caderno de exercicios com resposta.doc

106
Curso de Direito RESPONSABILIDADE CIVIL Exemplar do Professor

Upload: valmir-gomes

Post on 10-Sep-2015

316 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Curso de Direito

RESPONSABILIDADE CIVILExemplar do Professor

2009.2

(Proibida a Reproduo)

ApresentaoCaro aluno:

A Metodologia do Caso Concreto aplicada em nosso Curso de Direito centrada na articulao entre teoria e prtica, com vistas a desenvolver o raciocnio jurdico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos vrios ramos do Direito, permitindo o exerccio constante da pesquisa, a anlise de conceitos, bem como a discusso de suas aplicaes.

O objetivo preparar os alunos para a busca de resolues criativas a partir do conhecimento acumulado, com a sustentao por meio de argumentos coerentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser possvel tornar as aulas mais interativas e, conseqentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido.

Na formao dos futuros profissionais, entendemos que no papel do Curso de Direito to somente oferecer contedos de bom nvel. A excelncia do curso ser atingida no momento em que possamos formar profissionais autnomos, crticos e reflexivos.

Para alcanarmos esse propsito, apresentamos a Coletnea de Exerccios, instrumento fundamental da Metodologia do Caso Concreto. Ela contempla a soluo de uma srie de casos prticos a serem desenvolvidos pelo aluno, com auxlio do professor.

Como regra primeira, necessrio que o aluno adquira o costume de estudar previamente o contedo que ser ministrado pelo professor em sala de aula. Desta forma, ter subsdios para enfrentar e solucionar cada caso proposto. O mais importante no encontrar a soluo correta, mas pesquisar de maneira disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.

A tentativa de solucionar os casos em momento anterior aula expositiva, aumenta consideravelmente a capacidade de compreenso do discente.

Este, a partir de um pr-entendimento acerca do tema abordado, ter melhores condies de, no s consolidar seus conhecimentos, mas tambm dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente acadmico mais rico e exitoso.

Alm desse, h outros motivos para a adoo desta Coletnea. Um segundo a ser ressaltado, o de que o mtodo estimula o desenvolvimento da capacidade investigativa do aluno, incentivando-o pesquisa e, conseqentemente, proporcionando-lhe maior grau de independncia intelectual.

H, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudanas no mundo do conhecimento e, por conseqncia, no universo jurdico exigem do profissional do Direito, no exerccio de suas atividades, enfrentar situaes nas quais os seus conhecimentos tericos acumulados no sero, per si, suficientes para a resoluo das questes prticas a ele confiadas.

Neste sentido, e tendo como referncia o seu futuro profissional, consideramos imprescindvel que, desde cedo, desenvolva hbitos que aumentem sua potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com essa realidade.

E isto proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos.

No que se refere concepo formal do presente material, esclarecemos que o contedo programtico da disciplina a ser ministrada durante o perodo foi subdividido em 15 partes, sendo que a cada uma delas chamaremos Semana. Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor ministrar o contedo condizente a Semana n 1. Na segunda, a Semana n 2, e, assim, sucessivamente.

O perodo letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato de termos dividido o programa da disciplina em 15 partes no foi por acaso. Levou-se em considerao no somente as aulas que so destinadas aplicao das avaliaes ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as necessidades pedaggicas de cada professor.

Isto porque, o nosso projeto pedaggico reconhece a importncia de destinar um tempo extra a ser utilizado pelo professor e a seu critrio nas situaes na qual este perceba a necessidade de enfatizar de forma mais intensa uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, seja por ter observado na turma um nvel insuficiente de compreenso.

Hoje, aps a implantao da metodologia em todo o curso no Estado do Rio de Janeiro, por intermdio das Coletneas de Exerccios, possvel observar o resultado positivo deste trabalho, que agora chega a outras localidades do Brasil. Recente convnio firmado entre as Instituies que figuram nas pginas iniciais deste caderno, permitiu a colaborao dos respectivos docentes na feitura deste material disponibilizado aos alunos.

A certeza que nos acompanha a de que no apenas tornamos as aulas mais interativas e dialgicas, como se mostra mais ntida a interseo entre os campos da teoria e da prtica, no Direito.

Por todas essas razes, o desempenho e os resultados obtidos pelo aluno nesta disciplina esto intimamente relacionados ao esforo despendido por ele na realizao das tarefas solicitadas, em conformidade com as orientaes do professor. A aquisio do hbito do estudo perene e perseverante, no apenas o levar a obter alta performance no decorrer do seu curso, como tambm potencializar suas habilidades e competncias para um aprendizado mais denso e profundo pelo resto de sua vida.

Lembre-se: na vida acadmica, no h milagres, h estudo com perseverana e determinao. Bom trabalho.

Centro de Cincias JurdicasSumrio

Semana 1

Responsabilidade. Conceito. Ato ilcito em sentido estrito e amplo. Espcies de responsabilidade. Pressupostos. Excluso da ilicitude.

Semana 2

Responsabilidade extracontratual subjetiva. Conduta comissiva e omissiva. Imputabilidade. A culpa lato sensu. Elementos. Espcies.

Semana 3

Nexo causal. Teorias. A teoria acolhida por nosso Direito Civil. Causalidade da omisso. Concausa. Excluso do nexo causal. Fato exclusivo da vtima. Fato de terceiro. Caso fortuito e fora maior.

Semana 4

Dano I. Conceito. Dano patrimonial. Dano emergente e lucro cessante. Dano moral: evoluo doutrinria, posicionamento atual, configurao, prova, arbitramento.

Semana 5

Dano II. Legitimao para pleitear o dano moral. Dano moral e pessoa jurdica. Transmissibilidade. Liberdade de informao e inviolabilidade da vida privada. Dano esttico. Dano imagem. Dano imagem da pessoa falecida. Dano reflexo. Liquidao do dano. Verbas indenizveis.

Semana 6

Responsabilidade Civil Objetiva. Evoluo histrica. Teoria do risco. Responsabilidade objetiva no Cdigo Civil de 2002. Abuso do direito (art. 187, CC). Responsabilidade pelo desempenho de atividade de risco (art. 927, pargrafo nico). Responsabilidade por dano causado por produto (art. 931, CC).

Semana 7

Responsabilidade por fato de outrem Responsabilidade direta e indireta. Responsabilidade do pai por atos dos filhos menores. Responsabilidade dos tutores e curadores. Responsabilidade dos incapazes (art. 928, CC). Responsabilidade do empregador ou comitente.

Semana 8

Responsabilidade civil pelo fato das coisas. Teoria da guarda. Furto ou roubo de veculo. Fatos de animais. Runa de edifcio. Coisas cadas do prdio.

Semana 9

Responsabilidade da Administrao Pblica . Evoluo histrica. A responsabilidade do Estado no Direito Brasileiro. O 6 do artigo 37 da CF de 1988. Danos por omisso do Estado. Danos decorrentes de obras pblicas.

Semana 10

Responsabilidade subjetiva do Estado . Culpa annima. Responsabilidade do Estado por danos decorrentes de atos judiciais e atos legislativos. Responsabilidade dos prestadores de servios pblicos.

Semana 11

Responsabilidade Civil nas relaes de consumo I. Princpios da responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto e do servio. Solidariedade. Responsabilidade subsidiria do comerciante. Excludentes de responsabilidade. Risco do desenvolvimento.

Semana 12

Responsabilidade Civil nas relaes de consumo II. Responsabilidade pelo vcio do produto e do servio. Responsabilidade dos profissionais liberais. Prescrio e decadncia.

Semana 13

Responsabilidade contratual e pr-contratual Pressupostos. Inadimplemento e mora. Juros de mora. Clusula penal.

Semana 14

Responsabilidade do transportador. O Cdigo Civil e o Cdigo do Consumidor. Excluso da responsabilidade. Transporte gratuito. Clusula de no indenizar. Responsabilidade do transportador areo. Transporte de mercadorias.

Semana 15

Responsabilidade do segurador. Caractersticas do contrato de seguro. Caractersticas da responsabilidade do segurador.

Semana 1

Responsabilidade. Conceito. Ato ilcito em sentido estrito e amplo. Espcies de responsabilidade. Pressupostos. Excluso da Ilicitude.

CASO CONCRETO 1

Mariana promove ao indenizatria em face do municpio de So Paulo pelos danos sofridos em decorrncia de ferimentos oriundos de contato com linha de pipa. Tal fato ocorreu quando a autora transitava pela calada da Rua X e foi atingida pela linha de pipa. Baseia-se a autora pelo fato de, no momento em que foi atingida, haver um guarda municipal no local, que no impediu que alguns rapazes soltassem pipas naquela regio, fundamentando seu pleito na omisso deste agente. Proposta a ao em face do Municpio, haver ou no responsabilidade civil?

RESPOSTA: Primeiro necessitamos averiguar as atribuies do Municpio, mais precisamente da Guarda Municipal, segundo o art. 144, 8 da CRFB e art. 183, 1 da CERJ, atribuio especfica da municipalidade a proteo dos bens, servios e instalaes municipais, ou seja, afastado o poder de polcia de segurana pblica, que funo prpria e indelegvel do Estado, em suma, no h pela municipalidade dever jurdico originrio a ser observado. Assim, ainda que a Lei Estadual 3278/99 proba o uso de linhas cortantes em pipa e a Lei Estadual 2111/93 proba o uso de cerol em pipa, o Municpio no tem o dever legal de indenizar pela omisso.

2005.001.02581 - APELACAO CIVEL

DES. CELIA MELIGA PESSOA - Julgamento: 31/05/2005 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL. GUARDA MUNICIPAL. FORTUITO EXTERNO. Ausncia do parquet audincia de oitiva de testemunha, que no causou prejuzo menor, primeiro porque o fez justificadamente, pois j oferecera sua opinio e entendia tratar-se de questo de direito, alm do que, regularmente intimado da sentena, manifestou-se pela manuteno da mesma em primeiro e segundo graus. As atribuies da Guarda Municipal, previstas no 8 do art.144 da Constituio Federal e no 1, do art.183, da Constituio Estadual, so especficas para a proteo dos bens, servios e instalaes municipais, afastando-lhe o poder de polcia de segurana pblica, que funo prpria e indelegvel do Estado. No demonstrada a omisso da Guarda Municipal, porquanto, o depoimento do guarda encarregado do patrulhamento da Praa Paris d conta de que no havia qualquer pessoa empinando pipa no momento do fato e que a menina feriu-se com um pedao de linha que se encontrava pendurada numa rvore, fato esse estranho prpria atividade e que se insere na categoria do fortuito externo, restando afastado o nexo de causalidade, e, por conseguinte, o dever de indenizar. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3572215CASO CONCRETO 2

O jornal A Manh, de tiragem equivalente a 200.000 exemplares e com distribuio nacional, publicou fotografia de Jos, cuja legenda dizia ser ele o perigoso matador de adolescentes, que praticava seus crimes nos arredores de Petrpolis. Ocorre que Jos era conhecido poltico na cidade serrana em questo, tendo sido a fotografia trocada na redao por engano dos jornalistas, que queriam inclu-lo na coluna social do peridico. Citado em ao indenizatria promovida por Jos, o jornal responsvel pela publicao alega no ter havido dano imagem do autor, j que figura conhecida na cidade, e todos sabiam tratar-se de equvoco.

Responda fundamentadamente as seguintes questes:

a) No caso, trata-se de responsabilidade subjetiva ou objetiva? Contratual ou extracontratual?

