rocha (DLA/Unicamp)

Cynthia Pires Amaral (CEL/Unicamp)

Daniel dos Santos (DLA/Unicamp)

Denise Bertoli Braga (DLA/Unicamp)

Guilherme Kawachi (CEL/UNICAMP)

Jéssica Vasconcelos Dorta (IEL/Unicamp)

Junot de Oliveira Maia (IFSP)

Leny Pereira Costa (CEL / UNICAMP)

Patrícia Aquino (CEL/Unicamp)

Stênio Carvalho (IEL/Unicamp)

Vanderlei Zacchi (UFS)

Maria Victória Guinle Vivacqua (CEL/Unicamp)

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Ficha Técnica

ORGANIZAÇÃO

Comissão Acadêmico-científica

Ayako Akamine (CEL/Unicamp)

Cláudia Hilsdorf Rocha (DLA/Unicamp)

Jéssica Vasconcelos Dorta (IEL/Unicamp)

Leny Pereira Costa (CEL / UNICAMP)

Patrícia Aquino (CEL/Unicamp)

Stênio Carvalho (IEL/Unicamp)

Vanderlei Zacchi (UFS)

Maria Victória Guinle Vivacqua (CEL/Unicamp)

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Auditório do Instituto de Estudos da Linguagem (Iel), Unicamp. Centro de Estudos da Linguagem (CEL), Unicamp.

Vinculação Institucional

Apoio:

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Sumário

Programação .............................................................................................................. 13

Apresentação ............................................................................................................. 16

Minucursos

Minicurso 1 - Translanguaging e os desafios para a educação linguística

contemporânea

Professores: Ruberval Franco Maciel (UEMS), Michele Salles El Kadri (UEL)

e Cláudia Hilsdorf Rocha (IEL/Unicamp) ............................................................... 19

Minicurso 2 - Direitos humanos e contato intercultural na escola

Professores: Joel Austin Windle (UFF) e Junot de Oliveira Maia (IFSP) ........... 19

Minicurso 3 - Textos, leituras e verdades: construindo produções de

sentido para coexistência na sociedade pós-humana

Professora: Simone Batista (UFRJ) ....................................................................... 20

Minicurso 4 - A produção de app-diário com as tecnologias móveis na

pesquisa qualitativa

Professora: Simone Lucena (UFS) ........................................................................ 20

Mesa 1

Um percurso gamer para o ensino de escrita

Juliana Vegas Chinaglia ........................................................................................ 23

Promovendo os multiletramentos na educação básica a partir do uso do

celular

Paulo Alexandre Filho ............................................................................................ 24

O uso dos jogos digitais para o ensino de língua inglesa: limitações e

possibilidades para a vida conectada

Rodrigo Costa dos Santos ..................................................................................... 26

O gênero vídeo essay: engajamento ético e estético na construção

argumentativa

Victor Schlude ......................................................................................................... 27

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Sumário

Mesa 2

Formação de professores de inglês para o ensino a distância

Emeli Borges Pereira Luz ...................................................................................... 30

Formação crítica de professores: problematizando noções de pesquisa na

área de Letras

Fernanda Costa Ribas ........................................................................................... 32

Perspectivas pós-humanistas na formação docente e no ensino de língua

inglesa

Laryssa Paulino de Queiroz Sousa ....................................................................... 34

Ensino de línguas e formação cidadã: uma proposta de formação

continuada de professores

Themis Rondão Barbosa da Costa Silva ............................................................. 35

Mesa 3

Repertórios espaciais na sociedade pós-tipográfica: (re)construindo

significados a partir dos memes

Alan Victor Freitas de Andrade .............................................................................. 37

Estudo discursivo da construção do significado em comentários do

Facebook

Karen Tank Mercuri ................................................................................................. 39

Uma proposta para entender os letramentos pela perspectiva pós-

humanista

Mario Marcio Godoy Ribas ..................................................................................... 41

O aperfeiçoamento do eu: estudo das práticas discursivas na constituição

de biohackers enquanto sujeitos pós-humanos

Paulo Noboru de Paula Kawanishi......................................................................... 43

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Sumário

Mesa 4

TICs no ensino de inglês: o que pensam os professores em formação

inicial?

Renan Mateus Tudela ............................................................................................ 45

Inglês para Fins Ocupacionais Online: um relato de experiência no

contexto universitário

Sandra Mari Kaneko Marques ............................................................................... 46

O aplicativo digital Quizlet como complementação a uma proposta

didática de ensino de inglês para a Terceira Idade

Vivian Nádia Ribeiro de Moraes ............................................................................ 48

Padlet: construindo a autonomia na aprendizagem de inglês

Zenaide Moschim Gianini ...................................................................................... 50

Mesa 5

Identidades que rimam no rap: ideologias linguísticas nas práticas de

letramentos do rap feminino

Caroline da Costa Silva .......................................................................................... 52

Identidades etárias e livro didático de inglês: um olhar crítico sobre

representações do envelhecimento

Lílian Rodrigues de Melo de Aguiar ...................................................................... 53

Narrativas femininas contemporâneas: o YouTube na sala de aula

Marco Túlio Pena Câmara / Ana Martha Santos Vieira ...................................... 55

A construção identitária do professor negro em seu processo de

formação docente

Raquel Ferreira Sampaio dos Santos ................................................................... 57

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Sumário

Mesa 6

O Idiomas sem Fronteiras como política linguística nacional e local

Catarina Goulart Mendes da Silva ........................................................................ 59

A vingança dos nerds: os novos domínios do transletramento geek

Débora Isis Martins dos Santos ............................................................................ 61

As hashtags estão na moda: Análise dos usos de jovens falantes de

Português no Instagram

Juliana Herculano Araujo Silva ............................................................................. 63

Práticas de letramentos e ideologias linguísticas na tour do LDRV

Letícia Henrique Santos da Silva .......................................................................... 65

Mesa 7

Leitura, oralidade e tecnologia: combinação possível para o estímulo à

prática de leitura

Gisele Arruda Eckhardt .......................................................................................... 68

O produtor artista de objetos digitais de aprendência e a formação

docente

Julia Cristina Granetto Moreira .............................................................................. 70

Blog, educação e cidadania, combinação possível e necessária

Luciano Nobre Resende ........................................................................................ 71

Instapoesia: uma possível abordagem de literaturas no ensino de línguas

Paloma Guimarães de Lima .................................................................................. 73

Mesa 8

O uso da plataforma colaborativa Wikipédia como fonte referencial para

periódicos científicos

Cleyton Carlos Torres ............................................................................................. 76

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Sumário

Hipertexto no ensino de língua portuguesa: uma análise de planos de aula

disponíveis no portal do professor do MEC

Gabrielle Costa Pereira .......................................................................................... 78

A aplicabilidade da tecnologia na formação dos colegiados escolares:

caminho para o exercício democrático em Santo André

Mônica Roberta Devai Dias; Adriana Aparecida de Lima Terçariol; Fernanda

Pereira dos Santos; Roberta Lopes Rossi ........................................................... 79

Redação colaborativa via internet para o ensino de educomunicação para

educadores ambientais

Valdir Lamim Guedes Junior ................................................................................. 81

Mesa 9

Leitura como réplica ativa: a ficção de fã no ciberespaço, a partir da obra

Paradise Lost, de John Milton

Bruna Eduarda Ignácio .......................................................................................... 84

Shakespeare e emojis: a literatura canônica traduzida nas práticas de

comunicação do ambiente digital

Carlos César da Silva ............................................................................................. 86

Translated books ou livro traduzido? Um estudo introdutório sobre a

tradução em canais de BookTubers

Carolina Gomes da Costa ..................................................................................... 88

Memórias, reaproveitamentos e a tradução como linha de produção

Mariana Ormenese Dias ........................................................................................ 89

Índice de autores .................................................................................................. 90

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Programação

V JORNADA DE ENSINO DE LÍNGUA E TECNOLOGIA

PROGRAMAÇÃO PARTE 1 – 30 DE MAIO DE 2019 13h – 14h Arcádia IEL/Unicamp

Credenciamento

14h - 16h Anfiteatro do IEL/Unicamp

Roda de Discussão: Políticas, Pedagogias, Pautas emergentes Rodrigo Esteves de Lima-Lopes (IEL/Unicamp) Simone Batista (UFRRJ) Simone Lucena (UFS) Vanderlei Zacchi (UFS)

Guilherme Kawachi (CEL/Unicamp) Mediadora: Cláudia Hilsdorf Rocha (IEL/UNICAMP)

16h - 16h30 Arcádia IEL/Unicamp

Mini coffee break e Exposição de livros da área

PARTE 2 – 30 DE MAIO DE 2019 16h30 – 18h30 Salas de Aulas do CEL/Unicamp

Apresentações orais (comunicações/pôsteres digitais)

18h30 – 19h15 Arcádia IEL/Unicamp

Mini coffee break e Exposição de livros da área

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Programação

PARTE 3 – 30 DE MAIO DE 2019 19h30 – 20h15 Anfiteatro do IEL/Unicamp

Abertura oficial do evento Denise Bétoli Braga (IEL/Unicamp)

20h15 – 21h00 Anfiteatro do IEL/Unicamp

Videoconferência: Post-Humanist Applied

Linguistics* Alastair Pennycook (University of Technology Sydney – Australia) Coordenador: Joel Windle (UFF) * Palestra proferida em inglês.

21h00 – 21h15 Anfiteatro do IEL/Unicamp

Encerramento do Dia I

PARTE 1 – 31 DE MAIO DE 2019

8h00 – 9h00 Arcádia IEL/Unicamp

Credenciamento

9h00 – 9h45 Anfiteatro do IEL/Unicamp

Videoconferência: The City as Literacy * Raúl Alberto Mora (UPB – Universidad Pontificia Bolivariana – Medellín)

Coordenador: Junot Oliveira Maia (IFSP) * Palestra proferida em inglês.

9h45 – 10h15 Anfiteatro do IEL/Unicamp

Encerramento oficial do evento

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Programação

PARTE 2 – 31 DE MAIO DE 2019 10h30 – 12h00

Salas de Aula do CEL/Unicamp

Minicursos

Minicurso 1 (CL09) – Cláudia Hilsdorf Rocha (IEL/Unicamp), Ruberval Maciel (UEMS) & Michele El Kadri (UEL) Minicurso 2 (CL10) – Junot Oliveira Maia (IFSP) e Joel Windle (UFF)

Minicurso 3 (CL12) – Simone Batista (UFRRJ) Minicurso 4 (CL15) – Simone Lucena (UFS)

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Sobre o evento

APRESENTAÇÃO

O tema selecionado para V Jornada de Educação, Linguagem e Tecnologia (5ºJELT) foi “Agendas e Desafios para a Linguística Aplicada Pós-Humanista: das políticas, práticas de linguagens, pedagogias e mídias”.

A Jornada de Educação, Linguagem e Tecnologia (JELT) é um evento vinculado ao GP Elang (CNPq/Unicamp), em parceria com o CEL/Unicamp. O

evento encontra-se hoje em sua V edição. Desde sua primeira realização, em 2011, a JELT tem como seu principal

propósito fortalecer interlocuções entre pesquisadores, docentes e discentes (de graduação e de pós-graduação) da Unicamp e demais universidades, no Brasil e no exterior, bem como ampliar possibilidades de discussões sobre temáticas diversas, vinculadas ao campo da linguagem em sua interface com a educação e a tecnologia, sob variados enfoques.

De modo bem amplo, as quatro primeiras versões do evento voltaram seu foco para a educação linguística na contemporaneidade, em seus diversos segmentos, bem como para a formação docente e outras temáticas relevantes na atualidade, entre elas, a internacionalização, políticas linguísticas e educacionais, mobilidade social e translinguagem, além da participação social crítica e sua relação com as novas tecnologias. Com o propósito de fortalecer parcerias, a V JELT vincula-se ao Projeto PROMOB (UFS) e, com isso, expande possibilidades de um debate mais rico e amplo em sua diversidade de focos e olhares.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PROJETO V JELT:

Estimular o debate no campo da Linguística Aplicada crítica e áreas afins sobre visões e caminhos alternativos e mais evidentemente desafiadores de compreensão, engajamento e investigação ligados às mais diversas práticas de

linguagens e educacionais na atualidade. Propiciar possibilidades de intercâmbio acadêmico entre pesquisadores, educadores e demais profissionais interessados em discutir, de forma propositiva e em um enfoque transdisciplinar, uma ampla gama de questões relacionadas a epistemologias, metodologias e políticas na área das ciências aplicadas,

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Sobre o evento

que possibilitem um olhar pós-humanista, questionador e aprofundado acerca da condição humana na sociedade contemporânea, dos modos de produção e difusão de conhecimentos e verdades nos mais diversos campos da atividade

social e midiática. Contribuir para a expansão e fortalecimento de pautas de resistência frente a perspectivas monolíngues e discursos autoritários, discriminatórios e de violência no campo das Linguagens e da Educação Linguística na sociedade contemporânea.

Nesse viés, as questões gerais e propulsoras das reflexões e diálogos assim se apresentam: Como nosso pensamento, ações e objetos de pesquisa e/ou interesse afetam a nossa vida e a vida das pessoas? Quais alternativas

mostram-se viáveis para o enfrentamento de discursos hegemônicos e de violência, em seus mais diversos tipos, em favor de uma sociedade mais pacífica, democratizadora e preocupada com a dignidade e com os direitos humanos no campo aplicado?

