caderno de estudos-trilhas para ler e escrever textos

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  • CADERNO DE ESTUDOST R I L H A S P A R A L E R E E S C R E V E R T E X T O S

  • Para que um Caderno de estudos

    ste Caderno tem a finalidade de aprofundar os contedos das atividades propostas nos Cadernos de orienta-es do conjunto TRILHAS para ler e escrever textos, enfocando-os tanto do ponto de vista da aprendiza-

    gem da criana quanto do objeto de ensino.

    Damos especial ateno aos processos de aprendizagem da criana. Para isto, as questes da linguagem so abordadas em razo da perspectiva da criana e sua aprendizagem. A inteno a de fundamentar a prtica, deixando claros os contedos e as aprendizagens nas situaes sugeridas, analisando-as com a finalidade de dar destaque maneira de realizar a atividade. Partimos do pressuposto de que, conforme o planejamento que se faz e a maneira como a atividade se desenrola, se favorecem determinados tipos de aprendizagem. O planejamento a principal ferramenta do professor, na medida em que se tenha cla-reza da intencionalidade da atividade e que se seja capaz de antecipar os desafios lanados s crian-as. Justamente por esta razo, damos especial ateno anlise de como, para que e por que propor as atividades aqui recomendadas.

    Este Caderno est organizado em trs partes:

    Na primeira, h uma apresentao dos contedos dos Cadernos de orientaes desse conjun-to e dos materiais especficos que o compem, com detalhes sobre como foram pensadas as propostas de atividades a serem realizadas com as crianas. nesta parte que tambm se define o trabalho com livros de narrativas e os benefcios desse tipo de texto para a aprendizagem da leitura e da escrita das crianas.

    A segunda parte est organizada em torno de como se trabalha com os textos narrativos no conjunto dos cinco Cadernos de orientaes que acompanham este conjunto. Nela, voc poder compreender melhor os contedos tratados nas atividades sugeridas e a melhor maneira de apresent-los s crianas, de forma a favorecer as aprendizagens esperadas.

    Na terceira parte, h um glossrio no qual voc vai encontrar as definies de termos que esto destacados com uma cor diferenciada nos Cadernos de orientaes. A razo disso a crena de que o conhecimento da lngua, como objeto de ensino, tambm determinante para a formula-o e conduo de atividades produtivas para as crianas. Por fim, uma lista dos livros e mate-riais que foram consultados para a concepo e escrita do material que compe o conjunto Trilhas para ler e escrever textos.

    Desejamos a voc um bom estudo!

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  • Sumrio

    PARTE I APRESENTAO DO CONJUNTO 7

    Ler e escrever textos. 7

    Organizao dos Cadernos de orientaes desse conjunto.

    Narrativa: O que , o que se aprende e o que preciso para compreender e produzir.

    PARTE II O TRABALHO COM TEXTOS NARRATIVOS 13

    As narrativas e as crianas. 13

    Conhecer o livro.

    Apresentao de livros s crianas.

    Pergunta-guia: O que e como formul-la.

    Escutar e ler a histria.

    Situaes de leitura: Leitura em voz alta, compartilhada e teatralizada.

    Falar sobre a histria. 18

    O que falar sobre a histria: relao entre compreenso e apresentao do texto, estrutura da narrativa.

    Falar sobre a ilustrao. 20

    As ilustraes nos livros: como observ-las.

    Falar sobre os personagens. 21

    Os personagens nas narrativas: aes e intenes.

    Participar de atividades de leitura e escrita. 22

    Relao entre a aprendizagem da leitura e da escrita.

    Informaes que as crianas usam na aprendizagem da leitura.

    Como as crianas aprendem sobre o sistema de escrita.

    PARTE III GLOSSRIO E BIBLIOGRAFIA 31

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    Apresentao do conjuntoLer e escrever textos

    omear a ensinar e aprender com textos faz toda a diferena. Ingressar no mundo da leitura e escrita a partir de discursos significativos, como so os textos, contribui para que, ao mesmo tempo que est

    aprendendo, a criana vivencie situaes sociais reais, em que compartilha com um grupo, por exemplo, o gosto por ouvir histrias.

    Aprender com textos muito diferente de aprender com palavras soltas. Um texto caracteriza-se por um conjunto de palavras ou frases que tratam do mesmo assunto, portanto, pode-se dizer que ele possui coerncia. Alm disso, um texto apresenta continuidade, organizao e progresso nas informaes que contm. Em um texto, as expresses no so postas ali de forma aleatria, mas, pelo contrrio, todos os elementos presentes esto a servio da coeso. Ou seja, deve haver integrao tanto no contedo aborda-do quanto na forma como escrito.

    O texto se faz com linguagem, mas ela, por si s, no garante uma definio. Isso porque a linguagem que se utiliza para contar uma histria diferente da que usamos nas conversas do dia a dia, ou daquela empre-gada em um discurso poltico, por exemplo. Na escrita tambm h variaes que dependem do uso que se faz da linguagem: ser diferente ao escrever uma carta, um conto ou uma receita culinria.

    Portanto, na escola, importante trabalhar com os textos de forma a garantir situaes em que apaream as diferentes linguagens e seus usos. Assim, o professor deve procurar ler diariamente para as crianas os mais

    diversos tipos de textos. Um dos mais frequentes, com o qual se trabalha na faixa etria dos 4 aos 6 anos, tipo narrativo.

    Organizao dos Cadernos de orientaes nesse conjunto

    Nesse conjunto h cinco Cadernos de orientaes com propostas de atividades a serem realizadas com as crianas a partir da leitura de um livro. Tendo como base a obra-referncia, so demonstradas possibilidades de atividades a ser desenvolvidas. Os Cadernos possuem uma estrutura comum com as seguintes partes:

    Introduo: Descreve o tipo de narrativa escolhida para ser trabalhada no Caderno e justifica sua importn-cia no processo de aprendizagem da criana.

    Sobre os livros: Apresenta o livro utilizado como referncia das atividades e, eventualmente, ttulos adicionais. Quando mais de um livro apresentado, as atividades podem ser realizadas com a mesma estrutura proposta.

    Atividades a serem realizadas com as crianas: Cada Caderno prope oito atividades que pretendem estimular o desenvolvimento intelectual da criana, introduzindo-a no mundo letrado e na aprendizagem da leitura e da escrita.

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  • wRoteiro das atividades:

    Ttulo da atividade: O ttulo sempre apresentado do ponto de vista da ao que a atividade convida a criana a fazer.

    Roteiro de trabalho: Tpicos que orientam o planejamento do professor para a realizao da ativida-de. No precisam ser cumpridos passo a passo. apenas uma referncia para que voc possa fazer o seu planejamento.

    Preparao: O que preciso fazer antes da atividade para que ela possa ser realizada.

    Organizao do espao e das crianas: Breve orientao sobre a organizao do grupo para a ativida-de e sugestes de como organizar a sala.

    Orientaes para o professor: Conjunto de orientaes que propem um encadeamento de aes a serem realizadas com as crianas.

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    OTreinar a entonao dos dilogos

    professor prope que as crianas ensaiem a melhor forma defalar os dilogos. Para isso, grava as crianas falando cada um dos

    dilogos e depois coloca para todos escutarem e conversaremsobre como podem melhorar suas falas.

    PreparaoPreparar um gravador (pode ser o gravador de um celular). Caso no seja possvel utilizar um gravador, vocpode propor que enquanto uma das crianas do grupo diz um dilogo, as demais escutam.

    Organizao do espao e das crianasEssa uma atividade em pequenos grupos. Voc pode seguir as orientaes da atividade 2 para organizar ogrupo. Lembre-se de que, ao longo de alguns dias, voc far essa mesma proposta de forma a atender cadagrupo separadamente.

    Orientaes para o professor Relembrar a ideia de que faro um teatro do conto Chapeuzinho Vermelho. Contar que iro ensaiar os dilogos

    treinando a entonao. Voc pode dizer: J est chegando perto do dia de nossa apresentao do teatro e precisamosensaiar as falas dos personagens para que aqueles que forem nos assistir consigam entender e ouvir o que estamosfalando.

    Dividir as crianas em quatro grupos e dizer que cada um ficar responsvel pela fala de um personagem.

    Explicar a atividade: Para essa atividade cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns tero jogos parabrincar e um nico grupo sentar comigo para gravar a fala dos personagens.

    Explicar s crianas, j no pequeno grupo, que hoje elas iro gravar as falas de seu personagem. Explicar quecada criana do grupo ir gravar, pelo menos, uma fala (ou, no caso de no usar gravador, cada criana ir falarpara os colegas pelos menos uma fala).

    Combinar que voc ir ajud-las, fazendo a parte dos outros personagens.

    Retomar as falas daquele personagem da histria, mostrando as ilustraes do livro e pedindo que recuperemde memria. Dividir qual fala cada uma das crianas do grupo ir gravar.

    Conversar com as crianas, antes de iniciar a gravao, sobre qual seria a melhor maneira de falar essas partesem razo das intenes dos personagens.

    Dizer a fala dopersonagem comentonao,considerando asinformaes sobreas intenes epensamentos dospersonagens na histria.

    O que as crianaspodem pensar,dizer e fazer.

    Roteiro de trabalho

    Atividade 7

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    Gravar as falas das crianas do grupo e, em seguida, retomar a gravao para que elas possam se ouvir e pensarsobre como foi dita a fala do personagem e o que devem melhorar.

    Voltar a gravar at que todos aprovem o resultado.