RESPOSTA: Diante do jornalista, a responsabilidade pessoal e, portanto, de natureza subjetiva, na forma do art. 186 c/ 927 CC. Diante do Jornal, como trata-se do empregador, a responsabilidade de natureza objetiva na forma do artigo 932, inciso III 933 do CC, pois, o empregador Jornal da Manha atravs de seus prepostos violaram os preceitos constitucionais inseridos no inciso III do art. 1 c/c inciso V, art. 5 CR no que tange violao da dignidade da pessoa humana atravs de veiculao de imagem atribuindo a prtica de crime (dever jurdico originrio norma jurdica). A responsabilidade extracontratual em razo da inexistncia de relao jurdica preexistente entre as partes.

b) O fato de ter sido trocada a fotografia exclui a responsabilidade do

jornal?

RESPOSTA: No. Nem diante do jornalista, que temos a culpa presumida em decorrncia do prprio fato danoso, tampouco em relao ao Jornal que indenizar a vtima independentemente de culpa na forma do artigo 932, inciso III 933 do CC.

APELACAO CIVEL: 2003.001.12364

DES. SUELY LOPES MAGALHAES - Julgamento: 15/07/2003 - SETIMA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL DE EMPRESA JORNALISTICA. PUBLICACAO JORNALISTICA. DANO MORAL.RESPONSABILIDADE CIVIL - PUBLICAO JORNALSTICA. NOTCIA DENEGRINDO A HONRA E A IMAGEM DO AUTOR, AO IMPUTAR-LHE, A CONDIO DE ELEMENTO FORAGIDO, NOTICIADO NO TEXTO JORNALSTICO, COM FOTOGRAFIA INDEVIDAMENTE ESTAMPADA. DANO MORAL COMPROVADO e fixado em R$ 4.000,00. A indenizao deve ser fixada com razoabilidade, diante das circunstncias do caso concreto, no representando Rima vantagem pecuniria para o ofendido, nem caracterizando o enriquecimento sem causa. Preliminar de Cerceamento de Defesa rejeitada. A inicial obedeceu aos ditames do art. 282 do CPC. RECURSO DESPROVIDO.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3375338CASO CONCRETO 3 ETAPA I

Marcos, tendo seu veculo fechado por outro carro, com o intuito de evitar a coliso, desvia, subindo a calada e atropela Joo, transeunte, que retornava de seu trabalho. Reconhecido o estado de necessidade de Marcos na esfera criminal, com sua absolvio nesta seara, respaldada pelo ato justificado de fugir ao perigo iminente prpria vida, bem como dos passageiros de seu automvel. Pergunta-se: Marcos ser compelido a indenizar Joo?

Justifique.

RESPOSTA: O motorista que age em estado de necessidade e causa dano em terceiro que no provocou o perigo deve a este indenizar, com direito regressivo contra o que criou o perigo (arts.160, 1519 e 1520 do CC). Apesar da absolvio na esfera criminal por excludente da culpabilidade, na seara cvel Marcos dever indenizar Joo, fundada na responsabilidade civil por ato lcito de acordo com o Pargrafo nico do art. 188, inciso II c/c 929 do CC. Tal responsabilidade fundada na equidade para recompor o estado originrio, pois, no justo deixar a vtima lesionada para que o agente exera o seu prprio direito. O fundamento do acrdo mencionado abaixo embasa a resposta.

https://ww2.stj.gov.br/revistaeletronica/REJ.cgi/IMGD?seq=12636&nreg=199900271734&dt=20020805&formato=PDFSemana 2

Responsabilidade extracontratual subjetiva. Conduta comissiva e omissiva. Imputabilidade. A culpa lato sensu. Elementos. Espcies.

CASO CONCRETO 1- ETAPA I

Enquanto brincavam, A (criana de 12 anos de idade) atingiu B (outra criana de 9 anos de idade) com um tiro de espingarda de ar comprimido, causando-lhe cegueira no olho esquerdo. O fato ocorreu em maro de 1992. Dez anos depois, B, agora com 19 anos, ajuizou ao de indenizao por danos materiais e morais contra A, agora com 22 anos de idade.

Pergunta-se: o que voc pensa a respeito? Seria possvel responsabilizar A pelo fato? Fundamente sua resposta.

RESPOSTA: Ao tempo em que o fato ocorreu, A era menor, absolutamente incapaz, e, portanto, inimputvel. A imputabilidade deve ser aferida no momento em que o fato praticado. No pode, portanto, ser o fato imputado a A, agora que maior. Os nicos responsveis continuam sendo seus pais na forma do artigo 932, inciso I do CC.

CASO CONCRETO 2 - ETAPA IEm acidente de trnsito, Carlos vtima de atropelamento, tendo sofrido graves danos fsicos. Submetendo o fato anlise do Judicirio, em sede de ao indenizatria, pleiteia a condenao do condutor do veculo que o atropelou. Aduz que o motorista no observou o dever de cuidado imanente sua atividade, dirigindo em velocidade incompatvel com a via em que trafegava, fato devidamente comprovado nos autos. O Ru, em contestao, argumenta ter o Autor atravessado fora da faixa de pedestres, o que constitui causa efetiva aos danos suportados por ele. Considerando provadas as alegaes de ambas as partes, pergunta-se:

a) Trata-se de responsabilidade subjetiva ou objetiva? Contratual ou

extracontratual?

RESPOSTA: Em razo de inexistir relao jurdica preexistente e ser de carter pessoal, a responsabilidade subjetiva extracontratual, nos termos do art. 186 c/c 927 CC.

b) O fato de o Autor ter atravessado fora da faixa de pedestres exclui

a responsabilidade do motorista?

RESPOSTA: Ainda que o Carlos tenha atravessado fora da faixa de pedestres, se o motorista estivesse guiando com prudncia e dentro dos limites de velocidade estipulados o atropelamento no teria ocorrido, portanto, diante da imprudncia, o motorista assumiu o risco de produzir o resultado no esperado. Assim, o fato do motorista estar dirigido fora dos limites de velocidade impostos pela via traz a culpa contra a legalidade, deste modo, presumida a responsabilidade.

APELACAO CIVEL 2006.001.53349DES. PAULO MAURICIO PEREIRA - Julgamento: 21/11/2006 - QUARTA CAMARA CIVEL

1. Ao sumria. Acidente de trnsito. Atropelamento em rodovia. 2. Fato incontroverso. Alegao de culpa exclusiva da vtima no comprovado. Informaes desencontradas das testemunhas, fazendo prevalecer a culpa contra a legalidade do ru, diante da sua imprudncia. 3. Indenizao parcimoniosamente fixada e que no merece qualquer reduo. 4. Sentena de procedncia que se mantm. Recurso desprovido

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2006001&nomeArq=53349.0001.01.20061121.417&nomeSubDir=53001.53500&path=webacord2CASO CONCRETO 3

Esposa e filhos de Gustavo, vtima de acidente de trabalho, propem ao indenizatria em face da empresa para a qual a vtima trabalhava. Sustentam que Gustavo sofreu traumatismo crnio-enceflico quando executava sua atividade laborativa, em decorrncia do qual veio a falecer. Aduzem, ainda, que o empregador deu causa ao evento em razo de fornecer material inapropriado e de no manter servio eficiente de resgate martimo, tratando-se sua atividade de trabalhos de reparos em plataforma martima, com exposio a riscos de queda ao mar. Procede o pleito indenizatrio? Qual o Juzo competente para apreciar a matria?

RESPOSTA: O juzo competente para processar e julgar a ao indenizatria proposta pelos herdeiros e viva da Justia Estadual em razo da limitao imposta pelo art. 114 da CRFB que instituiu a Justia do Trabalho competente para processar e julgar as demandas oriundas das relaes de trabalho, sendo esta ao fundada em responsabilidade civil de direito comum. Diante do descumprimento das normas de segurana do trabalho, a culpa do empregador contra a legalidade, portanto, presumida, os herdeiros e a viva tero o direito de ser indenizados em razo da omisso.

CONFLITO DE COMPETENCIA CC 87077 / MT 2007/0145560-1

Relator: Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, rgo Julgador SEGUNDA SEO, Data do Julgamento24/10/2007, Data da Publicao/Fonte DJ 12.02.2008 p. 1

CONFLITO DE COMPETNCIA. AO DE INDENIZAO PROPOSTA POR HERDEIROS E SUCESSORES. ACIDENTE DE TRABALHO. EMPRESA PBLICA FEDERAL. JUSTIA COMUM FEDERAL.

- Compete Justia estadual julgar pedido de indenizao por danos materiais e morais, formulado em nome prprio por parentes de empregado morto em acidente de trabalho.

- No entanto, a competncia da Justia Federal sempre que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal integrarem a relao processual na qualidade de autora, r, assistente ou oponente (Art. 109, I, primeira parte, da Constituio Federal).

- A expresso "acidentes de trabalho", contida na parte final do Art. 109, I, da Constituio Federal, se refere s chamadas aes acidentrias, ou seja, s aes em que se pleiteia indenizao relativa a dano sofrido por empregado, em acidente de trabalho.

APELACAO CIVEL 2001.001.12120

DES. ADEMIR PIMENTEL - Julgamento: 16/11/2004 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL

ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZACAO DE DIREITO COMUM. NEXO DE CAUSALIDADE. EXAME PERICIAL. OBRIGACAO DE INDENIZAR .PROCESSUAL CIVIL. AO DE INDENIZAO. ACIDENTE DE TRABALHO COM BASE NO DIREITO COMUM. CULPA EVIDENTE DA EMPREGADORA AO DEIXAR DE ADOTAR MEDIDA DE PROTEO INDIVIDUAL E FISCALIZAO NO ESTADO DE CONSERVAO DE EQUIPAMENTO, PREVISVEL LUZ DO QUE DETERMINAM AS NORMAS DE SEGURANA DO TRABALHO. DANO MORAL QUE SE TRANSMITE AOS HERDEIROS. REPOSIO SALARIAL DEVIDA PELO PERODO DE INCAPACIDADE PERMANENTE, SEM QUALQUER DESCONTO QUE SE PRETENDA EFETUAR QUANTO PARCELA RECEBIDA PELO EMPREGADO JUNTO PREVIDNCIA SOCIAL. VERBAS A TTULO DE TRATAMENTO E FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTOS NO EXIGVEIS NAS CIRCUNSTNCIAS. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.

I - Concluindo o laudo pericial que o acidente que vitimou o operrio foi causado por condio ambiental insegura, omitindo-se a empresa na adoo de medidas de proteo individual e fiscalizao no estado de conservao do equipamento, previsveis luz do que consta das normas e da boa tcnica de engenharia de segurana, h que se acolher a pretenso indenizatria; II - O direito de prosseguir na ao de indenizao por ofensa honra transmite-se aos herdeiros e a indenizao das parcelas salariais visam a recomposio do patrimnio afetado pela incapacidade permanente do obreiro; III - No cabe deduzir, do montante da indenizao de direito comum, o valor da indenizao com apoio na legislao previdenciria, medida, sobretudo, de moralidade, uma vez que fora a vtima aquela que contribura para a fonte de custeio do benefcio e se a empresa pudesse deduzir do valor da indenizao o quantum previdencirio estaria se locupletando indevidamente custa do contribuinte, IV - Danos comprovados atravs de exame pericial; V Provimento parcial do recurso.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3529425Semana 3

Nexo causal. Teorias. A teoria acolhida por nosso Direito Civil. Causalidade da omisso. Concausa. Excluso do nexo causal. Fato exclusivo da vtima. Fato de terceiro. Caso fortuito e fora maior.