Por fim, com a publicação deste Caderno de Resumos, ampliamos os objetivos supracitados, disponibilizando à comunidade acadêmica acesso aos resumos dos trabalhos apresentados durante o evento e, aos autores, mais um meio de divulgação de suas pesquisas e inquietações.

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Minicursos

MMIINNIICCUURRSSOO 11 ((CCAANNCCEELLAADDOO DDUURRAANNTTEE OO EEVVEENNTTOO))

Translanguaging e os desafios para a educação linguística contemporânea Professores: Ruberval Franco Maciel (UEMS), Michele Salles El Kadri (UEL) e Cláudia Hilsdorf Rocha (IEL/Unicamp)

Neste minicurso, aspectos conceituais e teórico-metodológicos relacionados à orientação translíngue serão inicialmente apresentados, de forma ilustrada, a fim de embasar discussões sobre possíveis implicações para a formação docente e

para práticas didático-pedagógicas no âmbito da educação linguística. Para tanto, serão debatidas questões alinhadas às teorias de linguagens alinhadas ao pensamento de uma gama variada de autores, entre eles Canagarajah (2013; 2017), García e Li Wei (2014), García, Johnson e Seltzer (2017).

MMIINNIICCUURRSSOO 22 Direitos humanos e contato intercultural na escola Professores: Joel Austin Windle (UFF) e Junot de Oliveira Maia (IFSP)

Este minicurso, desenvolvido no âmbito do Núcleo de Estudos Críticos em

Linguagem, Educação e Sociedade (NECLES/UFF), visa a promover a discussão e o desenvolvimento de atividades didáticas para línguas materna e estrangeira com base na perspectiva dos estudos sobre letramentos e da educação intercultural crítica. Nele, serão abordadas práticas e perspectivas socioculturais tidas como periféricas, inseridas nas tensões entre os fluxos local e global que caracterizam as dinâmicas de globalização, com o objetivo de desenvolver reflexões e de propor ações pedagógicas concretas na busca por ampliação e

garantia de direitos humanos e culturais. Partimos de manifestações culturais inseridas em diferentes contextos urbanos – escritas diversas, como são o grafite, o hip-hop e o pixo, por exemplo, produzidas em realidades culturais variadas, pertinentes a países como Brasil, a África do Sul e a Austrália – a fim de entender como elas agem em suas esferas de circulação e mobilizam lutas importantes para populações minorizadas, como as populações indígenas, os moradores de favelas, os refugiados, as pessoas LGBT, entre outras.

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Minicursos

MMIINNIICCUURRSSOO 33 Textos, leituras e verdades: construindo produções de sentido para coexistência na sociedade pós-humana Professora: Simone Batista (UFRJ) Neste minicurso, concebemos o texto como uma tessitura subjetiva carregada de traços identitário-discursivos, e como o lugar de interação dialógica entre sujeitos

coenunciadores. A partir dessa concepção, discutiremos, de forma elementar, de quais formas a condição pós-humana da sociedade tem influenciado as práticas sócio-comunicativas e a construção dos textos e discursos circulantes. Também desenvolveremos atividades práticas de leitura e produção textual para defender a necessidade de ensino de leitura com vistas à coexistência nos tempos atuais.

MMIINNIICCUURRSSOO 44 A produção de app-diário com as tecnologias móveis na pesquisa qualitativa Professora: Simone Lucena (UFS)

Na atual sociedade em que as tecnologias digitais móveis, principalmente os smartphones, encontram-se disseminados entre pesquisadores/praticantes culturais imersos na cibercultura, não é mais possível produzir diários de pesquisa distanciados do espaço-tempo da investigação, pois estas tecnologias possibilitam a produção de textos multimodais que (re)mixam textos, áudios, vídeos, fotografias, e geolocalização em tempo real. Nesse sentido, a produção de app-diários com diferentes aplicativos tem se tornado cada vez mais comum

entre pesquisadores. Neste minicurso discutiremos a importância da produção de diários de pesquisa na itinerância do pesquisador, bem como serão apresentados diferentes possibilidades de produzir app-diários com aplicativos para smartphones.

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DEBATEDORES

Simone Lucena e Stênio Carvalho

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Juliana Vegas Chinaglia

Título: Um percurso gamer para o ensino de escrita

Autor: Paulo Alexandre Filho

Título: Promovendo os multiletramentos na educação básica a partir do

uso do celular

Autor: Rodrigo Costa dos Santos

Título: O uso dos jogos digitais para o ensino de língua inglesa:

Limitações e possibilidades para a vida conectada

Autor: Victor Schlude

Título: O gênero video essay: engajamento ético e estético na

construção argumentativa

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UM PERCURSO GAMER PARA O ENSINO DE ESCRITA

Juliana Vegas Chinaglia Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Esta pesquisa, de caráter qualitativo, inserida no campo da Linguística Aplicada,

tem como objetivo geral compreender como se dá o processo de aprendizado da escrita através de atividades que utilizam a lógica dos games. Para isso, criamos e aplicamos em sala de aula um piloto de um modelo novo de material didático para o ensino de escrita, do qual chamamos provisoriamente de “percurso gamer”, intitulado “Lara Croft nos templos do Camboja”. Embora tenha inspiração em modelos de sequências didáticas (DOLZ, NOVERRAZ, SCHNEUWLY, 2004), seu principal diferencial é a priorização da lógica dos jogos para a realização das atividades e a mobilização da leitura e escrita de textos, através da simulação de

ações em uma narrativa e a encarnação de um personagem (GEE, 2014), o que se contrapõe à mera aplicação de mecânicas de jogos em atividades já existentes, razão pela qual não são somente atividades gamificadas, tal qual defende o conceito de gamificação (KAPP, 2012). O material, apresentado na forma de um game disponível em site, é baseado na série de jogos autênticos Tomb Raider, no qual o aluno deve se colocar na posição da personagem Lara Croft, uma arqueóloga, e, portanto, ler e produzir gêneros científicos e de

divulgação científica. Para a geração dos dados, utilizamos o modelo metodológico da pesquisa-ação e os seguintes instrumentos de geração de dados: questionário, videogravação das aulas, captura de imagens no computador, diário de pesquisa e entrevista. Como resultado parcial, a partir da observação dos dados produzidos, podemos concluir que a encarnação de um personagem para a produção de textos cria uma situação de produção que permite ao aluno assumir de forma mais completa a posição de um interlocutor no momento de criação de uma máscara discursiva, o que proporciona uma maior

imersão em uma prática de letramento. Palavras-chave: Games; Material Didático; Escrita.

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PROMOVENDO OS MULTILETRAMENTOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA A PARTIR DO USO DO CELULAR

Paulo Alexandre Filho

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP

As transformações tecnológicas não devem ser negligenciadas como fenômenos da atualidade pelas instituições de ensino. Utilizá-las adequadamente no transcorrer das aulas faz todo sentido, uma vez que a era digital impõe transformações na concepção da realidade, desencadeando o aparecimento de novas linguagens e novas maneiras de interagir socialmente, inclusive no modo de receber e produzir informação. Para o contexto atual, pensar e reavaliar os recursos do celular como ferramenta tornou-se uma questão não só pedagógica, mas, sobretudo, social. Procurar maneiras de articular o ensino da língua a

situações significativas, objetivando resultados satisfatórios no que se refere ao(s) (multi)letramento(s) e, ao mesmo tempo, desenvolver proficiência nas competências leitora e escritora, deve ser prioridade. A pesquisa de mestrado do ProfLetras, em andamento, aqui compartilhada busca investigar a pertinência do celular como ferramenta pedagógica para subsidiar práticas de ensino-aprendizagem. Dessa forma, a presente investigação se sustenta em quatro pilares teóricos: multiletramentos, discursividade/dialogismo, aprendizagem

colaborativa e construcionismo. Para tanto, Roxane Rojo, Bakhtin/Volochínov, José Manuel Moran, Marcos Masetto e Marilda Behrens tornam-se recorrentes por meio de sua literatura científica, fornecendo subsídios teóricos para a realização do presente trabalho. Sob uma metodologia qualitativa, essa pesquisa-intervenção incorporou o uso do celular às práticas de ensino-aprendizagem na disciplina de Língua Portuguesa com alunos do ensino Fundamental da rede pública em uma escola do interior paulista. A coleta de dados pautou-se em um questionário inicial e nos registros produzidos no aplicativo WhatsApp a partir de

situações-problema enviadas pelo pesquisador que envolviam leitura e escrita de textos multimodais e multissemióticos. Os resultados preliminares apontam para um fomento na postura crítico-reflexiva do pesquisador, enquanto educador, acerca do que se almeja para o cenário educacional a longo, curto e médio prazo.

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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Apontam, também, para a necessidade de buscar possibilidades de aproximar

tecnologia e ensino sem desprezar o caráter relevante das linguagens que surgem no contexto digital. Palavras-chave: Uso do celular; Multiletramentos; Construcionismo.

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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O USO DOS JOGOS DIGITAIS PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES PARA A VIDA CONECTADA

Rodrigo Costa dos Santos

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Brasil. O presente trabalho é um recorte de um projeto ainda em estágio inicial sobre os jogos digitais como práticas sociais e sua contribuição para ensino de língua inglesa no contexto das tecnologias de informação e comunicação (TICs). As tecnologias digitais têm ganhado muito espaço no estudo da linguagem devido à sua ubiquidade na sociedade contemporânea (DÍEZ-GUTIÉRREZ; DÍAZ-NAFRÍA,

2018; LEMOS, 2004), manifesta nas diferentes práticas sociais multimodais e digitais que emergem a cada dia no contexto da cibercultura (LÉVY, 2010). Entretanto, o videogame, embora amplamente estudado como objeto de estudo multi e transdisciplinar em outros países, tem no Brasil um escopo de pesquisa limitado ao seu aspecto pedagógico, ou como ferramenta lúdica de ensino-aprendizagem (LEMOS; DALVI, 2013). Neste contexto, o objetivo do presente trabalho é tecer considerações sobre as limitações e possibilidades dos videogames para o ensino de inglês levando em conta os aspectos social e crítico

(LIMA, 2008, 2014). Para tal, é feito um levantamento da pesquisa nessa área a fim de delimitar as contribuições e limitações da pesquisa brasileira sobre jogos digitais. O corpus sugere que, como apontado em pesquisas anteriores (LEMOS; DALVI, 2013; REIS; BILIÃO, 2014), os jogos digitais ainda estão aquém em termos de pesquisa relacionada ao seu aspecto social, na área maior da Linguística Aplicada e no ensino de línguas. Em vista dos resultados parciais alcançados, é tecido um conjunto de reflexões sobre possíveis contribuições que os jogos digitais podem trazer ao ensino de inglês como língua adicional quando

considerado seu aspecto social e crítico. Em específico, consideram-se o contexto da cibercultura e o uso crítico da internet. Palavras-chave: Ensino de língua inglesa; Cibercultura; Jogos digitais.

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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O GÊNERO VÍDEO ESSAY: ENGAJAMENTO ÉTICO E ESTÉTICO NA CONSTRUÇÃO ARGUMENTATIVA

Victor Schlude

Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Os novos letramentos (KNOBEL e LANKSHEAR, 2007) e os multiletramentos

(NEW LONDON GROUP, 1996) nos chamam a atenção para uma educação que se orienta a partir da construção de sentidos e uma profusão de práticas contemporâneas que questionem a cultura escrita e a monocultura. Considerando a cultura digital como um norteador desse paradigma educacional (ROJO, 2018), nos propomos a pensar as reconfigurações do texto argumentativo, identificando um interessante objeto que vem ganhando cada vez mais lugar com o crescimento do Youtube: a video essay. Popular entre diversos youtubers, a video essay é gênero central em canais de vídeo que se propõem a apresentar

resenhas de filmes e reflexões acerca de questões sociais. A estrutura argumentativa é retoricamente similar a do texto dissertativo-argumentativo, gênero marcadamente presente em espaços escolares e acadêmicos. Contudo, ao voltarmos nosso olhar para a video essay, notamos como a argumentação é construída de maneira mais autêntica e eticamente responsável, recuperando um processo de produção que nos remete a uma construção de sentido pautada na valoração ética e estética do autor (BAKHTIN, 1919 [2010]). No que tange à video essay, é também importante ressaltar como os recursos audiovisuais

permitem uma elaboração mais sofisticada dos recursos estéticos. Esse trabalho possui dois objetivos centrais. O primeiro é relativo à análise do gênero video essay a partir de uma perspectiva bakhtiniana (VOLOCHINOV, 1929; BAKHTIN, 1952; ROJO e BARBOSA, 2015) e sua comparação com seu representante da cultura escrita. Nosso segundo objetivo é utilizar esse aparato crítico sobre a video essay para analisar o vídeo The Aesthetics, da youtuber e transativista Natalie Wynn. Wynn possui um compromisso ético explícito com a produção de

seus vídeos e sua circulação. Tal projeto está presente tanto na estruturação argumentativa de seus textos quanto nos recursos estéticos empregados em sua

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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montagem. Portanto, essa segunda análise pretende observar as estratégias

argumentativas multimodais utilizadas por Wynn (2018) no desenvolvimento de suas ideias e diálogo com seu público alvo. Palavras-chave: Gêneros do discurso; Vídeo essay; Argumentação.