    Possveis adaptaesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difcil, voc pode ler o texto antes de ser gravadopelas crianas, conversando sobre a melhor forma de represent-lo.

    Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fcil, voc pode sugerir que os grupos pensem sobre as me-lhores formas de falar seus dilogos e, quando estiverem prontos, voc grava a fala deles.

    O que as crianas podem aprender Ao propor que as crianas pensem em como devem dizer as falas de seus personagens, favorece-se que elas

    relacionem informaes sobre as caractersticas dos personagens, suas aes e intenes na narrativa.

    Ao propor que as crianas gravem suas falas para depois ouvi-las, possibilita-se que aprimorem alguns pro-cedimentos de representao, como a entonao da voz.

    Ao propor que gravem sua voz e escutem em seguida, favorece-se que desenvolvam ateno sobre a linguageme que pensem sobre sua prpria ao.

    O que mais possvel fazerVoc pode propor que os grupos se escutem, aumentando assim as sugestes para que as crianas melhoremsuas representaes das falas.

    O que possvel fazer em casaVoc pode retomar com as crianas que elas iro representar esse conto e, por isso, devem treinar em casa afala dos personagens que gravaram.

    Ouvir e pensarsobre comomelhorar arepresentaoda falados personagens.

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    w

    Relacionados a algumas orientaes, voc vai encontrar um link que apresenta o que as crianas podem pensar, dizer e fazer a partir das intervenes e aes do professor, de modo a evidenciar o papel ativo da criana na sua aprendizagem. O importante criar condies para que as crianas produzam respostas ao que lhes foi proposto, processem e se apropriem das informaes dadas.

    Possveis adaptaes: Orientaes para adaptar a atividade proposta, considerando o grau de desafio que ela representa.

    O que as crianas podem aprender: Lista de possveis aprendizagens das crianas, sempre relaciona-das com as aes do professor na atividade.

    O que mais possvel fazer: Sugestes de novas atividades que podem dar continuidade atividade apresentada ou ao contedo tratado.

    O que possvel fazer em casa: Propostas que favorecem a troca entre as experincias que a criana vive em casa e na escola.

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    OTreinar a entonao dos dilogos

    professor prope que as crianas ensaiem a melhor forma defalar os dilogos. Para isso, grava as crianas falando cada um dos

    dilogos e depois coloca para todos escutarem e conversaremsobre como podem melhorar suas falas.

    PreparaoPreparar um gravador (pode ser o gravador de um celular). Caso no seja possvel utilizar um gravador, vocpode propor que enquanto uma das crianas do grupo diz um dilogo, as demais escutam.

    Organizao do espao e das crianasEssa uma atividade em pequenos grupos. Voc pode seguir as orientaes da atividade 2 para organizar ogrupo. Lembre-se de que, ao longo de alguns dias, voc far essa mesma proposta de forma a atender cadagrupo separadamente.

    Orientaes para o professor Relembrar a ideia de que faro um teatro do conto Chapeuzinho Vermelho. Contar que iro ensaiar os dilogos

    treinando a entonao. Voc pode dizer: J est chegando perto do dia de nossa apresentao do teatro e precisamosensaiar as falas dos personagens para que aqueles que forem nos assistir consigam entender e ouvir o que estamosfalando.

    Dividir as crianas em quatro grupos e dizer que cada um ficar responsvel pela fala de um personagem.

    Explicar a atividade: Para essa atividade cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns tero jogos parabrincar e um nico grupo sentar comigo para gravar a fala dos personagens.

    Explicar s crianas, j no pequeno grupo, que hoje elas iro gravar as falas de seu personagem. Explicar quecada criana do grupo ir gravar, pelo menos, uma fala (ou, no caso de no usar gravador, cada criana ir falarpara os colegas pelos menos uma fala).

    Combinar que voc ir ajud-las, fazendo a parte dos outros personagens.

    Retomar as falas daquele personagem da histria, mostrando as ilustraes do livro e pedindo que recuperemde memria. Dividir qual fala cada uma das crianas do grupo ir gravar.

    Conversar com as crianas, antes de iniciar a gravao, sobre qual seria a melhor maneira de falar essas partesem razo das intenes dos personagens.

    Dizer a fala dopersonagem comentonao,considerando asinformaes sobreas intenes epensamentos dospersonagens na histria.

    O que as crianaspodem pensar,dizer e fazer.

    Roteiro de trabalho

    Atividade 7

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    Gravar as falas das crianas do grupo e, em seguida, retomar a gravao para que elas possam se ouvir e pensarsobre como foi dita a fala do personagem e o que devem melhorar.

    Voltar a gravar at que todos aprovem o resultado.

    Possveis adaptaesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difcil, voc pode ler o texto antes de ser gravadopelas crianas, conversando sobre a melhor forma de represent-lo.

    Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fcil, voc pode sugerir que os grupos pensem sobre as me-lhores formas de falar seus dilogos e, quando estiverem prontos, voc grava a fala deles.

    O que as crianas podem aprender Ao propor que as crianas pensem em como devem dizer as falas de seus personagens, favorece-se que elas

    relacionem informaes sobre as caractersticas dos personagens, suas aes e intenes na narrativa.

    Ao propor que as crianas gravem suas falas para depois ouvi-las, possibilita-se que aprimorem alguns pro-cedimentos de representao, como a entonao da voz.

    Ao propor que gravem sua voz e escutem em seguida, favorece-se que desenvolvam ateno sobre a linguageme que pensem sobre sua prpria ao.

    O que mais possvel fazerVoc pode propor que os grupos se escutem, aumentando assim as sugestes para que as crianas melhoremsuas representaes das falas.

    O que possvel fazer em casaVoc pode retomar com as crianas que elas iro representar esse conto e, por isso, devem treinar em casa afala dos personagens que gravaram.

    Ouvir e pensarsobre comomelhorar arepresentaoda falados personagens.

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    As atividades esto organizadas de forma a garantir uma sequncia de propostas s crianas, considerando o grau de desafio em relao s aprendizagens esperadas. As situaes propostas s tm sentido se criarem condies para promover aprendizagens concretas. Portanto, a ao do professor deve estar sempre conecta-da com essa preocupao.

    importante ressaltar que o roteiro apresentado poder ser ajustado s condies e necessidades de aprendi-zagem especficas das crianas. Apesar de estar em um grupo, cada criana nica e assim dificilmente uma atividade ser igualmente realizada e compreendida por todas, o que no um problema. Nesse sentido, o desafio apresentado ao professor estar constantemente adaptando a proposta resposta de cada criana na mesma atividade.

    A leitura deve fazer parte da rotina de sala, independentemente das outras atividades que acontecerem. extremamente recomendvel criar o hbito cotidiano do momento da leitura, para que as crianas ouam, conversem e recontem livremente as histrias. importante que elas tenham oportunidade tanto de ler por prazer quanto para aprender. Nestes Cadernos, as atividades sempre partem da histria, mas isso no quer dizer que a cada atividade seja necessrio ler o livro antes. A proposta que a leitura do livro se d em dife-rentes momentos da rotina da sala e que as atividades do Caderno possam considerar que as crianas j tm uma familiaridade com o contedo e com o texto da histria.

    Sabemos que, quando as crianas gostam de uma histria, muito frequente que peam que ela seja reli-da diversas vezes. A repetio favorece que as crianas se apropriem do enredo e criem intimidade com a histria. Considerar essa forma de as crianas se relacionarem com as narrativas um ponto de partida para a proposta deste conjunto de Cadernos, j que os livros propostos foram cuidadosamente selecionados, considerando-se todos os aspectos relativos sua qualidade textual e grfica e tambm ao seu contedo e adequao faixa etria.

    O que narrativa

    Um texto narrativo uma forma de discurso que pode ser apresentada oralmente, por escrito ou por meio da relao entre o discurso e as ilustraes (o que mais frequente nos livros de literatura infantil). A narra-tiva organiza-se em torno de uma situao inicial, que transformada a partir das aes de um ou mais per-sonagens, chegando a um clmax com conflito e finalizando com um desfecho. A trama de uma narrativa se desenvolve por meio de episdios que, por sua vez, so compostos de acontecimentos encadeados de forma causal. Os acontecimentos da trama se desenvolvem em um espao e tempo, que juntos constituem o cenrio da narrativa. Os personagens so fundamentais em uma narrativa, de modo que, sem eles, pode-se dizer que no h narrao.

    O que as crianas aprendem a partir dos textos narrativos

    O trabalho com textos narrativos pode favorecer a aprendizagem das crianas, em particular por ser uma forma de discurso presente na cultura de nossa poca, nos livros, nos filmes, na TV. O trabalho com esse tipo de texto permite aprender a compreenso da mensagem, do contedo do texto e da forma como ele est escrito. Conforme a maneira proposta, pode permitir conhecer aos poucos a lngua em que se escreve e seus usos. Alm disso, ao propiciar um contato constante com diferentes textos, pode-se tambm criar condies para uma leitura prpria que aproxime as crianas do mundo letrado.

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    Ao trabalhar os textos narrativos, as crianas podem aprender:

    A funo, ou para que serve o texto;

    O contedo, ou seja, as informaes que esto no texto;

    O formato, a composio de texto e imagem em forma de livro, as pontuaes usadas etc.;

    A us-los como modelo de comunicao (oral e escrita);

    A estrutura narrativa e os procedimentos de leitura ao ser lido em voz alta, como o uso da entonao para destacar os personagens e as situaes.