CASO CONCRETO 1

Augusto, comerciante de bois, vende a Gustavo, lavrador, um boi doente, que, por sua vez, contagia os outros bois do comprador, que morrem. Privado desses elementos de trabalho, o lavrador v-se impedido de cultivar suas terras. Passa a carecer de rendimentos que as terras poderiam produzir, deixa de pagar seus credores e v seus bens penhorados, os quais so vendidos por preo abaixo de seu valor. Arruinado, o lavrador suicida-se. Seus filhos e viva ingressam com ao de indenizao em face do comerciante. Pergunta-se: quais so os danos ressarcveis e quem ter de repar-los?

Resposta fundamentada.

RESPOSTA: O conceito de nexo causal no jurdico, sendo assim, estabelecendo o vnculo entre um determinado comportamento e um evento, permitindo concluir, com base nas leis naturais, se a ao ou omisso do agente foi ou no causa do dano. Faz mister a anlise sobre as teorias da equivalncia dos antecedentes e da causalidade adequada, havendo uma tendncia para a aplicao da ltima.

Diante de o nosso Cdigo Civil ter adotado a Teoria da Causalidade Direta e Imediata em razo do disposto no art. 403 do CC, o dano direto e imediato provocado por Augusto foi a contaminao do rebanho, portanto, dever indenizar a famlia por este prejuzo. Com relao s com conseqncias futuras, a causalidade adequada no se impe, haja vista a inexistncia de causa adequada entre a venda do boi contaminado, a perda do rebanho e as dvidas que no foram pagas.

CASO CONCRETO 2

Pmela, conduzindo seu veculo, envolve-se em acidente de trnsito, tendo este ocorrido em rodovia administrada pela concessionria-r. O referido acidente foi ocasionado pela presena de corpos de animais (dois cavalos) na pista de rolamento. Promove ao ressarcitria, invocando a responsabilidade objetiva da concessionria, conforme o disposto nos artigos 37, 6 da Constituio Federal e 14 do Cdigo de Defesa do Consumidor. Aduz ter ocorrido falha no servio prestado, caracterizado na espcie, por permitir a concessionria o ingresso de animais em uma rodovia, na qual transitam veculos em alta velocidade, alm de desdia e omisso, ao no retirar os mesmos do local ou ao menos sinalizar sua presena at que fosse providenciada sua retirada, restando inequvoca a ocorrncia do fato, do dano e do nexo causal a impor a responsabilizao do fornecedor do servio. Em contestao, sustenta a R a caracterizao de fato exclusivo de terceiro a excluir a responsabilidade da empresa-r, tendo em vista que o referido animal fugiu de uma fazenda localizada s margens da rodovia, excluindo seu dever de indenizar.

Considerando os fatos provados, resolva a presente questo. RESPOSTA: Diante da omisso da concessionria que permitiu animais na pista e do disposto nos artigos 37, 6 da Constituio Federal e 14 do Cdigo de Defesa do Consumidor a concessionria dever ser responsabilidade objetivamente, ou seja, sem discusso da culpa. O alegado fato terceiro constitui fortuito interno, portanto, no exime do dever de indenizar, tendo em vista que deveria zelar pela segurana dos usurios.

APELACAO CIVEL: 2005.001.03366

DES. MARIA INES GASPAR - Julgamento: 06/04/2005 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MATERIAL E MORAL. Acidente de trnsito ocorrido em rodovia administrada pela concessionria-r, ocasionado pela presena de corpos de animais (dois cavalos) na pista de rolamento. Responsabilidade objetiva da concessionria, conforme o disposto nos artigos 37, 6 da Constituio Federal e 14 do Cdigo de Defesa do Consumidor. Falha no servio prestado, caracterizado na espcie, por permitir a concessionria o ingresso de animais em uma rodovia, na qual transitam veculos em alta velocidade, alm de desdia e omisso, ao no retirar os mesmos do local ou ao menos sinalizar sua presena at que fosse providenciada sua retirada, restando inequvoca a ocorrncia do fato, do dano e do nexo causal a impor a responsabilizao do fornecedor do servio. Inexistncia de culpa exclusiva da vtima ou de fato exclusivo de terceiro a excluir a responsabilidade da empresa-r. Incumbe concessionria zelar pela rodovia e pela segurana dos usurios em todos os seus aspectos, como impedir a invaso da pista de rolamento por animais e a de retirar obstculos que ponham em risco a segurana dos usurios, devendo, assim, suportar os nus decorrentes do risco de sua atividade econmica. Danos materiais e morais configurados. Quantificao do dano extrapatrimonial dotada de proporcionalidade e razoabilidade, diante das circunstncias do caso concreto, a no merecer reduo. Sentena mantida. Desprovimento do recurso

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3556399CASO CONCRETO 3

Passageiro atingido por pedradas lanadas por terceiro, que andava pela via pblica, quando transportado em coletivo da R. Alega descumprimento da clusula geral de incolumidade nsita no contrato de transporte, razo pela qual promove a competente ao indenizatria. Obter xito em seu pleito? Justifique sua resposta.

RESPOSTA: Em razo de o evento danoso ter sido provocado por terceiro totalmente alheio atividade negocial e no ter o preposto concorrido para ocorrncia do fato, houve o rompimento do nexo causal entre o agente e vtima e, portanto, ocorreu a excludente da ilicitude nos termos do art. 14, 3, inciso II do CDC. Entende parte da doutrina como fortuito externo.

APELACAO CIVEL: 2005.001.32285

DES. NASCIMENTO POVOAS VAZ - Julgamento: 21/02/2006 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL

RESPONSABILIDADE CIVIL. ARREMESSO DE PEDRA EM DIREO A COLETIVO. FERIMENTO DE PASSAGEIRO EM RAZO DISSO. FORTUITO EXTERNO. RECONHECIMENTO. ATO DE TERCEIRO SEM PARTICIPAO DE PREPOSTO OU AGENTE DO TRANSPORTADOR, ESTILHAANDO A JANELA E LESIONANDO O PASSAGEIRO. SITUAO QUE EXCLUI O NEXO CAUSAL E, CONSEQENTEMENTE, O DEVER DE INDENIZAR. Confirmao do Julgado.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3820278Semana 4

Dano I. Conceito. Dano patrimonial. Dano emergente e lucro cessante. Dano moral: evoluo doutrinria, posicionamento atual, configurao, prova, arbitramento.

CASO CONCRETO 1

Luiza e Flvia, em 20 de dezembro de 2006, ocasio em que contavam, respectivamente, com 15 e 10 anos, propuseram ao indenizatria, em face do Estado do Rio de Janeiro, pelo falecimento de sua genitora parturiente e do irmo nascituro.

O evento danoso ocorreu em 28 de setembro de 2005, ocasio em que a vtima, em trabalho de parto, era transportada ao hospital em viatura da Polcia Militar do Estado. O veculo foi atingido por um nibus, e da coliso decorreu a morte da parturiente e do nascituro. Deste modo, requerem as autoras, representadas por seu av materno: a) penso mensal de um salrio mnimo para cada uma at 25 anos de idade, includas as parcelas do 13 salrio, assegurando o direito recproco de acrescer, caso venha a cessar a penso para uma das autoras; b) indenizao a ttulo de dano moral pela morte de sua genitora e do nascituro, no valor de 300 salrios mnimos para cada uma das autoras; e c) ressarcimento das despesas com sepultamento, independentemente de comprovao.

Indaga-se: assiste razo ao pleito autoral? Justifique.

RESPOSTA:

Ver ementa e fundamentao do resp. 472.276/2002

https://ww2.stj.gov.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=416259&sReg=200201405330&sData=20030922&formato=PDFCASO CONCRETO 2

Armnio, agente da Polcia Civil, props ao ordinria, em que pretende a condenao do Estado do Rio de Janeiro ao pagamento de indenizao por danos morais decorrentes de declaraes atribudas ao ento Governador do Estado aos rgos de Imprensa, acusando-o de integrar a banda podre da corporao da Polcia Civil.

Em contestao, sustenta o Estado do Rio de Janeiro que as declaraes teriam sido feitas de maneira genrica, no sendo o nome do autor veiculado diretamente na imprensa, bem como rechaa o pedido, porquanto o caso refletiria mero aborrecimento do dia-a-dia.

Resolva a questo fundamentadamente. RESPOSTA:

Ver ementa e fundamentao da Apelao Cvel n 2005.001.52692

CASO CONCRETO 3

Em comemorao dos 15 anos de sua filha, A ofereceu uma grande festa no hotel X (cinco estrelas) para parentes e amigos. A festa foi um fracasso, pois, alm de a comida estar fria, em pouca quantidade e de pssima qualidade. Faltou tambm bebida e garons. A quer pedir indenizao. Esclarea o fundamento da ao e o que poder ser pleiteado, justificadamente.

RESPOSTA:

Ver ementa e fundamentao da Apelao Cvel n 1995.001.800

R. O mero inadimplemento contratual, mora ou prejuzo econmico, no configuram, por si ss, dano moral, porque no agridem a dignidade humana; os aborrecimentos deles decorrentes ficam subsumidos pelo dano material, salvo se os efeitos do inadimplemento contratual, por sua natureza ou gravidade, exorbitarem o aborrecimento normal decorrente de uma perda patrimonial e tambm repercutirem na esfera da dignidade da vitima, quando, ento, configuraro o dano moral.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|51179Semana 5

Dano II. Legitimao para pleitear o dano moral. Dano moral e pessoa jurdica. Transmissibilidade. Liberdade de informao e inviolabilidade da vida privada. Dano esttico. Dano imagem. Dano imagem da pessoa falecida. Dano reflexo. Liquidao do dano. Verbas indenizveis.

CASO CONCRETO 1

Joana e Joo da Silva ajuizaram ao de indenizao em face do Estado do Rio de Janeiro, pretendendo a condenao do ru ao ressarcimento de dano moral.

Alegam que os servidores estaduais, Jos da Silva e Aroldo dos Santos, assinaram, divulgaram e promoveram a distribuio de Edital comunicando suspeita de caso de AIDS no Municpio de Rio das Pedras, mencionando o nome do falecido, filho dos autores, motivo pelo qual ensejou punio em inqurito administrativo.

Aduziram que a mencionada divulgao pblica da suspeita da doena, atribuda ao falecido pelos agentes do Estado, violou o seu direito intimidade, vida privada e imagem, acarretando-lhe constrangimentos de toda a ordem.

O Estado do Rio de Janeiro contestou o pedido autoral, afirmando que, em se tratando de direito personalssimo, tal como o direito honra, o direito de exigir a reparao do dano e o dever de indenizar o prejuzo so inadmissveis. Aduziram que os bens morais desaparecem com o prprio indivduo, impossibilitando a transmissibilidade sucessria e o exerccio dessa ao por via subrogatria.

Diante do caso concreto, aborde a possibilidade de os pais pleitearem a

reparao civil pelos danos ocasionados a seu filho no presente caso.

RESPOSTA:

Ver ementa e fundamentao do RESP n 324.886.

RECURSO ESPECIAL N324.886 - PR (2001/0066584-3)

RELATOR MINISTRO JOS DELGADO

RECORRENTE ESTADO DO PARAN

ADVOGADO MRCIA DIEGUEZ LEUZINGERE OUTROS

RECORRIDO TEREZfNHA RIBEIRO BARBOSA E OUTRO

ADVOGADO MANOEL VALDEMAR BARBOSA FILHO

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. INDENIZAO. DANOS MORAIS. HERDEIROS. LEGITIMIDADE.

1. Os pais esto legitimados, por terem interesse jurdico, para acionarem o Estado na busca de indenizao por danos morais, sofridos por seu filho, em razo de atos administrativos praticados por agentes pblicos que deram publicidade ao fato de a vitima ser portadora do vtimas de HIV.