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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DEBATEDORES

Vanderlei Zacchi e Daniel dos Santos

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Emeli Borges Pereira Luz Título: Formação de professores de inglês para o ensino a distância

Autor: Fernanda Costa Ribas Título: Formação crítica de professores: problematizando noções de pesquisa na área de Letras

Autor: Laryssa Paulino de Queiroz Sousa Título: Perspectivas pós-humanistas na formação docente e no ensino de língua inglesa

Autor: Themis Rondão Barbosa da Costa Silva

Título: Ensino de línguas e formação cidadã: uma proposta de formação continuada de professores

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE INGLÊS PARA O ENSINO A DISTÂNCIA

Emeli Borges Pereira Luz

Centro de Ensino de Línguas, CEL- UNICAMP.

A educação vem se transformando com as Tecnologias Digitais da Informação e

Comunicação. Para adaptarem-se a tais mudanças, constitui-se prática comum

que universidades disponibilizem e incentivem alunos e professores a fazerem

uso de ambientes virtuais de ensino e aprendizagem, como a plataforma Moodle.

Pesquisadores reportam que normalmente educadores começam suas

experiências na educação online sem treinamento prévio e então, em sua

maioria, eles aprendem na base da tentativa e do erro, durante o

desenvolvimento de suas carreiras (ARCHAMBAULT; CRIPPEN, 2009;

HAWKINS; GRAHAM; BARBOUR, 2012). Entretanto, ensinar online requer

papéis, responsabilidades e estratégias diferentes do ensino presencial

(HAWKINS; GRAHAM; BARBOUR, 2012). Assim sendo, esta pesquisa questiona

se os cursos de ensino de inglês oferecidos por Universidades Públicas

Brasileiras equipam a próxima geração de professores com as habilidades

necessárias para ensinar via educação a distância através de ambientes online. A

metodologia utilizada é de natureza quantitativa e considera 118 universidades

que oferecem graduação em Língua e Literatura Inglesa. Os respectivos

currículos foram analisados unicamente para investigar se os cursos ofereciam

módulos relacionados ao ensino a distância. Apenas quatro instituições propõem

módulos inteiros que lidam com educação a distância, embora sejam eletivos.

Para propor uma alternativa a essa questão, é apresentado um conjunto de três

módulos relacionados à tecnologia, ensino a distância e aprendizado. O modelo

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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TPACK foi utilizado como um guia para analisar os módulos propostos. O

desenvolvimento dos módulos pode estabelecer uma formação de professores

pré-serviço mais sólida e holística, para que os formadores possam estar

preparados para ensinar em ambientes online e híbridos.

Palavras-chave: Formação pré-serviço; Educação a distância; TPACK.

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FORMAÇÃO CRÍTICA DE PROFESSORES: PROBLEMATIZANDO NOÇÕES

DE PESQUISA NA ÁREA DE LETRAS

Fernanda Costa Ribas

Universidade Federal de Uberlandia, UFU.

O objetivo desta comunicação é relatar uma experiência que venho

desenvolvendo no contexto do Curso de Licenciatura em Letras/Língua Inglesa

na disciplina de Metodologia de Pesquisa em Letras, cujo enfoque é a formação

crítica dos futuros professores de línguas e o desenvolvimento dos letramentos

acadêmico e digital. A referida disciplina visa criar espaços teóricos-

metodológicos para a construção de conhecimentos sobre a concepção de

pesquisa e o universo de pesquisa acadêmica, debatendo questões culturais,

políticas e sociais envolvidas no fazer científico, de forma que os alunos possam

debater e experienciar situações envolvendo ética e pesquisa. A experiência que

irei relatar faz parte de um projeto de pesquisa sobre políticas de formação de

professores de línguas à luz dos estudos sobre letramentos, que tem como um de

seus objetivos promover e avaliar iniciativas de construção, reconstrução e

socialização de saberes que incidam na formação crítica de professores de

línguas e no desenvolvimento de seus letramentos. Para o desenvolvimento da

proposta, me apoio nos estudos sobre letramentos (letramento digital, letramento

crítico, letramento emocional, multiletramentos, novos letramentos), conforme

autores como Weare (2004), Matthews (2006), Lankshear e Knobel (2006), Dias

(2010), Cope e Kalantzis (2012), Benesch (2012), Janks (2013), Monte Mór

(2013, 2014, 2015), Rocha e Maciel (2015), dentre outros. Os dados que serão

apresentados dizem respeito a narrativas de experiência (orais e escritas)

elaboradas pelos professores em formação participantes no decorrer da disciplina

de metodologia, bem como atividades postadas no ambiente virtual da turma

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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(Google Sala de Aula). Os resultados parciais obtidos até o momento apontam

que trabalhar com os alunos em um ambiente virtual de aprendizagem (o Google

Sala de Aula), segundo uma visão colaborativa de aprendizagem, pode prepará-

los para vivenciarem a pesquisa e a aprendizagem na era digital, possibilitando a

problematização de noções de ciência, produção e difusão de conhecimento na

sociedade contemporânea. Espero que esses resultados possam fornecer

ilustrações de práticas possíveis que podem contribuir para a formação crítica de

professores de língua no campo da Linguística Aplicada.

Palavras-chave: Formação crítica de professores de língua inglesa; Letramentos;

Metodologia de pesquisa.

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PERSPECTIVAS PÓS-HUMANISTAS NA FORMAÇÃO DOCENTE E NO ENSINO DE LÍNGUAS

Laryssa Paulino de Queiroz Sousa

Universidade Federal de Goiás, UFG. O trabalho em questão é um projeto de doutorado em desenvolvimento que contempla a formação de professoras/es de língua inglesa e o processo de ensino-aprendizagem de inglês. O objeto deste estudo consiste em interações entre a pesquisadora e um grupo docente de uma escola de idiomas em Goiânia, em Goiás, que objetivarão discutir perspectivas pós-humanistas no ensino-aprendizagem de línguas. Assim, os objetivos deste trabalho são: a) investigar e

problematizar a realização de uma experiência de formação docente colaborativa, pautada por perspectivas do Pós-humanismo no contexto de uma escola de idiomas; e b) investigar, avaliar e discutir as potencialidades, as limitações e os desafios da implementação da educação linguística de inglês fundamentada na perspectiva pós-humanista no contexto em questão. Por conseguinte, a investigação é embasada em estudos de autoras/es como Latour (1999, 2004), Barad (2003, 2007), Haraway (2008), Bennett (2009), Braidotti (2013, 2016, 2017), Ferrando (2013), Cook (2016), Murris (2016), Pennycook (2016, 2018),

Appleby e Pennycook (2017), entre outras/os. Busco, por meio desta pesquisa, promover a desconstrução de entendimentos sobre o que significa ser humana/o, o questionamento sobre o que é língua(gem) e o que ela engloba e a problematização das relações entre entidades humanas e não-humanas. Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como qualitativa e, mais especificamente, como uma pesquisa pós-humanista, pois as fontes usadas para a geração do material empírico incluirão elementos e relações materiais e discursivas que constituem nosso mundo de maneira integrada. A geração do

material empírico ocorrerá entre os meses de agosto de 2019 a junho de 2020. Palavras-chave: Pós-humanismo; Formação docente; Ensino-aprendizagem de língua inglesa.

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ENSINO DE LÍNGUAS E FORMAÇÃO CIDADÃ: UMA PROPOSTA DE

FORMAÇÃO CONTINUADA E PROFESSORES

Themis Rondão Barbosa da Costa Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul.

A transformação social na educação e as diferentes formas de produzir conhecimento no mundo globalizado, múltiplo e de complexidades de hoje apontam para a mudança na responsabilidade profissional do professor, em especial, no que diz respeito a sua atuação como educador (MENEZES DE SOUZA, 2011). Sendo assim, é premente refletir sobre as características da

formação docente capaz de possibilitar ao professor um olhar mais amplo sobre o seu entorno e sobre diferentes formas de ensinar. Nesse sentido, a presente comunicação visa discutir possibilidades para a formação docente e para o ensino de línguas orientado pelas práticas translíngues. As discussões propostas estão articuladas a uma pesquisa qualitativa do âmbito da linguística aplicada e de perspectiva transdisciplinar, fundamentada em estudos pós-estruturalistas (BRITZMAN, 1991; MIGNOLO, 2000; MENEZES DE SOUZA, 2007, 2011; KUMARAVADIVELU, 2008) e na orientação translíngue (CANAGARAJAH, 2011,

2013; GARCIA; WEI, 2014; ROCHA; MACIEL, 2015). O objetivo do citado estudo é desenhar uma proposta de curso de extensão para formação continuada de professores de línguas de escolas públicas. Em outras palavras, para a concepção da proposta de formação crítica colaborativa de educadores serão consideradas as potencialidades de orientações teóricas mais contemporâneas que focam no rompimento com posições colonizadoras e homogeneizantes, favorecem a participação social e democrática e levam em consideração um

modelo de educação que valoriza questões de justiça social, buscando amenizar os danos sociais causados por práticas e estruturas injustas (TODD, 2003). Em suma, espera-se que este trabalho possa contribuir para a ampliação das reflexões a respeito de formação crítica colaborativa de educadores e fortalecimento da agência docente (LIBERALI; 2018). Palavras-chave: Formação de professores; Ensino de línguas; Agência docente.

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DEBATEDORES

Denise Braga e Dafnie Paulino

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Alan Victor Freitas de Andrade Título: Repertórios espaciais na sociedade pós-tipográfica:

(re)construindo significados a partir dos memes Autor: Karen Tank Mercuri Título: Estudo discursivo da construção do significado em comentários do Facebook

Autor: Mario Marcio Godoy Ribas Título: Uma proposta para entender os letramentos pela perspectiva pós-humanista

Autor: Paulo Noboru de Paula Kawanishi Título: O aperfeiçoamento do eu: estudo das práticas discursivas na constituição de biohackers enquanto sujeitos pós-humanos

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REPERTÓRIOS ESPACIAIS NA SOCIEDADE

PÓS-TIPOGRÁFICA: (RE)CONSTRUINDO SIGNIFICADOS A PARTIR DOS MEMES

Alan Victor Freitas de Andrade

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS. A sociedade atual está em constante processo de mudança. Com o advento das tecnologias digitais, esse processo se tornou cada vez mais ráp ido e fluido, sobre

tudo a partir das tecnologias digitais. Dessa maneira, o ensino tradicional, linear, e mecânico não faz mais sentido para nova geração de aprendizes. Observando essa realidade, teóricos como Pennycook (2018) e Canagarajah (2017) abordam uma proposta para entender essas mudanças na sociedade e refletir sobre o posicionamento centralizado do homem na sociedade. Este trabalho se caracteriza por ser o início do estudo de uma dissertação e, como objetivo dele, busca-se compreender as relações entre as perspectivas abordadas no pós-humanismo acerca de um novo gênero textual que vem ganhando protagonismo

na sociedade: o meme. A partir da obra de Dawkins (2006), sua ideia de memes transpôs a biologia e se tornou objeto de estudos da Linguística Aplicada. A perspectiva pós-humanista busca superar a ideia de homem como centralidade da sociedade, desse modo, elementos não humanos, sejam vivos ou não, são considerados ativos (RIBAS, 2018, p.43). Os chamados “Repertórios Espaciais” (CANAGARAJAH, 2017), que consideram todos os objetos no espaço como componente para a construção de sentido, abrange a perspectiva pós-humanista, ressignificando o enunciado a partir da mudança das disposições desses

elementos. Pretende-se utilizar, neste estudo, a abordagem qualitativa/interpretativa que apresenta a “possibilidade de se aplicar os resultados a outros contextos dependendo da similaridade entre eles. A interpretação dos resultados se dá com base na organização e na descrição dos dados pelo pesquisador” (MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p.113). Desse modo, será deixada em foco a descrição dos memes reproduzidos pela página e na interação das pessoas que curtem a mesma. Neste momento da pesquisa,

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entendemos que o meme e seu significado se altera a partir de diferentes

proposições dos elementos multimodais/textuais, além de ressaltar como o significado é fluido e colaborativo, sendo sempre ressignificado. A partir desse ponto de vista, é necessário refletir as posturas que são tomadas em sala de aula, e como os conteúdos passam a ser propostos nesse espaço. Palavras-chave: Memes; Pós-humanismo; Repertórios espaciais.