    O que preciso para compreender e produzir narrativas

    Para que as crianas aprendam a com-preender e produzir narrativas, tanto no nvel oral como no escrito, o profes-sor pode apoiar-se em trs importantes recursos:

    Construir situaes em que as crian-as desenvolvam hbitos de falar, escutar, ler e escrever histrias;

    Construir uma situao em que as crianas desenvolvam habilidades ao falar, ler ou escrever;

    Ter estratgias para atingir esses objetivos (situaes intencionais em que as crianas tenham uma partici-pao ativa).

    O primeiro deles (o hbito de falar, escutar, ler e escrever histrias) requer a criao de uma rotina em que a leitura ocorra diariamente. O recurso da leitura em voz alta pelo professor uma das situaes que permi-tem criar essa rotina.

    O segundo (ser um habilidoso falante, ouvinte, leitor e escritor) requer que o professor proponha uma srie de tarefas para ampliar as atividades que levem as crianas a desenvolver procedimentos de escutar, participar, buscar livros, simular leituras etc.

    E, finalmente, as orientaes depois da leitura em voz alta devem envolver situaes em que as crianas tm de resolver problemas como, por exemplo, realizar uma reconstruo oral de um conto imitando ao mxi-mo a linguagem do texto.

    NESSA CAMATINHA UMA AV,UMA AV RONCANDO,

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    O trabalho com textos narrativosAs narrativas e as crianas

    trabalho com os textos de narrativas proposto nesse conjunto apresenta uma diversidade de situaes que se desenvolvem em sequncia, mas no de forma linear. Esto organizadas como em uma espi-

    ral, com diferentes nveis de profundidade se alternando entre a oralidade, a leitura e a escrita, e em que as falas, as aes e os pensamentos so distribudos entre o professor e as crianas. Os Cadernos de orientaes procuram organizar o trabalho de forma a criar condies para planejar e realizar as atividades dentro de um percurso no qual as crianas possam conhecer o livro, escutar e ler a histria, falar sobre ela e sobre as ilustraes e os personagens, alm de participar de situaes de leitura e escrita a partir do texto narrado. Entretanto, esta proposta no pode ser seguida rigidamente em um caminho nico: ela deve ser adequada s condies de cada grupo de crianas.

    Para planejar e desenvolver as atividades propostas, importante conhecer as decises sobre os contedos e os procedimentos de atuao e observar atentamente as estratgias que as crianas utilizam em suas aprendi-zagens. O planejamento de qualquer atividade implica uma tomada de decises (na leitura em voz alta pelo professor, por exemplo, implica decidir o que ler, como ler e para que ler). Para dar mais autonomia nessa ta-refa de adequao de contedo, propostas e necessidades de aprendizagem das crianas, justificamos a seguir algumas das atividades que fazem parte dos Cadernos de orientaes deste conjunto.

    COnheCeR O LivRO

    Apresentao de livros s crianas

    Os textos esto nos livros, e estes funcionam como seu suporte. A apresentao de obras impressas para as crianas ajuda que aprendam conceitos, tais como autor, ilustrador, capa e ttulo, entre outros. Trata-se dos chamados conceitos letrados, que so aprendidos em contato com o mundo da escrita. Para ajudar na intro-duo a esse universo, importante conversar, desvendar a lgica dos livros, nomear seus elementos (capa, ttulo, ilustrao...), falar de estrutura de narrativa (personagem, ao, comeo, final) e de atitudes comuns ao leitor habitual, mas ainda desconhecidas pelas crianas (onde olhar e como manusear os livros, por exemplo).

    O

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    Como apresentar um livro

    A apresentao de um livro deve ser feita no momento anterior ao da leitura. o primeiro contato, o momento de explorao do objeto. quando a observao e a anlise recaem primeiro sobre o livro por fora e depois sobre o livro por dentro. Ao falar sobre um livro, o professor apresenta informaes sobre esse objeto. Portanto, importante que use a terminologia adequada ao se referir a essas caractersticas, por exemplo, autor, editora, capa etc., j que no contato com esse tipo de material e linguagem que as crianas aprendero esses novos conceitos.

    Ao apresentar o livro, preciso estar atento s suas diferentes caractersticas. Por exemplo, observar se o ttulo faz referncia ao nome de um heri ou a uma situao, destacar se o tipo de letra traz alguma pista (o uso de maiscula indica um nome prprio?) e se as ilustraes indicam um acontecimento importante ou o surgimento de outros personagens.

    Desvendar esse tipo de conhecimento facilita a insero das crianas no universo da lngua escrita. Ajud-las a perceber que existem informaes fora do texto que ajudam a antecipar e compreender o que est escrito muito importante para que ganhem maior fluncia e habilidade no uso e manuseio de livros.

    As crianas precisam ter a oportunidade de entrar em contato com os mais diferentes tipos de livros, folheando-os e explorando-os para que possam conhecer, aprender e se relacionar melhor com eles, crian-do familiaridade com o mundo da literatura.

    De forma geral, os livros infantojuvenis apresentam as seguintes divises: capa, guarda (folhas que corres-pondem primeira e ltima pginas de livros), rosto (contm praticamente os mesmos dados da capa e est no comeo do livro), dedicatria, miolo (a parte interna do livro) e crditos (com informaes sobre os direitos e deveres autorais da obra).

    Como preparar as crianas para uma boa escuta da histria

    Essencialmente, importante criar um clima prazeroso em torno desse momento, de forma a conquistar as crianas para a hora da leitura. Para isso importante variar as situaes, os espaos em que a leitura ocorre, a forma com que se prope o contato com os livros etc. A prpria situao de conhecer o livro (por fora e por dentro) j um convite especial para que se vinculem ao contedo da narrativa. Outra forma especial lanando uma pergunta-guia que oriente a escuta das crianas.

    Pergunta-guia

    aquela que se faz antes de iniciar a leitura e serve para manter a ateno. o objetivo da leitura. Pode criar suspense, despertar o interesse e a curiosidade das crianas, favorecer a escuta do texto e deix-las atentas e alertas para a busca de uma resposta.

    Como formular uma pergunta-guia

    A pergunta-guia deve ser formulada de maneira a traduzir um evento central da histria (resumo) ou chamar a ateno para um aspecto formal do texto. No primeiro caso, possvel lanar uma pergunta,

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    antes de iniciar a leitura, criando um suspense para orientar a escuta do texto (como, por exemplo, no Caderno de orientaes Histrias com engano: Ser que o Lobo vai conseguir enganar os cabritinhos?). No segundo caso, o professor pode lanar uma pergunta, por exemplo, voltada para o que est escrito no texto: Ser que aqui est escrita a palavra BRUXA? A escolha do tipo de pergunta que o professor far depende da histria e dos objetivos de leitura.

    eSCutAR e LeR A hiStRiA

    Situaes de leitura

    So diversas as situaes em que as crianas podem ser convidadas a ler e escutar histrias. Nos Cadernos de orientaes deste conjunto trabalhamos com algumas delas: leitura em voz alta pelo professor, leitura de partes do texto, leitura compartilhada e leitura teatralizada.

    Leitura em voz alta

    A leitura em voz alta por parte do professor tem muitos objetivos.

    Em primeiro lugar, cria uma situao em que as crianas presenciam o ato de leitura antes de poderem pratic-la por si mesmas, de forma autnoma.

    Em segundo lugar, favorece que se apresente s crianas um bom modelo de leitura e de leitor. Isso devi-do ao fato de o professor exercer o papel de parceiro mais experiente, que pode fazer uso de expresses e entonaes que favoream uma maior compreenso da histria e um maior envolvimento com as aes e personagens da narrativa. A leitura em voz alta pelo professor permite que as crianas tenham acesso a tex-tos que dificilmente conseguem ler sozinhas, favorecendo, assim que conheam uma variedade de padres da lngua, bem como vocabulrios e conceitos novos.

    Em terceiro lugar, ao realizar uma leitura bem preparada, o professor tambm contribui para que as crian-as desenvolvam o gosto por ouvir histrias. Ao demonstrar seu desejo de que se envolvam com a leitura, ele funciona como exemplo de leitor e mediador para o acesso a textos que as crianas no teriam autonomia para ler. Nessa perspectiva, importante que o professor conhea o texto de antemo, para que possa prati-car a histria treinando o uso da voz e a expresso ao ler.

    Leitura compartilhada

    As situaes de leitura compartilhada propostas nos Cadernos deste conjunto se configuram como momentos em que as crianas participam da leitura juntamente com o professor, ora lendo partes do texto, ora lendo o texto todo.

    importante que a leitura compartilhada faa parte da rotina das crianas e seja sistemtica. recomen-dvel garantir um tempo dirio para que possam ler e reler suas histrias favoritas e encontrem prazer e significado nessa atividade. Ao ter a oportunidade de acompanhar a leitura e ler com o professor, a criana observa as relaes existentes entre o discurso oral e o escrito (por exemplo, ao perceber que o ritmo da fala corresponde a uma parte do texto escrito, ou quando nota que o que est escrito sempre falado por todos

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    do mesmo jeito). O professor tambm constri modelos de conceitos sobre a escrita por meio dos movimentos de leitura na pgina da esquerda para a direita e de cima para baixo.

    Alm disso, ao compartilhar a leitura com o professor, possvel para a criana no s ter acesso ao que est escrito como tambm observar como o autor escreveu, ou seja, quais recursos ele utilizou (pontuao, letras diferentes, efeitos de diagramao etc.).