2. Os autores, no caso, so herdeiros da vtima, pelo que exigem indenizao pela dor (dano moral) sofrida, em vida, pelo filho j falecido, em virtude de publicao de edital, pelos agentes do Estado ru, referente sua condio de portador do vrus 1-11V.

3. O direito que, na situao analisada, poderia ser reconhecido ao falecido, transmite-se, induvidosamente, aos seus pais.

4. A regra, em nossa ordem jurdica, impe a transmissibilidade dos direitos personalssimos, salvo expresso legal.

5. O direito de ao por dano moral de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores da vtima (RSTJ, vol. 71/183).

6. A perda de pessoa querida pode provocar duas espcies de dano: o material e o moral.

7. O herdeiro no sucede no sofrimento da vtima. No seria razovel admitir-se que o sofrimento do ofendido se prolongasse ou se entendesse (deve ser estendesse) ao herdeiro e este, fazendo sua a dor do morto, demandasse o responsvel, a fim de ser indenizado da dor alheia. Mas irrecusvel que o herdeiro sucede no direito de ao que o morro, quando ainda vivo, tinha contra o autor do dano. Se o sofrimento algo entranhadamente pessoal. o direito de ao de indenizao do dano moral de natureza patrimonial e, como tal, transmite-se aos sucessores (Leon Mazeaud, em magistrio publicado no Recueil Critique Dalioz, 1943, pg. 46, citado por Mrio Moacyr Porto, conforme referido no acrdo recorrido).

8. Recurso improvido.

ACRDO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falco, Garcia Vieira, Humberto Gomes de Barros e Milton Luiz Pereira votaram com o Sr. Ministro Relator.

2001/0066584.3 . RESP 3248x6 Pgina 1 de 2

http://www.stj.gov.br/webstj/Processo/JurImagem/frame.asp?registro=200100665843&data=03/09/2001CASO CONCRETO 2

Maria ajuizou ao de indenizao por danos morais em face do jornal Imprensa Ltda., de grande circulao, uma vez que este publicou fotografia da autora, sem autorizao, com o ttulo: Mulheres gordas na praia de Ipanema. A autora alega que a publicao no consentida da sua imagem de forma humilhante, vexatria e desrespeitosa, feriu-lhe a dignidade, acarretando dor, vergonha, sofrimento e baixa estima, violando, portanto, direito da personalidade, visto que interferiu na sua esfera psicolgica. Em contestao, a r afirma no ser cabida a indenizao, pois o jornal no mostrou apenas a foto da autora e sim de outras brasileiras obesas, bem como a inexistncia de prova do moral sofrido e, por fim, em caso de acolhimento do pedido, que este seja submetido ao limite indenizatrio previsto na Lei de Imprensa. Considerando os argumentos apresentados pelas partes, a quem assistir

razo? Resposta fundamentada e com a base legal pertinente.

Resposta:

Apelao Cvel 2007.001.47180 -Mulheres gordas na praia de Ipanema:publicao de fotografia sem autorizao. Dano moral configurado.

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2007001&nomeArq=47180.0002.01.20071127.340&nomeSubDir=47001.47500&path=webacord2CASO CONCRETO 3

Edmar de Souza props ao contra Topera Engenharia Ltda., em busca de indenizao por danos materiais, moral e esttico sofridos em acidente de veculos. Relata ter o veculo da r, desrespeitando a placa de parada obrigatria, colidido com o seu que trafegava pela pista preferencial. Em conseqncia do evento, Edmar ficou com seqelas gravssimas, estando, at a presente data, integralmente impossibilitado para o trabalho. Inclusive, segundo percia realizada, o autor est com sua perna esquerda atrofiada e, ainda, com um futuro risco de amputao.

Diante do exposto, requereu o autor a reparao dos danos moral e esttico, alm das despesas que efetuou com o tratamento mdico, a indenizao pela incapacidade parcial permanente (que a percia estimou em 90%) e dos lucros cessantes pelo perodo em que ficou integralmente incapacitado para o trabalho.

Regularmente citada, contestou a r trazendo os seguintes argumentos: apesar de haver placa de parada obrigatria na via em que seu preposto trafegava, o autor entrou no cruzamento sem a menor ateno, caracterizando-se, portanto, a culpa exclusiva da vtima ou, pelo menos, a culpa concorrente; o autor scio majoritrio de um estabelecimento comercial, que em momento algum deixou de funcionar normalmente em conseqncia de sua inabilitao laboral. Logo, incabvel a condenao por lucros cessantes; impossvel a cumulao do dano esttico com o moral, pois aquele espcie deste; por fim, sustentou a r que, ainda que fosse o caso de indenizar, o valor deveria ser fixado no mnimo possvel, pois o autor conta com considerveis rendimentos auferidos em sua empresa, alm de seguro pessoal e benefcio previdencirio, este ltimo que, obviamente, ser majorado em conseqncia do acidente sofrido por ele. Portanto, o autor no pessoa necessitada

Considerados comprovados os fatos, responda as seguintes indagaes:

a) Haveria culpa exclusiva da vtima ou culpa concorrente? b) possvel a cumulao de dano moral com dano esttico?

c) Caberiam lucros cessantes? Caso positivo, como seriam eles calculados?

d) Seria possvel abater da indenizao o benefcio previdencirio, seguros pessoais e eventual rendimento de estabelecimento comercial do autor?

RESPOSTA:Ver ementa e fundamentao do acrdo na Apelao Cvel n 9.158/99, Relator Des. Sergio Cavalieri Filho, TJRJ.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|2369370Semana 6

Responsabilidade civil objetiva. Evoluo histrica. Teoria do risco. Responsabilidade objetiva no Cdigo Civil de 2002. Abuso do direito (art. 187, CC). Responsabilidade pelo desempenho de atividade de risco (art. 927, pargrafo nico). Responsabilidade por dano causado por produto (art. 931, CC).

CASO CONCRETO 1

Slvia props ao de indenizao por danos materiais e morais em face de Matheus, objetivando a reparao por danos sofridos.

Alega, em sntese, que o ru transferiu duas linhas telefnicas de sua propriedade, que estavam instaladas no consultrio da autora para seu consultrio de fonoaudiologia, o que lhe causou graves prejuzos, tendo em vista que firmou vrios convnios com planos de sade, tendo disponibilizado, para marcao de consulta, os referidos nmeros de telefone, os quais constavam nos livros mdicos, distribudos aos conveniados. Assevera que a transferncia deveu-se sua separao com o ru, tendo o mesmo determinado a transferncia das linhas sem qualquer aviso. Em contestao, alega o ru culpa exclusiva da vtima quanto ao perodo sem telefone, visto que somente aps sete meses do trmino da relao fora solicitada a transferncia dos terminais telefnicos. Pergunta-se: caso seja devida alguma indenizao a Slvia, qual seria o

fundamento jurdico?

Resposta:

A linha que divide o exerccio regular de um direito do abuso de direito muito tnue, sendo assim, o abuso de direito no pode ser confundido com o referido exerccio. Desta forma, apesar de ser o detentor das linhas telefnicas o marido no poderia efetivar o corte de maneira abrupta e sem aviso prvio. O ato ilcito por abuso de direito encontra-se disciplinado nos arts.187 e 927 do CC.

2005.001.49293 - APELACAO CIVEL - 1 Ementa

DES. MARCO ANTONIO IBRAHIM - Julgamento: 05/04/2006 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL

Civil. Responsabilidade, Civil. Dano moral. Abuso de direito. Artigo 187 do Cdigo Civil. Honorrios de advogado. Recurso de terceiro interessado. Legitimidade e interesse do advogado para recorrer da sentena na parte referente a fixao da verba honorria. O cotejo entre os termos do artigo 23 da Lei n 8.906/94 e da Smula n 306 do Superior Tribunal de Justia confere legitimidade e interesse aos advogados, de quaisquer das partes, para interpor recurso, em nome prprio, se insurgindo contra a fixao da verba honorria fixada na sentena. Tal legitimidade deriva do disposto no artigo 499 do CPC que prev o recurso de terceiro interessado, tornando certo que o advogado, em seu prprio nome, pode interpor recurso contra a parte de deciso que repute equivocada quanto fixao de honorrios. No teria lgica se entender que o advogado tem direito autnomo execuo de honorrios e se o impedisse de pleitear, em nome prprio, a correta constituio do titulo executivo. No mais, a condenao do ru a indenizar danos morais sofridos pela autora se justificava. Apesar de titular das linhas telefnicas que estavam instaladas no consultrio de fonoaudiologia de sua ex-companheira, sua transferncia abrupta e sem aviso prvio, causou todo tipo de transtorno profissional autora que havia divulgado os respectivos nmeros para clientes e planos de sade. Abuso de direito configurado. Provimento parcial do recurso do 2a apelante e desprovimento do 1 recurso.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3833258CASO CONCRETO 2

O jornal Mundo publicou a seguinte notcia. O corpo do Juiz do Tribunal Martimo Carlos Silva, 56 anos, foi encontrado s 5h de ontem dentro do sistema de tratamento de esgoto do Condomnio Via Expresso, na Barra.

O Juiz estava desaparecido desde s 22 horas do dia anterior. Ele assistia a um jogo de futebol, na Associao Bosque Marapendi, quando a bola caiu no terreno do Condomnio onde morava, e prontificou-se a resgat-la. Como demorasse a voltar, os rapazes que jogavam futebol continuaram a partida com outra bola. Apenas no dia seguinte, amigos e parentes deram conta do sumio do Juiz e comearam uma busca angustiante. Ao que tudo indica, o Juiz, enquanto procurava a bola (local pouco iluminado), caiu acidentalmente dentro da caixa de esgoto, que estaria destampada.

Caso comprovada essa verso ftica, o Condomnio poder ser responsabilizado civilmente? Qual seria o fundamento dessa responsabilidade? Em defesa, poderia o condomnio alegar com xito no ter dado causa ao evento e que este ocorreu por culpa exclusiva da vtima? Resposta fundamentada.

RESPOSTA:

No se aplica ao caso o Cdigo do Consumidor porque no h relao de consumo entre Condomnio e Condmino. Antes da vigncia do novo Cdigo Civil o caso teria que ser resolvido com base na responsabilidade pelo fato da coisa. O dano no foi causado por preposto do condomnio mas por coisa de que o guardio. Hoje no mais ser necessrio utilizar o mecanismo da responsabilidade indireta. O condomnio ter responsabilidade direta, objetiva, com base no artigo 927, pargrafo nico do Cdigo Civil. A guarda e vigilncia de coisas perigosas, como piscinas, elevadores e estao de esgoto, pode e deve ser considerada atividade perigosa de que trata o referido dispositivo, que gera para o condomnio o dever de segurana, cuja violao enseja a obrigao de indenizar.

CASO CONCRETO 3

O depsito de fogos de artifcios de Aldo explodiu na madrugada do dia 24.10.2006. Embora no tenha havido vtimas, deu-se a perda total do material estocado e a destruio completa do prdio. A percia no apurou nenhuma irregularidade de estocagem, apontando como possvel causa da exploso defeito em alguma pea pirotcnica que estava no galpo. Aldo, pequeno empresrio, quer ser indenizado. De quem poder pleitear a indenizao, com que fundamento e o que poder pedir?

Resposta:

No se aplica ao caso o Cdigo de Defesa do consumidor, pela no caracterizao dos elementos subjetivos e objetivos de uma relao de consumo, sobretudo pelo fato de o depsito no ser consumidor, conforme inteligncia do artigo 2do CDC. Porm, aplica-se o previsto no artigo 931 do Cdigo Civil, que tambm impe responsabilidade objetiva ao fabricante do produto que venha a causar danos a outrem.