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ESTUDO DISCURSIVO DA CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICADO EM COMENTÁRIOS DO FACEBOOK

Karen Tank Mercuri

Universidade Estadual de Campinas (IEL, UNICAMP)

Este trabalho tem como objetivo estudar os linchamentos virtuais (MERCURI, 2016) e analisar a linguagem multimodal neles utilizada. Mais especificamente, procuramos compreender de que maneira os diferentes modos de linguagem se combinam no texto para produzir expressões de afeto e julgamento que caracterizem um linchamento virtual. Propomos uma análise discursiva baseada na junção de duas perspectivas teórico-metodológicas, que têm raízes na Linguística Sistêmico-Funcional – LSF – (HALLIDAY, 1994; HALLIDAY &

MATTHIESSEN, 2004): o Sistema de Avaliatividade (MARTIN e WHITE, 2005) e a Análise Multimodal (BALDRY e THIBAULT, 2006; KRESS, 2010). O Sistema de Avaliatividade nos dá o aporte necessário para analisarmos as manifestações de afeto e julgamento, instanciadas nos textos. Já a Multimodalidade nos dá a compreensão do significado avaliativo quando o texto possui outras semioses, com ou sem escrita. Como recorte, foi escolhido o linchamento virtual com motivação política, pois ele pode ser considerado um dos “gatilhos” dos linchamentos virtuais (MERCURI, 2016). Na coleta de dados, com auxílio do API

Netvizz, monitoramos comentários no Facebook feitos nas páginas do G1 e El País acerca do desempenho dos presidenciáveis em entrevistas e debates a época da campanha eleitoral, em 2018. Em análises preliminares, constatou-se que, em alguns casos, havia expressão de afeto e julgamento na mesma escolha linguística, formando uma categoria híbrida de classificação. Por exemplo, ao referirem às posições políticas contrárias, ao mesmo tempo em que expressavam afeto da ordem do não-gostar, também julgavam como baixa capacidade

intelectual da parte opositora. Notamos ainda que algumas avaliações somente eram possíveis na junção imagem-texto. Espera-se com este trabalho contribuir: para a sistematização das escolhas de linguagem em tais postagens que resultem em um linchamento virtual; para o campo da LSF, em pesquisas que

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envolvam a Língua Portuguesa, mídias sociais e/ou multimodalidade e; para a

compreensão de como essas escolhas impactam a sociedade, dentro e fora das mídias sociais. Palavras-chave: Linchamentos virtuais; Avaliatividade; Multimodalidade.

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UMA PROPOSTA PARA ENTENDER OS LETRAMENTOS PELA PERSPECTIVA PÓS-HUMANISTA

Mario Marcio Godoy Ribas

Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Este trabalho tem como ponto de partida a perspectiva pós-humanista da filósofa feminista Braidotti (2013), que compreende o sujeito pós-humano constituído na e

pela multiplicidade, sendo sua subjetividade incorporada e compartilhada entre os elementos presentes numa assemblagem feita de seres humanos e não-humanos. A partir desse entendimento, busquei, em outro momento (RIBAS, 2018), apresentar uma concepção de gênero textual/discursivo relacionada às ideias pós-humanistas no contexto da linguística aplicada. Para isso, foram cruzadas as ideias de Pennycook (2018), Appadurai (2015) e Bhatia (2015). Esse trabalho originou uma pesquisa de doutorado, em andamento e aqui apresentada, na qual busco investigar o que podemos conceber como

letramentos pós-humanos, e quais as implicações de tal concepção. Tomo como parte da fundamentação teórica o assim chamado novo materialismo de Barad (2007) e a teoria ator-rede de Latour (2011) aplicados aos conceitos de intra-ação (BARAD, 2007), afeto (BRAIDOTTI, 2013), subjetividade e agência (KUBY; SPECTOR; THIEL, 2019). Esta fase da pesquisa é puramente bibliográfica e visa estabelecer relações das ideias pós-humanistas com as pesquisas sobre (multi)letramentos já conhecidas por linguistas aplicados no Brasil, especialmente

as produzidas a partir dos trabalhos de Lankshear e Knobel (2003) e Cope e Kalantzis (2000). Como resultado parcial, é possível indicar que os letramentos pós-humanos expandem a agência para além do ser humano, e a produção de conhecimentos, realidades e verdades emerge da constituição mútua das agências ou, como nomeado por Barad (2007), intra-ação. Pela perspectiva pós-humanista, os letramentos passam a ser entendidos não simplesmente como práticas sociais, mas processos materialdiscursivos (MURRIS, 2016) nos quais matéria e significado formam um emaranhado, sem privilégio de uma ou outra na

constituição do real. Dessa maneira, pelos letramentos pós-humanos, tanto

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estudantes, professores e outros humanos envolvidos na educação quanto

elementos materiais como livros, papéis, animais, natureza, computadores e celulares são agentes inseparáveis dos diversos letramentos possíveis. Palavras-chave: Pós-humanismo; Novo materialismo; Letramentos.

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O APERFEIÇOAMENTO DO EU: ESTUDO DAS PRÁTICAS DISCURSIVAS NA CONSTITUIÇÃO DE BIOHACKERS ENQUANTO SUJEITOS PÓS-HUMANOS

Paulo Noboru de Paula Kawanishi Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

Tratar do pós-humano é compreender, primeiramente, sua posição enquanto

termo guarda-chuva, como Pennycook (2018) afirma. Por um lado, de acordo com Fukuyama (2003) e Tirosh-Samuelson (2011), há o pós-humano almejado pelo movimento transhumanista. Este defende o uso da tecnologia para intervir na evolução da humanidade. Em contrapartida, existe o pós-humano que seria a proposta de compreender um sujeito, cujo processo de subjetivação escapa da esfera do humano, como a filósofa Rosi Braidotti (2013) explica, tendo, como um de seus diferenciais, a tomada de diferentes atores (máquinas, por exemplo) como parceiros dialógicos dos humanos (BUZATO, 2018). Partindo deste

cenário, propomos comentar, nesta apresentação, sobre parte de nossa pesquisa que busca estudar o processo de subjetivação de indivíduos inseridos em grupos de biohacking, também conhecidos como “cientistas de garagem”. Estes estabelecem diferentes atividades que vão desde dietas até implantes de chips em seus corpos. Primeiramente, apresentaremos o conceito de pós-humano a partir do qual desenvolvemos nosso trabalho. Em seguida, além de descrever brevemente o biohacking e apresentar um exemplo de suas atividades, discorreremos sobre duas noções teóricas que são fundamentais para a

pesquisa, pois colaboram no processo de reflexão sobre um sujeito pós-humano: o conceito de cuidado de si, trabalhado por Michel Foucault (1984 [2018]), e o Ator-rede de Bruno Latour [2012]. Durante a apresentação, explicaremos a importância de cada conceito, assim como suas limitações, procurando, então, esclarecer como as noções, em conjunto, contribuem para as reflexões acerca do pós-humano. Supomos que, ao estabelecer um ponto de diálogo entre os dois teóricos, os estudos da linguagem podem se assumir pós-humanos, uma vez que tanto a dimensão discursiva quanto a não-discursiva estariam sendo abordadas.

Palavras-chave: Pós-humano; Subjetividade; Biohacking.

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DEBATEDORES

Simone Batista e Jéssica Vasconcelos

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Renan Mateus Tudela Título: TICs no ensino de inglês: o que pensam os professores em

formação inicial? Autor: Sandra Mari Kaneko Marques Título: Inglês para Fins Ocupacionais Online: um relato de experiência no contexto universitário Autor: Vivian Nádia Ribeiro de Moraes

Título: O aplicativo digital Quizlet como complementação a uma proposta didática de ensino de inglês para a Terceira Idade Autor: Zenaide Moschim Gianini Título: Padlet: construindo a autonomia na aprendizagem de inglês

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TICs NO ENSINO DE INGLÊS: O QUE PENSAM OS PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL?

Renan Mateus Tudela Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, Brasil.

De acordo com Paiva (2010, p. 6), “quando uma tecnologia começa a fazer parte

das atividades sociais da linguagem, a escola, geralmente, acaba por incorporá-la em suas práticas pedagógicas”. No entanto, a necessidade de capacitar professores para o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula ainda é um grande desafio para as instituições de ensino superior brasileiras (CARDOSO, 2015). Além disso, uma discussão sobre o assunto ainda é ausente no currículo da maioria dos cursos de graduação (MARTINS; MOREIRA, 2012). Portanto, esta pesquisa tem como objetivo invest igar e melhor compreender as percepções de um grupo de alunos de Letras de uma

universidade federal do interior do estado de São Paulo acerca do uso de TICs no ensino de Língua Inglesa e suas percepções sobre as possíveis contribuições do curso de graduação para que eles façam uso destes recursos em suas aulas. A investigação fundamenta-se, principalmente, na formação reflexiva de professores (Nóvoa, 1992; Schön, 1992; Zeichner, 1993) e nos modelos de CALL – Computer Assisted Language Learning (Warschauer, 1996; Bax, 2003), entre outros conceitos apresentados por outros pesquisadores. Para alcançar os objetivos propostos, serão utilizados como instrumentos de pesquisa um

questionário para o levantamento do perfil dos participantes e uma entrevista para coleta de dados. Ademais, será realizada a análise documental de planos de aula e materiais didáticos desenvolvidos pelos participantes previamente a este estudo como parte das disciplinas de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado de LI. Espera-se, com o presente estudo, melhor compreender como o curso de Letras contribui (ou não) para que os alunos tenham um conhecimento mais aprofundado sobre as TICs e como utilizá-las no processo de ensino e

aprendizagem de língua inglesa. Palavras-chave: Formação inicial de professores; Tecnologias de informação e comunicação; Ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras.

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INGLÊS PARA FINS OCUPACIONAIS ONLINE: UM RELATO DE

EXPERIÊNCIA NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO

Sandra Mari Kaneko Marques Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP.

Cursos de inglês para fins específicos têm se tornado cada vez mais frequentes por conta das demandas de contextos profissionais e acadêmicos, intensificadas por processos de globalização e internacionalização. Tais cursos priorizam o

atendimento das necessidades específicas do aprendiz, “estando relacionado a sua área de atuação, além de desenvolver a linguagem apropriada ao seu contexto e de acordo com habilidades específicas” (VIAN JR, 1999, p.438). Ao situar o inglês para fins específicos (ESP-English for Specific Purposes) no contexto de ensino e aprendizagem de língua inglesa, Hutchinson e Waters (1987), por meio da representação gráfica em forma de árvore, apresentam o ramo de inglês para ciência e tecnologia (EST-English for Science and Technology), subdividido em inglês para fins acadêmicos (EAP-English for

Academic Purposes) e inglês para fins ocupacionais (EOP-English for Occupational Purposes). Enquanto o primeiro é voltado para estudo de línguas em contextos acadêmicos, o segundo tem por foco o ensino e aprendizagem para atividades e funções em diversas áreas de atuação profissional. Nesta apresentação, temos como objetivo discutir sobre a experiência na realização de cursos online de inglês para fins ocupacionais para servidores técnico-administrativos de uma universidade pública paulista. Tais cursos foram oferecidos de forma síncrona por meio da ferramenta de webconferência Zoom.

Esses cursos fazem parte de um programa de ensino de língua inglesa voltado para a internacionalização da comunidade interna, ou seja, docentes, alunos de pós-graduação e servidores. Os professores que ministram tais cursos são alunos de graduação e pós-graduação na área de Letras. Reuniões de planejamento de curso, elaboração de material didático e acompanhamento das aulas também foram realizadas de forma online, com a supervisão de uma docente, colaboradora do programa. As leituras e discussões propostas nas

reuniões ficam disponibilizadas no ambiente Padlet. Os resultados têm apontado

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que os alunos desses cursos se mostram satisfeitos com a organização do curso,

demonstrando também a importância em se aprender a língua inglesa na contemporaneidade. Palavras-chave: Inglês para Fins Ocupacionais; Modalidade online; Formação docente.

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O APLICATIVO DIGITAL QUIZLET COMO COMPLEMENTAÇÃO A UMA PROPOSTA DIDÁTICA DE ENSINO DE INGLÊS PARA A TERCEIRA IDADE

Vivian Nádia Ribeiro de Moraes

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP.

O uso de recursos tecnológicos digitais no ensino de línguas é tema cada vez mais recorrente em pesquisas na área da Linguística Aplicada. Porém, ainda são poucos os estudos acadêmicos sobre o uso desses recursos na sala de aula de línguas para o público da Terceira Idade. Diante desse cenário, esta pesquisa de Mestrado, considerada uma pesquisa-ação (VIANA, 2007), que teve como objetivo principal refletir sobre as necessidades e especificidades de idosos aprendizes de inglês, se propôs, de acordo com seus objetivos específicos, a

apresentar e avaliar uma proposta didática, que refletisse tais necessidades e especificidades, utilizando, como complementação, o aplicativo digital Quizlet. Com base nas informações coletadas por meio de questionários semiestruturados e entrevistas gravadas em áudio sobre o perfil socioeconômico/cultural e as carências e particularidades de dois grupos de idosos aprendizes de inglês de uma UNATI em uma universidade pública no interior do Estado de São Paulo, foi apresentada uma proposta didática criada a partir da adaptação de um material didático, originalmente pensado para o

público adulto em geral, seguindo alguns critérios de adaptação de Tomlinson e Masuhara (2005) e Richards (2012). Considerando o uso de recursos tecnológicos no papel de otimizadores das práticas pedagógicas, à luz de Leffa (2006), Paiva (2008), Kenski (2008) e Moran (2004, 2007, 2015), a ferramenta Quizlet for incorporada à proposta didática a fim de suprir certas dificuldades apontadas pelos participantes da pesquisa no tocante ao trabalho com o léxico da língua inglesa. No recorte que nos propomos a apresentar, discutiremos como a

utilização do Quizlet se deu, expondo os apontamentos feitos pelos participantes da pesquisa registrados em um diário reflexivo da professora-pesquisadora, além das características do aplicativo e exemplos de atividades. Finalmente, apresentaremos a avaliação positiva dos alunos quanto ao uso do aplicativo,

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através de trechos transcritos de uma entrevista. Concluímos que tal investigação

corroborou para o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas no dado contexto de ensino e que seus desdobramentos originaram um pertinente projeto de pesquisa de Doutorado. Palavras-chave: Material didático; Terceira idade; Tecnologia.