    Ao dar a oportunidade de as crianas lerem junto, elas experimentam diferentes usos e ritmos da voz ado-tados pelo professor e observam quando ele antecipa os eventos no texto abaixando ou levantando a voz, ou pela velocidade na qual ele l a histria. Por fim, vale destacar que a oportunidade de participar desse tipo de leitura possibilita criana, eventualmente, poder ler o livro autonomamente, com base na experincia de leitura compartilhada.

    histrias para as situaes de leitura compartilhada

    A familiaridade da criana com o texto que vai ler fundamental para que possa interagir na leitura. Co-nhecer melhor o que vai ler favorece a autonomia leitora, a fluncia, a compreenso, o desenvolvimento do vocabulrio e o gosto por aprender.

    Os livros de fcil memorizao ajudam as crianas a entender como a escrita funciona, a aprender sobre estrutura de histrias e a reconhecer palavras, alm de representar uma fonte de prazer e informao.

    Podemos considerar livros de fcil memorizao aqueles que possuem histrias:

    Com textos rtmicos, pois permitem s crianas realizar antecipaes de algumas das palavras. Por exemplo, os livros No confunda (Eva Funari, Editora Moderna) e Duas dzias de coisinhas toa que deixam a gente feliz (Otavio Roth, Editora tica).

    Com repetio no texto, pois nesses h repetio de situaes e de palavras, tornando o texto mais previsvel. Os tipos de repeties presentes nas histrias podem se classificar em:

    Repetio por justaposio: um ou mais personagens realizam aes sucessivas e que se repetem. Por exem-plo, Cabritos, Cabrites, (presente no acervo de livros);

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    Repetio por acumulao: a cada parte da histria repete-se continuamente o texto da pgina anterior, somando uma nova linha. Por exemplo, O grande rabanete, A casa sonolenta e Uma girafa e tanto (tambm presentes no acervo);

    Repetio por subtrao: vo-se eliminando personagens ao longo da histria. Por exemplo, Eram cinco (Ernst Jandl, Editora Cosac Naify) e Dez sacizinhos (Tatiana Belinky, Editora Paulinas).

    As partes do texto que se repetem facilitam a memorizao da criana e favorecem uma leitura autnoma de partes da histria.

    Com textos com padro bsico de orao, que por sua estrutura do um apoio ao leitor. Esse padro bsico poderia ser representado por Esta __________ que est repetido em todos os versos com variaes na primeira parte da orao (a casa, a farinha, o gato etc.). A histria A casa que Pedro construiu, presente no livro Histrias de contar (Editora Companhia das Letrinhas), um exemplo desse tipo de histria.

    Com textos de duas partes, como, por exemplo, Bruxa, Bruxa, venha minha festa. Esse tipo de texto pro-move uma leitura prxima a uma conversao, na qual uma pergunta feita em uma pgina do livro e se determina a resposta na pgina seguinte.

    Memria e repetio nas experincias de leitura e escrita

    A memria tem papel importante no processo de elaborao e construo de novos conhecimentos, a partir de experincias de leitura e escrita. Ela a responsvel pelo trabalho cognitivo e mental da criana. O proces-so de aprendizagem implica transformao ativa de um contedo em novos conhecimentos e habilidades, de modo que possam ser usados (lembrados) quando necessrio.

    A incorporao de um novo contedo memria envolve diferentes recursos, como:

    Ateno, pois ajuda na seleo da informao a ser processada;

    Ativao de conhecimentos prvios (que incluem tanto os conhecimentos e as informaes que se tm sobre o prprio contedo como aqueles conhecimentos que, direta ou indiretamente, esto relacionados ou podem vir a estar relacionados a ele), pois o processo de aprendizagem implica integrao do novo contedo nos esquemas existentes;

    Codificao e organizao do contedo integrado, pois medida que memorizam e utilizam o novo conte-do que se cria a condio para que seja efetivamente integrado aos esquemas existentes;

    Metacognio e autorregulao, que possibilitam a transformao do contedo em conhecimentos, habilida-des, motivao e aprendizagem.

    Portanto, estimular o desenvolvimento da memria significa promover desenvolvimento cognitivo e mental das crianas. Quanto mais textos memorizados, maior o repertrio de referncia no qual podem se apoiar para enriquecer as novas aprendizagens.

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    A repetio, por sua vez, ajuda a fixar a memria. Em todos os nveis da linguagem ocorre repetio: de fonemas, slabas, estruturas gramaticais, lexicais etc. A repetio ajuda as crianas a aprender as histrias de forma que seja possvel recuper-las de memria (mais ou menos literalmente).

    Leitura teatralizada

    A situao de leitura teatralizada envolve a proposta de as crianas lerem em voz alta ou recitarem os dilo-gos de uma histria usando suas vozes e expresses corporais. Esse tipo de leitura favorece que as crianas desenvolvam fluncia ao ler, pois participam de situaes em que ensaiam o texto usando expressividade, entonao e inflexo. uma oportunidade de as crianas participarem de leituras repetidas em um contexto intencional e com significado.

    Para potencializar as situaes de leitura teatralizada, importante que o professor realize atividades que chamem a ateno para elementos da histria, enquanto as crianas desenvolvem uma compreenso dos personagens, cenrios, problemas, eventos e solues.

    O Caderno de orientaes Histrias clssicas apresenta um conjunto de atividades para esse tipo de leitura, tendo como referncia o conto Chapeuzinho Vermelho.

    FALAR SObRe A hiStRiA

    O que falar sobre a histria

    So muitas as possibilidades de conversas aps a leitura de uma histria: comentar o texto, falar sobre o que foi compreendido, deixar que as crianas faam perguntas e deem respostas. A atividade de comentar um livro pode ser extremamente rica e ter diferentes focos. importante ter em mente a diferena entre falar sobre o livro para as crianas e falar com as crianas a partir de um livro. No primeiro caso, damos infor-mao de maneira que elas possam se aproximar mais da histria ou da maneira como o texto foi escrito. A conversa gira em torno do que est proposto: ao falar com as crianas, criamos condies para que o livro (seja em razo de seu contedo, seja de sua forma) dispare relaes e comentrios que do lugar a expe-rincias particulares de cada uma delas. um momento de troca, em que possvel aprender a se colocar, interagir e conhecer o ponto de vista de cada um. Esta uma experincia importante que pode comear desde muito cedo.

    Relao entre a compreenso da histria e a apresentao do texto

    possvel representar o contedo de uma histria, sua estrutura ou o discurso que nela se expressa de diferentes formas.

    As histrias com textos repetitivos, como, por exem-plo, Cabritos, cabrites, so facilmente representveis, seja pelos eventos narrados (os encontros do persona-gem Ogro), seja pelos objetos da narrao (os cabritos com quem o Ogro se encontra), seja pela visualizao

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    do itinerrio narrativo (o Ogro encontra-se com Cabrito na ponte), em um caminho linear. Ao favorecer que as crianas pensem sobre essas representaes, ampliam-se as possibilidades de compreenso de textos narrativos. Essas situaes ajudam as crianas na compreenso da histria e do discurso.

    A estrutura da narrativa

    Estrutura da narrativa, ou gramtica da histria, so as regras formais que descrevem as sequncias tempo-rais e a relao causal dos acontecimentos de uma histria. o esquema do relato da narrativa.

    Para que o leitor ou ouvinte possa interpretar a sucesso de aes, e para que o texto tenha coerncia, no basta uma relao cronolgica. necessria tambm uma relao de causalidade lgica para explicar as transformaes que ocorrem a partir da ao de algum personagem. Isso formar um todo, ou seja, comeo, meio e fim da histria.

    Por exemplo, nos contos populares, a estrutura possui uma situao inicial, um final em que h uma resoluo e um meio em que uma transformao justifica a passagem do incio para o fim. A estrutura da narrao consiste em:

    Situao inicial para propor a histria;

    Apresentao do momento, do lugar, das personagens e da situao inicial;

    Complicao e transformao que introduzem uma quebra no desenvolvimento dos eventos;

    Avaliao dos fatos;

    Soluo que indica que a histria terminou (s vezes, com uma inverso da situao inicial: pobre-rico, infeliz-feliz etc.).

    Ajudar as crianas a entrar nessa dimenso de um texto pode ser bastante promissor, no sentido de trans-form-las em futuros leitores autnomos. Estaremos favorecendo a que compreendam o texto medida que conversamos sobre a estrutura da histria e propomos atividades que as ajudem a entender esse esquema que d sustentao s histrias.

    Falar sobre a estrutura da narrativa

    Em uma simples conversa bem preparada possvel fazer as crianas refletirem sobre aspectos que nem sempre ficam evidentes na narrativa. Conforme conhecem outros livros, elas vo se tornando capazes de apreender conhecimentos para alm do contedo imediato e identificar regularidades que se apresentam nos diferentes textos. Conversas voltadas para a estrutura da narrativa fazem com que as crianas, aos pou-cos, ganhem liberdade no universo letrado e passem a ter de fato uma participao ativa no universo dos livros. Quando o professor lana questes que deixam clara a estrutura da narrativa onde, quem, o que, quando, como e por que , est facilitando a identificao de aspectos-chave da organizao do texto.

    A essas perguntas, as crianas respondem retomando a sequncia da narrativa, fixando-se primeiro no QUEM e depois no QUE, ONDE, QUANDO e COMO aconteceu a trama, alm de quais so os persona-gens secundrios envolvidos. Esses aspectos esto relacionados ordem da sequncia de acontecimentos da

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    histria (sequncia cronolgica) e ao seu contedo.