Semana 7

Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade direta e indireta. Responsabilidade do pai por atos dos filhos menores. Responsabilidade dos tutores e curadores. Responsabilidade dos incapazes (art. 928, CC). Responsabilidade do empregador ou comitente.

CASO CONCRETO 1

O pai emprestou o automvel ao filho pbere, que se envolveu em coliso, mas foi reconhecida a culpa do motorista do outro veculo, que desrespeitara o sinal luminoso. Subsiste a responsabilidade do pai em compor os danos ao proprietrio do outro veculo? Justifique. RESPOSTA:Embora seja objetiva a responsabilidade dos pais pelos filhos menores (C. Civil , art. 933), preciso, todavia, para configurar essa responsabilidade que o filho tenha dado causa ao dano e numa situao que, caso fosse imputvel, configuraria a sua culpa. No caso nem h que se falar em culpa do filho porque o evento decorreu de fato exclusivo da prpria vtima (fato imprevisvel) - que exclui o nexo causal. O fato de o filho ser menor de idade e estar dirigindo sem habilitao no foi causa determinante do evento, que teria ocorrido ainda que Antnio fosse maior e estivesse habilitado.

CASO CONCRETO 2

Gustavo, menor de 16 anos, exercia atividade laborativa em uma oficina mecnica de veculos. Ocorre que, durante horrio de trabalho, Gustavo apodera-se de veculo de terceiro que se encontrava para conserto e vem a colidi-lo contra poste de iluminao, causando prejuzos de elevada monta. Proposta ao indenizatria pelo proprietrio do veculo em face de seus pais, esta ser procedente? Justifique sua resposta.

Resposta: Os pais merecem ser responsabilizados pelos atos praticados por seus filhos menores, desde que, estejam sob sua autoridade, sendo assim, no presente caso no havia a referida AUTORIDADE, deste modo, no h que se falar em responsabilidade civil dos pais. A ao deveria ser proposta contra a oficina mecnica pelo ato praticado por seu preposto.

CASO CONCRETO 3

Em razo de uma suposta fechada, Carlos interceptou de forma abrupta o coletivo dirigido por Joo e com este trocou spera discusso.

Mais adiante, em frente garagem da Transportadora X, empregadora de Joo, Carlos novamente interceptou o coletivo. Desceu do carro e, munido de uma barra de ferro, tentou agredir o motorista de nibus.

Colegas de servio de Joo, uniformizados, saram em sua defesa; partiram todos contra Carlos, que veio a falecer em decorrncia das agresses sofridas.

Em ao prpria, ajuizada em face da Transportadora X, a esposa de Carlos pleiteia indenizao por danos morais e materiais. Alega culpa presumida da r pelos atos de seus prepostos.

Em contestao, a r sustenta inexistir nexo causal, j que o fato teve como causa remota um incidente de trnsito, que no teria maiores conseqncias, se a vtima no tivesse perseguido o preposto da r at a garagem no propsito de agredi-lo com uma barra de ferro.

Decida a questo, indicando os fundamentos de fato e de direito aplicveis espcie.

1 Ementa - APELACAO CIVEL

DES. FERNANDO CABRAL - Julgamento: 06/03/2002 - SEGUNDA CAMARA CIVELRESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR ATO ILICITO PRATICADO POR PREPOSTO AGRESSAO FISICA FATO SUPERVENIENTE RECURSO DESPROVIDO Responsabilidade civil do empregador por ato ilcito de seus prepostos. Desentendimento entre o motorista do coletivo e terceiro, em razo de uma suposta "fechada", por ocasio da normal circulao dos veculos envolvidos. Interceptao abrupta do coletivo pelo particular, ocasionando a coliso das viaturas. Culpa exclusiva da vtima. Perseguio, posterior, ao motorista da empresa, com tentativa de agresso. Alegada interveno de colegas de servio do motorista perseguido, em sua defesa, com agresses que causaram a morte do motorista do veculo particular. Fato superveniente coliso, que no guarda conexidade com a atividade da empresa, nem se insere nos riscos inerentes ao deslocamento ou , prestao dos servios, no se encontrando na linha de previsibilidade do empregador, a quem, nossas circunstncias, no competia evitar o resultado lesivo. No responde o empregador, objetivamente, por atos dolosos de seus prepostos, se estes so estranhos ao servio e se no se encontram na linha de desdobramento causal da atividade empresarial desenvolvida. Recurso ao qual se nega provimentoSemana 8

Responsabilidade civil pelo fato das coisas. Teoria da guarda. Furto ou roubo de veculo. Fatos de animais. Runa de edifcio. Coisas cadas do prdio.

CASO CONCRETO 1

Ao entrar no elevador do edifcio em que residia, Antnio (50 anos) caiu no poo e morreu, porquanto o carro no estava naquele andar. Constatou-se que o elevador estava com defeito. Esposa e filhos da vtima, querendo ser indenizados por danos morais e matrias, propem ao indenizatria em face do condomnio.

Em contestao, o ru alega preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, entendendo que deveria compor o plo passivo a empresa responsvel pela manuteno do elevador. No mrito, buscando isentar-se da responsabilidade, o ru alega culpa exclusiva da vtima, aduzindo que esta no consultou o painel que indicava o andar em que se encontrava o carro do elevador.

Resolva a questo, indicando os dispositivos legais aplicveis espcie.

RESPOSTA:

O condomnio e a empresa encarregada da conservao respondem solidariamente pela falta de vigilncia. No se aplica ao caso o Cdigo do Consumidor porque no h relao de consumo entre Condomnio e Condmino. Antes da vigncia do novo Cdigo Civil o caso teria que ser resolvido com base na responsabilidade pelo fato da coisa. O dano no foi causado por preposto do condomnio mas por coisa de que o guardio. Hoje no mais ser necessrio utilizar o mecanismo da responsabilidade indireta. O condomnio ter responsabilidade direta, objetiva, com base no artigo 927, pargrafo nico do Cdigo Civil. A guarda e vigilncia de coisas perigosas, como piscinas, elevadores e estao de esgoto, pode e deve ser considerada atividade perigosa de que trata o referido dispositivo, que gera para o condomnio o dever de segurana, cuja violao enseja a obrigao de indenizar.

Vide apelao cvel n.2006.001.68146.

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2006001&nomeArq=68146.0001.01.20070724.385&nomeSubDir=68001.68500&path=webacord2CASO CONCRETO 2

Luiz Eduardo props ao indenizatria em face de Mrio, objetivando o ressarcimento de danos materiais e morais sofridos em virtude de ataque de co da raa pit bull, enquanto fazia entrega de encomenda no stio do ru.

Alega o autor que, ao ser permitida sua entrada no stio em questo, o ataque do referido co provocou sua queda sobre corrente de trao, que estava indevidamente exposta, de um mini-trator em funcionamento no local, conduzido por preposto do ru, do qual resultou a amputao de parte dos dedos de sua mo esquerda. Em contestao, sustenta o ru causa superveniente absolutamente independente, e culpa exclusiva da vtima, como causas excludentes de sua responsabilidade, tendo em vista que no foram as leses causadas pelo seu co, mas sim em virtude de queda sobre o trator, em funo de susto que o autor levou com a presena do co.

Aduz que o seu co encontrava-se solto em rea de sua propriedade e no na rua ou em local proibido para entrada de ces, portanto, no houve culpa de sua parte.

Resolva a questo fundamentadamente.RESPOSTA:

Trata-se de Responsabilidade extracontratual subjetiva, onde dever ser apurada a culpa do dono do animal. Aps verificada a culpa o causador do dano, responder o mesmo pelos prejuzos objetivados em razo da falta de zelo com o animal, o qual se esperava um dever de custdia em relao ao mesmo.

Vide apelao cvel n.2005.001.21594

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3718851 CASO CONCRETO 3

A ponta de um cigarro, lanada de um apartamento superior, causou incndio na sala do apartamento de Carlos. No foi identificada a unidade da qual foi lanado o foco incendirio. Carlos prope em face do condomnio ao indenizatria, pleiteando danos morais e materiais com fundamento no art. 938 do Cdigo Civil. Em contestao, o Condomnio alega ilegitimidade passiva ad causam e, no mrito, a inexistncia de culpa in vigilando, uma vez que no h como impedir que algum lance pontas de cigarros das unidades.

Pergunta-se: quem dever figurar no plo passivo da demanda? Qual a caracterizao do presente caso? Indique os fundamentos legais, resolvendo

a questo fundamentadamente.

RESPOSTA:

No havendo como identificar de onde partiu a chama, responde o condomnio pelo prejuzo causado pelo condmino.

1 Ementa - APELACAO CIVEL

DES. JOAO WEHBI DIB - Julgamento: 09/06/1998 - SEGUNDA CAMARA CIVEL

Reparao de danos. Incndio em apartamento. Foco gneo lanado de unidade situada em pavimento superior. No identificado o autor, responde o Condomnio. Culpa objetiva. Desnecessidade de prova. Art. 1.529 do CC. Improvimento

Semana 9

Responsabilidade da Administrao Pblica. Evoluo histrica. A responsabilidade do Estado no Direito Brasileiro. O 6 do artigo 37 da CF de 1988. Danos por omisso do Estado. Danos decorrentes de obras pblicas.

CASO CONCRETO 1

Companheira e filhos de detento assassinado no interior do Presdio Hlio Gomes, onde cumpria pena, pedem indenizao por danos materiais e morais.

O Estado se defende ao argumento de que houve fato exclusivo de terceiro - a vtima foi morta por outros detentos integrantes do chamado Comando Vermelho. Sustentando, ainda, no ser objetiva a sua responsabilidade no caso de omisso. Logo, s poderia ser responsabilizado se ficasse provada a culpa, o que no caso no ocorreu. Resolva a questo, fundamentando-a doutrinria e legalmente. RESPOSTA:

Ver ementa e fundamentao na Apelao Cvel 1996.001.5494, Relator Des. Humberto Manes e Apelao Cvel 1999.001.3611, Relator Des. Sergio Cavalieri Filho, TJRJ.

CASO CONCRETO 2

Vilma, empregada domstica, 23 anos, morreu ontem ao ser atingida no peito por uma bala perdida em meio a um tiroteio entre policiais e bandidos na Ilha do Governador. No momento em que foi atingida, Vilma se arrumava para ir trabalhar. A vtima deixou rf uma menina de 5 anos, que agora deve morar com a av, Marilene (O Globo, 4 de fevereiro de 2006).

Quem poder pedir indenizao pela morte de Vilma, de quem e com que fundamento? E se no curso da ao ficar provado que a bala que atingiu Simone partiu da arma de um bandido? Resposta fundamentada. RESPOSTA:

A responsabilidade do Estado, em matria de Segurana Pblica, objetiva, desde que comprovado o nexo causal entre a ao dos agentes estatais e o dano experimentado pela vitima, surgindo a, para este o dever de indenizar. Assim, por mais dramtica que seja a situao vivida, quando no for possvel afirmar que o tiro partiu da arma de um agente pblico, no tem o Estado que indenizar os danos por estes sofridos.

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2007001&nomeArq=64874.0002.01.20080514.333&nomeSubDir=64501.65000&path=webacord2CASO CONCRETO 3

Cludio Garcia, policial militar, conduzindo veculo oficial, ao ultrapassar o sinal vermelho para os veculos, atropela Jos.

Proposta a conseqente ao indenizatria em face do Estado, este denncia lide o agente causador do dano, no tendo sido acolhida pelo Juzo a referida modalidade de interveno de terceiros. Diante dos fatos apresentados, responda justificadamente: a) cabvel a indenizao pleiteada?

b) Deve ser deferida a incluso do litisdenunciado?