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PADLET: CONSTRUINDO A AUTONOMIA NA APRENDIZAGEM DE INGLÊS

Zenaide Moschim Gianini Faculdade de Tecnologia de Araras, FATEC ARARAS.

Esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados preliminares de

uma pesquisa ainda em andamento. O experimento foi iniciado em 2014 a partir de proposições de uso de ferramentas da WEB para o ensino de inglês como língua estrangeira. O projeto inicial foi requisito para a conclusão do curso Building Teaching Skills Through the Interactive Web Course realizado através de um programa de bolsa de estudo denominado E-Teacher Scholarship Program oferecido pela University of Oregon. O objetivo da pesquisa, no contexto em que ela se desenvolve, é buscar soluções para maximizar o tempo de duas horas

semanais em sala de aula, melhorar os resultados dos alunos menos independentes, desenvolver a autonomia desses alunos e motivá-los para que assumam o protagonismo em seu processo de aprendizagem. A ferramenta utilizada têm sido o Padlet - um serviço online que funciona como um mural no qual os alunos publicam e compartilham textos, fotos, links, vídeos para realizar tarefas que são propostas e mediadas pelo professor e comentadas pelos colegas; podem ainda discutir suas aulas e receber devolutivas. O referencial teórico deste trabalho baseia-se no conceito de “autonomia do aprendiz” de Holec

(1981), que o define como “a capacidade do aprendiz de assumir o comando da própria aprendizagem” e postula que a autonomia é uma habilidade inata, e que portanto, deve ser adquirida, quer seja de forma natural ou deliberadamente sistemática e formal. Tomam-se ainda como base as propostas de Thanasoulas (2000) e os princípios e diretrizes do Conselho Europeu (2000/2004). Para avaliar os resultados, foi aplicado um questionário de cunho qualitativo através do qual constata-se, até o momento, que a ferramenta auxilia no desenvolvimento da autonomia confirmando a hipótese inicial, mas que contraditoriamente não obtém

a adesão desejada, o que justifica a continuidade da pesquisa para questionamento da prática e ajustes.

Palavras-chave: Autonomia; Ferramentas da WEB para ensino de LE; Aprendizes de inglês.

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DEBATEDORES

Guilherme Kawachi e Gilmara Reis

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Caroline da Costa Silva Título: Identidades que rimam no rap: ideologias linguísticas nas práticas de letramentos do rap feminino Autor: Lílian Rodrigues de Melo de Aguiar Título: Identidades etárias e livro didático de inglês: um olhar crítico sobre representações do envelhecimento

Autor: Marco Túlio Pena Câmara Co-autor: Ana Martha Santos Vieira Título: Narrativas femininas contemporâneas: o YouTube na sala de aula Autor: Raquel Ferreira Sampaio dos Santos Título: A construção identitária do professor negro em seu processo de formação docente

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Caderno de Resumos do 5º JELT, 2019.

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IDENTIDADES QUE RIMAM NO RAP: IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS NAS PRÁTICAS DE LETRAMENTOS DO RAP FEMININO

Caroline da Costa Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.

Esta pesquisa tem como objetivo dialogar com a história de letramentos da MC (Mestre de Cerimônia), Tássia Reis, uma rapper negra paulistana e referência feminina no rap nacional. Analisaremos a música “Ouça-me” a fim de

compreendermos as ideologias linguísticas em seus discursos. Ou seja, entender um conjunto de crenças e valores socialmente situados sobre a língua que constituem as práticas de letramentos. Logo, pretendemos destacar a pluralidade de saberes das juventudes periféricas que são escritos e perpassados nesse rap. Vale lembrar que o rap é um dos elementos centrais da chamada cultura hip-hop, entendido nesta pesquisa como um movimento da diáspora africana, isto é, um tipo de contradiscurso ou de contracultura da modernidade, em que as vozes, os corpos e os letramentos das juventudes negras e periféricas têm lugar, como

coloca o teórico Paul Gilroy em seu livro O Atlântico Negro (2001). Utilizamos como método de pesquisa a netnografia conforme discutido por Beatriz Polivanov em Etnografia virtual, netnografia ou apenas etnografia? Implicações dos conceitos (2014), em que buscamos entender as práticas linguísticas contextualizadas e de forma situada em ambientes digitais. Os dados desta pesquisa são provenientes de entrevistas e vídeos postados pela MC em um canal do Youtube. Sendo assim, as redes sociais tornam-se para a juventude

periférica, sobretudo para a movimento hip-hop, mais um espaço de intervenção e atuação política, onde há uma maior disseminação das vozes do movimento. Veremos como o rap criado pela MC reflete e reforça as identidades negras relacionada com ideologias linguísticas, que não só contestam a imaginação hegemônica sobre o que é língua, como também sobre o que é negritude.

Palavras-chave: Rap feminino; Letramentos; Ideologias linguísticas.

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IDENTIDADES ETÁRIAS E LIVRO DIDÁTICO DE INGLÊS: UM OLHAR CRÍTICO SOBRE REPRESENTAÇÕES DO ENVELHECIMENTO

Lílian Rodrigues de Melo de Aguiar

Universidade de Brasília, UNB.

Esta é uma pesquisa de mestrado em Linguística Aplicada construída nos anos de 2017 e 2018 na Universidade de Brasília. Dentro dos estudos Identidades foco na identidade etária, no envelhecimento. A pesquisa busca analisar como o

envelhecer é representado em livros didáticos de língua inglesa. Os pressupostos teóricos que fundamentam este estudo consideram o contexto socio-histórico pós-moderno descrito por Hall (2006), os estudos de identidades, essas sempre plurais e em constante construção, como afirmam Moita Lopes (2002) e Rajagopalan (2003) e a identidade etária, o envelhecimento baseado em Aboim (2014), Hermann (2015) e Debert (2010). O livro didático é entendido como auxílio no trabalho pedagógico (BRASIL, 2015; FERREIRA; FERREIRA, 2017) que constrói diferentes identidades sociais (TILIO, 2006), passíveis de

problematizações e é analisado sob o viés do letramento crítico (JORDÃO, 2010; MENEZES DE SOUZA, 2011). O estudo é pautado na abordagem qualitativa, interpretativista e na análise documental baseada (BOGDAN; BIKLEN, 1994; LUDKE; ANDRE, 1986). Três livros adotados em escolas públicas do Distrito Federal são analisados. A base de dados desta investigação são as imagens, textos, áudios de compreensão auditiva e personagens. A análise de dados discute duas categorias: visibilidade e invisibilidade. A visibilidade traz a representação física da pessoa idosa, um envelhecimento ativo, uma

autorresponsabilização da velhice. A pessoa mais velha é representada muito ativa e produtiva, o que interessa de certa forma ao mercado neoliberal. O estudo destaca a representação de celebridades mais velhas sinalizando uma relação entre as mesmas e sabedoria, porém apresentando em sua maioria homens e brancos. A invisibilidade do envelhecimento está na sub-representação física do/a idoso/a, na sua exclusão e apagamento em temas relevantes e na invisibilidade de mais pessoas envelhecidas em situações de cotidiano real. A pesquisa pode

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contribuir para a visualização e compreensão do processo de envelhecer, para a relevância de buscar no LD as identidades etárias e a problematização das mesmas para uma formação cidadã de alunos/as e professores/as de línguas.

Este estudo acrescenta contribuições para um maior contato intergeracional que possibilite significativas construções identitárias ao tentar colocar em evidência a pessoa mais velha, segmento em constante aumento.

Palavras-chave: Identidade etária; Envelhecimento; Livro didático.

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NARRATIVAS FEMININAS CONTEMPORÂNEAS: O YOUTUBE NA SALA DE AULA

Marco Túlio Pena Câmara Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP.

Ana Martha Santos Vieira

Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP.

Com a Internet, os ativistas têm a chance de exporem seus discursos individuais,

permitindo uma identificação coletiva, permitindo novas representações e questões políticas (MAIA, 2002). O artigo propõe o uso de um canal do YouTube para fins educativos, promovendo maior debate de gênero e racial (CARNEIRO, 2011), seguindo a pedagogia da diversidade (GOMES, 2011). Para tanto, escolhemos o canal Afros e Afins, reconhecidamente importante enquanto midiativismo racial no Brasil, mais precisamente os vídeos: “Colorismo, ser negro e os 3 mitos da mulher negra” e “Ativismo de internet é ativismo?”. A escolha

desses dois vídeos se dá pela temática e didática apresentada neles. O primeiro aborda os aspectos referentes ao colorismo frente ao racismo existente no país, com foco no feminismo negro, enquanto o segundo foca na temática de ativismo e midiativismo, mostrando a relação entre a internet e seu papel comunicacional na sociedade, impactando no papel educativo das mídias. A intenção é propor intervenções em sala de aula para que estudantes reflitam sobre a sociedade e, também, pratiquem a educação para os meios (BUCKINCHAM, 2008; 2012) no sentido de contribuir para a formação crítica desses alunos, enquanto um papel

do educador democrático (FREIRE, 1997), principalmente em uma sociedade cada vez mais midiatizada e atravessada por discursos midiáticos e tecnológicos, que aumentam o contato de jovens com as tecnologias de informação. Nesse contexto, acreditamos na hibridização dos espaços físicos e virtuais, a partir da imersão e intersecção desses espaços, em uma aprendizagem ubíqua (SANTAELLA, 2013). Esta perspectiva prevê interação de estudantes com

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plataformas virtuais, a formação subjetiva e a construção individualizada do conhecimento baseada nos processos abertos de aprendizagem. Freire (1997)

acredita que o aprender é capaz de despertar no educando uma curiosidade que, crescente, o torna mais criador. Dessa maneira, o educando, munido de autonomia e provocado pela pedagogia (FREIRE, 1997), sente-se não mais espectador do mundo, mas sujeito desse. Assim, acreditamos que canais de YouTube enquanto produtos midiativistas podem servir de material auxiliar no ensino formal, fomentando a discussão de gênero e étnico-racial em sala de aula, desencadeando outros debates caros à formação acadêmica e pessoal dos

estudantes. Palavras-chave: Feminismo; Educação para os meios; Midiativismo; Internet; Diversidade.

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A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DO PROFESSOR NEGRO EM SEU PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE

Raquel Ferreira Sampaio dos Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.

No presente trabalho tenho por objetivo discutir a construção identitária de um professor negro de inglês em formação, por meio de narrativas compartilhadas

em um grupo de reflexão do qual eu fiz parte, na Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Esse trabalho tem como três objetivos principais: a discussão da relação entre os estudos raciais e a educação; a reflexão sobre a formação docente do professor de língua inglesa e a sua conexão aos estudos raciais; a ressignificação e a reflexão sobre a construção identitária de professores negros de inglês através das narrativas compartilhadas. Esse estudo situa-se no campo da pesquisa qualitativa (DENZIN e LINCOLN, 2006) e da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006). Essa pesquisa é norteada por

estudos raciais que levam em consideração o racismo que ocorre dentro do contexto brasileiro (MUNANGA; GOMES, 2016). Nesse estudo, teço considerações a respeito do letramento como uma prática de liberdade (FREIRE, 1967, 1983; HOOKS, 2013) relacionando-o ao letramento crítico racial que busca incluir a reflexão a respeito dos estudos raciais (FERREIRA, 2015). Ademais, discuto a importância de uma formação docente que leve em consideração demandas sociais como racismo (FREIRE,1983; HOOKS, 2013; STREET, [1995]

2014). Construtos teóricos advindos dos estudos da narrativa (LABOV, 1972) e da narrativa conversacional (BASTOS, 2005) foram utilizados para a análise dos dados gerados. Sobre a análise, teço comentários no que concerne aos estudos de identidade, a partir de teóricos como Hall (2014) e Woodward (2014). Por meio da análise dos dados, observei o quanto a questão racial traz diversos desdobramentos tais como: a construção da identidade racial, o estigma que o professor negro de inglês enfrenta e o acesso de pessoas negras a língua inglesa. Em suma, esse trabalho configura-se como um modo de reflexão a

respeito de ressignificação da identidade do professor negro de inglês.

Palavras-chave: Identidade; Letramento; Narrativa.