    O somatrio de diferentes oportunidades para fazer esse exerccio para as diferentes histrias que so lidas que criar condies para que compreendam como se d o desenvolvimento temporal da narrao. Mas tam-bm importante entender o encadeamento causal que explica o PORQU do conflito central da histria e o desenvolvimento dos eventos at o desenlace.

    FALAR SObRe A iLuStRAO

    As ilustraes nos livros

    Em contato regular com livros, as crianas iniciam-se na aprendizagem relativa s ilustraes, que so uma linguagem visual. Existe uma grande variedade de materiais, tcnicas e recursos grficos para fazer ilustra-es. Elas podem ser feitas com desenhos, gravuras, imagens de vdeo, esculturas, massa de modelar que depois so fotografadas etc. Esses trabalhos podem vir em papis especiais, no formato de carimbo, feitos com nanquim, tinta pastel e com efeitos de luz, entre outras possibilidades.

    importante perceber que algumas ilustraes apresentam a narrao, outras complementam ou agregam informaes ao texto, enriquecendo a compreenso da histria. O conceito de ilustrao muito amplo e no pode se restringir a um simples sinnimo de desenho, que uma das tcnicas que podem ser utilizadas.

    As crianas podem compreender melhor a narrativa, se apropriar do texto de forma significativa e at mesmo desenvolver noes de esttica se elas forem chamadas ateno para as ilustraes dos livros. Basta propor diferentes situa-es que as convidem a pensar sobre as relaes que as ilustraes estabelecem com o texto (j lido e memorizado), usando-as como recursos para que pensem sobre a estrutura da histria, seu contedo, personagens etc.

    Como observar uma ilustrao

    As ilustraes de um livro passam diversas informaes que podem ser trabalhadas com as crianas. A seguir, h uma srie de sugestes de abordagens possveis para orientar uma eventual conversa com as crianas:

    Como a ilustrao se relaciona com o texto? preciso investigar de que maneira texto e imagem se comple-mentam. No livro A casa sonolenta, as pginas se apresentam em dupla: de um lado, onde h o texto, desta-cam-se os diferentes personagens que so introduzidos na histria; no outro, sem texto, a ilustrao ocupa a pgina toda, mostrando a acumulao dos personagens e reforando a repetio do texto, j que a ilustrao praticamente a mesma, acrescentada apenas de um novo personagem.

    Qual a tcnica utilizada? colagem, pintura, pena, lpis, fotografia? Existe alguma relao entre a tcnica escolhida e a histria contada?

    Qual o estilo artstico da ilustrao? arte popular, realismo, impressionismo, histria em quadrinhos? Esse estilo se relaciona com a histria, com o tema?

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    Qual o tamanho, o formato, o tipo de letra? So apropriados para o tema, o tom e o entendimento do livro? Por exemplo: um fundo preto com letras tremidas ajusta-se a uma divertida histria de terror.

    Quais os elementos componentes? Linha, espao, uso da cor, perspectiva: como esses detalhes colabo-ram com a histria? Por exemplo, no livro Bruxa, Bruxa, venha minha festa, parece que h uma lente de aumento nas ilustraes; no livro O rei Bigodeira e sua banheira, cada cena ocupa duas pginas inteiras.

    Que reao a ilustrao provoca? Por exemplo, em livros nos quais as imagens de animais so humanizadas, elas em geral causam simpatia e afetividade nas crianas.

    Essas informaes so teis para organizar as atividades. Nos Cadernos de orientaes deste conjunto, so diversas as atividades que usam as ilustraes do livro ou os desenhos produzidos pelas crianas. Vamos ver algumas delas:

    Ordenar ilustraes e corresponder com o texto

    Ordenar as ilustraes de uma histria favorece que as crianas se apropriem de alguns conhecimentos bsi-cos sobre o texto, como a ordem temporal ou cronolgica que explica a sucesso de fatos relatados.

    ilustrar e ordenar partes da histria

    Ao propor s crianas que ilustrem aes da histria e as ordenem, favorece-se que retomem a histria de memria e compreendam melhor o encadeamento das aes na narrativa, apropriando-se de sua estrutura.

    ilustrar os personagens da histria

    Ao pedir que as crianas recuperem de memria quem so os personagens da histria e os desenhem, possibilita-se que elas atentem para detalhes do texto e da ilustrao do livro. E ao propor que organizem suas ilustraes na sequncia em que aparecem no texto, se favorece que recuperem a ordem da histria e compreendam a funo dos personagens na narrativa.

    FALAR SObRe OS PeRSOnAgenS

    Os personagens nas narrativas

    Uma das formas de as crianas perceberem algumas caractersticas dos textos narrativos observando a funo dos personagens. Os perso-nagens costumam ser apresentados na narrao por meio de uma srie de recursos:

    Uma designao com o nome da personagem;

    Uma descrio por meio de suas caractersti-cas fsicas, mentais, morais ou de conduta;

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    Uma srie de aes e intenes que explicam o desenvolvimento da histria.

    Em uma atividade em que se pensa sobre os personagens e suas caractersticas, as crianas tm mais uma oportunidade de melhorar a sua compreenso da histria contada na narrativa.

    Aes e intenes dos personagens

    Nas narrativas, explicam-se as aes e intenes dos personagens. As aes se transformam em eventos e as intenes, em desejos, emoes, enganos etc. Ao propor s crianas que falem sobre as aes e dilogos dos personagens, favorecemos que compreendam os eventos da histria. Por exemplo, saber que o Lobo, no conto Chapeuzinho Vermelho, um personagem mau que tenta, nos diferentes episdios da histria, enganar a menina e sua vov ajuda as crianas a compreenderem por que em alguns momentos o Lobo diz uma coisa quando na verdade quer dizer outra.

    importante considerar que o professor precisa ajudar as crianas a compreender as intenes que esto por trs das aes e falas dos personagens, desvendando melhor o enredo da histria. Isto se faz necessrio, principalmente, porque muitas vezes o texto no suficientemente explcito.

    As histrias com engano so textos que favorecem essa aprendizagem. Para saber se as crianas realmente compreenderam as intenes dos personagens, preciso parar a leitura nas situaes de engano e fazer per-guntas em que elas tenham de pensar sobre a relao entre os fatos, as falas e as intenes dos personagens. Por exemplo, na histria Os sete cabritinhos, preciso parar e perguntar: Por que o Lobo imita a voz da Ca-bra quando tenta entrar na casa dos cabritinhos. Ou na histria Chapeuzinho Vermelho, parar de ler quando a menina chega casa da vov e perguntar s crianas quem elas acham que Chapeuzinho vai encontrar.

    Ao propiciar esse tipo de anlise das histrias, favorece-se que desenvolvam capacidades importantes que ele-vam a compreenso dos fatos para alm de um plano apenas literal. A partir de indcios e pistas, as crianas vo aprendendo a identificar possveis oposies entre inteno e ao, to presentes na vida.

    PARtiCiPAR de AtividAdeS de LeituRA e eSCRitA

    Relao entre a aprendizagem da leitura e da escrita

    A leitura e a escrita so atividades de linguagem profundamente relacionadas. A grande diferena entre a aprendizagem delas que, ao escrever, a criana realiza uma produo na qual coloca em jogo uma srie de conhecimentos e teorias que lhes so prprias. Ao participar de situaes que a convidem a pensar sobre como se escreve, a criana organiza internamente suas ideias e pode ir avanando em relao a esse conhecimento.

    Por outro lado, ao ler, o desafio colocado criana que se ajuste inteno e ao pensamento de outra pessoa (o autor do texto). Trata-se de algo exterior a ela. No momento em que se depara com a necessidade de ler um texto, a pergunta que se faz : O que ser que est escrito a?

    Apesar dessa diferena, o aprendizado da leitura est diretamente relacionado ao da escrita. medida que tm a chance de escrever, as crianas vo arriscando possibilidades, estabelecendo relaes e avanando em sua compreenso. Ao serem postas diante do desafio de escrever, so desafiadas a produzir e, portanto, a colocar

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    em prtica suas ideias e test-las, procedimentos fundamentais no processo de aprendizagem. Por exemplo, para escrever necessrio utilizar letras, no basta desenhar; precisa-se de uma quantidade mnima de letras para que uma palavra seja lida; o conjunto de letras de uma palavra deve ser variado para que possa ser lido, e assim por diante. Essas concluses e aprendizados influenciam suas ideias quando esto diante do desafio de ler textos de outros.

    Estes so apenas alguns exemplos que ilustram a relao entre o aprendizado da leitura e da escrita pela criana.

    informaes que as crianas usam na aprendizagem da leitura

    No processo de aprendizagem da leitura, as crianas fazem uso de diferentes informaes. por isso que to im-portante ampliar as possibilidades e oferecer diferentes contextos e situaes para que as crianas possam avanar.

    Muitas vezes, so informaes provenientes do contexto oral que ajudam. O professor tem um importante pa-pel no sentido de contextualizar a informao para as crianas. Por exemplo, quando se l uma lista de ttulos de histrias conhecidas para as crianas e se pede para elas encontrarem onde est escrito A Bela Adormecida, torna-se mais provvel a localizao da escrita, uma vez que lhes foi dada oralmente a palavra que devem loca-lizar dentro de um contexto conhecido. Assim, ajuda-se a reduzir a quantidade de antecipaes possveis que teriam de fazer para conseguir ler.