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2007001&nomeArq=35328.0001.01.20070731.324&nomeSubDir=35001.35500&path=webacord2Semana 10

Responsabilidade subjetiva do Estado. Culpa annima. Responsabilidade do Estado por danos decorrentes de atos judiciais e atos legislativos. Responsabilidade dos prestadores de servios pblicos.

CASO CONCRETO 1

Daniela Barbosa foi vtima de roubo ocorrido em via pblica que resultou em leso grave, impossibilitando-a de exercer sua atividade laborativa. Aps sucessivas cirurgias, necessria se fez a aposentadoria por invalidez, dada a completa incapacidade para o trabalho. Props ao indenizatria em face do Estado, intentando a reparao pelos danos sofridos em virtude da ausncia de policiamento e segurana.

Em contestao, argumenta o Estado que no pode ser responsabilizado como segurador universal, havendo no caso excluso do nexo de causalidade pelo fato exclusivo de terceiros.

Diante dos fatos narrados, resolva a questo, indicando: a) Que espcie de responsabilidade civil recai sobre o Estado no presente caso? b) Haver o dever de indenizar? Por que razes?

RESPOSTA:

a) No existe a responsabilidade do Estado.

b) No haver o dever de indenizar, haja vista, tratar-se de um tpico caso de omisso genrica.

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2007001&nomeArq=48922.0001.01.20080115.325&nomeSubDir=48501.49000&path=webacord2CASO CONCRETO 2

Sabrina ajuizou ao de indenizao em face da Cedae. Quando a ao estava prestes a ser julgada, o juiz perdeu o processo, fato que atrasou o julgamento da causa por dois anos, causando prejuzos autora. Inconformada, requer a restaurao do processo, mas prope ao indenizatria em face do Estado, postulando indenizao pelos prejuzos causados. O ru, todavia, alega que no h responsabilidade civil por atos judiciais. Considerando o fato, indaga-se: a) A ao em face do Estado merece ser julgada procedente?

b) Pode o juiz ser civilmente responsabilizado pelo prejuzo sofrido

por Sabrina?

RESPOSTA:

A responsabilidade objetiva do Estado no se aplica aos atos dos juzes, a o ser nos casos expressamente declarados em lei. Sendo assim, quando os anos forem fruto da negligncia do juiz no exerccio de sua profisso, cabvel a responsabilidade do estado amplamente com base no art.37, 6 da CF ou na culpa annima (falta do servio), pois trata-se de atividade administrativa realizada pelo poder judicirio. Sendo assim, como conseqncia o estado poder regredir contra o juiz que deu causa ao evento danoso.

http://srv85.tj.rj.gov.br/inteiroTeor/abrePDF.do?nomeDir=2007001&nomeArq=47053.0001.01.20080115.406&nomeSubDir=47001.47500&path=webacord2Precedente Citados : STJ REsp 86271/SP, Rel.Min.Carlos Alberto Menezes Direito, julgado em 10/11/1997. TJRJ AC 2005.001.29174, Rel. Des. ElisabeteFilizzola, julgada em 05/10/2005.

http://www.stj.gov.br/webstj/Processo/JurImagem/frame.asp?registro=199600038007&data=09/12/1997CASO CONCRETO 3

Aps a ocorrncia de forte tempestade em determinada regio, formouse imenso buraco, causado por eroso pluvial, que colocava em risco a integridade fsica dos habitantes locais. Tal fato acarretou a morte de um menor, vitimado pela queda no referido buraco.

Proposta a respectiva ao indenizatria pelos pais do menor, argumenta o municpio a no-incidncia de responsabilidade objetiva, haja vista no tratar a presente hiptese da aplicao do artigo 37, 6, da CF. Afirma, ainda, tratar-se de caso fortuito e fora maior, o que excluiria o nexo causal entre sua omisso e o dano perpetrado. Em rplica, aduzem os autores da ao que, embora a municipalidade tenha adotado medida de sinalizao da rea afetada pela eroso pluvial, deixou de proceder ao seu completo isolamento, bem como de prover com urgncia as obras necessrias segurana do local. Dando como provados os fatos alegados, resolva a questo.

RESPOSTA:

Havendo interveno da autoridade municipal com ordem administrativa de interdio da rea afetada por eroso, havia necessidade inadivel de obras alem do efetivo afastamento dos moradores do local. Sendo assim, fica caracterizada a omisso especifica do estado, surgindo em decorrncia o dever de indenizar pela falta do servio.

Semana 11

Responsabilidade civil nas relaes de consumo I. Princpios da responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto e fato do servio. Solidariedade. Responsabilidade subsidiria do comerciante. Excludentes de responsabilidade. Risco do desenvolvimento.

CASO CONCRETO 1

Luciana compra, em determinado supermercado um repelente de insetos que, ao ser utilizado, provoca grande reao alrgica na consumidora, fazendo-a procurar um hospital para ser socorrida. Diante deste fato, prope ao indenizatria em face do supermercado, exigindo a reparao dos danos materiais e morais sofridos. Em contestao, o ru alega que no pode ser responsabilizado pelos eventuais danos sofridos pela consumidora; que no deveria compor o plo passivo, sendo o real responsvel pelo ocorrido o fabricante do produto, procedendo a denunciao lide. Aduz, em nome do princpio da eventualidade, que no houve defeito no produto capaz de gerar dano consumidora, em virtude de haver todas as informaes necessrias no rtulo do produto, inclusive a composio qumica do produto, contendo as devidas precaues a serem tomadas pelo consumidor. Considerando provados os fatos, responda se a consumidora pode obter xito na sua pretenso, abrangendo todas as questes acima suscitadas.

Resposta

O supermercado no poder ser responsabilizado, por alguns motivos, seno vejamos:

1 - Primeiro, pelo fato de que o evento tipificado como fato do produto (art.12), que no prev a responsabilidade solidria do comerciante.

2 - O supermercado, apesar de no ter invocado, "quebra o nexo de causalidade" excluindo sua responsabilidade, atravs do mesmo artigo (12), fundamentado pelo 3, inciso III, parte final - culpa exclusiva de terceiro. Inegavelmente, esta responsabilidade recai sobre os ombros do fabricante.

3 - O supermercado somente poder ser responsabilizado na hiptese do art. 18, 6. Especialmente no inciso III, mas o caso versa, sem sombra de dvidas, sob fato do produto (art. 12).

Justificamos tal assertiva, dentre outras, pela seguinte jurisprudncia, seno vejamos:

2008.002.07765 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1 Ementa DES. LUIZ FELIPE FRANCISCO - Julgamento: 27/05/2008 - OITAVA CAMARA CIVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO DE INDENIZAO POR DANO MORAL. ACIDENTE DE CONSUMO. FATO DO PRODUTO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FABRICANTE. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO FORNECEDOR, ANTE OS TERMOS DO ART. 13, DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA AFASTADA, VISTO QUE INOCORRIDA QUALQUER DAS HIPTESES ELENCADAS NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. IDENTIFICAO INEQUVOCA DO FABRICANTE. CORRETA A DECISO AGRAVADA QUE ACOLHENDO A PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA, JULGOU EXTINTO O PROCESSO COM RELAO S LOJAS AMERICANAS S/A. MANUTENO DA DECISO AGRAVADA. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

Acerca da denunciao lide, temos os seguintes comentrios, seno vejamos:

Primeiro pelo simples fato de que o art. 88 deve ser interpretado junto ao art. 13 pargrafo nico. Ou seja, apenas no caso de: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador no puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificao clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - no conservar adequadamente os produtos perecveis. E como o produto em questo tem fabricante, no poderemos utiliza-lo.

Segundo, por expressa previso do enunciado de Smula n 92 do TJRJ que prev:- RELAO DE CONSUMO DENUNCIAO DA LIDE INADMISSIBILIDADE"Inadmissvel, em qualquer hiptese, a denunciao da lide nas aes que versem relao de consumo".

Referncia: Smula da Jurisprudncia Predominante n 2005.146.00006 - Julgamento em 10/10/2005 Votao: unnime Relator: Desembargador Silvio Teixeira Registro de Acrdo em 29/12/2005 fls. 011317/011323.

Comentrios: A Smula em epgrafe refere-se inadmissibilidade de denunciao da lide nas aes que versam relao de consumo.

No tocante a tais aes, a denunciao da lide sofre restries descritas no artigo 13 da lei especial.

Logo, pelo exposto, acreditamos que a denunciao lide no pode ser aplicada.

A doutrina e a jurisprudncia destacam a necessidade de se criar um cultura direcionada para a efetividade do processo. Em nenhuma hiptese admite-se a denunciao da lide em sede de relao de consumo. Do contrrio, haver emperramento da prestao jurisdicional, pois o estabelecimento da lide secundria retardar a prestao jurisdicional e, conseqentemente, os interesses do consumidor, que o hipossuficiente da relao processual.

Uma interpretao equivocada conduz ao equvoco de se afirmar que, ao mesmo tempo em que se rechaa a denunciao da lide, se faz permitir o chamamento ao processo.

O legislador quis atravs do instituto de natureza hbrida conferir ao consumidor uma maior garantia no recebimento do seu direito.

Informaes extradas da obra "Comentrios aos Verbetes Sumulares do TJRJ" Juiz Roberto AyoubPara tanto segue o seguinte entendimento do STJ:

CIVIL E PROCESSUAL. AO DE INDENIZAO. DANOS MORAIS. TRAVAMENTO DE PORTA DE AGNCIA BANCRIA. DENUNCIAO LIDE DA EMPRESA DE SEGURANA. REJEIO COM BASE NO ART. 88 DO CDC. VEDAO RESTRITA A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE (CDC, ART. 13). FATO DO SERVIO. AUSNCIA DE RESTRIO COM BASE NA RELAO CONSUMERISTA. HIPTESE, TODAVIA, QUE DEVE SER APRECIADA LUZ DA LEI PROCESSUAL CIVIL (ART. 70, III). ANULAO DO ACRDO. MULTA. AFASTAMENTO. SMULA N. 98-STJ.

I. A vedao denunciao lide disposta no art. 88 da Lei n. 8.078/1990 restringe-se responsabilidade do comerciante por fato do produto (art. 13), no alcanando o defeito na prestao de servios (art. 14), situao, todavia, que no exclui o exame do caso concreto luz da norma processual geral de cabimento da denunciao, prevista no art. 70, III, da lei adjetiva civil.

II. Anulao do acrdo estadual, para que a Corte a quo se manifeste sobre o pedido de denunciao lide, nos termos acima.

III. Precedentes do STJ.

IV. "Embargos de declarao manifestados com notrio propsito de prequestionamento no tm carter protelatrio" (Smula n. 98 do STJ).

V. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.

(REsp 439.233/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 04.10.2007, DJ 22.10.2007 p. 277)

Segue abaixo as seguintes jurisprudncias do TJRJ:

2008.002.23950 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1 Ementa DES. JOSE CARLOS PAES - Julgamento: 31/07/2008 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSU-MIDOR. DENUNCIAO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE.

1. Trata-se de relao de consumo e apli-cam-se espcie as normas de proteo e defesa do consumidor, de ordem pblica e de interesse social, inafastveis pela vontade individual, conforme a dico do art. 1 da lei 8078/90.2. Dito isso, h que se considerar a veda-o da denunciao da lide contida no art. 101, II, do CDC, visando agilizao dos processos em que parte o consumidor, assim como o verbete 92 da Smula de Jurisprudncia deste Egrgio Tribunal.3. Assim, com razo o agravante, pois o deferimento deve ser do chamamento ao processo previsto no art. 101, II, do CPDC, no da denunciao da lide, como enten-dido pelo Juzo.4. Provimento do recurso.