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DEBATEDORES

Lucas Lopes e Tatiana Gabas

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Catarina Goulart Mendes da Silva Título: O Idiomas sem Fronteiras como política linguística nacional e local

Autor: Débora Isis Martins dos Santos Título: A vingança dos nerds: os novos domínios do transletramento geek Autor: Juliana Herculano Araujo Silva Título: As hashtags estão na moda: Análise dos usos de jovens falantes de Português no Instagram

Autor: Letícia Henrique Santos da Silva Título: Práticas de letramentos e ideologias linguísticas na tour do LDRV

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O IDIOMA SEM FRONTEIRAS COMO POLÍTICA LINGUÍSTICA NACIONAL E LOCAL

Catarina Goulart Mendes da Silva

Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP Neste trabalho, apresentarei os desenvolvimentos iniciais da minha monografia de graduação em Letras, cujo foco é o programa Idiomas sem Fronteiras (IsF),

criado em 2012 pelo Ministério da Educação (MEC) e implementado na UNICAMP em 2017. Inicialmente, o objetivo do programa foi potencializar o desenvolvimento da proficiência em inglês de candidatos a intercâmbio pelo então Ciências sem Fronteiras (DELLA ROSA, 2018). Posteriormente, o IsF foi expandido para abarcar diferentes línguas e constituiu-se como política linguística de extrema relevância para o ensino de línguas estrangeiras (em especial o inglês) no Brasil, com implicações em políticas linguísticas também a nível local. No recorte escolhido para esta apresentação, serão discutidos os documentos

oficiais que instituem o IsF (em sua maioria, portarias do MEC), a fim de analisá-los quanto aos objetivos e justificativas que trazem para a criação do programa, além de concepções implícitas sobre língua, linguagem e ensino, buscando refletir sobre a natureza das políticas linguísticas que eles ensejam, numa perspectiva discursiva de língua/linguagem. Tal análise busca entender quais políticas linguísticas surgem com a criação do IsF e a que propósitos e interesses elas têm servido, assim como identificar possíveis efeitos dessas políticas na

construção de espaços para o ensino e uso de inglês a níve l local, mais especificamente, na UNICAMP. Amparo-me nas teorizações de Fairclough (2010) sobre a análise crítica de discurso, entendendo “discurso” como um complexo conjunto de relações que traz para as relações sociais o significado e a produção de sentidos. Entende-se, também, política linguística como processos políticos que visam alterar determinados contextos sociolinguísticos (MAHER, 2013). Resultados iniciais mostram que os documentos não apresentam explicitamente concepções de língua/linguagem. Contudo, cabe questionar tais ausências e o

que elas também dizem sobre os posicionamentos ideológicos e discursivos que

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os documentos indexam. Além disso, concluímos que mudanças nos documentos de diferentes anos ilustram uma evolução do programa, in icialmente definido

como um curso online, mas posteriormente como um programa que visa não só o desenvolvimento da proficiência linguística, mas também a formação de professores pré-serviço e da rede pública, e o estímulo à criação de políticas linguísticas nos contextos universitários locais. Palavras-chave: Idiomas sem Fronteiras; Política linguística; Ensino de inglês.

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A VINGANÇA DOS NERDS: OS NOVOS DOMINÍNIOS DO TRANSLETRAMENTO GEEK

Débora Isis Martins dos Santos Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ.

Os nerds foram constantemente marginalizados durante o século XX, categorizados como dotados de alta inclinação aos estudos e de hábitos reclusos estranhos. Hoje, com a consolidação da Geração Y – a nova geração - a sociedade parece estar mais adepta a eles. Os CDFs, como também são chamados, possuem suas próprias práticas linguísticas com textos específicos,

que só eram compreendidos por um seleto grupo. Um clube de sócios únicos, o meio dos excluídos já foi indecifrável e misterioso para o resto da sociedade, no entanto, a comunidade geek - como passou a ser chamada a nova categoria de nerds modernos - cresceu, assim como o contingente de fluentes nessa comunicação. Quem é o novo nerd e quais as suas práticas de letramento? Este trabalho visa apresentar os resultados preliminares de uma análise das práticas linguísticas orais e escritas do meio nerd, promovendo uma leve desmistificação de seu passado, porém com maior enfoque nos dias atuais, traçando um paralelo

entre as duas gerações e o novo cotidiano daqueles que eram jovens e nerds entre os anos 1970 e 2000. Os Novos estudos do Letramento (STREET, 2004) que entendem a escrita como uma prática social atravessada por relações de poder são a fundamentação teórica. Para tal análise, foi realizada uma pesquisa netnográfica (POLIVANOV, 2011) na comunidade do site “Matando Robôs Gigantes”. Dentro das análises preliminares, quero evidenciar a presença de assuntos com temáticas raciais, direitos civis e outras quebras de preconceitos,

que aos poucos vão deixando de ser tabus. Destaco em minha pesquisa três podcasts – conversas sobre assuntos variados, gravadas e disponíveis no site – em que são debatidos filmes nerds e acontecimentos do cotidiano. Em dois desses podcasts são tratados, corriqueiramente, discriminação racial, desigualdade, „afrofuturismo‟ (O GLOBO, 2019); não por militância, mas por estar

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presente nos produtos consumidos. O terceiro podcast é marcado por diversas formas de preconceito e discriminação, com mulheres, pessoas gordas e fora do padrão, no geral. Assim, vemos que por mais que o novo nerd tenha acesso a

diversas discussões que promovem a (des)construição de conceitos enraizados, ele ainda dissemina/naturaliza preconceitos contra todos que não são homens, héteros e brancos. Palavras-chave: Letramentos; Juventudes; Nerd.

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AS HASHTAGS ESTÃO NA MODA: ANÁLISE DOS USOS DE JOVENS FALANTES DE PORTUGUÊS NO INSTAGRAM

Juliana Herculano Araujo Silva

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ.

Este artigo tem como pontapé analisar/apontar as escolhas (hashtag) tidas como preferências de jovens usuários na rede social Instagram com base nas expressões mais utilizadas pelos jovens no Brasil junto de uma análise semiótica da configuração dessas fotos/legendas e como o verbal/não verbal se relaciona nesses usos para a descrição em suas fotos/vídeos no qual são evidenciadas pelas expressões pertencentes à Língua Inglesa. Pensando nessas imbricações,

este estudo visa realçar os usos que se integralizam em nossa cultura-língua, trazendo um novo aparato de se entender o que é língua como cultura carregada de signos de acordo com a história de cada falante que dela faz uso, salientando que não existe uma língua boa ou ruim, existem diversas variedades e que estas variedades servem para apontar os discursos que estão envolvidos em um dado contexto. Após, partiremos rumo às observações e realizaremos as devidas exposições acerca dos usos de hashtag em inglês no perfil do Instagram de jovens brasileiros e a caracterização dessas construções a partir do fundamento

teórico de Ideologias Linguísticas (BLOMMAERT, 2014), Transidiomática (MOITA LOPES, 2013), Análise Semiótica (JOLY, 1994). A pesquisa ocorreu através de uma coleta de dados e de um questionário quantitativo com jovens falantes de Português que utilizam a rede social Instagram. O que nos mostra os usos de hashtags em Inglês por jovens falantes de Português é a questão de reinventar em outro idioma uma possibilidade de acessibilidade, de ressignificar aquilo que por muito tempo foi considerada língua opressora e ao mesmo tempo a língua do “prestígio social” que todos devem saber, pois bem, nos meios de comunicação

de internet, fica registrado que não necessariamente precisa ter conhecimento da língua específica, o usuário só precisa compartilhar e desenvolver esse processo, aprender por meio dessas redes e provar resistência, transformando a língua opressora em língua de contato. Faz-se necessário analisar os contextos onde as

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ideologias linguísticas ocorrem, como ocorre, qual circunstância é embasada e quais os fluxos relacionados a essas ideologias e por quem são ditos, escritos,

quais as fontes que permeiam toda essa relação de resistência e poder. Palavras-chave: Instagram; Transidiomática; Ideologia linguística.

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PRÁTICAS DE LETRAMENTOS E IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS NA TOUR DO

LDRV

Letícia Henrique Santos da Silva Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ.

O trabalho analisa o Grupo do Facebook LDRV (Lana Del Ray Vevo), com o objetivo de apresentar as diferentes práticas de letramentos e as ideologias linguísticas encontradas em tal perfil. O grupo, criado por Kaerre Neto, atualmente possui mais de quatrocentos mil membros de diferentes cidades do país e é utilizado para compartilhar experiências cotidianas dxs usuárixs com caráter humorístico. Esses membros são, em sua maioria, mulheres e a Comunidade LGBTQ, o que caracteriza a temática das postagens, além dos

relatos cotidianos, sobre artistas do mundo pop, influenciadores digitais e blogueirxs. Fundamentada pelos Novos Estudos de Letramento (STREET, 2014), que entende a escrita como uma prática social atravessada por relação de poder e nos estudos sobre ideologias linguísticas de Blommaert (2014), esta pesquisa conjuga análise linguística à interpretação netnográfica, na modalidade insider (POLINAVOV, 2011), onde a pesquisadora participa do grupo que está sendo utilizado como objeto de estudo, procurando compreender a cultura, as identidades de gênero e a linguagem deste grupo social formado pelos meios de

comunicação digitais do século XXI. Como resultado parcial, mostraremos que a página é um espaço democrático e plural, onde seus membros, escolarizados ou não, encontram um território que torna suas ideologias linguísticas unificadas por questões como cultura pop, humor, resistência, homoafetividade, paródia e juventude. Entendemos que o grupo possui uma identidade linguística democrática e transgressora. Por este motivo, mostraremos a importância das escolas construírem currículos com abertura para os letramentos não escolares, na intenção de pluralizar o que se entende por escrita e leitura em um ambiente

predominantemente hegemônico. Além disso, apresentaremos de que maneira tal

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linguagem tornou-se particular dentro desse contexto de comunicação online e

quais características contribuíram para a ascensão da comunidade nas redes sociais. Palavras-chave: Grupo LDRV; Letramentos; Ideologias linguísticas.

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DEBATEDORES

Joana de São Pedro e Bruno Albanese

APRESENTAÇÕES ORAIS Autor: Gisele Arruda Eckhardt

Título: Leitura, oralidade e tecnologia: combinação possível para o estímulo à prática de leitura Autor: Julia Cristina Granetto Moreira Título: O produtor artista de objetos digitais de aprendência e a formação docente

Autor: Luciano Nobre Resende Título: Blog, educação e cidadania, combinação possível e necessária Autor: Paloma Guimarães de Lima Título: Instapoesia: uma possível abordagem de literaturas no ensino de línguas

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LEITURA, ORALIDADE E TECNOLOGIA: COMBINAÇÃO POSSÍVEL PARA O ESTÍMULO À PRÁTICA DE LEITURA

Gisele Arruda Eckhardt

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ. Esse trabalho tem como objetivo incentivar a prática de leitura dos alunos, através da contação de histórias e de atividades diversificadas de compreensão textual. A pesquisa foi realizada mediante a aplicação de atividades interventivas – resultante de reflexões no Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS/UERJ-FFP) – em uma turma de sexto ano do ensino

fundamental localizada na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. A fundamentação teórica está apoiada na concepção de linguagem sociointeracionista (BAKHTIN,2011),nos conceitos de leitura de Michèle Petit (2009;2010), Beatriz Feres (2011) e Vincent Jouve (2002) , nas discussões acerca da literatura infantil em Bruno Bettelheim (2017) ,Nelly Novaes Coelho (2000;2012), Regina Zilberman (2003) e Karin Hueck (2016). A metodologia adotada está baseada na pesquisa-ação e também foi usada a sequência didática (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004). Soma-se a isso que o processo

interventivo utilizou a tecnologia como recurso para construir significados com os alunos. Plickers e GoConqr são exemplos de meios que foram utilizados para verificar a compreensão textual de uma maneira distinta da que usualmente ocorre. O Plickers é uma ferramenta disponível tanto em dispositivos móveis, quanto na versão web, que permite a criação de testes com quatro opções de respostas (múltipla escolha). Em primeiro lugar, é necessário fazer o cadastro no site. Após essa etapa, é possível criar pastas personalizadas para cada turma. Dentro dessa pasta, inscrevem-se todos os alunos da classe, visto que o sistema

irá gerar um número correspondente a cada discente listado. A leitura das respostas dos alunos foi feita através do aplicativo do Plickers no meu telefone móvel. Em geral, foi uma experiência bastante satisfatória, porque os educandos apreciaram e acredito que consegui transmitir a ideia de que a leitura pode ser multifacetada, não se resumindo a uma forma estática. Em relação ao GoConqr,

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é uma plataforma online que possibilita a criação de mapas mentais. No meu

contexto de atuação, mediante discussões com a turma sobre o conto narrado (A Bela Empoeirada), criamos um mapa sobre os estereótipos que são desconstruídos na história. Como resultados, percebeu-se maior criatividade dos educandos, o diálogo com os textos, a experiência literária e o desenvolvimento do senso crítico. Palavras-chave: Leitura; Experiência literária; Encantamento.

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O PRODUTOR ARTISTA DE OBJETOS DIGITAIS DE APRENDÊNCIA E A FORMAÇÃO DOCENTE

Julia Cristina Granetto Moreira

Universidade Federal da Integração Latino-Americana, UNILA.

O produtor de um Objeto Digital de Aprendência é um animador, um orientador, um artista de sua docência, pois o artista não é apenas o que pinta, dança, atua, mas sim aquele que é sensível ao outro, elabora ideias, estratégias e se permite experimentar. Considerando que um dos novos papéis assumidos pelos professores na Era Convergente é de produtores de conteúdos digitais, a presente pesquisa tem como objetivos, a) discutir o papel que o docente assume diante das tecnologias digitais, em especial na função de produtor de conteúdo

digital, chamados neste trabalho de Objeto Digital de Aprendência (ODA) e b) conhecer como está sendo abordada a temática de produção de conteúdos digitais no Curso de Letras Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras de uma Universidade Pública Federal do Oeste do Paraná. O presente estudo, metodologicamente, seguiu pelos caminhos da pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, e dialoga com autores como Deleuze e Guattari (1995), Lévy (1999), Morin (2003), Assmann (2011), Jensky (2008), Willey (2000), Prensky (2001), dentre outros. Como resultado a pesquisa pretende instigar discussões e

reflexões relacionadas à tecnologia digital e a formação docente. Consideramos que o momento atual da cultura da convergência, é propicio para experimentar práticas e metodologias no âmbito educativo que se referem às tecnologias digitais, já na formação inicial do docente. Acreditamos por fim, que este estudo contribuirá para pensamentos rizomático e permitirá novas e outras formas de pensar na construção do conhecimento, de maneira dialogada com a sociedade digital na qual estamos inseridos.