    Outras informaes so prprias do contexto grfico. Por exemplo, no livro A casa sonolenta, sempre que se in-troduz um novo personagem h um desenho dele que acompanha o texto. Dessa forma, a criana consegue saber qual o nome do personagem que deve procurar, restringindo mais uma vez a quantidade de anteci-paes para que consiga ler. Neste caso, a ilustrao do texto que d pistas que permitem que ela leia.

    H tambm as informaes que esto no prprio texto. Essas podem ser divididas em duas categorias: indica-dores textuais quantitativos e indicadores textuais qualitativos.

    Os indicadores textuais quantitativos referem-se capacidade da criana de analisar a quantidade de letras usadas na palavra.

    Os indicadores textuais qualitativos referem-se a anlises que a criana faz sobre o tamanho da palavra, sua segmentao, as letras iniciais e finais de uma palavra, as letras conhecidas etc. Ou seja, so informaes que ela destaca da palavra e a partir das quais capaz de inferir o que est escrito. Todas essas pistas so referentes s propriedades do sistema de escrita.

    Como as crianas aprendem sobre o sistema de escrita

    Escutando leituras e manuseando livros, as crianas comeam a se interessar pelo escrito. Esse interesse no se d somente pelo contedo da histria, mas tambm pelo texto em si, pelo interesse em como funciona o sistema de escrita.

    Para que uma criana se aproprie do sistema de representao da escrita, ela precisa compreender que a escrita representa a fala, alm de conhecer como essa representao se d.

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    Pesquisas relativas ao pensamento infantil sobre a leitura e a escrita revelaram que as crianas so ativas no processo de construo do conhecimento sobre a leitura e a escrita, e o mesmo apresenta uma srie de regula-ridades. Essas regularidades podem ser resumidas em quatro itens:

    1- A criana constri hipteses, resolve problemas e elabora conceituaes sobre o escrito;

    2- Essas hipteses avanam conforme o contato das crianas com o material escrito e com leitores e escritores que do informao e o interpretam;

    3- As hipteses construdas pelas crianas so respostas a verdadeiros problemas conceituais, como, por exem-plo, a hiptese de que preciso um nmero mnimo de caracteres para que uma srie de letras possa ser lida;

    4- O desenvolvimento de suas hipteses acontece por reconstrues de conhecimentos anteriores que do lugar a novas construes.

    Por exemplo, quando a criana tem a oportunidade de confrontar sua hiptese de que para escrever a palavra CAVALO basta usar trs letras (AAO). Se, em uma atividade de escrita com letras mveis, a professora lhe d, de antemo, as letras necessrias para a escrita dessa palavra, e ao terminar de escrever lhe sobram letras, grande a chance de que se desestabilize a hiptese inicial. Ao ser convidada a buscar entender por que lhe sobraram letras, a criana tem a oportunidade de reconstruir sua hiptese de que para cada letra h a representao de um som.

    Nos Cadernos de orientaes deste conjunto so diversas as atividades de leitura e escrita. Vamos ver algumas delas:

    Apropriao dos dilogos ou de partes da histria

    Dilogos, oraes bsicas e canes que aparecem vrias vezes em uma narrativa so textos adequados para ser repetidos literalmente (ou verbatim), pois possuem uma estrutura que se mantm fixa.

    Os dilogos em uma narrativa podem ser considerados uma das unidades do texto possvel de ser diferen-ciada da narrao dos eventos que apresentada pelo narrador. Os dilogos so apresentados pelos prprios personagens, em discurso direto ou indireto. Alm disso, eles representam nas histrias uma forma de linguagem estvel, e as crianas conseguem reproduzir com maior fidelidade o texto.

    Quando se chama a ateno das crianas para os dilogos presentes no texto, e pede-se para que faam um reconto alternando entre narrador e personagens, facilita-se a rpida apropriao mais ou menos literal desses trechos, tornando-os mais fceis de ser reproduzidos tal qual aparecem na histria. A partir de um trabalho com os dilogos, possvel pedir s crianas que ditem alguns deles presentes na histria, ou mes-mo que os localizem no texto.

    Os textos memorizados contribuem, ainda, para a aprendizagem da linguagem escrita, pois permitem que as crianas correspondam as partes escritas do texto com a frase que est sendo enunciada oralmente.

    Leitura em voz alta acompanhada com o dedo

    Quando a professora aponta com o dedo aquilo que l em voz alta, permite que as crianas acompanhem as

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    relaes entre o oral e o escrito, favorecendo a aprendizagem de tais relaes.

    Alm de algumas convenes da escrita (sentido, uso das letras, uso de espaos para separar palavras), en-quanto a professora aponta o que l, as crianas observam que a organizao do texto em versos correspon-de s linhas, a unidade que orienta a leitura.

    identificao de nomes no texto

    Solicitar s crianas que encontrem no texto escrito, por exemplo, os nomes dos personagens da histria favorece que coloquem em jogo uma srie de conhecimentos.

    Quando procuram encontrar uma palavra entre todas as de uma frase, fazem uso de indicadores textuais para discriminar as diferentes palavras. Por exemplo, buscam as letras que conhecem, fazem associaes entre palavras nas quais identificam o incio ou o fim e relacionam as suas sonoridades.

    Ao tentar localizar a palavra em um texto conhecido, tambm colocam em uso os conhecimentos prvios que possuem sobre o texto.

    Ordenar ilustraes e corresponder com o texto

    Ordenar as ilustraes de uma histria favorece a compreenso da histria e a recuperao da cronologia dos eventos para que as crianas possam se apropriar de alguns conhecimentos bsicos sobre o texto, como a ordem temporal que explica a sucesso de fatos relatados.

    Ao solicitar que as crianas relacionem partes do texto com as ilustraes sequenciadas, se favorece que relacionem os conhecimentos que possuem sobre a estrutura da histria com os conhecimentos de alguns ndices grficos. Para resolver o desafio colocado por esta proposta, as crianas colocam algumas estratgias em ao. Por exemplo, precisam interpretar e descrever a ilustrao (prestando ateno em seus detalhes), recuperar da memria o texto da histria (estabelecendo uma relao entre as partes do texto que retomam

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    oralmente e as partes do texto escrito), fazendo uso de seus conhecimentos sobre ndices grficos e palavras impressas para localizar e ordenar os textos.

    Situaes de ditado ao professor

    A atividade de ditado ao adulto consiste na ao de a criana ditar ao adulto um texto memorizado em uma situao contextualizada. O ditado cria uma nova oportunidade de observar a relao entre aquilo que dito e o que est escrito, pois a criana tem a oportunidade de acompanhar ao mesmo tempo o que est sendo falado oralmente e a escrita do professor. Dizer cada uma das partes que est sendo escrita um recurso utilizado para indicar tais correspondncias.

    Ao ditar, alm do desenvolvimento da capacidade de recuperar um texto de memria, as crianas desenvol-vem a ateno sobre a linguagem, o controle sobre a velocidade da fala, a conscincia sobre a estabilidade do texto, a coerncia entre o que foi dito e o que falta ditar e a conscientizao da diferena entre retomar o texto tal como foi escrito (enunciao) e falar sobre o texto (enunciados).

    So diferentes as ajudas que o professor pode dar s crianas ao longo da atividade: ler o que j escreveu para ajudar as crianas na continuidade do ditado; escrever os comentrios que as crianas fazem que no so do texto e logo ler para que elas percebam a diferena entre dizer e ditar; escrever em forma de lista e com letras de imprensa maisculas, ajudando a visualizao do escrito por parte da criana e a sua participao no ato de escrever.

    Conforme as crianas ditam o texto a ser escrito, o professor pode usar diferentes procedimentos para favo-recer que elas relacionem aquilo que ditam com o texto escrito:

    Escrever tudo o que foi ditado sem interromper e depois ler para as crianas;

    Escrever de forma lenta, incentivando que todas as crianas participem da atividade (conforme o professora escreve, oraliza a sua escrita);

    Escrever e ler partes do escrito, por exemplo, dizendo: At aqui escrevi AS, o que falta escrever?

    Os melhores textos para estas situaes so contos, poesias e listas de vocabulrio (dos personagens, dos objetos da histria etc.). importante observar que, para ajudar as crianas, melhor comear com contos memorizados.

    escrita de listas

    As listas cumprem a funo de colocar em disposio enumerativa os nomes dos objetos, seres, eventos ou expresses do mundo ou do texto.

    As listas so textos privilegiados para que as crianas escrevam de prprio punho e coloquem em jogo o que j sabem sobre a representao da escrita. A lista deve ter uma disposio grfica que potencializa isso: cada palavra colocada em uma linha e a prxima encontra-se logo abaixo, facilitando tanto a escrita quanto a localizao (leitura) pela criana do que j escreveu.

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    Lista de nomes dos personagens

    Os nomes dos personagens dos contos funcionam como os nomes prprios. So palavras estveis que ajudam a aumentar o repertrio a partir do qual as crianas se aventuram a escrever palavras cuja grafia ainda desconhecem.

    A partir da escrita de palavras j memorizadas, a criana tem a possibilidade de refletir sobre a lgica da escrita alfabtica. Isso porque so capazes de relacionar pedaos (slabas ou letras) dentro dessas palavras com o que enunciado oralmente.

    No caso da lista de personagens do conto lido, os nomes tornam-se referncia para pesquisa e identificao de slabas e letras. Isso cria um acervo de palavras estveis ao qual as crianas podem recorrer sempre que surgirem dvidas na escrita de novas palavras. Por isso, importante deixar os nomes e as palavras estveis visveis e de fcil acesso, em cartazes e murais, para que possam ser consultados.