2008.001.32249 - APELACAO CIVEL - 2 Ementa DES. VERA MARIA SOARES VAN HOMBEECK - Julgamento: 29/07/2008 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL AGRAVO INOMINADO. INSCRIO INDEVIDA NOS RGOS DE RESTRIO AO CRDITO. DANO MORAL CONFIGURADO. DENUNCIAO DA LIDE. PRETENSO DE ATRIBUIR A RESPONSABILIDADE A TERCEIRO. VEDAO LEGAL CONTIDA NO ARTIGO 88 DA LEI 8078/90, BEM COMO NO VERBETE N 92 DESTE EGRGIO TRIBUNAL.

1. A aplicao da legislao consumerista pressupe a existncia de pessoa fsica ou jurdica, que fornece produto ou servio de forma habitual, mediante remunerao, e do consumidor, na forma conceituada no artigo 2 da referida Lei ou por suas equiparaes. 2. Reveste-se a Autora da qualidade de consumidora por equiparao, considerando que foi exposta falha decorrente da prtica comercial da R. 3. Denunciao da lide que no pode ser deferida em prejuzo do consumidor, diante pretenso do Apelante de eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-a com exclusividade a terceiro. DESPROVIMENTO DO AGRAVO.

CONCLUSO:A derradeiro, acreditamos que a consumidora no ter xito na demanda. Pois o plo passivo deveria estar composto pelo fabricante do produto (real causador do dano), fundamentado pelo art. 12 do CPDC. O supermercado parte ilegtima no plo passivo, consoante os artigos: 301, III e X; 267, VI; 295,I,II,Pargrafo nico em seu inciso III

CASO CONCRETO 2

Joaquim, em virtude de acidente de trnsito, teve de ser internado em hospital particular, em funo de grave fratura sofrida. Ocorre que, aps a cirurgia a que se submeteu, o mesmo foi acometido por infeco hospitalar, que o levou a bito. Seus familiares propuseram ao indenizatria em face do referido nosocmio. Em contestao, o ru menciona que no seja imputada a ele responsabilidade por acontecimentos estranhos ao ato mdico em si, defendendo a tese de que tal fato se trata de caso fortuito, o que elide o seu dever de indenizar, por excluso do nexo causal. Assiste razo aos familiares de Joaquim? Justifique sua resposta.

RESPOSTA:

O nosocmio responderia pelo ato mdico, se fosse o caso, pela fora de preposio fundamentada no art. 34 do CPDC (c/c art. 932, III c/c 933 do CC).

Ultrapassada esta questo o dano que teve como conseqncia a morte foi originado por infeco hospitalar.

Para tanto segue o entendimento do STJ:

REsp 629.212/RJ, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 15.05.2007, DJ 17.09.2007 p. 285

RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. INFECO HOSPITALAR.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL. ART. 14 DO CDC. DANO MORAL.QUANTUM INDENIZATRIO.

O hospital responde objetivamente pela infeco hospitalar, pois esta decorre do fato da internao e no da atividade mdica em si.

O valor arbitrado a ttulo de danos morais pelo Tribunal a quo no se revela exagerado ou desproporcional s peculiaridades da espcie, no justificando a excepcional interveno desta Corte para rev-lo.

Recurso especial no conhecido.

Segue abaixo as seguintes jurisprudncias:

2003.001.03048 - APELACAO CIVEL - 1 Ementa

DES. LUIZ FELIPE HADDAD - Julgamento: 05/04/2005 - TERCEIRA CAMARA CIVEL

Civil. Processual Civil. Demanda indenizatria em face de entidade hospitalar privada e de empresa de plano de sade que o teria credenciado. Cidad que deu a luz a um menino, que faleceu com 4 meses de idade por patologia grave, causada por infeco bacteriana; em assinalando responsabilidade de ambos os Rus. Defesa do Grupo, com preliminar de ilegitimidade passiva ad causam. Rejeio da mesma. Agravo Retido no hostilizar. Sentena de improcedncia. Apelao. Contra-razes que no reiteraram o Agravo. Realizao de outra expertise (parecer tcnico) por diligncia relatorial. Abandonado como foi o Agravo Retido na ocasio processual em que no poderia s-lo, cumpre a esta Cmara desconsider-lo. Havendo entre as partes relao de consumo na modalidade de prestao de servios na rea da sade, aplica-se por curial a Lei 8078/ 1990 (Cdigo de Defesa do Consumidor). Cujo regramento protetivo da parte mais fraca no sentido econmico dispe sobre a responsabilidade objetiva do prestador do servio. Risco negocial a seu encargo. Inverso, em corolrio, do nus da prova, no favorecer da pretenso, ao invs da resistncia, em quadro de dvida. Tendo as provas documentais, orais e periciais mdicas, por assaz dominante no processado, esclarecido que a criana nasceu saudvel, foi internada no dito hospital com sintomas de gripe, e seu estado foi se agravando, apesar dos exames e tratamentos, diagnosticada a invaso de seu organismo por bactria altamente agressiva e potente em face dos antibiticos, e que houve vacilao do mesmo nosocmio acerca de sua remoo para CTI (ou UTI), durante 13 horas; de nada adiantando os severos procederes adotados em seguida; alm de observado que a infeco teria sido ocasionada no prprio estabelecimento; a concluso pertinente dita responsabilidade doente hospitalar resulta patente. Sendo que o "expert" que funcionou nesta 2 Instncia, como o anterior designado pelo Juzo a quo, verificaram no ter havido elemento razovel que justificasse o retardo ocorrido. Mesmo que tenha sido cogitado bice contratual com o plano de sade, tal nunca pode ter o condo de prevalecer sobre o sagrado e transcendente direito vida de um ser humano. Mxime de tenra idade e muita fragilidade. Embora o contrato de adeso, entre a empresa do plano de sade e a demandante, exclua responsabilidade da primeira no caso da segunda escolher livremente o prestador do servio hospitalar, mesmo objeto de credenciamento, tem-se que o dito contrato, na clusula atinente, peca por abusividade manifesta, no prejuzo do beneficirio do servio. Ademais, a situao aqui se diferencia de outras, porque o dito hospital, como outros na Cidade do Rio de Janeiro, bairros diversos, scio da entidade grupal do plano; detentor de cotas de seu capital. Assim, incrvel se afigura a liberdade da Autora na referida escolha. No se podendo separar, quanto discutida responsabilidade, a parte do todo. Dever, pois, de ambos os Rus pagarem genitora do infante falecido, indenizao ampla, e em solidariedade. A qual, na esfera econmica propriamente dita, impende ser precisada por planilha, luz das provas documentais coligidas, com juno de natureza tcnica. Dano moral que, no entanto, pode e deve ser agora fixado na pecnia de compensao, em termos lquidos. Sofrimento da Autora, resultante da horrvel tragdia, de enormidade. Quantia que se estatui, em pertinncia, de R$ 150.000.00, equivalente quando da sentena a 750 salrios mnimos federais. Referncia que no se adota na indexao por inconstitucional, Correo monetria, de tal tempo em diante, pelo indexador oficial da Justia Fluminense. Juros de mora incidentes, a partir da citao, em seis por cento ao ano, mas passando para doze por cento aos 11/01/2003 eficcia do Cdigo Civil de 2002. Sucumbncia toda carreada aos Rus, vencidos em quase tudo. Despesas processuais pelos mesmos. Honorrios de advogado, igualmente; fixados em um dcimo do importe condenatrio total; mas, se achadas na liquidao parcelas peridicas vincendas, estendido o mesmo importe to s as doze mensais primeiras. Sentena que se reforma, ressalvado o brilho de sua prolatora. Agravo Retido que no se conhece Apelo que se prov em parte. 2007.001.09352 - APELACAO CIVEL - 1 Ementa DES. HENRIQUE DE ANDRADE FIGUEIRA - Julgamento: 30/05/2007 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. SERVIO MDICO. INFECO HOSPITALAR PS-PARTO. DANO MORAL. DANO MATERIAL. SUCUMBNCIA.

Ao indenizatria de danos materiais e morais decorrentes de m prestao do servio mdico parturiente, vtima de infeco hospitalar.O estabelecimento hospitalar tem responsabilidade objetiva pelos danos causados aos pacientes em decorrncia de falha no servio, porque de consumo a relao jurdica das partes, e por se dedicar prestao de servio pblico.A percia constatou o nexo causal ao apurar como origem da infeco que provocou a histerectomia na Autora a falta de cuidados no parto realizado em hospital da R. Demonstrados o evento lesivo, o nexo causal e o dano, o hospital responde pelos prejuzos impostos vtima.A indenizao do dano moral deve atender capacidade das partes, ao evento e suas conseqncias, conforme o princpio da razoabilidade. Quantia que, analisados estes fatores, se mantm.Se no comprovada a renda mensal da vtima proveniente de trabalho, adota-se o valor do salrio mnimo para fixar a indenizao do dano material.Se o Ru ficou vencido integralmente na lide, responde pelos nus da sucumbncia. A discrepncia entre as verbas reparadoras postuladas e as deferidas no interfere na distribuio da sucumbncia.Recurso parcialmente provido.

2006.001.21880 - APELACAO CIVEL - 1 Ementa DES. LUIS FELIPE SALOMAO - Julgamento: 22/08/2006 - SEXTA CAMARA CIVEL APELAO.

VTIMA DE ACIDENTE AUTOMOBILSTICO SUBMETIDA A CIRURGIA DE URGNCIA EM HOSPITAL ADMINISTRADO PELA R, COM COLOCAO DE PRTESE NO FMUR. INFECO HOSPITALAR (BACTRIA MRSA) CONTRADA NO PS-OPERATRIO, ESTENDENDO A RECUPERAO POR MAIS DE UM ANO. RELAO DE CONSUMO, DISCIPLINADA PELO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO PRESTADOR DE SERVIOS (ART. 14), NO SE PERQUIRINDO DA CULPA. RISCO DE CONTRAO DE INFECO HOSPITALAR PREVISVEL E EVITVEL, GUARDANDO DIRETA RELAO COM A ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELO NOSOCMIO. FATO DO SERVIO E DANO COMPROVADOS. RU QUE, POR SEU TURNO, NO PROVA A RUPTURA DO NEXO DE CAUSALIDADE, EM RAZO DE FATO EXCLUSIVO DA VTIMA OU DE TERCEIRO, CASO FORTUITO OU FORA MAIOR. DEVER DE INDENIZAR. DANO MATERIAL QUE DEVE SER APURADO EM LIQUIDAO POR ARTIGOS. VALOR DA REPARAO MORAL, ARBITRADO EM R$ 60.000,00, QUE MERECE REDUO PARA R$ 40.000,00, EM ATENO AO PRINCPIO DA RAZOABILIDADE E S CIRCUNSTNCIAS DO CASO. VERBA HONORRIA ADEQUADAMENTE ARBITRADA EM 10% SOBRE O VALOR DA CONDENAO. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA. RECURSO DA R PROVIDO EM PARTE E APELO DO AUTOR DESPROVIDO.

CASO CONCRETO 3

Flavio, usurio dos servios de determinada companhia distribuidora de energia eltrica, insurge-se judicialmente em face desta, em virtude de interrupo do fornecimento de energia eltrica em sua residncia na vspera de ano-novo, o que lhe causou inmeros transtornos, tendo em vista que no estava em mora em relao r.Em contestao, a r argi prejudicial de decadncia, conforme o disposto no artigo 26, II, do diploma consumerista, j que o consumidor promoveu a presente ao em prazo superior aos 90 dias referidos no citado artigo. Ademais, sustenta que tal questo no enseja a imposio de responsabilidade r, em virtude de ter ocorrido um vendaval, com chuvas torrenciais, conforme faz prova nos autos. Considerando todos os fatos provados, responda:

a) Como seria classificada a questo no mbito da responsabilidade

civil do Cdigo de Defesa do Consumidor?

b) Prosperar a prejudicial lanada pelo ru? Por qu?

c) Haver responsabilidade da Distribuidora de Energia Eltrica? Por

qu?