Palavras-chave: Formação docente; Docente-artista; Objetos digitais de aprendência.

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BLOG, EDUCAÇÃO E CIDADANIA, COMBINAÇÃO POSSÍVEL E NECESSÁRIA.

Luciano Nobre Resende

Universidade Nove de Julho, UNINOVE.

Em tempos nos quais as novas tecnologias permitem formas de comunicação no ciberespaço ao alcance da maioria das pessoas com as facilidades de veiculação de informações (LEMOS e LÉVY, 2014), o compromisso de formar para o uso consciente e cidadão destes recursos. Nesse contexto, esse estudo, fruto de desdobramento de dissertação sobre a utilização pedagógica de blogs, tem como problema a relevância do uso pedagógico do blog para o exercício da cidadania no ciberespaço, e como objetivo discutir a relação entre a utilização pedagógica

de recursos das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e a possibilidade de exercício da cidadania no meio virtual. A metodologia adotada foi pesquisa bibliográfica e documental (CELLARD, 2012; LUDKE e ANDRÉ 2014), com o levantamento de blogs que apresentaram característica de exercício de cidadania no ciberespaço para discutir suas possibilidades de uso pedagógico e sua inclusão nos processos de ensino como assinalado na legislação da educação relacionada a essa temática. A proposta leva em conta a necessidade de reflexões que contribuam para a apropriação, pela educação, das novas

tecnologias de modo a não incorrer no tecnicismo (TEIXEIRA, 2003), pois, de acordo com autores da teoria crítica da sociedade, em especial Adorno (2010), somente por meio da reflexão se pode construir processos de formação que contribuam para a autonomia e emancipação, fatores cruciais para o desenvolvimento da cidadania. Os resultados demonstram que a utilização de recursos das TICs, em especial os que figuram no ciberespaço, como o blog, oferecem grande potencial pedagógico para o exercício da cidadania no meio virtual. Para tanto, faz-se oportuno investir em processos de formação que

contribuam para a apropriação pedagógica das novas tecnologias por parte dos docentes para que possam mediar a apropriação cidadã de tais recursos pelos

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alunos. Assim, conclui-se que as contribuições de pesquisas que envolvam as TICs e a prática da cidadania no ciberespaço podem auxiliar no desafio

enfrentado pela educação, de apropriar-se das novas tecnologias com a finalidade de oferecer processos de formação que estimulem autonomia e emancipação, pressupostos fundamentais para a participação cidadã. Palavras-chave: Educação; Cidadania; Blog.

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INSTAPOESIA: UMA POSSÍVEL ABORDAGEM DE LITERATURAS NO ENSINO DE LÍNGUAS

Paloma Guimarães de Lima

Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUC Campinas.

Com o intuito de instigar a introdução de literaturas no ensino de língua inglesa, este trabalho buscou conceituar o gênero digital instapoesia como fruto da literatura contemporânea para adotá-lo como um canal de renovação da prática dialógica de ensino e aprendizagem, por meio de atividades que favorecessem a prática solidária e emancipatória, socialmente engajada. Para tanto, o estudo adotou a perspectiva dos letramentos críticos (GIROUX, 2004) e favoreceu uma abordagem de ensino pluralista (AZZARI, 2017; MONTE MOR, 2014). Constituiu,

assim, uma investigação qualitativa de cunho exploratório-propositivo (DENZIN e LINCOLN, 2006), que teve o objetivo de deslocar o ensino de línguas da visão tradicionalmente centralizada e estabelecida, para ampliar a construção de conhecimento de língua(gem). Com o apoio da etnografia digital (PINK et al., 2016), buscou, selecionou e capturou telas do Instagram, nas quais constavam as produções da poeta indiana Rupi Kaur, publicadas entre agosto e setembro de 2018, documentos em destaque neste estudo. Ao assumir instapoesia, gênero que circula em meio digital, como narrativa literária (FESTINO, 2015)

contemporânea, o estudo validou seu potencial de ampliar a discussão acerca de língua(gens) e culturas de língua inglesa de forma atual e situada. Assim, evidenciou, para além de formas linguísticas, o caráter narrativo da construção de diferença encontrado no trabalho de Kaur, propiciando reflexão sobre as representações femininas, os espaços sociais das estudantes e o quanto elas se sentiam incluídas/ representadas nas imagens femininas que circulam na sociedade. Tomou como contexto, portanto, a prática pedagógica de ensino e aprendizagem de língua inglesa em escola regular pública, contribuindo para a

formação das alunas como sujeitos críticos, pela proposição de atividades

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sequenciais de leitura orientada, entendidas como práticas que legitimam e fomentam o (re)conhecimento do outro, a partir da relação e a da (re)construção

de sua própria cultura e identidade. Palavras-chave: Instapoesia; Ensino de inglês pluralista, Rupi Kaur.

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DEBATEDORES

Cláudia Rocha

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Cleyton Carlos Torres Título: O uso da plataforma colaborativa Wikipédia como fonte referencial para periódicos científicos Autor: Gabrielle Costa Pereira

Título: Hipertexto no ensino de língua portuguesa: uma análise de planos de aula disponíveis no portal do professor do MEC Autor: Mônica Roberta Devai Dias Coautor: Adriana Aparecida de Lima Terçariol; Fernanda Pereira dos Santos; Roberta Lopes Rossi Título: A aplicabilidade da tecnologia na formação dos colegiados

escolares: caminho para o exercício democrático em Santo André Autor: Valdir Lamim Guedes Junior Título: Redação colaborativa via internet para o ensino de educomunicação para educadores ambientais

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O USO DA PLATAFORMA COLABORATIVA WIKIPÉDIA COMO FONTE REFERENCIAL PARA PERIÓDICOS CIENTÍFICOS

Cleyton Carlos Torres Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.

O presente trabalho objetivou investigar, com base em pesquisa bibliográfica e documental, além da coleta e tabulação de dados próprios, a percepção por parte de estudantes universitários e professores quanto ao uso da plataforma colaborativa Wikipédia como fonte referencial para a produção de periódicos científicos. O corpus selecionado refere-se aos discentes e docentes então atuantes em nível de pós-graduação na especialização latu sensu em Design de Interiores do Senac de São José dos Campos, sendo just ificável na medida em que esse escopo refere-se a selecionados que obrigatoriamente necessitariam

possuir conhecimentos minimamente satisfatórios quanto ao uso de ferramentais de pesquisa disponíveis na internet. A pesquisa trabalhou como pano de fundo a imersão atual da sociedade na era do conhecimento e da informação (CASTELLS, 2000), e partiu da hipótese se uma sociedade mais atuante colaborativamente (ABDO 2009), sobretudo com a web 2.0, seria constituída de estudantes e professores universitários que creditassem, de maneira significativa, confiabilidade a uma enciclopédia online projetada e desenvolvida de forma igualmente colaborativa. O levantamento bibliográfico e documental procurou

situar o contexto atual e levantar conceitos e posições quanto ao tema, além de traçar um breve resgate quanto ao histórico da enciclopédia colaborativa Wikipédia e as definições em torno do termo wiki (PRIMO, 2003). A coleta de dados se deu por meio de questionário aplicado aos respondentes dentro da unidade referida. Desse modo, buscou-se criar um referencial de reflexões e debates (GIL, 1999) acerca da percepção por parte de alunos e professores quanto ao uso da Wikipédia como fonte referencial para a produção de periódicos científicos, além de fornecer subsídios para que fosse desenhado um cenário

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próprio acerca dos estudantes. Observou-se que há pontos contraditórios e semelhantes na posição que alunos e professores assumiram durante a

pesquisa. A percepção da análise é de que a Wikipédia é conhecida e até utilizada pelos dois grupos, porém reconhecida efetivamente por nenhum. Esse não reconhecimento reflete uma contradição marcante, já que se observa que os dois grupos não a colocam como fonte científica válida, porém, ao mesmo tempo, desconhecem os mecanismos que a plataforma possui para que seu conteúdo seja mais rigorosamente “reconhecido cientificamente”.

Palavras-chave: Wikipédia; Periódicos científicos; Credibilidade da informação; Era da Colaboração.

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HIPERTEXTO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA ANÁLISE DE PLANOS DE AULA DISPONÍVEIS NO PORTAL DO PROFESSOR DO MEC

Gabrielle Costa Pereira

Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP.

O presente trabalho tem como tema um estudo sobre o hipertexto em planos de aula disponíveis no portal do professor do MEC destinados à Educação Básica. Com o objetivo de verificar como o hipertexto é concebido nos planos de aula

selecionados e como são propostas as atividades com hipertexto em sala de aula, foi selecionado um corpus formado por oito planos de aula publicados, nos últimos cinco anos, no site do Ministério da Educação e Cultura (MEC) em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), cujo objetivo é apoiar e enriquecer a prática pedagógica. O espaço foi criado para outros recursos de auxílio à prática docente, de modo a privilegiar uma visão segundo a qual o livro didático passe a ser visto como um recurso entre outros de informação e de desenvolvimento do trabalho em sala de aula. A importância desta pesquisa é

marcada pelo fato de que, em tempos de cultura digital, necessário se faz que as escolas busquem alternativas pedagógicas para trabalhar o hipertexto, vendo nele uma ferramenta de aprendizagem que possibilita a construção do conhecimento de forma cooperativa e interativa. A análise pretendida está fundamentada principalmente em estudos sobre hipertextos realizados por Bairon (1995), Elias (2000), Elias e Cavalcante (2017), Koch (1999), Lévy (2001), Marcuschi (2001), Nojosa (2007), Xavier (2005) dentre outros. Os resultados parciais indicam que o professor deve trabalhar o conceito de hipertexto

utilizando-se da prática nas redes. Assim, ele pode inter-relacionar conteúdos e sugerir que os próprios alunos construam seus hipertextos através de suas navegações online. Pode-se destacar, a partir dessas atividades, que as tecnologias digitais se inserem no âmbito escolar para contribuir com a aprendizagem.

Palavras-chave: Hipertexto; Ensino de Língua Portuguesa; Portal do Professor.

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A APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DOS COLEGIADOS ESCOLARES: CAMINHO PARA O EXERCÍCIO DEMICRÁTICO EM SANTO

ANDRÉ

Mônica Roberta Devai Dias

Universidade Nove de Julho, UNINOVE.

Adriana Aparecida de Lima Terçariol. Universidade Nove de Julho, UNINOVE.

Fernanda Pereira dos Santos;

Universidade Nove de Julho, UNINOVE.

Roberta Lopes Rossi Universidade Nove de Julho, UNINOVE.

A investigação versa em avaliar o impacto da tecnologia na formação continuada dos colegiados escolares. O objetivo é aplicar os recursos tecnológicos na formação continuada dos conselhos escolares como estratégia da gestão democrática para que promovam o compromisso e o favorecimento da equidade na educação e na comunidade da qual estão inseridos. Como revisão de

literatura buscamos os referenciais teóricos que fundamentam e contribuem com esta investigação que são: Gramsci (1979) para explicitar hegemonia e contra-hegemonia e na articulação com Paulo Freire (1997, 2005a, 2005b, 2014), o uso conceitual da educação libertadora e da emancipação; Álvaro Vieira Pinto (1973,1974) e José Moran (2006), para conceituação de tecnologia. As referências secundárias vieram de autores estudiosos das temáticas da gestão democrática e colegiados escolares, Licínio (2002) e Antunes (2002a). A metodologia utilizada para cotejar os resultados está pautada nos princípios

qualitativos fundamentados pela coleta de dados obtidos em entrevistas

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semiestruturadas e em grupo focal fundamentado por referencial teórico crítico. Foram examinados documentos e determinações legais no âmbito da gestão

escolar e de políticas públicas que dão sustentação e promovem a implantação dos colegiados tais como: Constituição Federal de 1988; a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional de 1997 (LDBEN); Plano Nacional da Educação 2014/2024 (PNE) e Plano Municipal da Educação Lei de nº 9.723/2015; Programa de Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares e leis municipais de fomento aos colegiados. No processo de análise faremos uso de registros coletados em discussões de colegiado, fotos nos momentos do exercício das funções colegiadas, avaliações aplicadas a cada módulo de

formação no ambiente virtual de aprendizagem Canvas LMS, registros em redes sociais e áudios. Os resultados parciais derivam de levantamento de bibliografias e coletas em observação. Como considerações finais, busca-se a formação continuada dos órgãos colegiados como forma de equidade na educação e fortalecimento da gestão democrática. Palavras-chave: Tecnologia; Colegiado escolar; Emancipação.