    Atividades com textos lacunados

    As atividades com texto que possuem lacunas a serem preenchidas pelas crianas envolvem que elas leiam o texto, identifiquem a palavra que falta e a escrevam. Para que consigam realizar essa atividade, importante cuidar da seleo dos textos propostos. Quanto mais familiaridade elas tiverem com o texto, mais fcil ser sua recuperao e menor a quantidade de desafios para a leitura.

    Quando se trabalha com textos mais ou menos memorizados, as crianas, diante da proposta de preencher lacunas, so capazes de antecipar o que deve ser escrito e, por isso, no precisam se preocupar com o que escrever, mas sim como escrever, j que diante dessa tarefa elas refletem sobre quais e quantas letras, e como us-las.

    A proposta de escrita individual pelas crianas requer o apoio do professor com a inteno de que coloquem em jogo tudo que j sabem sobre a escrita. O objetivo no acertar a escrita correta, mas perder o medo de escrever. Mesmo que no escrevam conforme o esperado (o que muito comum), preciso considerar que h reflexo por parte das crianas.

    Nessas situaes, importante valoriz-las em suas iniciativas e pensar em intervenes que possam ajud-las a continuar suas reflexes, avanando em sua compreenso. Por isso, essencial observar a produo das crianas, analisar os conhecimentos que j foram apropriados, incentiv-las a pensar sobre o que produzi-ram, discutir individual ou coletivamente como se escreve determinada palavra e promover momentos de cooperao e troca de informaes.

    Ao propor que comparem suas escritas com a lista convencional, o professor permite que as crianas pen-sem sobre a forma escrita das palavras e tentem aproxim-las do texto. Quando pede para que as crianas confrontem suas ideias, se favorece a argumentao para que defendam suas hipteses sobre o que, onde e como est escrito.

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    Ainda considerando as ajudas que o professor pode dar s crianas, com a inteno de diminuir a quantida-de de informaes necessrias para realizar a tarefa, uma possibilidade entregar juntamente com o texto lacunado um banco de palavras o conjunto das palavras que devem ser preenchidas nas lacunas, porm organizadas fora de ordem.

    No caso de as crianas usarem o banco de palavras para encontrar a parte do texto que deve ser preenchida, o desafio colocado o da leitura. Para conseguir encontrar a parte do texto procurado, as crianas podem colocar em jogo os diferentes indicadores textuais, quantitativos e qualitativos. Por exemplo, podem achar PSSARO porque a palavra maior; podem diferenciar PORCO de CABRA porque a primeira comea com PO.

    escrita com letras mveis

    Ao escrever com letras mveis, as crianas colocam em jogo tanto seus conhecimentos sobre o sistema de escrita quanto conhecimentos de referncia (por exemplo, seu prprio nome ou de seus colegas de sala).

    As letras mveis permitem criana centrar-se na composio da escrita. J est eliminado o desafio de escrever de prprio punho, e tambm esto facilitadas as decises que as crianas precisam tomar, pois elas tm sua frente um conjunto de letras possveis de ser utilizadas. Alm disso,

    quando o professor seleciona as letras que compem a palavra a ser escrita, as questes referentes a quantas e quais letras usar j esto resolvidas. Neste caso, o desafio centra-se em saber em que ordem as letras devem ser colocadas.

    Ao comparar a forma como ordenou as letras mveis com o modelo convencional de escrita, as crianas pode-ro aprender vrias coisas. Para aquelas que j compreenderam que a escrita tem alguma relao com a pauta sonora, essa atividade auxiliar na ampliao da reflexo sobre as relaes existentes entre o escrito e o oral.

    J para aqueles que ainda tm ideias anteriores sobre a escrita (como, por exemplo, que para cada vez que se escreve determinada palavra podem-se usar letras diferentes em ordem tambm diferenciada), essa ativida-de pode ajudar no entendimento de que a escrita fixa. Ou seja, vo perceber que h necessidade de manter as letras, sua quantidade e ordem, para produzir a mesma escrita.

    Ao pedir que as crianas leiam apontando com o dedo o que est escrito (ou seja, que leiam de forma anal-tica), o professor permite que faam uma reflexo sobre a quantidade de letras necessrias para escrever os nomes dos personagens. Consequentemente, vo notar uma futura relao entre essas letras e sua correspondncia sonora. Isso porque, para muitos, o processo de escrita no coincide com o da leitura, que ainda pode ser silabada, ou seja, correspondendo cada letra da palavra a uma emisso sonora (por exemplo, para a personagem CABRA, uma criana nesse estgio leria C como CA e A como BRA e sobrariam as letras B-R-A).

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    Caso voc no tenha conjuntos de alfabeto mveis em sala, voc pode confeccion-los utilizando-se de letras de imprensa maisculas (escrever aproximadamente 20 letras de cada), com tamanho em torno de 2 x 2,5 cm.

    importante confeccion-los de forma a garantir que haja maior quantidade de vogais do que de consoan-tes, porm, entre as vogais, produzir mais A, E e O. E entre as consoantes, produzir mais daquelas usadas com maior frequncia em nossa lngua, como, por exemplo, as letras D, L, M, N, R e S. As demais letras do alfabeto podem ter 2 ou 3 exemplares de cada.

    A quantidade de conjunto de letras mveis que vai produzir depende da quantidade de crianas em sua sala. Uma sugesto garantir que haja um conjunto para cada pequeno agrupamento de crianas. Para armazenar as letras mveis, voc pode organiz-las em uma caixa com divisrias, para que fique mais fcil encontrar as letras desejadas.

    Produo de texto pelas crianas

    Mesmo antes de saber ler e escrever conven-cionalmente, as crianas entram em contato com a linguagem escrita a partir dos diversos textos que so lidos a elas.

    A produo de um texto envolve, alm de seu formato e contedo (as caractersticas textu-ais), detalhes como, por exemplo, apresenta-o, decorao e tipo de letra (escrita, reviso e edio de texto).

    As crianas podem produzir diferentes tipos de textos ditando ao professor o que deve ser escrito (conte-do da mensagem) e como (o tipo de linguagem utilizada, a disposio grfica etc.).

    O professor pode ajudar pedindo para repetirem o que acabaram de ditar, escrevendo em voz alta o que foi ditado e est sendo registrado, e relendo o que j foi escrito para recuperar o texto e ajudar no planejamen-to do que falta escrever.

    Quando solicitamos com regularidade que as crianas reconstruam oralmente as histrias que conhecem, favorecemos que atentem no s para o contedo da narrativa, mas tambm os aspectos formais do prprio texto (frmulas de incio e final, os adjetivos mais usados e que do beleza ao texto, as rimas utilizadas etc.). Se proposto s crianas que reconstruam o texto ditando ao professor, o produto dessa ao resulta em um texto escrito, uma produo partilhada entre todos.

    Nas situaes de reconstruo oral de narrativas com destino escrito, importante garantir que as crianas mantenham uma fidelidade linguagem usada pelo autor.

    Em atividades como essas, as crianas se apropriam da linguagem escrita e fazem uso dela, mesmo no sabendo ler e escrever convencionalmente.

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    Glossrio

    A seguir, voc encontrar uma lista, organizada em ordem alfabtica, dos conceitos lingusticos destacados nos Cadernos de orientaes. Os conceitos esto organizados na forma de um glossrio, pois a inteno tornar mais clara a definio das terminologias usadas na escrita dos textos, contribuindo para uma melhor compreenso das propostas.

    Contracapa a parte de trs do livro e que se ope capa, onde geralmente se veem informaes sobre a obra, a coleo ou at mesmo uma pequena biografia do autor.

    Cultura escrita caracteriza-se pela valorizao do registro escrito como forma de documentar a informao e se comunicar.

    desfecho indica o final da histria. Na maioria das vezes, h a recuperao do equilbrio perdido no conflito.

    dilogo uma parte do discurso que indica uma fala entre duas ou mais pessoas. Nos textos escritos, o traves-so o sinal grfico que indica o seu incio.

    discurso direto a citao direta de uma fala, sem modificaes ou interrupes do narrador.

    enredo o que acontece em uma narrativa do ponto de vista do seu contedo.

    episdio a cena organizada em torno de uma ao principal da histria.

    estrutura narrativa corresponde organizao da narrao, a disposio e ordem dos elementos essenciais que a compem. Pode ser organizada de diferentes formas, sendo a mais comum: situao espao-temporal, momento de incio, desenvolvimento do conflito, clmax, desfecho e concluso.

    estrutura repetitiva a repetio de uma srie de acontecimentos de uma narrativa. Tambm possvel repe-tir palavras e expresses.

    Fbula um gnero textual do tipo narrativo em que normalmente h indeterminao de tempo e lugar. Na fbula, os personagens geralmente so animais com caractersticas humanas, e seu desfecho reflete uma lio moral.

    gneros so as diferentes formas de expresso que podem ser caracterizadas pelo contedo temtico e pela composio e estilo; est diretamente ligado ao contexto de produo.

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    histria clssica aquela que tem sua origem na tradio oral, foi transformada em conto e persiste no tem-po. Alguns exemplos de histrias clssicas mais conhecidas no Brasil: Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, Branca de Neve e A Bela e a Fera.

    histria com repetio a narrativa que possui uma estrutura repetitiva.

    Linguagem o uso da lngua como forma de comunicao e expresso.

    Marcadores temporais e atemporais so expresses que servem para demarcar o tempo das narrativas, geralmente, no pargrafo inicial.