RESPOSTA:

A) Como seria classificada questo no mbito da responsabilidade civil do Cdigo de Defesa do Consumidor?

Fato do servio. Art. 14 do CPDC.

B) Prosperar a prejudicial lanada pelo Ru? Porque?

No! Pois, por fora do art. 27 da L. 8078/90, tal prazo de cinco anos.

Ademais, a interrupo, por fora maior, no encontra fundamento para a excluso de responsabilidade. Sendo tal justificativa fundamentada no 3 do art. 14 do CPDC.

C) Haver responsabilidade da Distribuidora de Energia Eltrica? Porque?

Sim. Por fora dos dispositivos acima descritos. Tanto pelo art. 14 do CPDC (fato do servio), como pelo prazo de 5 anos previsto no art. 27 (prescrio) e tambm dos seguintes, seno vejamos:

LEI N 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995:

Art. 6 - Toda concesso ou permisso pressupe a prestao de servio adequado ao pleno atendimento dos usurios, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.

1 - Servio adequado o que satisfaz as condies de regularidade, continuidade, eficincia, segurana, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestao e modicidade das tarifas.

3 - No se caracteriza como descontinuidade do servio a sua interrupo em situao de emergncia ou aps prvio aviso, quando:I - motivada por razes de ordem tcnica ou de segurana das instalaes; e,

SECRETARIA DE DIREITO ECONMICO - PORTARIA N 4, DE 13 DE MARO DE 1998:

Divulgar, em aditamento ao elenco do art. 51 da Lei n 8.078/90, e do art. 22 do Decreto n 2.181/97, as seguintes clusulas que, dentre outras, so nulas de pleno direito:

2. imponham, em caso de impontualidade, interrupo de servio essencial, sem aviso prvio;

DESPACHOS DO SECRETRIO 132 -EM, 12 DE MAIO DE 1998:ITEM 2 - IMPONHAM, EM CASO DE IMPONTUALIDADE, INTERRUPO DE SERVIO ESSENCIAL, SEM AVISO PRVIO;

NOTA EXPLICATIVA: A INTERRUPO DE SERVIO ESSENCIAL NO CASO DE IMPONTUALIDADE REQUER AVISO FORMAL (ESCRITO) PARA CONFIGURAR A INADIMPLNCIA, POSSIBILITANDO, POIS, AO CONSUMIDOR (USURIO) CUMPRIR SUA OBRIGAO EM PRAZO RAZOVEL. INCLUEM-SE OS SERVIOS DE TELEFONIA, ABASTECIMENTO DE GUA E ESGOTO, ENERGIA ELTRICA, DENTRE OUTROS PREVISTOS EM LEI.

EMENTRIO DE JURISPRUDNCIA N 10/2007 DAS TURMAS RECURSAIS:

Ementa n 12 - FORNECIMENTO DE ENERGIA ELETRICA APAGAO FATO DA NATUREZA DANO MORAL REDUCAO. Recurso Inominado. Danos morais. Concessionria de energia eltrica. Interrupo no fornecimento de energia eltrica sem aviso prvio. "Apago"- no dia 31/12/2005 - reveillon. A R deve empreender todos os esforos e investir na melhoria do servio como forma de evitar que os consumidores, mesmo devido a fatos da natureza, fiquem privados da disponibilidade de servio to essencial por vrias horas. Incidncia do art. 14 do CODECON. A sentena condenou a R a pagar indenizao por danos morais no valor de R$ 2.000,00. Danos morais inequvocos, porm em valor excessivo, impondo-se a sua reduo considerando o Princpio da Razoabilidade e evitando o injusto enriquecimento. Recurso conhecido e provido para fixar o valor da condenao em R$ 350,00. Sem honorrios. TURMAS RECURSAIS 15886/2007 CAPITAL - CAPITAL 1a. TURMA RECURSAL DOS JUI ESP CIVEIS Unnime JUIZ ADALGISA BALDOTTO EMERY - Julg: 02/02/2007.EMENTRIO DE JURISPRUDNCIA CVEL N 26/2008:

Ementa n 9 - CORTE DE ENERGIA ELETRICA CERIMONIA DE CASAMENTO FALHA NA PRESTACAO DO SERVICO PRESCRICAO QUINQUENAL DANO MORAL. PROCESSUAL CIVIL. AO DE REPARAO DE DANOS. INADIMPLEMENTO DA CONCESSIONRIA DE SERVIO PBLICO CONSUBSTANCIADO NA INTERRUPO DE ENERGIA ELTRICA EM CERIMNIA DE CASAMENTO. DECADNCIA INAPLICVEL HIPTESE DE FALHA NA PRESTAO DO SERVIO. DAMNUM IN RE IPSA. INDENIZAO QUE DEVE ATENDER AOS PRINCPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE, SEM SE AFASTAR DOS ASPECTOS REPARATRIOS DA CONDENAO. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO. I - O prazo prescricional para o consumidor pleitear o recebimento de indenizao por danos decorrentes de falha na prestao do servio de 5 (cinco) anos, conforme prev o art. 27 do CDC, no sendo aplicveis, por conseqncia, os prazos de decadncia, previstos no art. 26 do CDC. Precedentes da Corte e do colendo Superior Tribunal de Justia; II- Conduta negligente e insensvel do preposto da empresa que comparecendo rua onde se realizava uma cerimnia de casamento, retorna sede da empresa sem resolver o problema como se nada representassem para ele as angstias dos noivos, familiares e convidados para a cerimnia, sob o argumento de que no possua escada de acesso ao local do defeito na rede eltrica. Essa conduta cruel no pode ficar impune; III- Indescritveis os sofrimentos dos noivos que por meses, talvez anos a fio, sonharam com aquele dia especial em suas vidas. Embora valores materiais no possam apagar o momento em que viveram, servir a condenao, pelo menos, de alento, e a manifestao de repulsa do Judicirio ao gesto abusivo da concessionria atravs de seus prepostos, evitando, quem sabe, a repetio em relao a outros, da dolorosa experincia vivida pelos autores; IV - Na expresso do insigne Ministro JOS DELGADO, deve ser banida da cultura nacional a idia de que ser mal atendido faz parte dos aborrecimentos triviais do cidado comum; V- Parcial provimento ao recurso.

Semana 12

Responsabilidade civil nas relaes de consumo II. Responsabilidade pelo vcio do produto e do servio. Responsabilidade dos Profissionais liberais. Prescrio e decadncia.

CASO CONCRETO 1

Luana ajuizou ao de indenizao por danos materiais e morais em face de Star Veculos Ltda. e General Motors do Brasil, com fundamento no art. 12 do CDC, objetivando a substituio do automvel por ela adquirido por outro da mesma espcie, alm de ressarcimento por danos morais, ao fundamento de que comprou veculo novo, zero quilmetro, em concessionria autorizada e, em apenas 12 meses de uso, veio o mesmo a apresentar vrios defeitos em seus acabamentos internos, defeito na direo hidrulica, no funcionamento das travas eltricas, barulhos nas laterais traseiras internas, entrada de gua na parte traseira, esguicho do limpador da tampa traseira sem funcionamento, dentre outros. Em contestao, alega ser parte passiva ilegtima porque os defeitos apontados pela autora so de fbrica, pelos quais no pode responder. Aduz terem sido corrigidos, pelo que a dimenso por ela apontada, no se pode classificar como vcios de qualidade que tornariam inadequada a utilizao do veculo. A segunda r, por seu turno, sustenta ser de exclusiva responsabilidade da primeira r as conseqncias da falta de reparos dos defeitos se no sanados no prazo legal. Resolva a questo fundamentadamente Vide acrdo 29.502

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3130743CASO CONCRETO 2

Maria Helena, de 29 anos, internou-se no hospital beneficente da cidade para fazer uma cirurgia, mas ao acordar da anestesia notou ao lado da cama um pote de vidro com o seu prprio tero. O mdico que fez a cirurgia, afirmou que a tcnica de enfermagem preencheu o nome da cirurgia de maneira incorreta. Escreveu histerectomia (operao para retirada do tero), em vez de fistulectomia, que seria a correta. Maria Helena, dias antes, havia feito uma consulta com o mdico que a operou, mas ele no a reconheceu (O Globo, 16.04.2006). Maria Helena pretende ser indenizada, pelo que indaga-se: a) Aplica-se espcie o Cdigo do Consumidor?

b) Positiva ou no a resposta da primeira questo, a ao dever ser

proposta contra o hospital, contra o mdico ou contra ambos?

c) Em qualquer caso, qual ser o fundamento legal da pretenso?

(Todas as respostas devero ser fundamentadas.)

Resposta:

a) Aplica-se o CDC ao caso, haja vista estar identificada claramente uma relao de consumo, na medida em que no plo ativo e passivo se evidenciam as figuras do consumidor (art2), do fornecedor (art.3) e da prestao de servio (art.3, p.2 - objeto) como elo de ligao.

b) A responsabilidade do hospital objetiva (obrigao de resultado), porm a do mdico subjetiva (obrigao de meio), sendo assim, o ajuizamento da ao deve se dar em face do hospital.

c) Arts.6, I, VI e 14 do CDC.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3047680CASO CONCRETO 3

O veculo de Carlos, adquirido da Tesouro Barra Ltda. (concessionria) em 10.03.2007, zero quilmetro, incendiou-se no dia 15.07.2007 e ficou totalmente destrudo. A concessionria recusa-se indenizar Carlos, alegando ser da Volkswagen do Brasil a eventual responsabilidade e ainda por no ter ficado provado a causa do incndio. A Volks, por sua vez, alega ser da concessionria a eventual responsabilidade e que j teria ocorrido a decadncia.

Responda fundamentadamente:

a) Haver obrigao de indenizar? De quem? b) Qual ser o fundamento?

c) Haver necessidade de ser provar a causa do incndio? d) Ocorreu a decadncia?

Resposta:

a) Sim, a responsvel dera a Volkswagen do Brasil

b) Ocorreu o Fato do Produto, sendo assim a demanda dever ser ajuizada contra o fabricante, eximindo-se assim, o comerciante (art.13)

c) O consumidor poder se valer da regra do art.6, VIII (inverso do nus da Prova)

d) No ocorreu a decadncia, posto que, trata-se de Fato do Produto, portando o decurso do prazo se d em 5 anos.

http://imgdb.tj.rj.gov.br/EasyAPI/EasyAPIClass.ASP?WCI=Viewer&WCE=Tribunal|3473659Semana 13

Responsabilidade contratual e pr-contratual. Pressupostos. Inadimplemento e mora. Juros de mora. Clusula penal.

CASO CONCRETO 1

A, produtor de tomates, mantinha relao com a indstria B, que adquiria de A o produto para industrializao. Durante vrios anos (1995-2002), a indstria B forneceu ao produtor A as sementes assim como para outros produtores da regio. Na safra 2003-2004, a indstria, muito embora tendo fornecido gratuitamente as sementes para o plantio, deixou de adquirir o produto porque no iria exercer a atividade de industrializao dos tomates naquele ano.

Em face disso, o produtor A promoveu ao de indenizao contra a indstria B, buscando indenizao pelos danos sofridos com a perda da produo, pois no te