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REDAÇÃO COLABORATIVA VIA INTERNET PARA O ENSINO DE EDUCOMUNICAÇÃO PARA EDUCADORES AMBIENTAIS

Valdir Lamim Guedes Junior

Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

Neste trabalho, apresentamos um processo de redação colaborativa desenvolvido durante a disciplina Comunicação e Educomunicacão de um curso de pós-graduação lato sensu em educação para sustentabilidade oferecido na modalidade de educação a distância (EaD) por uma instituição privada localizada no estado de São Paulo. A comunicação trata, portanto, de uma ação de educomunicação (SOARES, 2014), em articulação a práticas de redação colaborativa via internet (PINHEIRO, 2013), pautando-se uma ação dialógica

(FREIRE, 1968) on-line, buscando a formação de professores pesquisadores (NÓVOA, 1992) em educação ambiental (REIGOTA, 2014). Durante a disciplina, oferecida no primeiro semestre de 2018 para uma turma com 20 alunos, foi proposta a redação coletiva de um texto sobre educomunicação ambiental, usando a ferramenta wiki do ambiente virtual de aprendizagem Blackboard. Inicialmente, os alunos foram convidados, durante quatro semanas, a inserir suas contribuições a partir de uma lista de tópicos, que também funcionava como sugestão de títulos para as seções do texto colaborativo. O texto resultante foi

editado no Google Docs para ampliação, revisão e finalização e, posteriormente, enviado para publicação em um periódico científico da área de educação ambiental. De um total de 20 alunos, dois redigiram o texto colaborativo, enquanto outros dois fizeram comentários pontuais. Uma quinta aluna fez um relato de experiência em um dos fóruns da disciplina, que foi inserido na wiki. As atividades no Google Docs foram realizadas por três alunos: os dois responsáveis diretamente pela construção do texto na wiki e a aluna que fez o relato de experiência no fórum. Durante todo o processo, o professor responsável pela

disciplina operou como mediador, sendo que essas quatro pessoas assinam o

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artigo enviado à revista, que foi publicado em setembro de 2018. É importante destacar que os alunos que não participaram diretamente da wiki possivelmente

se beneficiaram da atividade ao acompanhar o processo de interação entre os autores do texto, situação chamada de silêncio virtual ou interação vicária. Em relação aos alunos-autores, este processo educomunicativo proporcionou um percurso educativo ativo e mais significativo, permitindo uma melhor compressão teórico-prática da educomunicação ambiental. Palavras-chave: Educomunicação; Aprendizagem colaborativa; Wiki.

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DEBATEDORES

Maria Victória Vivacqua

APRESENTAÇÕES ORAIS

Autor: Bruna Eduarda Ignácio Título: Leitura como réplica ativa: a ficção de fã no ciberespaço, a partir da obra Paradise Lost, de John Milton

Autor: Carlos César da Silva Título: Shakespeare e emojis: a literatura canônica traduzida nas práticas de comunicação do ambiente digital Autor: Carolina Gomes da Costa Título: Translated books ou livro traduzido? Um estudo introdutório sobre a tradução em canais de BookTubers

Autor: Mariana Ormenese Dias Título: Memórias, reaproveitamentos e a tradução como linha de produção

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LEITURA COMO RÉPLICA ATIVA: A FICÇÃO DE FÃ NO CIBERESPAÇO, A PARTIR DA OBRA PARADISE LOST, DE JOHN MILTON

Bruna Eduarda Ignácio

Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUC Campinas Com as tecnologias digitais, que propiciam interações discursivas e dialógicas em ambientes síncronos, é notável o engajamento na criação de textos que revelam o interesse do sujeito contemporâneo em obras pertencentes ao cânone. Assim, tomando o poema épico Paradise Lost, de John Milton, por texto de partida, este trabalho tem por objetivo conhecer esse(s) sujeito(s) e(m) suas relações com as mídias digitais, através de práticas colaborativas encontradas em produções de

fãs. Investiga-se a (re)construção de sentidos a partir da observação de gêneros diversos, focalizando-se a prática colaborativa que resulta em fanfic. Adotando orientação bakhtiniana (RENFREW, 2016), entende-se essas manifestações como réplicas ativas que o sujeito, social e historicamente situado, faz ao poema inglês. Assim, objetiva-se discutir processos de (re)apropriações discursivas centradas nessas produções, desenvolvidas a partir de espaços de afiliação, como discutem Black (2005) e Jenkins (1992). Essas narrativas interativas constituem-se em gêneros digitais, como sugere Machado (2002; 2014) e, de

acordo com Fidelis e Azzari (2017) e Azzari e Custódio (2013), possibilitam apreender a ciberliteratura como resultado de relações entre leitura e escrita no ciberespaço. Acreditando que esta proposta possa contribuir para a formação de alunos leitores-escritores, esta pesquisa, de natureza qualitativa e caráter interpretativo, adota por metodologia a etnografia digital (PINK et. al 2015). As investigações realizadas até o momento localizaram 18 histórias, publicadas na plataforma <fanfiction.net>, que apresentam interdiscursividade com o texto do poeta inglês, que é do século XVII. A partir dos resultados parcialmente obtidos

durante a análise, ainda em andamento, compreende-se que o espaço digital propicia o desenvolvimento da (re)escrita e da leitura à maneira colaborativa e

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também que, através das produções encontradas, evidencia-se que os sujeitos-enunciadores, ao despertar/compartilhar seus interesses em comum, interagindo

discursivamente, também se (re)constroem a cada interação. Palavras-chave: Paradise Lost, Leitura, Escrita colaborativa.

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SHAKEASPEARE E EMOJIS: A LITERATURA CANÔNICA TRADUZIDA NAS

PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DO AMBIENTE DIGITAL

Carlos César da Silva Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP

A Era da Internet tem trazido mudanças para a comunicação humana e reinventado as práticas sociais de interação. Atualmente, temos à nossa disposição uma variedade de aplicativos – sobretudo de mensagens de texto instantâneas. Esse recurso dinâmico é definido por suas próprias regras e elementos de linguagem, e tem se popularizado principalmente entre o público mais jovem, cujas práticas se submergem cada vez mais no ambiente digital e aderem à sua linguagem característica – o que pode distanciá-los da escrita

formal contemporânea e ainda mais da linguagem rebuscada de textos literários canônicos estudados em escolas. Com isso em mente, os estadunidenses Brett Wright e Courtney Carbone se propuseram a traduzir peças de William Shakespeare para a linguagem das mensagens de texto, fazendo com que os personagens interagissem não mais em falas de roteiro, mas em balões de conversa digitais, com abreviações, gírias e emojis. A coleção de livros, intitulada OMG Shakespeare (2014-15), possui quatro volumes baseados em trabalhos renomados do dramaturgo. Assim, este trabalho tem como objetivos: (i) discutir

teoricamente o recurso dos emojis e sua suposta universalidade semântica, e, por fim, (ii) apresentar sugestões de tradução de excertos dos textos da coleção – originalmente em inglês – para o português brasileiro, debatendo as eventuais mudanças de escolha nos emojis utilizados, em consideração das diferenças entre as línguas em questão. Para isso, recorremos a Berman (2007) para discutir o conceito de tradução hipertextual e a Danesi (2016) e para a abordagem teórica acerca dos emojis. Com base na literatura reunida, podemos considerar a emergência do uso dos emojis nas práticas de comunicação digital

uma transformação significativa na maneira como encaramos e utilizamos a

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linguagem na contemporaneidade, o que se reflete em traduções literárias. Percebemos também, através das sugestões de tradução da OMG Shakespeare,

que a universalidade de sentido dos emojis não pode ser de todo garantida – a contextualização linguística e cultural é imprescindível para que a comunicação se faça satisfatória. Palavras-chave: William Shakespeare; Emojis; Tradução.

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TRANSLATED BOOKS OU LIVRO TRADUZIDO? UM ESTUDO

INTRODUTÓRIO SOBRE A TRADUÇÃO EM CANAIS DE BOOKTUBERS

Carolina Gomes da Costa Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil

O YouTube é uma plataforma que se destaca no meio digital que está a todo momento sendo alimentada com novos vídeos sobre diferentes assuntos. Dentre os vídeos, alguns se sobressaem por tratar de temas específicos – o que é o caso do BookTube, uma das derivações encontradas no site, que se destaca por trazer conteúdo literário. Com isso, essa comunidade autonomeada se consolidou, e hoje possui uma grande importância para o mercado consumidor de literatura – sendo responsável, inclusive, por parte da propaganda de novos

lançamentos do mercado editorial do mundo inteiro. No Brasil, boa parte dos livros lidos, e por consequência resenhados, são traduções; ao contrário de países anglófonos, por exemplo, nos quais os textos consumidos são, em sua maioria, escritos na língua inglesa. Levando em consideração esse cenário, este trabalho pretende apresentar um estudo introdutório sobre a (in)visibilidade do tradutor e da tradução (Venuti, 1995) em alguns canais de BookTubers . Para tanto, foram feitas buscas terminológicas na plataforma YouTube, tanto em inglês quanto em português, com o objetivo de verificar se há uma preocupação, por

parte dos BookTubers, de deixar explícito que o livro comentado é uma tradução, citando (ou não) o nome do tradutor. A partir desse levantamento inicial, espera-se discutir aspectos que mostrem a (in)visibilidade do tradutor e da tradução nos vídeos encontrados no BookTube. Os resultados iniciais mostram que a tradução se encontra em uma constante (in)visibilidade pois, diante daqueles que consomem traduções a todo momento, sua presença passa despercebida, enquanto diante daqueles cujo maior consumo de literatura é nacional e/ou não traduzida sua (a)firmação – como texto traduzido – se faz necessária. Através

desse estudo é possível observar que há diferenças na relação dos BookTubers com os textos traduzidos de acordo com a língua falada e de acordo com o polissistema literário (Even-Zohar, 1990) do qual fazem parte.

Palavras-chave: (In)visibilidade do tradutor; YouTube; BookTube.

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MEMÓRIAS, REAPROVEITAMENTOS E A TRADUÇÃO COMO LINHA DE

PRODUÇÃO

Mariana Ormenese Dias Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.

A proposta desta comunicação é discutir o uso das memórias de tradução e algumas de suas implicações para a área, problematizando a relação do tradutor com a produtividade e a responsabilidade na produção de textos onde há a aplicação de memórias de tradução eletrônicas. Levando em conta que muitos profissionais que atuam em agências geram e usam arquivos de memória em seu dia a dia sem a oportunidade de discutir com seus clientes sobre as implicações que essa prática abarca, nem receber remuneração por aproveitamentos de memórias, este estudo pretende se questionar se o uso delas traz ou não

prejuízos ao profissional. Em tempos em que vemos a tecnologia e a automatização do trabalho ganharem cada vez mais força, percebemos a necessidade de repensar algumas questões, considerando a aplicação massiva das memórias e o tratamento dado aos profissionais nela envolvidos e atentando para as implicações dessa nova realidade. Para a abordagem, foram usados como fundamentação teórica conceitos de tradução e tecnologia discutidos por nomes como Michael Cronin (2003, 2013), José Ramón Biau Gil (2006) e Anthony Pym (2006, 2011). Para uma abordagem mais filosófica do arquivo,

usamos Mal do Arquivo, (DERRIDA, 2001), para tratar das ambivalências que há no discurso que embasa o uso das memórias, recorremos à Farmácia de Platão (DERRIDA, 2005) e para analisarmos o papel do tradutor como trabalhador, protagonista nesse processo de produção, nos valemos de O Capital (MARX, 2012). Esse arcabouço teórico, combinado com a experiência prática da autora, visa tratar de questões como os benefícios e malefícios de usar um recurso de arquivamento considerando as implicações que isso traz para a tradução e para o tradutor.

Palavras-chave: Memória de tradução; Produtividade; Tecnologia.

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Índice de autores

ÍÍNNDDIICCEE DDEE AAUUTTOORREESS

ANDRADE, Alan Victor Freitas de. AGUIAR, Lílian Rodrigues de Melo de. CÂMARA, Marco Túlio Pena. CHINAGLIA, Juliana Vegas.

COSTA, Carolina Gomes da. DIAS, Mariana Ormenese. DIAS, Mônica Roberta Devai.

ECKHARDT, Gisele Arruda. FILHO, Paulo Alexandre. GIANINI, Zenaide Moschim. IGNÁCIO, Bruna Eduarda. JUNIOR, Valdir Lamim Guedes. KAWANISHI, Paulo Noboru de Paula. LIMA, Paloma Guimarães de. LUZ, Emeli Borges Pereira.

MARQUES, Sandra Mari Kaneko. MERCURI, Karen Tank. MORAES, Vivian Nádia Ribeiro de. MOREIRA, Julia Cristina Granetto. PEREIRA, Gabrielle Costa. RESENDE, Luciano Nobre. RIBAS, Fernanda Costa. RIBAS, Mario Marcio Godoy.

ROSSI, Roberta Lopes. SANTOS, Débora Isis Martins dos. SANTOS, Fernanda Pereira dos. SANTOS, Raquel Ferreira Sampaio dos. SANTOS, Rodrigo Costa dos.

SCHLUDE, Victor.

SILVA, Carlos César da. SILVA, Caroline da Costa. SILVA, Catarina Goulart Mendes da. SILVA, Juliana Herculano Araujo.

SILVA, Letícia Henrique Santos da. SILVA, Themis Rondão Barbosa da Costa.

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Índice de autores

SOUSA, Laryssa Paulino de Queiroz. TERÇARIOL, Adriana Aparecida de Lima. TORRES, Cleyton Carlos.

TUDELA, Renan Mateus. VIEIRA, Ana Martha Santos.