    Marcas da oralidade so expresses e palavras utilizadas em situaes de conversa. Por exemplo, quando contamos um fato dizemos: Da, ele chegou e disse. Na linguagem escrita evita-se essa expresso, trocan-do-a para termos como: Ento, ele chegou e me disse.

    Moral o conjunto de regras de condutas humanas estabelecidas e aceitas em uma sociedade. As fbulas, muitas vezes, so finalizadas com uma lio de moral, que pode aparecer em forma de provrbio ou ditado popular. Outras vezes, a moral est implcita.

    Mundo letrado uma expresso que se refere ao conjunto de conhecimentos acumulados atravs da leitura e conversas sobre os livros.

    narraes lineares referem-se ao desenvolvimento sequencial dos acontecimentos de uma narrativa desde o princpio at o fim.

    narrativa um discurso que relata uma srie de acontecimentos (eventos), frequentemente no passado, que utiliza verbos declarativos e verbos de ao e movimento para descrever os acontecimentos, que se relacionam uns com os outros e que so realizados por um ou mais protagonistas.

    narrativa potica um texto em prosa que contm elementos da linguagem potica.

    Onomatopeia uma expresso que representa sons, como a voz e os rudos de humanos, animais e objetos. Muito utilizada nas histrias em quadrinhos. Esses recursos sonoros servem para trazer musicalidade e ritmo ao texto. Alguns exemplos: Glub! glub! glub! (beber gua), Fom! fom! (buzina), Muuuuuu! (mugido de vaca).

    Personagem o responsvel pelos acontecimentos relatados em uma narrativa, podendo ser pessoa, animal ou objeto personificado.

    Personagem alegrico aquele geralmente inverossmil, porque sua forma ou natureza apresenta ou substi-tui algo abstrato ou ausente.

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    Personificao uma estratgia literria utilizada para atribuir qualidades humanas a animais, seres ina-nimados, abstraes e elementos da natureza. Por exemplo, na histria Dona Baratinha, os animais esto vestidos e vo a uma festa de casamento, atitudes tpicas de seres humanos.

    Poema uma obra literria, do gnero de poesia, que frequentemente se estrutura com rima, em verso e estrofe.

    Protagonista o personagem principal de uma narrativa ou qualquer obra de fico.

    Recursos discursivos so os componentes do discurso que permitem identificar uma ou mais classes e cate-gorizar tipos de textos. Referem-se ao mesmo tempo a aspectos do contedo e da expresso que indicam se o texto que est sendo lido ou escutado uma narrativa, uma reportagem, uma bula de remdio ou uma parlenda.

    Recursos tipogrficos e grficos dos livros envolvem a padronizao visual de uma publicao, ou seja, o conjunto de recursos no textuais que garantem sua unidade. Por exemplo, as letras, os tamanhos das letras, como se encaixam as ilustraes ou qualquer outro elemento visual.

    Refro so os versos que se repetem em intervalos regulares em determinadas canes ou poemas.

    Repetio um recurso expressivo de linguagem que pode aparecer na prosa ou na poesia, que consiste na repetio de palavra ou expresses com a finalidade de reforar uma ideia.

    Rima caracteriza-se pela repetio de sons no final dos versos, em geral, da ltima vogal tnica e dos fonemas que eventualmente a seguem.

    Ritmo, nos poemas, refere-se distribuio dos sons, palavras ou expresses, de modo que eles se repitam em intervalos regulares.

    Sequncia da narrativa o encadeamento dos acontecimentos de uma histria: incio, meio e fim.

    Sequncia linear quando os elementos da narrativa so apresentados cronologicamente. Assim observa-se o comeo, o meio e o fim da narrativa.

    tipo de texto a estrutura que organiza um texto a partir da classificao de sua forma e da maneira como ele apresenta seu contedo.

    tipografia refere-se aos recursos tipolgicos e grficos presentes em um texto impresso. O uso de recursos que permitem trabalhar visualmente com o texto. Por exemplo, escrever a palavra GIRAFA com letras compri-das ou a palavra ELEFANTE com letras gordas.

    trama a linha organizada de acontecimentos que estruturam uma narrativa. Pode ter diferentes formas, sendo a mais comum: situao inicial, conflito, clmax e desfecho. O mesmo que enredo.

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    universo da escrita refere-se a todas as prticas de escrita de uma sociedade que valoriza o registro escrito como forma de documentar a informao e se comunicar.

    verso refere-se a cada uma das linhas de um poema, de uma cano ou de uma prosa potica. Os versos podem ter uma sucesso de slabas ou fonemas com unidade rtmica ou meldica.

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    Bibliografia

    A seguir, listamos alguns dos livros e demais materiais consultados para a concepo e escrita dos di-ferentes materiais que compem o conjunto Trilhas para ler e escrever textos. Esta lista oferece apenas uma referncia de consulta para mais informaes sobre os temas dos cadernos, mas no est completa do ponto de vista acadmico.

    AZevedO, Fernando. Literatura infantil e leitores Da teoria s prticas. Instituto de Estudos da Criana, Universidade do Minho, 2006.

    ChARtieR, Anne-Marie; CLESSE, Christiane; HBRARD, Jean. Ler e escrever entrando no mundo da escrita. Porto Alegre: Artmed, 1996.

    COLOMeR, Teresa. Andar entre livros. Porto Alegre: Artmed, 2007.

    CuRtO, Lus M.; MORILLO, Maribel M.; TEIXID, Manuel. Escrever e ler como as crianas aprendem e como o professor pode ensin-las a escrever e ler. Porto Alegre: Artmed, 2000. Volume 1 e 2.

    FeRReiRO, Emilia. & TEBEROSKY, Ana. Psicognese da lngua escrita. Porto Alegre: Artes Mdicas. 1985.

    KAuFMAn, Ana Maria; RODRIGUEZ, Maria. Helena. Escola, leitura e produo de textos. Porto Alegre: Artmed, 1995.

    LinS, Guto. Livro infantil? Projeto grfico, metodologia, subjetividade. So Paulo: Edies Rosari. 2003. (Coleo Textos Design)

    MAChAdO, Ana Maria. Como e por que ler os clssicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva. 2002.

    SiLvA-diAZ, Mara Cecilia. Libros que ensean a leer. lbumes metaficcionales y conocimiento literario. Tesis doctoral. Universidad Autnoma de Barcelona. 2005.

    tebeROSKY, Ana. & COLOMER, Teresa. Aprender a ler e a escrever uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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  • Crditos institucionais

    TRILHAS

    Iniciativa:Instituto NaturaMinistrio da Educao/ Secretaria da Educao Bsica

    Realizao:Programa Crer para Ver, Instituto Natura

    Desenvolvimento: Comunidade Educativa Cedac

    Ficha Tcnica

    Programa Crer para Ver, Instituto NaturaCoordenao:Maria Lucia Guardia

    Comunidade Educativa CedacCoordenao:Beatriz Cardoso e Tereza Perez

    Concepo do contedo e superviso:Ana Teberosky

    Direo editorial: Beatriz Cardoso e Beatriz Ferraz

    Consultoria literria:Maria Jos Nbrega

    Equipe de redao:ngela Carvalho, Beatriz Cardoso, Beatriz Ferraz, Debora Samori, Maria Grembecki, Milou Sequerra, Patrcia Diaz

    ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU TOTALMENTE, SEM AUTORIZAO PRVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA,COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC E DO MINISTRIO DA EDUCAO.

    Equipe da Gerncia de Educao e Sociedade, Instituto Natura:Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugnia Franco, Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranho, Marcio Picolo

    Edio de texto:Marco Antonio Araujo

    Coordenao de produo:Ftima Assumpo

    Projeto grfico: SM&A Design/ Samuel Ribeiro Jr.

    Ilustraes: Vicente Mendona

    Reviso: Ali Onaissi

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    ndice para catlogo sistemtico:1. Rudimentos de leitura : Educao elementar 372.41 2. Literatura infantil : Estudo e ensino 087.5

    (Bibliotecria responsvel: Sabrina Leal Araujo CRB 10/1507)

    C122 Caderno de estudos : trilhas para ler e escrever textos. So Paulo, SP : Ministrio da Educao, 2011. 36 p. : il. ; 28 cm. (Trilhas ; v. 1)

    Inclui bibliografia e glossrio. ISBN 978-85-7783-063-3

    1. Leitura - Estudo e ensino (Educao pr-escolar). 2 Escrita - Estudo e ensino (Pr-escolar). 3. Crianas - Linguagem - Aprendizagem. 4. Livros. 5. Leitores - Formao. 6. Literatura infantil - Estudo e ensino (Pr-escolar). I. Srie. CDU 372.41 CDD 372.4

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  • O Q U E O P R O J E T O T R I L H A S

    D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educao pblica do Brasil. No contexto desse programa, o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento de competncias e habilidades de leitura e escrita.

    O Ministrio da Educao (MEC), desejando implementar uma poltica pblica, concluiu que a metodologia e a estratgia desenvolvidas pelo projeto TRILHAS, assim como os materiais e publicaes concebidos e produzidos por esse projeto, so particularmente especiais e compatveis com as diretrizes do MEC.

    Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como o principal tema do projeto justifica-se por ser uma estratgia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante.

    Com o objetivo de promover a qualidade da educao nas escolas pblicas do pas, o MEC apoia e distribui o conjunto de materiais do TRILHAS, que visa contribuir para o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade dos alunos de 6 anos de idade.

    Esperamos que voc possa utiliz-lo da melhor forma para que a melhoria da educao pblica seja concretizada em nosso pas.